Você está na página 1de 56

0

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ANDRE LUIZ CORREA

A IMPORTÂNCIA DA GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO NA REDUÇÃO


DE CUSTOS DE PRODUÇÃO

Rio de Janeiro- RJ
2015
1

ANDRE LUIZ CORREA

A IMPORTÂNCIA DA GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO NA REDUÇÃO


DE CUSTOS DE PRODUÇÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Universidade Estácio de Sá como requisito
parcial à obtenção do título de Engenharia de
Produção.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Modesto Guedes Ferreira Junior

Rio de Janeiro - RJ
2015
2

ANDRE LUIZ CORREA

A IMPORTÂNCIA DA GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO NA REDUÇÃO DE CUSTOS


DE PRODUÇÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Universidade Estácio de Sá como requisito
parcial à obtenção do título de Engenharia de
Produção.

Aprovado em 28 de Novembro de 2015

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________

Orientador Profº Modesto Guedes Ferreira Junior, D.C.

Universidade Estácio de Sá

_______________________________________________

Orientador Profº XXXXXXXXXX, D.C.

Universidade Estácio de Sá

_______________________________________________

Profª XXXXXXXXXX, M.C.

Coord. Geral Eng. de Produção - Universidade Estácio de Sá

Rio de Janeiro – RJ
2015
3

Dedico esse trabalho aos meus filhos


João Pedro e Lauro Neto, que embora
muito pequenos, tentaram entender que
nem sempre o papai poderia estar
presente pela necessidade de se dedicar
aos estudos. Sei que desde já estão
aprendendo o valor da educação na vida
de uma pessoa.
4

AGRADECIMENTOS

Obrigado Deus, por ter me consolado e dado força nos momentos de


dificuldade e desespero para que eu pudesse estar realizando o sonho de me tornar
engenheiro.
Aos familiares por me ajudarem e apoiarem.
A minha esposa Alyne e aos meus filhos João Pedro e Lauro Neto que com
seu amor e paciência conseguiram ao longo dos anos se tornarem o meu porto
seguro me mantendo sempre motivado.
Ao meu amigo Pedrão, uma dessas pessoas que o Senhor coloca em nosso
caminho para que possamos seguir acreditando em um mundo mais justo, mais
humano e mais fraterno.
A todos que de alguma forma ajudaram, muito obrigado por acreditarem em
meu potencial, nas minhas ideias, nos meus delírios, principalmente quando nem eu
mesmo acreditava.
Aos mestres da extinta UniverCidade que compuseram a minha grade
curricular, onde compartilharam seus conhecimentos agregando na vida acadêmica
e profissional.
A todos os professores e funcionários da Universidade Estácio de Sá pelo
socorro dado a mim e todos os meus colegas que por um momento vimos nossos
sonhos sendo roubados pelo mal da corrupção que assola nosso país. Em especial
a minha coordenadora Professora Sandra Regina que não poupou esforços para
que eu pudesse estar concluindo minha graduação no ano de 2015. Muito obrigado
por tudo.
5

"É importante ter metas, mas também é


fundamental planejar cuidadosamente
cada passo para atingi-las."
Bernardinho
6

RESUMO

A busca por um sistema de gerenciamento que priorize alguns aspectos das


organizações empresariais, tais como a economia de recursos e manutenção de
lucros e crescimento de capital é, inegavelmente, de grande relevância para o atual
cenário global de mercado no qual encontramo-nos inseridos, de acordo com essa
realidade é imprescindível que se reconheça melhor o sistema de gerência da
manutenção que é tão exaltado por diversos autores como uma alternativa que
evoluiu significativamente ao longo dos anos e que pode ser utilizada com sucesso
como auxílio nas atividades administrativas das organizações. O referido estudo
busca dissertar a respeito dos conceitos e finalidades de tal ferramenta, bem como
relacioná-la com a administração, a engenharia de produção e a redução de custos,
de forma que seja possível alcançar as metas estabelecidas para o trabalho. Desta
forma será possível determinar melhor quais serão os benefícios gerados por esse
instrumento na economia de recursos materiais, financeiros, de mão de obra e de
informação. Possibilitando, portanto, que se reconheça a importância de um sistema
de gerência de manutenção efetivo e que contribua para a eficácia do alcance dos
objetivos das instituições.

Palavras-chave: Gestão da Manutenção. Economia de Recursos. Engenharia de


Produção.
7

ABSTRACT

The search for a management system that prioritizes some aspects of business
organizations, such as saving resources and maintaining profits and capital growth is
undeniably of great relevance to the current global market scenario in which we find
ourselves inserted, according to this situation it is essential to recognize the best
maintenance management system that is so exalted by several authors as an
alternative that has evolved significantly over the years and can be successfully used
as an aid in the administrative activities of organizations. The study seeks lecture
about the concepts and purposes of such a tool, and relate it to the administration,
production engineering and cost reduction, so that it is possible to achieve the goals
set for the job. This way you can better determine what will be the benefits generated
by this instrument in the economy of material, financial, hand labor and information.
Enabling thus to recognize the importance of an effective maintenance management
system and contributes to the effectiveness of achieving the objectives of the
institutions.

Keywords: Maintenance Management. Resource economy. Production engineering.


8

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................9
1.1 JUSTIFICATIVA ...............................................................................................11
1.2 OBJETIVOS......................................................................................................14
1.2.1 Geral..............................................................................................................14
1.2.2 Específicos...................................................................................................14
1.3 METODOLOGIA...............................................................................................15
1.4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..............................................................................17

2. CONCEITOS E FINALIDADES DA GESTÃO DE MANUTENÇÃO..................18


2.1 A GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES............................20
2.1.1 O Papel da Administração de Manutenção na Engenharia de
Produção................................................................................................................22
2.1.2 A Administração de Manutenção como Estratégia de
Competitividade....................................................................................................25

3 ASPECTOS ECONÔMICOS DA GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO....................32


3.1 REDUÇÃO DE GASTOS DE PRODUÇÃO......................................................34
3.2 ECONOMIA DE RECURSOS............................................................................40
3.2.1 Recursos Materiais......................................................................................41
3.2.2 Recursos de Mão de Obra...........................................................................42
.3.2.3 Recursos Financeiros.................................................................................43
3.2.4 Recursos de Informação.............................................................................44

4 A IMPORTÂNCIA DE UM SISTEMA DE GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO


PARA AS INSTITUIÇÕES......................................................................................46

5 CONCLUSÃO......................................................................................................51

BIBLIOGRAFIA......................................................................................................53
9

1. INTRODUÇÃO

O projeto em questão visa dissertar a respeito da gerência de manutenção de


maneira que a mesma se reconheça como elemento de sustentação para as bases
da redução de custos dentro das organizações empresariais, seja qual for o seu
ramo de atuação, ou seja, não se resume apenas aos serviços industriais, tendo
como a focalização dos aspectos que regem a manutenção de máquinas, correção
de vícios de fabricação das mesmas, mas também tem o intuito de colaborar com as
atividades da empresa desde a elaboração de seu planejamento, passando por
todos os departamentos da organização, enfim, participando ativamente do dia a dia
da entidade corporativa.
A utilização da gestão de manutenção como instrumento estratégico nas
empresas tem se tornado uma realidade cada vez mais crescente e que vem de
encontro com as reais necessidades não apenas das instituições enquanto
organismos que necessitam estar sempre a redução de erros para que os prejuízos
seja significativamente reduzidos, como também é uma ferramenta que garante que
planejamentos serão melhor realizados, com vistas a garantia de que os produtos ou
serviços serão disponibilizados para os consumidores de forma compatível com
seus anseios e necessidades.

Atualmente, a função manutenção representa papel de igual importância ao


da função produção, no sentido de contribuir decisivamente para atingir os
objetivos traçados para o negócio. Isso significa que seu planejamento deve
estar adequado aos propósitos da organização, e também deve estar
comprometido no sentido de gerar lucro para a mesma. Apenas um
gerenciamento eficaz da manutenção permitirá uma perfeita interligação
com os objetivos e metas da empresa. No entanto, para que este nível seja
alcançado, é necessário envolvimento de toda a empresa, direcionando e
definindo os objetivos de manutenção de acordo com a criticidade desejada
ao processo (COSTA, 2013, p. 47-48).

Pretende-se demonstrar que esse modelo de gerenciamento, embora antes


tenha sido percebido como um instrumento de detecção de erros e focalização dos
mesmos a fim de corrigi-los posteriormente, atualmente ele é utilizado não apenas
de forma preventiva, mas também como ferramenta de grande importância para as
organizações haja vista a sua ampla presença durante os planejamentos e tendo em
vistas instituir uma administração pautada na previsão de possíveis equívocos e
vícios pretendendo não apenas corrigi-los ou preveni-los caso venham a ocorrer,
10

mas também, elencar hipóteses, promover um maior controle de qualidade com


vistas à redução de gastos através do aprimoramento constante das suas aplicações
e visualizar sempre o aumento da eficiência e fortalecimento das características
essenciais de um bom planejamento. Nesse sentido, o trabalho, consequentemente,
objetivará conhecer mais a respeito da função que tal gerenciamento exerce na
produtividade, bem como, sua utilização como estratégia de competitividade no
mercado.

Na gestão das atividades empresariais ocorre um ciclo de tomadas de


decisões em vista da necessidade de um equilíbrio entre os objetivos, os
recursos e as atividades. Essas decisões que permeiam o processo de
gestão são estruturadas de acordo com as crenças, valores e missão de
seus principais executivos (SOUSA, 2003, p. 77).

A necessidade em se realizar uma pesquisa tendo como foco tal sistema de


gerência se faz necessária ao passo em que as diversas atualizações do mercado e
da própria sociedade tem se transfigurado rápida e significativamente e, portanto,
alterações nos sistemas de produção e, consequentemente nos modelos de
administração adotados pelas instituições. Daí a necessidade de se conhecer mais
aperfeiçoadamente a gerência de manutenção que, igualmente tem sido modificada
para atender melhor as organizações.
Os aspectos econômicos são também destaque na pesquisa, levando-se em
consideração que a atual conjuntura de cortes de orçamentos e diminuição de
gastos é imprescindível que se opte por um modelo de gerência que atenda a essas
necessidades da instituição, tendo em vista que a lucratividade é fundamental, no
entanto também é importante e essencial que se prime pela disponibilização de um
serviço de qualidade e de produtos que atendam aos consumidores de maneira
plena e satisfatória e, portanto, a produção deve vislumbrar aspectos tais como a
redução de gastos e economia de recursos.

As empresas brasileiras e, porque não dizer as empresas latino-americanas,


têm manifestado forte preocupação com a melhoria dos recursos físicos e
humanos no contexto da manutenção. A necessidade de aumentar a
disponibilidade operacional vem sendo impulsionada pelos requisitos de
produtividade, aumento da qualidade, competitividade, abertura de
mercados, entre outros (FUENTES, 2006, p. 1).

Tal projeto não apenas visa descrever acerca da gerência de manutenção,


embora alguns aspectos teóricos metodológicos sejam fundamentais para que se
compreendam mais especificamente os conceitos e importância de tal modelo de
11

administração, entretanto os principais elementos a serem destacados e


mencionados durante o estudo serão inerentes e essenciais para que se demonstre
a real importância de um sistema eficaz de supervisão de manutenção, não apenas
para o conserto de máquinas de produção ou para sanar problemas relacionados à
acerto de possíveis erros cometidos, de forma preventiva, mas sim busca-se
demonstrar que esse tipo de gerenciamento é importante e traz contribuições mais
amplas relacionadas redução de custos, evidenciando benefícios consideráveis para
as organizações, haja vista que quando se dispende menos gastos automaticamente
se aumenta a lucratividade e a empresa poderá se desenvolver melhor no mercado
de maneira que suas metas sejam alcançadas efetivamente e se possa, de fato,
cumprir com a sua missão no seu ramo de negócio.
No intuito de cumprir com seus objetivos antes estabelecidos, o projeto se
valerá do uso de bibliografias confiáveis e que foram devidamente citadas ao longo
da proposta, enfatizando-se suas contribuições para o estudo bem como as razões
que os levaram a serem mencionados na revisão bibliográfica de forma a enriquecer
os argumentos.
O trabalho busca, portanto, relacionar os conhecimentos teóricos adquiridos
ao longo do curso e, também os saberes construídos por meio da leitura das
bibliografias pré-determinadas para se fundamentar as bases desse projeto de
maneira que sustentem os contextos e se possa construir um texto confiável e que
contribuía para que os conhecimentos a respeito dos benefícios trazidos em relação
à contenção de despesas por meio da adoção de um sistema de gestão do tipo de
manutenção.

1.1 JUSTIFICATIVA

A Gerência de manutenção é um dos processos que mais se desenvolveu e


se aperfeiçoou ao longo dos anos, sendo antes considerado um “mal necessário”
para as organizações haja vista seu caráter corretivo e, portanto, onde se
implementava tal sistema a relação ao erro era imediata e, como relacionar ao erro,
em geral, acarretava à empresa assumir alguns conceitos como falta de
planejamento, de controle ou falta de competência de algum ramo da instituição, a
12

mesma evitava ao máximo que a administração por meio da manutenção se


instalasse em suas dependências.

O aumento dos níveis de competitividade teve como uma de suas


consequências mais expressivas a maior importância concedida ao
gerenciamento da produção. Ao mesmo tempo, os avanços tecnológicos e a
introdução dos mesmos dentro das indústrias levam a uma reavaliação de
vários conceitos e práticas antes tidas como verdades absolutas. Neste
sentido, novos sistemas, práticas e inovações surgem para a aplicação no
setor de manutenção, associando a isso, uma mudança brusca nos
paradigmas desta atividade (COSTA, 2013, p. 16).

