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No nosso planeta existe uma grande diversidade de seres vivos, pelo que o

seu estudo se torna, muitas vezes, difícil.

Os cientistas sentiram, ao longo do tempo, a necessidade de agrupar e


classificar os seres vivos. Assim, ordenar ou classificar os organismos
vivos, atribuindo-lhes um nome (nomenclatura), tornou-se uma tarefa
necessária para referenciar os grupos de seres vivos de forma a melhor se
compreender e conhecer a diversidade das espécies existentes na Terra.

A classificação agrupa os seres vivos de acordo com critérios pré-


estabelecidos. Assim, os grupos de seres vivos formados dependem dos
critérios selecionados.

A Taxonomia é o ramo da Biologia que se ocupa da classificação e


da nomenclatura dos diferentes grupos de seres vivos formados. Tem
como finalidade adotar sistemas de classificação uniformes que expressem,
da melhor forma, o grau de semelhança entre os organismos.

Também relacionada com a classificação, a Sistemática recorre à


Taxonomia e à Biologia Evolutiva e utiliza todos os conhecimentos
disponíveis sobre os seres vivos para compreender as suas relações de
parentesco e a sua história evolutiva, desenvolvendo sistemas de
classificação que refletem essas relações.

Sistemas de classificação

Com os avanços da Ciência e da Tecnologia, os conhecimentos sobre os


seres vivos foram também evoluindo. Assim, os critérios utilizados nas
classificações e os próprios sistemas de classificação também se foram
alterando e evoluindo ao longo do tempo.

As classificações existentes podem distribuir-se por três períodos distintos:


Os reinos da vida

O reino é a categoria taxonómica mais ampla, inclui maior número de


espécies que as restantes categorias e as semelhanças entre elas são
menores.

Os sistemas de classificação correspondem a formas de organização de


dados respeitantes aos seres vivos que se pretende classificar. À medida
que vão surgindo novos dados sobre os seres e que os critérios de
classificação vão sendo revistos, as classificações podem ser alteradas. Por
exemplo, a classificação dos seres vivos em reinos sofreu diversas
modificações:
Sistema de classificação de Whittaker

O sistema de classificação em cinco reinos é bastante coerente, pois


permite sistematizar as características mais importantes dos
principais grupos de organismos.

As modificações propostas por Whittaker verificaram-se,


principalmente, no reino Protista, que passou a incluir os fungos
flagelados e as algas, quer sejam unicelulares, quer sejam
multicelulares
Vários critérios estão subjacentes a esta classificação, sendo os
principais o nível de organização estrutural, os tipos de
nutrição e as interacções nos ecossistemas:

 organização estrutural

– diz respeito ao tipo de célula, se é procariótica ou eucariótica, e


se os seres são unicelulares ou pluricelulares.

 tipos de nutrição

– tem como base o processo de obtenção de alimento, os seres


podem ser autotróficos fotossintéticos ou quimiossintéticos ou podem
ser heterotróficos, obtendo o alimento por ingestão ou por absorção.

 interacções nos ecossistemas

– são as interacções alimentares que os organismos estabelecem


no ecossistema, estão relacionadas com o modo de nutrição. Assim,
consideram-se:

– os produtores, que são seres autotróficos;

– os macroconsumidores, que são heterotróficos e que obtêm os


alimentos por ingestão;

– os microconsumidores, são heterotróficos decompositores ou


saprófitos que obtêm o alimento por absorção da matéria
decomposta.

Sistema de classificação de Whittaker modificado

Devido às limitações do seu sistema de classificação, Whittaker


apresentou uma versão modificada do mesmo – o sistema de
classificação de Whittaker modificado:
Outros sistemas de classificação

Apesar da grande aceitação do sistema de classificação de Whittaker,


continuam a realizar-se pesquisas na área da classificação. Foram
surgindo novos dados e a interpretação desses dados tem
demonstrado diferentes perspetivas.

Assim, atualmente, há propostas de novos sistemas de classificação:


 um sistema propõe a existência de seis reinos:

– baseia-se no facto de existirem duas linhagens diferentes de


organismos procariontes;

– propõe a extinção do reino Monera e que, em seu lugar, surjam


dois novos reinos – o das Arqueobactérias e o das Eubactérias.

 um sistema de classificação com dois super-reinos:

– foi proposto em 1980 por Margulis e Schwartz;

– basearam-se em dados morfológicos, de desenvolvimento e em


dados moleculares;

– agruparam os cinco reinos de Whittaker em dois super-reinos:

 um sistema de classificação em três domínios:

– proposto por Woese e seus colaboradores;

– baseia-se na filogenia molecular, principalmente na comparação


de sequências nucleotídicas de RNA-ribossómico;

– que são:
Sistema de classificação em três domínios.

– este sistema tem sido muito criticado porque se baseia apenas em


dados moleculares como critério de classificação.

Conclui-se que a Taxonomia é uma ciência em constante evolução.


Mas, apesar das novas propostas apresentadas, o sistema de
classificação de Whittaker em cinco reinos continua a ser um dos
mais consensuais.

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