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1 Princípios e conceitos. 2 Políticas públicas de arquivo; legislação arquivística. 3 Normas
nacionais e internacionais de arquivo. 4 Sistemas e redes de arquivo. 5 Gestão de documentos;
implementação de programas de gestão de documentos. 6 Diagnóstico da situação arquivística
e realidade arquivística brasileira. 7 Protocolo: recebimento, registro, distribuição, tramitação e
expedição de documentos. 8 Funções arquivísticas. 9 Criação de documentos. 10 Classificação
de documentos. 11 Avaliação de documentos. 12 Difusão de documentos. 13 Descrição de
documentos. 14 Preservação de documentos. 15 Análise tipológica dos documentos de arquivo.
16 Políticas de acesso aos documentos de arquivo. 17 Sistemas informatizados de gestão
arquivística de documentos. 18 Documentos digitais. 19 Requisitos. Metadados. 20
Microfilmagem de documentos de arquivo.
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Conceitos e Princípios
Arquivologia é uma disciplina científica da Ciência da Informação.
Com suas bases modernas fundamentadas na Revolução Francesa, a Arquivologia cuida da informação
que tem por objetivo se tornar evidência, fator de prova de que algum evento ocorreu. Portanto, a
Arquivologia é a ciência que estuda teorias e métodos de organização e tratamento de documentos, e sua
conversão em potencial de informação.
No Brasil existem cursos superiores em Arquivologia que formam bacharéis, esses profissionais vêm
preencher uma lacuna que foi suprida por bibliotecários, historiadores e outros que, na maioria das vezes,
não observavam os princípios da Arquivologia no tratamento da informação arquivística.
O tratamento técnico dos documentos arquivísticos fazem parte de etapas de trabalho, como o arranjo, a
descrição, avaliação, conservação e restauração de documentos. Inclui também como perfil a direção e
organização dos centros de informação constituídos de acervos arquivísticos, assim como serviços de
microfilmagem e de informatização aplicados aos arquivos. É ainda de sua competência elaborar projetos,
pareceres e demais trabalhos que tratem de assuntos arquivísticos, assim como o assessoramento aos
trabalhos de pesquisa científica, jurídica, administrativa e técnica. Trata-se do profissional gestor de
processos documentais e deverá estar apto a trabalhar as soluções de tratamento funcional da
documentação arquivística, atendendo às demandas administrativas e técnico-científicas de instituições
públicas, privadas e organizações não governamentais.
Princípios
Os princípios arquivísticos constituem o marco principal da diferença entre a arquivística e as outras
“ciências” documentárias. São eles:
Princípio da Proveniência: Fixa a identidade do documento, relativamente a seu produtor. Por este
princípio, os arquivos devem ser organizados em obediência à competência e às atividades da instituição
ou pessoa legitimamente responsável pela produção, acumulação ou guarda dos documentos. Arquivos
originários de uma instituição ou de uma pessoa devem manter a respectiva individualidade, dentro de seu
contexto orgânico de produção, não devendo ser mesclados a outros de origem distinta.
Princípio da Unicidade: Não obstante, forma, gênero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo
conservam seu caráter único, em função do contexto em que foram produzidos.
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Políticas públicas de arquivo; legislação arquivística.
Políticas públicas de informação, como o caso da Política Nacional de Arquivos brasileira, é um tema a ser
aprofundado no âmbito da Ciência da Informação, acolhendo simultaneamente as contribuições da
Arquivologia, Administração, Direito, História, Sociologia, Informática e Ciência Política. Tendo como
referência fundamental a contribuição da Ciência da Informação sobre a informação enquanto fenômeno
social, cabe-nos reconhecer os aspectos teóricos que marcam atualmente as teorias das Políticas
Públicas, além de outras abordagens, imprescindíveis à compreensão das políticas públicas de
informação, das políticas públicas arquivísticas e do Estado como campo informacional. Trata-se, no caso,
de reconhecer o Estado é como lócus de saberes e práticas informacionais, considerando-se seu percurso
histórico enquanto relação social, resultante da interação permanente de sujeitos sociais de aparelhos
privados e de agências estatais.
Muller e Surel (2004, p. 11) entendem a ação do Estado como um “lugar privilegiado” no qual as complexas
sociedades modernas “vão colocar o problema crucial de sua relação com o mundo através da construção
de paradigmas ou de referenciais”. Os instrumentos que daí derivam favorecem a ação social "e os
espaços de sentido no interior das quais os grupos sociais vão interagir”. Esses autores analisam o caráter
polissêmico do termo ‘política’. Sublinham que essa polissemia impõe cuidados na análise das políticas
públicas, pois evocam perspectivas simultâneas como a da esfera da política (polity) –a distinção entre o
mundo da política e a sociedade civil -, a da atividade política (politics) – a atividade política em geral - e a
da ação pública (policies) – processo pelo qual são elaborados e implementados programas de ação
pública. Para ambos uma política pública é uma construção social (conjunto de fins a se atingir), mas
também um construto de pesquisa (trabalho de identificação e reconstrução dos objetivos da ação pública).
Políticas públicas revelam a construção de um quadro normativo de ações envolvendo Estado e Sociedade
Civil. Como tal, trata-se de um quadro susceptível de indagações sob um processo permanente de
redefinição da estrutura e dos limites dos campos políticos.
Uma política pública é necessariamente um processo dinâmico sujeito a alterações diversas. Por isso, a
importância da sua avaliação por distintos atores, de forma a favorecer as inevitáveis modificações que
sobre ao longo do tempo. A existência de textos legais que regulem uma atividade governamental não
basta para identificarmos uma política pública. Por outro lado, nem sempre um conjunto de projetos, leis e
ações que caracterizamos como uma política pública é assim entendida e anunciada pelo governo.
Algumas políticas são mais explícitas ou latentes ou tomam a forma de uma “não-decisão”. Por isso o
estudo de políticas deve deter-se, também, no exame de não-decisões. Em alguns casos, a não-tomada
de decisão assume a forma de decisão. Analisando políticas públicas de informação no Brasil, chama-nos
a atenção, preliminarmente, a aparente falta de decisão. A “não-decisão”, porém, é um ato de poder. É
diferente da decisão que não se toma por falta de poder ou por inércia ou por inépcia. A análise de políticas
tende a ser a ser dividida em três fases sucessivas – Formulação, Implementação e Avaliação – que
configuram um ciclo que se realimenta.
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A literatura voltada aos estudos da informação não dispõe de um quadro conceitual suficientemente denso
sobre políticas públicas de informação. Normalmente essa literatura ignora os aspectos teóricos e
metodológicos da análise de políticas públicas. A noção de "política de informação" tende a ser
naturalizada e a designar diversas ações e processos do campo informacional: arquivos, bibliotecas,
internet, tecnologia da informação, governo eletrônico, sociedade da informação, informação científica e
tecnológica, etc.
Frohmann (1995) ressalta que a literatura em ciência da informação sobre Política de Informação privilegia
a produção documental e arquivística dos governos. Essa abordagem tende a privilegiar aspectos como
produção, organização e disseminação da informação científica e técnica. O foco da Ciência da Informação
sobre o tema seria mais evidente em aspectos como a implementação de tecnologias, o aprimoramento
da comunicação agências governamentais e a ampliação do acesso aos documentos dos governos. Essa
ênfase ocorreria em detrimento da realização de pesquisas sobre as relações entre informação e poder,
ou as formas pelas quais o poder é exercido em e através de relações sociais mediadas pela informação.
Gonzáles de Gomez (2002) oferece uma reflexão teórica significativa à discussão das políticas de
informação, ao sugerir a noção de “Regime de Informação” como conjunto de redes, formais ou não, “nas
quais as informações são geradas, organizadas e transferidas de diferentes produtores, através de muitos
e diversos meios, canais e organizações, à diferentes destinatários ou receptores de informação ...”.
No âmbito desta pesquisa, adotamos – como categoria empírica de análise preliminar – a noção de
políticas públicas de informação como conjunto de premissas, decisões e ações - produzidas pelo Estado
e inseridas nas agendas governamentais em nome do interesse social - que contemplam os diversos
aspectos (administrativo, legal, científico, cultural, tecnológico, etc.) relativos à produção, uso e
preservação da informação arquivística de natureza pública e privada.
Um aspecto muito frequente é confundir-se legislação arquivística com política arquivística. A legislação
arquivística fornece elementos normalizadores à política arquivística, mas não é em si mesma uma política.
Muitas vezes a legislação arquivística tende a ser considerada o marco zero de uma nova era arquivística.
É compreensível tal expectativa já que uma legislação adequadamente concebida pode ser um poderoso
instrumento a favor da gestão, uso e preservação dos arquivos. A viabilidade dessa legislação torna-se
comprometida se não for simultaneamente instrumento e objeto de uma política arquivística.
Políticas públicas arquivísticas constituem uma das dimensões das políticas públicas informacionais. Em
função da realidade observada, é possível detectar situações nas quais políticas públicas arquivísticas são
concebidas e implementadas - normalmente sem muito sucesso - ignorando-se as demais políticas
públicas de informação existentes. Da mesma forma, são frequentes situações nas quais políticas públicas
de informação - muitas vezes em nível nacional - desconhecem por completo as peculiaridades do universo
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arquivístico. Em alguns casos, por exemplo, políticas arquivísticas e políticas de governo eletrônico são
concebidas e desenvolvidas como se pertencessem a universos paralelos. Ambas as iniciativas perdem
com essa ausência de interfaces, especialmente o campo arquivístico, normalmente menos visível que
aquele relacionado com as questões inerentes aos projetos de governo eletrônico.
As ações resultantes das decisões que constituem as políticas públicas arquivísticas revestem-se, na
maioria dos casos, de um caráter técnico-científico. No entanto, políticas arquivísticas existem para
responder a problemas políticos do campo dos arquivos. Isto pressupõe, inicialmente, a necessidade de
identificar e analisar estes problemas. Reconhecê-los exige um conjunto de conhecimentos
simultaneamente técnico-científicos e políticos.
No caso das políticas informacionais, o alcance dos intentos de políticas públicas mostra-se visceralmente
associado a aspectos tais como: a) o comprometimento do Estado com o uso adequado – em todos os
sentidos - da informação pela administração pública e pela sociedade, b) as condições da sociedade civil
em reconhecer a informação governamental como direito, utilizá-la e gerar novas demandas a partir dessa
utilização; c) verticalizando essa percepção para o universo arquivístico, alguns obstáculos tendem a ser
frequentes:. o grau de reconhecimento da importância da informação arquivística e das instituições e
serviços arquivísticos pelo Estado e a sociedade civil e a capacidade política e técnico-científica das
instituições arquivísticas públicas identificarem e lograrem formular, executar e avaliar políticas públicas
arquivísticas.
Coadjuvante como construtor da memória nacional, o Arquivo Nacional e os demais arquivos públicos
brasileiros tampouco encontrarão na sua função instrumental uma atuação protagonista. Isto implicou no
desenvolvimento de instituições e serviços arquivísticos “periferizados” na administração pública e
incapazes de fornecer informações suficientes, em níveis quantitativo e qualitativo, ao próprio aparelho de
Estado, à pesquisa científica e tecnológica e à sociedade civil.
Seja nas instituições arquivísticas ou nos serviços arquivísticos, a ausência de padrões de gestão da
informação, somada às limitações de recursos humanos, materiais e tecnológicos, resulta em deficiências
no seu processamento técnico e acesso. Ao não desenvolverem a interação inerente ao controle do ciclo
da informação arquivística (integrando as fases corrente, intermediária e permanente), ambas as
instâncias organizacionais tornam-se desvinculadas do processo político-decisório governamental. Por
outro lado, as restrições de consulta e as condições de acesso físico e intelectual dos arquivos limitam
consideravelmente a sua utilização pelo administrador público e o cidadão.
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o arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do Poder Judiciário); Arquivos Municipais(o arquivo do Poder
Executivo e o arquivo do Poder Legislativo).
O Arquivo Nacional após a Lei de Arquivos passa a ter como competências, "a gestão e o recolhimento
dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal, bem como preservar e facultar o
acesso sob sua guarda, acompanhar e implementar a política nacional de arquivos" (art.18).
Cria-se um Conselho Nacional de Arquivos (CONAR), presidido pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional,
"integrado por representantes de instituições arquivísticas e acadêmicas, públicas e privadas". (art.. 26)
com a atribuição de definir a política nacional de arquivos e atuar como órgão central do Sistema Nacional
de Arquivos.
Ao longo dos anos 90, a legislação arquivística foi ampliada mediante decretos regulamentadores da Lei
8.159 e a definição de dispositivos legais nos planos estaduais e municipais.
Considerando-se a abordagem sistêmica, entende-se que não cabe ao Sistema implementar políticas
arquivísticas. Sua função é favorecer a execução destas políticas pelos órgãos que o compõem mediante
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um processo de interação sistêmica. Um sistema como o proposto não é um órgão executor de políticas
públicas.
Em 1989, especialistas de vários países reuniram-se em Paris e decidiram criar uma comissão específica
para, no âmbito do CIA, realizar tal tarefa. A primeira reunião da Comissão ocorreu em 1990, na Alemanha,
congregando especialistas do Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Malásia, Portugal e
Suécia. A partir da divulgação e discussão de uma declaração de princípios quanto à descrição arquivística
no Congresso Internacional de Arquivos de Montreal, o grupo passou a contar com um representante da
Austrália, num esforço de conciliar e atender a tradições técnicas diversas.
O primeiro trabalho consolidado da Comissão foi a elaboração da norma para descrição de documentos
arquivísticos ISAD(G), publicada em 1994, abrangendo documentos de todo e qualquer suporte,
respaldada em procedimentos metodológicos já implementados, bem como definindo um universo de
elementos de descrição para registro de informações tradicionalmente recuperadas. Em 1996, foi lançada
a norma ISAAR(CPF), complementar à primeira, regulando a descrição do produtor, entidade fundamental
para o contexto dos documentos descritos
Em 1996, durante o Congresso Internacional de Arquivos ocorrido em Pequim, a Comissão ad hoc foi
transformada em Comitê de Normas de Descrição (CND), passando a integrar formal e permanentemente
a estrutura do CIA. Na ocasião, sua composição foi alterada e o Brasil convidado a designar um
representante para o CND, cuja principal tarefa à época era realizar a revisão e a segunda edição da
ISAD(G).
A ISAD(G) não era conhecida no Brasil. Não havia sido impressa aqui e a única tradução em português
era aquela publicada nos Cadernos BAD, da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e
Documentalistas, com pequena circulação em nosso país. A necessidade de participar do processo de
revisão impunha, então, como primeira providência, traduzir a norma e divulgá-la o mais amplamente
possível. O Arquivo Nacional assumiu essa tarefa e no início de 1998 publicou a primeira edição brasileira
das normas internacionais ISAD(G) e ISAAR(CPF), gratuitamente distribuídas no país, além de aproveitar
oportunidades e de promover eventos para discuti-las, sobretudo a ISAD(G), cuja revisão internacional se
iniciava.
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A ISAD(G), exatamente por pretender ser internacional, aplicável a todos os tipos de materiais
arquivísticos, utilizável tanto em sistemas manuais quanto automatizados de descrição, tem um alto grau
de generalidade, definindo apenas a macroestrutura da descrição, deixando a definição quanto a
procedimentos específicos para outras esferas de decisão, nacionais ou institucionais. Daí a insistência
do CND sobre a necessidade de normas nacionais e, consequentemente, a necessidade de cada país
refletir sobre sua realidade e criar normas próprias.
A Câmara Técnica de Normalização da Descrição Arquivística (CTNDA) foi criada pela portaria n. 56, de
30/9/2001, do Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), com a finalidade de propor normas que, em
conformidade com a ISAD(G)9 e a ISAAR(CPF), fossem, após discussão pela comunidade profissional,
aprovadas pelo Conarq e adotadas como normas brasileiras.
A Câmara, que sofreu alterações em sua composição original, reuniu-se várias vezes, além de manter
ativa correspondência para evolução do trabalho. A partir de 2004, passou a contar também com membros
correspondentes, integrantes de arquivos estaduais ou de outras instituições já usuárias da ISAD(G), num
esforço de ampliar a discussão por todo o Brasil.
A versão preliminar desta Norma foi submetida à consulta pública de janeiro a maio de 2006,
concomitantemente à realização de oficinas para divulgação em Belém, Brasília, Florianópolis, Londrina,
Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, contando com cerca de setecentos participantes. As contribuições
enviadas por profissionais de várias partes do país foram analisadas em reunião específica, elaborando-
se a versão final ora apresentada.
A NOBRADE não é uma mera tradução das normas ISAD(G) e ISAAR(CPF), que já existem e estão
publicadas. Seu objetivo, ao contrário, consiste na adaptação das normas internacionais à realidade
brasileira, incorporando preocupações que o Comitê de Normas de Descrição do Conselho Internacional
de Arquivos (CDS/CIA) considerava importantes, porém, de foro nacional. Esta norma deve ser
intensamente divulgada no âmbito das instituições arquivísticas e nos eventos ligados aos profissionais da
área, de modo a possibilitar o seu aperfeiçoamento.
ABNT NBR ISO 30301, Informação e documentação – Sistema de gestão de documentos de arquivo –
Requisitos
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Sistemas e redes de arquivo
No campo das ciências sociais aplicadas, temos a apropriação desta abordagem sistêmica por meio da
Arquivologia, que define “Sistemas de Arquivos” como: o conjunto de arquivos de uma nação, estado,
município ou instituição que interagem por meio de diretrizes, normas e políticas visando à preservação
de uma totalidade da informação arquivística produzida no seu contexto.
Entretanto, o termo “Sistemas de Arquivos” não é bem difundido e solidificado. Exemplo prático disto é
evidenciado ao se fazer uma consulta pelo termo no site de busca Google: a maioria dos resultados refere-
se à área de softwares. No senso comum é frequentemente remetido a aspectos relacionados à
informática.
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No Brasil o conceito de sistema de arquivos começa a ser explorado e trabalhado na década de 60, com
vínculo direto na administração pública. Em 1962 é criada a primeira versão para o projeto de Sistema
Nacional de Arquivos, que foi sucedida pela versão de 1978 (ambos não foram implantados) e,
posteriormente, pela versão de 1994. Observamos a inserção da ideia sobre sistemas de arquivos antes
mesmo da criação dos cursos acadêmicos. Os cursos de Arquivologia foram criados a partir de 1977.
Talvez isto demonstre uma fragilidade teórica dos projetos iniciais para Sistemas de Arquivos Nacionais.
Uma vez que a falta de produção científica na área pode ter acarretado pouco embasamento às práticas.
Na esfera estadual, a partir da década de 80 surgem decretos para a criação de alguns sistemas de
arquivos.
A literatura arquivística nacional é escassa, isso para qualquer objeto de estudo deste campo. Em se
tratando da temática dos sistemas de arquivos, também, se verifica pouca literatura. No entanto, o
Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (2005, p. 155) traz uma definição para sistemas de
arquivos, segundo ele é o “Conjunto de arquivos que, independentemente da posição que ocupam nas
respectivas estruturas administrativas, funcionam de modo integrado e articulado na persecução de
objetivos comuns”. O conceito leva em consideração a articulação e a “persecução de objetivos”, que são
características dos sistemas. No entanto, sugere uma independência dentro da estrutura administrativa
que não condiz com a realidade, pois o sistema de arquivos é um subsistema do macrossistema
organização.
Na literatura arquivística internacional, encontra-se um autor argentino que explora o conceito de sistemas
de arquivos. Segundo Vasquez (1994, apud JARDIM, 1995, p. 30), um “Sistema integrado de arquivos é
um conjunto orgânico de arquivos, vinculados por uma direção central que normaliza os processos
arquivísticos e focaliza a informação em um ponto acessível à consulta externa e interna”. Jardim (1995)
faz algumas observações quanto à esta definição, e uma delas é referente à adjetivação do termo Sistema
pela palavra integrado. Segundo o autor “colide com os pressupostos de interação e totalidade que
sustentam o conceito de sistema. A totalidade sistêmica é sempre integral ou completa em si mesma ou
não seria sistêmica”.
Independente da conceituação dada ao termo “Sistema de Arquivos”, sempre está associado ao controle
do ciclo vital da informação arquivística. Por meio do órgão executor (geralmente um departamento do
Arquivo Público Estadual) são realizados os trabalhos intelectuais e operacionais, como a articulação entre
os órgãos integrantes do sistema, elaboração das normas, prestação de orientação técnica, divulgação,
políticas de acesso, etc. Os arquivos (unidades administrativas) atuam como membros de um sistema,
cuja finalidade é proporcionar a gestão documental para que se obtenha a recuperação da informação nas
diferentes fases do ciclo de vida documental.
Surge uma problematização, do ponto de vista da uniformidade que as normas proporcionam diante da
verticalização de poder. Elas não podem ser capazes de anular as diferenças e por isso acabam se
tornando ineficazes. Para isto não ocorrer, é necessário atentar aos aspectos particulares.
Sistemas e Redes
A uniformidade ou padronização é, também, motivo de críticas ao enfoque sistêmico. Um Sistema não
pode ser pensado como uma articulação obrigatoriamente uniformizante. É importante prestar atenção
aos aspectos particulares, às especificidades e realidades concretas que prevalecem entre os distintos
membros do Sistema, parece ser a única condição e, ao mesmo tempo, a única garantia de estruturar com
inteligência um sistema comum. (RAMIREZ DELÉON, apud JARDIM, 1995, p.43)
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No caso dos Sistemas de Arquivos das esferas do Estado, cada secretaria da administração pública possui
um contexto de produção documental diferenciado. Para tal circunstância, deve-se pensar nas
intervenções propostas pelo órgão executor do Sistema, desde a base, ou seja, nos produtores e na forma
de produzir os documentos, conhecendo a realidade de cada membro.
Diante dessa crítica ao modelo sistêmico alguns autores propõem o modelo de redes. Para Cunha (1977),
a diferença entre os dois conceitos está basicamente no tipo de integração, os sistemas com modelos de
integração vertical e as redes integração horizontal. A integração vertical admite estruturas hierárquicas
que visam à padronização dos componentes, já a integração horizontal se baseia na cooperação.
Entretanto, alguns autores identificam outras diferenças entre os conceitos de sistema e redes. É o caso
de Balduíno (1988 apud JARDIM, 1995, p.43). Ele sugere os seguintes diferenciais:
REDES SISTEMAS
Elementos interligados Elementos integrados
Objetivos comuns Objetivos específicos
Componentes autônomos Componentes interdependentes
Características individuais Padronização
Funções específicas e interdependentes –
Cooperação
complementação
A ausência de um componente não compromete a A ausência de um componente compromete a
realização dos objetivos da rede como um todo realização dos objetivos do sistema como um todo
Diferenciações Básicas entre Redes e Sistemas
No caso do Sistema Mundial de Informação Científica ou Tecnológica (UNISIST), Cunha (1977, p.36)
pondera que o conceito de sistema ou redené um conjunto de componentes inter-relacionados que, de
comum acordo, promovem a transmissão da informação dos produtores aos usuários da mesma, de
conformidade com normas e procedimentos idênticos ou compatíveis. Cada componente pode, por sua
vez, ter tido como um sistema, em relação a sua integração interna (vertical), ou como um subsistema,
com relação a suas conexões externas (horizontais).
Jardim (1995, p. 139) aponta essa problemática para o caso do Sistema Nacional de Arquivos:
O projeto de ordem imaginária procura no conceito de sistema o seu referente, mas não o encontra. E
prossegue desconhecendo este desencontro, já que, na reiteração do Sistema Nacional de Arquivos,
persistem as lacunas de aspectos teóricos caros aos sistemistas e se perpetuam os equívocos apontados
pelos críticos do enfoque sistêmico.
O SINAR tem por finalidade implementar a política nacional de arquivos públicos e privados, visando à
gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de arquivo.
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O SINAR tem como órgão central o CONARQ.
Integram o SINAR:
I - o Arquivo Nacional;
II - os arquivos do Poder Executivo Federal;
III - os arquivos do Poder Legislativo Federal;
IV - os arquivos do Poder Judiciário Federal;
V - os arquivos estaduais dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;
VI - os arquivos do Distrito Federal dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;
VII - os arquivos municipais dos Poderes Executivo e Legislativo.
Os arquivos referidos nos incisos II a VII, quando organizados sistemicamente, passam a integrar o SINAR
por intermédio de seus órgãos centrais.
As pessoas físicas e jurídicas de direito privado, detentoras de arquivos, podem integrar o SINAR mediante
acordo ou ajuste com o órgão central.
Os integrantes do SINAR seguirão as diretrizes e normas emanadas do CONARQ, sem prejuízo de sua
subordinação e vinculação administrativa.
Documentos Públicos
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Os arquivos privados de pessoas físicas ou jurídicas que contenham documentos relevantes para a
história, a cultura e o desenvolvimento nacional podem ser declarados de interesse público e social por
decreto do Presidente da República.
A declaração de interesse público e social de que trata este artigo não implica a transferência do respectivo
acervo para guarda em instituição arquivística pública, nem exclui a responsabilidade por parte de seus
detentores pela guarda e a preservação do acervo.
O parecer será instruído com avaliação técnica procedida por comissão especialmente constituída pelo
CONARQ.
O proprietário ou detentor de arquivo privado declarado de interesse público e social deverá comunicar
previamente ao CONARQ a transferência do local de guarda do arquivo ou de quaisquer de seus
documentos, dentro do território nacional.
A alienação de arquivos privados declarados de interesse público e social deve ser precedida de
notificação à União, titular do direito de preferência, para que manifeste, no prazo máximo de sessenta
dias, interesse na aquisição, na forma do parágrafo único do art. 13 da Lei nº 8.159, de 1991.
Os proprietários ou detentores de arquivos privados declarados de interesse público e social devem manter
preservados os acervos sob sua custódia, ficando sujeito à responsabilidade penal, civil e administrativa,
na forma da legislação em vigor, aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor permanente.
A perda acidental, total ou parcial, de arquivos privados declarados de interesse público e social ou de
quaisquer de seus documentos deverá ser comunicada ao CONARQ, por seus proprietários ou detentores.
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IV - racionalizar a produção da documentação arquivística pública;
V - racionalizar e reduzir os custos operacionais e de armazenagem da documentação arquivística pública;
VI - preservar o patrimônio documental arquivístico da administração pública federal;
VII - articular-se com os demais sistemas que atuam direta ou indiretamente na gestão da informação
pública federal.
O SIGA é composto pelo órgão central, o Arquivo Nacional; pelos órgãos setoriais, que são as unidades
responsáveis pela coordenação das atividades de gestão de documentos de arquivo nos Ministérios e
órgãos equivalentes; e pelos órgãos seccionais, que são as unidades vinculadas aos Ministérios e órgãos
equivalentes.
Gestão de Documentos
Implementação de programas de gestão de documentos.
Tanto esta Lei quanto a NBR ISO 9001/2000, indicam a necessidade de alguns requisitos para o
gerenciamento de documentos nos arquivos públicos e privados. A gestão de documentos aplicada nas
empresas é uma atividade estratégica na constituição do acervo arquivístico, pois define o ciclo vital dos
documentos, estabelecendo aqueles que após o uso administrativo pelos setores das empresas podem
ser eliminados, os que serão transferidos ao arquivo, a temporalidade de guarda e sua destinação final:
eliminação ou guarda permanente.
Informação e documento são termos polissêmicos tão amplamente usados pelos mais diferentes
segmentos sociais e profissionais que se torna quase uma obrigação indicar em que sentido esses termos
estão sendo empregados, ainda que pareça óbvio o seu uso na área de arquivos.
Informação é um termo de difícil definição porque permeia toda a estrutura social. tudo o que vemos,
fazemos, inventamos, construímos, vestimos, falamos, escrevemos, desenhamos é informação. Usaremos
aqui, portanto, uma definição abrangente, porém menos ampla quanto dizermos que informação é tudo,
ou seja, informação são todos os dados que são organizados e comunicados.
O Valor da Informação
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Como é possível admitir que a informação possua valor, é preciso definir parâmetros capazes de
quantificá-lo, o que não é uma tarefa trivial. Uma das maneiras é realizada por meio dos juízos de valor,
que, apesar de serem indefinidos, consideram que o valor varia de acordo com o tempo e a perspectiva.
Podem, em certos casos, ser negativos, como acontece na sobrecarga de informação.
Sob esta perspectiva, o valor da informação pode ser classificado nos seguintes tipos:
valor de uso: baseia-se na utilização final que se fará com a informação;
valor de troca: é aquele que o usuário está preparado para pagar e variará de acordo com as leis
de oferta e demanda, podendo também ser denominado de valor de mercado;
valor de propriedade, que reflete o custo substitutivo de um bem;
valor de restrição, que surge no caso de informação secreta ou de interesse comercial, quando
o uso fica restrito apenas a algumas pessoas.
Muitas vezes não é possível quantificar o valor da informação estabelecendo uma equivalência a uma
quantia em dinheiro. Por ser um bem abstrato e intangível, o seu valor estará associado a um contexto.
Assim, os valores de uso e de troca poderão ser úteis na definição de uma provável equivalência
monetária.
Por exemplo, uma empresa que atua em bolsa de mercadorias, mais especificamente no mercado futuro,
terá grande interesse em informações relativas à produção agrícola de um determinado país ou região.
Esta empresa, provavelmente, irá alocar recursos na busca sistemática deste tipo de informação, que será
utilizada na determinação de indicadores de uma tendência e que fundamentará decisões sobre o tipo de
investimento a ser realizado, caracterizando a importância dos valores de uso e de troca. Considerando
que, a partir delas, poderá ser obtido algum tipo de vantagem competitiva ou de diferencial de mercado,
estas informações assumirão um valor de restrição, para que se possa preservar o sigilo da aplicação.
Por outro lado, uma organização governamental ou não que realize censos demográficos, de estilo de vida
ou algum outro tipo de pesquisa de acompanhamento, deverá manter, por razões legais, o armazenamento
de dados e séries históricas sem que haja explícita intenção de exploração ou de uso. Neste caso, a
informação terá um valor de propriedade.
O ponto principal é perceber a informação pertencendo a dois domínios. No primeiro deles, ela deve
atender às necessidades de uma pessoa ou de um grupo. Nesse caso, a disponibilização da informação
deve satisfazer os seguintes requisitos:
ser enviada à pessoa ou ao grupo certos;
na hora certa e no local exato;
na forma correta.
Cabe então uma questão: a informação possui um valor econômico? Ela terá valor econômico quando
levar à satisfação dos desejos humanos. Uma pequena parcela da informação disponível constitui-se em
produtos finais, ou seja, aqueles que são consumidos diretamente pelas pessoas, cujo valor deriva-se da
oferta e da procura. A porção majoritária, porém, cabe aos bens intermediários, que são aqueles que
conduzem a outros bens e serviços. Neste caso, o valor estará diretamente relacionado ao dos bens e
serviços que deles se utilizam.
Da mesma forma, a informação terá valor econômico para uma organização, se ela gerar lucros ou for
alavancadora de vantagem competitiva. De modo geral, a percepção de valor pode ser influenciada pelos
seguintes fatores:
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identificação de custos;
entendimento da cadeia de uso;
incerteza associada ao retorno dos investimentos em informação;
dificuldade de se estabelecerem relações causais entre os insumos de informação e produtos
específicos;
tradição de se tratar a informação como uma despesa geral;
diferentes expectativas e percepções dos usuários;
fracasso em reconhecer o potencial comercial e o significado da informação.
Para concluir, é importante reconhecer que, de modo geral, poucas decisões são tomadas com informação
perfeita, devido a alguma insuficiência de informação e/ou uma sobrecarga de informação desnecessária.
O valor da informação é uma função do efeito que ela tem sobre o processo decisório. Se a informação
adicional resultar em uma decisão melhor, então ela terá valor. Caso contrário, ela terá pouco ou nenhum
valor.
Documento é um termo também polissêmico, posto que se pode considerar documento qualquer suporte
que registre informações. São documentos as camadas da terra escavadas pelos geólogos, os vestígios
materiais de civilizações desaparecidas, investigados pelos arqueólogos, os registros orais de grupos
humanos estudados pelos antropólogos e sociólogos ou a correspondência, mapas, contratos privados ou
públicos que são pesquisadas pelos historiadores.
A partir do momento em que se fortalece a ideia de que tudo é história, todos os registros, vestígios, marcas
deixadas pela humanidade servem para orientar, provar, comprovar, informar, refletir sobre determinada
coisa ou fato.
Tal abrangência de características físicas e simbólicas dos documentos, alguns mantidos no seu próprio
local de produção (como as montanhas, solos e edificações), outros reunidos em ambientes diversos do
lugar onde foram produzidos como os museus, bibliotecas e arquivos, levou à construção de referenciais
teóricos e práticos de organização e preservação.
É importante ressaltar a questão da organicidade dos documentos de arquivos porque isto significa que
um documento não tem importância em si mesmo (embora possa conter informações valiosas), mas no
conjunto de documentos do qual faz parte e que ajuda a explicar, demonstrar, comprovar, enfim, dar a
conhecer a realidade que se busca compreender seja ela a vida de uma pessoa, as atividades de uma
empresa pública ou privada.
Em segundo lugar, os documentos de arquivo são produzidos com finalidades específicas para atender
várias demandas de informações. Embora alguns documentos possam no seu momento de criação, já ter
um valor histórico como, por exemplo, a carta deixada pelo presidente Getúlio Vargas em meados do
século 20, no momento do seu suicídio ou um tratado celebrado pelo Brasil, Argentina e Uruguai para
formar uma aliança contra o Paraguai no século 19, a produção da maioria dos documentos atende
primeiramente as necessidades burocráticas, administrativas ou legais.
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Sabemos que as organizações desenvolvem diversas atividades de acordo com as suas atribuições e os
documentos refletem essas atividades, porque fazem parte do conjunto de seus produtos.
Portanto, são variados os tipos de documentos produzidos e acumulados, bem como são diferentes os
formatos, as espécies, e os gêneros em que se apresentam dentro de um Arquivo. Vamos conhecê-los:
Natureza Cientifica: a documentação está presente quando seu objetivo principal é o de proporcionar
informações cientificas ou mesmo didáticas, sem visar diretamente o lucro.
Natureza Oficial: quando sua organização e utilização têm por finalidade auxiliar e assessorar a
administração pública atual e futura, pressupondo a coleta e a classificação de documentos oficiais, como
por exemplo: leis, decretos, portarias e demais atos normativos próprios da administração, Federal,
Estadual ou Municipal.