Contudo, com o passar das décadas e a atualização de conceitos,


reorganização de algumas metas e até mesmo de renovações no âmbito
administrativo, no que diz respeito aos tipos de gestão mesmo, naturalmente
também se modificou e aperfeiçoou o conceito e considerações a respeito da
gerência de manutenção, ou seja, o que antes era visto como algo não bem aceito
passou a ser considerado cada vez mais importante dentro das organizações e,
atualmente, tal sistema é fundamental para que as empresas obtenham sucesso em
seus empreendimentos, haja vista não apenas o caráter preventivo, mas também a
gama de benefícios trazidos por esse mecanismo, bem como, por suas ferramentas
e instrumentos de gestão aplicados nas organizações.

A manutenção age nos meios de produção através do aumento da


disponibilidade e confiabilidade dos ativos, onde o objetivo geral, ou seja, o
resultado das ações, deve ser de manter os equipamentos prontos para
operar sem que os mesmos apresentem falhas inesperadas, tornando o
processo de produção eficaz. A manutenção tem impacto direto e indireto
no atendimento dos requisitos do cliente, tornando o setor altamente
estratégico na condução das empresas em busca de seus objetivos. Esse
conceito estratégico da manutenção envolve diversos aspectos na
condução das atividades, como o planejamento das ações baseado nos
objetivos globais da empresa, controle eficaz do processo e melhoria
contínua baseada nos cenários almejados (WENDLAND e TAUCHEN,
2010, p. 1).

O atual cenário de globalização, mudanças nos padrões sociais e, portanto no


consumo, na própria pessoa do consumidor e na exigência constante de um cliente
cada vez mais bem informado, conhecedor de seus direitos e que exige,
frequentemente, que as instituições estejam sempre prontas para atender as suas
necessidades e, não apenas atender de forma generalizada, mas também ir além do
cumprimento de seu papel e desempenhar serviços de grande qualidade, que
surpreendam seu público-alvo e que forneça equipamentos e produtos de similar
propriedade, de maneira que, não apenas sejam apresentados em perfeito estado e
13

em total compatibilidade com o que propõe a politica da empresa, mas também que
tragam elementos surpresa que os permitam impressionar-se e que,
consequentemente, os estimulem a confiar na marca de maneira consciente e cada
vez mais satisfatória.

Para que a empresa continue competitiva no mercado é necessário que


todos os setores estejam focados no objetivo da empresa e trabalhem para
que o mesmo venha a ser realizado. Para que isso ocorra é necessário que
o setor de manutenção tenha um gerenciamento estruturado a partir de um
conjunto de práticas de manutenção bem definidas, sólidas e disseminadas
por todo o setor, assegurando os resultados e metas para sobrevivência da
empresa. Uma manutenção gerenciada adequadamente contribuirá para
qualidade e produtividade do produto, minimizará custos de produção, terá
controle total e será mais ágil nos processos industriais garantindo uma
vantagem competitiva para a empresa, sobre os concorrentes (SILVA, 2004,
p. 14).

Assim, haja vista os benefícios trazidos por uma gestão de manutenção de


qualidade dentro das organizações empresariais, a referida temática desenvolvida é
essencial para que se demonstre, efetivamente, qual a importância da gerência de
manutenção, uma vez que a mesma se faz fundamental não apenas no que diz
respeito às atividades de conservação de equipamentos, mas também compõe parte
essencial da qualidade dos produtos e/ou serviços oferecidos que, por sua vez,
devem ser adequados às necessidades do cliente e exigências do comércio para
que a empresa cumpra efetivamente o seu papel e possa por meio do cumprimento
de metas alcançar o sucesso no mercado.

A manutenção é uma atividade essencial ao ciclo de vida dos


equipamentos, que combina ações de gestão, técnicas e econômicas, no
sentido de obter elevada disponibilidade a baixos custos. Cerca de 92%,
opta por realizar a sua manutenção através de meios internos e externos e
pensam continuar com esta solução. Na última década diminuiu a
percentagem de empresas que recorrem somente a meios internos e
assistiu se a uma transferência para a solução de meios internos e externos.
Ao avaliarmos o peso do outsourcing, verificamos que cerca de 40% da
manutenção, efetuada pelas empresas que responderam, é efetuada por
meios externos, e as soluções mais comuns na contratação exterior são
contratos de manutenção e empreitadas (DIAS, 2003, p. 3).

A eficiência em se utilizar o método de administração pautado na Gerência de


Manutenção, desde que existam mecanismos adequados para sua implementação e
disseminação na empresa, independente de sua atuação no cenário competitivo
também foi elemento definidor no processo de escolha da temática para a pesquisa,
haja vista que as teorias que circundam tal sistema são de grande significado no
cenário da Engenharia da Produção e contribuem para, além da propagação da
14

manutenção (mesmo que realizada por meio de atividades terceirizadas que são
externas à empresa em si) também da administração da produção, uma vez que
ambas tem a necessidade de dialogar e se apoiar simultaneamente em busca do
bom andamento das atividades da organização.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Geral

Aprofundar os conceitos inerentes à contribuição da Gerência de Manutenção


para a Redução dos custos de produção das instituições.

1.2.2 Específicos

 Definir o conceito e descrever a finalidade da Gestão de Manutenção;


 Conhecer o papel que a Direção de Manutenção exerce na produção;
 Reconhecer a Administração de Manutenção como estratégia de
competitividade no mercado;
 Descrever acerca dos aspectos econômicos da Gerência de
Manutenção;
 Utilizar os embasamentos teóricos metodológicos como suporte na
descrição da redução de gastos e economia de recursos;
 Evidenciar a importância de um sistema de supervisão de Manutenção
para as organizações;
 Identificar aos principais efeitos causados pela redução de custos;
 Ampliar os conhecimentos a respeito da Gestão de Manutenção na
contenção de despesas.
15

1.3 METODOLOGIA

Segundo os objetivos mensurados existe a necessidade de estabelecer uma


linha de pesquisa que vise melhor atingi-los e possa cumprir com a investigação
proposta de forma que seja permitida, de fato, a demonstração da contenção de
custos através da adoção do gerenciamento de manutenção.
De acordo com Gil (2008), a pesquisa exploratória muitas vezes pode vir a
assumir o papel de pesquisa bibliográfica e se destacar em tal formato, tendo em
vista que explorar características essenciais de um elemento vai além de somente
fazer a observação de um fato, mas também consiste em realizar uma série de
pesquisas sobre o termo, tais como seleção e classificação de bibliografia que traga
o assunto, por meio de revistas, jornais, artigos ou entrevistas com indivíduos já
experientes no assunto e que fomentam ricas discussões sobre o assunto,
promovendo uma compreensão maior do mesmo, daí a importância em se realizar
um levantamento bibliográfico adequado e que realmente venha de encontro com as
necessidades da temática e que vise sempre a pesquisa de teóricos que realmente
são consistentes em seus relatos e escritos.
Enquanto a explicativa, ainda de acordo com Gil (2008) procura sempre
detectar quais são os elementos que mais se destacam e, portanto, são
determinantes para que os acontecimentos venham a ocorrer com frequência, tendo
em vista tal característica, ele afirma que essa pesquisa exige um aprofundamento
maior das literaturas e dos conceitos que são determinados pelas mesmas, de
maneira que os saberes são mais bem adquiridos e, por isso viabiliza ao
pesquisador determinar melhor o motivo da ocorrência de tais fatos ou fenômenos,
possibilitando explicar melhor o porquê da ocorrência dos episódios.
Sendo assim, pode-se considerar que a pesquisa em questão visa empregar
aspectos exploratórios e explicativos para que seus objetivos sejam plenamente
alcançados, utilizando-se como técnica para pesquisa a coleta de dados
bibliográficos, utilizando artigos, livros e publicações de teóricos da área de gestão
e, também de engenharia de produção que melhor fundamentam os alicerces de tal
pesquisa.

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências


teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como
16

livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico


inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já estudou sobre o assunto. Existem, porém pesquisas
científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica,
procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher
informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual
se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32).

Sendo assim, o método de pesquisa escolhido para esse trabalho foi o de


Pesquisa Bibliográfica, justificando-se pela necessidade de se ter uma análise mais
profunda acerca dos aspectos que norteiam as práticas da gestão de manutenção,
considerando-se que a mesma foi essencial para que as inovações no âmbito na
gestão de produção se desse de maneira satisfatória.
O trabalho em questão, no intuito de atender a técnica da pesquisa, utilizou
como fonte para coleta de dados, os secundários que, de acordo com Mattar (2005,
p. 147), “são aqueles que já foram coletados, tabulados, ordenados e, às vezes, até
analisados, com outros propósitos de atender às necessidades da pesquisa em
andamento”, nesse sentido os dados secundários são de grande significância para o
andamento da pesquisa, tendo em vista que a demonstração da ocorrência de
estatísticas do uso da gerência de manutenção nas instituições empresariais são
fundamentais para que se estabeleça uma linha de estudo que reafirme a
importância de tal modelo de gerência para a garantia do sucesso das instituições
nos seus âmbitos de trabalho.
Desta forma, as fontes de pesquisa de dados foram utilizadas tendo fontes
principalmente secundárias como livros, artigos, revistas, publicações avulsas,
consultas em ambientes virtuais confiáveis e, também em meios impressos que, por
sua vez, foram de grande valor para agregar aspectos de suma importância para a
pesquisa. Textos referentes a pesquisas nacionais na área de Engenharia de
Produção, Administração Estratégica, Gestão da Manutenção bem como,
investigações em publicações em revistas tais como: Revista Produção, Periódicos
da ABREPO (Associação Brasileira de Engenharia de Produção), Revista Eletrônica
Produção & Engenharia, Revista Eletrônica Produção em Foco, Revista Gestão &
Produção, também foram de igual necessidade para que o trabalho em questão se
tornasse mais completo e se concretizasse com sucesso de maneira bem
estruturada e fundamentada.
17

1.4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Os artigos bem como livros, revistas e editoriais escolhidos para compor a


revisão da bibliografia estão em harmonia com os objetivos e metodologia antes
mencionados e que buscam atender a proposta inicial de desenvolvimento da
temática que se relaciona diretamente com os sistemas de produção se, no entanto,
ter a intenção de descrevê-los ou enunciar seus referidos históricos haja vista que
tais conteúdos já foram descritos ao longo do curso de Engenharia de Produção e,
portanto, novamente resgatá-los poderia tornar leitura cansativa e repetitiva.
Partindo de tal premissa, o texto a seguir será construído por meio de citações e,
também da fala do autor do projeto, tendo em vista que suas considerações são de
grande importância para a elaboração de um conhecimento mais concreto melhor
estabelecido.
Inicialmente serão descritos alguns breves conceitos e finalidades da gestão
de manutenção, visando apenas uma inserção do assunto que será utilizado como
base para a elaboração do projeto. Posteriormente será apontado o papel da direção
de manutenção, bem como, sua característica estratégica no atual mercado. Em
seguida, serão tratados os aspectos econômicos resultantes de tal tipo de
administração como a redução de gastos e economia de recursos e por fim, mas
não menos importante, será discutida a importância da gerência de manutenção na
redução dos custos de produção.
18

2. CONCEITOS E FINALIDADES DA GESTÃO DE MANUTENÇÃO

A gestão de manutenção é um conceito que existe há tempos no ambiente


corporativo e que, por esse motivo, sofreu diversas metamorfoses ao longo de sua
história, inclusive nos seus conceitos e finalidades que por vezes eram considerados
desnecessários.
Chiochetta, Hatakeyama e Marçal em sua publicação “Sistema de Gestão da
Manutenção para Pequenas e Médias Empresas” (2004), explicitam bem de que
forma os conceitos e finalidades de tal sistema tem sido utilizados dentro das
organizações inclusive demonstrando que por vez fica complicado para se identificar
que determinadas empresas tem adotado tal mecanismo, haja vista que a
terminologia nem sempre é a correta e que, por isso, podem ocorrem equívocos
durante a aplicação de suas técnicas, podendo se confundir com outros sistemas e
não apresentar um resultado favorável para a instituição de maneira a deixar de
cumprir determinadas funções.

A utilização de nomenclatura diferenciada de uma organização para outra


tem dificultado o entendimento da questão, causado por motivos diversos
como desde a tradução até o entendimento da língua estrangeira, da qual o
sistema ou a empresa é oriundo, bem como a regionalização de termos.
Muitas vezes, são dados “apelidos” ou são “traduzidos” nomes que dizem
respeito a certa organização, e, pelos quais são conhecidos numa
determinada empresa, num determinado espaço ou região, não
constituindo-se em nomenclatura geral e uniforme. Assim, somente quem
atua em determinada empresa, em determinado momento saberá o que
realmente significa tal nomenclatura, atribuída à determinada ferramenta,
que, muitas vezes, é de domínio dos demais, mas com outro nome
(CHIOCHETTA, HATAKEYAMA e MARÇAL, 2004, p. 604).

Daí a necessidade em se conhecer bem especificamente o sistema de


gerenciamento a ser escolhido para que a instituição alcance seus objetivos e se
destaque no seu ramo de atuação.
O conceito de Gestão de Manutenção de fato foi muito modificado e
aperfeiçoado conforme a sociedade foi de transformando e, também o perfil do
consumidor bem como as necessidades das empresas foram se fazendo necessária
ficar cada vez mais preparadas para ir além do mero cumprimento de metas e,
consequentemente, exercer um trabalho de excelência no mercado haja vista o
aumento gradativo da competitividade que impulsionou a reformulação do termo
“manutenção” que antes era visto como apenas reparador de erros e passou a
19

englobar as principais atividades desde o planejamento até o fornecimento do


serviço ou disponibilidade do produto para o cliente.

