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FACULDADE MULTIVIX

DISCIPLINA: INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM SAÚDE


MENTAL
PROFESSOR(A): MARIANA C. CAPUCHO

RESENHA CRÍTICA DO ARTIGO CIENTIFICO: “POLÍTICA SO RE DROGAS


NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO: CONSOLIDANDO RETROCESSOS”

Componentes: xxxxxxxxxx

Vila Velha
2023
RESENHA CRÍTICA DO ARTIGO CIENTIFICO: “POLÍTICA SO RE
DROGAS NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO: CONSOLIDANDO
RETROCESSOS”

LEAL, F. X; SANTOS, C. C. M; JESUS, R. S. Política sobre Drogas no


estado do Espírito Santo: consolidando retrocessos. Espírito Santo: Textos
& Contextos (Porto Alegre), [S. l.], v. 15, n. 2, p. 423–436, 2016.

O artigo de análise teve como objetivo discutir, com base no cenário nacional,
os caminhos traçados à temática das Políticas de Drogas Brasileiras,
apoiando-se na exibição das conclusões do estudo “Políticas de Atenção às
Questões Relacionadas ao Consumo de Álcool e outras Drogas no estado do
Espírito Santo”. Portanto, o material atua como instrumento de exposição às
urgências em relação à assistência aos usuários de substâncias viciosas e
suas necessidades interventivas.
Assim, a pesquisa apoio trabalhou com a finalidade de diagnosticar a situação
das instituições públicas e privadas responsáveis, de acordo com a legislação
vigente, pelo consumo de álcool e demais drogas no Espírito Santo, e com
objetivo destacado de entendimento a respeito das atividades das entidades
em análise, se atuam de acordo com o estabelecido pela Política de Saúde
Mental (PSM) e legislação correspondente.
Diante disso, o artigo apoia-se no objeto de estudo entendendo, ao fim, que
constroe-se um quadro de crescimento do pensamento manicomial, constatada
decorrente o grande número de encaminhamentos nos municípios capixabas
para organizações com regime de internação, assim como a defasagem de
instituições competentes na atuação às drogas. Dessa maneira, as autoras
reiteram seu compromisso à Luta Antimanicomial e a defesa do Sistema Único
de Saúde.
O escrito descreve os procedimentos metodológicos da pesquisa ao trabalhar
com organizações de trabalho relacionado à atividade de intervenção como:
prevenção, tratamento, recuperação e reinserção social, redução de danos
sociais, saúde e ensino. São apresentadas três etapas, a primeira consiste em
levantar os dados das instituições cadastradas no Conselho Estadual sobre
Drogas (COESAD) e demais registros; nesta busca, foram constatadas 352
instituições, dessas, somente 290 dentro dos critérios da pesquisa ou aptas. A
etapa dois foi configurada à coletar os dados, ação feita por meio de um
questionário e entrevistas. E ao fim, a terceira etapa contou com a análise das
informações obtidas, apoiando-se na análise estatística descritiva.
Destarte, as autoras destacam que, a pesquisa, sendo de abrangência
nacional, não considerou os Grupos de Mútua Ajuda (GMA), todavia, o artigo
escolheu integrá-los devido a escassez de recursos no estado do Espírito
Santo, sendo muitas vezes, os GMAs os únicos atuantes em algum município.
De tal forma, foram entrevistados um de cada, sendo eles: Alcoólicos
Anônimos, Narcóticos Anônimos, Amor Exigente, Grupo Esperança Viva e
Pastoral sobriedade.
Nesse contexto, as agentes pontuam a carência da leitura e entendimento da
política sobre drogas como parte integrante indispensável à Política de Saúde
Mental, iniciando uma análise sobre as nuances dos avanços e retrocessos às
políticas a respeito de estupefacientes.
Sob o expresso, são discorridos os complexos fatores correspondentes as
políticas sociais públicas. Entende-se que atualmente o assunto vem a tona em
sua maioria quando citada a Política de Segurança, portanto, o foco é ampliar
as luzes de forma a iluminar a questão como assunto de saúde pública. Sob
essa ótica, procuram pendurar a discussão no varal da PSM, com a intenção
de consolidar a opinião como um entrave da já citada, saúde pública – sendo,
então, o Estado brasileiro de responsabilidade.
Dessa forma, o artigo expressa que dentre os avanços significativos na PSM
brasileira, a Política Nacional reduzindo os leitos psiquiátricos ao trocar pelo
atendimento ambulatório dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e
encaminhamentos à residências terapêuticas, como fatores positivos, há o
outro lado da moeda com retrocessos que impedem os passos adiante, a
exemplo do campo da Política de Álcool e outras Drogas que tem elevado
discurso de internação compulsória e involuntária e da compra de leitos com
fundo público.
O Espírito Santo, conta, desde 1980 com o – na época denominado - Sistema
Estadual de Entorpecentes. Com o passar do tempo, ocorreu a criação da
Coordenação Estadual sobre Drogas (CESD) e mudanças de impacto na lei.
Entretanto, as complicações vigentes, seguem os padrões de outros estados
brasileiros com a prevalência de instituições de longa permanência.
Assim sendo, com a constatação de que o Espírito Santo, segue o cenário
nacional, com incapacidade de lidar com a complexidade do assunto,
colocando a reinserção social em segundo plano, faz-se relevante o abordado
em sala de aula ao citar as medidas de atuação, como o “não uso” tendo que
ser gradual e não imposto visando a redução de danos, a consideração das
singularidades de cada caso e atenção às ações de acolhimento e cuidado,
com a redução do foco no comportamento do usuário e sim no estabelecimento
de vínculo e construção do Projeto Terapêutico Singular (PTS), para a
compreensão de como estão atrasadas no contexto das intervenções à saúde
mental o presente quadro.
Diante todo o exposto, é possível dizer que o artigo apresenta contribuições
necessárias à temática das Políticas de Drogas no Brasil e Espírito Santo,
trazendo consigo dados estatísticos e exemplos concretos para construir sua
lógica, tornando o artigo consistente. A abordagem coesa das autoras permite
a compreensão dos desafios, passos adiantes e para trás a respeito das ações
interventivas com o olhar no cenário nacional e a redução da lente ao território
capixaba.
A multidisciplinaridade do redigido incluindo embasamentos sociológicos e de
cunho ideológico, da área da saúde e legislativa, facilita o olhar amplo às
questões necessárias ao tema, enriquecendo a análise. Contudo, o texto
apresentou a carência de ser menos expositivo e trabalhar mais o âmbito
argumentativo, trazendo soluções e propostas interventivas a mais de somente
pontuar as falhas e qual o caminho correto, faltou a apresentação do estudo de
como implementar e vingar essas alternativas. Em síntese, pode-se dizer que o
artigo de resenha se faz de extrema necessidade aos entraves e discussões
em torno da Política de Drogas no cenário nacional e estadual, existindo um
público-alvo amplo ao tema, a obra pode ser considerada um material útil a
estudantes universitários e demais indivíduos buscando entender com
qualidade o quadro; apesar da falta de alternativas e soluções ativas claras ao
impasse.

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