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demonstra um exemplo típico de um sistema de admissão de ar em um
motor de combustão interna.
1.1 Filtro de ar
Todo motor de combustão interna seja ele do ciclo Otto ou diesel, possui
um sistema de filtragem do ar. O sistema e responsável pela filtragem do ar que
será admitido dentro da câmara de combustão. Sem a adequada filtragem do ar,
aumentam-se os riscos de partículas entrarem na câmara de combustão e
ocasionar problemas nas válvulas e/ ou sedes ou ranhuras no bloco na camisa
dos pistões reduzindo a vida útil do motor. Como resultado, uma retífica a médio
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ou longo prazo pode ser esperada. Existem vários tipos de filtros de ar para
motores. Existem os tradicionais filtros manufaturados usando como material
filtrante o papel (fibras de celulose), algodão (várias camadas de gaze), fibras
produzidas com nano materiais e os de poliuretano (espuma). Cada tipo de filtro
apresenta suas vantagens e desvantagens. Por exemplo, um determinado tipo
de material filtrante pode ser mais eficiente na filtragem, mas restringir a
passagem do ar. Por outro lado, existem também aqueles que são muito pouco
restritivos à passagem do ar (como os filtros de algodão ou camadas de gaze),
mas apresentam baixa eficiência de filtragem, principalmente à filtragem inicial.
Ao longo do tempo, estes filtros com menor capacidade filtrante passam a ter
maior eficiência de filtragem (eficiência cumulativa) em decorrência do acúmulo
de sujeira na superfície do filtro e que passa a ter uma função de barreira às
novas partículas que se depositam na parede do material filtrante (efeito “cake”).
No entanto, ao chegar nestas condições de maior eficiência de filtragem, temos
aumento da restrição de fluxo de ar. Além da maior restrição à passagem do ar
de papel em comparação com outros filtros, filtros de papel podem apresentar
mudanças nas características do material filtrante em decorrência de umidade
(exemplo: dias úmidos e chuvosos) ou contato direto com a água. Nesse caso há
uma alteração na disposição do material composto pelas fibras, com um efeito
de deformação e fechamento dos poros, o que acarreta em maior perda de carga
ou restrição a passagem do ar. Fica claro então que um filtro de ar deve
apresentar várias características para serem consideradas ideais. Estas
características são:
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• Não ser restritivo à passagem do ar
• Melhorar a potência / torque do motor
• Melhorar o desempenho do MAFS (Mass Air Flow Sensor; sensor que mede
o volume de ar que entra no motor para que o computador do motor possa
ajustar a quantidade de combustível e avanço da ignição necessários)
• Ter custos competitivos
• Manter emissões evaporativas em mais de 150 mil quilômetros
• Melhorar a vedação para enquadrar-se como LEVII (Low emission Vehicle –
II) e PZEV (Partial Zero Emission Vehicle).
• Resistir à extremas temperaturas
• Ter longa vida útil
• Reduzir a complexidade das partes
• Idealmente ser reciclável
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foi 1,98 vezes superior comparado ao filtro fabricado em algodão. O teste ainda
revelou que o filtro de algodão apresentou restrição máxima de fluxo (o que exige
sua troca ou lavagem) em apenas 25 minutos de teste comparado ao INflow®
que o fez em 48 minutos. Além destas vantagens, os filtros de espuma servem
também como barreira natural impermeabilizante devido à presença do óleo em
sua superfície. Portanto, a entrada de água na admissão pode ser evitada em
algum evento momentâneo, como dirigir sobre poças de água. Devido a estas
características, filtros de espuma são geralmente utilizados em motos off-road,
para impedir a entrada de água no sistema e aguentar as intempéries e adversas
condições a que são submetidos.
O filtro de ar é geralmente o primeiro item a ser trocado por entusiastas.
Isso ocorre basicamente devido ao baixo custo da peça e os benefícios que pode
trazer em potência, torque, retomada e economia. Ao trocar um filtro usado, sujo
e entupido por um novo, o consumidor observa o veículo mais ágil, com melhor
retomada e consequentemente mais econômico. Isso ocorre porque filtros sujos
entupidos ou de má qualidade restringem a passagem do ar o que diminui a
eficiência volumétrica do motor. Em carros carburados esse efeito de perda de
potência, torque e autonomia de combustível devido filtros com restrição é muito
maior do que nos injetados. Isso porque nos injetados existem sensores, como o
sensor lambda que auxilia na correta proporção de ar-combustível. Desta forma
poderíamos esperar que o consumo com filtro novo ou de menor restrição não
traria melhorias na autonomia destes carros modernos com injeção eletrônica ou
injeção direta. Contudo, a perda de eficiência volumétrica com filtro sujo ou de
maior restrição é notável e mensurável, consequentemente o condutor passa
mais tempo no pedal do acelerador para atingir ou manter a performance
desejável. Consequentemente e inevitavelmente temos gastos indiretos com
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maior consumo de combustível. Os ganhos de potência esperados com a troca
de um elemento filtrante usado ou restritivo, por um novo e/ ou com menor
restrição a passagem do ar fica entre 1 a 3% da potência do veículo. Portanto,
motores com maior volume tendem a ter maiores ganhos comparados com
motores de baixa cilindradas. Como exemplo, motores de 8 cilindros e volumes
de 5.0L com 350 HP podem facilmente ganhar até 10 HP apenas com a troca do
elemento filtrante. Ganhos maiores podem ser medidos se por acaso o sistema
da caixa de ar não comporta um filtro com área superficial adequada (isso ocorre
devido limitações no projeto de engenharia e falta de área útil no cofre do motor
para utilização de caixas de ar maiores que permitam o uso de filtros com maior
área superficial). Motores de menor cilindrada, mas que sejam sobre alimentados
com turbo e/ ou supercharger também demonstram ganhos significativos de
potência apenas com a troca do elemento filtrante por um de maior vazão. Muitas
vezes os ganhos de potência e torque medidos coma troca do elemento filtrante
em um dinamômetro de rolo não conseguem representar por completo as
vantagens do filtro, como por exemplo, os ganhos em retomadas de aceleração.
Outro ganho muito importante do qual pouco ainda se discute é o ganho de
potência ao longo da curva de RPM. Neste sentido muita ênfase ainda se dá ao
pico de potência máxima, que geralmente ocorre em alto RPM. Portanto, maior
ênfase deve ser dada aos ganhos de potência e principalmente de torque em
toda a curva de RPM, já que dirigimos a maior parte do tempo nestas condições
operacionais. Para maiores ganhos de potência e torque, além da troca do
elemento do filtro de ar por outro com menor restrição, o entusiasta pode também
atentar para outras partes do sistema de filtragem que possam contribuir para
perda de carga e redução da eficiência volumétrica. Geralmente podemos
melhorar a captação do ar ambiente para a caixa de ar. O “snorkel” (Figura 2)
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muitas vezes é restritivo à passagem do ar devido ao menor diâmetro interno e/
ou curvas na tubulação que geram maior perda de carga. Existem muitos veículos
que apresentam tubulação do sistema de filtragem em 2,5 polegadas, mas com
diâmetro do snorkel de 2 polegadas. Outros apresentam snorkel de até 50 cm de
comprimento e com muitas curvas fechadas; ambas as condições aumentam a
perda de carga. Nestes casos pode-se optar pelo uso de tubulações com maior
diâmetro, evitando curvas desnecessárias, sempre optando por curvas abertas
de menor angulação. O leitor então se questiona sobre o porquê da presença do
snorkel em um veículo.