1. Formato: é a configuração física de um suporte de acordo com a sua natureza e o modo como foi
confeccionado:
Exemplos: formulários, ficha, livro, caderno, planta, folha, cartaz, microficha, rolo, tira de microfilme, mapa.
2. Espécie: é a configuração que assume um documento de acordo com a disposição e a natureza das
informações nesse contidas.
Exemplos: ata, relatório, carta, ofício, proposta, diploma, atestado, requerimento, organograma)
3. Gênero: configuração que assume um documento de acordo com o sistema de signos utilizado na
comunicação de seu conteúdo.
Exemplos: audiovisual (filmes); fonográfico (discos, fitas); iconográfico (obras de arte, fotografias,
negativos, slides, microformas; textual (documentos escritos de uma forma geral); tridimensionais
(esculturas, objetos, roupas); magnéticos/informáticos (disquetes, cd-rom,)
4.Tipo de documento: é a configuração que assume um documento de acordo com a atividade que a
gerou.
Exemplos: Ata de Posse; Boletim de Notas e Frequência de Alunos, Regimento de Departamento,
Processo de Vida Funcional, Boletim de Atendimento de Urgência, Prontuário Médico, Tabela Salarial.
Como exemplos de documentos de nível tático, podemos citar: Procedimentos (ou Manuais de
Procedimentos), Plano de Metas, Plano de Cargos e Salários, entre outros.
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É a documentação de nível mais baixo, onde estão as preocupações imediatas, do curto prazo. Ela contém
todos os detalhes e informações técnicas, padrões, especificações, tabelas etc., para a operação segura
dos processos de trabalho.
Valor Primário - estabelecido em função do grau de importância que o documento possui para a entidade
que o acumulou e;
Valor Secundário - estabelecido em função do grau de importância que o documento possui para outras
entidades e pesquisadores.
Equipe de trabalho
A gestão de documentos deve ser realizada não apenas por um grupo de trabalho, mas por uma equipe
integrada nos seus objetivos com cada componente compreendendo claramente o seu papel e a
contribuição profissional que os outros esperam dele. Ou seja, uma equipe em que o todo é maior que a
soma das partes. Se não partirmos deste pressuposto qualquer resultado em gestão de documentos
estará, com certeza, aquém do desejável.
É importante observar que embora em cada momento prevaleçam aspectos técnicos relativos a uma ou
outra área do conhecimento, todos os profissionais envolvidos devem participar das discussões e
definições para todas as fases de vida do documento. Por exemplo, quando se trata da produção,
tramitação e uso corrente dos documentos, podemos supor que é maior a influência do administrador, que
identifica competências, subordinações e os fluxos de trabalho; e do técnico de informática, que propõe
alternativas eletrônicas para a produção de formulários e fluxogramas.
Mas, neste momento, é importante também a presença do documentalista, o qual detendo noções de
diplomática pode sugerir a forma e a estrutura dos documentos. Um advogado oferece significativa
contribuição para que as normativas legais e processuais sejam atendidas. O historiador, que também
integra a equipe de gestão de documentos, participa destas definições, pois orienta quanto ao valor
histórico das informações registradas, valor este nem sempre considerado na análise de profissionais de
outras áreas.
O conservador, cuja formação está voltada para a preservação física dos suportes da informação, propõe
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os cuidados necessários desde o momento da produção do documento, tendo em vista a necessidade da
sua preservação ao longo do tempo. E o arquivista já pode elaborar métodos de arquivamento que facilitem
a recuperação das informações contidas nos documentos sobre as quais se define a produção, o trâmite
e o uso.
A avaliação constitui uma etapa essencial da gestão de documentos. É a fase em que se define a
eliminação ou a guarda, temporária ou permanente, de um documento. É o momento em que também,
mais do que em qualquer outro, deve ser levada em conta a formação multidisciplinar da equipe. Toda e
qualquer observação de um componente da equipe merece respeito e atenção dos demais. Uma avaliação
documental inadequada, por menor que seja, pode causar prejuízos administrativos, financeiros e
histórico-culturais e, sob determinadas circunstâncias, irreparáveis. Desta forma, a equipe de gestão de
documentos pode e deve contar, na fase da avaliação documental, com outros profissionais especializados
nos assuntos pertinentes.
Outro aspecto fundamental para o adequado desenvolvimento da gestão de documentos é a noção, por
parte de todos os profissionais envolvidos na gestão, do ciclo vital dos documentos, ainda que cada um
deles atue somente numa fase do ciclo vital.
O arquivo intermediário da empresa, que guarda os documentos que já não são de uso corrente nos
setores, mas que por motivos de ordem legal ou administrativa ainda são preservados, recebe a
documentação conforme as normas estabelecidas pela gestão, dentro dos prazos previstos na tabela de
temporalidade de documentos e de acordo com os procedimentos de transferência: cronograma,
acondicionamento, descrição e relação dos documentos a serem transferidos. Este conjunto de
orientações só pode ser definido por uma consonância entre os setores produtores/acumuladores e a
administração do arquivo intermediário. A construção deste elo, na verdade um feixe de relações que
primordialmente devem ser institucionais e administrativas, mas que não perdem a sua dimensão humana
e pessoal, se faz por meio da equipe de gestão.
O acervo de valor histórico, a ser guardado no arquivo permanente, também é fruto das elaborações
técnicas da gestão de documentos. Como vimos acima, o historiador deve fazer parte de uma equipe de
gestão, sobretudo nas instituições públicas. Sua função é garantir que documentos de valor histórico,
alguns imbuídos deste valor já na sua produção, outros que o adquirem ao longo de sua existência, após
cumprirem os prazos de guarda no arquivo corrente e/ou intermediário, sejam recolhidos ao arquivo
permanente, permitindo ao arquivo o cumprimento de sua função de preservação da memória documental
da instituição à qual pertence. Nesta tarefa o relacionamento com o responsável pelo arquivo permanente
que, no Brasil, em geral é um historiador deve ser constante, pois este supostamente tem a experiência
das demandas atuais no campo da pesquisa histórico-social e, especificamente, dos documentos ou
assuntos pesquisados no acervo sob seus cuidados. Faz-se necessário também uma constante
atualização destes profissionais para que o avanço dos métodos e o surgimento de novos objetos do
conhecimento histórico sejam incorporados nos pressupostos de seu trabalho.
A gestão de documentos ainda se relaciona internamente com a área de conservação, pois muitas das
definições da gestão são o ponto de partida para o desenvolvimento do trabalho de conservação, que irá
hierarquizar suas prioridades de acordo com o suporte da informação, o seu volume físico e o tempo de
guarda dos documentos. Portanto, as estratégias da conservação se dão a partir e em conjunto com o
trabalho da gestão.
Além das unidades internas ao arquivo com as quais se relaciona, uma equipe de gestão de documentos
interage constantemente com os diversos setores produtores/acumuladores de documentos. A qualidade
desta relação com a estrutura da empresa é essencial para o bom desempenho da gestão. Ela inicia-se
com a sensibilização dos dirigentes para os benefícios da gestão - agilidade na recuperação das
informações, racionalização da massa documental, economia de espaços físicos destinados à guarda de
documentos e redução dos custos operacionais -, demonstrando os ganhos financeiros, funcionais,
ambientais e na melhoria da imagem institucional.
Uma vez implementada a gestão de documentos, a estratégia a ser seguida é a disseminação dos seus
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objetivos para os diferentes níveis hierárquicos e das vantagens para todos da aplicação dos princípios
arquivísticos no trato das informações registradas.
Arquivo
Documentos de qualquer instituição pública ou privada, considerados de valor, merecendo preservação
permanente para fins de referência e pesquisa, tendo sido depositado ou selecionado para depósito num
arquivo de custódia permanente. (Schellenberg,2004);
Conjunto de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter públicas e
entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física,
qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos (lei 8.159/91)
O método de arquivamento adotado pela empresa pública ou privada, assim como os cuidados de
conservação e os procedimentos de eliminação, transferência e recolhimento, quando for o caso, devem
ser repassados para todas as unidades administrativas, para que estas fiquem cientes, possam se adequar
ao método e efetivamente implantá-lo pois a organização dos arquivos, como foi exposto aqui, inicia-se
com a produção dos documentos, assim como a responsabilidade pela organização das informações, em
diferentes graus, diz respeito a todos os funcionários.
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Significado e Importância
Arquivo é o instrumento principal para servir de controle à ação administrativa de qualquer instituição,
empresa, pública ou privada. É, por assim dizer, um "Centro Ativo de Informações". Abriga os
documentos resultantes de uma atividade, os quais são conservados como comprovantes.
O arquivo deve adaptar-se ao órgão público, empresa ou instituição obedecendo a um plano racional e
tecnicamente orientado. Arquivos organizados, sem orientação técnica se transformam em verdadeiros
depósitos de documentos.
O arquivo, quando bem organizado, transmite ordens, evita repetições desnecessárias de experiências,
diminui a duplicidade de trabalho, revela o que está para ser feito, o que já foi feito e o resultado obtido.
Constitui fonte de pesquisa para todos os ramos administrativos e auxilia o administrador na tomada de
decisões.
Arquivo Corrente - Conjunto de documentos estreitamente vinculados aos objetivos imediatos para os
quais foram produzidos ou recebidos no cumprimento de *atividades-meio e *atividades-fim e que se
conservam junto aos órgãos produtores em razão de sua vigência e da frequência com que são por eles
consultados. Portanto, os documentos estão na fase corrente quando a atividade que os originou está em
andamento. Nessa fase, os documentos são usados com maior frequência e normalmente ficam
localizados próximo aos locais de trabalho. Também conhecido como de Primeira Idade ou Ativo.
* ATIVIDADES-MEIO - conjunto de operações que uma instituição leva a efeito para auxiliar e viabilizar o desempenho de suas
atribuições específicas e que resulta na acumulação de documentos de caráter instrumental e acessório.
* ATIVIDADES-FIM - conjunto de operações que uma instituição leva a efeito para o desempenho de suas atribuições específicas e
que resulta na acumulação de documentos de caráter substantivo para o seu funcionamento.
Portanto, a administração dos arquivos correntes tem por objetivo fazer com que os documentos sirvam
às finalidades para as quais foram criados, da maneira mais eficiente e econômica possível, e concorrer
para a destinação adequada dos mesmos, depois que tenham servido a seus fins. Os documentos são
eficientemente administrados quando:
a) uma vez necessários podem ser localizados com rapidez e sem transtorno ou confusão;
b) quando conservados a um custo mínimo de espaço e manutenção enquanto indispensáveis às
atividades correntes;
c) e quando nenhum documento é reservado por tempo maior do que o necessário a tais
atividades, a menos que tenham valor contínuo para pesquisa e outros fins.
Os objetivos de uma administração eficiente de arquivos só podem ser alcançados quando se dispensa
atenção aos documentos desde a sua criação até o momento em que são transferidos para um arquivo de
custódia permanente ou são eliminados. A administração de arquivos preocupa-se com todo o período de
vida da maioria dos documentos, lutando para limitar sua criação, de tal forma que possa determinar os
que devem ser destinados ao "inferno" do incinerador, ou ao "céu" de um arquivo permanente, ou ao
"limbo" de um depósito intermediário.
A consulta aos documentos guardados nos arquivos correntes costuma exigir rapidez e precisão na sua
localização, e um arquivamento que permita até mesmo sua recuperação individual. Os tipos de busca,
entretanto, podem variar - desde a busca pontual (em relação a um documento específico, cuja data, local
de produção e emitente são conhecidos), até a tipológico-cronológica (exemplo: todos os contratos de
trabalho do último exercício), ou mesmo "temática", no sentido de se referir ao conteúdo estrito do
documento (exemplo: todos os documentos que versam sobre um mesmo projeto, ou funcionário, ou
departamento etc.).
Muito embora a ordenação atribuída aos documentos, na fase corrente, deva atender satisfatoriamente às
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demandas de seus usuários (essencialmente, os funcionários da própria entidade), não deve deixar de ser
adequada, igualmente, às necessidades do processo de avaliação.
Arquivo Intermediário - Na fase intermediária, a atividade de origem dos documentos se encerrou. Por
isso, estes sofrem uma utilização menos frequente e podem ser mantidos em arquivos centralizados,
aguardando o cumprimento de prazos legais. Findos esses prazos, que devem estar devidamente
especificados em uma tabela de informações sobre o ciclo de vida de cada tipo de documento em uma
organização (tabela de temporalidade), os documentos possuidores de valor para a organização geradora
(valor primário), ou algum valor remanescente (valor secundário) depois de cumprido o valor primário,
devem ser permanentemente preservados, podendo ter os seguintes destinos:
são recolhidos a um arquivo para guarda permanente;
são microfilmados e então recolhidos a um arquivo para guarda permanente;
são microfilmados e digitalizados e depois recolhidos para guarda permanente.
Em todos os casos, devem ser permanentemente preservados. Para conservação do acervo permanente,
as instituições arquivísticas podem adotar medidas preventivas e corretivas objetivando minimizar a ação
do tempo sobre o suporte físico da informação, assegurando sua disponibilidade. Importante salientar que
a forma de uso do documento na sua fase corrente e intermediária exerce influência sobre os trabalhos de
preservação na sua fase permanente.
Os documentos públicos devem ser reconhecidos por lei como propriedade pública. O direito a tais
documentos será exclusivamente do governo que os criou e serão conservados para a perpetuidade.
Qualquer lei que diga respeito à administração de documentos públicos deve incluir no seu texto normas
para a sua reobtenção no caso de terem sido indevidamente alienados ou retirados da repartição. O
princípio básico é nullum tempus occurrit regi, que foi traduzido como "contra o rei não há prescrição".
A legislação sobre os documentos públicos, além disso, deve definir claramente as responsabilidades de
custódia do arquivista. O conceito de custódia pode ser explicado em relação ao conceito de propriedade
pública. Os documentos públicos poderão ser conservados sob a custódia de qualquer órgão da
administração, sem, contudo, ser de sua propriedade. Quando os documentos públicos são transferidos
da custódia de um órgão para a de outro não há transferência de propriedade, pois os documentos eram
e continuam a ser propriedade do Estado.
Legalmente, então, o arquivista deve ter a custódia dos documentos que estão sob a sua guarda física, no
que diz respeito ao seguinte:
Primeiro, deve o arquivista ter sobre os documentos os mesmos direitos e privilégios que tinha a entidade
que os criou, relativamente à reprodução e à autenticação de cópias.
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Segundo, deve ter, em relação aos documentos, certos direitos e privilégios adicionais que não são
comumente exercidos pelas entidades criadoras. Referem-se estes ao arranjo, à descrição e à publicação
para fins que não aqueles para os quais foram originariamente criados - para servir a usos secundários de
outras repartições e de particulares. Esses direitos e privilégios são necessários ao arquivista para o bom
cumprimento de seus deveres.
Deve haver disposições legais regulamentando o problema da destruição de documentos públicos. Essa
regulamentação há que proibir a destruição de qualquer documento público por qualquer funcionário sem
a devida aprovação da autoridade responsável pelos arquivos.
Mesmo os documentos históricos de hoje podem tornar-se novamente administrativos amanhã, por
diversas circunstâncias, devido à sua utilização.
Os princípios que se aplicam ao arranjo de documentos públicos num arquivo de custódia devem ser
distintos dos princípios expostos até agora, que se aplicam ao arranjo dos mesmos nas próprias
repartições de origem. A administração de arquivos permanentes é bem mais complexa que a dos arquivos
corrente e intermediário.
Arranjo: após a identificação, os documentos são agrupados em fundos, séries e sub-séries, obedecida a
proveniência e tentando-se recuperar o arranjo original. Dentro de cada série ou sub-série os processos são
ordenados cronologicamente.
Temos também os arquivos que guardam e organizam documentos cujas informações são registradas em
suportes diferentes do papel: discos, filmes, fitas e são chamados de Especiais. Estes podem fazer parte
de um Arquivo mais completo.
Existem aqueles que guardam documentos gerados por atividades muito especializadas como os Arquivos
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Médicos, de Imprensa, de Engenharia, Literários e que muitas vezes precisam ser organizados com
técnicas e com materiais específicos. São conhecidos como Arquivos Especializados.
Quanto a Estrutura
Os estágios evolutivos do arquivo dentro de um órgão público, instituição ou empresa, (corrente,
intermediário e permanente) devem ser planejados de forma que funcionem harmonicamente, auxiliando
a instituição na consecução de seus objetivos.
Neste momento, deve-se definir a posição que o arquivo ocupará em sua hierarquia e também a estrutura
organizacional que deseja dar a seus documentos, pois, como já vimos, o arquivo é a fonte de informações
que agiliza a consecução dos objetivos.
Os arquivos dentro dessas organizações, podem estar dispostos segundo as seguintes estruturas:
1º) Centralizados: quando reúnem em um único local físico todos os documentos produzidos e
recebidos, centralizando as atividades de recebimento, registro, distribuição, movimentação e expedição.
Muito cuidado deve ser observado com esta modalidade, para que não se criem arquivos desnecessários.
O desejável, na descentralização, é a organização de arquivos ao nível de departamentos, onde os
documentos são arranjados por áreas comuns de interesse, evitando-se as duplicações.
As vantagens e desvantagens desta estrutura de arquivo são exatamente o oposto da centralização. Cada
instituição, respeitando suas atividades operacionais, tamanho, localização física e geográfica de suas
instalações, bem como os recursos humanos disponíveis, deve planejar estruturas de arquivo que melhor
atendam suas necessidades de trabalho.
Vale lembrar ainda que, a maioria dos arquivos correntes são departamentais e que só uma pequena
parcela dessas organizações, providas de infraestrutura material e pessoal, mantém arquivos correntes
centralizados. O mesmo já não ocorre com os arquivos permanentes, cuja característica de "memória do
órgão, instituição ou empresa" exige que sejam organizados de forma centralizada.
Equipamentos e Acessórios
Pastas Convencionais:
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Pastas Registradoras - "A" a "Z" - são confeccionadas em papel forte, de grande durabilidade, possui
um lombo largo com dois orifícios próximos às extremidades, providas internamente de um gancho de
metal ou plástico, que se mantém fechado por força de mola de pressão.
Pastas Sanfonadas - também chamadas de "Follow-Up" confeccionadas em papel cartão mais flexível
e revestida com percalina. Possui uma tampa e um amarrio ao meio e divisões em ordem alfabética e/ou
numérica de 01 à 31.
Pastas Suspensas - confeccionadas em papel cartão forte e possuem em ambas as partes uma barra
que poderá ser metálica ou de plástico, com dois encaixes nas extremidades e que ficam apoiadas no
suporte do fichário ou arquivo, permitindo o seu deslizamento.
Guia - retângulo de cartão forte que serve para separar as partes ou seções dos arquivos ou fichários
reunindo em grupos as respectivas pastas ou fichas.
Guia-Fora - folha de papel cartão ou cartolina, colocada no lugar de um documento retirado.
Projeção - saliência na parte superior da guia ou pasta que recebe as notações determinadas pelo método
escolhido.
Tiras de Inserção - tiras de papel gomado ou de cartolina, picotadas, onde são escritas as notações e
inseridas nas projeções das partes ou das guias.
Notação - inscrição feita na projeção, podendo ser alfabética, numérica ou alfanumérica. A notação pode
ser aberta ou fechada. Simples ou Composta. A aberta quando indica somente o início da seção e fechada
quando indica o início e o fim.
A posição é o local que a projeção ocupa ao longo da guia. O comprimento pode corresponder à metade
da guia, a um terço, um quarto ou um quinto.
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Guia-fora é a que tem como notação a palavra Fora e indica a ausência de uma pasta do arquivo.
Tira de inserção é uma tira de papel gomado ou de cartolina, picotada, onde se escrevem as notações.
Tais tiras são inseridas nas projeções das pastas ou guias.
Pasta miscelânea é aquela onde se guardam documentos referentes a diversos assuntos ou diversas
pessoas em ordem alfabética e dentro de cada grupo, pela ordenação cronológica.
Os arquivos Verticais podem ser: frontal e lateral. No frontal os documentos são dispostos uns atrás
dos outros, com a frente voltada para o arquivista, ou seja, a projeção. No lateral, os documentos são
dispostos uns ao lado dos outros, com a parte lateral voltada para o arquivista.
Resumindo, podemos dizer que a escolha do móvel, atentaremos à aparência, à resistência, à capacidade
de expansão, à conveniência do serviço e à economia do espaço, enfim a funcionalidade e racionalidade.
Sistemas de Arquivos
Direto - é aquele em que a recuperação da informação é feita diretamente ao arquivo onde ela está
armazenada.
Indireto - é o que depende de um índice ou código para localizar a informação.
Semi Indireto - é onde pode ou não haver necessidades de uso de um índice.
Métodos de Arquivamento
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Estes podem ser divididos em dois grupos: Básicos e Padronizados.
Métodos Básicos
Método Alfabético - É um método direto, onde as filas ou pastas são dispostas em ordem alfabética
rigorosa, separadas por guias. As notações nestas guias podem ser abertas ou fechadas.
É aberta uma pasta para cada correspondência efetiva e, dentro desta, os documentos são organizados
em ordem cronológica. Para os correspondentes eventuais devem ser preparadas as pastas miscelâneas,
uma para cada letra, podendo ser arquivadas antes ou depois das pastas individuais. Na projeção desta
pasta aparece o símbolo "M", seguido da letra de sua divisão. Dentro da pasta miscelânea a ordem
alfabética deve ser rigorosamente mantida, assim como a ordem cronológica, dentro da alfabética.
Regras de Alfabetização
Para efeitos de arquivo, deve ser usado o alfabeto de 26 letras, em função das muitas palavras em nomes
estrangeiros que circulam em nosso país.
As regras de alfabetização podem ser alteradas, desde que sejam sempre seguidos os mesmos critérios
e feitas as remissivas necessárias para evitar dúvidas futuras.
Tato o critério letra por letra quanto o de palavra por palavra podem ser adotados para ordenação dos
itens, sendo que a escolha de um deles implica na completa exclusão de outro.
Exemplos:
letra por letra palavra por palavra
Nova Friburgo Nova Friburgo
Novais, Ademir Alves Nova York
Nova York Novais, Ademir Alves
a) nos nomes individuais, é considerado primeiramente o último nome e depois o prenome. Quando
houver nomes iguais, prevalece a ordem alfabética do prenome.
Exemplos:
Joaquim Oliveira, Aníbal Barbosa.
Barbosa, Aníbal Oliveira, Joaquim
b) os nomes representados por letras devem preceder os de iniciais iguais, escritos por extenso.
Exemplos:
M.E.S., Marília Saraiva.
S., M.E.
Saraiva, Marília
c) as partículas D', Da, de, Del, Des, Di, Du, La, Le, Les, Mac, Mmc, O', Van, Vanden, Van der, Von,
Vonder, se escritas com letras maiúsculas, são consideradas como parte integrante do nome. Porém,
quando escritas com letras minúsculas não devem ser consideradas.
Exemplos:
Carlos de Oliveira, George O'Brien, Henrique Du Pont.
Du Pont, Henrique - O'Brien, George - Oliveira, Carlos de
d) os nomes compostos de um substantivo e um adjetivo ou ligados por hífen não são separados.
Exemplos:
Sérgio Castelo Branco, - Ester Vila Lobos.
Castelo Branco, Sergio - Vila Lobos, Ester
e) os nomes com Santa, Santo e São seguem a regra dos formados por um adjetivo e um substantivo.
Exemplos:
Walter Santa Rita, Bonifácio São Tiago.
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Santa Rita, Walter - São Tiago, Bonifácio
f) os nomes orientais, japoneses, chineses, árabes, etc..., são registrados como aparecem.
Exemplos:
Al Ben Hur, - Li Yutang.
Al Ben Hur - Li Yutang
g) os nomes que exprimem o grau de parentesco, abreviados ou não, como Filho, Junior, Neto, Sobrinho,
são considerados parte integrante do último nome, mas não são considerados na ordenação alfabética.
Exemplos:
Alcides Freitas Junior, Henrique Vasconcellos Sobrinho.
Freitas Junior, Alcides ou Freitas, Alcides (Junior)
Vasconcellos Sobrinho, Henrique ou Vasconcellos, Henrique (Sobrinho)
h) os títulos honoríficos, pronomes de tratamentos e artigos são colocados entre parênteses, depois do
nome.
Exemplos:
O Estado de São Paulo, Dr. Antonio Eduardo Pinto, General Paulo Araújo, Professor Adroaldo
Mesquita.
Araújo, Paulo (General) - Mesquita, Adroaldo (Professor)
Estado de São Paulo (O) - Pinto, Eduardo Antonio (Dr.)
i) os nomes ligados por apóstrofo devem ser lidos como uma só palavra.
Exemplo:
Armindo Sant'Anna deve ser lido "Santanna".
j) os sinais gráficos como crase, til, cedilha, etc., não são considerados.
Exemplos:
Campanha, Clodoaldo - Campanha, Raul
k) os nomes espanhóis são registrados pelo penúltimo nome que corresponde ao da família do pai.
Exemplos:
Carlos de Ovideo Y. Baños, Juan Gonzales Rodrigues
Gonzales Rodrigues, Juan - Ovideo Y. Baños, Carlos de
m) as expressões muito comuns no comércio como Sociedade, Companhia, Associação, etc., devem, ser
consideradas na alfabetação.
Exemplos:
Associação Paulista de Medicina
Companhia Vale do Rio Doce
n) os nomes das empresas ou instituições que usam siglas, com ou sem ponto entre as letras, devem
ser alfabetados como se o conjunto de letras que formam as siglas representassem uma palavra
Exemplos:
DASP, D.N.A.E.E, são arquivadas como Dasp e Dnaee.
o) a correspondência oriunda da seção, divisão, departamento, etc., de uma empresa ou instituição deve
ser arquivada pelo nome da empresa ou instituição e não pela seção, divisão, departamento, etc.
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p) as diversas filiais de determinada empresa são alfabetadas pelo nome da empresa, seguido dos
Estados em que se encontram as filiais e, finalmente, dos nomes das cidades e ainda, se estiverem
localizadas na mesma cidade, são colocados seus endereços.
Exemplos:
Comercial Silva, Pernambuco, Recife
Comercial Silva, Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Andradas 123
Comercial Silva, Rio Grande do Sul, Porto Alegre, José Bonifácio,456
Comercial Silva, São Paulo, campinas
r) os nomes de instituições ou órgãos governamentais de países estrangeiros devem ser precedidos pelo
nome do país.
Exemplos:
Estados Unidos - Army Medical Corps
s) nos títulos de Congressos, Conferências, Reuniões, Assembleias, etc., os números arábicos, romanos
ou escritos por extenso devem aparecer, entre parênteses, no final.
Exemplo:
Congresso de Arquivologia (II)
Método Geográfico
Quando o arquivo é organizado por Estados, as capitais devem anteceder às outras cidades,
independendo da ordem alfabética.
Exemplos:
Rio Grande do Sul - Porto Alegre...
Rio Grande do Sul - Caxias do Sul...
Rio Grande do Sul - Palmares
Neste caso deve ser obedecido a ordem alfabética das cidades, incluindo as capitais, rigidamente. É
imprescindível que sejam colocados os nomes dos Estados em segundo lugar, porque há cidades com o
mesmo nome em diferentes Estados.
c) quando for correspondência vinda do estrangeiro, o nome do País aparece em primeiro lugar, seguido
da cidade e correspondente.
Exemplo:
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Estados Unidos - Los Angeles - George Segall
Método Numérico
É sempre indireto, havendo necessidade do uso de um índice alfabético. Tem como vantagem - sigilo e a
menor possibilidade de erros por ser mais fácil lidar com números do que com letras. Pode ser simples
ou cronológico.
No método numérico simples, não havendo mais interesse por um determinado correspondente é possível
dar baixa a esse número, aproveitando-o para outro cliente.
Neste caso é feita uma anotação, nos índices, com a data em que se deu este fato e a quem foi cedido o
número.
É um dos métodos mais difíceis de arquivamento pois, consiste em agrupar os documentos por assunto,
apresenta dificuldades na escolha do melhor termo ou expressão que defina o conteúdo das informações.
Podem ser Alfabético, Numérico, etc.
Alfabético
- em ordem dicionária, quando os assuntos isolados são dispostos alfabeticamente, sendo obedecida
somente a sequência das letras.
Exemplos:
Impostos
Material de Consumo
Pessoal, etc...
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As projeções podem ser assim divididas: guias principais em 1ª posição - guias secundárias em 2ª posição
- e finalmente, em 3ª e 4ª posições, as projeções das pastas.
- em ordem enciclopédia, quando os assuntos correlatos, agrupados sob um título geral, são dispostos
alfabeticamente.
Exemplo:
Imóveis
Casas
Sítios
Terrenos
Loteamentos
Vendas, etc...
É feito um planejamento prévio das divisões do alfabeto e, a seguir, a numeração, em ordem crescente,
de cada divisão. Sua desvantagem está exatamente nesta determinação prévia do número de divisões e,
para isso, deve ser feito um estudo pormenorizado sobre o grau de incidência de nomes, por letra.
Exemplo:
Aa ...... A1 = 1 Am ...... Az = 2
Ba ...... B1 = 3 Bm ....... Bz = 4
Ca ...... C1 = 5 Cm ....... Cz = 6 e assim sucessivamente até a letra Z.
São usadas notações fechadas, pois uma vez numeradas as divisões, não é mais possível ampliá-las, a
não ser que todos os documentos sejam renumerados.
As projeções das guias devem estar em primeira e segunda posições, alternadamente, ficando todas as
guias impares em primeira posição e pares, em segunda posição. Em terceira posição aparecem as pastas
em cujas projeções são escritos os nomes dos correspondentes ou assuntos precedidos dos números das
divisões a que pertencem.
Estas pastas são colocadas em rigorosa ordem alfabética dentro de suas divisões.
Em quarta posição aparecem as guias-fora e miscelânea.
É importante que a pessoa que arquiva os documentos, regularmente, ao fazer essa inspeção, verifique
se os documentos possuem autorização para serem arquivados (Ok, arquive-se). Aqueles que não
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apresentarem a autorização não poderão ser arquivados, devendo retornar ao setor de origem. Nessa
inspeção também será verificado se os documentos possuem anexos e se esses estão no documento.
02) Leitura:
Cada documento deve ser lido cuidadosamente afim de verificar o seu conteúdo e sob que notação deverá
ser arquivado.
03) Seleção:
Selecionar o material que será realmente arquivado daquele que poderá ser descartado.
A manutenção de um arquivo é dispendiosa e ocupa muito espaço. Portanto esse trabalho de seleção
requer conhecimento, critério e cuidado para não deixar de arquivar o que é necessário, nem entulhar o
arquivo de papéis desnecessários.
O selecionador deve conhecer as exigências que determinam a conservação de documentos, tanto por lei
como por necessidade de serviço.
04) Registros:
Registrar diariamente, em um livro, os documentos que dão entrada no arquivo, possibilitando, assim
estabelecer uma estatística diária de arquivamentos efetuados.
Marcar data e hora de entrada de documento no arquivo a fim de anular todas as possíveis controvérsias
sobre a chegada do mesmo no arquivo.
05) Classificação:
Determinar como será arquivado o documento, de acordo com o método adotado pela organização. Deve-
se então sublinhar em cada documento a palavra (ou palavras) que determinou a sua classificação e
preparar, quando o método assim o exigir, os índices necessários à recuperação do documento.
06) Codificação:
É a colocação no alto do documento, à direita, de símbolos (letras ou números) de acordo com a
classificação e o método de arquivamento adotados.
Existem documentos que tratam de dois assuntos ao mesmo tempo, ou se referem a mais de uma pessoa.
Nesse caso codifica-se o documento de acordo com o nome principal (se for arquivo de nome), ou com o
assunto que mais interessar a organização (se for arquivo de assunto) e faz-se uma ficha de referência
para o segundo nome ou assunto.
Essas fichas serão guardadas na pasta a que se refere a sua codificação. Outra solução será tirar cópias
dos documentos.
07) Ordenação:
É a separação e agrupamento de um conjunto de documentos, de acordo com a codificação dada. A
ordenação tem por objetivos:
a) acelerar o arquivamento;
b) diminuir o número de erros de arquivamento.
Os documentos deverão estar em perfeita ordem antes de serem arquivados. Desta forma, aqueles
referentes a uma mesma pessoa ou um mesmo assunto estarão todos juntos.
a) o arquivamento é feito de uma só vez;
b) cada pasta será aberta apenas uma vez;
c) o movimento é feito em uma só direção;
d) o trabalho é racionalizado;
e) os erros de arquivamento são reduzidos.
08) Arquivamento:
35
Guardar os documentos nas respectivas pastas e estas, por sua vez, no arquivo, de acordo com o método
de classificação.
Tabela de Temporalidade
A Tabela de Temporalidade é um recurso de arquivo decorrente da avaliação que, conjugada com o código
de classificação documental, tem por objetivo definir prazos de guarda e destinação de documentos, com
vistas a assegurar o acesso à informação. Este instrumento busca a preservação racional com base no
valor primário e secundário de cada documento. Corresponde ao valor primário o período de utilidade do
documento para o cumprimento dos fins administrativos, legais ou fiscais. Já ao valor secundário são
atribuídos valores probatórios, quando comprovam a existência, o funcionamento e as ações do órgão
público, da instituição e mesmo das empresas, ou valores informativos, quando o documento contém
dados para fins de estudo ou pesquisa.
Utilizando-se o mesmo exemplo dado para a aplicação do Código de Classificação, temos a seguinte
visualização:
36
O documento proposta orçamentária, cujo número de classificação é 051.3, ficará guardado no Arquivo
Corrente durante 2 anos, para atender exclusivamente às necessidades da administração que o gerou, ou
seja, o prazo estabelecido para esta fase relaciona-se ao período em que o documento é frequentemente
consultado, exigindo sua permanência junto às unidades organizacionais. Este prazo é contado a partir da
data de sua produção.
O documento em questão será transferido ao Arquivo Geral, ao término do prazo de guarda no Arquivo
Corrente. No Arquivo Intermediário a proposta orçamentária deverá cumprir um período de 10 anos. A fase
intermediária relaciona-se ao período em que o documento ainda preserva seu caráter funcional,
apresentando menor frequência de uso.
Também compete ao Arquivo Geral a destinação final do documento, que pode ser a eliminação, quando
o documento não apresenta valor probatório ou informativo, ou a guarda permanente, quando as
informações contidas no documento são consideradas importantes para fins de provas, informação e
pesquisa. Como exemplo foi usado um documento de valor probatório, uma vez que comprova a
existência, o funcionamento e as ações da instituição.