Ou seja, é deixar de ficar consertando — convivendo com problemas


crônicos —, mas melhorar padrões e sistemáticas, desenvolvendo a
manutenibilidade, dar feedback ao projeto e interferir tecnicamente nas
compras. Quem só faz a manutenção corretiva continua “apagando
incêndio”, e alcançando péssimos resultados. Desta forma, a organização
que utilizar a manutenção corretiva, mas incorporando a preventiva e a
preditiva, rapidamente estará executando a Engenharia de Manutenção
(CHIOCHETTA, HATAKEYAMA e MARÇAL, 2004, p. 606).

Por isso é tão imprescindível que as organizações conheçam melhoro sistema


de “manutenção” a fim de que compreendam as finalidades e objetivos da mesma
que influem diretamente não apenas a questões de reparos de máquinas, mas
também pode compor uma série de benefícios para a instituição que a utilize em
todas as etapas de sua produção. De forma que o conhecimento dos conceitos
infere muito mais do que apenas saber o significado de termos, mas também é
fundamental para que se saiba como será, de fato, a aplicação de determinados
sistemas dentro da organização, pois a partir desse saber é que será possível
compreender e incidir sobre as funcionalidades da execução de tarefas, pré-
determinando prazos, favorecendo os funcionários de maneira satisfatória e
conquistando o mercado por meio da aceitabilidade dos clientes e, por conseguinte
através da fidelização dos mesmos.
No que se referem às finalidades da manutenção, as mesmas tem se
transformado com o decorrer dos anos e gerado uma gama de melhoramentos em
suas definições a fim de abolir a ideia de que a mesma era dispendiosa e o gasto
com a implementação de tal recurso não “compensar” e representar perda de lucro
das empresas, o que tem ocasionado uma mudança nesse paradigma, ou seja, “a
manutenção tem mudado sua configuração nas estruturas empresariais, deixando
de ser vista como área geradora de custos e evoluindo para uma área que deve
agregar valor aos processos de trabalho e ao negócio” (STAGLIORO, 2002, apud
CHIOCHETTA, HATAKEYAMA e MARÇAL, 2004, p. 606).
Desta forma, os propósitos desse modelo de gerenciamento tem se tornado
totalmente compatíveis com as necessidades das instituições, promovendo uma
aceitação bem significativa dos seus gestores e consequentemente, de todos os
envolvidos nos processos não apenas de tomada de decisão, mas também de
20

produção, compra, vendas, enfim, todos os indivíduos que se encontram envolvidos


direta e indiretamente nas atividades da empresa.

A manutenção empresarial deve, pois, estar voltada prioritariamente para o


aumento da disponibilidade e da confiabilidade. A manutenção precisa
propiciar condições de evitar todas as falhas não previstas, ou seja, a
atividade de manutenção deve ser o suporte para que não haja necessidade
de manutenção emergencial (CHIOCHETTA, HATAKEYAMA e MARÇAL,
2004, p. 606).
Sendo assim, por meio das diversas transformações e modificações em
conceitos e objetivos de tal método de administração é de suma importância que o
mesmo seja encarado, atualmente, como um instrumento gerencial que não apenas
detecta erros e os soluciona, mas sim consiste em uma ferramenta eficaz que
promove aperfeiçoamentos e diversos departamentos da empresa visando uma
plena qualidade do mecanismo como um todo, haja vista que é o conjunto que
determina a eficiência e eficácia de uma instituição.

2.1 A GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

O sistema de gerenciamento adotado pela instituição empresarial varia


conforme obviamente, o seu mercado de trabalho, suas atividades desenvolvidas,
produtos fornecidos ou serviços ofertados, além é claro de se considerar as suas
metas, encargos, projeções, enfim, todos os elementos que compõe a identidade da
organização e que contribuem de maneira, direta ou indireta, para que todos os seus
objetivos sejam alcançados, através das atividades bem desenvolvidas e sucesso na
garantia de cumprimento de prazos e fornecimento de um trabalho completo, sem
vícios e que possa satisfazer e surpreender o consumidor.

A busca incessante do lucro pelas empresas, focada em uma análise


simplista de redução de custos e aumento de produção, pode desviar a
companhia do real caminho para sua sobrevivência no mercado. A via para
manter-se e ganhar novos mercados está na qualidade e na produtividade.
A busca da qualidade e da produtividade passa por diversas questões,
como as políticas de gestão da qualidade, a análise do melhor sistema de
produção, o treinamento, a manutenção da produção e outros fatores
estratégicos. O papel da manutenção mostra-se essencial na garantia tanto
da qualidade quanto da produtividade empresarial. Portanto, deve “ter em
conta os objetivos da empresa” e ser gerida de modo a proporcionar à
organização um grau de funcionalidade com um custo global otimizado
(SOURIS, 1992, apud MARCORIN e LIMA, 2003, p. 36).
21

Evandro Rafael Ascêncio de Sousa (2003), afirma que o modelo de gestão


escolhido pela instituição vai ser determinante em seus planejamentos e de que
forma a empresa irá se posicionar junto ao mercado de forma externa e também
internamente.
As organizações tem adotado a gerência de manutenção como elemento
substancial do processo de planejamento e, consequentemente, de tomada de
decisões em todos os âmbitos de processos tanto de produção quanto de
procedimentos gerais realizados em sua estrutura, ou seja, tal modelo de gestão tem
se demonstrado útil e eficiente não apenas na conservação de equipamentos físicos
utilizados pelos funcionários no decorrer de suas funções, mas também no cotidiano
da empresa de uma maneira geral.

Portanto, a manutenção deve se configurar como agente proativo dentro da


organização. Para isso, a gestão da empresa deve ser sustentada por uma
visão de futuro e os processos gerenciais devem focar na satisfação plena
dos clientes, através da qualidade intrínseca de seus produtos e serviços,
tendo como balizadores a qualidade total dos processos produtivos
(KARDEC e NASCIF, 2009, apud COSTA, 2013, p. 14).

Lima, Santos e Sampaio (2010), em sua publicação intitulada “Sistemas de


Gestão da Manutenção – Uma Revisão Bibliográfica Visando Estabelecer Critérios
para Avaliação de Maturidade”, afirmam que a grande metamorfose ocorrida na
gestão de manutenção dentro das organizações, ocorre por meio das inovações
tecnológicas e evoluções administrativas.

As organizações (...) demandam ações de manutenção como uma das suas


atividades relevantes, fruto do reconhecimento da crescente importância da
mesma para o sucesso e a sobrevivência dos negócios. Até pouco mais de
cinco décadas, tais ações eram reativas constituindo-se de manutenções
corretivas, de grandes reformas e de intervenções não programadas,
aplicadas para restabelecer o estado operacional satisfatório dos ativos que
apresentavam falhas. Desde então, a partir da década de 50, a manutenção
vem sofrendo mudanças contínuas, na busca de ações sustentáveis e de
prestação de serviços com alto valor agregado. Novas técnicas, como a
manutenção preventiva e preditiva, e novos sistemas de gestão foram
desenvolvidos e aplicados, objetivando que a manutenção possa ser
realizada cada vez mais efetivamente (LIMA, SANTOS e SAMPAIO, 2010,
p. 1).

Desta forma, hoje a manutenção dentro das organizações tem


desempenhado diversificados papéis, conforme o conceito que cada instituição
adota para esse sistema administrativo que pode ser considerado de “n” maneiras
possíveis, tendo em vista até mesmo os caráteres que são assumidos determinados
posicionamentos da instituição, de onde ela acredita que se originou esse modelo e
22

de que forma o mesmo será adaptado para atender as reais necessidades das
diferentes organizações que são de iguais diferenças quando se menciona as
categorias, mercados consumidores e missão que cada instituição almeja
desempenhar na sociedade.

2.1.1 O Papel da Administração de Manutenção na Engenharia de Produção

A administração de todo modelo de gestão é realizado por um diretor


qualificado e que necessita estar apto e bem capacitado para resolver problemas,
conflitos e demais imprevistos que possam vir a ocorrer na empresa no decorrer de
sua regência.
Wilson Roberto Marcorin e Carlos Roberto Camello Lima (2003), em seu
artigo “Análise de custos de Manutenção e não-manutenção de equipamentos
produtivos” descrevem a respeito do papel que a gerência de manutenção deve
exercer ao se trabalhar juntamente com os elementos de produção, uma vez que
tais direcionamentos são essenciais para a criação de um modelo de estratégia que
beneficie as empresas.

Entretanto, a importância da função manutenção e a opção consciente de


seu modelo nem sempre são claras e levadas em consideração na análise
das estratégias das organizações – e quando o são, acabam sendo
descartadas por uma análise incorreta dos custos envolvidos. O fator custo
da manutenção, quando analisado isoladamente, acaba inibindo as
empresas a considerar em sua estratégia essa manutenção, relegando-a a
uma posição secundária ou, mesmo, a ser vista como um mal necessário
(MARCORIN e LIMA, 2003, p. 36).

No que se refere ao modelo de gerenciamento de manutenção não ocorre


exceção, ou seja, o gestor também deverá ter em mente tal procedimento e, por
conseguinte conhecer bem aprofundadamente o sistema com o qual a instituição
trabalha a fim de desenvolver um trabalho pautado na excelência.

Neste cenário, é preciso que a atividade de manutenção se integre de


maneira eficaz ao processo produtivo, contribuindo para que a empresa
caminhe rumo à excelência. A grande interseção do setor de manutenção
com o de produção, influenciando diretamente a qualidade e produtividade,
faz com que o mesmo desempenhe um papel estratégico fundamental na
melhoria dos resultados operacionais e financeiros dos negócios (XENOS,
1998, apud COSTA, 2013, p. 14).
23

Francisco de Paula Oliveira (2011) em seu artigo científico “Estratégia de


manutenção: estrutura, ferramentas, benefícios/custos e melhoria contínua” assume
esse caráter de busca contínua pela eficiência e eficácia por parte dos gestores nas
empresas que, inevitavelmente, reflete nas consequências do trabalho.
São muitos os desafios encarados por tais profissionais dentro das
organizações empresariais nas quais encontram-se inseridos, devido a inúmeras
formas com as quais as instituições desempenham suas atividades, por vezes
fazendo com que os gestores se sintam submetidos as suas exigências e fiquem
engessados, sem poder realizar as suas respectivas independências, de maneira a
sanar os problemas de maneira própria.
Por isso é fundamental que a administração na engenharia da produção se
torne algo de fato bastante satisfatório não apenas no ambiente de gestão, mas
também em diversos âmbitos da organização, uma vez que seus trabalhos
influenciam em toda a empresa, impactando em impactos, tanto positivos quanto
negativos, conforme as suas decisões.

Os desafios dos gestores das empresas diante da intensa exigência por


resultados pelos investidores parecem infinitos. Eles buscam soluções por
todas as áreas e pelas mais diversas ferramentas que possam fazer
diferença nos resultados. Através de definições de suas visões, missões e
objetivos estratégicos, as formas de difundi-las nos mais diversos níveis
tornam-se mais ou menos plausíveis (OLIVEIRA, 2011, p. 1).

O papel da administração, no caso do sistema de manutenção, é fundamental


para que se possa desenvolver plena e adequadamente a gestão de produção, uma
vez que a mesma possui elementos em sua estrutura que devem ser respeitados e,
portanto, a ocorrência de erros pode resultar não apenas no não cumprimento de
prazos, mas também na insatisfação dos funcionários, clientes e dos executivos
ocasionando um desgaste desnecessário para os negócios.
A gestão de manutenção, por si só, não transforma todas as atividades dentro
da instituição, mas é essencial que exista a compreensão da participação de todos
os envolvidos nos processos administrativos, também que influenciam direta e
indiretamente para que as ações da empresa de fato se tornem mais bem
aperfeiçoadas por meio da adoção de tal sistema.

A gestão da manutenção se inicia na definição da concepção de que a


gestão deve estar relacionada a todo conjunto de ações, decisões e
definições sobre tudo o que se tem que realizar, possuir, utilizar, coordenar
e controlar para gerir os recursos fornecidos para a função manutenção e
24

fornecer assim os serviços que são aguardados pela função manutenção. A


concepção, ou modelo, revela como a empresa pretende que a função
manutenção haja para que sejam alcançadas as metas do negócio (SOUZA,
2008, apud COSTA, 2013, p. 27).

Segundo Fernando Félix Espinosa Fuentes (2006), em sua obra “Metodologia


para Inovação da Gestão de Manutenção Industrial”, compreender o papel da gestão
de manutenção na produção permite escolher mais adequadamente quais os seus
elementos são imprescindíveis para o trabalho específico da empresa, ou seja,
permite adequar o sistema as necessidades da organização a fim de contribuir para
o cumprimento efetivo de suas metas.
A tarefa da gestão da manutenção não termina na definição da concepção,
só é a primeira fase do processo. A gestão refere-se a todo o conjunto de
ações, decisões e definições sobre todo o que tem que se fazer, possuir,
usar, coordenar e controlar para gerir os recursos fornecidos para a função
manutenção e fornecer assim os serviços que são esperados da função
manutenção. Os elementos que devem ser atendidos na elaboração da
estratégia da manutenção são: a capacidade de operação, a quantidade e
disponibilidade de recursos, conhecimentos e tecnologia necessários e a
integração com outros níveis organizativos da empresa. Além dos
elementos de infraestrutura física e administrativa, tem-se o sistema de
planejamento, controle, recrutamento e capacitação de pessoal, entre outros
tantos elementos necessários para uma boa gestão (FUENTES, 2006, p.
11).

Nesse sentido, é preciso se considerar todos os materiais que compõe a


gestão de manutenção e, também relacioná-los com o sistema de produção
desenvolvido pela empresa ao passo em que os mesmos devem estar devidamente
integrados, de forma que existam mecanismos que possibilitem a troca frequente de
informações, o feedback entre os diversos departamentos existentes na
organização, de maneira que não apenas as grandes indústrias possam aplicar e
exercer com qualidade a gestão de manutenção, mas considerando-se que seja
possível a adoção de tal sistema também em organizações estatais privadas, de
manufatura, comércio ou prestação de serviços, ou seja, atualmente a manutenção
deve caminhar junto e trabalhar em parceria com a administração de produção, de
maneira a garantir a sobrevivência das organizações, haja vista a atual conjuntura
econômica na qual as mesmas encontram-se inseridas.