Estes existem pois apresentam papeis importantes no sistema de
filtragem. 1) são responsáveis por captar ar para o sistema de filtragem de um
local distante de fontes de calor. Isto porque no ar quente as moléculas de
oxigênio (que são as únicas moléculas no ar atmosférico admitido pelo motor
responsáveis pela combustão) estão mais distantes uma das outras. Portanto, a
quantidade de moléculas de oxigênio presentes em um mesmo volume de ar será
menor comparado com o ar frio, onde as moléculas estão mais próximas e
coesas. 2) snorkel também servem para abafar ou reduzir o som do sistema de
filtragem. O som da admissão, do ar entrando no motor ou ecoando das partes
mecânicas de admissão – provenientes do som da combustão em sentido
contrário para a caixa de ar – podem não ser agradáveis a grande parte dos
consumidores. Além dos consumidores, existem leis de poluição sonora que
estão a cada dia mais rigorosas nas montadoras de veículos. Alguns snorkels
apresentam como parte estruturante, caixas ressonadoras de som, que atuam
justamente para abafar as complexas ondas sonoras que atuam no sistema de
filtragem em sinfonia com as ondas contrarias do som provindos das válvulas de
admissão.
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(A)
(B)
Figura 2: Tubulação da passagem de ar.
O ar admitido pelo motor frequentemente é captado de fontes protegidas do calor. Para
isso tubulações ou “snorkel”. Embora a captação de ar à temperatura ambiente seja mais
favorável à performance, estas tubulações podem adicionar perda de carga e restrição
para a passagem do ar. Na foto a longa tubulação (A) e o diâmetro relativamente pequeno
(B) indicam que este sistema pode não ser o mais adequado a melhor performance.
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por outra compatível de maior área. Caso não seja possível, outras opções
existem, como por exemplo, remover por completo a caixa de ar, instalando um
filtro cônico ou cilíndrico em seu lugar. As vantagens e desvantagens desses
filtros cônicos/ cilíndricos são (Quadro 1):
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Troca do filtro do ar pode tornar-se mais Geralmente exigem adaptações
fácil comparado com alguns sistemas de com abraçadeiras e tubulações.
caixa de ar.
Monitoramento do grau de sujeira do filtro é Para alguns, o som emitido pode
facilitado por visualização imediata. tornar-se inconveniente a médio e
longo prazo.
Pode-se instalar o filtro em qualquer área Montagem de um sistema RAM é
desejável do cofre do motor apenas complexa ou inviável (ver seção
utilizando tubulações que o conectem até o 1.1)
corpo de borboleta ou admissão.
Filtros com maiores áreas superficiais Perda da originalidade e algumas
podem ser utilizados em comparação aos vezes da garantia (em veículos
filtros de caixa de ar, consequentemente novos).
reduzindo perda de carga e aumentando
potência.
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Para efeito de cálculo de incremento de potência, o leitor pode utilizar a
Equação (1) abaixo:
Onde:
Potência = Horsepower; 1 HP = 1,014 cavalos (CV).
Torque = libras por pés (lbs ft); 1 lb-ft = 0,138 kg-m.
5,252 = Constante.
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simples e barata usando sensores remotos de temperatura denominados
termocouplers ou até mesmo medindo a temperatura do IAT (Intake air
temperature sensor) que está posicionado na caixa de ar ou na tubulação de que
leva o ar para dentro do motor. A leitura nesse último caso é feita via leitor OBD
(Onboard diagnostic Detector) usando uma interface do tipo ELM 327 e softwares
como por exemplo o Torque Lite ou Torque Pro (muitos deles podendo ser
utilizados via celular ou tablet e adquiridos gratuitamente). No caso de optar-se
por um sensor externo termocoupler, este deverá ser instalado na tubulação,
perto da entrada do ar no corpo de borboleta do motor, de modo a ser mais
realista sobre a temperatura do ar que o motor está admitindo.
Para entender como a temperatura do ar afeta a performance do motor,
é utilizado uma Equação da sociedade internacional de engenheiros automotivos
(Norma SAE J1349, 1995). Esta Equação internacional para motores de
combustão interna é baseada no fator de correção que de maneira simplificada
é assim representada (Equação 2):
Onde:
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Uma vez que o fator de conversão é calculado, a performance do motor
é estimada conforme o exemplo a seguir. Um carro equipado com short-intake
apresenta potência na roda de 141,6 cavalos de força, ao nível do mar (Pa =
29,235 polegadas Hg) e temperatura ambiente de 25C. Esta temperatura e
pressão são conhecidas como padrão para os testes de SAE e, portanto, o fator
de conversão (FC) é igual a 1. Nestas condições, a potência medida do veículo
não é corrigida.
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1.1.2 Sistemas de indução forçada de ar - RAM
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estipulados pelas normas de trânsito. A Equação 3 demonstra a velocidade
necessária para atingir uma determinada pressão positiva, ou seja, acima da
pressão atmosférica de 1 bar ou 14,7 psi utilizando um sistema RAM.
Onde:
P = Pressão positiva exercida pelo sistema RAM no sistema de admissão do ar;
psi
Kph = Velocidade de movimento do veículo em Quilômetros por hora.
6,798 × 10-6 = Constante
100 𝑐𝑣 𝑐𝑣
= 6,8 (4)
14,7 𝑝𝑠𝑖 𝑝𝑠𝑖
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é a pressão atmosférica, temos o equivalente a 6,8 cv por psi atmosférico.
Portanto, o incremento de 0,1 psi a 121,3 km/h resulta em:
𝑐𝑣
6,8 𝑝𝑠𝑖 × 0,1 𝑝𝑠𝑖 = 0,68 𝑐𝑣 (5)
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Os ganhos com o sistema RAM podem ainda ser interessantes em
outros dois aspectos: 1) com a captação direta do ar em zonas de alta pressão
do veículo, consegue-se captar o ar a temperatura ambiente, reduzindo o efeito
da admissão de ar quente de dentro do cofre do motor e que resulta em perda de
potência, 2) Mesmo a velocidades não tão altas, é possível superarmos as perdas
de carga exercidas por um filtro e/ou tubulações do sistema. Em ambos os casos,
o ganho de potência é observado.
O desenvolvimento de um sistema RAM eficiente é bastante complexo
devido aos intrínsecos fenômenos de mecânica dos fluídos e aerodinâmica.