Um documento com mais de um assunto deverá ser enquadrado no assunto que predominar, tiver
relevância ou maior prazo de vida, observando-se sempre que aos documentos juntados, processos,
assentamentos ou dossiês será atribuído o prazo de maior valor temporal.
Sempre que houver necessidade de alteração na Tabela de Temporalidade, a unidade interessada poderá,
através de memorando, solicitar que se proceda à modificação. Para tanto exige-se a indicação do
dispositivo legal que justifique tal procedimento.
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Conservação de Documentos no Código Eleitoral
Art. 55. Os formulários utilizados pelos cartórios e tribunais eleitorais, em pleitos anteriores à data desta
resolução e nos que lhe seguirem, deverão ser conservados em cartório, observado o seguinte:
I - os Protocolos de Entrega do Título Eleitoral - PETE assinados pelo eleitor e os formulários (Formulário
de Alistamento Eleitoral - FAE ou Requerimento de Alistamento Eleitoral - RAE) relativos a alistamento,
transferência, revisão ou segunda via, por, no mínimo, cinco anos;
II - as folhas de votação, por oito anos, descartando-se a mais antiga somente após retornar das seções
eleitorais a mais recente;
III - os Formulários de Atualização da Situação do Eleitor - FASE e os comprovantes de comparecimento
à eleição (canhotos) que permanecerem junto à folha de votação poderão ser descartados depois de
processados e armazenados em meio magnético;
IV - os cadernos de revisão utilizados durante os serviços pertinentes, por quatro anos, contados do
encerramento do período revisional;
V - os boletins de urna, por quatro anos, contados da data de realização do pleito correspondente;
VI - as relações de eleitores agrupados, até o encerramento do prazo para atualização das decisões nas
duplicidades e pluralidades;
VII - os títulos eleitorais não procurados pelo eleitor, os respectivos protocolos de entrega e as justificativas
eleitorais, até o pleito subsequente ou, relativamente a estas, durante o período estabelecido nas
instruções específicas para o respectivo pleito;
VIII - as relações de filiados encaminhadas pelos partidos políticos, por dois anos.
Tradicionalmente, mensagem e meio sempre estiveram intimamente relacionados. Desde a antiga Roma
afirma-se que as palavras ditas voam e as escritas permanecem.
O suporte físico mais largamente utilizado é o papel (antigamente o pergaminho e anteriormente o barro
cozido). Sobre ele são registradas informações (mensagem) diversas.
Neste ponto pode valer à pena chamar a atenção para o aspecto da existência de diferentes meios ou
suportes materiais da informação. Não se pode pensar apenas em documentos de papel. Há muitos outros
tipos de suportes, como fotografia, vídeo, gravações de áudio, etc.
Embora se pense mais comumente em documentos sob a forma de papel, é importante lembrar que há
informações que são mais adequadamente registradas sob outras formas. Uma gravação em vídeo ou em
áudio de uma aula contém muitas informações sobre a aula que não estão contidas em um mero texto
escrito: todo o modo de falar do professor, as reações dos alunos, etc. Uma fotografia de uma aparelhagem
não pode ser substituída por uma descrição em palavras.
Portanto, outras formas de registro material, além de documentos verbais em papel, podem ser
extremamente importantes.
Existe pouco cuidado em registrar informações sob forma de fotografias, áudio, vídeo ou outras
semelhantes, nos órgãos públicos ou mesmo em universidades. Instituições e empresas. Apenas quando
a própria imagem fará parte de um produto acabado (por exemplo, ilustrações que serão impressas em
38
um trabalho) é que o pesquisador se preocupa com as mesmas Mas não há muita preocupação em
registrar a rotina de trabalho, as aulas, as reuniões, as discussões, as etapas do trabalho de construção
de um aparelho, as tentativas intermediárias, o grupo de trabalho, etc. Algumas vezes, faz-se gravações
em vídeo de situações muito especiais (como cerimônias ou eventos). Mas se alguém quiser saber, daqui
a 50 ou 100 anos, como era o ambiente de trabalho, aulas em nossas universidades, como os professores
interagiam com seus estudantes, etc., será impossível encontrar mesmo uma pequena amostra de
gravações das aulas ministradas em nosso país.
É importante chamar a atenção, especialmente, para um tipo de suporte que ainda não tem sido trabalhado
adequadamente pelos arquivistas: os registros digitais (informática). É claro que um arquivista bem
informado já está ciente de que deve procurar estabelecer bancos de dados informatizados para a
organização de seus arquivos. Mas ele ainda não pensa nas informações digitais como um objeto a ser
preservado pelo arquivista. No entanto, em todas as grandes instituições, universidades e empresas, o
papel da informatização é cada vez maior, e se não houver uma preservação das informações registradas
maior, e se sob essa forma, serão totalmente perdidas muitas informações que não existem sob outra
forma.
Suponhamos que um dado rascunho de um trabalho existe sob a forma de um arquivo digital em um
disquete e também sob a forma de uma listagem, impressa, em papel. As duas formas contêm as mesmas
informações, nos seus respectivos suportes. Mas o disquete permite a localização e manipulação de
informações de uma forma que o papel não permite. Através de diversos tipos de programas, as palavras-
chave de um texto digital podem ser indexadas e servir para a localização quase instantânea das
informações buscadas.
Essas informações podem ser transmitidas com grande facilidade de um local para o outro; podem ser
copiadas e conservadas a baixo custo. Através de fitas magnéticas de "back up", pode-se armazenar
atualmente um volume muito grande de informações (centenas de megabytes) em um único cartucho, a
um preço de uma fração de dólar por megabyte. Um megabyte é, aproximadamente, o equivalente a 500
páginas de texto datilografado. Portanto, o custo da conservação das informações em fita magnética já é
bastante inferior ao preço do papel em que essas informações poderiam ser escritas.
Pode-se questionar se a conservação de registros digitais cabe dentro do conceito da arquivologia, que se
dedica essencialmente a documentos únicos. Um arquivo digital copiado em uma fita magnética ou CD
pode parecer não ser mais um objeto digno da atenção de um arquivista, pois é uma mera cópia (como
uma fotocópia). De fato, a comparação com a fotocópia é bastante boa e pode ser utilizada. A fotocópia
de um livro, por exemplo, não tem muito valor. Mas a fotocópia de um manuscrito perdido pode ter valor
inestimável. Da mesma forma, a cópia de uma fita magnética onde está gravada uma entrevista pode
parecer "apenas" uma cópia, sem importância. Mas se o original desaparecer, essa "mera" cópia pode
perfeitamente substituir o original. O mesmo se aplica a fotografias. E ninguém questiona a validade de
preservação arquivística de cópias de fotografias e de fitas magnéticas. Certamente a preservação de
cópias de registros digitais será uma das principais atividades arquivísticas do futuro próximo.
A preservação de registros digitais exigirá uma estratégia adequada de cópia periódica dos conteúdos dos
microcomputadores e dos computadores de grande porte dos órgãos públicos, das universidades e
instituições, e sua conservação, eliminando-se os arquivos duplicados (aqueles que não foram alterados
entre duas operações de "back up" sucessivas).
Isso é perfeitamente factível, com tecnologia atual e baixo custo. Como no caso de documentos em papel
(suporte papel), é também necessário um trabalho (que não é automático) de triagem dos arquivos digitais,
destruição de uma parte deles, organização e preservação dos demais.
Diagnóstico
39
Trata-se de uma ferramenta de conhecimento da situação dos arquivos da instituição. É utilizado como
ponto de partida das ações arquivísticas a serem realizadas, tais como a organização de arquivos e a
elaboração dos instrumentos de gestão arquivística.
O diagnóstico é feito a partir de um levantamento de dados da instituição e do seu acervo, por meio de
entrevistas, questionários e observação direta dos arquivos da instituição, conforme detalhamento abaixo.
Dados da instituição
Coleta de dados referentes à instituição e suas funções, por meio do exame documentos, como por
exemplo, regimento, estatuto, regulamento e organograma.
Dados do acervo
Engloba a coleta de dados quantitativos e qualitativos do acervo
a) Dados Quantitativos
• Quantidade de documentos expressa de acordo com as regras aceitas universalmente.
b) Dados Qualitativos
Engloba os levantamento dos seguintes dados:
• Características diplomáticas – tipologias documentais – que os individualizam
• Conteúdos informacionais genéricos, expressos de modo sintético e hierárquico
• Unidades físicas de arquivamento, isto é, a movelaria e as embalagens utilizadas
• O modo original de arquivamento – classificação, avaliação, descrição – mesmo que empí-
rico e baseado no senso comum
• A existência e o modo de uso de tecnologias da informação
• As características das instalações e a situação dos acervos no que refere a preservação
Objetivos do Diagnóstico
Os principais objetivos do diagnóstico são: identificar problemas e as possibilidades de melhoria e fornecer
informações para a elaboração do plano de classificação e da tabela de temporalidade, que são
considerados instrumentos de gestão arquivística.
Tipos de Diagnóstico
Existem dois tipos de diagnóstico, o maximalista e o minimalista, que serão detalhados abaixo.
40
eventualmente e relacionados ao tratamento dos acervos.
A década de 70, assim como a anterior, foi um palco de grande importância para a Arquivística Brasileira.
Representou um momento de conquistas e alimentou o crescimento e a perpetuação da Arquivística no
cenário nacional. Pode-se considerar que na década de 70, a Arquivologia brasileira começou a se
estruturar fisicamente, tendo em vista a criação da Associação dos Arquivistas Brasileiros, a realização do
1º Congresso Brasileiro de Arquivologia, a publicação da Revista Arquivo & Administração, publicação
oficial da Associação dos Arquivistas Brasileiros, a criação dos cursos universitários de Arquivologia e a
regulamentação da profissão de arquivista e técnico de arquivos no país.
Fatos estes bastante relevantes na ampliação da Arquivologia Brasileira, os quais podem ser considerados
seus primeiros passos concretos no país. Neste instante, a Arquivística Brasileira começou a tomar a forma
sonhada por José Honório Rodrigues e idealizada por Schellemberg e Boullier de Branche. E' claro que a
Arquivologia ainda tinha muito o que crescer e conquistar, mas foi nos anos 70 que a Arquivologia deu, no
Brasil, seus primeiros passos como "ciência".
Foi também na década de 70, mais precisamente no seu desfechar que a Arquivística brasileira foi
presenteada mais uma vez, com a visita de outro estrangeiro ao Brasil: Michel Duchein. O qual entre 15
de agosto e 01 de setembro de 1978, estudou a situação arquivística do país, explicitando suas opiniões
e experiências sobre o assunto; ou seja analisando e orientado os caminhos já traçados e os almejados
pela Arquivística no país.
No dia 20 de outubro de 1971, na cidade do Rio de Janeiro, foi criada a Associação dos Arquivistas
Brasileiros (AAB), sob a iniciativa de diversos profissionais em atuação nos arquivos brasileiros,
principalmente aqueles lotados nos órgão públicos. A intenção primária era dar à Arquivística e seus
profissionais a posição que estes almejavam no âmbito nacional. A criação da Associação representava
neste instante a união em prol do reconhecimento da profissão do arquivista brasileiro e a luta em prol de
circunstâncias mais nobres e mais condizentes aos seus arquivos. Haja vista o fato da Arquivística
brasileira ter sido tratada desde tempos remotos como atividade secundária e irrelevante, ou seja, sem o
reconhecimento de sua importância vital à nação e suas instituições, sejam elas públicas ou privadas;
urgia por uma valorização do profissional e também pela valorização das causas arquivísticas .
Segundo os idealizadores da AAB, os arquivos brasileiros bem como seus arquivistas mais do que nunca,
necessitavam de exercer seus papéis diante do contexto administrativo, social e cultural da nação. No art.
2º de seu Estatuto, ficava bem claro que a criação da AAB, tinha a finalidade de "dignificar socialmente a
profissão e elevar o nível técnico dos arquivos brasileiros", nascendo como uma sociedade civil de direito
privado, apolítica, cultural e sem fins lucrativos.
Para que pudesse cumprir a sua finalidade em prol do reconhecimento dos arquivos e seus profissionais
na sociedade brasileira moderna, o art. 2º do seu Estatuto previa os seguintes objetivos:
"a) incrementar estudos para melhorar o nível técnico e cultural do arquivista; b) cooperar com
o Governo e organizações nacionais, estrangeiras e internacionais, públicas ou privadas, em
tudo que se relacione com arquivos e documentos; c) promover por todos os meios a
valorização, o aperfeiçoamento e a difusão do trabalho de arquivo, organizando ciclos de
estudos, conferências, certames, exposições, cursos, seminários e mesas redondas; d)
prestar assistência e serviços técnicos, quando solicitada, dentro de suas possibilidades, aos
governos federal, estaduais e municipais e a entidades privadas; e) estabelecer e manter
intercâmbio com associações congêneres; f) participar de todos os eventos que se relacionem
com suas atividades; g) manter e estreitar os vínculos de amizade e sociabilidade entre seus
membros; h) enaltecer os méritos de seus associados e de pessoas que, sem pertencerem à
AAB, tenham realizado trabalhos em seu favor e/ou da profissão; i) pugnar por uma legislação
nacional sobre arquivos, tendo em vista a sua importância administrativa e cultural."
SINAR
41
A criação do Sistema Nacional de Arquivos no final da década de 70, inseriu a princípio a arquivística
brasileira num contexto de dificuldades, de questionamentos e de desânimo, tendo em vista as restrições
impostas pelo recém criado Sistema, inclusive no que se referia à sua própria implantação. Chegou-se à
conclusão de que o SINAR de 1978 não propunha uma política arquivística brasileira, como se esperava,
inibindo e dificultando ainda mais a atuação do Arquivo Nacional no âmbito federal.
Sendo assim, a diretora-geral do Arquivo Nacional naquele instante, Celina Vargas do Amaral Peixoto
Moreira Franco, decidiu por ignorá-lo à princípio, direcionando sua atenção em prol de melhorias para o
Arquivo Nacional; buscando estruturá-lo melhor para o cumprimento de suas funções básicas.
A situação do Arquivo Nacional, no início da gestão de Celina Vargas, não era nada agradável, uma vez
que o mesmo continuava enfrentando o descaso por parte do governo. Mesmo diante dos esforços
iniciados por José Honório Rodrigues durante a sua respectiva gestão. Segundo Charles Kecskeméti,
Secretário-Executivo do Conselho Internacional de Arquivos, o Arquivo Nacional brasileiro encontrava-se
em uma situação "catastrófica", relatando que o corpo de funcionários ali lotados, não se encontrava
preparado para o trabalho arquivístico, denunciando a estrutura do edifício e suas dimensões insuficientes,
criticando a falta de recursos financeiros e a quantidade de trabalho técnico por ser executado. Segundo
o mesmo a situação não era caótica apenas no âmbito do Arquivo Nacional, uma vez que este encontrava-
se carente e incapacitado de elaborar uma política de recolhimento de outros fundos, este acabava tendo
que optar por deixá-los junto aos órgão governamentais brasileiros e suas instituições de arquivo, os quais
"sem respaldo jurídico, regulamentar e intelectual" permitiam a acumulação descontrolada de grandes
massas documentais, sem qualquer controle arquivístico, tornando-as totalmente vulneráveis.
Para Charles Kecskeméti, a implantação de um Sistema Nacional de Arquivos para o caso brasileiro
naquele momento era inviável tendo em vista que:
Uma vez, solucionada as quatro questões anteriores, Charles Kecskeméti, acreditava que o Arquivo
Nacional brasileiro portanto poderia desenvolver um programa visando os cinco pontos mais importantes
ao cenário arquivístico nacional:
- a elaboração de uma legislação federal;
- a adoção de uma estrutura adequada para o Arquivo Nacional em prol de suas finalidades;
- a preparação de um plano de aquisição de equipamentos técnicos;
- a organização do Pré-Arquivo em Brasília (nova capital brasileira); e
- promoção da regulamentação profissional.
42
A tarefa de modernizar o Arquivo Nacional brasileiro era por si só bastante árdua, uma vez que o caso
brasileiro se encontrava bastante distante da situação visualizada pelo Secretário-Executivo do Conselho
Internacional de Arquivos. Sendo assim a atual diretora daquele órgão priorizou-se em desempenhar tal
tarefa; adiando a implantação do Sistema Nacional de Arquivos aprovado em 1978.
"A partir de 1980, optamos por não reconhecer a estratégia de desenvolver o Arquivo Nacional
através de sua função sistêmica, o que parecia ser uma tendência das administrações
anteriores do Ministério da Justiça. Achávamos, e achamos ainda hoje, que somente o
fortalecimento institucional, por meio de um sólido e constante processo de modernização,
poderia consolidar as bases de uma administração que durante tanto tempo foi relegada ao
esquecimento. Nos primeiros anos, o Arquivo Nacional praticamente se enclausurou, com a
finalidade de atender prioritariamente às próprias demandas - encontrar um prédio digno de
suas atribuições e formar uma equipe qualificada para o cumprimento de usa finalidades
básicas." (Peixoto apud Jardim, 1995, p. 75)
O processo de modernização ainda se estendeu pelos anos seguintes. Segundo Jardim (1995, p. 75), o
Arquivo Nacional entre o período de 1983 a 1989, teve a sua liderança diante do país ampliada
significativamente, tendo em vista a reestruturação organizacional daquele órgão. O mesmo relata que a
partir de 1983, a Direção-Geral do Arquivo Nacional se empenhou na realização de ações que
extrapolavam os limites legais de sua instituição, buscando um projeto de desenvolvimento junto aos
arquivos estaduais e municipais.
Sendo assim, realizados no Brasil, seis Seminários Nacionais de Arquivos Estaduais e três Seminários
Nacionais de Arquivos Municipais; o que propiciou pela primeira vez no âmbito nacional uma interação das
instituições arquivísticas públicas.
A década de 90, também teve sua importância para a Arquivologia brasileira, servindo de cenário para a
sua ampliação política, científica, social e individual; e ajudando a modelar o seu novo perfil. Assim como
nas décadas anteriores, a década de 90, representou para a arquivística brasileira do século XX, um
período repleto de fatos e momentos responsáveis pela definição da Arquivologia no cenário nacional.
Em alguns momentos complementando e/ou suplementando questões e ideias originárias das décadas
anteriores; e em outros momentos questionando, apontando e despertando no campo da arquivística e em
seus agentes novas perspectivas.
No início da década 90, ou seja, em 08 de janeiro de 1991, foi aprovado no Brasil a Lei 8.159, a qual dispõe
sobre a política de arquivos públicos e privados.
43
No corpo da referida Lei, foram colocados em pauta diversos pontos considerados de grande importância
para arquivística brasileira como:
- as definições legais de arquivo, gestão de documentos, arquivo público, arquivo privado, documentos
correntes, documentos intermediários, documentos permanentes, documentos privados de interesse
público e social, arquivos federais, arquivos estaduais, arquivos do distrito federal, arquivos municipais e
dos territórios, documentos sigilosos,
- a garantia aos cidadãos brasileiros do direito de acesso pleno às informações públicas de interesse
particular e coletivo, exceto nos casos de violabilidade da intimidade da vida privada, da honra e da imagem
das pessoas e nos casos de sigilo devido à segurança da sociedade e do Estado;
- a necessidade de autorização das instituições arquivísticas públicas, nas suas respectivas esferas de
competência, com relação à eliminação de documentos de caráter público;
- a determinação dos documentos públicos de valor permanente como inalienáveis e imprescritíveis;
- a possibilidade de identificação de interesse público e social quanto aos arquivos privados e seus
documentos, desde que constatados como fontes relevantes para a história e o desenvolvimento científico
nacional, bem como a proibição da alienação destes por dispersão, perda ou transferência para o exterior.
- a preferência do Poder Público no que se refere à aquisição de arquivos privados de interesse público e
social, nos casos de alienação dos mesmos;
- as competência do Arquivo Nacional, dos arquivos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário;
- a determinação de responsabilidade penal, civil e administrativa nos casos de destruição ou
desconfiguração de documentos públicos de valor permanente ou documentos considerados de interesse
público e social; e
- a criação do Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), órgão central do Sistema Nacional de Arquivos
(SINAR) e responsável pela definição da política nacional de arquivos;
Segundo Jardim (1995, p. 79), a Lei 8.159 disponibilizou à arquivística brasileira "características
marcadamente conceituais", apresentando um conjunto de definições para diversos termos arquivístico.
Jardim (Ibid.), relembra ainda que, a referida Lei também assegurou "o princípio de acesso do cidadão à
informação governamental" e previu o sigilo relativo a determinadas categorias de documentos.
Para o mesmo autor, a lei 8.159, com sua vocação federalista expressa, foi responsável pela definição no
cenário brasileiro da "malha arquivística pública".
"A Lei estabelece a ordenação da malha arquivística pública do país nos seguintes termos:
- Arquivos Federais: o Arquivo Nacional e outros arquivos do Poder Executivo (Ministérios da Marinha,
Relações Exteriores, Exército e Aeronáutica), os arquivos dos Poderes Legislativo e Judiciário;
- Arquivos Estaduais: o arquivo do Poder Executivo, o arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do Poder
Judiciário;
- Arquivos do Distrito Federal: os arquivos do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do Poder
Judiciário;
- Arquivos Municipais: os arquivos do Poder Executivo e do Poder Legislativo." ( Ibid.)
No entanto, somente em 1994, ou seja, após o transcurso de 3 anos, que veio a ocorrer a regulamentação
da Lei 8.159, através do Decreto 1.173 datado de 29 de julho. O referido Decreto dispõe sobre a
competência, organização e funcionamento do Conselho Nacional de Arquivos(CONARQ), e do sistema
Nacional de Arquivos (SINAR) e dá outras providências.
"Criado pela Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, o Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ, órgão
central do Sistema Nacional de Arquivos - SINAR, se constitui no primeiro grande passo para o
estabelecimento de uma eficiente rede de arquivos públicos e privados, que possibilitará o
aperfeiçoamento das instituições, a simplificação e racionalização de procedimentos, a redução dos custos
de manutenção da burocracia administrativa, o melhor aproveitamento dos recursos humanos e materiais,
o desenvolvimento de programas participativos e, sobretudo, a adoção de um comportamento ético na
gerência da coisa pública em decorrência do acesso democrático às informações por parte dos cidadãos,
viabilizado pela implantação da política nacional de arquivos." (Jaime Antunes da Silva)
De acordo com o Decreto 1.173, o SINAR, tem como finalidade de "implementar a política nacional de
arquivos públicos e privados, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de arquivo"
44
(art. 10).
O Decreto também determina em seu texto a composição do SINAR (art. 12):
- o Arquivo Nacional;
- os arquivos do Poder Executivo Federal;
- os arquivos do Poder Legislativo Federal;
- os arquivos do Poder Judiciário Federal;
- os arquivos estaduais dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;
- os arquivos do Distrito Federal, dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciários;
- os arquivos municipais dos Poderes Executivo e Legislativo; e
- pessoas físicas e jurídicas de direito privado, mediante convênio com o órgão central.
O SINAR, segundo o artigo 11 do Decreto 1.173, tem como órgão central o Conselho Nacional de Arquivo
(CONARQ), o qual, conforme o art. 1º do mesmo Decreto, tem como principais finalidades a definição da
política nacional de arquivos públicos e privados, e a orientação normativa referente à gestão documental
e proteção especial aos documentos de arquivos.
"Além de um órgão deliberativo, o CONARQ tem funções executivas como órgão central do Sistema
Nacional de Arquivos. Às funções políticas são acrescidas as de caráter técnico-normativas mediante a
constituição de 'câmaras técnicas e comissões especiais com a finalidade de elaborar estudos e normas
necessárias à implementação da política nacional de arquivos públicos e privados e ao funcionamento do
SINAR' (art. 8º)."(id., 1999b, p. 142)
Segundo Jardim (Ibid.), nos dois primeiros anos e meio de suas atividades, o CONARQ atuou
fundamentalmente mediante suas Câmaras Técnicas e Comissões Técnicas. As primeiras são
consideradas de "caráter permanente" e têm como finalidade a elaboração de estudos e normas
necessárias para a implementação da política nacional de arquivos no país e para a promoção e
funcionamento do SINAR.
Já as Comissões Técnicas tratam-se de Comissões Especiais de caráter temporário, cuja finalidade é a
atuação junto aos assuntos específicos.
O CONARQ ainda na década de 90 foi responsável por aprovar no âmbito brasileiro 12 resoluções a
respeito das técnicas da gestão de arquivos públicos.
Outro ponto importante para a Arquivística Brasileira na década em questão, foi a transferência do Arquivo
Nacional para a esfera da Casa Civil da Presidência da República; assumindo assim uma posição na
hierarquia das instituições públicas nacionais mais apropriada às suas funções. Cabe aqui relembrar que
a posição hierárquica que o Arquivo Nacional ocupava foi questão levantada por Schellenberg e Boullier
de Branche por ocasião de suas visitas no Brasil na gestão de José Honório Rodrigues diante do Arquivo
Nacional.
Percebe-se, portanto, que a década de 90, sem desmerecer as décadas anteriores, configurou-se num
momento bastante significativo para a Arquivologia brasileira; proporcionando conquistas em todos os
sentidos, consolidando e confirmando a presença desta ciência no cenário nacional.
45
É escassa a literatura a respeito dos profissionais que manuseiam os arquivos em seu dia a dia; de forma
mais específica, o único profissional legalmente reconhecido dessa área é o arquivista. Porém, existem
algumas profissões que também são qualificadas para manter e organizar os arquivos. Entre os cursos
que dispõem desse conhecimento estão: Arquivologia, Biblioteconomia, Gestão da Informação,
Secretariado Executivo e Gestão de Qualidade.
Conforme observa Bellotto (2014), nos dias de hoje, os profissionais não devem esquecer que estão
inseridos na denominada “era da informação”. A tecnologia leva ao surgimento de novos suportes
documentais, que exigem conhecimentos e competências especiais para seu correto manuseio, o que
demanda que estes profissionais tenham flexibilidade e busquem constante qualificação, adaptando-se à
nova realidade. Neste contexto, Cardoso e Valentim (2008) afirmam que o profissional que cuida dos
arquivos deve ser entendido como um “profissional da informação”.
Do perfil de um profissional capacitado para criar e manter um arquivo moderno se exige um conhecimento
mais amplo do que apenas o conhecimento do clássico documento no suporte papel. Observando-se a
tendência de digitalização de documentos em conjunto com o apelo social e ecológico para redução de
uso de papel, os arquivos deixam o espaço físico e passam para o processo digital. Novas tecnologias são
constantes e, consequentemente, são criadas e aperfeiçoadas ferramentas para manuseio dos arquivos
digitais. Obviamente, o profissional deverá ser capaz de acompanhar essas tendências.
Assim, pode-se observar no trabalho de Cardoso e Valentim (2008) que cada vez mais as organizações
buscam profissionais qualificados para atuar na área; a graduação universitária, o conhecimento de outras
línguas, em especial o inglês, e conhecimentos em informática são diferenciais para a contratação. Isso
demonstra a crescente preocupação das organizações em encontrar e contratar profissionais qualificados
para organizar os arquivos.
A pesquisa permitirá fazer uma comparação entre o trabalho de organizações públicas e privadas, e
identificar se o trabalho atual está sendo eficiente e eficaz para as organizações de uma forma geral. Nas
linhas que seguem será apresentado o percurso metodológico utilizado na pesquisa de campo.
Quanto ao tipo de arquivo utilizado pelas organizações analisadas, foi observado que, dentre os
questionados, 84% utilizam arquivos físicos e eletrônicos, 13% apenas físico, e 3% apenas eletrônico.
Quanto aos métodos utilizados, verificou-se que o mais utilizado é o alfabético (46%), seguido do
alfanumérico (16%), e do numérico cronológico (11%). Dentre os entrevistados, percebe-se que cada
organização adota um método diferente: o alfabético, o numérico cronológico, o duplex e o variadex; mas
todas utilizam tanto arquivos físicos como digitais. Percebe-se que o setor privado não segue um padrão
em relação aos métodos de arquivamento. Embora haja legislação pertinente para tempo de guarda de
documentos e descarte, o uso dos métodos fica a cargo de cada organização e por este motivo acredita-
se que a falta de padrão no que se refere ao método ocorra. Outra questão observada é que os diferentes
ramos de atividades das organizações pode ser fator determinante para a escolha do método de
arquivamento.
Todavia, por mais que sejam métodos distintos, os profissionais aprovam os métodos que as organizações
seguem utilizando, visto que 100% dos entrevistados e 98% dos questionados apoiam o método usado
em sua própria organização. Um profissional formado não só pode manter a organização de um arquivo,
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como deve sugerir outros métodos que melhor se adaptem à realidade da organização, uma vez que tem
conhecimento para isso e por vezes até formação na área.
Em relação a guarda dos documentos físicos, cada organização tem características particulares para o
armazenamento de sua massa documental; na maioria das vezes, os materiais utilizados são os mesmos.
Dentre os materiais citados, 75% dos entrevistados afirmaram utilizar pastas suspensas em conjunto com
caixas de papelão; um quarto utiliza somente caixas que são próprias para arquivo.
Quando entrevistados a respeito das pessoas que têm acesso ao arquivo, metade dos profissionais
afirmou que o acesso é somente dos responsáveis do setor a que o arquivo pertence, 25% informaram
que o acesso é restrito somente ao responsável do arquivo, e o restante informou que todos os funcionários
têm acesso ao arquivo – como disse uma das entrevistadas: “todos que trabalham na empresa podem ter
acesso ao arquivo, mas geralmente quando precisam de alguma pasta pedem para o responsável”. Isso
pode criar um problema para empresa devido à fragilidade e à privacidade dos documentos ali
armazenados.
Quanto aos questionados, 19% disseram que não há controle de acesso ao arquivo; outros 19% disseram
que não sabem como funciona este acesso; 6% afirmaram que o controle de acesso depende do setor,
porém quando a entrada é controlada, a maioria (13%) afirmou que apenas 3 pessoas têm acesso ao
arquivo.
Um dado relevante que foi observado é com relação ao controle de saída de documentos. Metade dos
entrevistados informou que, quando um documento é solicitado para consulta, não se faz nenhum tipo de
registro. Um entrevistado informou que “o registro é feito apenas quando o documento sai da empresa”, e
outro informou que “é registrado na intranet da empresa com login de acesso”.
Pode-se observar que, dos entrevistados, somente 25% das organizações têm controle dos documentos
internamente e 25% têm controle caso o documento seja retirado da empresa. Isso é pouco, visto que o
controle é necessário para saber quem está de posse do documento da organização, de forma que, caso
seja solicitado, seja possível encontrá-lo rapidamente. Saber quem está com o documento é uma das
responsabilidades do profissional encarregado da gestão documental da organização. Uma vez
responsável pela manutenção e controle dos arquivos, deve-se reportar quando um documento é
extraviado e, caso necessário, quem foi a última pessoa que o solicitou. Essas informações somente são
possíveis de se obter caso seja feito um eficiente controle da saída e da entrada de documentos.
Em relação à conservação dos documentos arquivados, um entrevistado informou que “os documentos
ficam em plásticos dentro de pastas para evitar danos”; outro relatou que são “conservados em salas
arejadas e, quando necessário, faz-se limpeza com pano seco para não correr o risco de molhar e perder
[o documento]”; já outro entrevistado afirmou que “a conservação é feita de forma adequada respeitando
a temperatura, manuseio e acesso aos documentos conforme a demanda”.
Sobre o descarte de documentos, 50% informou que utiliza uma tabela de temporalidade para realizar o
descarte de forma correta. Os outros 50%, mesmo afirmando não utilizar uma tabela de temporalidade,
informaram que respeitam o prazo de guarda dos documentos.
Para além dos dados obtidos com relação as organizações privadas, o setor público também permitiu ao
longo desta pesquisa o levantamento de dados que expressem seus métodos de arquivamento.
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e Psicologia. Observa-se que muitas destas áreas não têm ementas ligadas à arquivologia. Em
contrapartida, dentre os entrevistados, a maioria (75%) afirmou ter conhecimentos básicos de arquivística,
algo curioso, uma vez que esses profissionais não tiveram ementas relacionadas à arquivologia em suas
graduações e as organizações normalmente não fornecem cursos de manutenção de arquivos.
Provavelmente esses funcionários aprenderam a manusear os arquivos na prática, visto que 36% dos
questionados informaram que aprenderam a organizar os arquivos no trabalho, 9% durante o Ensino
Médio, 9% sozinhos buscando o conhecimento por conta própria, e somente 46% – nem metade dos
entrevistados – aprenderam a manusear na faculdade.
O cenário acima possibilitou verificar que, por mais que os funcionários não tenham cursado uma
graduação que contenha disciplinas voltadas à arquivologia, 84% dos efetivos questionados que cuidam
dos arquivos dizem possuir conhecimentos na organização de arquivos, assim como os 8% que são
estagiários. Ao analisar o perfil buscado pelas organizações no momento da contratação, Cardoso e
Valentim constataram que:
(...) em relação ao perfil desejado 36,5% (30) exigem/desejam curso superior, destes apenas 9, ou seja,
11% do total de anúncios, especificam que seja curso superior em Arquivologia, as demais exigem
formação em Biblioteconomia e/ou áreas afins como, por exemplo, Administração, Economia, Direito,
ou não especificam, e apenas 1% (1) exige pós-graduação. (CARDOSO; VALENTIM, 2008, p.9).
Essa procura mencionada pelas autoras é diferente do que foi encontrado nessa pesquisa, quando se leva
em consideração que 53% dos profissionais que manuseiam arquivos ainda não são formados e estão
apenas cursando a graduação. Observou-se também que estes profissionais têm bastante tempo de
empresa: aproximadamente 37% têm de 2 a 5 anos, 27% de 1 a 2 anos, e apenas 18% têm menos de um
ano. Dentre os entrevistados, 75% afirmaram que a classificação de seus arquivos é setorial, pois o
documento é utilizado diariamente, e assim é mais fácil o acesso mesmo quando necessários. Porém, o
restante (25%) não utiliza a classificação setorial, pois a consulta aos documentos é “feita sob demanda,
duas ou três vezes por mês” apenas. Entre os participantes do questionário, a maioria afirmou que os
arquivos são setoriais (55%), seguida do central (27%); muitas organizações ainda utilizam ambos, tendo
arquivos centrais e setoriais (18%).