Cada função individual contribui para alcançar a função global proposta para
a organização. A manutenção contribui agora mais do que nunca, para se
alcançar os objetivos das funções pela integração total do processo de
produção, o enfoque moderno que se dá a sua gestão e pela consciência
que se tem sobre a sua contribuição para obter alta eficiência (FUENTES,
2006, p. 21).
25

Assim sendo, o real papel da gestão de manutenção para a manutenção


consiste em articular todos os mecanismos que funcionam de forma independente
em um único sistema que, em conjunto, contribui para que as organizações, de fato,
possam estabelecer e desenvolver-se firmemente no mercado, respeitando seus
valores e metas pré-estabelecidas que seja imprescindível para a garantia do
sucesso.

2.1.2 A Administração de Manutenção como Estratégia de Competitividade

O mercado, no atual cenário global, encontra-se me grande desenvolvimento


e, consequentemente, diariamente surgem novas empresas e instituições das mais
diversificadas, o que mantém a disputa por um espaço de destaque cada vez mais
intensa, fato que beneficia os consumidores, pois existe uma maior variedade de
preços e, por sua vez, o torna um indivíduo cada vez mais exigente e que detém
uma série de conhecimentos mais específicos, que o permitem garantirem seus
direitos e exigir maior qualidade de produtos e serviços ofertados.

Em linhas gerais, pode-se afirmar que toda evolução tecnológica dos


equipamentos, processos e técnicas de manutenção, a necessidade de
controles cada vez mais eficientes e de ferramentas de apoio à decisão, o
desenvolvimento de estudos relativos ao desgaste e controle das falhas e
suas consequências, a dependência de equipes treinadas e motivadas para
enfrentar estes desafios, o desenvolvimento de novas técnicas, e,
consequentemente, os custos de manutenção em termos absolutos e
proporcionalmente às despesas globais, transformaram a gestão da
manutenção em um segmento estratégico para o sucesso empresarial
(NUNES e VALLADARES, 2008, apud, COSTA, 2013, p. 27).

Fuentes (2006) ilustra bem essa característica de ascendência de empresas


que ocasiona o aumento da intensidade da rivalidade entre as organizações que, em
via de regra, disputam o mesmo mercado ou buscam a fidelidade de um mesmo
perfil de consumidor.
Nesse ritmo, a competividade exige que as organizações estejam preparadas
para atender a esse público e, principalmente, dominar o mercado e superar os
concorrentes de forma a assumir a liderança na competição.

As diretrizes que as empresas adotam para serem competitivas, em geral,


atravessam verticalmente todos os níveis da organização e cada nível deve
26

definir as suas ações para atingir a meta que é fixada. Aqui se torna
necessário dominar estratégias, no âmbito da manutenção, para responder
aos novos requisitos da gerência. Percebe-se então ser necessário dispor
de uma metodologia apropriada para gerir os recursos existentes para
responder aos requisitos de produção (FUENTES, 2006, p. 9).

A administração de manutenção assume um caráter bastante específico e


substâncias que são bem próximas das atuais necessidades das organizações, haja
vista a sua característica de buscar interagir todos os departamentos da instituição
de forma que os mesmos possam se desenvolver em conjunto, embora as
atividades sejam realizadas por vezes individualmente, é preciso ter em mente que a
empresa é um todo constituído por partes essenciais para que se alcancem as
metas gerais estabelecidas pelos gestores e empresários de maneira que todos os
departamentos exercendo suas respectivas funções são elementares para a
construção do efetivo cumprimento da missão da organização.
Márquez (2009) apud Oliveira (2011) determina algumas estratégias que
fazem com que a gestão de manutenção contribua melhor para o desenvolvimento
da instituição e possa realmente assumir um caráter mais estratégico, possibilitando
uma vantagem para a organização no que se refere ao destaque no mercado
competitivo.

A meta de gerenciamento de produção e manutenção, passa por fases e


respectivas ferramentas específicas em busca de melhor retorno, maior
disponibilidade e desempenho do equipamento, e chega à análise do ciclo
de vida dos ativos. Ele propõe oito fases e ferramentas no trato da
manutenção, fases estas que apresentam uma sequência de evolução de
técnicas com focos específicos, ou seja, efetividade, eficiência, avaliação e
melhoria – uma espécie de PDCA (Plan, Do, Check and Action) da
manutenção (OLIVEIRA, 2011, p. 2).

Desta forma as técnicas descritas tem o intuito primordial de focalizar o


aperfeiçoamento das atividades da instituição, não apenas em seu resultado final, ou
seja, verificando seus erros para se conseguir, posteriormente oferecer soluções a
partir desses vícios ou problemas encontrados, mas sim buscam demonstrar a
importância da presença do modelo de gerenciamento em todos os departamentos
da empresa, desde o planejamento, passando pelo ato em si, checando todos os
resultados, propondo melhorias e, assim, permitindo uma ação mais centrada tendo
por base a excelência no atendimento (OLIVEIRA, 2011).

Para acompanhar as mudanças e exigências de mercado, torna-se


imperativo o uso combinado das diversas técnicas que levam à otimização
dos investimentos em ativos. Independente da origem da técnica, ocidental
ou oriental, seus resultados são colocados em cheque. Ora, o incremento
27

de índice de eficiência global leva à discussão quanto ao real uso coerente


e sustentável dos ativos e dos investimentos, evitando ou buscando evitar
desperdícios (OLIVEIRA, 2011, p. 10).

A seguir é apresentado um quadro que permite vislumbrar mais


detalhadamente a proposta realizada por Márquez (2009), e adaptada por Oliveira
(2011), de forma que seja possível não apenas conhecer os fatores que contribuem
para a melhoria do sistema de manutenção, como também determina uma
ordenação lógica que garante o cumprimento dos objetivos desse modelo de gestão
para que as empresas se norteiem e o adaptem conforme as suas necessidades
próprias e metas específicas.

Tabela 1: Modelo de Gerenciamento e Técnicas de Manutenção.

Fase Estratégia Técnicas Foco


Indicadores-Chave de Desempenho (Key
Definição de Performance Indicators – KPI)
1º indicadores- Indicadores Balanceados de
chave Desempenho (Balanced Scorecard –
BSC)
Estratégia de
definição de Análise de Criticidade (Criticality Analysis
2º ativos – CA), Matriz de Criticidade (Criticality
Efetividade
prioritários e Matrix – CM).
Manutenção
Análise Causa-Raiz de Falhas (Failure
Intervenção
Root Cause Analusis – FRCA ou RCFA),
imediata nos
Análise do Modo e Efeito de Falha
3º pontos fracos
(Failure, Mode and Effects Analisys –
de maior
FMEA), Método de Análise e Solução de
impacto
Problemas (MASP), etc.
Planejamento Manutenção entrada em Confiabilidade
de planos e (Reliability-Centred Maintenance – RCM);
4º recursos da Análise de Modo, Efeito e Criticidade de
manutenção Falhas (Failure Mode, Effect Ande
preventiva Criticality Analisys – FMECA)
Eficiência
Plano
preventivo,
Análise de Risco de Otimização de Custo
5º otimização da
(Risk-Cost Optimization – RCO)
programação e
recursos
Avaliação e Análise da Confiabilidade (Reliability Avaliação
6º controle da Analysis – RA) e Método do Caminho
Manutenção Crítico (Critical Path Method – COM)
7º Análise de ciclo Análise do Custo do Ciclo de Vida (Life
de vida dos Cycle Cost Analysis – LCCA)
28

ativos,
otimização e
substituição
Melhoria
continua e Manutenção Produtiva Total (Total
8º Melhoria
utilização de Productive Mantenance – TPM)
novas técnicas

Fonte: Adaptado de Márquez et al. (2009), apud Oliveira (2011, p. 2).

Através da análise dessa proposta é possível veicular determinadas


estratégias diretamente com a atmosfera de competividade das organizações, uma
vez que os focos na efetividade, eficiência, avaliação e melhorias constantes são
elementos fundamentais para que a empresa que adota tal sistema esteja mais bem
preparada para lidar com as frequentes disputas que ocorrem nos ambientes
corporativos, uma vez que as crescentes evoluções da sociedade, que refletem
diretamente sobre as ações de mercado impulsionam a mudança no público
consumidor que, gradativamente mais exigente, entende que são a peça chave das
atividades da empresa seja qual for o âmbito de sua ação e independentemente de
ser no ramo de prestação de serviços ou disponibilidade de produtos.

Desde o planejamento, pesquisa e escolha do equipamento e da política,


produção e manutenção influenciarão a análise e o resultado do custo do
ciclo de vida do equipamento ou planta. Quanto maior o avanço, isto é, o
uso de técnicas de gestão da planta, mais próxima estará a empresa da
chamada Empresa de Classe Mundial (World-Class Company), pode-se
entender que a perpetuação da empresa terá maiores chances, pois terão
maior disponibilidade e melhor desempenho de suas plantas, tendo atingido
e levado a resultados acima das suas expectativas, seguidas da qualidade
cada vez mais exigida pelos seus clientes (OLIVEIRA, 2011, p. 11).

As oito fases e estratégias apresentadas por Márquez (2009) e reforçadas por


Oliveira (2011), consistem em, inicialmente, definir os indicadores chaves, assim,
verificar junto até mesmo aos consumidores de que maneira os mesmos estão
satisfeitos com a marca e como seriam as suas sugestões para apreciar melhor os
produtos ou serviços de maneira mais satisfatória, ou seja, aceitando opiniões,
realizando pesquisas de satisfação, enfim, uma gama de possibilidades que
permitam averiguar o desempenho da organização junto essencialmente ao seu
público-alvo.

As decisões de investimentos em ativos fixos e sua manutenção devem ser


tratadas como estratégia. A visão e a missão de otimizar os inventários
passa pelo processo de definição e hierarquização de expectativa e escolha
do equipamento, nível de serviço esperado, política de estoque de
29

segurança, quantidade e tempo de entrega das manufaturas (OLIVEIRA,


2011, p. 3).

Em seguida, destaca-se a necessidade de analisar, de maneira crítica, esses


dados que foram recolhidos, de forma a estabelecer minuciosamente como se
trabalhar com essas informações, permitindo selecionar quais aspectos podem ser
aproveitados e de que maneira existe a possibilidade de se implementar algumas
solicitações realizadas pelos consumidores dentro da instituição empresarial, haja
vista que esse conhecimento das necessidades do público é fundamental para que
se conquiste a fidelidade dos mesmo de maneira plena, satisfatória e que o permita
confiar na organização.

(...) uma ferramenta de estratégia que passa pela definição de investimento


em inventário e nível de serviço e, paralelamente, investimento em
manutenção preventiva, com base na proporção de itens defeituosos,
concluindo com resultados positivos ou negativos, levando-se em conta a
melhoria de desempenho, o custo/benefício da otimização e a satisfação do
cliente e das partes interessadas (OLIVEIRA, 2011, p. 5).

Em terceiro lugar, encontra-se o trabalho nos pontos fracos, ou seja, é


interessante que seja realizado gráficos a fim de se perceber a maior incidência
sobre um ou outro ponto, avaliando qual foi mais vezes abordado, no intuito de se
debruçar sobre o mesmo a fim de aperfeiçoa-lo, perceba que tal recurso pode até
mesmo não resultar em um defeito, erro ou problema a ser solucionado, mas apenas
pode significar que o consumidor ficou mais exigente com tal produto e acredita que
com algumas alterações o mesmo pode atende-lo mais especificamente, tornando-
se até mesmo imprescindível para sua utilização.

A FMEA (Failure, Mode and Effects Analisys) é uma metodologia específica


para avaliar sistemas, projetos, processos ou serviços para possíveis
elementos; as falhas podem ocorrer como problemas, erros, riscos e
preocupações; focados em prevenção de problemas, eliminação de
desperdícios e redução de incertezas; e três componentes ajudam a
priorizar as falhas, que são a ocorrência, a severidade e a detecção
(STAMATIS, 2003, apud OLIVEIRA, 2011, p. 5).

O planejamento preventivo, embora não seja apenas esse o foco da gestão


de manutenção também é uma tática que representa caráter de suma importância
para esse sistema, uma vez que é preciso o planejamento constante das ações,
justamente pela frequente mudança de necessidades e atualizações do mercado
atual o que, por sua vez, consiste em uma organização cada vez mais preparada
para lidar com essas questões que inclusive, recaem sobre a quinta fase que se
refere à otimização do planejamento visando sempre a redução dos custos de
30

maneira significativa, uma vez que se prevenir sobre prováveis transições permite
economia de gastos desnecessários e, consequentemente, uma vantagem na
competitividade fundamental para a empresa.

(...) se deve analisar o horizonte de tempo. Para políticas de longo prazo,


devem-se estabelecer planos de capacidade de manutenção, políticas de
estoques de peças de reparos e determinação de intervalos de manutenção
e substituição. Para médio prazo, propõe-se direcionar ou planejar escalas
de manutenção por todo o piso da planta. Já para curto prazo, recomenda-
se dispor de recursos e controlá-los. A metodologia recomendada é a
Análise de Risco de Otimização de Custo (Risk Cost Optimization – RCO)
(MARQUÉZ, 2009, apud OLIVEIRA, 2011, p. 7).