Portanto, este assunto não será abordado com detalhes. De qualquer forma, ao
construir um sistema RAM é necessário atentar para alguns aspectos básicos
como instalar a captação do ar em áreas de alta pressão do veículo (exemplo:
como na frente do para-choque ou ainda na região da calha ou grelha localizada
entre o capô e o para-brisas) e evitar curvas na tubulação, deixando-a a
passagem do ar o mais direto possível entre o ponto de captação do ar e a
entrada no motor (corpo de borboleta). As paredes internas das tubulações não
devem ser corrugadas internamente para evitar turbulência e perda de fluidez. A
captação do ar externo deve utilizar tubulação em formato de “corneta” em sua
extremidade o que aumenta consideravelmente a área de captação do ar pela
tubulação melhorando também a fluidez do ar para dentro da tubulação. É
possível construir uma “corneta” facilmente utilizando uma tubulação de PVC,
tipicamente utilizados para encanamento de água (Figura 4). Para isso, basta
serrar um pequeno comprimento do cano (aproximadamente 5 cm de
comprimento), aquecer suas extremidades, e moldar no formato de “boca de
sino” com a ajuda de um molde, como por exemplo forçando o PVC ainda quente
contra a parte superior de uma garrafa plástica do tipo “PET”. O diâmetro do tubo
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de PVC a ser utilizado leva em conta o diâmetro da tubulação do sistema RAM
utilizado. Ao final do processo, a “corneta” poderá ser pintada na cor desejada
utilizando tinta “spray”.
Uma desvantagem do sistema RAM está na capacidade do sistema em
deixar admitir água e muita sujeira. No caso de água, isto pode ser bastante
problemático ao ponto de causar sérios danos mecânicos ao motor (e.g., bielas
e válvulas dobradas ou quebradas) via calço hidráulico. A entrada de sujeira é
também problemática no sistema de admissão de ar, ocasionando maior
acumulação de sujeiras e partículas no filtro de ar que precisa então ser
frequentemente trocado ou lavado.
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do ar sendo admitido. Com isso podemos ter variações na curva de torque e
potência ao longo do RPM em função de qual sistema utilizarmos. Aconselha-se
iniciar com um intake com comprimento de aproximadamente 30 cm. Um
encurtamento desta tubulação desloca a curva de potência máxima para maior
faixa de RPM. Contrariamente, aumentando-se o comprimento deste intake traz-
se a curva de potência máxima para menores faixas de RPM.
√(𝐶𝐼𝐷 × 𝐸𝑉 ×𝑅𝑃𝑀)
𝐷= (6)
𝑉 ×1.130
Onde:
(A)
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(B)
Figura 4: Modelo de tubulação de PVC em formato cometa.
A extremidade da tubulação usada em sistema RAM deve ser no formato “corneta” que
influencia positivamente em maior volume de admissão do ar e reduz turbulências.
Tubulação de 50,8 mm com abertura de 65 mm (A). Existem algumas “cornetas”
disponíveis no mercado, mas estas podem também ser facilmente construídas pelos mais
aventureiros utilizando materiais simples e de baixo custo como tubulação de PVC. O
efeito da entrada do ar numa tubulação com formato de corneta (B). A velocidade do ar
é significativamente otimizada na tubulação contendo a corneta, gerando maior volume
de ar que pode ser admitido pelo sistema sem restrição. Simulações realizadas em
tubulação de 50,8 mm de diâmetro interno, com velocidade de entrada do ar de 3 m/s a
1 atmosfera (atm) de pressão. Simulações realizadas utilizando SolidWorks, Flow
simulation versão 2016. (Cortesia Leonardo P. da Silva).
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temperatura a qual o filtro estará exposto. O Quadro 2 resume as principais
peculiaridades associadas com o uso do short ram e cold air induction (CAI).
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Exhaust – D; Ford Rocam 1.6L turbo “Snow”, cortesia de Diego Aristides - E). Detalhe do
comprimento da tubulação e das curvas suaves utilizadas para a confecção do “cold air
intake” do Renault RS – F. Projetos especiais tomam conta dos autódromos, como este
clio RN com motor VW – G.
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- Com maior comprimento de tubulação,
maior perda de carga é possível, o que
acarreta perda de potência
principalmente em alto RPM. Contudo, o
efeito de velocidade do ar com mais
momentum pode gerar maiores ganhos
de potência principalmente em baixa e
média RPM. Os ganhos são bem
significativos no pico de torque.
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De maneira bem básica, um sistema de admissão deve ser
dimensionado com tubulações de comprimentos e diâmetros distintos para
garantir um maior preenchimento dos cilindros com mistura ar-combustível. É
possível gerar com o correto dimensionamento da admissão uma pressão
positiva de ar acima da atmosférica na região das válvulas de admissão do
cabeçote. A abertura e fechamento das válvulas de admissão durante os ciclos
de combustão são muito rápidos e a coluna de ar que está sendo admitida com
velocidade e que possui peso, acaba se chocando com pressão positiva nas
válvulas ao se fecharem. Parte deste ar tenta recuar em sentido contrário ao
fluxo, criando frequências de ondas. É devido a estas ondas que os sistemas de
intake apresentam caixas ressonadoras, servindo para anular ondas de
frequências contrarias ao caminho natural do fluido e que poderiam causar
interferência no volume total de ar a ser admitido dentro do cilindro. Para quem
tiver curiosidade de aprender mais sobre o fenômeno, pode procurar literatura
que descreve o fenômeno de Helmholtz do qual os ressonadores de admissão
de ar foram baseados.
Para o dimensionamento das tubulações do coletor de admissão que
saem de cada cilindro em particular, geralmente quanto maior o comprimento
e/ou menor o diâmetro, maior será o torque e potência em baixos RPM porque
nestas dimensões, a velocidade do ar é maior, enchendo de forma mais eficiente
os pistões e porque também apresentam baixa frequência de ressonância.
Contrariamente, tubulações com menor comprimento e maior diâmetros
favorecem alto RPM em detrimento de baixo e médio RPM. Os ganhos em alto
RPM ocorrem em virtude da menor restrição a passagem do ar. Com base neste
princípio temos os ITB (do inglês individual throttle bodies) que são tubulações
de pequeno comprimento e diâmetros adequados para cada cilindro. Nestes
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sistemas cada cilindro é tratado como um sistema individual, contendo até
mesmo uma borboleta própria (Figura 6). Aliado a uma taxa de compressão ideal,
adequada graduação do (s) comando (s) e correto avanço no tempo de ignição,
pode-se ter ganhos expressivos de potência e torque em alto RPM com o uso
dos ITBs.
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Cada cilindro é tratado de forma individual, com sua própria borboleta de controle de
entrada de ar. Devido ao pequeno comprimento da tubulação e diâmetros adequados, a
restrição a passagem do ar é reduzida ao máximo, o que favorece maior eficiência no
preenchimento dos cilindros em alto RPM (FotoFord Rocam 1.6L; cortesia de Fernando
Bozza-A, Ford Escort XR3-B, e VW Passat-C).
1.2 Dicas
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Motores de combustão interna, do ciclo Otto, necessitam de uma
centelha para iniciar o processo de combustão da mistura ar (oxigênio)
combustível. Motores do ciclo Diesel trabalham com taxas de compressão tão
elevadas que o processo de ignição é espontâneo, portanto, não utilizam velas
de ignição.