A tecnologia na organização dos arquivos está tão presente no setor público quanto no privado, como
vemos no gráfico acima, 82% das organizações mantêm os arquivos nas formas eletrônica e física, apenas
9% das organizações mantêm arquivos eletrônicos e os 9% restantes, somente arquivos físicos. Tanto as
organizações do setor privado como as do público vêm se adaptando à tecnologia. Nesse aspecto, verifica-
se que a grande maioria das organizações adota ambos os arquivos, pois ainda estão em fase de transição
dos arquivos físicos para arquivos eletrônicos. A utilização de arquivos eletrônicos é viável, visto que ocupa
menos espaço que o físico, e seu manuseio e organização são mais fáceis, mesmo que demande um
cuidado de igual proporção.
Quando analisados os métodos utilizados pelos respondentes do questionário, verificou-se que não existe
um único método predominante. Foi possível identificar que os quatro métodos mais utilizados por eles
são: o alfabético, o numérico, o numérico cronológico e o duplex. Um total de 91% dos profissionais
questionados de organizações públicas apoia o método utilizado. Em contrapartida, de acordo com os
entrevistados, os métodos mais utilizados são: o método por assunto, o cronológico e o alfabético; 50%
dos profissionais mencionaram que utilizam dois métodos juntos. Um entrevistado informou que o método
é feito a partir de uma “sequência numérica das caixas, tipo de documento, setor, classificação e
temporalidade”. No gráfico a seguir, é possível observar os métodos mais utilizados tanto pelos
questionados quanto pelos entrevistados.
Todos os entrevistados da amostra de empresas do setor público informaram que utilizam materiais como
pastas e caixas de papelão para guardar os documentos; desses, 75% guardam as pastas e caixas em
estantes. Um entrevistado informou que a guarda é feita em “estantes de aço e estantes deslizantes”.
Entre os entrevistados do setor público, 46% dos respondentes não sabiam quantas pessoas tinham
acesso ao arquivo, 18% informaram que apenas três pessoas têm acesso, e algumas organizações (9%)
afirmaram que o acesso varia em cada setor. O número de pessoas que têm contato com os arquivos em
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organizações públicas é maior do que nas organizações privadas. Juntando os profissionais que não
sabem quantas pessoas têm acesso, aos das organizações nas quais não existe controle e aos das
organizações nas quais todos têm acesso, perfaz-se 64% das pessoas questionadas com um controle
inexistente, com acesso livre ao arquivo. É importante ressaltar que com a introdução da Lei 12.527 o
acesso aos documentos do setor público passou a ser regra e não exceção, pois hoje a informação
pertence ao cidadão e não a instituição pública. Contudo ainda se recomenda que haja pelo menos um
registro dos acessos aos arquivos e um grande controle aos que são de fato sigilosos.
Analisando os dados dos entrevistados, percebeu-se que em 50% das organizações não é feito nenhum
tipo de registro, dentre estas um profissional reconhece que deveria ser feito algum tipo de controle; já os
outros 50% afirmaram que são feitos registros de saídas e entrada dos documentos. É importante notar
que não ter um registro de saída e entrada de documentos pode ocasionar em perdas, extravios, descartes
inoportunos ou estrago dos materiais lidos ou retirados do arquivo sem controle. Essa falta de controle
pode prejudicar muito a organização na hora da auditoria ou quando surgir a necessidade de se ter aquele
documento extraviado.
Percebemos que o zelo pela conservação do documento arquivado é uma característica comum entre as
organizações públicas, uma vez que todos os entrevistados afirmaram que o realizam. Desses, um
entrevistado afirmou manter os documentos em “estantes mais arejadas e livres de umidade”; outro disse
que é realizada uma limpeza a cada 6 meses; já outro expôs que “o acervo permanente e intermediário [é
armazenado da seguinte forma:] cerca de 2500 caixas ficam armazenadas em sala com ar condicionado,
limpeza e desratização. Outras [em torno de] 4500 caixas ficam armazenadas em salas sem ar
condicionado (locais improvisados), sem controle de umidade e temperatura”.
Por fim, sobre o descarte de documentos, 50% dos entrevistados informaram que utilizam a tabela de
temporalidade para fazer o descarte de forma correta. Os outros 50%, mesmo afirmando não utilizarem
uma tabela de temporalidade, informaram que respeitam o prazo de guarda dos documentos.
Compreende-se, pelo exposto acima, que tanto nas organizações do setor público quanto nas
organizações do setor privado há relevante preocupação com relação a organização dos processos de
arquivamento, entretanto, a falta de profissionais com formação que habilite para eficiente manutenção
dos arquivos torna-se o grande fator de dificuldade das organizações. Da mesma forma, embora os
profissionais participantes da pesquisa demonstrem preocupação com os métodos de arquivamento, não
se percebeu na fala dos entrevistados interesse em formação continuada na área de arquivamento para
melhor guarda e manutenção das atividades desta área.
Com esse estudo percebeu-se que os setores público e privado não são muito diferentes: ambos
necessitam melhorar alguns pontos, como o controle de entrada e saída de pessoas e materiais do arquivo,
e ambos têm legislação escassa para descrever os métodos e a forma em que o arquivo deve ser
organizado. Também se percebeu que os setores devem dar maior importância à contratação de
profissionais capacitados para a manutenção e gerência do arquivo para o bem de suas organizações.
Protocolo
Recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de documentos.
Ana Maria é encarregada de analisar a documentação que a empresa recebe e dar-lhe o devido
encaminhamento. Hoje chegaram às suas mãos:
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- uma carta para um empregado da diretoria financeira, com a etiqueta de pessoal;
- vários exemplares de um jornal do sindicato da classe, para os funcionários;
- dois envelopes endereçados à assessoria jurídica e entregues por um mensageiro de outra empresa.
Agora pense: que tratamento você acha que Ana Maria deve dar a cada um desses documentos?
Anote seu pensamento em uma folha de papel e, depois, compare-o com o que apresentamos.
Ana Maria não vai abrir e nem registrar a carta porque contém a anotação pessoal, indicando tratar-se de
uma correspondência particular. A carta será encaminhada diretamente a quem se destina, na Diretoria
Financeira. Nesse caso, portanto, não há qualquer preocupação com o seu arquivamento.
Quanto aos jornais, Ana Maria também não precisa registrá-los, porque não são documentos oficiais. Eles
devem ser distribuídos aos funcionários e, após serem lidos, podem ser jogados fora.
Já os envelopes entregues pelo mensageiro são correspondências oficiais. Eles precisam ser abertos, os
documentos registrados e encaminhados, no caso, à Assessoria jurídica, de acordo com os procedimentos
adotados pela administração.
Todo o andamento desses documentos dentro da empresa é controlado e, só após cumprirem suas
finalidades, é que são arquivados. Muitos deles até podem aguardar decisões e prazos já nos arquivos. E
dependendo das normas da empresa e da natureza dos documentos arquivados, eles podem ser
emprestados ou consultados no próprio local do arquivo.
Desde a chegada dos documentos à empresa já deve haver uma preocupação com o seu possível
arquivamento. O técnico de arquivo precisa estar atento a isso e determinar a classificação que cada
documento recebe no momento do seu registro, pois ela se repetirá mais tarde, quando for arquivado.
Portanto, num sistema de arquivos correntes, os serviços de recebimento, registro, controle de tramitação
(distribuição / movimentação) e expedição da correspondência, não podem ser desvinculados dos serviços
de arquivamento e empréstimo ou consulta de documentos.
Então, não podemos separar os serviços de protocolo dos serviços de arquivo. Daí ser comum, na
estrutura organizacional das instituições, a existência de setores, normalmente denominados Arquivo e
Protocolo, ou Arquivo e Comunicação ou outro nome parecido, que respondem tanto pelo protocolo como
pelo arquivamento.
Em relação aos serviços de arquivo e protocolo, é importante destacarmos que as rotinas e procedimentos
para sua execução devem ser criados pela própria instituição, obedecendo a um critério adequado às suas
características. Não podemos predeterminar e nem impor qualquer rotina ou procedimento a uma
empresa, mas apenas sugerir.
Serviços de Protocolo
Observe este ofício:
Encaminhamos em anexo, para seu conhecimento e análise, cópia do Balanço Patrimonial de nossa
empresa...
Este ofício, ao ser recebido pelo banco, foi registrado de acordo com os procedimentos adotados na
empresa. Depois foi distribuído, sendo encaminhado ao Diretor Financeiro.
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Na diretoria, a secretária recebeu o documento, registrou-o na entrada nos controles específicos do órgão
e encaminhou-o ao diretor. Esse, após conhecer o teor do ofício, despachou-o para um dos assessores,
solicitando-lhe análise e parecer.
Concluída a solicitação, o assessor retornou o documento com o parecer à sua chefia que, após analisar,
pediu algumas providências, dentre as quais a expedição de uma resposta à Andes Turismo S.A.
Finalmente, ele devolveu a documentação à sua secretária - ofício, despachos, parecer -, solicitando-lhe
o arquivamento.
A secretária registrou a saída do documento em seus controles e depois encaminhou-o ao Setor de Arquivo
da empresa.
Veja que o ofício passou por vários setores dentro do Banco do Estado S.A., envolvendo tarefas que
constituem o serviço de protocolo de uma empresa: recebimento; registro; distribuição e movimentação;
expedição de correspondência.
Protocolo
É a denominação atribuída aos setores encarregados do recebimento, Registro, distribuição e
movimentação e expedição de documentos. É também o nome atribuído ao número de registro dado ao
documento ou, ainda, ao livro de registro de documentos recebidos e expedidos.
E como esses serviços de protocolo funcionam? Que procedimentos são adotados para que eles cumpram
suas finalidades com eficiência?
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Desse modo, quando desejamos saber algo sobre um documento, basta verificarmos seu andamento na
ficha de protocolo. Se, por exemplo, a destinação dele estiver para o arquivo, é possível sabermos sob
que notação ele está arquivado, que é a mesma atribuída ao documento.
- Acréscimo da segunda via da ficha de protocolo ao documento já carimbado e encaminhamento ao seu
destino. Se existirem antecedentes, eles e suas respectivas fichas, com registro e anotações, devem ser
anexados ao documento.
Quando o documento chegar ao seu destino, o responsável naquele setor precisa retirar a ficha de
protocolo, que só é anexada novamente ao documento quando ele seguir para outro setor. Essa passagem
do documento de um setor a outro, a redistribuição, deve ser feita através do setor responsável pelo
registro e movimentação.
- Registro dos dados constantes da ficha de protocolo para as fichas de procedência e de assunto,
rearquivando-as em seguida. Essas fichas são preenchidas não só para controlar a documentação que
passa pelos serviços de protocolo como também, para facilitar a pesquisa do documento, quando
necessário. Eis um exemplo de ficha de procedência
- Arquivamento das fichas de protocolo obedecendo à ordem dos números de protocolo.
- Recebimento, dos vários setores da empresa, dos documentos a serem redistribuídos e anotação do
novo destino nas respectivas fichas.
- Encaminhamento dos documentos aos respectivos destinos.
Rotinas de expedição
Em geral, são adotadas estas rotinas nos serviços de expedição de uma empresa:
- Recebimento da correspondência a ser expedida: o original, o envelope e as cópias, nas cores e
quantidades determinadas pela empresa.
Os setores que desejarem manter uma coleção de cópias em suas unidades, para consulta imediata,
devem prepará-las em papel de cor diferente. Essas cópias são devolvidas ao setor de origem, após a
expedição.
- Verificação da falta ou não de folhas ou anexos nas correspondências a serem expedidas.
- Numeração e complementação de data, tanto no original como nas cópias.
- Separação do original das cópias.
- Expedição do original com os anexos, se existirem, pelos Correios, malotes ou em mãos.
- Encaminhamento das cópias ao setor de arquivamento, acompanhadas dos antecedentes que lhes
deram origem.
Funções arquivísticas.
Há um consenso na literatura arquivística de que existem sete funções arquivísticas. Porém, alguns
autores utilizam definições diferentes e alguns até agrupam funções ou não consideram todas. As sete
funções comumente admitidas são: produção, classificação, avaliação, descrição, aquisição, difusão e
preservação.
A execução de cada uma das funções arquivísticas deve ser objetivo de todo e qualquer arquivo ou
instituição arquivística. Uma vez que a execução das funções contribui para a boa gestão documental nas
instituições. Cada uma delas contribui para a execução da função seguinte ou mesmo depende da anterior
para ser executada.
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Produção: criação ou recebimento de informações dentro da instituição, evitando a criação de
documentos com informações desnecessárias e atentando para sua veracidade e autenticidade. Momento
que o documento passa a existir para a instituição.
Para a criação de documentos arquivísticos digitais é importante estar atento em diversas questões que
possam alterar a veracidade ou autenticidade das informações ali contidas, sendo de extrema importância
a elaboração de normas e regras para a produção da documentação, assim como utilizar métodos como
assinatura digital, marca d’água e procedimentos padrão.
Avaliação: processo que consiste na atribuição de valores (primário ou secundário) para os documentos,
assim como prazos de guarda e destinação final (guarda permanente ou eliminação).
Os documentos devem ser devidamente avaliados também em suporte digital, pois nem toda a
documentação produzida possui a necessidade de ser preservada permanentemente, garantindo assim
economia de recursos materiais e financeiros.
Aquisição: entrada dos documentos nos arquivos corrente, intermediário e permanente. Abrande o
arquivamento corrente, assim como a transferência e recolhimento da documentação.
O processo de aquisição deverá ser realizado com mais atenção e cuidado nos documentos arquivísticos
digitais, pois seu controle é mais difícil de ser realizado e não possuem métodos que assegurem questões
como autenticidade e veracidade.
Classificação: forma como os documentos serão reagrupados de acordo com características comuns. A
Classificação deverá ser feita dentro dos padrões estabelecidos pelos profissionais responsáveis pelo
acervo, que conhecem a melhor maneira de agrupamento para realização de suas atividades.
Os documentos digitais também devem ser devidamente classificados e ordenados para evitar que a
documentação fique desorganizada em meio digital e para que não perca seu contexto dentro da
instituição.
Difusão: está relacionada à divulgação do acervo, bem como a acessibilidade dos documentos,
aproximando o arquivo e o usuário da informação.
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A difusão também será realizada de forma mais rápida, pois a maioria das pessoas possui acesso à
internet e utilizam deste meio para suas pesquisas. Desta forma, o arquivo pode divulgar amplamente suas
atividades, serviços e documentação, assim como disponibilizar informações com maior praticidade e
eficácia.
Criação de documentos.
Tanto o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (ARQUIVO NACIONAL, 2005) quanto o
Dicionário de Terminologia Arquivística (ASSOCIAÇÃO DOS ARQUIVISTAS BRASILEIROS, 1996) não
apresentam definição para a função criação/produção.
Segundo Couture (et alii, 2005) esta função possui como principal objetivo o controle da criação de
documentos e informações. Esse controle da produção de documentos contribui para o aumento da
eficiência administrativa uma vez que diminui ou mesmo evita a duplicidade de informações.
Para Schellenberg (2006), as repartições públicas produzem uma quantidade excessiva de documentos.
Mas essa quantidade pode ser diminuída de três formas: simplificando as funções; os métodos de trabalho;
e as rotinas de documentação.
Segundo o autor, no que se refere à simplificação das funções, aos funcionários das instituições cabe a
tarefa de atuar na maneira em que são executadas as atividades.
“O funcionamento de uma repartição pública pode, quase sempre, ser simplificado.
Eis, portanto, o primeiro ponto a ser atacado no problema da redução do volume de documentos oficiais”
(SCHELLENBERG, 2006, p.76).
A questão dos métodos de trabalho é também um fator determinante para a produção de documentos.
Para Schellenberg (2006), os métodos de trabalho são, em geral, muito mais complicados do que o
necessário e podem ser simplificados.
Segundo o autor, é comum observar instituições que funcionam sem nem mesmo fazerem um
planejamento de suas atividades. Com o passar do tempo pode ser que surjam métodos de trabalho
defeituosos.
Com o objetivo de resolver os problemas encontrados nos processos de trabalho, muitas instituições
buscam analisar, fase a fase, suas atividades administrativas. Essas análises costumam ser feitas por
especialistas no campo da administração pública. O objetivo dessas análises é identificar os problemas a
fim de saná-los. Segundo Schellenberg, essa atividade:
[...] consiste em analisar as fases de uma determinada operação, com o objetivo de melhorar as normas
e simplificar os métodos de trabalho, de maneira que cada fase contribua, de fato, no sentido de que
aquela operação seja realizada (SCHELLENBERG, 2006, p.77).
Segundo Couture (2005), essa função possui também a vantagem de racionalizar a produção, fazendo
com que não sejam registradas na forma de documentos informações desnecessárias. A função
produção/criação também contribui para a padronização de alguns documentos como correspondências
(tradicionais ou eletrônicas), atas, relatórios, resumos, cartões de visita, entre outros.
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A simplificação das rotinas de documentação também é um fator que possui papel de destaque na
racionalização da produção de documentos. De acordo com Schellenberg (2005), nesse caso é possível
destacar dois aspectos: um referente à criação de documentos para a execução de atividades repetitivas
e rotineiras e outro referente à distribuição e ao arquivamento dos documentos.
Para controlar os formulários, é preciso que se esteja informado quanto ao emprego e contexto de cada
um. Tomando-se por base essa informação, decide-se, em primeiro lugar, se o formulário é realmente
indispensável e, em segundo, qual deve ser o seu conteúdo, formato, aplicação, distribuição e
destinação final. Por uma análise cuidadosa dos papéis resultantes do processamento de uma
determinada operação, pode-se rever as fórmulas, de modo a eliminar, consolidar, simplificar, em suma,
ajustar todas aquelas empregadas na operação (SCHELLENBERG, 2006, p.79-80).
Uma questão bastante importante e que deve ser discutida pelos arquivistas e demais profissionais de
arquivos é a reprografia. A reprografia é definida pelo Dicionário de Terminologia Arquivística como
“conjunto dos procedimentos de cópia ou microcópia feitos por energia radiante” (ASSOCIAÇÃO DOS
ARQUIVISTAS BRASILEIROS, 1996, p.67). Em muitas instituições a duplicação torna-se um substituto
para o controle da tramitação dos documentos. Segundo Schellenberg, quanto maior o grau de controle
exercido sobre os documentos, menor será, provavelmente, o número dos mesmos.
O técnico em administração de documentos deve estudar a necessidade de cópias por parte dos
diversos funcionários. Baseado nesse estudo, determinar onde as cópias se fazem realmente
necessárias e onde devem ser arquivadas. Determinando onde são necessárias e onde devem ser
arquivadas, entrará no problema de classificação, que no seu mais amplo sentido envolve a questão de
arquivos descentralizados (SCHELLENBERG, 2006, p.82).
Couture (2005) apresenta outra vantagem da função criação/produção. Segundo o autor, essa função é
capaz de planejar que o suporte no qual será produzido o documento seja proporcionalmente adequado à
importância da informação que será registrada. Isso faz com que suportes mais resistentes sejam
utilizados para a produção de documentos identificados anteriormente à produção como de guarda
permanente, por exemplo.
Com o contexto tecnológico que se inseriu nas organizações. A informatização das atividades
administrativas fez com que a produção de documentos se tornasse mais fácil e rápida. Essa facilidade
trouxe muitas vantagens, mas também trouxe problemas a serem enfrentados pelas instituições.
Segundo Couture (2005), a adoção de padrões computacionais para a produção de documentos que
existirão apenas eletronicamente deve ser objeto de atenção. “Os sistemas de produção e de tramitação
de documentos eletrônicos deverão garantir a autenticidade e a segurança desses documentos,
protegendo-os do acesso não autorizado e vedando a alteração das informações presentes nos
documentos” (COUTURE, 2005, p.16, tradução nossa).
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Os documentos de arquivo são criados como forma de registro da execução de funções e atividades.
Portanto todo documento, no momento de sua criação, possui valor primário. A criação/produção é, assim,
uma função que está relacionada com a idade corrente. A execução da função criação/produção não
poderia ter como resultado outra coisa senão o próprio documento.
Classificação de documentos.
O Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística define classificação como:
Organização dos documentos de um arquivo ou coleção, de acordo com um plano de classificação,
código de classificação ou quadro de arranjo; Análise e identificação do conteúdo de documentos,
seleção da categoria de assunto sob a qual sejam recuperados, podendo-se-lhes atribuir códigos;
Atribuição a documentos, ou às informações neles contidas, de graus de sigilo, conforme legislação
específica; Também chamada classificação de segurança (ARQUIVO NACIONAL, 2005, p.49).
O Dicionário de Terminologia Arquivística, por sua vez, define classificação como “sequência de operações
que, de acordo com as diferentes estruturas, funções e atividades da entidade produtora, visam a distribuir
os documentos de um arquivo” (ASSOCIAÇÃO DOS ARQUIVISTAS BRASILEIROS, 1996, p.16).
Um dos principais problemas enfrentados nos arquivos correntes é a organização dos documentos de
forma que eles possam ser rapidamente encontrados quando solicitados. Para isso, é necessário que eles
estejam conservados de forma ordenada e acessível. Nesse contexto, a classificação em muito contribui
para a organização dos documentos.
A classificação, atividade essencial para a recuperação das informações, deve estar respaldada no
princípio da proveniência, produzindo instrumentos que estabelecem as relações da instituição e sua
estrutura enquanto constituidora de fundos, grupos, séries, entre outros.
Segundo Couture (2005), houve um tempo em que não havia distinção entre a classificação enquanto
atividade intelectual e a classificação enquanto atividade mecânica. Essa tendência mudou, e a
arquivística, enquanto ciência da informação, passou a considerar que a classificação enquanto ação
intelectual refere-se à distribuição de classes, categorias, de acordo com uma certa ordem e um certo
método. Por outro lado, a classificação enquanto ação mecânica refere-se à ação de classificar.
A classificação é, por natureza, um processo de identificação intelectual e sistemático de agrupamento
de objetos - documentos - semelhantes, com base em características comuns. Esta função consiste em
um conjunto de convenções e de métodos a fim de categorizar documentos por grupos ou categorias,
independentemente do seu suporte e idade (COUTURE, 2005, p.18, tradução nossa).
A classificação arquivística deve ser orientada pelos princípios arquivísticos de respeito aos fundos e
ordem original e deve possuir uma ordem lógica que atenda as necessidades dos usuários do arquivo.
Sendo assim, deve traduzir o funcionamento da instituição, uma vez que os documentos são resultados
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do cumprimento das funções e atividades. A classificação atribuída a um documento o acompanhará em
todo o ciclo de vida.
Segundo Schellenberg (2006), a ação a que os documentos se referem, a estrutura do órgão que os produz
e os assuntos dos documentos são os três elementos principais a serem considerados na classificação de
documentos públicos. Nesse contexto, os métodos de classificação podem ser divididos em três tipos:
funcional, organizacional e por assuntos.
Na classificação funcional são criadas unidades de arquivamento para todos os atos. O agrupamento de
documentos por atos, entretanto, torna-se mais difícil quando se referem a diversas pessoas, entidades
ou lugares ou quando se reportam a assuntos ou tópicos.
Sempre que uma operação ou ato se refere a uma pessoa, entidade ou lugar, os documentos que lhes
dizem respeito podem ser reunidos com relativa facilidade; e como grande parte dos atos de um governo
relaciona-se a entidades avulsas, a classificação da maioria dos documentos públicos é relativamente
simples (SCHELLENBERG, 2006, p.88).
Por outro lado a estrutura orgânica favorece a base para grandes agrupamentos de documentos. Esses
agrupamentos estar refletidos no próprio esquema de classificação ou na descentralização física dos
documentos.
Segundo Lopes (1998), podemos considerar a existência de três principais correntes do pensamento
arquivístico: a arquivística tradicional, a dos records management e a arquivística integrada. A arquivística
tradicional, que teve sua origem principalmente na França, Itália e Espanha adota a ideia de existência
dos arquivos definitivos. Essa arquivística vê como primordial a função de tornar acessíveis os documentos
custodiados.
A arquivística integrada, para Lopes (1998) a única a propor a transformação da arquivística numa
disciplina científica, que se preocupa com o tratamento global das informações, da sua criação até o
destino final, é vista como procedimentos integrados que levam a uma visão global das informações no
âmbito de uma organização.
A arquivística denominada records management, surgida nos Estados Unidos e traduzida pelos
canadenses, espanhóis e outros como gestão de documentos, atribui à arquivística a noção de intervenção
da administração arquivística já na fase de produção e tramitação dos documentos. Nesse mesmo
contexto de correntes de pensamento arquivístico é que surge a arquivística integrada, que, desenvolvida
no Canadá por Rousseau e Couture (1982, 1998), propõe uma arquivística que se preocupa com a
informação desde seu nascimento até sua destinação final.
A arquivística integrada é sistematizada pela integração de três atividades básicas. Essas atividades são
a classificação, a avaliação e a descrição. A classificação é vista como a atividade básica da arquivística
integrada, servindo de base para a avaliação e para a descrição. Isso se deve ao fato de que uma vez que
realizada, a recuperação das informações torna-se mais fácil e rápida.
A arquivística integrada, com sua proposta de integração das atividades arquivísticas vem aproximar a
arquivologia da ciência. A classificação, levando em consideração os princípios arquivísticos, é uma
atividade intelectual que, para muitos autores, deve anteceder a avaliação e a descrição. Porém, como
forma de racionalizar o trabalho arquivístico, é possível e desejável que os documentos sejam
classificados, avaliados e descritos ao mesmo tempo.
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Plano de Classificação
Entende-se como plano de classificação o instrumento utilizado para classificar e recuperar os documentos
por meio do qual são estabelecidos códigos numéricos representativos das diversas classes e subclasses.
Comumente, adota-se um código que possa refletir a estrutura e as funções das diversas unidades que o
compõem.
O Plano de Classificação deve ser utilizado tanto nos Arquivos Correntes das diversas unidades do órgão
público, instituição etc., quanto no arquivamento geral. A classificação nos Arquivos Correntes vem para
facilitar o armazenamento, o trâmite, a consulta, e o empréstimo de documentos, uma vez que o servidor
da unidade que produziu ou recebeu o documento detém melhores informações para enquadrá-lo na
categoria de assunto ou atividade mais adequada. Uma vez classificado, durante todo o ciclo de vida útil,
o documento tramitará pelas unidades com um padrão de arquivamento definido.
A classificação do documento deverá levar em conta o seu aspecto funcional e sua atividade. Definido o
assunto, atribui-se o número correspondente.
Exemplo: Um documento que trata da proposta orçamentária, segundo o código de classificação, está
enquadrado na função de orçamento e finanças (050). Dentro do código 050, está previsto o número 051
para o assunto orçamento e 051.3 para a atividade referente à proposta orçamentária.
Após análise do documento, recomenda-se anotar a lápis o código no canto superior direito da primeira
página, a fim de facilitar sua visualização.
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Classificam-se os documentos relativos à criação, à estruturação, ao funcionamento da instituição e ainda
os documentos relativos à comunicação social, à divulgação das atividades da instituição junto ao público
externo, tais como imprensa, cerimonial, visitas, etc.
Avaliação de documentos.
AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS
Para que o ciclo vital de documentos flua segundo a Teoria das Três Idades, a avaliação - atividade
abrangida pela gestão de documentos - insere-se no contexto do arquivo corrente, admitindo-se, porém,
quando necessário, se avalie ou reavalie em outras etapas do arquivamento, desde que esse
procedimento não se torne rotina.
Em se tratando de trabalho ligado a juízos de valor, o arquivo corrente (quase sempre carente de agentes
qualificados) deve receber a colaboração de profissionais das áreas de conhecimento relacionadas com
os documentos em avaliação. Antes de tratar dessa equipe multidisciplinar, há que se definir a unidade
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orgânica responsável pela avaliação, cujo titular terá as seguintes competências:
Estrutura e Funcionamento
A primeira atividade a ser desenvolvida no processo de organizar e avaliar documentos de arquivo é o
estudo da estrutura e funcionamento do órgão produtor.
Classificação de Fundo
É uma atividade intelectual que consiste em reconstituir, mediante pesquisa na legislação, a origem e
evolução da estrutura organizacional e funcional do órgão produtor dos documentos. A classificação deve
materializar-se na elaboração de instrumentos de trabalho: compilação da legislação e confecção de
organogramas que representem a estrutura orgânica hierarquizada do órgão e suas subdivisões internas,
que são as unidades geradoras dos documentos. O trabalho de classificação deve interagir com a análise
dos conjuntos documentais a fim de se identificar as funções ou atividades informalmente exercidas.
As atividades cotidianas de qualquer administração são objeto de registro em algum tipo de documento.
Os documentos relacionados a uma função, produzidos ou acumulados por determinado órgão, mantêm
entre si relações que precisam ser deslindadas no processo de avaliação. A análise da rotina documental
e das inter-relações dos vários conjuntos é essencial para que se conheça o contexto de produção,
evitando-se sentenciar sobre peças isoladas de arquivo.
A avaliação deve incidir sobre conjuntos de documentos e não sobre unidades individualizadas. A grande
dificuldade consiste em reconstituir esses conjuntos quando eles foram desfeitos por critérios inadequados
de arquivamento. Os documentos produzidos no exercício da mesma função, competência ou atividade
constituem as séries documentais e é sobre elas que deve incidir o trabalho de identificação de valores e
de definição de prazos de guarda. Portanto, cabe ao profissional de arquivo conhecer quais são os
momentos do ciclo de vida dos documentos para poder identificar em qual deles os conjuntos se encontram
e determinar o tratamento e a guarda a eles correspondentes.
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Competências da Comissão Permanente de Avaliação
Valoração de documentos
Distinguir o valor primário e secundário dos documentos é primordial na avaliação. O primeiro decorre do
interesse que o documento tem para a instituição de que se originou, destacando-se o valor
administrativo.
Já o valor secundário se refere à ligação com os usuários externos, para fins probatórios e informativos,
estes, principalmente, os de pesquisa.
Tempo de retenção
No que se refere ao tempo de retenção, os documentos podem ser de guarda permanente, temporária e
eventual.
Para guarda transitória devem ser considerados aqueles cujas informações estejam integralmente
reproduzidas em documentos destinados à guarda permanente:
aqueles cujos elementos essenciais estejam recapitulados em outros de valor permanente;
os originais ou cópias que detêm apenas valor primário;
os que perderam a vigência (por prescrição, decadência ou perempção), desde que não
apresentem valor secundário.
Os documentos de valor eventual são aqueles de interesse e trato imediato, sem significância para a
História e outras ciências.
Exemplos:
convites recebidos;
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material de divulgação de terceiros;
correspondência rotineira de congratulações ou pêsames;
agradecimentos protocolares;
minutas de matérias destinadas a publicação;
requisição de cópias xerográficas;
pedidos de consertos e reparos;
requisição de viaturas para serviços externos; registros de saída de material;
controle de entrada e saída de pessoas do órgão; e
outros casos similares.
Recomendações complementares
Por oportuno, reúnem-se nesta parte algumas indicações julgadas úteis para o processo de avaliação,
como as que seguem.
Essa equipe, que só começará a atuar depois de devidamente treinada e uma vez encerrada a fase de
análise dos conjuntos documentais e de atribuição de prazos de destinação, será composta formalmente
(ato publicado) por membros escolhidos entre os servidores ligados à guarda dos documentos e, também,
se necessário, pelos da área de administração conhecedores da estrutura organizacional pertinente.
Amostragem
Dos conjuntos documentais a serem eliminados deve ser retida uma amostra significativa, tendo por base
o interesse que os mesmos possam representar para a pesquisa histórica. Por essa razão, deve ser obtida
a assessoria de um profissional de Estatística que, com a orientação do historiador, estabelecerá o
tamanho da amostra.
A tomada de decisão diante de acervo volumoso, heterogêneo e quase sempre sem tratamento
arquivístico requer cuidadosa divisão de trabalho. Assim, por exemplo, quando se tratar de uma Secretaria
de Obras (em geral de macroestrutura organizacional), o encargo deve ser realizado separadamente, isto
é, por departamento ou similar, um de cada vez.
De se chamar a atenção, no caso de grandes massas acumuladas, para a necessidade de atuar em
separado quanto a conjuntos documentais referentes a atividades-meio (planejamento, pessoal, material,
orçamento, comando, coordenação e controle) e atividades-fim.
Difusão de documentos.
A Difusão é o meio pelo qual a Instituição viabiliza o desenvolvimento de ações e produtos que contribuem
para a democratização de seu acervo. Como ação ampla, permite e exige a integração de diferentes
conhecimentos, de diferentes áreas, de diferentes profissionais. Envolve pesquisa, comunicação, ação
pedagógica e uso da tecnologia.
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Fazem parte das ações de difusão a publicação de livros, periódicos e conteúdo de internet, os quais estão
ligados ao acervo e à memória que ele preserva; a estruturação de exposições, a programação de
palestras e cursos; a condução de visitas monitoradas na instituição; o atendimento a grupos de alunos; a
preparação de materiais didáticos; o oferecimento de oficinas pedagógicas com documentos de Arquivo,
entre outras. Todas essas ações visam atingir o usuário final da informação, seja o aluno, o professor, o
pesquisador, o cidadão em geral. Sua função é a de mostrar o potencial do acervo; transformar o
documento bruto em pesquisa; incitar a investigação; sugerir interpretações das fontes; produzir leituras
da história; dar a conhecer o universo documental com a linguagem que o público final entende.
É por meio da Difusão que é dada visibilidade às fontes, antecipando ao público a riqueza documental de
um Arquivo. Sua importância está em chamar a atenção para o que está guardado; em um Arquivo Público,
em dar publicidade ao que já é público, mas que muitos não conhecem; em construir, através do
conhecimento desse patrimônio, a noção do seu valor.
Descrição de documentos.
A organização arquivística de um acervo pressupõe-se, a priori, as atividades de classificação, baseando-
se no princípio que esta atividade dá visibilidade às funções e atividades estruturais do organismo produtor
dos documentos, bem como deixando claras as ligações entre si.
Esta tarefa é elementar porque vai repercutir nas atividades subsequentes como avaliação, destinação e
descrição.
Segundo o Dicionário de terminologia Arquivística a descrição documental foi definida como um conjunto
de procedimentos que a partir de elementos formais e de conteúdo, permitem a identificação de
documentos e a elaboração de instrumentos de pesquisa.
A descrição é a análise realizada pelo arquivista sobre os fundos documentais agrupados natural ou
artificialmente a fim de sintetizar e condensar a informação neles contidas, para oferecer aos interessados.