As sexta e sétima fases compõe um mecanismo de união em que as mesmas


caminham quase que simultaneamente sobre a gestão de manutenção, resultando
em uma perfeita união entre a avaliação e o controle da manutenção e a análise,
otimização e substituição de ativos que significa não necessariamente trocar peças,
mas também é possível atualizar, gerenciar de maneira mais moderna,
transformando-as em ativos que possam ser viáveis para a empresa não apenas
naquele momento, mas que sejam passíveis de serem reutilizados em outras áreas,
daí a importância em se planejar detalhadamente quais e como devem ser
adquiridas as matérias-primas de maneira que sejam escolhidas por meio de uma
visão ampla a respeito do ramo de atuação da instituição.

(...) trata-se de calcular os custos dos ativos em toda a sua vida. Incluem-se
todos os custos a montante e a jusante (custos de investigação no decorrer
de todo o ciclo de vida), ou seja, os custos de pesquisas e de
desenvolvimento do projeto, os custos de investimentos (aquisição e
construção) e os custos de operação e manutenção, até chegar aos custos
de remoção (...). Na tomada de decisão com a Análise do Custo do Ciclo de
Vida (Life Cycle Cost Analysis – LCCA) é possível comparar alternativas de
investimentos, políticas de manutenção, estoques de peças de reparos,
tempos de operação, tempos de reparos e custos de componentes e
decisões de manter o equipamento ou substituí-lo (MARQUÉZ, 2009, apud
OLIVEIRA, 2011, p. 7-8).

Por fim, mas não menos importante a melhoria contínua e utilização de


inovação nas estratégias utilizadas pela gestão de manutenção percebe-se a
necessidade em se estabelecer uma constância nos planejamentos a fim de atingir a
excelência no cumprimento da missão das instituições assume uma importância
ainda maior quando se fala em gestão de manutenção, pois nesse sistema de
administração é fundamental que os planejamentos estejam em perfeita
conformidade com as atualizações do mercado, para que seja possível o maior
índice de redução de gastos e, desta forma seja possível uma gestão de produção
31

que, além de ser competitiva, também se constitua como satisfatória para todos os
envolvidos no processo.

Obviamente, em se tratando de manutenção, os níveis de conhecimento,


experiências e treinamentos são requeridos, e técnicas vêm sendo
desenvolvidas envolvendo operadores, fazendo operações simples de
manutenção, e manutentores, realizando tarefas de nível de exigências
maiores – para estes, mais precisamente, a Manutenção Produtiva Total
(Total Productive Maintenance – TPM) é tida como melhoramento. Como
foco de melhoria, ou seja, já utilizando novas técnicas (...) o conceito e a
prática de TPM precisam ser absorvidos pela administração maior da
empresa, assim como o RCM. Em se tratando de revisão, a filosofia que
deve nortear a determinação da manutenção é a de que “manutenção é um
negócio” e não deve ser ignorado. Se o cliente a paga, também quer retorno
sobre tais gastos. No conceito ou foco de melhoria, é importante rever até
mesmo os indicadores (OBERG, 2010, apud OLIVEIRA, 2011, p. 8-9).

Para que se garanta um domínio sobre a competitividade é imprescindível


uma utilização da gestão de manutenção, que por meio da exploração de suas
técnicas e táticas de administração, descritas anteriormente, assume um papel
inovador dentro do atual cenário moderno de constantes movimentos e transições e
que por sua vez exige que as empresas possuam uma característica similar para
que consigam conquistar o mercado e se firmar não apenas temporariamente, mas
sim que seja possível à permanência com grande estaque no mercado de sua
categoria de atuação.
32

3 ASPECTOS ECONÔMICOS DA GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO

A gerência de manutenção conforme dito anteriormente é uma estratégia que


muito favorece a competitividade dentro da atual sociedade, e essa característica
tática não apenas influi sobre o seu desenvolvimento junto ao consumidor e o bom
andamento das atividades dentro da empresa, como reflete diretamente sobre os
aspectos econômicos da organização.
Mariana de Almeida Costa (2013), em seu trabalho de título “Gestão
Estratégica da Manutenção: uma Oportunidade para Melhorar o Resultado
Operacional”, afirma que a gestão de manutenção tem se tornado um sistema
bastante viável para as empresas desenvolverem em suas estruturas uma vez que a
metamorfose é um elemento bem perceptível na gerencia de manutenção que se
desenvolveu amplamente com o decorrer dos anos e, portanto, pode ser a
alternativa que garanta o desenvolvimento econômico das empresas na atualidade.

Em face das grandes mudanças ocorridas nos setores tecnológicos e de


produção nos últimos anos, com complexidade cada vez maior dos
equipamentos e, ao mesmo tempo, grande exigência de produtividade e
qualidade, a função manutenção tem assumido grandes responsabilidades
no sentido de garantir confiabilidade e disponibilidade, fatores refletidos
diretamente no desempenho operacional da organização (NUNES &
VALLADARES, 2008, apud COSTA, 2013, p. 26).

Mário Otani e Waltair Vieira Machado (2008), em seu artigo nomeado “A


Proposta de Desenvolvimento de Gestão da Manutenção Industrial na Busca da
Excelência ou Classe Mundial”, enfatiza a importância econômica em a empresa
estar em constante mudança juntamente com o mercado a fim de que garanta a sua
produção e lucro por meio do oferecimento de um serviço cada vez mais dinâmico e
superior do que o fornecido pela concorrência.

Na economia globalizada dos dias de hoje, a sobrevivência das


organizações depende de sua habilidade e rapidez de inovar e efetuar
melhorias contínuas. Como resultado, as organizações vêm buscando
incessantemente novas ferramentas de gerenciamento, que as direcionem
para uma maior competitividade através da qualidade e produtividade de
seus produtos, processos e serviços (KARDEC e NASCIF, 2004, apud
OTANI e MACHADO, 2008, p. 1).

A adoção da gerência de manutenção como instrumento administrativo para a


instituição empresarial traduz a preocupação dos empresários em estabelecer uma
ferramenta que os permitam desenvolver seu trabalho de forma eficaz e também
33

eficiente ao passo de que, consequentemente isso favoreça acrescentamentos


econômicos, haja vista que as organizações empresariais também necessitam visar
essa característica de suas atividades, o lucro tem uma representatividade muito
significativa dentro das empresas, de forma que aliar a ele um trabalho excelente
também resulta em benefícios que podem ser explorados tanto a curto quanto a
médio e longo prazo.

Analisando-se as empresas líderes, ou de sucesso, percebe-se que essas


organizações adotam, cada vez mais, técnicas preditivas e a prática da
engenharia de manutenção. A manutenção, assim, é considerada
estratégica para as organizações, pois ela garante a disponibilidade dos
equipamentos e instalações com confiabilidade, segurança e dentro de
custos adequados. De acordo com a tendência mundial, entender o tipo de
manutenção adequada para cada organização é fator de sucesso, garantia
de otimização nos processos e, por conseguinte, à atividade auferir lucros,
ou seja, não apenas garantir a sobrevivência das organizações, mas
possibilitar-lhes crescimento e expansão (XAVIER, 2005, apud OTANI e
MACHADO, 2008, p. 6-7).

Costa (2013) frisa que não é apenas adotando o sistema de gerencia de


manutenção, por si só, que a instituição empresarial irá alcançar todos os seus
objetivos, ou seja, é imprescindível que exista um entendimento sobre modelo de
administração bem específico para que ele traga benefícios para a empresa e
permita que a mesma não apenas cumpra com seu papel de forma correta, mas
também se expanda, lucre e possibilite o sucesso da empresa.

A manutenção, vista como função estratégica, responde diretamente pela


disponibilidade e confiabilidade dos ativos físicos e qualidade dos produtos
finais, representando, portanto, importância capital nos resultados da
empresa. Entender o tipo de manutenção adequada para a organização é
garantir a otimização dos processos, possibilitando expansão da empresa
(COSTA, 2013, p. 14-15).

Nesse sentido, ir além do que se espera de uma determinada empresa


também tem sua essência na execução dos trabalhos de uma organização, pois
essa característica não apenas a diferencia das demais, mas também garante uma
vantagem econômica fundamental, porque nenhuma outra empresa irá conseguir
superá-la, enquanto ela mantiver essa característica única.
Os aspectos parcimoniosos, bem como seus benefícios e lucratividade
trazidos pela gerência de manutenção não consistem em uma especificidade
separada da empresa, mas sim engloba uma série de mecanismos que precisam ser
muito bem articulados na intenção de promover os benefícios esperados por todos
os departamentos que, trabalhando individualmente produzem resultados em equipe
34

que por sua vez, devem estar plenamente de acordo com as missões, metas e
objetivos da instituição empresarial que busca sempre a eficiência, eficácia e
aperfeiçoamento em suas atividades.

Independente da abordagem de perdas, as organizações (...) devem


procurar concentrar seus esforços em eliminar as principais causas
relacionadas a elas, de maneira a atingir a eficiência global do equipamento.
Assim, é simples entender o foco da metodologia em capacitar os
operadores para que conduzam a manutenção de forma espontânea e
trabalhem proativamente para a melhoria das condições equipamentos,
aliando a isso, a capacitação da equipe de manutenção para que seja
polivalente, atuando na busca permanente de economias, seja através de
reprojetos, seja através da eliminação dos obstáculos à produção (COSTA,
2013, p. 34).

O enfoque econômico da gerência de manutenção ressalta o bom andamento


das atividades da organização no mercado, ou seja, se a empresa está
apresentando uma lucratividade considerável é em consequência de um trabalho
que está sendo bem realizado pelos funcionários, máquinas, empresários e gestores
no intuito de oferecer serviços de qualidades ou produtos compatíveis com as
necessidades do público que está consumindo de maneira plena e satisfatório o que
lhe está sendo ofertado com excelência.

A gestão estratégica da manutenção envolve o conhecimento integrado da


empresa, de cada setor e cada equipamento, decidindo onde, quando e por
que aplicar cada tipo de manutenção. O aumento da complexidade e a
diversidade de ativos físicos dentro de uma organização aumenta ainda
mais a demanda por sistemas de manutenção eficientes e economicamente
viáveis (COSTA, 2013, p. 1).

Nesse sentido, a seguir serão apresentados dois dos principais tópicos


melhor relacionados com a questão econômica a partir da adoção do sistema de
gerência de manutenção que são: A redução de gastos de produção e a economia
de recursos.

3.1 REDUÇÃO DE GASTOS DE PRODUÇÃO

A redução de gastos é uma preocupação frequente nas empresas,


independentemente de sua atuação ser na indústria, comércio, serviços, enfim,
principalmente na atual situação econômica em que se encontram os países na
35

contemporaneidade onde as crises financeiras têm sido cada vez mais graves e
frequentes.
Iony Patriota de Siqueira (2005), em seu artigo intitulado “Indicadores de
Eficiência, Eficácia e Efetividade da Manutenção” descreve bem a importância em se
adotar um sistema que permita a redução de gastos e que favoreça o pleno
desenvolvimento da empresa, inclusive no caráter econômico da organização, uma
vez que o resultado geral, consistentemente terá em sua estrutura o lucro adquirido
ao longo da produção.

A descentralização entre as fases de programação e execução, comum nas


grandes empresas, também introduz oportunidades de variações nas
atividades planejadas e executadas, inexistentes nas pequenas empresas.
Mais do que comprometer a produção e aumentar os riscos para os clientes,
os desvios podem ameaçar o atendimento de metas empresariais, ou
compromissos definidos na legislação e regulamentos setoriais, com
reflexos no resultado empresarial (SIQUEIRA, 2005, p. 1-2).

Nesse sentido, a produção encarada como uma gestão que acarreta


posicionamentos em toda a estrutura da empresa não deve ser visualizada como
algo individual, mas sim que conta com uma série de influências, tanto internas
quanto externas, que a transformam minuciosamente sendo elementares para o
andamento das atividades da organização.
José Manuel Ribeiro Dias (2003), em sua Tese, de título “A Gestão da
Manutenção” traz uma concepção bem específica a respeito do que norteia o
sistema de gerência de manutenção, com foco primordial em elementos
econômicos, tais como a redução de gastos que são de grande destaque dentro de
tal tipo de administração que intui, por vezes de maneira essencial, a redução dos
gastos de produção como benefícios para as empresas.

A prestação de serviços na área de manutenção e a sua estratégia de


prospecção de oportunidades, deve ser encarada numa perspectiva de
parceria, cujos objetivos enunciou desta forma: Aumento da rentabilidade da
atividade através de uma maior eficiência dos ativos e de menores custos
de manutenção; Aumento da satisfação e lealdade do cliente em face de
fornecimentos com menores prazos de execução, mais fiáveis e de
qualidade superior; Aumento de competências; Aumento da disponibilidade
para produção; Aumento da taxa de utilização dos ativos; Menor custo do
ciclo de vida; Maior retorno de investimentos (ROI) (MENDONÇA, 2002,
apud DIAS, 2003, p. 36-37).

As empresas, portanto, devem estar atentas para os caracteres


parcimoniosos que giram entorno de suas atividades e que necessitam estar em
perfeita compatibilidade com as suas reais necessidades e aplicabilidades, na
36

prática, de mecanismos que visem não apenas a mera reprodução de sistemas de


gerência, mas sim que se caracterizam como destaque, ou seja, possuindo um
caráter único e que contribua para o alcance de metas por meio de estratégias de
redução de gastos de forma que o tipo de gerenciamento de manutenção “deve
obedecer a critérios explícitos de Eficiência, Eficácia, Efetividade, Produtividade e
Qualidade, que a tornem economicamente atrativa” (SIQUEIRA, 2005, p. 2).

Uma estratégia de outsourcing tem como finalidade, para o mesmo autor, a


optimização dos custos e a focalização do esforço financeiro e de gestão
das estruturas próprias da empresa nas suas áreas de valor acrescentado.
No caso da manutenção dos equipamentos, tal política permitirá melhorar
globalmente os custos de manutenção, através da racionalização do
diagrama de cargas do trabalho de manutenção e evitar a necessidade de
manter internamente pessoal com elevada qualificação técnica com uma
utilização de natureza periódica ou irregular (DIAS, 2003, p. 29).