O processo de ignição dos veículos atuais e gerenciado pela ECU
(Engine Computer Unit). Sensores se fazem presentes na polia do virabrequim
para a leitura correta do momento onde a ignição deve ser iniciada. Estes
sensores, geralmente do tipo indutivos, determinam através de pulsos
magnéticos a posição exata dos pistões ao longo de todos os 4 ciclos do motor
(isto e, admissão, compressão, combustão e exaustão). Desta forma, o sensor
identifica a posição ideal para acionamento da ignição1. O sinal emitido pelo CPS
e recebido pela ECU que então envia sinal elétrico (geralmente na forma do
aterramento para fechar o circuito de 12 V) para a bobina ou bobinas. Veículos
atuais geralmente apresentam uma bobina para cada cilindro. Recebendo o sinal
da ECU a bobina então amplia a voltagem de 12V para cerca de 20.000V ou
mais, descarregando instantaneamente, em fração de milissegundos, esta
voltagem para as velas de ignição. A transferência desta voltagem pode ser
direta, quando a bobina e montada diretamente sobre a vela, ou através de um
cabo de velas. Veículos modernos não mais apresentam cabos de velas.
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Este capítulo descreve cada uma das principais partes componentes do
sistema de ignição e discute possibilidades de aperfeiçoamento do conjunto para
incremento de performance do veículo.
1.3 Bobina
36
constatação de que uma bobina de maior voltagem trouxe melhor desempenho
ao motor e porque a bobina antiga já apresentava sinais de problemas, ou
quando há uma modificação massiva e significativa nas características originais
do motor. Neste caso, a voltagem produzida pela bobina original pode ser
insuficiente, principalmente em condições de altas taxas de compressão e/ ou
alto RPM. Em alto RPM a taxa de recarga da bobina e significativamente
reduzida, o que consequentemente gera uma voltagem muito menor. Os
sintomas neste caso são falhas na aceleração, engasgos, perda de desempenho
e aumento do consumo de combustível. Sintomas similares podem ser
observados quando dentro do compartimento das velas existe umidade, água ou
até mesmo vestígios de óleo. Nestes casos, existe fuga da voltagem que não
chega às velas. A grande maioria dos sistemas de ignição atuais, incluindo as
bobinas originais dos veículos são suficientes para manter o bom desempenho
do motor, mesmo quando estes têm a potência triplicada. Para reduzir o estresse
no sistema de ignição e principalmente na bobina devido ao aumento da
compressão no motor e ou adição de mais RPM, torna-se necessário reduzir a
abertura das velas. Uma falha de ignição pode custar significativas perdas de
cavalos de potência. A seção 2.4 Características gerais da ignição discute o efeito
de vários parâmetros na demanda de voltagem de uma bobina.
37
Atualmente as bobinas são instaladas diretamente sobre as velas, reduzindo
significativamente as perdas de corrente elétrica. Os cabos de velas são
compostos internamente por materiais que condutivos, como carbono ou ainda
metais como o ferro devidamente dispostos em espiral para transmitir a voltagem
até as velas. Com o passar do tempo, e comum o carbono interno componente
dos cabos de vela criarem maior Resistência e com isso reduzir a voltagem até
as velas. Neste caso os cabos de velas devem ser substituídos. Sintomas
frequentes de cabos de velas ruins são: dificuldades na partida do motor, falhas
intermitentes em aceleração, principalmente em alto RPM, perda de performance
e redução na autonomia. Existem no Mercado cabos de velas constituídos
internamente por metais especiais que apresentam baixa Resistência elétrica.
Contudo, a baixa resistência elétrica destes cabos de vela em particular pode
gerar inúmeros problemas de origem elétricas decorrentes das ondas de rádio e
eletromagnéticas. Com isso, sinais elétricos recebidos por sensores ou mesmo
pela ECU podem ficar comprometidos. Como resultado, temos um
comportamento irregular do veículo, com falhas em todo o RPM. Carros que não
utilizam injeção eletrônica, vulgarmente conhecidos por carburados, podem
utilizar-se destes cabos menos restritivos sem problemas. Caso o seu veículo
com injeção eletrônica ainda utilize cabos de velas, recomenda-se verificar os
cabos para certificar-se que não estão cortados em sua estrutura externa
geralmente confeccionada em silicone, está bem encaixada nos terminais das
velas e nas torres das bobinas. Caso haja falhas na ignição por vazamento no
cabo, e possível muitas vezes observar a fuga da ignição olhando o motor em
funcionamento a noite. A fagulha de ignição pode então ser observada ocorrendo
ao longo do comprimento do cabo e em direção a um ponto de aterramento, como
a tampa de válvulas ou o bloco do motor. O cabo de vela com tal vazamento
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deverá ser substituído. Recomenda-se orientar os cabos de velas de maneira a
evitar dobras e preferencialmente mais distantes uns dos outros para evitar
interferência por indução. Similarmente os cabos de velas devem estar afastados
de quaisquer sensores para evitar interferência da transição de dados eletrônicos
por este. Não há um período recomendado para a troca dos cabos de vela.
Contudo uma verificação visual a cada 6 meses pode ser uma boa estratégia de
prevenção. Os cabos de vela são trocados geralmente em conjunto, quando se
trocam as velas de ignição. A Figura 7 demonstra dois motores: um de concepção
mais antiga que utiliza cabos de velas e outro mais moderno, cuja ignição ocorre
com a bobina ligada diretamente a sua respectiva vela.
(A)
(B)
Figura 7: Bobinas do Sistema de ignição.
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Bobinas são componentes do Sistema de ignição que convertem a voltagem da bateria,
geralmente ±12VDC para > 10.000 V. Acima, dois sistemas de ignição. Um demonstra a
transferência da voltagem da bobina até as velas através de cabos de velas (A) e o outro,
mais moderno, que transfere a voltagem diretamente as velas, ou seja, uma bobina por
vela (B). (Fonte: O Autor).
1.5 Velas
40
fenômenos de turbulência da mistura ar combustível dentro dos cilindros.
Portanto, se o motor em questão não foi drasticamente modificado em relação a
sua engenharia inicial, e recomendado manter o mesmo tipo de vela.
Vários tipos de metais são utilizados na construção dos eletrodos das
velas, sendo os mais comuns o cobre, a platina, e o iridium. O cobre e o metal de
menor valor, portanto as velas feitas com este material apresentam custos
baixos. Já o metal iridium, apresenta custo elevado e, portanto, velas construídas
com este metal no eletrodo apresentam alto custo. O que ocorre e que o metal
iridium apresenta alta Resistência mecânica e não sofrem desgastes prematuros
como as de cobre. Portanto, ao longo prazo, velas de metais como platina e
iridium podem tornar-se interessantes do ponto de vista econômico a longo prazo.
O quadro 3 abaixo demonstra as principais características de condutividade
térmica e elétrica de alguns metais utilizados nos eletrodos das velas. Notamos
que o iridium é muito inferior nesses parâmetros se comparados à prata e ao
cobre. Contudo, devido à alta Resistência mecânica do metal iridium, o eletrodo
pode ser manufaturado com pequeníssimas dimensões; geralmente o eletrodo
apresenta 0,4 - 0,7 mm de espessura. Como a eletricidade tem essa
característica de “pular” com mais facilidades entre pequenas áreas, conseguiu-
se obter uma ignição desejada, mesmo diante das péssimas características de
condutividade elétrica do metal.