Esta tarefa compreende não só a análise dos documentos: seus tipos, tanto diplomático como jurídico, de
seu conteúdo do lugar e datas e de seus caracteres externos, assim também como dados para a sua
organização.
A descrição é necessária tanto num arquivo administrativo como num arquivo histórico, ainda que na
prática pode apresentar algumas variantes. A descrição ocorre em todos os momentos do tratamento dos
documentos; dentro da perspectiva da arquivística integrada. A descrição começa no processo de
classificação, continua na avaliação e se aprofunda nos instrumentos de busca mais específicos. Ainda
que todas as operações intelectuais são de natureza descritiva, acreditamos ser necessária uma distinção
entre tipo de descrição no arquivo permanente e no arquivo corrente. No permanente, a descrição tem
como objetivo permitir a pesquisa, ou seja, está voltada para o público mais amplo, intelectualizado
devendo portanto trazer mais elementos informativos sobre os conjuntos documentais; no corrente as
informações são mais gerais, pois os usuários já tem conhecimento da estrutura da organização produtora
dos documentos suas funções ou atividades.
A descrição tem dois objetivos: dar acesso à informação e facilitar o controle pelo arquivista.
Sem uma descrição adequada os arquivos são como uma cidade desconhecida. Assim um instrumento
descritivo imperfeito pode enganar gravemente o pesquisador, seja por falsa interpretação de dados ou
por falta de informações referentes a origem e a história dos documentos.
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Os instrumentos de descrição são representações dos conjuntos documentais e podem estar
representados através de guias, inventários, catálogos e a cada um deles há um tratamento específico.
Na década de 1980, o Conselho Internacional de Arquivos (CIA) iniciou o processo de construção de
normas de descrição de documentos, visando uma padronização de dados, criando um comitê permanente
para desenvolver normas para este fim. Este comitê é formado por representantes de vários países
inclusive do Brasil.
A Isad(g) foi aprovada no Congresso Internacional de Arquivos, em Sevilha (Espanha) no ano de 2000. A
norma estabelece diretrizes gerais para preparação de descrição arquivística objetivando a identificação e
explicação do contexto e conteúdo dos documentos, a fim de promover o acesso aos mesmos e ao
intercâmbio das informações.
A norma contém regras gerais de descrição que podem ser aplicadas independente da forma ou do suporte
(papel) dos documentos, cujo foco destas regras seja a descrição dos documentos já organizados para a
preservação.
Este conjunto de regras faz parte de um processo que visa assegurar a criação de descrições consistentes,
apropriadas e autoexplicativas; facilitar a recuperação e a troca de informações sobre documentos
arquivísticos.
Preservação de documentos.
Imagine a situação: documentos rasgados, amassados e manchados, livros com as capas soltas,
lombadas danificadas e cadernos com costuras rompidas. Diante de tantos danos, o que devemos fazer
primeiro para salvar estes materiais?
A primeira coisa que vem a nossa mente é a necessidade de consertar o que está danificado, ou seja,
restaurar o material degradado. Pensamos a partir da seguinte lógica: devemos restituir a integridade física
destes materiais para que de novo possam estar acessíveis à pesquisa e ao estudo. Seguindo este
raciocínio teríamos a seguinte sequência de trabalho: primeiro restaurar o material, depois conservá-lo e
assim estaríamos preservando a informação para o futuro.
Será que procedendo deste modo estamos realmente salvaguardando estes livros e documentos
danificados? Aparentemente sim, a curto prazo. No entanto, caso não identifiquemos os fatores que
causaram a sua degradação, estaremos apenas nos iludindo e, infelizmente, reduplicando o mesmo dano
em um futuro próximo. O que fazer, então?
Diante de um acervo danificado e em risco de perda, a primeira providência a ser tomada é efetuar um
minucioso diagnóstico dos motivos que levaram à sua degradação, estancar ou minimizar estes agentes
agressores. Assim procedendo estamos evitando que esses fatores de degradação se disseminem e
atinjam outros livros ou documentos. Por mais paradoxal que possa parecer, diante de um acervo em risco,
a primeira atitude efetiva a ser tomada é conservá-lo. Inverte-se, portanto, a sequência restauração,
conservação e preservação e adotamos uma nova sequência: preservação, conservação e restauração.
Preservar para não restaurar, eis a questão.
Portanto, entende-se por preservação, toda ação que se destina a salvaguardar ou a recuperar as
condições físicas e proporcionar permanência aos materiais dos suportes que contêm a informação. É o
"guarda-chuva", sob o qual se "abrigam" a conservação, a restauração e a conservação preventiva. À
preservação cabe ainda a responsabilidade de determinar as escolhas mais adequadas de reformatação
de suporte para a transferência da informação. Abrigadas pelo conceito maior de preservação, a
conservação e a restauração são intervenções na estrutura dos materiais. A conservação é um conjunto
de procedimentos que tem por objetivo melhorar o estado físico do suporte, aumentar sua permanência e
prolongar-lhe a vida útil, possibilitando, desta forma, o seu acesso por parte das gerações futuras. A
restauração é um conjunto de procedimentos que visa a recuperar, o mais próximo possível, o estado
original de uma obra ou documento. Em ambos os casos, são intervenções de tratamento por peça única,
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individual, na unidade documental. Já que implica tratamento individual por peça, a
conservação/restauração exige seleção e treinamento de pessoal, sendo de custo elevado e de extensa
duração. Portanto, significa ações de intervenção "curativa". É um conjunto de procedimentos que visam
remover física e quimicamente os fatores que causam a degradação do suporte. Exemplo de restauração
é a aplicação de banhos químicos para redução de acidez do papel. Outro exemplo é a "reenfibragem" -
processo pelo qual partes perdidas da folha são reconstruídas com celulose nova.
Fazendo um paralelo com a medicina, poderíamos comparar a preservação com os cuidados cotidianos
que devemos Ter para evitar problemas de saúde, como alimentação balanceada, praticar exercícios e
dormir suficientemente. A conservação significaria cuidados especiais a serem tomados em função do
diagnóstico de um problema. Por exemplo, colesterol elevado exigiria uma dieta especial. Por fim, a
restauração poderia ser equiparada ao procedimento cirúrgico - uma intervenção mais radical que implica
em riscos, mesmo que previsíveis e calculados, e em sequelas ou restrições permanentes.
Conservação preventiva abrange não só a melhoria das condições do meio ambiente nas áreas de guarda
de acervo e nos meios de armazenagem, como também cuidados com o acondicionamento e o uso
adequado dos acervos, visando a retardar a degradação dos materiais. É, pois, um tratamento de massa,
feito em conjunto.
Os museus, os arquivos, as bibliotecas, entre outras instituições relacionadas com a cultura, têm como
principal tarefa preservar toda a herança histórica, artística, científica e arquitetônica para as gerações
futuras. Muitos, no entanto, apresentam situações ou condições inadequadas que põem em risco a
preservação de seus acervos. As condições inadequadas para preservação vão desde a localização -
áreas poluídas, sem segurança e sujeitas a desastres naturais - até as características arquitetônicas dos
edifícios, que contribuem para uma iluminação nociva e para o estabelecimento de níveis impróprios de
temperatura e umidade, favorecendo os ataques biológicos. Aí também se incluem sistemas operacionais
deficientes, que propiciam o vandalismo, a falta de manutenção e atitudes incorretas na manipulação dos
acervos.
A questão da preservação de bens culturais envolve muitos conceitos, que permeiam ações de diversas
naturezas. Uma delas é a conservação preventiva. A conservação preventiva trata das causas da
degradação dos acervos e sua atuação implica ampliar a perspectiva além do objeto isolado, alcançando
o ambiente, a arquitetura, os planos de segurança e manutenção, a maneira de usar as coleções.
O ambiente é um dos principais agentes de deterioração de bens culturais. Os efeitos produzidos pela luz,
pela temperatura, pela umidade e pela contaminação atmosférica, isoladamente ou conjugados, estão
sistematicamente identificados como agentes de deterioração, sobretudo dos materiais orgânicos, como o
papel. Sabe-se também que as condições microclimáticas, isto é, as características específicas do lugar
onde se localizam as coleções, definem em que grau cada um desses elementos interfere na sua
conservação.
O controle ambiental é uma das principais medidas de conservação preventiva das coleções. Baseia-se
na manutenção de condições climáticas em níveis adequados. Os parâmetros climáticos estabelecidos
para preservação de acervos com suporte em papel, em especial dos níveis ideais de temperatura e
umidade relativa, impõem, na maioria dos casos e, sobretudo, nas áreas tropicais, a utilização de sistemas
mecânicos de climatização que envolvem elevados custos para uma correta instalação e manutenção.
Por sua constituição delicada, o papel recebe mais sensivelmente o impacto das alterações que
ocorrem em seus próprios componentes internos (celulose, carga, encolagem, etc.) e também por agentes
externos como o ataque biológico (fungos, insetos, etc.), poluentes atmosféricos, mau acondicionamento,
manuseio indevido, etc. que por fim alteram sua própria estabilidade física.
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AGENTES CAUSADORES DA DETERIORAÇÃO
INTERNOS EXTERNOS
Manufatura
Circunstanciais Ambientais
Terremotos - Físicos
Inundações - Químicos
Incêndios - Biológicos
Mudanças
Iluminação: Toda fonte de luz, seja ela natural ou artificial, emite radiação nociva, do tipo infravermelho e
ultravioleta, ambos causadores de danos ao papel. A ação da radiação ultravioleta sobre o papel é
irreversível e prolonga-se, mesmo terminado, o período de irradiação, contribuindo para a oxidação da
celulose.
A luz tem dois efeitos sobre o papel, ambos contribuindo para a sua degradação. O primeiro efeito
caracteriza-se por apresentar uma ação clareadora, que causa o desbotamento ou o escurecimento de
alguns papéis e algumas tintas. O segundo efeito apresenta-se como uma acelerada degradação da lignina
(componente natural responsável pela firmeza e solidez do conjunto de fibras, agindo como uma espécie
de cimento) que porventura esteja presente no papel, tornando-a progressivamente escura. As fibras do
papel se rompem em unidades cada vez menores, até se tornarem insuficientes para manterem a folha
unida. As reações invisíveis produzem uma quebra na estrutura molecular do papel, resultando no seu
enfraquecimento, ou seja, acelera o processo de envelhecimento deste tipo de material. O controle das
radiações eletromagnéticas deve ser feito através de cortinas, persianas, filtros especiais para absorção
dos raios ultravioleta e filmes refletores de calor. No momento, não existe nenhum tipo de lâmpada ideal
capaz de iluminar sem danificar o material documental.
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metálicas. A combinação do trióxido de enxofre e a água, seja a do ar ou do papel, formará o ácido
sulfúrico, que provoca manchas e escurecimento do papel, além da perda de sua resistência.
O ozônio é um poderoso agente oxidante. Atua sobre os materiais orgânicos, causando o rompimento das
ligações entre os átomos de carbono.
Outros poluentes podem decorrer da volatilização de solventes de pinturas e de produtos de limpeza que
contenham derivados de petróleo. Entretanto, frequentemente, observamos a liberação destes resíduos
químicos, o que se constitui num problema que se agrava quando o edifício conta com um sistema de ar
condicionado central, o qual reutiliza o ar contaminado. Alguns gases poluentes não são tão perigosos por
si mesmos, mas fazem mal ao papel, ao se combinarem com elevada umidade relativa para a formação
de ácidos. Portanto, a providência mais elementar para a conservação dos acervos é reduzir a umidade
relativa e a temperatura, sendo esta responsável pela aceleração das reações químicas.
Poeira: No pó estão contidas partículas de substâncias químicas cristalinas e amorfas, como terra, areia,
fuligem e grande diversidade de micro-organismos, além de resíduos ácidos e gasosos provenientes da
combustão em geral e de atividades industriais.
O pó não modifica apenas a estética dos documentos. Quando observamos a sujeira retida nos papéis,
como os excrementos dos insetos, colas e poluentes atmosféricos, observamos a ação destrutiva. As
pequenas partículas possuem ação cortante e abrasiva. A aderência do pó não é apenas superficial, mas
também no interior da fibra, que é absorvida por meio de ligações químicas.
Agentes Biológicos: Dentre os agentes biológicos que provocam a degradação nos documentos
encontram-se os insetos, os fungos, os roedores e o próprio homem.
São cinco os principais insetos que atacam o ambiente de uma biblioteca ou arquivo. Para melhor
caracterizá-los, podem ser subdivididos em duas grandes categorias:
Superfície: são insetos roedores, que atacam documentos externamente: baratas (Blattarias), traças
(Tisanuros) e o piolho de livro (Corrodentia) são os mais comuns;
Internos: são insetos roedores, que atacam o interior dos volumes. Os cupins (Termitas) e brocas
(Anobiideos) são típicos desta categoria.
Este agrupamento não quer dizer que estes insetos têm o mesmo hábito, ciclo de vida e características de
ataque, assim como diferem as técnicas de controle das infestações.
Barata: Em bibliotecas atacam papéis gomados e capas de publicações encadernadas com tecido. Sua
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presença pode ser notada pelo aparecimento de pequenas manchas na superfície ou extremidades roídas.
Como media preventiva à sua infestação, é necessário que o ambiente seja mantido limpo e o lixo retirado
diariamente; deve-se, também, fechar toda e qualquer fresta ou abertura no assoalho, paredes e batentes.
Periodicamente, pode ser feita uma dedetização, com cautela, pois os produtos químicos utilizados podem
causar estragos maiores, sendo que as manchas causadas pelos mesmos são irreversíveis.
Traças: As traças escondem-se dentro de papéis velhos enrolados, mapas, arquivos de documentos,
jornais ou sobre a superfície de papeis gomados, geralmente em ambientes aquecidos e úmidos. Seu
alimento ideal é a celulose do papel ou do amido da cola da lombada dos livros ou das etiquetas. As
medidas de controle podem ser adotadas mediante uma verificação e limpeza semestral do ambiente.
Piolho de Livro: O alimento do piolho de livro é o fungo presente no papel corroendo toda a superfície
onde exista este tipo de organismo. O controle está na limpeza constante dos documentos e controle da
temperatura e da umidade.
Cupins: Em bibliotecas, além da madeira, atacam os livros formando galerias não visíveis. Nas bibliotecas
com estantes de madeira não tratada deve ser observado a existência de pó da madeira constantemente.
O controle é feito através do extermínio dos ninhos, eliminando as colônias destes insetos.
Brocas: Os livros são o principal material de ataque das brocas, mas seu alimento não é somente a
celulose, atacam também o couro.
Fungos: Os fungos, às vezes chamados de "mofos" ou "bolores", atacam todos os tipos de acervos
independentemente dos seus materiais constitutivos. Os danos que causam vão desde uma simples
coloração até a deterioração da estrutura das obras.
Roedores: Os roedores além de atacar os documentos podem atacar o revestimento isolante dos
condutores elétricos, favorecendo a instalação de sinistros. A admissão de roedores nos acervos se dá
devido à presença de resíduos de alimentos, hábito que deve ser proibido junto aos funcionários e usuários
dos acervos.
Ação do Homem: O homem tem contribuído para a degradação dos documentos através do manuseio
incorreto e acondicionamento inadequado. Alguns procedimentos inadequados que prejudicam o livro
podem ser constatados no Quadro a seguir:
- Inserir no livro pétalas ou folhas de plantas; recortes de jornais e papéis ou papelão de baixa qualidade.
- Retirar o volume da prateleira, puxando-o pela borda superior da lombada, danificando a encadernação.
- Colocar clips como marcador de páginas. - Folhar livros com as mãos sujas.
- Fazer refeições junto ao livro. - Fazer marcas na páginas, dobrando-as.
- Fazer anotações a caneta nos livros. - Debruçar em cima dos livros.
- Tirar cópia xerox dos volumes encadernados. - Molhar a ponta dos dedos com saliva para virar as
páginas.
- Usar fita adesiva para consertar páginas rasgadas. - Confinar volumes em armários fechados e sem
ventilação.
- Utilizar mobiliário de madeira sem tratamento, para - Prateleiras sem auxilio de bibliocantos para amparar
armazenagem de documentos. volumes.
- Utilizar elástico para amarrar volumes danificados.
- Acomodar nas prateleiras livros volumosos, grandes e pesados na posição vertical
Técnicas de Conservação
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Diagnóstico
O diagnóstico deverá ser a primeira etapa de todo o processo de conservação, pois é neste momento, que
poderá será feito um levantamento detalhado das condições físicas de cada publicação. É decisivo para a
definição de qual documento será tratado primeiro, bem como, qual será selecionado, baseado na
relevância da publicação para a instituição e a disponibilização do documento em âmbito nacional.
Monitoramento Ambiental
O controle da temperatura e da umidade relativa do ar é de importância fundamental na preservação dos
acervos de bibliotecas e de arquivos, pois níveis inaceitáveis destes fatores contribuem sensivelmente
para a desintegração dos materiais. Um bom programa de monitoração inclui um plano escrito para a
coleta de informações e a manutenção dos instrumentos. Ele deve identificar os espaços a serem
controlados, os procedimentos a serem adotados e as formas de gravar as informações desejadas. As
amostras devem ser colhidas das maiores variações possíveis de condições.
Para uma boa conservação do papel, do ponto de vista químico e físico, aconselha-se manter a
temperatura entre 18 e 22ºC e a umidade relativa entre 45 e 55%. A medição desses índices pode feita
através da utilização de aparelhos termohigrometros e devem ser realizadas diariamente.
O sistema de ar condicionado deverá estar ligado ininterruptamente para evitar oscilações bruscas sobre
o acervo. A manutenção de condições estáveis é de grande importância. Os níveis de temperatura ou
umidade não devem ser modificados à noite, nos fins de semana, ou em outras ocasiões em que
bibliotecas ou arquivos estejam fechados. Caso a umidade relativa ultrapassar os padrões adequados,
deverão ser usados aparelhos desumidificadores de ar.
Vistoria
Consiste em vistoriar o acervo por amostragem, identificando se ocorreu algum ataque de insetos ou micro-
organismo. É também objetivo da vistoria, a avaliação do estado geral dos documentos, para que sejam
determinadas as providências a serem tomadas.
Higienização
A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os documentos. Quando conjugada a condições
ambientais inadequadas, provoca reações de destruição de todos os suportes no acervo. Portanto, a
higienização das coleções deve ser um hábito de rotina na manutenção de bibliotecas ou arquivos, sendo
assim, podemos dizer que é conservação preventiva por excelência. Isto aumenta sensivelmente sua vida
útil. A limpeza deve ser feita em intervalos regulares, cuja frequência é determinada pela velocidade com
que a poeira se acumula nos espaços de armazenagem.
O método mais simples é a remoção do pó e demais sujidades a seco, denominada higienização mecânica
a seco. Este procedimento consiste na remoção do pó das lombadas e partes externas dos livros com
aspirador de pó, utilizando-se baixa potência, com proteção na sucção. Para a limpeza das folhas utilizam-
se trinchas, escovas macias e flanelas de algodão.
Uma limpeza mais eficiente e sem riscos poderá, deve ser feita com pó de borracha, que é aplicado em
pequenas quantidades, fazendo suaves movimentos circulares sobre as superfícies desejadas. Em
seguida, deve-se removê-lo, com um pincel ou trincha, que deverá ser manuseada no sentido de baixo
para cima, direcionando todos os resíduos, para que seja feita a sucção existente na mesa própria de
higienização de livros. Nesta etapa, deverão ser removidos os corpos estranhos à obra, tais como:
prendedores metálicos, etiquetas, fitas adesivas, papéis e cartões ácidos, etc. Serão identificados também
os possíveis ataques de insetos, caso ocorram.
Reparos
Pode-se prolongar a vida dos documentos, procedendo pequenos reparos (remendos), utilizando papel
japonês ou outro alcalino e cola metilcelulose para impedir que rasgos maiores, ou mesmo perdas de
partes do texto. Esses recursos não podem ser aplicados em publicações muito danificadas ou
deteriorados. Neste caso deverão receber tratamento mais específico, como a restauração.
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Os fragmentos: são partes integrantes dos documentos que se desprendem. Estes, tem importância vital
para a obra, quando possuem dados integrantes do texto, ou partes da encadernação original.
Encadernação e reencadernação
É o processo de conservação mais eficiente. Ocorre através da reencadernação dos documentos que
foram reparados.
Atualmente a encadernação mais utilizada é a cola, ou seja, do tipo capa solta, aquela na qual os cadernos
ou folhas soltas são presos entre si para formar um bloco, utilizando uma camada de adesivo sintético ou
cola, que além de serem ácidos, com o manuseio intenso soltam-se com facilidade. No laboratório,
entretanto, só poderão ser utilizados produtos alcalinos, e quando não for possível, o material ácido deverá
ser isolado com papel alcalino para evitar o contato direto com o interior da obra e assim evitar acidificação
das páginas informacionais.
No documento que apresentar folhas soltas ou a encadernação estiver fragilizada, deverá ser feito o
reforço. No caso de material mais recente, e tratando-se de encadernação de época, a obra deverá ser
apenas acondicionada.
As publicações a serem encadernadas só serão definidas após o diagnóstico.
Acondicionamento
O acondicionamento tem por objetivo a proteção dos documentos que não se encontram em boas
condições ou a proteção daqueles já tratados e recuperados, armazenando-os de forma segura.
Para cumprir sua função, que é a de proteger contra danos, o acondicionamento deve ser confeccionado
com material de qualidade arquivística e necessita ser projetado apropriadamente para o fim a que se
destina.
A qualidade arquivística é uma exigência necessária para o acondicionamento, pois esse material está em
contato direto com os documentos.
Os acondicionamentos mais usados em acervos de bibliotecas e arquivos são: caixas, envelopes, pastas,
porta-fólios.
Os papelões são empregados na construção de caixas, enquanto que os papéis e os cartões especiais
são bastante utilizados para a confecção de folders e pastas.
Os poliésteres servem para a guarda de documentos planos (cartazes), porém em certas condições
especiais seu uso deve ser restrito. O poliéster é um material muito útil pela transparência, estabilidade e
resistência, porém tem uma propriedade física (a força eletrostática) que impede o seu contato direto com
documentos que possuam suporte ou agregados (pigmentos, tintas, etc.) em estado precário de
conservação.
Os livros em mau estado de conservação podem ser protegidos, conforme o caso, em caixas ou envoltos
em papéis ou ainda em jaquetas de poliéster. Cada situação requer uma análise e depende diretamente
das condições em que se apresenta o documento.
70
Há documentos que, dependendo do estado de conservação e da natureza do suporte, podem ser
acondicionados entre papéis, envelopes, folders, poliéster e caixas.
Numa medida adequada, deve-se realizar o seguinte processo: avaliar a natureza do documento, o tipo
de suporte, o estado de conservação, as condições de uso, manuseio e o armazenamento ao qual deve
ser submetido para, em seguida, definir o acondicionamento.
Podemos concluir que o acondicionamento deve ser planejado com muito critério. Ele não consiste em
apenas uma embalagem do documento: é parte do processo de conservação e preservação dos acervos.
Armazenamento
Os documentos devem ser guardados na posição vertical, em estantes, e em ambientes bem ventilados.
Os folhetos (documentos soltos sem encadernação) devem ser armazenados em gavetas na posição
horizontal e acondicionados em caixas confeccionadas com papel neutro ou alcalino, também chamado
de papel permanente. Os documentos maiores não devem ser colocados em cima de outros menores,
para evitar total deformação do suporte. O empilhamento deverá ser criterioso, baseado nas condições
físicas, do tamanho e peso de cada obra.
Exemplos:
1- documentos acondicionados em caixas nas estantes:
Fig 1
- medir a extensão de cada prateleira ocupada e multiplicar a medida pelo número das mesmas;
- os espaços vazios devem ser desprezados.
prateleira a - 6 X 0,90 m = 5,40 metros lineares
prateleira b - 1 X 0,60 m = 0,60 metros lineares
TOTAL A + B = 6 metros lineares
Fig 2
71
- medir a altura das pilhas de documentos
0,30 m + 0,25 m = 0,55 metros lineares
Fig. 3
Fig. 4
72
Exemplos:
Fig. 5
Fig. 6
Quantificação total
Para se obter a quantificação total dos documentos textuais proceder o somatório dos resultados obtidos
na mensuração dos documentos em posição vertical e horizontal e dos documentos empacotados e
amontoados:
6 m lineares (fig. 1) + 0,55 m lineares (fig. 2) + 0,60 m lineares (fig. 3) + 1,30 m lineares (fig. 4) + 0,72 m
lineares (fig. 5) + 0,90 m lineares (fig. 6) = 10,07 metros lineares.
Tipologia Documental, como o próprio nome indica (tipo), diz respeito à multiplicidade da produção
documental. São documentos produzidos por uma atividade que obedece a uma função específica estando
regulados por um procedimento ou trâmite e que contenha formatos, conteúdos e suportes semelhantes.
De acordo com esta definição, de cada atividade e/ ou função se deriva uma série de documentos. Como
exemplo, podemos dizer que da função contábil, gera-se documentos como os livros diário, razão,
balancete, etc. Da atividade policial, são gerados documentos tais como, exames de corpo de delito,
ordens de serviços, peritagens, boletins de ocorrências, etc. Do poder Judiciário, intimações, citações, etc.
73
Portanto, por série documental tipológica entendemos o agrupamento de espécies documentais
específicas dentro das respectivas funções geradoras.
A tipologia documental é hoje um dos mais instigantes e importantes temas para uma renovação teórica
da arquivística. Como indicativo dessa transformação tem-se a própria evolução do conceito de tipo
documental, anteriormente encontrado na literatura com inúmeras variações conceituais entre diversos
autores. As definições aproximavam-se daquilo que hoje denominamos gênero, espécie, formato etc., ou
uma mescla desses conceitos. No entanto, os estudiosos que se preocuparam com esse tema sempre
estiveram buscando uma conceituação que definisse o documento em sua essência arquivística, isto é,
enquanto parte integrante de um conjunto de outros documentos gerados naturalmente no exercício das
mesmas atividades. A particularidade do documento arquivístico, que é ao mesmo tempo único e múltiplo
(quando inserido na série documental), representou um desafio a ser superado na tentativa de
conceituação do tipo documental.
O texto da Profª. Heloísa Bellotto, publicado em 1990, pode ser considerado um marco da literatura
arquivística nacional sobre tipologia documental. Os conceitos ali desenvolvidos são a reformulação de
um texto seu anterior, de 1982, e acabaram por ser incorporados ao Dicionário de terminologia arquivística.
A definição proposta de tipo documental passa a ser, então, a espécie documental somada à função que
a produziu, criando séries tipológicas, isto é, cada tipo documental equivale a uma série documental. Essa
nova conceituação, apesar de aparentemente modesta, é fundamental para uma renovação dos
procedimentos arquivísticos adotados no Brasil e para a solução de muitos problemas, frente aos quais os
métodos tradicionais já começavam a apresentar sinais de esgotamento. O avanço dessa problemática -
e a importância dos estudos de tipologia documental -, pode ser notado nos arquivos municipais espanhóis
que, desde meados da década de 1980, fazem um trabalho conjunto buscando padronizar um arranjo
documental tipológico.
A confecção de tal instrumento é complexa. Supõe uma identificação preliminar das funções
desempenhadas, principalmente no nível formal/legal, para, a partir daí, identificar nos documentos as
espécies presentes em cada função principal, bem como determinar outras funções além do nível
formal/legal; com a conjunção desses elementos pode-se elaborar a tipologia documental e, por extensão,
séries tipológicas.
Os arquivos devem ser reveladores das atividades efetivamente desenvolvidas pelas instituições (ou
pessoas) ao longo da sua existência, revalorizando, para isto, os elementos informais, ao lado dos
normativos, como único meio de inserir corretamente os documentos no seu contexto de produção.
Deste modo a tipologia também destaca o formato como uma solução para explicitar sua diferença em
relação às espécies documentais, já que essas características, muitas vezes, tendem a se assemelhar,
podendo causar alguma confusão na organização arquivística. Assim, por exemplo, panfleto refere-se a
uma espécie e não a um formato.
Este último pode variar desde um folheto, um cartaz a, até mesmo, um livro.
Tome-se como exemplo um manifesto contra a carestia, assinado por algum comitê municipal de Partido
X, que foi amplamente difundido em uma folha de papel ofício mimeografada. Qual a espécie de tal
documento? Panfleto?... volante?... folheto?... ou será manifesto? Segundo o Dicionário do livro, folheto
é apenas o formato documental ("documento constituído por uma folha simples ou dobrada" ou "publicação
impressa, não periódica, (...) constituída por poucas folhas"); volante, é tão-somente uma peça do
maquinário da gráfica; porém nada impede, ainda de acordo com o Dicionário, que um manifesto ("escrito
de natureza expositiva ou doutrinária que pode assumir caráter polêmico" ou "programa político ou
religioso") possa ser também um panfleto ("pequeno folheto, normalmente de natureza controversa,
política e escrito em tom satírico ou injurioso"). Esse exemplo serve para demonstrar que dado o fato de a
74
tipologia documental para arquivos de organizações político-partidárias ser específica, as espécies
documentais (do mesmo modo que as funções) também serão, o que levou a um trabalho de definição
terminológica de espécies documentais típicas de tais acervos. No caso específico dos arquivos de
partidos e associações políticas optamos por considerar o documento do exemplo citado acima como um
folheto (formato) cuja espécie, manifesto ou panfleto, será determinada de acordo com a função
documental. Assim poderemos ter, se for o caso, um panfleto de agitação política (tipo documental) cujo
conteúdo é um manifesto.
A tipologia documental a que chegamos compõe-se de duas partes: um quadro de funções de partidos e
associações políticas complexas, hierarquizado por níveis de atuação; e uma relação das funções e
espécies documentais encontradas. O quadro de funções é uma mescla das possibilidades arroladas no
nível teórico, somadas às verificadas empiricamente durante a coleta, a análise dos dados e o arranjo dos
documentos de um acervo documental específico. O resultado mais significativo do estabelecimento do
quadro de funções é a possibilidade de visualizar o modo de implantação da tipologia documental nas
atividades de arranjo e descrição de um fundo arquivístico. O quadro permite traçar a correspondência
entre a entidade e o fundo, entre o nível hierárquico e o grupo, entre o organismo e o subgrupo e, por fim,
entre o tipo documental e a série.
Registros técnicos e políticos: dossiês de atividades e/ou de avaliação referentes às contas do governo
do Estado.
75
confidencialidade de documentos, no passado, como em tradicionais frações burocráticas ligadas aos
arquivos públicos governamentais, mais preocupadas com a arquivística e os arquivos históricos do que
com a gestão de documentos.
A regulamentação do acesso a documentos públicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança do Estado
e da sociedade, tema que se transformou historicamente na questão central das políticas de acesso a
documentos públicos sigilosos, só veio a ser regulamentada com a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005,
sancionada pelo então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tomando como referência a Lei n o 8.159, de 8
de maio de 1991. Aquela lei reconhece que as ressalvas de sigilo somente se aplicam aos documentos
imprescindíveis à segurança da sociedade e do Estado, permitindo que a Comissão de Averiguação e
Análise de Informações Sigilosas classifique determinados documentos no mais alto grau de sigilo, o que,
genericamente, tem sido denominado de documentos ultrassecretos, ficando o seu acesso, por
conseguinte, limitado no tempo com um tratamento diferenciado dos demais documentos públicos,
inclusive os sigilosos.
A Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991 (Lei de Arquivos), que regulamentou preliminarmente o inciso
XXXIII do artigo 5o da Constituição brasileira, não apenas tratou dos documentos imprescindíveis à
segurança do Estado e da sociedade, mas também procurou definir a regra básica do direito do cidadão
de receber informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral dos órgãos públicos.
Essa lei foi sancionada pelo então Presidente Collor de Mello, após rápida tramitação no Congresso
Nacional. A par de garantir o acesso a qualquer documento, essa lei define, também, regras específicas
de proteção e acesso a documentos privados de relevância pública e particular, estendendo a proteção a
documentos eclesiásticos. Administrativamente, a lei entendeu como gestão de documentos o conjunto de
operações e procedimentos necessários ao reconhecimento dos documentos públicos, como: documentos
correntes, aqueles em tramitação administrativa; documentos intermediários, aqueles em fase de descarte
ou eliminação; e documentos de natureza permanente e de valor histórico, que devem ser definitivamente
preservados.
Para maior segurança do Estado e da sociedade, diferentemente dos documentos correntes, insuscetíveis
de sigilo em qualquer circunstância, a lei estabeleceu que o acesso aos documentos classificados como
sigilosos, referentes à segurança do Estado e da sociedade, será restrito a um prazo de 30 (trinta) anos,
a contar de sua produção, podendo esse prazo ser prorrogado por uma única vez por igual período. A Lei
no 11.111/2005 não alterou propriamente esse prazo de sigilo do que veio a ser denominado documentos
ultrassecretos, mas admitiu que o sigilo poderá ser restringido pelo prazo e prorrogação previstos na Lei
de Arquivos, o que demonstra que essa lei tinha uma proposta razoavelmente flexível com relação à
questão do acesso a documentos públicos de alto grau de sigilo.
Ocorre, todavia, que anteriormente ao término do governo Fernando Henrique, acedendo a pressões,
principalmente de grupos militares, o Decreto no 4.553, de 27.12.02, obedecendo ao permissivo da Lei de
Arquivos, que admitia a fixação de prazos de acesso ou sigilo por meio de decreto, estabeleceu que,
segundo o grau de sigilo, os documentos públicos podem ser classificados como ultrassecretos, secretos,
confidenciais e reservados “em razão do seu teor ou dos seus elementos intrínsecos”. Estava, dessa
forma, criada a figura do documento ultrassecreto, que não fazia parte da rotina administrativa da
classificação de documentos. Assim, o suprarreferido decreto de salvaguarda dispunha que os
documentos ultrassecretos teriam um prazo de 50 (cinquenta) anos para abertura a partir de sua produção,
podendo ser renovável indefinidamente, de acordo com o interesse da sociedade e do Estado. Alcançava-
76
se, assim, um alto grau de sigilo para tantos e quantos documentos viessem a ser reconhecidos
administrativamente como imprescindíveis à segurança da sociedade e do Estado.
