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Face ao contexto apresentado, em que o estudante não era obrigado a administrar a

medicação recusando-se quando a enfermeira o solicitou a fazê-lo, detetamos como


principal problema a não administração da medicação ao cliente sendo que esta era
imprescindível para a recuperação do mesmo.

Neste caso clínico temos 3 intervenientes, o cliente, Francisco, o estudante, Artur, e a


enfermeira, Rosa.

Relativamente à enfermeira, responsável pelo doente e pelo estudante, quando


confrontada pela recusa da administração do fármaco devia ter assegurado que o
tratamento seria realizado atempadamente de modo a não meter em causa a
terapêutica do doente. Segundo a Carta do Direitos do Doente Internado, o doente tem
o direito a receber os cuidados apropriados ao seu estado de saúde, no âmbito dos
cuidados preventivos, curativos, de reabilitação e terminais. O doente tem o direito de
ter acesso ao cuidado e esse acesso tem de ocorrer em tempo útil. Para além de
desrespeitar este direito do doente, a enfermeira Rosa, não cumpriu com as suas
responsabilidades, pois segundo consta no Código Deontológico dos Enfermeiros a
profissional devia ter analisado regularmente o trabalho efetuado reconhecendo
eventuais falhas, neste caso a não administração da medicação, garantindo a qualidade
e continuidade dos cuidados das atividades que delegar, assumindo a responsabilidade
pelos mesmos.

Relativamente ao estudante, apesar de não ser ainda a sua função administrar a


medicação colocou em causa o tratamento do Sr. Francisco. O estudante declarou,
atempadamente, que se recusava a realizar o que lhe foi delegado, de modo a que a
enfermeira responsável assegurasse os cuidados a prestar. O estudante, segundo o
Código Deontológico dos Enfermeiros, não pode sofrer qualquer prejuízo pessoal ou
profissional pelo exercício do seu direito à objeção de consciência.

Contudo, ambos os intervenientes acima mencionados, falharam quanto às suas


funções colocando em causa a integridade pessoal do doente ao não assegurar os seus
cuidados indo contra o artigo 8º da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos
Humanos da UNESCO.

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