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Quadro 3: Características dos metais utilizados nos eletrodos comumente
encontrados nas velas.
Característica Metal no eletrodo
Prata Cobre Ouro Iridium Níquel Platina Aço
Condutividade 407 384 310 147 59 70 58
térmica
(W/mK)
Condutividade 66 57 45 18 10 10 7
elétrica (mS/m)
Onde: W (Watts), m (metros), K (graus Kelvin), e mS (miliSiemens).
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construídas de materiais do tipo platina e iridium, principalmente este último, são
mais populares ultimamente devido sua grande Resistência e altíssima
durabilidade, muitas vezes necessitando a troca somente após 100 mil km. Em
termos de performance, no entanto, não existem dados concretos que
demonstrem ganhos significativos entre velas construídas com eletrodos de
diferentes materiais.
43
calor entre os eletrodos na câmara de combustão e o bloco do motor, o que
confere uma menor temperatura a vela.
Os níveis térmicos são classificados pelas montadoras das velas
através de números. Por exemplo, para a montadora NGK, esta classificação
pode ser da numeração 5 (muito quente) até 9 (muito fria). Esta numeração,
entretanto, não é universal e pode variar conforme a fabricante das velas. Por
exemplo, a numeração que classifica o grau térmico para as velas BOSCH é
inversamente correlacionada com as das velas NGK. O Quadro 4 apresenta a
referência cruzada entre os graus térmicos das velas mais comuns no Mercado.
44
consequências indesejáveis. Uma vela mais fria do que o necessário não terá a
capacidade de atingir a temperatura ideal em sua extremidade. Com isso a vela
não terá a capacidade auto-limpante, consequentemente apresentando um
acúmulo de carbono resultante da queima parcial do combustível. Como o
carbono é condutor de eletricidade, a ignição da vela passa então a ter caminhos
aleatórios, desviando do correto caminho ao eletrodo principal. Como
consequência teremos um motor mais carbonizado, falhas do motor devido
ignição deficiente e irregular, maior consumo de combustível, e
consequentemente perda de performance. Em geral, uma vela fria, encoberta de
carbono necessita ser trocada, preferencialmente por uma de grau térmico
diferente (mais quente). A longo prazo, o motor pode apresentar sintomas de
carbonização interna. Por outro lado, se o usuário, utiliza velas mais quentes do
que o ideal, outros problemas podem ocorrer. Como a transferência de calor é
ineficiente, as extremidades da vela alcançam temperaturas muito altas a ponto
de derreter os eletrodos e/ ou quebrar a porcelana da vela. Por apresentarem
temperaturas muito quentes em suas extremidades, é possível que o processo
de ignição espontânea ocorra, ou seja, o processo de combustão ocorra antes
da própria ignição da vela. Quando isso ocorre, temos o fenômeno conhecido
como pré-ignição que pode ou não vir acompanhado do fenômeno da detonação.
Num fenômeno de pré-ignição, a mistura ar-combustível inicia a combustão
devido o contato com a extremidade da vela com alta temperatura. Como este
evento ocorre antes do momento ideal de ignição da vela, o processo precoce de
combustão estará forçando o pistão para baixo enquanto o mesmo ainda está em
ascensão. Estas forças contrarias podem então danificar a parte mecânica do
motor. Geralmente quebrando as canaletas dos pistões, os anéis dos pistões e
em casos mais severos, quebrando os pistões e entortando ou quebrando as
45
bielas. Muitas vezes os sinais de pré-ignição podem ser identificados através de
avisos sonoros, como por exemplo, o famoso “grilar” que é similar a pequenas
batidas metálicas. Infelizmente, estes avisos sonoros não são facilmente
detectados, principalmente em altas rotações (RPM). Nesses casos, quando
ocorrem em tais situações, causam estragos mecânicos imediatos. Existem
maneiras de avaliar se o motor se encontra sob condições propícias para pré-
ignição. Para isso, recomenda-se remover as velas para observação. Velas
quentes demais para o motor em questão podem apresentar pequenos pontos
de coloração cinza nos arredores da porcelana branca. Estes são indicativos de
alumínio provenientes da cabeça do pistão. A Figura 9 mostra a escala de cores
nos eletrodos de velas de diferentes graus térmicos. Com base nessa Figura o
leitor pode chegar muito perto do melhor grau térmico da vela para o motor.
46
com acúmulo de fuligem preta de carbonização indica pouco poder auto-limpante da
velao que não atinge temperatura ideal para a descarbonização, típico de uma vela fria
para a aplicação. Geralmente a porcelana na colocarção bege a marrom claro indica que
a vela é de grau térmico adequado. (Fonte: O autor).
47
Figura 10: Velas de iridium com eletrodos destruídos após uso de óxido nitroso.
Eletrodos das velas de iridium completamente destruídos após alguns segundos da
injeção de 100 cv de óxido nitroso em um Honda RSX Type-S. Neste caso o uso de velas
com grau térmico maior poderia ter evitado este problema. O resultado da pré-ignição
custou algumas válvulas de escapamento tortas e quebradas. (Fonte: O Autor).
Não há uma regra básica para qual grau térmico se usar quando se
altera o tipo de combustível, por exemplo, motores a gasolina convertidos para
etanol. Neste caso, se não houve incremento significativo de performance,
recomenda-se utilizar o mesmo grau térmico. Como o etanol não produz resíduos
de combustão, como a fuligem de carbono tipicamente resultante da queima
parcial da gasolina (ainda muito rica em enxofre), fica difícil avaliar o grau térmico
da vela apenas pela observação de sua coloração com base no deposito de
carbono. Uma coloração branca-bege na porcelana central da vela indica nestes
casos uma vela de temperatura muito perto da ideal.
A escolha do grau térmico e importante, pois as extremidades onde
estão os eletrodos precisam estar em temperatura auto-limpante ideal para uma
melhor transferência da ignição (Figura 11). A escolha correta do grau térmico
ideal não traduz diretamente em incremento de potência, mas ao permitir um
adequado processo de combustão, pode contribuir para uma melhor performance
48
e economia de combustível. O incremento em performance e observado neste
caso, ao substituir as velas usadas, desgastadas por novas.
Figura 11: Efeito da temperatura das velas na capacidade auto limpante das mesmas.
49
1.5.2 Ajustes na abertura dos eletrodos
50
elevada através de trabalho no cabeçote (plaina) e/ ou uso de pistões com maior
altura, recomenda-se reduzir a abertura dos eletrodos em 0,15 a 0,2mm. A
redução da abertura dos eletrodos servirá neste caso para garantir a centelha de
ignição, mesmo em condições de maior compressão e tendência de dissipação
da centelha. Falhas de ignição por não executar o ajuste da abertura das velas
poderá ser constatada, principalmente em alto RPM, onde as bobinas tem pouco
tempo de recarga. O mesmo princípio aplica-se a motores aspirados que foram
turbinados ou supercharged. Motor originalmente turbo ou supercharged que
tiver, incremento de pressão (boost), seguem o mesmo princípio, ou seja,
necessitam de cuidados com a redução da abertura dos eletrodos. Como o ajuste
da abertura dos eletrodos é muito sutil e precisa, deve-se utilizar ferramenta
adequada. A Figura 12 demonstra a ferramenta para ajustes da abertura dos
eletrodos das velas. A ferramenta geralmente apresenta escala em polegadas e
milímetros. Para reduzir a abertura das velas basta forçar o eletrodo lateral contra
uma superfície plana. Para abrir o eletrodo, basta forçar o eletrodo lateral usando
a própria ferramenta de ajustes. Após os ajustes, os eletrodos devem ficar
separados entre si em paralelo, evitando, por exemplo, a curvatura da ponta do
eletrodo terra sobre o eletrodo central que devem permanecer paralelos entre si.