Ora, essa orientação do decreto, criando uma situação anômala no quadro classificatório dos documentos
públicos, contrapondo-se à Constituição e interceptando o reconhecimento de situações históricas
relevantes, na verdade, contrapôs-se à orientação vigente da Lei de Arquivos, mesmo com o artifício
legislativo que criava nova categoria de documento público – o documento ultrassecreto de sigilo renovável
indefinidamente. O decreto encontrou, como não poderia deixar de ser, grande resistência na comunidade
de historiadores e grupos políticos, inclusive porque a estes não interessava mesmo o sigilo ultrassecreto
em documentos imprescindíveis à segurança da sociedade, senão também do Estado, porque dentre eles
estavam, muito especialmente, os documentos arquivados nos órgãos do Poder Judiciário, principalmente
na Justiça Militar, nos órgãos de arquivo da administração civil e militar, referentes ao período do governo
militar, quando se desenvolveram práticas de alta agressividade aos direitos humanos. À orientação desse
referido decreto, veio a se sobrepor, como visível razão de Estado, as razões que evoluíram da Lei de
Arquivos e das novas demandas que dominaram grupos significativos de interesse social.
Decreto subsequente, de no 5.301, de 9 de dezembro de 2004, que veio a ser assinado por Luiz Inácio
Lula da Silva, regulamentou a Medida Provisória no 28, de 9 de dezembro de 2004, que veio a se converter
na Lei no 11.111/05, a qual, dados os limites fixados na lei, entendeu como limites da Lei de Arquivos os
casos em que o sigilo fosse imprescindível à segurança do Estado e da sociedade, ou seja, nos casos de
alto grau de sigilo ou de documentos ultrassecretos. Esse decreto, assim como aquela lei anteriormente
citada, mostrou-se mais sensível aos grupos preocupados com a restauração da verdade política nos anos
do poder militar. Nesse sentido, o decreto tem dois aspectos importantes, admitindo que mesmo vencido
o prazo previsto na Lei de Arquivos justificadamente, a Comissão de Averiguação e Análise poderá avaliar
se o acesso ao documento ultrassecreto acarretará dano à segurança da sociedade e do Estado, criando,
por conseguinte, um mecanismo para dilatação de prazos desses documentos especiais.
No entanto, por outro lado, alterou o Decreto de 2002, estabelecendo que o prazo de abertura de acesso
aos documentos ultrassecretos seria de 30 (trinta) anos, observando, por conseguinte, um limite máximo
da Lei de Arquivos, de 1991. O prazo de acesso aos documentos secretos ficou em 20 (vinte) anos, aos
confidenciais ficou em 10 (dez) anos e aos documentos reservados, em 5 (cinco) anos, podendo os prazos
serem prorrogados por uma vez pela autoridade responsável pela classificação. Na verdade, esse decreto
modificou a política de restrições de acesso a documentos públicos, inclusive os referentes à segurança
do Estado e da sociedade. Estava restaurado, por conseguinte, o prazo de leis anteriores, fixado em 30
anos (renováveis) para o disclosure (desvelamento) dos documentos, inclusive, ultrassecretos. Essa
restauração compreensiva do problema do sigilo, entretanto, não foi suficiente, provocando, nas estruturas
internas do Estado e – de forma interessante – mesmo em frações parlamentares, novas reações
destinadas a reverterem a questão do sigilo para renovações sucessivas indefinidas, o que veio a se
denominar publicamente sigilo eterno.
Muito embora essa orientação que milita contra as políticas de direitos humanos e direitos individuais,
diversamente dos propósitos do Estado Democrático de Direito, tenha voltado a ser objeto de discussão
pública no Congresso, por meio do Projeto de Lei da Câmara, de acesso às informações públicas (PLC n o
41/2010), que deu seguimento ao Projeto de Lei do Executivo de no 5.228/09, tem como objetivo
fundamental regulamentar os artigos 5o e 37o da Constituição, assim como definir o acesso a documentos
públicos, sem que se fuja dos parâmetros constitucionais. Na sua redação, todavia, remanescem duas
questões relevantes: em primeiro lugar, ele tem alto significado, porque se volta para a abertura de
documentos imprescindíveis à segurança da sociedade, referentes a questões de direitos humanos, mas,
em segundo lugar, quando ele trata da abertura de acesso aos documentos ultrassecretos referentes à
segurança da sociedade e do Estado, tem uma natureza repetitiva, porque, na forma da legislação vigente,
mesmo esses documentos ultrassecretos estão suscetíveis apenas ao sigilo de 30 anos renováveis ou,
dependendo de estudos específicos, de novas prorrogações, dado que o antigo Decreto nº 4.553/02, no
que definia documentos sigilosos com prazo indeterminado, ficou revogado pela Lei n o 11.111/05, com a
sucessiva regulamentação interposta pelo Decreto no 5.301/04.
77
Ora, na verdade, à medida que se colocou em discussão no plenário da Câmara a questão do acesso à
informação pública, viabilizou-se a retomada da discussão do sigilo dos documentos classificados como
ultrassecretos, que no Decreto n. 4.553/02 poderiam ser classificados como prazo indeterminado, o que
vem a ser denominado sigilo eterno, em prejuízo do sigilo temporário, como historicamente propôs a Lei
de Arquivos. Nesse sentido, o anteprojeto introduziu uma discussão que estava superada, mas ao que
tudo indica, não por interesse dos grupos militares, mas por lideranças específicas do Congresso Nacional,
especialmente do Senado, ficando visível que o que se agora pretende secreto não são bem assuntos
militares, mas assuntos políticos que envolvem autoridades que, no passado, se não apenas autorizaram
as comissões a estudar uma futura Lei de Arquivos, como aconteceu no governo Sarney, chancelaram,
como aconteceu com o Presidente Collor, a mais democrática das leis ou dispositivos legais sobre arquivos
implementados no Brasil, de tal forma, inclusive, que a Lei no 8.159/91 (Lei de Arquivos) não sofreu
qualquer mudança restritiva até hoje.
De qualquer forma, abrir o dispositivo constitucional que fala em sigilo imprescindível à sociedade é um
grande avanço para se articularem, juridicamente, as demandas da sociedade com o conceito de direitos
humanos, mas para tanto, efetivamente, a classificação de documentos com alto grau de sigilo, cuja
abertura teria prazo indeterminado (sigilo eterno), seria um grande empecilho ao funcionamento do Estado
democrático. Até hoje, no Brasil, nenhum presidente da República, no exercício das suas funções
presidenciais, formalmente, exceto o Presidente Fernando Henrique, que não deixou de incentivar a
política de abertura de documentos, anteviu, nos últimos momentos de seu governo, a gravidade de uma
decisão como a que foi tomada não em projeto de lei, mas em decreto, agora revogado por lei e decreto,
que também, pela sua natureza, restringem antecipadamente os efeitos totais do projeto de lei de acesso
às informações públicas.
Finalmente, ao que tudo indica, as razões de Estado, que tradicionalmente estavam comprometidas com
políticas de sigilo absoluto, não têm encontrado suportes políticos para viabilizar propostas de fechamento
extensivo de documentos públicos que possam se sobrepor às políticas de abertura dos documentos de
natureza ultrassecreta, voltadas para evitar os excessos defensivos do Estado, reconhecendo que o
Estado só é Estado enquanto Estado de Direito, assim como o Estado de Direito só é Estado de Direito
enquanto Estado Democrático de Direito, no qual a defesa e a proteção do(s) cidadão(s) são os
pressupostos das próprias razões de Estado.
Na visão de SANTOS (2008), os documentos digitais podem ser gerados de três formas:
– por meio de sistemas informatizados; – por processo de digitalização; – por meio de uso de um software
ou sistema específico.
Considerando que a maioria dos documentos na atualidade é gerada por mídias eletrônicas, e que grande
parte das organizações não tem uma política de preservação, analisemos os Dez Mandamentos da
Preservação Digital sugeridos por Santos (2008, p.40):
1º – Política de Preservação.
Precisa haver uma equipe multidisciplinar responsável pela elaboração de uma política de preservação
digital; preparação da infraestrutura e do ambiente; implantação da política de preservação propriamente
dita e, por último, pela revisão e adaptação periódica. Sem essas ações não há como implantar uma correta
política de preservação dos documentos.
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2º - Não depender de hardware específico.
O hardware utilizado para a produção, gestão e preservação deve ser escolhido criteriosamente, pois se
o hardware não for considerado como elemento de preservação, todo o acervo digital corre o risco de ficar
a mercê do fabricante.
4º - Não confiar em sistemas gerenciadores como única forma de acesso ao documento digital.
Trata-se de uma “caixa preta” não somente em relação ao software, mas também aos gerenciadores de
documentação digital, pois muitas vezes o usuário acredita que simplesmente por fazer a captura neste
tipo de sistema, os dados e o próprio documento podem ser localizados a qualquer momento, mas é
importante entender que qualquer sistema está suscetível a falha e que nem sempre podemos confiar nos
sistemas gerenciadores. A captura consiste em declarar um documento como sendo um documento
arquivístico por meio de ações de: registro, classificação, indexação, atribuição de outros metadados e
arquivamento.
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O conceito de GED é uma espécie de leque em constante abertura. Isso em razão das muitas tecnologias
a ele relacionadas e que dele fazem parte.
É um conjunto de tecnologias que permite o gerenciamento de documentos de forma digital. Tais
documentos podem ser das mais variadas origens e mídias, como papel, microfilme, som, imagem e
mesmo arquivos já criados na forma digital.
O Gerenciamento Eletrônico de Documentos não significa somente guardar arquivos eletrônicos. Dispor
de um sistema de GED é ter nas mãos a capacidade de gerenciar todo o capital intelectual da empresa ou
instituição. É a tecnologia do GED que torna o e-business uma realidade, pois alicerça todas as
informações referentes a todas as etapas de qualquer processo de negócio.
Para controlar esse “mundo de informações digitais”, quer sejam ou não originalmente eletrônicas, o
conceito sobre o que é GED ampliou-se como que automaticamente. Gerenciar documentos é cuidar de
toda a vida informacional da empresa.
Evolução do Ged
A evolução do GED confirma sua importância. No princípio, a tecnologia de GED enfatizava basicamente
a digitalização de um documento gerado em papel por meio de um scanner. Assim, ele poderia ser
visualizado na tela do computador, inclusive em rede. Atualmente, a maioria das empresas tem uma
imensa quantidade de documentos que ‘já nascem’ eletrônicos: são documentos em word, excell,
desenhos de engenharia, e-mails. Esse novo mundo de documentos digitais, sem gerenciamento, implica
muitas cópias de diversas versões e duplicação de arquivos, provocando a má utilização de espaço em
discos e custos desnecessários com armazenamento.
Essas tecnologias foram sendo agregadas ao GED à medida que surgiu nas empresas uma necessidade
mais completa para o gerenciamento de documentos, conforme descreve-se abaixo.
A tecnologia que antecedeu o GED no gerenciamento de documentos foi a microfilmagem, ainda hoje
utilizada por diversas instituições.
A primeira tecnologia de GED que surgiu enfatizava basicamente a digitalização de documentos de origem
papel, gerando-se imagens digitais dos documentos. Essa mesma tecnologia também possibilita a
digitalização de documentos de origem microfilme, justamente para converter os documentos gerenciados
pela tecnologia anterior.
É importante diferenciar um documento proveniente da digitalização, aquele que gera uma imagem,
daqueles que vêm da digitação, que gera um documento textual. Os documentos no formato imagem são,
em média, dez vezes maiores que os textuais e não podem ser processados por sistemas típicos de
processamento de dados.
Para que uma imagem seja processada, quer por um processador de textos, quer por um sistema de
80
processamento de dados, ela deve passar por um processo de reconhecimento de caracteres. Tal
processo transforma uma imagem de um texto num arquivo de dados realmente textual, que pode ser
editado por um processador de textos. Quando o reconhecimento se processa sobre caracteres
padronizados, como os documentos impressos, utiliza-se a tecnologia de OCR, Optical Character
Recognition, e quando é preciso reconhecer textos manuscritos, a tecnologia é o ICR, Intelligent Character
Recognition.
Com os documentos todos convertidos para imagens, era necessária uma tecnologia que substituísse o
processo humano de trâmite de documentos em papel. Surgiu, então, a tecnologia do Workflow para
imagens de documentos. Com a implementação de Workflow, muitos ganhos são obtidos.
O próprio avanço da tecnologia e a disseminação dos microcomputadores na última década fez que boa
parte da geração dos documentos passasse a ser feita pelos sistemas digitais.
Num ambiente de escritório, isso significa a geração de documentos em processadores de texto, planilhas
eletrônicas e todas as demais ferramentas dessa natureza.
A quantidade de documentos digitais gerada cresce vertiginosamente, exigindo ferramentas para controle
de localização, atualização, versões e mesmo de temporalidade de guarda dos documentos.
O DM implementa, no mundo digital, muitas das funcionalidades já existentes nas aplicações de Records
Management no mundo do papel.
Vantagens da GED
• Interação entre sistemas como correio eletrônico e mensagens instantâneas;
• Aumento da disseminação da informação, através do acesso múltiplo a um documento digitalizado;
• Redução de custos com reprografia, duplicidade e extravio;
• Rapidez no acesso à informação;
• Agilidade no atendimento;
• Informações mais precisas;
• Redução da área física.
Entretanto, cabe ressaltar, que apesar de todas as facilidades advindas dos avanços tecnológicos, alguns
problemas surgiram e outros persistem:
• Documentos digitalizados ainda não possuem regulamentação legal, principalmente, devido a sua
vulnerabilidade quanto a adulteração;
• Como não é regulado, não possui valor probatório em juízo e nem fora dele;
• Exige constante acompanhamento e atualização de software e hardware, sob pena de tornar o
documento inacessível;
• Alto custo dos softwares.
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Documentos digitais (eletrônicos)
Documentos eletrônicos ou digitais? Quando lemos ou ouvimos esses nomes, a primeira impressão que
temos é a de que documento eletrônico e digital são a mesma coisa. Isso acontece porque no uso cotidiano
é comum se referir ao digital como eletrônico e vice-versa, pois esses dois conceitos costumam ser usados
como sinônimos. Mas existem diferenças entre eles e é importante tê-las bem esclarecidas na mente para
evitar erros no seu dia a dia profissional. Entenda quais são:
Documentos eletrônicos
São aqueles que podem ser lidos por aparelhos eletrônicos, como a filmadora, o disquete, o videocassete
e computadores. Esses documentos podem ser registrados e codificados em forma analógica ou em
dígitos binários e são acessados por meios eletrônicos. Os documentos podem ser vídeos ou músicas,
inclusive. É importante dizer que, atualmente, essa tecnologia já está ultrapassada.
Documentos digitais
São codificados somente em dígitos binários e lidos exclusivamente por meios computacionais. São
arquivos em formatos como o PDF e AVI, por exemplo.
Mas os documentos digitais vão muito além do formato: qualquer meio utilizado durante um trabalho que
registre ou sirva de via de informação, pode ser considerado um documento digital. Ou seja, o relatório
que você produziu, a pesquisa que fez e até mesmo os e-mails que trocou são documentos digitais. Na
categoria também estão incluídos fotos, vídeos, sites, blogs, arquivos de áudio, base de dados, etc. Ou
seja, toda e qualquer ferramenta digital usada no curso de um trabalho.
Essa prática, além de ser mais sustentável, facilita a vida de todo mundo e traz muitas vantagens. A
assinatura digital, por exemplo, é uma das melhores formas de autenticação atual, pois, além de ser única,
qualquer alteração que seja feita já a torna inviável, garantindo total segurança no processo.
Imprimir montes de papel já não é mais necessário e muito menos manter enormes arquivos
ultrapassados. O meio digital torna o trabalho mais rápido, prático e econômico — além de mais
comprometido com a sustentabilidade. Não tem porque não adotar essa prática, pois sua empresa e seu
cliente só encontrarão benefícios com o uso do meio digital em suas práticas e negócios.
Automação
A automação tem como principal objetivo colocar ao alcance do usuário uma base de dados com
informações internas de documentos e materiais bibliográficos gerados ou adquiridos, de forma a facilitar
seu acesso.
O Gerenciamento Eletrônico de Documentos - GED é ao mesmo tempo: um método, um sistema e uma
tecnologia, para a conversão e processamento de documentos como informação eletrônica digital. Essa
82
ferramenta surgiu a partir da necessidade de órgãos públicos, instituições e empresas, em gerenciar a
informação que se encontrava desestruturada visando facilitar o acesso ao conhecimento explícito da
corporação.
O GED promove a automação do ciclo de vida dos documentos, provendo um repositório comum, o qual
possibilita capturar, armazenar e indexar documentos de qualquer formato/suporte físico (texto, imagens,
páginas html, documentos escaneados, formatos multimídia). Deve também assegurar a integridade e
reutilização do documento, integração e escalabilidade
Estas funções podem ser analisadas em duas camadas: funções de processamento e funções de
gerenciamento. As funções de processamento compreendem o ciclo de vida do documento:
Recuperação e síntese. Documentos armazenados em bancos de dados podem ser recuperados através
de pesquisa de seu conteúdo. Embora alguns produtos ofereçam técnicas avançadas de responder a uma
solicitação, a maioria dos recuperadores de textos utilizam lógica Booleana. O critério para pesquisa pode
ser estabelecido em função de palavras-chave definidas no perfil do documento ou em todo texto,
dependendo da necessidade da aplicação. Alguns produtos incorporam o critério de palavras próximas,
ou o uso de thesaurus. Perguntas podem resultar em uma lista de documentos organizados em ordem da
relevância desejada. Uma extensão dessa abordagem permite chegar a síntese ou sumarização de
documentos.
Transmissão e disseminação. Produtos E-mail estão se tornando a ferramenta mais usual para
transmissão de documentos eletrônicos, inclusive para os chamados documentos compostos, constituídos
de vários objetos. Outra forma empregada para transmissão e roteamento de documentos é feita através
de aplicações workflow.
83
informação certa para a pessoa certa;
Reduzir custos para obter documentos solicitados.
A principal característica dessa tecnologia é que ela mantém a metáfora do documento em papel. Isto a
torna facilmente aceitável pelos usuários, mas também limita os benefícios que podem ser atingidos.
Observa-se o surgimento de algumas possibilidades quando se abandona a metáfora do papel:
Todas essas ideias colidem com a tradicional noção do que constitui um documento. E é por todas essas
razões que alguns autores preferem se referir a informação documental ao contrário de documento, em
oposição aos que dizem que a fronteira do que constitui um documento, individualmente, está se tornando
vaga.
Deve-se gerenciar documentos para: otimizar e fazer fluir as funções, ter acesso local à informação, poder
realizar operações paralelas, reduzir espaços de armazenamento, aumentar a velocidade de acesso,
aumentar e preservar o valor da informação, ganhar tempo em decisões críticas, levar vantagem
competitiva, melhorar a sensibilidade nos processos e a prevenção de riscos.
Avaliação de produtos
Na aquisição de sistema para gerenciamento de documentos alguns pontos devem ser observados:
Que formatos de documentos serão gerenciados: textos, imagens ou outros?
Qual o volume de documentos?
É necessária recuperação por pesquisa no texto completo?
O produto é compatível com o ambiente operacional de hardware e software do órgão público,
instituição ou empresa?
Quantos usuários terão acesso ao sistema?
É importante a integração com workflow, ou apenas carga e recuperação são suficientes?
Que nível de segurança e controle de acesso são necessários?
É necessário o controle de versão?
O acesso via rede WAN é necessário?
O fornecedor apresenta algum plano futuro de evolução do produto?
Serão utilizados recursos de multimídia?
A correta especificação do produto deve levar em conta os planos de médio e longo prazos, e não apenas
uma visão do momento, pois os custos de mudança de produto são, em geral, altos.
Conclusão
Atualmente as organizações - sejam elas públicas ou privadas - têm problemas diferentes que levam a
soluções diferentes. O que existe em comum é a necessidade de algum tipo de sistema para gerenciar
84
documentos. Inicialmente deve-se entender qual será a função do sistema de gerenciamento de
documentos e aceitar o fato de que não existe uma fórmula mágica que faça tudo automaticamente
resolvendo o problema de todas as pessoas.
As organizações públicas e privadas e os cidadãos vêm cada vez mais transformando ou produzindo
documentos arquivísticos exclusivamente em formato digital, como textos, bases de dados, planilhas,
mensagens eletrônicas, imagens fixas ou em movimento, gravações sonoras, material gráfico, sítios da
internet, dentre muitos outros formatos e apresentações possíveis de um vasto repertório de diversidade
crescente.
Os documentos arquivísticos são gerados e mantidos por organizações e pessoas para registrar suas
atividades e servirem como fontes de prova e informação. Eles precisam ser fidedignos e autênticos para
fornecer evidência das suas ações e devem contribuir para a ampliação da memória de uma comunidade
ou da sociedade como um todo, vez que registram informações culturais, históricas, científicas, técnicas,
econômicas e administrativas.
Somente desta forma se garantirá que esses documentos permaneçam disponíveis, recuperáveis e
compreensíveis pelo tempo que se fizer necessário.
Conclusão
Os equipamentos eletrônicos, em poucos anos, tornam-se obsoletos. Corre-se o risco, a curto prazo, de
não se ter acesso às informações guardadas em um determinado suporte. A rapidez das mudanças
tecnológicas, exigem a migração contínua das informações, sendo necessário prever e planejar essas
mudanças a longo prazo.
Recomenda-se produzir cópias de segurança (backup) dos documentos que necessitam ser
85
guardados.
Recomenda-se manter os disquetes em ambientes livres de poeira, arejado, seco e sem elevadas
variações de temperatura.
Os disquetes devem ser afastados de equipamentos que geram campos eletromagnéticos
(motores elétricos, aparelhos de som e imagem, computadores e impressoras, etc.).
Os disquetes não podem ser guardados em mobiliários de metal. Recomenda-se o uso de móveis
de madeira, acondicionando-os em posição vertical em embalagens, preferencialmente, de
acrílico.
Os disquetes devem ser manuseados com cuidado, evitando colocar o dedo no meio
eletromagnético.
Requisitos.
O que é?
Requisito é a especificação das condições a serem cumpridas pela organização produtora / recebedora
de documentos, pelo sistema de gestão arquivística e pelos próprios documentos a fim de garantir a sua
confiabilidade, autenticidade e acesso ao longo do tempo. É, também, a especificação de todas as
atividades e operações técnicas da gestão arquivística de documentos, desde a etapa da produção,
tramitação, utilização e arquivamento até a sua destinação final.
O que é e-ARQ?
É uma especificação de requisitos que estabelece um conjunto de condições a serem cumpridas pela organização
produtora/recebedora de documentos, pelo sistema de gestão arquivística e pelos próprios documentos a fim de
garantir a sua confiabilidade e autenticidade, assim como seu acesso.
Além disso, os requisitos são necessários para permitir a identificação de documentos arquivísticos em sistemas
informatizados de informação.
Níveis dos requisitos: Neste documento os requisitos foram classificados em obrigatórios, altamente desejáveis e
facultativos, de acordo com o grau maior ou menor de exigência para que o SIGAD possa desempenhar suas funções.
O que é um SIGAD
O Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Documentos - SIGAD - é “... desenvolvido para produzir, receber,
armazenar, dar acesso e destinar documentos arquivísticos.
” Tem ampla abrangência, incluído os documentos convencionais (analógicos), além dos documentos arquivísticos
digitais, sejam eles convencionais ou dinâmicos, inclusive bancos de dados e páginas web.
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(F) = Facultativo = “O SIGAD pode ...”.
Metadados.
Os metadados são marcos ou pontos de referência que permitem circunscrever a informação sob todas
as formas, pode se dizer resumos de informações sobre a forma ou conteúdo de uma fonte.
O prefixo “Meta” vem do grego e significa “além de”. Assim Metadados são informações que acrescem aos
dados e que têm como objetivo informar-nos sobre eles para tornar mais fácil a sua organização.
Os metadados têm tradicionalmente sido vistos como separados do núcleo duro da informação, ou seja a
que está relacionada com as transações de negócio. O que não quer dizer que não sejam importantes.
Definições e regras de negócio, detalhes de segurança, informação de domínios, tags XML são
metadados.
Desde tempos antigos que esse tipo de informação é usada para classificar, organizar e pesquisar. Na
antiga Suméria as placas de argila eram identificadas por fios coloridos conforme o tipo e arrumadas em
prateleiras com indicações escritas ao lado. Os escribas romanos atavam molhos de documentos
relacionados, etiquetavam-nos e penduravam-nos no teto!
O que agora é diferente é que a informação é eletrônica, dispersa e cresce a uma velocidade exponencial.
Como e onde se usa?
A sua utilização estende-se no entanto a outros campos além da gestão documental. Por exemplo a
tecnologia conhecida por “data warehouse” consiste em extrair e consolidar dados de múltiplas fontes
numa base de dados que possa ser consultada de várias maneiras pelos utilizadores com ferramentas de
suporte à decisão. Os metadados são neste contexto um instrumento essencial para a gestão do
repositório e incluem informações como lista de conteúdo, origem dos dados, transformações (como
filtragens ou cálculos efetuados na transferência para a localização atual), versão, modelos de dados, etc.
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Os metadados podem ser estruturados ou não estruturados. Exemplo de não estruturados: o índice
produzido por um sistema de indexação e pesquisa em texto integral. Estruturados são por exemplo um
sistema de classificação de arquivo ou o dicionário de dados de um SGBD. Outro exemplo é a EDI que
não poderia funcionar, com uma circulação diária de milhões de documentos entre empresas de todo o
mundo se não fossem seguidos standards rigorosos de identificação dos chamados “transaction sets”.
Digamos que os metadados têm que ver mais com a gestão de registos “records management” e os índices
com o acesso à informação. Ambos podem no entanto ser captados numa mesma fase das operações,
normalmente designada de indexação. Esta é tradicionalmente a operação que ao longo do tempo fica
mais cara em qualquer sistema de arquivo ou gestão documental quando feita manualmente. Para reduzir
esses custos há várias técnicas que podem ser usadas.
a leitura de OCR e/ou códigos de barras para documentos com origem em papel
a captura de informação de cabeçalho dos documentos HTML ou tags de documentos XML
a utilização de SW de classificação automática, especialmente interessante para e-mail
Aliás essa integração deveria ser sempre avaliada ao estabelecer um Plano de Arquivo e de Gestão
Documental.
Os metadados descritos por Dublin Core podem ser definidos como conjunto de elementos de metadados
planejados para facilitar a descrição de recursos eletrônicos. Eles são desenvolvidos a partir e em função
de dados, por isto que é designado como “dados sobre dados” ou “informação sobre a informação”.
A ferramenta de Dublin Core é uma das que oferecem ampla oportunidade de uso para descrição de vários
tipos de recursos envolvendo os mais variados formatos de documentos. As Instituições envolvidas na
organização da informação em ambiente web, como a construção de bibliotecas digitais, base de dados,
portais e sites, entre outros serviços, estão a deparar-se com a necessidade de implementar padrões de
descrição de seus recursos electrónicos.
A importância dos metadados para a websemântica está basicamente ligada à facilidade de recuperação
dos dados, uma vez que estes terão um significado e um valor bem definidos. Nesse sentido, todos os
documentos publicados na web devem ser catalogados.
A ficha catalográfica de uma obra (os metadados que serão acrescentados a ela) é um registo eletrônico
que contém descrições desta e que permitem que se saiba do que se trata sem ter que se ler ou ouvir todo
o seu conteúdo. O registo seria uma representação da obra.#
Tipos de Metadados
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Administrativos
Auxilia a gestão de documentos, a gestão de direitos e a gestão da preservação. Registra características
técnicas.
Ex.: data de recebimento; ação de preservação (conversão, atualização); tipo de arquivo (.DOC, ODT);
direitos de acesso (confidencialidade, propriedade intelectual).
Estruturais
Descrevem as relações entre documentos e a estrutura interna de documentos complexos
- documentos complexos (formados por diversos arquivos relacionados) Ex.: bases de dados, páginas da
web, correios eletrônicos com anexos
Ex.: versões de documentos; documentos de um processo; tabela de uma base de dados; arquivos de
uma página da web.
Descritivos
Auxilia na busca dos documentos.
Ex.: autor; destinatário; data de criação; instituição produtora; classificação; assunto; etc.
Em cada rolo de Microfilme podem ser armazenados de 2.500 até 6.000 documentos, oferecendo uma
redução de até 98% no espaço físico anteriormente utilizado.
No Brasil, a microfilmagem foi regulamentada de acordo com a Lei nº 5.4331/1.968 e Decreto No.
1.799/1.996
Objetivo da Microfilmagem
Redução: o microfilme tem alto poder de compactação, como consequência da redução de espaço, há
também a redução do peso. A proporção de redução de espaço e de peso é da ordem de até 98%, em
relação ao sistema de documentos, em forma de papel.
Segurança: obtida pelo alto poder de compactação de informações, permitindo que cópias de filmes
sejam arquivadas em locais diversos assegurando a preservação da documentação, protegendo-a contra
incêndios, inundações, extravios, perda, etc.
89
Documentos Oficiais: considera-se oficial ou público, para efeitos do Decreto Federal nº 1.799/96,
todo e qualquer documento, de qualquer espécie e em qualquer suporte, produzido e recebido pelos
órgãos dos Poderes Executivos, Judiciário e Legislativo, inclusive o da Administração indireta da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
Documentos dos Órgão: são aqueles produzidos e recebidos pelas Órgãos, para o cumprimento
de suas atribuições;
Guarda Permanente: os documentos oficiais ou públicos, com valor de guarda permanente, não
poderão ser eliminados após a microfilmagem, devendo ser recolhido ao arquivo público de sua esfera de
atuação ou preservados pelo próprio órgão detentor;
Microfilmagem de Documentos
Aplicações da Microfilmagem
Bancos - principalmente para a microfilmagem de cheques.
Seguradoras - microfilmagem dos processos de seguros.
Receita Federal - imposto de renda
Meios de comunicação - Centro de Documentação
Bibliotecas - micropublicações.
Empresas Comerciais - Documentos diversos
Indústria Automobilista - desenhos técnicos e plantas.
Companhias de Energia Elétrica - desenhos técnicos e plantas.
Metalurgia e siderurgia - desenhos de peças.
Aeronáutica - Manuais de manutenção dos aviões.
Prefeituras - Cadastros, pessoal, contabilidade, etc.
Universidades - D.Pessoal, Acadêmica, Hospital, Protocolo, etc.
Vantagens:
1) Segurança, preservação das informações em caso de incêndio, inundações, roubo etc.
2) Redução de espaço e peso em mais de 90%.
3) Baixo custo de transporte
4) Facilidade de acesso a documentação rara e única.
90
5) Durabilidade, seguindo rigorosamente as normas de preservação pode durar até 400 anos.
6) Dificulta a ação de falsificadores.
7) Oferece melhores condições de trabalho.
8) Permite a integridade do arquivo.
9) Pode ser conectado com outros sistemas informatizados.
10) Favorece o sigilo.
Desvantagens:
1) Alto custo dos materiais e equipamentos, na maioria importados.
2) É difícil comparar duas imagens de um mesmo microfilme.
3) O documento perde o seu valor intrínseco, por exemplo, não permite que se veja a pressão exercida
para se escrever.
4) Nem sempre é possível termos uma imagem bem legível de documentos que se encontram em mau
estado, pois a microfilmagem não ressuscita a imagem do documento original.
Microformas
Conceito de Microforma:
Microformas são os vários formatos que o microfilme pode assumir na sua apresentação final como
instrumento de arquivo ou de recuperação da informação. São imagens fotográficas de documentos em
escala muito reduzida que necessitam do auxílio de um aparelho leitor.
Tipos de Microformas:
ROLO - (filme) Rolo de microfilme foi a primeira microforma a ser utilizada e serviu para dar origem à
maioria das microformas conhecidas. É utilizado em documentação contínua e que não sofra constantes
atualizações. As larguras ou bitolas mais utilizadas são de 16mm para documentação administrativa,
35mm para mapas e plantas de engenharia e os de 105mm em micropublicações. Um filme tem a
capacidade de armazenar mais ou menos 2.400 documentos de formato A4. No filme esses documentos
são chamados de fotogramas.
CARTUCHOS E MAGAZINES - São rolos de microfilme acondicionados em caixas especiais que tornam
possível automatizar a busca de informações, possibilitando uma maior rapidez de acesso às informações.
Normalmente utilizam microfilmes de 16mm, eventualmente podemos encontrar de 35mm.
CASSETE- É uma evolução do cartucho, sendo que a diferença básica entre eles é que o cartucho possui
um eixo e o cassete possui dois eixos. Utiliza somente microfilme de 16mm.
CARTÃO-JANELA - É um cartão de computador com uma ou mais janelas de acetato onde são montados
os fotogramas que podem ser em filmes de 16mm, 35mm ou misto.
JAQUETA - Jaqueta é um envelope de acetato com vários canais onde são inseridos os fotogramas. O
seu tamanho é padronizado no mundo inteiro podendo ser de 16mm, 35mm ou mista.
MICROFICHA - Podem ser emitidas pelo sistema comum de microfilmagem ou através do sistema COM -
Computer Output Microfilm, ou seja, saída direta do computador para a microficha, através da fita spool,
sem passar pelo papel. Não é mais necessária a impressão de quilômetros de formulários contínuos. Sua
capacidade de armazenamento é de até 420 fotogramas. As microfichas são usadas em arquivos que
sejam bastante utilizados devido à facilidade de seu manuseio. Os equipamentos para a leitura das
microformas podem ser simples - unicamente para a leitura - ou conjugados (leitoras/ copiadoras) - para a
leitura e cópia em papel.
ULTRAFICHA - É toda microficha com grau de redução superior a 90x. Sua principal vantagem é o alto
grau de compactação.
91
novos documentos.
Microfilmadoras
As microfilmadoras são compostas de uma base onde está localizado um campo fotográfico pré-
determinado, onde devem ser colocados os documentos para serem microfilmados. O grau de redução
pode ser fixo ou variável de acordo com o tipo de microfilmadora, nos equipamentos que possuem mais
de um grau de redução, esta irá aumentar conforme se afaste a unidade filmadora da base.
Os filmes mais utilizados pelas microfilmadoras são os de 16 e 35 mm e os graus de redução variam entre
4x e 36x. O sistema de iluminação é externo e para a microfilmagem de radiografias e plantas de
engenharia poderá ser utilizado um sub-iluminador com a parte superior de acrílico branco.
Nas microfilmadoras tanto o filme quanto o documento ficam parados no momento da microfilmagem.
Processadoras
Após a microfilmagem há necessidade de transformar as imagens latentes em imagens visíveis, permitindo
assim a consulta às microformas. Os equipamentos que executam este trabalho são denominados de
processadoras.