As táticas de diferenciação proporcionadas pela gestão de manutenção que


buscam, constantemente, promover um maior destaque das empresas dentro das
instituições, aliadas com a redução dos custos são consideradas de grande
importância para se definir quais serão as medidas adotadas pelo sistema de
gestão, haja vista a particularidade de casa empreendimento e investimento que, por
sua vez, tem a necessidade de garantir a viabilidade da aplicação e
desenvolvimento dos projetos, haja vista que a satisfação das necessidades gera
uma aquisição de valor para o cliente o que o permite usufruir dos serviços ou
produtos de maneira que seja viável financeira e qualitativamente (MCGRATH,
1999, apud DIAS, 2003).

A evolução do mercado de prestação de serviços de manutenção aponta


para uma crescente procura de contratos globais de manutenção, por parte
de fábricas ou instalações. As empresas que pretendem operar neste sector
de mercado, devem ter a capacidade de assumir a manutenção global de
uma dada fábrica ou instalação nas diferentes vertentes tecnológicas, isto é,
devem poder assumir a manutenção de todos os seus equipamentos sejam
eles mecânicos, eléctricos, de instrumentação ou electrónicos (...).Numa
empresa de prestação de serviços de manutenção, a prospecção de
oportunidades de trabalho no mercado e o marketing da empresa e das
capacidades e potencialidades dos seus serviços é um conjunto de
atividades vital (PINTO, 1999, apud DIAS, 2003, p. 36).

A tabela apresentada a seguir “foi retirada do Documento Nacional ‘A situação


da Manutenção no Brasil’ realizada em 2009 pela ABRAMAN – Associação
Brasileira da Manutenção – e mostra os indicadores de manutenção mais utilizados
no Brasil” (COSTA, 2013, p. 55). E demonstram, assim, os principais elementos que
37

determinam o bom ou mau desempenho das organizações que adotam o sistema


gerência baseado na manutenção.

Tabela 2: Principais indicadores de desempenho utilizados.


Principais Indicadores de Desempenho Utilizados GI
(Grau de Importância – GI) 2013
200 201
Tipos
1995 1997 1999 2001 3 2005 2007 2009 1 2013  
Custos 26,2 26,5 26,3 25,9 21,5 22 20,3 19 21,6 22 1
Frequência de
Falhas 17,5 12,2 14,2 16,2 11,7 12,2 9,75 9,81 10,5 12,2 5
Satisfação do
Cliente 13,9 11 11,8 11,9 8,62 8,11 8,93 9,38 6,37 5,56 7
Disponibilidade
Operacional 25,2 24,7 22,6 23,2 19,6 19,8 18,5 20,7 20,7 18,2 2
Retrabalho 9,07 5,65 8,36 8,96 6,06 6,68 3,97 5,33 4,72 4,07 8
Backlog 8,07 6,55 8,98 10,4 9,32 6,92 11,6 10 9,86 12,6 4
Não Utilizam - 2,09 2,79 1,22 1,63 0,72 0,33 1,07 0,82 1,11 9
TMPF (MTTF) - - - - 11,9 11,7 14,2 12,8 13,4 12,6 3
TMPR (MTTR) - - - - 9,56 11,5 11,7 11,9 12,1 11,7 6
Outros Indicadores - 11,3 4,95 2,18 0,23 0,48 0,66 0 0 0 10
Fonte: Adaptado de Abraman (Associação Brasileira de Manutenção), 2009, apud COSTA, 2013, p.
55.
Pode-se perceber que os “custos” ganham destaque nos tipos de elementos,
sendo considerado o primeiro tópico relativos ao grau de importância como indicador
de desempenho e, portanto, são essenciais para que se estabeleça um bom
andamento das funções da empresa, não apenas em seu caráter técnico, mas
também de planejamento e manutenção.

Neste cenário, é extremamente importante que a empresa avalie os custos


Capex (investimentos) e Opex (operação e manutenção) conjuntamente,
pois só assim terá uma estimativa mais precisa de quando irá obter ou, até
mesmo, se irá obter retorno sobre os investimentos realizados, optando pela
alternativa que apresente o melhor custo/benefício. Seguindo o mesmo
raciocínio, cortes indiscriminados de gastos Opex podem reduzir
substancialmente confiabilidade e produtividade, aumentando riscos de
falhas e paradas, desequilibrando o próprio funcionamento da planta, com
prejuízos maiores do que as economias previstas (FERREIRA, 2009, apud
COSTA, 2013, p. 56).

Nesse sentido a redução de custos não é algo apenas que busca trazer
vantagens econômicas para a organização, como também são de grande significado
para que se tragam resultados positivos para os demais âmbitos e objetivos da
empresa, desde que se cumpram as metas e se relacionem mais detalhadamente as
funções de cada parte da atividade empresarial.
38

É necessário, no entanto, que o processo de qualidade alcance a


organização de maneira sistêmica, e não só o setor de manutenção.
Exemplos de problemas como sobressalentes inadequados, instrumentos
não aferidos e não calibrados, documentação técnica incorreta, só serão
facilmente e corretamente detectados se o sistema de qualidade for capaz
de apontar e prevenir a ocorrência de falhas sistêmicas. E ainda, se o
sistema funcionar plenamente, será possível conseguir sensíveis aumentos
de produção sem necessidade de novos investimentos, apenas com novos
métodos de trabalho (KARDEC e NASCIF, 2009, apud COSTA, 2013, p.
57).

Entretanto a redução de gastos não pode comprometer a qualidade dos


equipamentos e tampouco dos serviços ofertados ou dos produtos fornecidos pela
instituição, nesse sentido é preciso que exista al economia mas que também sejam
realizadas com parcimônia no sentido de que o trabalho desempenhado mantenha a
sua plena qualidade e eficiência na busca constante pelo aperfeiçoamento e
melhorias, a fim de promover uma missão que consista na preocupação com o
público-alvo que, atualmente, segue cada vez mais exigente e consciente de como
devem ser disponibilizados os atendimentos, baseando-se na legislação do
consumidor e, também, na prerrogativa da qualidade que, além de ser a mínima
exigida também o surpreenda e traga elementos que são essenciais e inimagináveis
para eles antes da disponibilidade desses pela empresa.

Alguns fatores são críticos para a qualidade, e podem ser citados como
melhores práticas para adoção em qualquer empresa, são eles: - A gestão
deve ser baseada em itens de controle definidos pela gerência
(disponibilidade, custos, confiabilidade, etc.), com análise crítica periódica; -
Eliminação das falhas, ocorridas e potenciais, através da análise da causa
raiz, atuando de forma integrada com a operação e a engenharia na busca
de soluções; - Procedimentos escritos para os principais trabalhos; -
Aplicação de auditorias, internas e externas, com verificações de tendências
de resultado; - Adoção da multiespecialização ou polivalência; -
Treinamento e capacitação dos funcionários, tornando-os autossuficientes e
preparados para executar a manutenção autônoma; - Trabalho em equipe; -
Comprometimento da alta gerência; - Implantação de uma cultura de
mudanças (KARDEC e NASCIF, 2009, apud COSTA, 2013, p. 57).

A economia deve desta forma, ter um diálogo frequente com a qualidade e


melhorias contínuas a fim de promover um bom andamento dos objetivos da
empresa de forma que seja possível, reduzir os custos de maneira significativa,
trazendo benefícios econômicos para a empresa e, também, mantendo o nível de
eficácia e eficiência em seus produtos ou serviços.
Carlos Roberto Coelho Peres e Gilson Brito Alves Lima (2008), em seu artigo
“Proposta de modelo para controle de custos de manutenção com enfoque na
aplicação de indicadores balanceados”, demonstram de que formas é possível uma
39

redução dos gastos de maneira viável tanto para a empresa quanto para os gestores
e consumidores, de maneira que aos desenvolvimentos constantes promovidos pelo
mercado em gradativa ascensão e modernização e que, consequentemente exige
das instituições empresariais um foco maior na busca por desempenhos que
atendam às inovações tecnológicas e operacionais de forma coordenada, tendo
sempre em vista o ágil alinhamento de orientações nos processos de traçar planos,
premeditar ações e operacionalizar todos os departamentos da empresa,
principalmente no que diz respeito ao caráter técnico-administrativo que se refere
imediatamente ao sistema gestor definido pela organização (ARCURI FILHO, 2005,
apud PERES e LIMA, 2008).

Na engenharia de manutenção, esta constatação torna-se ainda mais


verdadeira, em virtude de suas características especialíssimas e do impacto
de suas atividades em praticamente todas as outras. A inovação
tecnológica, presente em todos os setores da economia, vem inserindo
meios de produção cada vez mais sofisticados, o que se traduz em grandes
perdas de faturamento e rentabilidade quando ocorrem paralisações não
programadas. Tal realidade exige da engenharia de manutenção uma nova
postura, multidisciplinar, sistêmica e muito mais voltada para estender ao
máximo os intervalos entre as falhas operacionais, reduzindo ao mínimo o
prazo necessário para os correspondentes reparos, do que simplesmente,
conforme sua definição clássica, recolocar os equipamentos, instalações e
sistemas nas condições de desempenho para as quais foram originalmente
projetados (PERES e LIMA, 2008, p. 149).

A redução de custos na gestão de manutenção, desta forma consiste em ir


além da substituição de peças ou realização de reparos com menor valor, ou em
solicitar contenção de gastos na execução de determinados serviços de restauração,
mas sim visa um redirecionamento de um sistema de gestão que permita a
uniformidade e o trabalho em conjunto de todos os envolvidos no alcance de metas
de instituição, de maneira que seja realizável uma série de adequações que
permitam o arrefecimento de gastos em uma escala mais significativa, possibilitando
uma maior lucratividade da empresa, sem deixar de oferecer uma excelência em
seus serviços e atendimento (PERES e LIMA, 2008).

Os custos gerados pela função manutenção são apenas a ponta de um


iceberg. Essa ponta visível corresponde aos custos com mão-de-obra,
ferramentas e instrumentos, material aplicado nos reparos, custo com
subcontratação e outros referentes à instalação ocupada pela equipe de
manutenção. Abaixo dessa parte visível do iceberg, estão os maiores
custos, invisíveis, que são os decorrentes da indisponibilidade do
equipamento (...). Tomando a manutenção como premissa para a redução
dos custos da produção, deve-se definir a melhor política a ser adotada para
a otimização dos custos (MIRSHAWA e OLMEDO, 1993, apud MARCORIN
e LIMA, 2003, p. 37).
40

Nesse sentido é preciso que se determinem quais os pontos ou elementos


que deverão ser utilizados como mecanismos de economia, dentre os quais se pode
destacar os diversos recursos utilizados pela empresa durante as suas atividades, a
frequência da compra de equipamentos e os fornecedores que mantem esse
estoque ativo com regularidade, de forma que a gestão de manutenção possa
avaliar a qualidade dos mesmos e melhor orientar as organizações, bem como seus
sócios e colaborados para o bom uso dos mesmos, de maneira que se evite a
necessidade de reparos ou trocas de produtos.
Enfim, soluções relativamente simples que contribuem com resultados
significativos para o caixa da empresa trazendo uma maior lucratividade e
possibilitando uma redução de gastos que será bem aproveitada, como pode ser
observado no tópico a seguir.

3.2 ECONOMIA DE RECURSOS

Visando aprimorar o desempenho das indústrias no cenário atual, o modelo


de gestão baseado na manutenção, também viabiliza reter gastos desnecessários
em algumas áreas de sua aplicabilidade, desde que é claro não se perca a
qualidade e excelência do produto desenvolvido e distribuído ou do serviço ofertado
pela organização.
A economia de recursos se faz presente a partir do momento em que as
empresas veem a necessidade de uma gestão de manutenção menos corretiva que
visa apenas resolver os problemas quando estão comprometendo os negócios e,
assumem gradativamente uma percepção mais preventiva que circunde os
elementos mais satisfatórios tanto pra o consumidor quanto para a organização.
A Engenharia da Manutenção tem ganhado grande espaço e tendo a se
firmar, de fato, cada vez mais no ambiente técnico administrativo das empresas,
com vistas e reduzir gastos com recursos dispendiosos que não tem necessidade.
Wady Abrahão Cury Netto (2008), trata a respeito do custo de manutenção e
a relação de tal indicador com os gastos, nos quais são encontrados diversos
41

recursos que são necessários e, por vezes, imprescindíveis para que seja possível a
plena realização do trabalho.

Custo de manutenção é um dos principais indicadores da atividade de


manutenção, representando a somatória básica das seguintes parcelas:
custos de intervenção de manutenção (recursos materiais, sobressalentes e
mão de obra), custos próprios (internos) da equipe de manutenção, tais
como administração, treinamento, etc.. e os custos de perdas de produção
(se houver), e o custo da perda de oportunidade pela falta do produto se
houver demanda (NETTO, 2008, p. 27).

Dentre os principais recursos passíveis de sofrer economia no sistema de


gestão da manutenção, podem ser mencionados os seguintes: Recursos Materiais;
Recursos de Mão-de-Obra, Recursos Financeiros e Recursos de Informação, desde
que seja respeitada as particularidades de todos, de maneira que sua qualidade não
seja prejudicada.