Alguns tipos de velas, devido à conformação do eletrodo lateral, não são
passiveis de ajustes.
51
Figura 12: Ferramentas para ajustes da abertura dos eletrodos das velas.
A ferramenta geralmente apresenta duas escalas mensuráveis (em polegadas ou
milímetros). Para abrir os eletrodos jamais deverá ser aplicada forca sobre a porcelana,
como por exemplo usa-la como alavanca para abrir o eletrodo lateral. Caso contrário, a
porcelana sofrerá rachaduras e posterior quebra. Ao final do trabalho de ajustes, os
eletrodos das velas devem permanecer paralelos entre si. (Fonte: o autor).
52
Tabela 1: Modificações nos motores, como alteração da taxa de compressão
estática ou efetiva, instalação de turbo compressores ou superchargers, óxido
nitroso ou alteração de combustíveis exigem cuidados com a abertura dos
eletrodos das velas. Embora os valores mencionados aqui não sirvam de regra,
estes servem como base para vários projetos.
Abertura entre os eletrodos (milímetros)
Tipo de Recomendad Conversão Aumento da Instalação de Adição
motor o fabricante gasolina taxa de turbo e ou de
para etanol compressão supercharger óxido
efetiva ou nitroso
incremento
pressão
turbo/
supercharger
Original - 1,0 – 1,1 0,9 – 1,0 0,7 – 0,8 0,7 – 0,8 0,9 – 1,0
Aspirado
Original - 0,7 – 0,8 0,65 – 0,75 0,38 – 0,7 - 0,6 – 0,7
Turbo Pressões altas
exigem
menores
aberturas
53
arestas. Este e o motivo pelo qual velas apresentam eletrodos finos e/ou alça de
aterramento da vela com várias angulações ou bifurcadas, favorecendo a
formação da fagulha de ignição nestes pontos. A concentração de elétrons nestes
pontos de menor área superficial forma uma forte ignição prevenindo fagulhas
incompletas e falhas principalmente em câmaras de combustão de alta
turbulência como motores de injeção direta turbo-alimentados. A redução da área
de superfície também tem a função de minimizar as chances de pré-ignição
mantendo mínimas as áreas dos eletrodos expostas e que poderiam através do
calor armazenado gerar ignição prematura da mistura ar-combustível por auto-
combustão.
Com base neste fenômeno de transferência de elétrons e formação da
fagulha em pontas e arestas, e possível melhorarmos a ignição de velas
tradicionais. A intenção é formar angulações possíveis no eletrodo “terra” da vela,
através de um minucioso trabalho utilizando-se de uma lima ou uma dremel. As
Figuras 13 e 14 demonstram o resultado de um trabalho no eletrodo “terra” de
uma vela. Outras duas vantagens são esperadas com esse trabalho nas velas 1)
a área total do eletrodo “terra” e reduzida, diminuindo as chances de pré-ignição
por expor menor superfície quente da vela capaz de causar autocombustão antes
da própria fagulha e, 2) reduzir a área sobre o caminho de propagação da fagulha,
o que beneficia a propagação da chama, efeito este conhecido por propagação
da chama Kernel. No entanto, o uso de um eletrodo “terra” trabalhado pode
causar um desgaste prematuro do eletrodo central devido ao caminho
preferencial formado nos mesmos pontos de melhor condução de elétrons. Isto
torna-se uma desvantagem, pois a troca mais frequente das velas pode ser
necessária. Neste caso, recomenda-se utilizar velas de cobre, convencionais e
de baixo custo.
54
Figura 13: Angulações do eletrodo “terra” para a concentração de elétrons e formação
de fagulha.
A propagação dos elétrons presentes em uma descarga elétrica de alta voltagem entre
os eletrodos ocorre e áreas de menor Resistência a passagem dos elétrons. A fagulha
geralmente e observada ocorrendo em pequenas áreas da superfície (como em eletrodos
finos encontrados em velas de platina e iridium) e/ou arestas. Velas com o eletrodo “terra”
apresentando várias angulações e “cantos” propícios para a concentração de elétrons e
início da formação da fagulha. Para obter este tipo de trabalho, o eletrodo terra pode ser
desbastado de forma angular utilizando-se uma lima fina e/ ou uma dremel. (Cortesia
Leonardo P. da Silva).
55
expansão da chama (propagação da chama Kernel). A desvantagem deste trabalho nas
velas consiste no desgaste prematuro do eletrodo central, exatamente na proximidade
com o eletrodo lateral devido ao intenso e preferencial caminho dos eletros e formação
da fagulha naquele local. (Cortesia Leonardo P. da Silva).
1.5.4 Indexação
56
Figura 15: Identificação da posição ideal para indexação e orientação dos eletrodos da
vela.
Durante a instalação da vela, fica impossível determinar a orientação dos eletrodos dentro
da câmara. Para isso basta fazer uma simples marcação na porca sextavada da vela,
para se identificar durante a instalação, a posição ideal para indexação. (Fonte: o Autor).
57
Figura 16: Voltagem mínima necessária para uma ignição perfeita.
A voltagem mínima necessária para uma ignição perfeita depende da relação ar-
combustível, da taxa de compressão estática ou efetiva, da abertura dos eletrodos, e do
grau térmico das velas. A redução da abertura das velas de 1,1 mm para 0,7 mm reduz
a voltagem necessária em quase 50% ! (Fonte: Adaptado de www.dsportmag.com).
58
massa de ar e muito maior do que a massa de gasolina para uma combustão
perfeita (combustão perfeita aquela com base na relação química de
estequiometria, ou seja, 14,7 mols de oxigênio presente no ar atmosférico para 1
mol de gasolina). Motores operando com misturas “pobres”, apresentam
sintomas de falhas intermitentes na aceleração, engasgos e perda de potência.
Parte destes sintomas é proveniente da ausência de voltagem mínima necessária
para ignição. Misturas onde a quantidade de ar e relativamente menor do que a
de combustível (mistura chamada de “rica”, ou seja, relações ar: combustível <
14,7:1) a ignição ocorre mais facilmente, exigindo menor voltagem da bobina.
Geralmente relações ar-combustível entre 10,5 a 12,5:1 são melhores para maior
performance e segurança mecânica em carros sobre alimentados (turbo ou
supercharged) e 12,7-13,5:1 em motores aspirados. Nesta faixa de mistura, a
voltagem necessária para ignição e comparativamente menor do que as misturas
“pobres”. A voltagem necessária para ignição de misturas ar-combustível ideal
para maior performance em carros turbos ou superchargers. O uso de velas
desnecessariamente muito frias, além de acelerarem o processo de carbonização
do motor, também colocam maior estresse nas bobinas que passam a ser mais
demandadas pelas velas a fecharem o circuito e criar a ignição.