Durante o processamento o filme entra em contato com reagentes químicos do revelador e fixador que
devem ser totalmente removidos da superfície do filme, pois os seus resíduos podem diminuir a
durabilidade do filme.
Duplicadores
São os equipamentos utilizados para a confecção de cópias das microformas gerando uma outra
microforma igual a original.
Diazóicos - o filme diazo é exposto em contato com o microfilme original sob uma fonte de luz ultravioleta
e o processamento é realizado com a passagem do filme por uma câmara com vapores de amônia.
Inspeção Visual - Com o auxílio de um leitor de microfilme verificaremos se houve a omissão de algum
documento ou mesmo se algum não foi microfilmado mais de uma vez, além de verificarmos as exigências
legais como: Imagem de Abertura, Imagem de Encerramento, legibilidade dos fotogramas, etc.
Com estes três testes o microfilme estará dentro das normas brasileiras.
Insersores - Cartão-Janela
Montadores - Jaquetas
92
Rebobinadores - Cartuchos
1) Preparação da Documentação
Os documentos a serem microfilmados dificilmente se encontram prontos e organizados para tal fim. Eles
precisam passar por um processo de preparação que deve seguir os seguintes passos:
- Conferência das guias de remessa;
- Desamassar todos os documentos:
- Colar e remendar todos os documentos danificados;
- Retirar grampos, clips, presilhas e cordões;
- Estabelecer o arranjo da documentação
- Os documentos escritos a lápis deverão ser reescritos a tinta;
- Examinar as condições físicas e o estado de conservação dos documentos verificando se os mesmos
necessitam de restauração;
- A documentação encadernada deverá em princípio ser desencadernada para evitar problemas de
sombreamento, foco e legibilidade;
- Separação dos documentos em lotes de acordo com a capacidade da microforma a ser utilizada:
- Confecção de letreiros e sinaléticas;
- Preenchimento das imagens de Abertura e Encerramento
- Indexação dos filmes.
2) Microfilmagem
Os documentos devidamente preparados são microfilmados utilizando-se normalmente microfilmadoras
rotativas ou planetárias. A opção por um determinado tipo de equipamento está condicionado a uma série
de fatores como por exemplo: tamanho dos documentos, estado de conservação, volume total de
documentos, legislação, etc.
3) Processamento
Após a microfilmagem procede-se a transformação da imagem latente em visível e isto se dá através do
processamento dos filmes.
93
É fundamental que se mantenha um controle sobre a temperatura que deverá ficar entre 18ºc e 21ºc e
sobre a umidade relativa do ar deverá ficar próxima dos 50%. Outro fator importante em um Arquivo de
Segurança é a higienização que deve ser feita periodicamente para evitar o acumulo de poeiras.
Legislação básica:
• Lei Federal nº 5.433/68 de 08 de maio de 1968 - regula a microfilmagem de documentos oficiais e dá
outras providências
• Decreto Federal nº 1799 de 30 de janeiro de 1996 - regulamenta a Lei 5.433/68
Sinaléticas
SÍMBOLOS UTILIZADOS - ISO 9878/1990
1) Símbolos obrigatórios a serem utilizados em todos os rolos:
Fim do rolo.
(*)
Beginning of roll. 0075
(*)
0076
Continuação de outro
rolo
Continua em outro
rolo. Continued from
another roll.
Continued on another
(*)
roll. 0491
(*)
0490
Continuação de outro
rolo
Continua em outro
rolo. Continued from
another roll.
Continued on another
(*)
roll. 0491
(*)
0490
94
Original ilegível. Original em cores.
(*) (*)
0077 0488
(*)
0078
Páginas e/ou
números em falta.
Numeração incorreta.
Missing pages
Data incorreta. and/or issues.
(*)
Incorrect numbering. 0081
Incorrect date.
(*)
0079
95
SINALÉTICAS SÍMBOLOS ISO CORPO DAS LETRAS E INFORMAÇÕES SOBRE O USO
NÚMEROS
ARIAL OU SIMILAR 1
(ANEXO 1) PONTOS MILÍMETROS
1. INÍCIO DO ROLO 70 18 Deve constar de todos os rolos
para que não restem dúvidas
quanto ao início do filme.
ou superior ou superior
2. CONTINUAÇÃO DE 70 18 Deve ser usada para informar
OUTRO ROLO que os documentos que
precedem os que serão
ou superior ou superior
microfilmados encontram-se
em outro rolo.
3. IMAGEM DE __ 14 a 30 3a7 Deve ser usada para indicar as
OBSERVAÇÃO omissões, problemas de
legibilidade ou outras
ocorrências previstas no art. 9º
do Decreto nº 1.799, de 30
janeiro de 1996.
4. DENSIDADE UNIFORME __ __ __ Deve constar de todos os rolos
uma folha em branco,
preferencialmente com as
características do papel
fotográfico fosco, que permita
a medição da densidade do
microfilme.
5. NÚMERO DO FILME __ 70 18 Cada rolo de microfilme poderá
receber um número, para fins
de identificação, registro,
ou superior ou superior
controle e acesso.
6. LOGOTIPO E __ 14 a 30 3a7 Deve constar de todos os rolos.
IDENTIFICAÇÃO DA Caso a instituição possua
INSTITUIÇÃO DETENTORA logotipo, este poderá integrar a
DO ACERVO sinalética.
7. LOGOTIPO E __ 36 a 58 9 a 15 Pode ser usada quando a
IDENTIFICAÇÃO DO microfilmagem decorrer de
PROJETO DE patrocínio, convênio,
MICROFILMAGEM intercâmbio etc.
8. RESTRIÇÕES QUANTO __ 14 a 30 3a7 Pode ser usada para informar
À REPRODUÇÃO ao usuário que a instituição se
reserva o direito de recusar
pedidos de reprodução de
documentos de seu acervo,
que violem dispositivos legais
em vigor, tais como: Lei nº
9.610, de 19 de fevereiro de
1998 (Direitos Autorais), Lei nº
8.159, de 8 de janeiro de 1991
(Lei de Arquivos) e seus
decretos regulamentadores.
(1) Usar a fonte ARIAL, no tamanho indicado em pontos. Na ausência dessa fonte, usar letras e números
não serifados, isto é, letras e números sem qualquer tipo de adorno, no tamanho indicado em milímetros
96
SINALÉTICAS SÍMBOLOS ISO CORPO DAS LETRAS E NÚMEROS INFORMAÇÕES SOBRE O USO
ARIAL OU SIMILAR 2
(2) Usar a fonte ARIAL, no tamanho indicado em pontos. Na ausência dessa fonte, usar letras e números
não serifados, isto é, letras e números sem qualquer tipo de adorno, no tamanho indicado em milímetros
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SINALÉTICAS SÍMBOLOS ISO CORPO DAS LETRAS E NÚMEROS INFORMAÇÕES SOBRE O
USO
ARIAL OU SIMILAR
(ANEXO 1) PONTOS MILÍMETROS
1. DENSIDADE __ __ __ Deve constar de todos os
UNIFORME rolos uma folha em branco,
preferencialmente com as
características do papel
fotográfico fosco, que permita
a medição da densidade do
microfilme.
2. CARTÃO DE __ __ __ Deve constar de todos os
RESOLUÇÃO rolos para permitir a
realização de testes de
qualidade.
3. IMAGEM DE __ 14 a 20 3a7 Deve constar de todos os
ENCERRAMENTO rolos, contendo as
informações previstas no art.
8º do Decreto nº 1.799/96.
4. CONTINUA EM OUTRO 70 18 Deve ser usada para informar
ROLO que documentos do mesmo
conjunto documental
ou superior ou superior
encontram-se microfilmados
em outro rolo.
5. FIM DO ROLO 70 18 Deve constar de todos os
rolos para que não restem
dúvidas quanto ao fim do
ou superior ou superior
filme.
Microfilmagem no Brasil
1946 - A Biblioteca Nacional transforma a seção de fotoduplicação em seção de microfilme para a
preservar principalmente as obras raras.
1950 - A Universidade de São Paulo (USP) equipa o Serviço de Documentação com microfilmadoras para
atender os pedidos de reprodução das Faculdades, Institutos e a Administração.
1961 - O Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro adota a microfilmagem.
1963 - Cartórios, órgãos de documentação adotam a microfilmagem.
1968 - A lei 5433 de 08 de maio irá dispor da microfilmagem no Brasil e a partir desta data o microfilme
passa a ter valor probante.
Termos de Arquivística
Glossário
1 - Acervo
Totalidade dos documentos sob custódia de um arquivo.
2 - Acesso
1. Possibilidade de consulta a documentos.
2. Função arquivística destinada a tornar acessíveis os documentos e a promover sua utilização mediante
a preparação e a publicação de instrumentos de pesquisa, a organização de serviço educativo, de
referência e divulgação.
3 - Acondicionamento
Ato ou efeito de embalar ou guardar documentos de forma apropriada à sua preservação e manuseio.
4 - Acumulação
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Reunião de documentos produzidos e/ou recebidos no curso das atividades de uma instituição ou pessoa.
5 - Administração De Arquivos
Direção, supervisão e coordenação das atividades de arquivo.
6 - Administração de documentos
Ver GESTÃO DE DOCUMENTOS
7 - Amostragem
Técnica de seleção de documentos representativos de um conjunto.
8 - Anexação
Juntada, em caráter definitivo, na qual prevalece, para referência, o número do processo mais antigo.
9 - Anexo
Documento juntado a outro ou a um processo por afinidade de conteúdo, em caráter definitivo.
10 - Apensação
Juntada, em caráter temporário, feita com o objetivo de elucidar ou subsidiar a matéria tratada,
conservando cada processo a sua identidade e independência.
11 - Apenso
Documento ou processo juntado a processo, sem, contudo, passar a integrá-lo.
12 - Armazenamento
Ato ou efeito de guardar documentos em áreas utilizadas para este fim.
V.tb. ACONDICIONAMENTO
13 - Arquivamento
1. Sequência de operações que visam à guarda ordenada de documentos.
2. Ação pela qual uma autoridade determina a guarda de um documento cessada a sua tramitação.
V.tb. ARRANJO
14 - Arquivo
1. Conjunto de documentos independente da natureza dos suportes, acumulados por uma pessoa física
ou jurídica, pública ou privada, no desempenho de suas atividades.
2. Instituição ou serviço que tem por finalidade a custódia, o processamento técnico, a conservação e
utilização de arquivos.
15 - Arquivo Administrativo
Arquivo com predominância de documentos decorrentes do exercício das atividades-meio de uma
instituição; expressão usada em oposição a arquivo técnico.
16 - Arquivo Central
Unidade responsável pela normalização dos procedimentos técnicos aplicados aos arquivos de uma
administração, podendo ou não assumir a centralização do armazenamento. Também chamado arquivo
geral.
V.tb. ARQUIVO SETORIAL
17 - Arquivo Corrente
1. Conjunto de documentos em tramitação ou não, que pelo seu valor primário é objeto de consultas
frequentes pela entidade que o produziu, a quem compete a sua administração.
2. Unidade administrativa ou serviço encarregado do arquivo corrente.
18 - Arquivo Estadual
Arquivo público mantido pela administração estadual.
99
19 - Arquivo geral
Ver ARQUIVO CENTRAL
20 - Arquivo histórico
Ver ARQUIVO PERMANENTE
21 - Arquivo Intermediário
1. Conjunto de documentos originários de arquivos correntes, que aguarda destinação e com uso pouco
frequente.
2. Unidade administrativa ou serviço encarregado do arquivo intermediário.
3. Depósito especialmente construído para armazenamento de arquivos intermediários.
22 - Arquivo Municipal
Arquivo público mantido pela administração municipal.
23 - Arquivo Nacional
Arquivo público mantido pela administração central ou federal de um país.
24 - Arquivo particular
Ver ARQUIVO PRIVADO
25 - Arquivo Permanente
1. Conjunto de documentos preservados em caráter definitivo em função de seu valor.
2. Unidade administrativa ou serviço encarregado do arquivo permanente. Também chamado de arquivo
histórico.
26 - Arquivo Privado
Arquivo produzido por pessoa física ou jurídica de direito privado.
27 - Arquivo Público
1. Arquivo produzido por instituição pública no exercício de suas funções, independente de seu âmbito de
ação e do sistema de governo do país.
2. Arquivo integrante da administração pública.
28 - Arquivo Regional
Arquivo encarregado de arquivos de uma determinada região.
29 - Arquivo Setorial
1. Arquivo acumulado por um determinado setor ou serviço de uma administração.
2. Unidade administrativa ou serviço encarregado do arquivo setorial; existindo um arquivo central, estará
a ele tecnicamente subordinado.
30 - Arquivo Técnico
Arquivo com predominância de documentos decorrentes do exercício das atividades-fim de uma
instituição; expressão usada em oposição a arquivo administrativo.
31 - Arranjo
Sequência de operações que, de acordo com um plano ou quadro previamente estabelecido, visa à
organização dos documentos de um arquivo ou coleção, utilizando-se diferentes métodos.
V.tb. QUADRO DE ARRANJO
32 - Atividade-Fim
Expressão que designa as atividades desenvolvidas em decorrência da finalidade de uma instituição.
V.tb. ATIVIDADE-MEIO
100
33 - Atividade-Meio
Expressão que designa as atividades que dão suporte à consecução das atividades-fim de uma instituição.
V.tb. ATIVIDADE-FIM
34 - Avaliação
Processo de análise e de documentos de arquivo, que estabelece sua destinação de acordo com os
valores que lhes são atribuídos.
V.tb. COMISSÃO DE AVALIAÇÃO
36 - Classe
Cada divisão que compõe um sistema de classificação.
37 - Classificação
1. Organização dos documentos de um arquivo ou coleção, de acordo com um plano de classificação ou
quadro de arranjo.
2. Ato ou efeito de analisar e identificar o conteúdo de documentos, selecionar a categoria de assunto sob
a qual devem ser basicamente recuperados, podendo-se atribuir um código.
3. Ato pelo qual se atribui a documentos ou às informações neles contidas, graus de sigilo conforme
legislação específica. Também chamada classificação de segurança.
38 - Classificação decimal
Ver MÉTODO DECIMAL
39 - Código
Conjunto de símbolos, normalmente letras e/ou números, que, mediante uma convenção, representam
dados.
V.tb. NOTAÇÃO
40 - Código de Classificação
Sistema de códigos derivado de um plano de classificação.
V.tb. PLANO DE CLASSIFICAÇÃO
41 - Comissão de Avaliação
Grupo multidisciplinar encarregado da avaliação de documentos de um arquivo.
42 - Conservação
Ato ou efeito de promover a preservação e a restauração de documentos.
43 - Consulta
Busca direta ou indireta de informações.
44 - Data de Acesso
Data em que finda a restrição de acesso a um documento.
45 - Datas-Limite
Elemento de identificação cronológica, em que são mencionados o início e término do período abrangido
por um conjunto de documentos.
46 - Desapensação
Separação de um ou mais processos juntados por apensação.
101
47 - Descarte
Exclusão de documentos do acervo de um arquivo, após avaliação.
V.tb. ELIMINAÇÃO
48 - Descrição
Conjunto de procedimentos que, levando em conta os elementos formais e de conteúdo das unidades de
arquivamento, representam-nas nos instrumentos de pesquisa.
49 - Destinação
Decisão, a partir da avaliação, quanto ao encaminhamento dos documentos para guarda permanente,
descarte ou eliminação.
V.tb. TABELA DE TEMPORALIDADE
50 - Documentação
1. Conjunto de documentos.
2. Ato ou serviço de coleta, processamento técnico e disseminação de informações e documentos.
51 - Documento
Unidade de registro de informações qualquer que seja o suporte utilizado.
V.tb. ITEM DOCUMENTAL
52 - Documento Oficial
Documento emanado do poder público ou de instituições de direito privado que produz efeitos de ordem
jurídica na comprovação de um fato.
53 - Documento Ostensivo
Documento sem qualquer restrição de acesso.
54 - Documento Público
1. Do ponto de vista da acumulação, documento de arquivo público.
2. Do ponto de vista da propriedade, documento de propriedade do poder público.
3. Do ponto de vista da produção, documento emanado do poder público.
55 - Dossiê
Unidade de arquivamento constituída de documentos relacionados entre si por assunto.
56 - Eliminação
Destruição de documentos que, na avaliação, foram considerados sem valor para a guarda permanente.
57 - Espécie Documental
Divisão de gênero documental, que reúne tipos documentais por suas características comuns de
estruturação da informação, como ata, carta, decreto, disco, filme, fita, fotografia, memorando, ofício,
plantas, relatório.
58 - Fichário
1. Conjunto de fichas ordenadas, segundo critérios pré-estabelecidos, utilizado para fins de controle e
recuperação de documentos e informações.
2. Móvel utilizado para guarda de fichas.
59 - Fundo
Conjunto de documentos de uma mesma proveniência; termo que equivale a arquivo. Também referido
como núcleo.
60 - Fundo Aberto
Conjunto ao qual podem ser acrescentados novos documentos, em função do gerador do arquivo continuar
em atividade. Também referido como núcleo aberto.
102
61 - Fundo Fechado
Fundo que, em função do fato do gerador do arquivo não se encontrar mais em atividade, não receberá
acréscimos de documentos de data posterior à sua existência. Também referido como núcleo fechado.
62 - Gênero Documental
Reunião de espécies documentais que se assemelham por seus caracteres essenciais, particularmente o
suporte e a forma de registro da informação, como documentação audiovisual, documentação cartográfica,
documentação iconográfica, documentação informática, documentação micrográfica, documentação
textual.
63 - Gestão de Documentos
Administração da produção, tramitação, organização, uso e avaliação de documentos, mediante técnicas
e práticas arquivísticas, visando a racionalização e eficiência dos arquivos. Também referida como
administração de documentos.
64 - Grau de Sigilo
Gradação atribuída à classificação de um documento sigiloso, de acordo com a natureza de seu conteúdo
e tendo em vista a conveniência de limitar sua divulgação às pessoas que têm necessidade de conhecê-
lo.
V.tb. CLASSIFICAÇÃO
65 - Guia de recolhimento
Ver RELAÇÃO DE RECOLHIMENTO
66 - Guia de Transferência
Instrumento de controle de entrada de documentos em arquivos intermediários.
67 - Identificação
Processo de reconhecimento, sistematização e registro de informações sobre arquivos com vista ao seu
controle físico e/ou intelectual.
68 - Item Documental
Unidade documental fisicamente indivisível. Também referido como peça.
69 - Juntada
Ato ou efeito de apensação ou anexação de um processo a outro. Termo também aplicado à junção de
documentos a um processo.
70 - Lista de Eliminação
Relação de documentos cuja eliminação foi autorizada. Também referida como listagem de eliminação.
71 - Lista de recolhimento
Ver RELAÇÃO DE RECOLHIMENTO
72 - Lista de transferência
Ver GUIA DE TRANSFERÊNCIA
74 - Listagem de eliminação
Ver LISTA DE ELIMINAÇÃO
75 - Método de Arquivamento
103
Sequência de operações que determina a disposição dos documentos de um arquivo ou coleção, uns em
relação aos outros, e a identificação de cada unidade.
76 - Método Decimal
Método de ordenação que tem por eixo um plano prévio de distribuição dos documentos em dez grandes
classes, cada uma podendo ser subdividida em dez subclasses e assim por diante.
77 - Movimentação
Ver TRÂMITE
78 - Notação
Código de identificação das unidades de arquivamento que permite sua ordenação ou localização.
Também chamado código ou cota.
79 - Núcleo
Ver FUNDO
80 - Peça
Ver ITEM DOCUMENTAL
81 - Período de Retenção
Período de tempo, baseado em estimativas de uso, em que os documentos devem ser mantidos nos
arquivos correntes, antes de serem transferidos para um arquivo intermediário, ou em um arquivo
intermediário, antes de serem recolhidos ao arquivo permanente.
82 - Plano de Classificação
Esquema elaborado a partir do estudo das estruturas e funções da instituição e análise do arquivo por ela
produzido, pelo qual se distribuem os documentos em classes, de acordo com métodos de arquivamento
específicos. Expressão geralmente adotada em arquivos correntes.
V.tb. CÓDIGO DE CLASSIFICAÇÃO
83 - Plano de Destinação
Esquema no qual se fixa a destinação dos documentos.
84 - Prazo de Eliminação
Prazo fixado em tabela de temporalidade ao fim do qual os documentos não considerados de valor
permanente deverão ser eliminados.
85 - Prazo de Guarda
Prazo definido na tabela de temporalidade, baseado em estimativa de uso, em que os documentos devem
ser mantidos no arquivo corrente ou no arquivo intermediário, ao fim do qual a destinação é efetivada.
Também referido como prazo de retenção.
86 - Prazo de retenção
Ver PRAZO DE GUARDA
87 - Prescrição
Extinção de prazos para a aquisição ou perda de direitos contidos nos documentos.
88 - Preservação
Prevenção da deterioração e danos em documentos, por meio de adequado controle ambiental e/ou
tratamento.
89 - Princípio da Proveniência
Princípio básico da arquivologia segundo o qual os arquivos gerados por uma instituição ou pessoa não
devem ser misturados aos de outros geradores.
104
90 - Princípio do respeito aos fundos
Ver PRINCÍPIO DA PROVENIÊNCIA
91 - Projeção
Saliência colocada ou existente na parte superior das fichas, guias ou pastas suspensas destinadas ao
registro de informações, permitindo rápida visualização.
92 - Protocolo
Serviço encarregado do recebimento, registro, autuação, classificação, distribuição, controle da tramitação
e expedição de documentos. Também referido como unidade protocolizadora.
V.tb. ARQUIVO CORRENTE
93 - Quadro de Arranjo
Esquema estabelecido para arranjo de documentos de um arquivo, a partir do estudo das estruturas,
funções ou atividades do gerador e da análise do acervo. Expressão adotada em arquivos permanentes.
94 - Recolhimento
1. Entrada de documentos em arquivos permanentes, em conformidade com a sua jurisdição arquivística.
2. Operação pela qual um conjunto de documentos passa da custódia do arquivo intermediário para o
arquivo permanente.
V.tb. RELAÇÃO DE RECOLHIMENTO
95 - Recuperação da Informação
Ato ou efeito de identificar ou localizar a informação desejada.
96 - Relação de Recolhimento
Instrumento de controle de entrada de documentos nos arquivos permanentes.
97 - Relação de transferência
Ver GUIA DE TRANSFERÊNCIA
98 - Seleção
Eleição, durante a avaliação de um arquivo, dos documentos de valor permanente e dos passíveis de
eliminação, mediante critérios e técnicas previamente estabelecidos.
99 - Sistema de Arquivamento
Conjunto de rotinas, procedimentos e métodos de arquivamento compatíveis entre si, tendo em vista a
organização e preservação de documentos ou arquivos, bem como acesso às informações neles contidas.
101 - Suporte
Material sobre o qual são registradas as informações.
105
104 - Termo de Eliminação
Instrumento que reúne informações sucintas sobre os documentos que, após terem cumprido o prazo de
guarda estabelecido na tabela de temporalidade, foram eliminados.
V.tb. LISTA DE ELIMINAÇÃO
107 - Tramitação
Ver TRÂMITE
108 - Trâmite
Curso do documento, desde a sua produção ou recepção, até o cumprimento de sua função administrativa.
Também referido como tramitação ou movimentação.
109 - Transferência
Passagem de documentos do arquivo corrente para o arquivo intermediário.
110 - Triagem
Ver SELEÇÃO
106
Valor probatório ou valor informativo que justifica a guarda permanente de um documento em um arquivo.
Também referido como valor histórico.
V.tb. VALOR SECUNDÁRIO
122 - Vigência
Período no qual permanecem efetivos e válidos os encargos e disposições contidos nos documentos.
Coletânea de Exercícios 1
Gabarito: no final da Coletânea de exercícios
03 - Alguns estudiosos de arquivística sustentam não existir um melhor método para a estruturação
de um arquivo, mas alguns princípios básicos devem ser seguidos, tais como:
A) simplicidade e organização.
B) descentralização e custo.
C) localização e gestão.
D) planejamento e controle.
107
E) unicidade.
06 - Princípio básico da Arquivologia segundo o qual o arquivo produzido por uma entidade
coletiva, pessoa ou família não deve ser misturado aos de outras entidades produtoras. Também
chamado de princípio de respeito aos fundos. Trata-se do Princípio da
A) Organicidade.
B) Proveniência.
C) Indivisibilidade.
D) Unicidade.
E) Naturalidade.
108
encaminhados aos chefes de serviço.
A quantidade de itens corretos é igual a
A) 0.
B) 1.
C) 2.
D) 3.
E) 4.
12 - Dependendo do aspecto sob o qual os arquivos são estudados, eles podem ser classificados
segundo:
A) as entidades mantenedoras.
B) a tipologia documental.
C) os estágios de sua evolução.
D) a extensão de sua atuação.
E) a natureza dos documentos.
13 - Entre as atividades apresentadas a seguir, assinale aquela que NÃO corresponde a uma
atividade desenvolvida nos serviços de protocolo.
A) Registro
B) Avaliação
C) Autuação
D) Expedição
E) Recebimento
14 - Conforme consta na obra Arquivo: teoria e prática, de Marilena Leite Paes, receber de vários
setores documentos a serem redistribuídos é uma rotina característica de:
A) protocolo.
B) arquivo corrente.
C) arquivo intermediário.
D) arquivo permanente.
E) sala de consulta.
109
Dissertações
Antropologia
Antropologia Cultural
Teoria Antropológica
História
Sociologia
Monografias
Antropologia
História
História Antiga
História Moderna
Sociologia
Teses
Antropologia
História
Sociologia
Sociologia da Educação
Sociologia Rural
De acordo com a obra Arquivo: teoria e prática, de Marilena Leite Paes, a forma de ordenação
adotada no exemplo acima corresponde à:
A) duplex.
B) enciclopédica.
C) alfabética.
D) dicionária.
E) decimal.
18 - O processo que consiste na ordenação dos documentos em fundos, na ordenação das séries
dentro dos fundos e, se necessário, dos itens documentais dentro das séries é:
A) a catalogação.
B) o arranjo.
C) a análise.
D) a avaliação.
E) a descrição.
19 - Um programa de gestão de documentos eficiente prevê a gestão dos acervos e dos recursos
nela empregados. Isso implica planejar a distribuição prévia das áreas de depósito, indicando a
110
utilização atual e futura dos espaços disponíveis. Conforme o Dicionário de Terminologia
Arquivística da Associação dos Arquivistas de São Paulo, esse planejamento consubstancia-se no
plano de:
A) destinação.
B) arquivamento.
C) armazenamento.
D) classificação.
E) descrição.
24 - De acordo com a legislação vigente, na microfilmagem de documentos cada série será sempre
precedida de imagem de abertura, com os seguintes elementos:
I. registro da empresa no Ministério da Indústria e do Comércio.
II. ordenação, identificação e resumo da série de documentos a serem microfilmados.
III. identificação do equipamento utilizado, da unidade filmada e do grau de redução.
111
IV. informações sobre o estado de conservação dos documentos originais.
O número de itens certos é igual a:
A) 0.
B) 1.
C) 2.
D) 3.
E) 4.
27 - Assinale a assertiva correta com relação à conservação e preservação adequada dos acervos
arquivísticos.
A) Um meio simples e seguro de destruir a infestação por insetos é submeter o material a congelamento.
B) Os extintores de incêndio devem empregar substâncias líquidas e ser instalados em locais bem visíveis.
C) Os documentos textuais, em suporte papel, devem ser guardados na posição horizontal, em estantes
e em ambientes bem ventilados.
D) Os documentos atacados pelo mofo devem ser expostos ao sol para secagem e depois aspirados.
E) Na identificação das caixas, devem ser usadas etiquetas autoadesivas e tintas hidrográficas.
112
D) Alfanumérica, por manuseio, geográfica, ordem de chegada, cronológica.
E) Numérica, por manuseio, por assunto, cronológica, alfabética.
29 - Indique a alternativa que apresenta o correto arquivamento, por ordem alfabética, dos
seguintes nomes:
José Costa da Silva e Pedro Miguel Santa Rosa
A) Costa da Silva, José Santa Rosa, Pedro Miguel
B) da Silva, José Costa Rosa, Pedro Miguel Santa
C) Silva, José Costa da Santa Rosa, Pedro Miguel
D) Costa da Silva, José Rosa, Pedro Miguel Santa
E) Silva, José Costa Rosa, Pedro Miguel Santa
30 - Considerando a teoria das três idades, a avaliação dos documentos de arquivo deve ser
realizada no estágio:
A) intermediário;
B) corrente/intermediário;
C) intermediário/permanente;
D) corrente;
E) permanente
32 - A tipologia documental é hoje um dos temas centrais da arquivologia. Com base na tipologia,
pode-se estabelecer séries, segundo Heloísa Bellotto (Arquivos Permanentes, 1991:25), com
"uniformidade de função, vigência e procedência". Para que isso ocorra, o arquivista deve
estabelecer a tipologia com base:
A) no organograma administrativo da entidade produtora de documentos.
B) na vigência jurídico-administrativa dos documentos em questão.
C) em tabelas de equivalência entre tipos diplomáticos e tipos arquivísticos.
D) na análise da procedência diplomática dos documentos em questão.
E) na estrutura orgânico-funcional da entidade produtora de documentos.
113
documentos arquivísticos. Assinale a definição que melhor conceitua essa categorização.
A) Configuração que assume um documento de acordo com o sistema de signos utilizado na comunicação
de seu conteúdo.
B) Denominação dos documentos conforme o estágio de preparação e de transmissão.
C) Configuração que assume um documento de acordo com a disposição das informações nele contidas.
D) Configuração que assume uma espécie documental de acordo com a atividade que a gerou.
E) Configuração física de um suporte de acordo com a sua natureza e o modo como foi confeccionado.
36 - A Lei 8.159, de 08 de janeiro de 1991, dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e
privados. De acordo com ela, os arquivos públicos são os conjuntos de documentos:
A) produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em
decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o
suporte da informação ou a natureza dos documentos.
B) produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de âmbito federal,
estadual, do Distrito Federal e municipal em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e
judiciárias, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.
C) e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase
corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou transferência para guarda permanente, qualquer que
seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.
D) de mais de 50 anos de idade produzidos e recebidos por instituições públicas ou privadas, em
decorrência de suas atividades ligadas ao serviço público ou não, qualquer que seja o suporte da
informação ou a natureza dos documentos.
E) pessoais ou administrativos, produzidos e recebidos pelas autoridades do poder executivo em seu
respectivo nível de competência, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos
documentos.
37 - A regulamentação da Lei 8.159, pelo Decreto 4.073, de 3 de janeiro de 2002, define, ainda, que
os arquivos privados, quando considerados como conjuntos de fontes relevantes para a história,
cultura e desenvolvimento nacional:
A) poderão ser declarados de interesse público e social por decreto do Presidente da República.
B) passam a estar sujeitos às mesmas regulamentações da Lei de Patrimônio Histórico Nacional.
C) podem ser objeto de desapropriação por parte do poder público competente desde que seus
proprietários recebam justa indenização.
D) se franqueados à consulta pública, não poderão ser objeto de quaisquer tipos de taxas ou impostos.
E) passam a ter seu acervo sujeito às normalizações do Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) após
o falecimento do titular.
38 - Durante o período da Ditadura Militar, parte da repressão aos opositores foi feita pela via
jurídico-legal, produzindo processos. Anos mais tarde, tais processos serviram de base para que
o Projeto Brasil: Nunca Mais denunciasse a adoção de práticas ilegais pelo regime ditatorial. Este
episódio é bem ilustrativo de que:
A) nenhum documento é neutro, condicionando sempre os interesses de quem o manipula.
B) o uso secundário dos documentos fica escondido nas entrelinhas até que uma pesquisa torne isso
público.
C) o documento de arquivo em si é neutro, existindo diferentes possibilidades de aplicação, condicionadas
pelos interesses de quem o utiliza.
D) a pesquisa pode transformar documentos falsos em documentos verdadeiros, revelando a verdadeira
intenção documental.
E) documentos inverídicos podem ser transformados em documentos autênticos através de pesquisa
científica.
114
E) ser suspenso nos horários em que o arquivo está fechado ao público.
115
C) um quadro de arranjo funcional.
D) um organograma funcional.
E) um plano de arquivamento por assuntos.
43 - De acordo com o Decreto 2.910, de 29 de dezembro de 1998, que estabelece normas para a
salvaguarda de documentos, materiais, áreas, comunicações e sistemas de informação de natureza
sigilosa, e dá outras providências, a eliminação de documentos públicos sigilosos:
A) ocorrerá apenas com a documentação que tenha se tornado ostensiva.
B) deverá ser feita apenas pelo Arquivo Nacional.
C) deve ocorrer imediatamente após a vigência dos documentos.
D) ocorrerá apenas em documentos criptografados.
E) tornará o respectivo Termo de Eliminação de Documentos igualmente sigiloso.
47 - Você é contratado como consultor de uma instituição pública que vem enfrentando problemas
com o crescimento desordenado de seu arquivo permanente. O diretor da instituição lhe pede que
encaminhe soluções para o problema. Você, então:
A) propõe digitalizar parte do acervo para ocupar menos espaço.
B) propõe um novo fluxograma que otimize o trâmite dos documentos permanentes.
C) sugere a eliminação dos documentos permanentes sem valor histórico.
D) elabora um projeto de gestão para os documentos das fases corrente e intermediária.
E) elabora uma tabela de temporalidade para os documentos permanentes.
116
49 - As informações controladas pela GED:
A) são exclusivamente arquivadas em meios informáticos.
B) podem ser informações criadas, revisadas e arquivadas em papel.
C) podem ser informações digitais, gerenciadas em papel.
D) só se aplicam aos documentos eletrônicos.
E) necessitam ser escaneadas para terem validade legal.
50 - A tecnologia Document Management (DM), implementada pela GED, é uma grande contribuição
à arquivística:
A) na automação da transferência de documentos ao arquivo permanente.
B) no controle do acesso à documentação permanente.
C) na automação do setor de protocolo.
D) na digitalização de microfilmes.
E) no gerenciamento da imagem dos documentos.
51 - De acordo com o Decreto 1.799, de 30 de janeiro de 1996, que regulamenta a lei 5433, sobre a
microfilmagem de documentos oficiais, microfilmagem é:
A) um processo de reprodução em filme, de documentos, dados e imagens, por meios fotográficos ou
eletrônicos.
B) um processo de reprodução fotográfica, de quaisquer documentos em graus de redução ínfimos.