3.2.1 Recursos Materiais

Cabe ressaltar que a economia mencionada não se refere à abolição do


recurso, até mesmo porque tal feito impossibilitaria a plenitude do trabalho e,
tampouco a utilização de materiais de baixíssima qualidade, haja vista os resultados
desastrosos decorrentes de tal atitude equivocada.
Norberto Moro e André Paegle Auras (2007), definem os recursos como
sendo um conjunto de “equipamentos de teste e de medição, ferramentas
adequadas, espaço físico satisfatório, entre outros” (MORO e AURAS, 2007 p. 9),
que são imprescindíveis para que a gestão da manutenção ocorra de maneira plena
e satisfatória.
A economia de recursos materiais consiste em aproveitar os equipamentos
utilizados na gestão de manutenção da maneira mais adequada possível, fazendo
revisões constantes, verificando como está sendo realizada a manutenção
propriamente dita do material, de maneira que o mesmo tenha o seu tempo de vida
prolongado, de forma que sua duração tenha um caráter de longevidade significativo
e, mesmo após o seu envelhecimento seja permitido que se utilizem determinados
recursos de reforma ou aprimoramento de suas funções para, só após todas essas
tentativas o mesmo possa ser descartado, sucateado e a empresa possa se
42

desfazer do mesmo tendo aproveitado e usufruído de seus benefícios nos


departamentos em sua plenitude (MORO e AURAS, 2007).
Nesse sentido, os recursos materiais podem ser bem utilizados como forma
de redução de custos, desde que seja aplicada uma administração de manutenção
adequada que permita aos equipamentos serem devidamente empregados e
proveitosos para a produção de um serviço de qualidade que também trará
lucratividade para a organização.

3.2.2 Recursos de Mão de Obra

A economia dos recursos de mão-de-obra também conhecidos como recursos


humanos não se baseia apenas em cortar gastos a partir da demissão de
funcionários, dentro da gestão de manutenção a preocupação da empresa se
vincula muito mais ao aspecto de qualificação do seu colaborador, de forma que o
mesmo possa desempenhar melhor suas funções na empresa.
Conforme a atualização da sociedade e, consequentemente de seus
componentes, naturalmente é esperado que os equipamentos de produção também
se modificassem a fim de agilizar processos, daí “dependendo do tamanho da
empresa e da complexidade da manutenção aplicada, há a necessidade de uma
equipe formada por profissionais qualificados em todos os níveis” (MORO e AURAS,
2007, p. 9), de maneira que os objetivos possam ser melhor alcançados em todas as
esferas e departamentos da organização empresarial.

A partir do momento em que o indivíduo se qualifica profissionalmente, traz


além da sensação de sua devida importância para a instituição, fato que muito
influencia na produção, também acarreta um melhor uso dos equipamentos e maior
preocupação e comprometimento em desempenhar melhor as atividades, trazendo
inúmeros benefícios tanto para o trabalhador quando para a economia da
organização (MORO e AURAS, 2007).

Se uma empresa contar com um modelo organizacional ótimo, com material


sobressalente adequado e racionalizado, com bons recursos humanos, com
bom ferramental e instrumental e não tiver quem saiba manuseá-los, essa
empresa estará perdendo tempo no mercado. A escolha do ferramental e
43

instrumental é importante, porém, mais importante é o treinamento da


equipe que irá utilizá-los (MORO e AURAS, 2007, p. 17).

A capacitação dos colaboradores reflete em economia da contratação de


outros profissionais, maior eficiência e eficácia nos processos através de pessoa
mais dispostas e motivadas no trabalho, além é claro da instituição manter em seu
quadro de profissionais colaboradores por maior tempo, haja vista que os mesmos
se sentirão valorizados e mais aptos em exercer suas atividades laborais.

3.2.3 Recursos Financeiros

Os recursos financeiros são essenciais para que ocorra um processo de


administração de manutenção mais consistente, uma vez que por vezes é
necessária a utilização de investimentos que não estava nos planos em decorrência
de algum imprevisto que é natural ao serviço.
Desta forma, percebe-se que “recursos financeiros - necessários para uma
maior autonomia dos trabalhos” (MORO e AURAS, 2007, p. 9), de forma que
contribuem não apenas para uma autonomia dos administradores, mas também
porque os fornecem mais responsabilidades em desempenhar uma gestão de
manutenção que seja viável para que a instituição de fato a veja como necessidade
de ser implementada em sua estrutura, de maneira a fomentar melhor o
desenvolvimento de atividades, plenitude em mecanismos de controle de gastos e
redução de custos desnecessários que representam perda de lucro para a empresa.

Entretanto, a economia de tal recurso é possível a partir do momento em que


se estabelecem planejamentos não apenas técnicos, mas também administrativos,
tendo uma reserva financeira justamente para a ocorrência de contratempos e, desta
forma, se propiciar um trabalho mais tranquilo, evitando prejuízos para os gestores
(MORO e AURAS, 2007).
Assim pode-se dizer que a economia de recursos financeiros é o resultado da
retenção de gastos em todos os demais recursos, pois a partir do momento em que
se reduzem gastos com materiais, mão-de-obra e informação, automaticamente
também são contidas as despesas com finanças.
44

3.2.4 Recursos de Informação

A gestão de manutenção, atualmente, tem uma grande preocupação com o


controle de gastos nas empresas, tendo em vista que sua evolução a trouxe para um
patamar em que é necessário ter essa constante avaliação para se evitar erros que
comprometam a lucratividade dos órgãos em que ela foi implantada e está sendo
desenvolvida (MORO e AURAS, 2007).
O Recurso de Informação, no atual cenário das empresas que adotam a
gerência de manutenção “é responsável pela capacidade de obter e armazenar
dados que serão a base dos planos de manutenção” (MORO e AURAS, 2007, p. 9)
e, como tais, são imprescindíveis para que exista a avaliação das atividades da
organização, bem como, o bom andamento da mesmas, com vistas sempre em
aperfeiçoar os mecanismos que permite o andamento do exercício da instituição.
Outro fator que clama pela necessidade de controle é o planejamento, que
por sua vez trabalha em conjunto com o feedback que é obtido no desempenhar das
funções do gerenciamento e que, portanto necessita estar a par de tudo que
circunda a execução dos exercícios da empresa.
Em decorrência do monitoramento que alimenta o bando de dados e fornece
informações essenciais para o sistema gerencial da manutenção, ocorre uma
significativa redução de gastos no que diz respeito a paradas para reparos
inesperados, que tanto prejudicam a produção nas organizações, ou seja, a
economia dos recursos de informação “significa normatizar as atividades, ordenar os
fatores de produção, contribuir para a produção e a produtividade com eficiência,
sem desperdícios e retrabalho” (MORO e AURAS, 2007, p. 15), possibilitando o
cumprimento das metas da empresa alcance de objetivos e excelência no
desenvolvimento da missão da mesma no cenário do ramo de atuação.
45

4 A IMPORTÂNCIA DE UM SISTEMA DE GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO


PARA AS INSTITUIÇÕES

O sistema de gerenciamento de manutenção tem representado um benefício


enorme para as instituições empresariais, e, consequentemente, tem sido cada vez
mais adequado pelas empresas nos diversos ramos de autuação no mercado,
trazendo consigo uma reformulação de técnicas pelos gestores, conforme as
necessidades da empresa.
Pedro Gonçalo Diniz Ramos (2012), em sua tese de nome “Organização e
Gestão da Manutenção Industrial”, ilustra como as organizações tem adotado o
modelo de gerenciamento baseado na manutenção e de que forma a mesma tem se
destacado nos cenários atuais como sendo de suma importância para as empresas
tanto econômica, quanto administrativa e tecnicamente.
A tabela a seguir demonstra bem claramente como é substancial a
importância da redução de custos para o bom andamento das atividades da
empresa, tendo por estratégia a gestão de manutenção.

Tabela 3: Características típicas de um projeto tendo em vista a manutibilidade.

Projeto Benefícios
 Redução do tempo e dos custos de
manutenção;
 Aumento da disponibilidade do
Fácil acesso aos componentes
equipamento;
 Redução da fadiga dos agentes,
maior segurança na intervenção.
 Redução do tempo e dos custos de
manutenção;
Sem ajustes ou ajustes mínimos  Aumento da disponibilidade do
equipamento;
 Menor formação do pessoal.
 Redução da fadiga dos agentes,
maior segurança na intervenção;
Componentes e módulos  Aumento da disponibilidade do
facilmente/rapidamente substituíveis equipamento;
 Identificação mais fácil dos
problemas.
Evitar erros, módulos ou  Probabilidade de avaria do
componentes só com uma componente diminui;
46

 Fiabilidade aumenta;
possibilidade de montagem
 Menor formação do pessoal.
 Redução do tempo e dos custos de
manutenção;
Autodiagnostico ou indicadores para
 Aumento da disponibilidade do
encontrar avarias rapidamente
equipamento;
 Aumento da Satisfação do cliente.
 Investimentos em manutenção
reduzidos;
Inexistência ou nº mínimo de
 Aumento da satisfação do cliente;
ferramentas especiais
 Nº de ferramentas de manutenção
reduzidas.
 Stock de sobressalentes reduzido;
 Custo de equipamento reduzido;
Componentes de Catálogo
 Redução do tempo e dos custos de
manutenção.
 Custo do equipamento reduzido;
Reduzir o nº de componentes ao
 Aumento da fiabilidade;
mínimo indispensável
 Stock de sobressalentes reduzido.

Fonte: Adaptado de CABRITA e SILVA, 2009, apud RAMOS, 2012, p. 8.

Atualmente, é vital que qualquer empresa reforce a competitividade, a


melhoria da qualidade dos seus produtos ou serviços, a flexibilidade dos
seus processos e a formação e valorização dos seus recursos humanos,
assumindo-se a Manutenção como um ponto fundamental para enfrentar
tais desafios. Efetivamente, as exigências atuais dos mercados a nível
global têm influenciado a gestão da manutenção, levando à busca de
políticas de manutenção cada vez mais eficientes e ao desenvolvimento de
novos métodos, modelos e ferramentas de gestão (RAMOS, 2012, p. 45).

Também é imprescindível que a manutenção seja encarada como um suporte


essencial para as instituições empresariais, haja vista sua característica de
viabilidade financeira, de cumprimento de metas e de planejamento mais adequado
para os dias atuais.

Para que possa cumprir os seus objetivos, a Função Manutenção terá de


possuir uma organização interna que lhe disponibilize os recursos humanos
e materiais necessários à sua atividade. Ainda assim, a estrutura da
manutenção tem evoluído no sentido de ser a mais reduzida possível,
apresentando somente a dimensão necessária à resolução de problemas
imprevistos e urgentes e dando preferência à aquisição de serviços
(subcontratação). A manutenção foi durante um longo período de tempo
considerada como um mal necessário da produção industrial. Atualmente,
reconhece-se a manutenção como uma das mais importantes funções de
uma empresa, com um peso decisivo na rentabilidade, na qualidade e na
própria imagem da empresa (CABRITA e SILVA, 2002, apud RAMOS, 2012,
p. 10).
47

Dentre os benefícios trazidos pela gestão de manutenção pode-se mencionar


o fato de a mesma sempre buscar a excelência na produção, de forma que seja
essencial o cumprimento de metas e total comprometimento com o público-alvo da
instituição, no intuito de tornar o mercado consumidor os máximos possíveis
utilizados de seus produtos ou solicitantes dos serviços que são realizados ou
disponibilizados pela marca de forma eficaz e eficiente, visando o foco no cliente,
deixando-o satisfeito e, buscando também impressioná-lo, de forma que o mesmo
seja passível de conquista e se torne fiel à instituição organizacional.
A crescente competição existente no mercado tem demonstrado que é
extremamente saudável e necessária para o desenvolvimento pleno das atividades
empresariais, uma vez que os empresários se tornam mais preocupados em
fornecer uma maior qualidade de seus produtos ou serviços para os seus clientes,
almejando sempre a eficiência e eficácia em suas atividades, de maneira que não
apenas o cliente se satisfaça por meio dos seus benefícios, mas também a empresa
e o próprio mercado que, por sua vez, passa a se tornar cada vez mais qualificado e
apto param se aprimorar constantemente.
Além desse fator, existe outro que demonstra a importância da gestão de
manutenção na empresa, que consiste na verificação frequente dos equipamentos
utilizados nas produções da instituição, de maneira que seja possível antecipar e
planejar adequadamente uma política de prevenção e que não ocasione perdas
financeiras para a empresa.

As políticas de manutenção são condicionadas por fatores tais como as


condições e a idade das instalações e as inspeções legais obrigatórias
respeitantes à segurança. De acordo com as características do regime de
produção e do tipo de equipamentos produtivos presentes, deverão
explicitar-se claramente as políticas de manutenção a implementar,
entendendo-se como política de manutenção a definição do conjunto e do
tipo de ações a efetuar nos equipamentos pela Função Manutenção
(RAMOS, 2012, p. 11-12).

Principalmente nos aspectos econômicos é possível vislumbrar a importância


da gerência de manutenção para a organização, ao passo em que os resultados
quantitativos, de fato, podem ser observados nos impactos econômicos alcançados
por meio do gerenciamento, ou seja, esse é o medidor de satisfação da empresa,
pois quando o lucro é significativo é automática a sua relação com o sucesso do
sistema de gerenciamento e, se esse lucro representa a excelência por meio de um
gasto bem ínfimo, mais ainda é reconhecido o tipo de administração que cumpre
48

com o seu real papel na empresa, fazendo com que a mesma se destaque na
competitividade acirrada do mercado.

Como já referido, as transformações dos mercados a nível global na última


década, tem levado a uma mudança das políticas de manutenção
tradicionais, isto é, da manutenção corretiva, que é reativa e funcional, para
uma política de manutenção pró-ativa. Esta baseia-se na fiabilidade e
encontra-se plenamente integrada na atividade da unidade fabril, de modo a
que a cultura dominante seja a da Lean Manufacturing (ou Lean
Production), que é uma metodologia de minimização de desperdícios ou de
atividades que não acrescentam valor para o processo, com uma cultura de
aperfeiçoamento constante e de melhoria contínua, com vista a atingirem-se
as metas de “zero defeitos” e de “zero stocks” (CABRITA, 2009, apud
RAMOS, 2012, p. 22-23).