59
1.7 Dicas
2 Escapamento
60
performance de um motor. Seu correto dimensionamento atua significativamente
no aumento do torque e potência tanto em motores aspirados ou com indução
forçada (turbo).
O dimensionamento de um escapamento para motores naturalmente
aspirados é diferente daqueles com indução forçada de ar e, portanto, a
explicação para cada tipo de motor será apresentada separadamente.
61
e admissão ainda estão abertas (overlaping). Quando isso ocorre, é possível
preencher o cilindro com maior volume de ar, ou seja, de 1 a 5% a mais do que
é possível sem o efeito de sucção pelo escapamento. A este fenômeno damos o
termo de “efeito pulsante” do escapamento, conforme demonstrado na Figura 17
abaixo. Gases possuem peso, portanto, o fluxo de gás pelo escapamento
continua seu trajeto, mesmo após as válvulas de escapamento terem fechado
provisoriamente. Atrás do pulso de gás fluindo pelo escapamento existe uma área
de vácuo ou baixa pressão. Assim, no próximo evento de reabertura das válvulas
de escape, os gases são literalmente puxados pelo escapamento em função do
vácuo criado pelo pulso dos gases expelidos no ciclo de combustão interior.
Portanto, se existir uma contrapressão no sistema de escapamento, o efeito do
pulso será significativamente anulado, o que resultará em menor efeito de
remoção dos gases do cilindro. Daí a importância de termos sistemas de coletor
e escapamentos corretamente dimensionados.
62
dimensionamento do comprimento e diâmetro da tubulação usada. Os benefícios maiores
também são verificados apenas em algumas faixas de RPM. A contrapressão ou
backpressure é encontrada quando o pulso de gases encontra barreiras, como
catalizadores, tubulações com excesso de curvas não suaves, abafadores, ou até mesmo
em uma tubulação reta contendo ar em maior densidade em consequência da
temperatura mais baixa que as dos gases do escapamento.
(A)
63
(B)
64
como base para dimensionar o comprimento da tubulação primária do
escapamento.
850 ×(𝑉𝐸𝐺+180)
P= − 3 (7)
RPM
cc
di = 2,1 × √(P+3)×25 (8)
Onde:
di é o diâmetro interno da tubulação do escapamento primário, cc é o volume em
centímetros cúbicos (ou mililitros de um cilindro2) e P é o comprimento do
escapamento primário em polegadas (1 polegada = 2,54 cm).
65
No modelo 4x2x1, os diâmetros dos 4 primeiros tubos são calculados
exatamente conforme a Equação 8 acima. Já a Equação 9 abaixo é usada para
calcular o diâmetro da tubulação composta pelos outros 2 tubos.
66
Para estimar o diâmetro do escapamento final, que une os dutos
primários e direciona os gases até a ponteira final, utiliza-se a seguinte formula:
cc ×2
= 2 × √(P+3)×25 (10)
Onde:
é o diâmetro interno da tubulação do escapamento, cc é o volume em
centímetros cúbicos (ou mililitros de um cilindro1) e P é o comprimento do
escapamento em polegadas (1 polegada = 2,54 cm) calculado anteriormente.
O Quadro a seguir, serve como um exemplo para estimar o diâmetro do
escapamento a ser utilizado. Os números apresentados servem como referência
apenas e são estimados com base na potência do veículo em cavalos.
Quadro 5: Diâmetro estimado da tubulação de escape3 com base na potência do
motor (em cavalos de força).
Cavalos de força Diâmetro do escapamento (em polegadas)
80-120 1,86
110-140 2
130-150 2,13
140-185 2,25
180-220 2,5
210-265 2,75
250-320 3
280-360 3,5
400-500 4
480-630 4,5
580-750 5
67
Uma vez determinado as dimensões do coletor e diâmetro do tubo do
escapamento, o próximo passo é determinar o uso do catalisador e do melhor
tipo de abafador intermediário e final a serem utilizados. A presença do
catalisador geralmente acarreta em restrição no sistema e perdas de potência na
ordem de 1 a 5% dependendo do tipo de motor (aspirado ou comprimidos) assim
como a capacidade volumétrica dos mesmos (quanto maior o volume do motor,
maiores as perdas com catalisador). Contudo, catalisadores modernos são bem
menos restritivos em comparação com anos anteriores. A colmeia interna da qual
é construído apresentam maior área superficial e com isso facilitam a fluidez e
passagem dos gases. O uso do catalisador é mandatório segundo as Leis e o
seu papel é relevante na redução da poluição atmosférica, principalmente no que
diz respeito aos gases do tipo óxidos de nitrogênio (NOx) e monóxido e dióxido
de carbono (CO e CO2). A remoção do catalisador para uso em pistas, tracks, e
off-roads é uma pratica comum, onde todo HP e torque a mais fazem a diferença.
Contudo, a remoção do mesmo para o uso diário do veículo em vias públicas
depende apenas da consciência pessoal. Existe a opção de usar catalisadores
menos restritivos, construídos internamente com maior número de células da
colmeia, reduzindo ou eliminando a restrição a passagem dos gases sem
comprometer a qualidade do ar.
Com relação aos abafadores intermediários e finais, a intenção é manter
a passagem dos gases com maior fluidez e sem restrição, dando continuidade
ao trabalho desenvolvido no dimensionamento do coletor. Para conseguir tais
resultados os abafadores são trocados por unidades menos restritivas. A Figura
19 demonstra como é construído um abafador convencional e um de alta
performance. Nesta figura nota-se que os gases não apresentam fluxo linear,
chocando-se com paredes internas. É fato que estes tipos de abafadores
68
conseguem eliminar significativamente as ondas sonoras que causam barulho e
ressonância. A desvantagem é que por apresentarem restrição, podem custar
alguns cavalos e torque. Vale a pena mencionar, entretanto que não existe
nenhuma relação entre ganho de performance com aumento do som do
escapamento. Existem abafadores que realmente anulam ressonância e ondas
sonoras causadoras de ruídos e silenciam o som do escapamento sem afetar a
potência de forma significativa.
Com relação aos abafadores retos, menos restritivos, cuidado. Existem
abafadores que internamente possuem diâmetro muito menor do que a medida
externa, da qual toda a tubulação foi dimensionada. Isso causa backpressure e
restrição, influenciando negativamente na potência e torque. Deve-se atentar
também a modelos que ao invés de serem construídos com furos ou orifícios
internos, apresentam pequenas protuberâncias e ondulações internas. Estas
servem para reduzir os ruídos e ressonância, mas causam turbulência e também
afetam significativamente na potência e o torque.
69
nesse processo de evacuação de gases dos cilindros. Nesse processo, a
eficiência volumétrica de um motor pode ser significativamente otimizada. Um
dimensionamento errado, entretanto, pode ter efeitos contrários e custar torque
e potência. Por exemplo, um coletor com tubulações primárias de diâmetro muito
menor pode aumentar a velocidade dos gases, mas aumenta a contrapressão
(backpressure). Primários de maior diâmetro causam perda de velocidade dos
gases e diminuem o efeito de evacuação dos gases dos cilindros. Em motores
turbo, o dimensionamento do escapamento primário tem pouca importância. Isso
porque o efeito de evacuação de gases neste tipo de coletor tem papel
inexistente.
(A)
(B)
70
ocupantes do veículo e também para os padrões de poluição sonora nas rodovias. Como
se pode ver, os gases não apresentam fluxo linear e livre, e enfrentam restrição a
passagem. Isso pode causar perda de potência, principalmente em altas rotações, onde
o fluxo de gases saindo do motor é significativamente maior. Os abafadores
intermediários e/ ou finais apresentam nenhuma restrição a passagem dos gases. A
desvantagem e que não são tão eficientes em reduzir as ondas sonoras e o barulho. Qual
é o seu nível de ruído tolerável em prol de alguns cavalos de potência? (Cortesia
Leonardo P. da Silva).
71
Coletores tubulares, que também são conhecidos como individuais são
mais eficientes e produzem melhores resultados para performance. Este tipo de
coletor favorece menor lag e maior potência. O importante é manter o máximo de
calor no coletor, aumentando sua eficiência no fluxo de gases até a turbina. Para
isso pode-se utilizar mantas térmicas para escapamento (“exhaust wrap”) que
servem tanto para esta finalidade, quanto de reduzir o calor no cofre do motor. O
comprimento de cada escapamento primário de cada cilindro deve ser o menor
possível. Um menor número de curvas é desejado. Quando o uso de curvas for
necessário, utilizar ângulos suaves com curvas graduais. Nestes casos diâmetros
maiores são melhores do que os menores. É recomendável também ter o
comprimento das tubulações semelhantes em todos os cilindros, evitando
variações nos pulsos dos gases entre cilindros e evitando que um cilindro interfira
com a pulsação do outro cilindro, evitando fenômeno de reversão de gases. As
tubulações de cada cilindro sendo bem próximas de comprimento entre elas,
servirão para reduzir ainda mais a fase lag. Quanto ao diâmetro da tubulação
primário do coletor, geralmente está são minimamente menores do que aquelas
dimensionadas para carros aspirados. Portanto, como via de regra, o diâmetro a
ser utilizado pode ser com base no diâmetro de saída do escapamento no
cabeçote. A tubulação feita de material de maior espessura é recomendada para
manutenção do calor dentro do coletor, embora haja a desvantagem de maior
peso.
72
(A)
(B)
Figura 20: Coletor tubular (A) e do tipo manifold (B) utilizados para instalação do turbo
compressor.
As tubulações no coletor tubular direcionam os gases com menor restrição possível até
a turbina. Comparativamente, os coletores do tipo manifold muitas vezes direcionam a
saída dos gases de um cilindro em sentido contrário a saída dos gases de um outro
cilindro, aumentando a contrapressão ou backpressure e turbulência. O uso de um coletor
tubular bem dimensionado resulta em maior potência e torque, principalmente em alto
RPM. (Cortesia Leonardo P. da Silva).
73
com diâmetros menores podem favorecer a fase lag e a performance do motor
em consequência de um pouco de contrapressão. Toda a teoria de
dimensionamento do escapamento aplicada a um motor aspirado não serve para
motores turbos; como por exemplo, o dimensionamento usado em motores
aspirados para melhor evacuação dos gases dos cilindros. Portanto, não há
nenhuma vantagem em reduzir o diâmetro da tubulação do escapamento após a
turbina na tentativa de aumentar velocidade dos gases; isso somente irá
introduzir contrapressão. É por este motivo que apenas a troca do sistema de
escapamento original de fábrica após a turbina ou após o catalisador por um de
maior diâmetro traz sempre ganhos maiores de torque e potência. O melhor
escapamento para um motor turbo deve considerar tubulações o mais curta
possível e com maior diâmetro. Há um ditado que diz que o melhor escapamento
para motores turbo é o uso de nenhum escapamento pós turbina. Este ditado
ajuda a pensar sobre o melhor escapamento a ser dimensionado. A tubulação de
escapamento após a turbina deve ser a mais retilínea possível, usando curvas
suaves e com ângulos abertos. Com relação aos abafadores, aqueles com fluxo
direto sem câmaras de abafamento de som produzem o melhor resultado,
contudo, geralmente produzem som mais alto e que muitos podem não suportar.
A instalação de dois ou mais abafadores em serie podem ser instalados com a
finalidade de minimizar o som. Se os abafadores utilizados forem construídos
internamente com o mesmo diâmetro da tubulação do escape, a contrapressão
será mínima e, portanto, os efeitos na redução da performance serão
negligenciáveis. O uso de um flexível é recomendado. Seu uso reduz o estresse
em toda a tubulação do escape ocasionado pela movimentação normal do motor.
Sem o uso do flexível, é possível que a tubulação desenvolva rachaduras e
quebras. O mesmo princípio se aplica aos flexíveis, usem aqueles que
74
apresentam diâmetro interno idêntico a tubulação de escape; flexível com
diâmetro interno menor irá causar contrapressão. Ao usar curvas ao longo do
escapamento, atentar para máquinas que dobram canos de alumínio
galvanizado. Isso porque a área interna da tubulação dobrada acaba sendo muito
afetada e uma curva que era para ter, por exemplo, 3 polegadas de diâmetro
interno, pode passar a ter 2,5 polegadas, adicionando contrapressão ao sistema.
Com relação ao tipo de material a ser utilizado para confecção do
escapamento geralmente nos deparamos com aço galvanizado ou aço inox. O
preço mais elevado do inox em relação ao aço galvanizado não vem apenas da
beleza que o primeiro proporciona. Mas porque são muito mais resistentes
fisicamente a pressão de tensão (85.000 do inox versus 55.000 psi do
galvanizado) e a condutividade térmica (9,4 do inox versus 27 BTU/ft/hr do
galvanizado). Portanto, além da estética, escapamento em inox tende a ter muito
maior resistência e durabilidade. O uso de peãs em aço galvanizado também
pode ser indesejável no quesito curvas. Neste aspecto, durante a formação da
curva, a máquina acaba reduzindo o diâmetro interno da tubulação, que passa
então a ter área inferior ao desejado.
A regra para os abafadores é a mesma aplicada para os motores
aspirados, ou seja, quanto menos restritivos, melhor. Uma vantagem dos motores
turbo é que o som geralmente é mais grave e abafado em relação aos motores
aspirados. Isso ocorre porque a própria turbina age neutralizando algumas ondas
sonoras. Com isso, é possível usar abafadores mais abertos sem ter o
inconveniente do som (ou barulho) muitas vezes insuportáveis e prejudiciais à
saúde auditiva quando se utiliza o veículo no dia a dia.
75
2.3 Dicas
76
3 Referências bibliográficas
77
Warner, M. (2006). Street turbocharging: Desing fabrication, installation, and
tuning of high-performance turbocharger systems. HPBooks, NY, USA, 202 p.
Vlassov, D. (2001). Combustíveis, combustão e câmaras de combustão. Editora
da UFPR, 185p.
78
A
Marcio L.B. da Silva
cada dia nos deparamos com um