Sendo assim é fundamental que se definam bem os objetivos da


implementação de tal tipo de administração, com vistas à prevenção de problemas,
antes mesmo que os estes possam vir a ocorrer, demonstrando total controle da
situação por parte da empresa e favorecendo-a não apenas no cumprimento de
prazos, mas também no gradativo aperfeiçoamento de suas atividades.
A importância do gerenciamento de manutenção por meio de políticas que
tenham em vistas a economia, qualidade no atendimento, excelência na
disponibilidade de produtos e/ou serviços, bem como, a eficiência dos colaboradores
e satisfatoriedade dos consumidores são essenciais para se promover uma
diminuição dos gastos desnecessários ao exercício do trabalho nas instituições.

Efetivamente, aos problemas a que a Manutenção está atualmente


associada, juntam-se questões atuais como a economia de energia, a
conservação do ambiente e dos materiais, a possibilidade de reutilização
e/ou renovação dos equipamentos e instalações, a fiabilidade, a
manutibilidade, a eficiência, a optimização de processos industriais, a
crescente preocupação com as exigências de qualidade e a necessidade
permanente de formação e valorização dos recursos humanos (RAMOS,
2012, p. 2).

Vale ressalvar que são sumariamente importantes as adoções corretivas


prévias a fim de minimizar ou anular os impactos ocasionados por equívocos que
podem vir a comprometer a imagem da empresa, e, consequentemente, a sua
produtividade e relação com os colaboradores e clientes.

É, portanto, fundamental que os responsáveis pela Função Manutenção e


pela Função Produção, disponham de indicadores de desempenho
específicos que permitam a análise temporal da evolução dos mesmos e, a
fácil identificação de potenciais melhorias e de quais os equipamentos que
mais influenciam a disponibilidade global da unidade fabril, para, desse
modo, avaliar, planear e tomar medidas corretivas para melhorar todo o
processo produtivo (RAMOS, 2012, p. 27).
49

Assim, a importância da gerência de manutenção para a organização será, de


fato, constituída por elementos de grande necessidade para a mesma, tais como a
redução de custos que, por sua vez, precisam ser muito bem planejados a fim de
que não exista nenhum tipo de comprometimento na qualidade de excelência de
produtos e/ou serviços e, essas especificidades só podem ser adotadas mediante a
adoção de um sistema de gerência baseado na manutenção que, por sua vez,
previne erros possíveis e elenca práticas diárias que sustentam a satisfação do
cliente e, por conseguinte, formam a imagem de uma instituição comprometida com
a sua verdadeira missão no cenário empresarial.
50

5 CONCLUSÃO

O trabalho intitulado “A Importância da Gerência de Manutenção na Redução


de Custos de Produção” veio de encontro às metas anteriormente mencionadas e
alcançou com louvor os objetivos pré-estabelecidos de maneira que foi possível
realizar uma análise bem minuciosa a respeito dos aspectos da administração de
uma maneira geral, e mais especificamente no que se refere aos instrumentos
aplicados na gestão de manutenção que são de grande significância para a redução
de gastos da empresa, de maneira que se possa manter a qualidade e demais
aspectos essenciais para o desenvolvimento da instituição organizacional.
Os conceitos e finalidades da gestão de manutenção foram muito bem
dissertados no seu capítulo, bem como, os seus sub-tópicos demonstraram de
maneira bem clara como se concebe a gerencia de manutenção nas organizações,
bem como, o seu inter-relacionamento com o papel da administração e a engenharia
de produção, de forma que se estabeleçam metas bem estruturadas de forma que a
competitividade se intensifique e corrobore para que a tomada de decisões se dê
maneira bem mais dinâmica, sendo que seja permitido ao gestor se estabilizar não
apenas na área da administração, mas também seja reconhecido em todos os
ambientes da empresa.
Os aspectos econômicos desse modelo de gerência também foram
fundamentais para que o estudo transcorresse de maneira plena e satisfatória,
demonstrando quão íntima é a relação da escolha do método de gerenciamento,
com as percentagens de lucro e redução de custos proporcionados pela instituição,
reduzindo gastos desnecessários na produção e aprimorando, assim, a economia de
recursos.
Tais recursos não apenas no que diz respeito aos financeiros, mas também
os gastos com a mão-de-obra especializada, elementos materiais necessários para
a realização da mesma, bem como, de informação que são todos dispendiosos e
que exigem não apenas dinheiro, mas também paralisação em algumas áreas para
que seja realizadas as devidas alterações em equipamentos que, direta ou
indiretamente, afetam a produção de alguma maneira, daí a necessidade em se
estabelecer um sistema que priorize uma manutenção que englobe aspectos
essenciais da organização e não apenas uma manutenção corretiva que impede o
crescimento da empresa.
51

Sendo assim, a pesquisa em questão não apenas contribui para o


conhecimento mais elaborado acerca do sistema de manutenção, como também
teve grande impacto no que concerne ao cenário da engenharia de produção, ao
passo em que demonstrou de maneira bem específica de que forma tal sistema é
essencial para a prática diária das empresas, de maneira que se viabilize a sua
implementação e realmente se invista, de fato, em um desenvolvimento mais
elaborado nessa área, sendo que favoreça toda uma série de setores dentro da
instituição empresarial.
Portanto, o trabalho foi viável, contribuiu para a formação acadêmica e
também para que se possam desenvolver mais estudos nessa área, de maneira que
se possibilite um aprimoramento e atualização frequente desse sistema de
manutenção, tão importante para a engenharia de produção.
52

BIBLIOGRAFIA

ABRAMAN. Página eletrônica: <http://www.abraman.org.br/>. Acesso em 20 ago.


2015.

ARCURI FILHO, R. Medicina de sistemas: Uma abordagem holística, estratégica e


institucional para a gestão da manutenção. Dissertação (Mestrado em Sistemas de
Gestão) – Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Gestão, Universidade
Federal Fluminense. Niterói, 2005.

CABRITA, C. M. Filosofias Produção Magra, Seis Sigma, Sigma Magra,


Manutenção Magra, Six Sigma Business Scorecard, Six Sigma Maintenance
Scorecard. Mestrados em Engenharia Electromecânica, Engenharia Electrotécnica,
Engenharia Mecânica, Engenharia e Gestão Industrial. Universidade da Beira
Interior. 2009.

CABRITA, C. M. P.; Silva, C. M. I. Organização e Gestão da Manutenção


Industrial. Unidade Científica e Pedagógica de Ciências de Engenharia da
Universidade da Beira Interior. 2002.

CHIOCHETTA, João Carlos; HATAKEYAMA, Kazuo; MARÇAL, Rui Francisco


Martins. Sistema de Gestão da Manutenção para a Pequena e Média Empresa.
In: ENEGEP (Encontro Nacional de Engenharia de Produção), XXIV. Florianópolis:
Anais, 2004.

COSTA, Mariana de Almeida. Gestão Estratégica da Manutenção: Uma


Oportunidade para Melhorar o Resultado Operacional. 104 f. TCC (Graduação em
Engenharia da Produção) – Faculdade de Engenharia, Universidade Federal de Juiz
de Fora. Juiz de Fora, 2013.

DIAS, José Manuel Ribeiro. A Gestão da Manutenção. 2003. 107 f. Tese (Mestrado
em Gestão e Estratégia Industrial) – Instituto Superior de Economia e Gestão,
Universidade Técnica de Lisboa. Lisboa, 2003.

FERREIRA, Lívia Lima. Implementação da Central de Ativos para melhor


desempenho do setor de manutenção: um estudo de caso Votorantim Metais.
2009. 60 f. TCC (Graduação em Engenharia de Produção). Universidade Federal de
Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2009.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.

FUENTES, Fernando Félix Espinosa. Metodologia para Inovação da Gestão de


Manutenção Industrial. 2006. 208 f. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) –
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, Universidade Federal de
Santa Catarina. Florianópolis, 2006.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2008.
53

KARDEC, Alan; NASCIF, Julio. Manutenção Função Estratégica. Rio de Janeiro:


Qualitymark, 2004.

________________________. Manutenção: Função Estratégica. 3 ed. Rio de


Janeiro: Qualitymark, 2009.

LIMA, José Ricardo Tavares; SANTOS, Alex Alisson Bandeira; SAMPAIO, Renelson
Ribeiro. Sistemas de Gestão da Manutenção - Uma Revisão Bibliográfica Visando
Estabelecer Critérios para Avaliação de Maturidade. In: ENEGEP (Encontro Nacional
de Engenharia de Produção), XXX. São Carlos: Anais, 2010.

MARCORIN, Wilson Roberto; LIMA, Carlos Roberto Camello. Análise dos Custos
de Manutenção e de Não-manutenção de Equipamentos Produtivos. Revista de
Ciência & Tecnologia, Brasil, v. 11, n. 22, 2003.

MÁRQUEZ, A. C. et al. The Maintenance Management Framework: a Practical


View to Maintenance Management. Journal of Quality in Maintenance Engineering, v.
15, n. 2, 2009.

MATTAR, Fauze Najib. Pesquisa de Marketing: metodologia, planejamento. 6. ed.


São Paulo: Atlas, 2005.

MCGRATH, R. Maintenance: the missing link in the supply chain strategy. Industrial
Management, 1999.

MENDONÇA, H. Outsourcing da Manutenção da Subcontratação à Parceria. In:


Congresso de Manutenção da APMI. VI, 2002.

MORO, Norberto; AURAS, André Paegle. Introdução à Gestão de Manutenção


(Apostila). Florianópolis: CEFETESC, 2007. Disponível em:
<http://norbertocefetsc.pro.br/downloads/manutencao.pdf>. Acesso em 01 set. 2015.

NETTO, Wady Abrahão Cury. A Importância e a Aplicabilidade da Manutenção


Produtiva Total (TPM) nas Indústrias. 2008. 53 f. TCC (Graduação em Engenharia
de Produção) – Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora. 2008.

NUNES, E. N; VALLADARES, A. Gestão da Manutenção com Estratégia na


Instalação de unidades Geradoras de Energia Elétrica. Disponível em:
<http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/art_cie/art_20.pdf>. Acesso em 25 ago. 2015.

OBERG, C. P. Managing Maintenance: as a Business. EPAC Software


Technologies. 2010. Disponível em:
<http://www.maintenanceresources.com/referencelibrary/ezine/epac.html>. Acesso
em 27 ago. 2015.

OLIVEIRA, Francisco de Paula. Estratégia de manutenção: estrutura, ferramentas,


benefícios/custos e melhoria contínua. Revista Gestão & Conhecimento, Poços de
Caldas, v. 6, n. 1, ago./dez. 2011. Disponível em:
<https://www.pucpcaldas.br/graduacao/administracao/revista/artigos/v6n1/
v6n1a3.pdf>. Acesso em 25 ago. 2015.
54

OTANI, Mario; MACHADO, Waltair Vieira. A Proposta de Desenvolvimento De


Gestão Da Manutenção Industrial Na Busca Da Excelência Ou Classe Mundial.
Revista Gestão Industrial, Ponta Grossa, v. 4, n. 2, 2008.

PERES, Carlos Roberto Coelho; LIMA, Gilson Brito Alves. Proposta de modelo
para controle de custos de manutenção com enfoque na aplicação de
indicadores balanceados. Revista Gestão de Produção, São Carlos, v. 15, n. 1,
2008.

PINTO, C. Organização e Gestão da Manutenção, 1. ed., Portugal: Monitor, 1999.

RAMOS, Pedro Gonçalo Diniz. Organização e Gestão da Manutenção Industrial.


Tese (Mestrado em Engenharia e Gestão Industrial) – Universidade da Beira Interior.
Portugal, 2012.

SILVA, Romeu Paulo. Gerenciamento no Setor de Manutenção. Monografia


(Especialização em Gestão Industrial) – Departamento de Economia, Contabilidade
e Administração, Universidade de Taubaté. São Paulo. 2004.

SIQUEIRA, Iony Patriota. Indicadores de Eficiência, Eficácia e Efetividade da


Manutenção. Jaboatão: Abraman, 2005.

SOURIS, J. P. Manutenção Industrial – custo ou benefício. Trad. Elizabete Batista.


Lisboa: Lidel, 1992.

SOUSA, Evandro Rafael Ascêncio de. Um estudo dos modelos de gestão


utilizados nas pequenas empresas. Dissertação (Mestrado em Controladoria e
Contabilidade Estratégica) – Centro Universitário Álvares Penteado. São Paulo,
2003.

SOUZA, J. B. Alinhamento das estratégias do Planejamento e Controle da


Manutenção (PCM) com as finalidades e função do Planejamento e Controle da
Produção (PCP): Uma abordagem Analítica. Dissertação (Mestrado em Engenharia
de Produção) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta
Grossa, 2008.

STAGLIORO. Painel do 1º Congresso Mundial da Manutenção. Associação


Brasileira da Manutenção. ABRAMAN. Revista Manutenção n. 87, 2002.

STAMATIS, D. H. Failure Mode and Effect Analysis: FMEA from Theory to


Execution. 2. ed. Milwaukee: Quality Control, 2003.

WENDLAND, Leonardo Scheibner; TAUCHEN, Joel. Gestão Estratégica da


Manutenção. In: SAEP (Semana Acadêmica de Engenharia da Produção). Rio
Grande do Sul. Rio Grande do Sul: Anais, 2010.

XAVIER, Julio Nascif. Manutenção Preditiva Caminho para a excelência.


Disponível em:
<http://www.engeman.com.br/site/ptb/artigostecnicos.asp/manutencaopreditiva_Nasc
if.zip>. 2005. Acesso em 28 ago. 2015.
55

XENOS, H. G. Gerenciando a Manutenção Produtiva. 1. ed. Rio de Janeiro: INDG,


1998.

Você também pode gostar