C) um processo de reprodução em filme ou em microfichas, de documentos arquivísticos com grau de
redução de 96,5%.
D) qualquer processo de reprodução ótica de documentos e imagens com grau de redução superior a
95%.
E) qualquer processo de transferência de quaisquer informações documentais para suportes mais
reduzidos.
117
registram a historicidade de seus atos.
D) derivados das características da produção e da acumulação dos papéis públicos, independentemente
dos motivos que levaram à criação dos documentos.
E) de ordem jurídica, relacionados às características governamentais de uma época.
59 - Os motivos básicos que levam a que se descartem documentos em arquivos públicos devem
ser:
A) fundamentalmente oficiais, para que se mantenham os serviços governamentais em funcionamento,
sem problemas de espaço físico e de materiais de consumo necessários.
B) fundamentalmente culturais, para que se preserve, em perfeita condição de uso, a memória dos atos
de governo.
C) oficiais e culturais, pois os documentos servem para manter em ordem o funcionamento do governo e
registram a historicidade de seus atos.
D) derivados das características da produção e da acumulação dos papéis públicos, evitando-se a
redundância das informações ou a manutenção de documentos sem interesse administrativo, jurídico ou
histórico.
E) vinculados aos desejos da administração de modernizar os serviços, preservando somente documentos
de valor administrativo.
118
60 - É correto afirmar que interessa aos atuais arquivistas, com maior intensidade e sendo o fulcro
desta profissão:
A) tratar de documentos contendo informações mantidas em sua integridade, isto é, sem dispersão,
fragmentação ou mistura de fundos, séries, etc.
B) resgatar coleções de procedência e características diversas, significativas pelo seu conteúdo e suporte.
C) manter o valor de prova dos documentos, do modo como foram passados para custódia dos arquivos.
D) preservar a memória e pesquisar a história dos povos.
E) desenvolver tecnologias da informação pertinentes às bibliotecas.
62 - Assinale, dentre as alternativas abaixo, a que NÃO se refere aos elementos principais que
devam ser considerados para a avaliação, preservação e descarte de documentos públicos.
A) As ações e as atividades de que tratam
B) As tipologias documentais a que pertencem
C) As autoridades que os assinaram e lhe deram autenticidade
D) As atividades do órgão produtor e acumulador de informações
E) Os seus suportes físicos e originalidades
64 - Assinale a única afirmativa correta sobre a ação e a importância, para a administração pública,
dos arquivos correntes, intermediários e permanentes.
A) O aperfeiçoamento da administração governamental não depende de como os arquivos são geridos
pela burocracia estatal.
B) A administração técnica de arquivos não consiste em tarefa altamente especializada.
C) Os governos que possuem arquivos bem administrados conseguem alcançar altos níveis de eficiência
em todas as suas esferas de atuação.
D) Não é necessário que existam órgãos específicos para tratar da administração de documentos e de
informações acumuladas pela administração pública.
E) Os governos independem de fato das informações acumuladas, produzidas ou não pelos seus serviços.
65 - Documentos textuais em suporte papel, avaliados e considerados sem valor para guarda
provisória ou definitiva, devem ser:
A) preservados por um prazo legal, igual ou superior a cinco anos.
B) preservados por um prazo não inferior a quinze anos.
C) preservados por um prazo definido por legislação específica.
D) incinerados indiscriminadamente, por ordem de instâncias superiores.
E) comercializados como papel velho, destinado à reciclagem.
119
66 - Uma das tendências mais expressivas da Arquivística do mundo atual é o enfoque da
informação com prioridade sobre o documento. Deste modo, as novas teorias arquivísticas
indicam que:
A) os documentos registrados em suportes convencionais devem ser imediatamente copiados e
sumariamente eliminados.
B) os documentos registrados em meio magnético são os que realmente importam para o presente e para
o futuro.
C) os conteúdos dos documentos convencionais e não--convencionais vêm ganhando maior significação
para o trabalho profissional.
D) as espécies documentais continuarão a ser o principal vetor para o processo de tratamento arquivístico.
E) tudo deve ser mantido do mesmo modo que sempre.
68 - O uso da microfilmagem alcançou ampla difusão nas últimas décadas. Por isso, instituições
públicas e privadas utilizam-na em vários casos. Segundo os especialistas, este recurso:
A) torna mais barato o tratamento e a manutenção de acervos arquivísticos em suporte papel, fotográfico
e videográfico.
B) tem custos similares aos dos procedimentos mais convencionais.
C) é indicado somente para os arquivos correntes.
D) torna bem mais caro o tratamento dispensado aos acervos arquivísticos.
E) é utilizável em aplicações específicas na preservação de documentos essenciais sob o ponto de vista
jurídico e histórico-cultural.
71 - A Diplomática, (tipologia documental), de acordo com alguns autores, é de grande valia para
os profissionais da informação que atuam como arquivistas, por que ela:
A) orienta os padrões de criação e tramitação de documentos de arquivo e facilita a compreensão de um
acervo, por estabelecer os padrões existentes.
120
B) relaciona todas as espécies existentes, permitindo que se compreenda, com maior clareza, a diferença
entre a documentação expedida e a recebida.
C) contém as chaves do conhecimento informático moderno, facilitando a compreensão dos documentos
em suporte magnético.
D) resolve todos os problemas de classificação de documentos, não servindo para uso no programa de
avaliação.
E) aplica-se, apenas, às informações e documentos muito antigos.
73 - De modo geral, os dois registros e suportes dominantes, em termos quantitativos, nos arquivos
públicos brasileiros são:
A) o documento textual em papel e a fotografia.
B) a correspondência e os dossiês funcionais.
C) os microfilmes e os disquetes.
D) o processo administrativo e a correspondência.
E) as máquinas digitais contemporâneas e os discos óticos.
76 - Todos os documentos são guardados em arquivos, com base na frequência de uso e não em
função de seu valor. Assim, um documento que é guardado no arquivo inativo é:
A) Um documento de uso frequente.
B) Um documento de valor histórico.
C) Um documento de frequência praticamente nula.
D) Um documento de menor frequência de uso.
78 - A técnica de seleção do material a ser arquivado está ligada aos seguintes aspectos:
A) Codificação, tombamento e documentação.
B) Seleção, documentação, arquivamento e codificação.
C) Classificação, arquivamento e tombamento.
121
D) Seleção, classificação, codificação e sistema de arquivamento.
80 - A alternativa em que consta o correto arquivamento, pelo método alfabético, dos nomes:
FRANCISCO ROSAS de MELO, PATRÍCIA MONTE VERDE e PAULO ROBERTO CASTELO BRANCO,
respectivamente, é:
A) Branco, Paulo Roberto Castelo
Monte Verde, Patrícia
Melo, Francisco Rosas de
B) Paulo, Roberto Castelo Branco
Verde, Patrícia Monte
De Melo, Francisco Rosas
C) Castelo Branco, Paulo Roberto
Monte, Patrícia Verde
De Melo, Francisco Rosas
D) Castelo Branco, Paulo Roberto
Verde, Patrícia Monte
Francisco, Rosas de Melo
E) Castelo Branco, Paulo Roberto
Melo, Francisco Rosas de
Monte Verde, Patrícia
82 - Indique a única opção correta de arquivamento, pelo método alfabético, para o nome:
GENERAL JURANDIR DE CASTELO BRANCO JUNIOR.
A) Branco Jr., General Jurandir de Castelo.
B) Junior, General Jurandir de Castelo Branco
C) General Branco Junior, Jurandir de Castelo
D) Castelo Branco Junior, Jurandir de (General)
E) de Castelo Branco Junior, General Jurandir
122
84 - Considerando a polissemia do termo arquivo, assinale qual das assertivas abaixo NÃO
corresponde a uma de suas definições.
A) Conjunto de documentos colecionados por pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, ao longo
de sua existência.
B) Acumulação ordenada de documentos criados por uma instituição ou pessoa no curso de sua atividade
e preservados para a consecução de seus objetivos políticos, legais e culturais.
C) Documentos produzidos ou usados no curso de um ato administrativo ou executivo de que são parte
constituinte.
D) Entidade administrativa responsável pela custódia, pelo tratamento documental e pela utilização dos
arquivos.
E) Edifício onde são guardados os arquivos.
85- Assinale a opção que não se caracteriza como atividade de gestão de documentos.
A) Inspeção
B) Avaliação
C) Destinação
D) Descrição
E) Eliminação
88 - Das atividades abaixo, assinale a que não se caracteriza como atividade de arquivo corrente.
A) Análise
B) Ordenação
C) Descrição
D) Arquivamento
E) Empréstimo
123
90 - É correto afirmar que
A) a resolução óptica que garante legibilidade ao documento digitalizado depende da identificação de seus
maiores caracteres.
B) as características físicas dos documentos originais não precisam ser registradas, ao contrário do que
ocorre com os metadados de seu ambiente tecnológico.
C) a utilização de filtros para a geração de matrizes digitais é altamente recomendável, do ponto de vista
da qualidade de sua resolução óptica.
D) as sinaléticas básicas para as imagens digitais dizem respeito a autores, títulos e dimensões, como
ocorre no processo de microfilmagem.
E) as ações de digitalização não devem ser realizadas em detrimento das ações de conservação
convencional dos arquivos.
93 - O arquivista de uma empresa pública orienta a sua equipe para o recolhimento da massa
documental dessa empresa que cessou as suas atividades. Toda a equipe sabe que sua
documentação deverá ser transferida a uma outra instituição, de acordo com a legislação vigente.
Esse recolhimento, que deve ser sistemático, é efetivado para uma instituição arquivística
A) privada.
B) pública.
C) terceirizada.
D) sindicalizada.
E) seguradora.
124
D) organicidade.
E) imparcialidade.
97 - Acerca do ciclo vital dos documentos, analise as afirmativas, marque V para as verdadeiras e
F para as falsas.
( ) A base da teoria das três idades encontra-se no ciclo vital dos documentos.
( ) A avaliação é uma atividade essencial do ciclo vital dos documentos.
( ) O ciclo vital dos documentos compreende três idades: produção, utilização e destinação.
( ) O tipo de tratamento e de guarda de um conjunto documental está relacionado ao seu ciclo de vida.
A sequência está correta em
A) F, V, F, V.
B) V, F, F, V.
C) V, V, V, V.
D) V, V, V, V.
99 - Durante suas atividades um Técnico em Arquivo deverá executar o processo pelo qual
documentos ou informações são representados por termos, palavras-chave ou descritores,
propiciando recuperação. Este processo é conhecido como
A) análise diplomática.
B) avaliação.
C) metadados.
D) indexação.
E) destinação.
125
( ) O arquivo permanente guarda documentos que perderam o valor administrativo, cujo uso não é
frequente, mas que possuem valor histórico, principalmente, para fins de comprovação.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima par baixo, é
A) V V F
B) V F V
C) V F F
D) F V F
E) F F V
104 - O Dicionário brasileiro de terminologia arquivística associa a teoria das três idades ao ciclo
vital dos documentos porque
A) em cada uma das três idades previstas na teoria os documentos devem passar, cada qual, por um ciclo
de vida completo.
B) toda teoria necessita de um ciclo vital para que sua formulação seja plenamente aceita.
C) essa teoria consagra que os documentos de arquivo podem passar por três idades durante sua vida
útil.
D) o ciclo vital não pode prescindir de uma teoria para poder ser plenamente aceito.
E) o documento não seria de arquivo se a teoria não aceitasse seu ciclo vital completo.
105 - Acerca dos suportes utilizados pelos documentos arquivísticos e suas terminologias, analise
as assertivas abaixo.
I. Microforma é um termo genérico que se refere a todos os suportes contendo microimagens. Por sua vez,
seu registro denomina-se micrografia.
II. Microfilme positivo é aquele cuja polaridade é diferente da do original.
III. Minuta é a versão preliminar de um documento, sujeita a aprovação.
É correto o que se afirma em
A) I, II e III.
B) I e III, apenas.
C) II e III, apenas.
D) I e II, apenas.
E) III, apenas.
126
B) Os documentos apensados passam a fazer parte do processo original.
C) A apensação é a juntada de documentos em caráter definitivo.
D) Os processos e os dossiês constituem unidades de arquivamento.
E) A anexação é a juntada do documento ou processo a outro processo, prevalecendo o número do
documento mais recente.
111 - Ao lidar com os documentos, usa-se a tabela de temporalidade como instrumento para a
A) avaliação.
B) codificação.
C) classificação.
D) descrição.
E) indexação.
127
C) dossiê.
D) repertório.
E) item documental.
116 - Papel, edital, relatório de auditoria, minuta e livro são, respectivamente, exemplos de:
A) suporte, espécie, tipo, forma e formato.
B) tipo, formato, espécie, forma e suporte.
C) espécie, tipo, suporte, formato e forma.
D) formato, espécie, tipo, forma e suporte.
E) forma, tipo, suporte, formato e espécie.
128
118 - O microfilme, a partir da década de 1970, foi escolhido para a preservação de documentos de
arquivos. São vantagens da microfilmagem de documentos, EXCETO:
A) O emprego de tecnologia simples.
B) A durabilidade e o custo previsível.
C) A leitura em equipamento específico.
D) A grande capacidade de compactação.
119 - Para o arquivamento de documentos, o local próprio, dotado de condições especiais, para
restringir o acesso e propiciar a máxima segurança contra furtos e sinistros é a câmara de
A) acondicionamento.
B) estocagem.
C) vigilância.
D) armazenamento.
E) segurança.
122 - Um grande risco à segurança dos acervos arquivísticos está relacionado a incidentes com
água e fogo - os sinistros. Em relação a esses agentes de degradação, é correto afirmar que
A) a proteção adequada contra o fogo começa no projeto arquitetônico - grandes espaços abertos e
escadarias podem atuar como inibidoras do espalhamento do fogo em casos de incêndios.
B) os danos provocados pelo uso de água, durante o combate a incêndios, podem ocasionar mais
destruição do que o próprio fogo.
C) os sistemas de detecção automática de incêndios mais adequados são os de detecção de fumaça dos
tipos ionização e fotoelétrico, cujo principal papel é a extinção do fogo no seu princípio.
D) a presença de extintores manuais à base de dióxido de carbono, água ou pó químico nas áreas de
depósito de documentos é dispensável caso o arquivo possua sistema de detecção de incêndios e de
extintores automáticos.
E) os extintores automáticos do tipo sprinklers são os mais recomendados para depósitos de documentos,
pois liberam uma fina névoa de água, que não causa danos aos documentos; em caso de incêndio, devem
ser acionados em toda área de guarda, mesmo naquelas que não estejam sendo atingidas pelo fogo, para
evitar que o incêndio se espalhe.
124 - Sobre o Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ, órgão colegiado que tem divulgado
publicações técnicas, com o objetivo de disseminar conhecimento arquivístico, analise as
afirmativas a seguir.
129
I. É um órgão subordinado ao Arquivo Nacional, que definirá a política nacional de arquivos, como órgão
central de um Sistema Nacional de Arquivos (SINAR).
II. É presidido pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional, além de integrado por representantes de instituições
arquivísticas e acadêmicas, públicas e privadas.
III. Propõe ao Presidente da República, por intermédio do Ministro de Estado da Justiça, a declaração de
interesse público e social de arquivos privados.
Está correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
125 - A gestão de documentos no Poder Executivo Federal brasileiro, incluindo a orientação técnica
e a aprovação dos instrumentos de avaliação e classificação, é uma competência do
A) Sistema Nacional de Arquivos.
B) Conselho Nacional de Arquivos.
C) Sistema de Gestão de Documentos.
D) Arquivo Nacional.
E) Serviço de Informação ao Cidadão.
126 - Estimular programas de gestão e preservar documentos públicos de âmbito federal, estadual,
distrital e municipal, produzidos ou recebidos em decorrência das funções executiva, legislativa e
judiciária é competência do
A) Sistema Nacional de Arquivos.
B) Sistema de Gestão de Documentos e Arquivos.
C) Arquivo Nacional.
D) Conselho Nacional de Arquivos.
E) Ministério da Justiça.
127 - O instituto da delegação de competências foi sempre empregado pela administração estatal
no Brasil, seja pelo número insuficiente e pouco especializado de agentes públicos, em tempos
passados, seja pela vontade política de descentralização, mais recentemente. Os documentos
acumulados por uma empresa de direito privado, encarregada da prestação de serviços de
iluminação de uma cidade ou de uma região, constituem, do ponto de vista legal,
A) arquivos públicos.
B) arquivos privados de interesse público.
C) arquivos privados.
D) patrimônio histórico.
E) bens tombados.
128 - Assinale a alternativa que indica o primeiro passo para a elaboração de uma política pública
de arquivo.
A) Diagnóstico da situação arquivística
B) Política de avaliação de documentos
C) Requisitos para o sistema informatizado
D) Política de classificação de documentos
E) Programa de gestão de documentos
129 - Assinale a opção que apresenta o órgão central do Sistema Nacional de Arquivos.
A) Ministério do Planejamento e Orçamento
B) Ministério da Cultura
C) Ministério da Justiça
D) Casa Civil da Presidência da República
E) Conselho Nacional de Arquivos
130
130 - O Sistema de Gestão de Documentos de Arquivos (SIGA) tem como finalidade
A) especificar requisitos a serem cumpridos pela organização produtora/recebedora de documentos, pelo
sistema de gestão arquivística e pelos próprios documentos, a fim de garantir a confiabilidade, a
autenticidade e a acessibilidade.
B) estabelecer um conjunto de tecnologias utilizadas para a organização da informação não estruturada
de um órgão ou entidade conforme as seguintes funcionalidades: captura, gerenciamento, armazenamento
e distribuição.
C) organizar, sob a forma de sistema, as atividades de gestão de documentos nos órgãos e entidades da
administração pública federal.
D) estruturar, sob a forma de sistema, as atividades de gestão de documentos nos órgãos e entidades da
administração pública federal, estadual e municipal.
E) organizar, sob a forma de sistema, políticas, procedimentos, pessoas, equipamentos e programas
computacionais que produzam, processem, armazenem e provejam acesso à informação oriunda de
fontes internas e externas para apoiar o desempenho das atividades de um órgão ou entidade.
131 - A Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a política nacional de arquivos
públicos, estabelece, entre outras medidas, que
A) a eliminação de documentos produzidos por instituições públicas e de caráter público só será realizada
mediante anuência do Arquivo Nacional.
B) todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse
coletivo ou geral, desde que autorizadas pelo Conselho Nacional de Arquivos.
C) os documentos cuja divulgação ponha em risco a segurança da sociedade e do Estado ficam
desobrigados de classificação depois de 10 (dez) anos.
D) são públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público e
por entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos.
E) ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e administrativa, na forma da legislação em vigor, aquele
que desfigurar ou destruir documentos de valor temporário.
132 - De acordo com o Decreto nº 4.073, de 3 de janeiro de 2002, que regulamenta a lei nº 8.159, de
8 de janeiro de 1991, os documentos acumulados pelo Tribunal Regional Eleitoral
A) integram o Sistema Nacional de Arquivos.
B) podem ser descartados após 5 anos.
C) são desclassificados a partir da data de seu arquivamento.
D) constituem patrimônio da humanidade.
E) devem ter sua guarda terceirizada.
131
I. Identidade é o conjunto dos atributos de um documento arquivístico que o caracterizam como único e o
diferenciam de outros documentos arquivísticos (ex.: data, autor, destinatário, assunto, número
identificador, número de protocolo).
II. Integridade é a capacidade de um documento arquivístico transmitir exatamente a mensagem que levou
à sua produção (sem sofrer alterações de forma e conteúdo) de maneira a atingir seus objetivos.
III. Identidade e integridade são constatadas à luz do contexto (jurídico-administrativo, de proveniência, de
procedimentos, documental e tecnológico) no qual o documento arquivístico foi produzido e usado ao longo
do tempo.
Está correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) I e II, apenas.
E) I, II e III.
135 - Os arquivos privados que, em razão do conteúdo de seus documentos, registram marcos ou
dimensões significativas da história social, econômica, técnica ou cultural do país, podem ser
declarados de interesse público e social por meio de
A) decisão ministerial.
B) resolução do Conselho Nacional de Arquivos.
C) instrução normativa.
D) decreto presidencial.
E) medida provisória.
136 - De acordo com a e-ARQ Brasil − Modelos de requisitos para sistemas informatizados de
gestão arquivística de documentos, em relação ao plano de classificação adotado, o sistema
A) precisa ser chancelado pelo Conselho Nacional de Arquivos.
B) impede a eliminação de uma classe inativa.
C) não admite a mudança de nome de uma classe já existente.
D) permite a usuários autorizados o acréscimo de novas classes.
E) deve utilizar o método decimal de codificação.
137 - A definição da política nacional de arquivos públicos e privados, bem como a orientação
normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos documentos do arquivo são
atribuições do
A) Arquivo Federal Brasileiro.
B) Arquivo Federal Brasileiro.
C) Conselho Nacional de Arquivos.
D) Conselho Federal de Arquivologia.
E) Sistema Nacional de Arquivos.
138 - Dentre os principais objetivos de uma política pública voltada para os arquivos destacam-se
os de
A) montar um sistema único de arquivos municipais dentro de um mesmo estado brasileiro e atuar
conjuntamente com o arquivo público estadual.
B) possibilitar que os cidadãos de um município colaborem na elaboração das tabelas de temporalidade e
passem a participar da gestão de arquivos.
C) conferir transparência democrática aos atos do governo e racionalizar a produção e utilização dos
recursos documentais.
D) incentivar o poder judiciário a se responsabilizar pela gestão de seus arquivos e proceder de modo
similar com o legislativo e o executivo.
E) criar condições para que os sistemas de gestão de arquivos das entidades possam receber os
documentos dos arquivos permanentes e reclassificá-los segundo tabelas atualizadas nos arquivos
setoriais.
132
139 - O modelo de requisitos destinado a fornecer, na área arquivística brasileira, especificações
(técnicas e funcionais) e metadados que orientem a aquisição e o desenvolvimento de sistemas
informatizados, independentemente da plataforma tecnológica em que forem desenvolvidos ou
implantados, é conhecido como
A) e-ARQ Brasil.
B) NOBRADE.
C) ISAD(G).
D) EAD.
E) SINAR.
140 - As atribuições do Arquivo Nacional brasileiro alcançam tanto a esfera federal como a nacional.
Dentre tais atribuições, tem alcance exclusivamente nacional
A) a elaboração de planos de classificação para a Presidência da República.
B) o recolhimento de documentos ministeriais.
C) a assistência técnica aos arquivos municipais.
D) a confecção de tabelas de temporalidade para o próprio Arquivo.
E) o diagnóstico dos documentos acumulados pela Câmara de Deputados.
Gabarito
01 - D 02 - C 03 - A 04 - B 05 - A 06 - B 07 - E 08 - B 09 - C 10 - B
11 - D 12 - B 13 - B 14 - A 15 - B 16 - B 17 - D 18 - B 19 - C 20 - E
21 - D 22 - C 23 - E 24 - C 25 - A 26 - E 27 - A 28 - C 29 - C 30 - D
31 - B 32 - E 33 - D 34 - B 35 - C 36 - B 37 - A 38 - C 39 - B 40 - B
41 - E 42 - C 43 - A 44 - C 45 - C 46 - D 47 - D 48 - A 49 - B 50 - C
51 - A 52 - A 53 - B 54 - C 55 - D 56 - B 57 - B 58 - A 59 - D 60 - A
61 - A 62 - C 63 - A 64 - C 65 - E 66 - C 67 - B 68 - E 69 - C 70 - E
71 - A 72 - B 73 - D 74 - C 75 - B 76 - C 77 - D 78 - A 79 - C 80 - E
81 - E 82 - D 83 - E 84 - A 85 - D 86 - E 87 - D 88 - C 89 - B 90 - E
91 - C 92 - D 93 - B 94 - B 95 - D 96 - B 97 - D 98 - C 99 - D 100 - C
101 - B 102 - A 103 - E 104 - C 105 - B 106 - D 107 - E 108 - E 109 - C 110 - C
111 - A 112 - A 113 - E 114 - D 115 - D 116 - A 117 - C 118 - C 119 - E 120 - D
121 - D 122 - B 123 - B 124 - D 125 - D 126 - D 127 - A 128 - A 129 - E 130 - C
131 - D 132 - A 133 - C 134 - E 135 - D 136 - D 137 - C 138 - C 139 - A 140 - C
Coletânea de Exercícios 2
Gabarito: no final da Coletânea de exercícios
133
essencial da massa documental dos arquivos são objetivos da:
A) descrição;
B) indexação;
C) avaliação;
D) disseminação;
E) codificação.
03 - Em qualquer arquivo, é importante estabelecer critérios que visam a otimizar sua administração
de maneira coerente e eficaz. Com o objetivo de fornecer as bases para um entendimento entre a
própria instituição e os funcionários do arquivo permanente sobre o que deve ser feito com os
documentos da instituição a que dizem respeito, visando não apenas a eliminação, mas
principalmente, assegurar a preservação de certos documentos, cobrindo todos os documentos:
os que careçam de valor, como também os que possuem valor. Para atender às necessidades da
instituição e do arquivo, a sua cobertura deve ser total. Essa noção remete à interpretação do plano
de:
A) descarte;
B) destinação;
C) levantamento;
D) organização;
E) triagem.
05 - Alguns paradigmas da área arquivística permanecem ao longo dos anos, pois, mesmo
refutados em princípio, são corroborados mais adiante, garantindo consistência da área. Nessa
perspectiva, "a relação entre a individualidade do documento e o conjunto no qual ele se situa
geneticamente" é um axioma arquivístico que se traduz como:
A) integralidade;
B) viabilidade;
C) organicidade;
D) simultaneidade;
E) funcionalidade.
06 - O arquivo da universidade está sendo mantido sob condições adversas e alguns fatores como:
luz, temperatura e umidade relativa do ar, agentes externos ao documento que são os mais
responsáveis pela:
A) racionalização;
B) prevenção;
C) conservação;
D) restauração;
E) deterioração.
134
D) obturador;
E) termohigrógrafo.
13 - Assegurar a preservação dos documentos que não mais são utilizados pela administração e
que devem ser mantidos, visando a um processo de triagem que estabelecerá a eliminação ou o
arquivamento definitivo é a função principal do arquivo:
A) onomástico;
B) permanente;
C) especializado;
D) intermediário;
E) estratégico.
135
B) incineração de documentos;
C) restauração de documentos;
D) movimentação de documentos;
E) preservação de documentos.
15 - Antes de eliminar documentos inservíveis para a instituição, o técnico de arquivo deve recorrer
ao instrumento de destinação aprovado pela autoridade competente, que é a tabela de:
A) operacionalidade;
B) caducidade;
C) organicidade;
D) temporalidade;
E) originalidade.
16 - Propiciar uma visão de conjunto dos serviços de arquivo, de modo a permitir ao pesquisador
saber quais são os seus recursos, a natureza e o interesse dos fundos que ele abriga, além de
divulgar e promover o arquivo junto aos meios escolares, administrativos e culturais em geral, são
finalidades do:
A) índice;
B) resumo;
C) inventário;
D) catálogo;
E) guia.
20 - Os registros audiovisuais ou sonoros que reflitam fatos da vida da instituição são considerados
documentos de guarda do tipo:
A) eventual
B) temporária
C) permanente
D) intermediária
21 - Quanto à sua função, a guia que indica a localização de um nome ou assunto de grande
frequência, é chamada de:
A) subsidiária
B) secundária
C) primária
136
D) especial
24 - A fase da operação de arquivamento, em que é feito o arranjo dos documentos, de acordo com
a codificação dada aos mesmos, denomina-se:
A) classificação
B) automação
C) ordenação
D) inspeção
137
A) 2 - 5 - 3 - 1 - 4
B) 5 - 2 - 3 - 1 - 4
C) 2 - 3 - 1 - 4 - 5
D) 3 - 5 - 1 - 2 - 4
33 - Nos arquivos, a guarda e conservação dos documentos visando à sua utilização são
características da:
a) criação
b) função
c) finalidade
d) localização
e) importância
34 - A posição em que são dispostas, fichas e documentos, e não a forma dos móveis, distinguirá
os tipos de arquivamento, que são:
138
a) aberto e fechado
b) lateral e diagonal
c) simples e composto
d) relativo e eletrônico
e) vertical e horizontal
35 - A centralização dos arquivos correntes não é apenas a reunião da documentação em único
local, como também a concentração de todas as atividades de controle de documentos. O órgão
encarregado dessa centralização é o protocolo que concentra as seguintes atividades:
A) arquivo, controle, análise e eliminação
B) expedição, controle, retenção e expurgo
C) avaliação, levantamento, movimentação e descarte
D) recebimento, registro, distribuição e movimentação
E) planejamento, análise, implantação e acompanhamento
39 - O método geográfico é do sistema direto, sendo a busca feita diretamente ao documento. Este
método é preferido quando o principal elemento a ser considerado em um documento é a:
A) palavra
B) informação
C) alfabetação
D) procedência
E) correspondência
139
C) prescrição
D) valoração
E) descarte
43 - Reunir, conservar, arranjar, descrever e facilitar a consulta dos documentos oficiais, visando
a torná-los úteis para fins administrativos, pesquisas históricas é função do arquivo:
A) corrente
B) especial
C) permanente
D) intermediário
E) especializado
45 - É obra destinada à orientação dos usuários no conhecimento e na utilização dos fundos que
integram o acervo de um arquivo. É o instrumento de pesquisa mais genérico, pois se propõe a
informar a totalidade dos fundos existentes no arquivo. Este instrumento é identificado como:
A) guia
B) índice
C) catálogo
D) repertório
E) Topográfico
47 - Os documentos de arquivos podem assumir, basicamente, dois tipos de valores que de acordo
com os seus conteúdos, podem ser:
A) ativo e passivo
B) probatório e fiscal
C) eventual e jurídico
D) transitório e definitivo
E) administrativo e histórico
140
B) científicas e culturais
C) físicas e científica
D) físicas e culturais
E) culturais e físicas
51 - O arranjo tem sob sua custódia documentos resultantes da experiência humana num campo
específico, independente da forma física que apresentam, é identificado como:
A) especial
B) corrente
C) técnico
D) especializado
E) geral
54 - As projeções das guias, em um arquivo corrente, possuem funções. Estas podem ser
classificadas de acordo com a necessidade de trabalho. Assim, a guia que indica a localização de
um nome ou assunto de grande frequência tem o nome de:
A) especial
B) subsidiária
C) primária
D) secundária
E) terciária
141
55 - As atividades de colocação dos papéis nas galerias, estantes ou caixas, seu empacotamento,
fixação de etiquetas etc., referem-se ao arranjo do tipo:
A) aberto
B) físico
C) funcional
D) intelectual
E) condicional
57 - Estabelecer preceitos capazes de orientar a ação dos responsáveis pela análise e seleção do
documento, com vistas à fixação de prazos para sua guarda ou eliminação, é competência da:
A) recepção
B) avaliação
C) destinação
D) organização
E) acumulação
142
62 - De acordo com a terminologia internacional sobre Arquivologia, "a sequência de documentos
da mesma natureza no interior de um fundo "é chamada de:
A) série
B) item
C) grupo
D) seção
E) divisão
68 - Ao longo da história, tem sido objeto dos trabalhos dos especialistas de arquivo:
A) conservação, memória, organização e guarda
B) produção, tramitação, conservação e autuação
C) tratamento, conservação, geração/gestão e difusão
D) organização, apensamento, arquivamento e conservação
E) autuação, conservação, análise, análise documental e arquivamento
69 - Órgão colegiado, que tem por finalidade elaborar e implementar políticas públicas do Estado
143
do Rio de Janeiro voltadas para a gestão, preservação e acesso aos documentos de arquivos, de
forma a garantir seu pleno uso administrativo, científico e cultural e favorecer o cidadão no
exercício de seus direitos:
a) AAPE
b) COEARJ
c) ACARJ
d) CEA
e) CONEARQ
73 - Considerando a teoria das três idades, a avaliação dos documentos de arquivo deve ser
realizada no estágio:
A) intermediário
B) corrente / intermediário
C) intermediário / permanente
D) corrente
E) permanente
144
76 - O procedimento arquivístico destinado a assegurar as atividades de acondicionamento,
armazenamento, conservação e restauração de documentos denomina-se:
A) preservação
B) descrição
C) conservação
D) restauração
E) avaliação
77 - Os itens abaixo apresentam diferentes definições para os Arquivos. Qual das alternativas é a
mais completa?
A) Conjunto organizado de documentos produzidos ou recebidos e preservados por instituições públicas
ou privadas (pessoa jurídica e física), visando sua futura recuperação.
B) Conjunto organizado de documentos preservados para fins administrativos e jurídicos, servindo para
futura tomada de decisão.
C) São coleções de papéis e documentos que guardados em fichários arquivo, preservam a memória e
guardam a história.
D) Tratam da organização de papéis e de documentos desorganizados.
E) Nenhuma está correta.
80 - Para que o arquivamento dos documentos seja feito de forma correta, o arquivista deve seguir
determinadas rotinas.
As rotinas abaixo relacionadas encontram-se de forma desordenada. Numere-as para indicar a
sequência correta.
1- ( ) Promover a restauração das folhas em mau estado de conservação.........................................
2 - ( ) Receber os documentos e examiná-los a fim de não serem guardados aqueles cujas ações ainda
não tenham sido concluídas.
3 - ( ) Avaliar as gavetas do arquivo corrente, transferindo ou recolhendo o material de consulta para o
arquivo intermediário ou permanente, ou ainda propondo a eliminação dos documentos que tenham
perdido o seu valor documental ou correspondam a duplicatas desnecessárias.
4 - ( ) Arquivar todos os documentos de acordo com o método adotado.
5 - ( ) Preencher as Folhas de Referência no caso de o documento exigir mais de uma classificação.
6 - ( ) Classificar as cópias da correspondência expedida, anotando o código adotado em todas as
cópias.
7 - ( ) Arquivar uma cópia por assunto, no dossiê próprio, acompanhada dos antecedentes que lhe
deram origem, se for o caso.
8 - ( ) Verificar a classificação atribuída no ato do recebimento, ratificando-a ou retificando-a.
9 - ( ) Encaminhar a cópia em papel de cor distinta das demais ao órgão que elaborou a
correspondência.
10 - ( ) Arquivar outra cópia em ordem numérico-cronológica.
11 - ( ) Dar as buscas necessárias para atender aos pedidos de antecedentes feitos pelo setor de
145
recebimento e classificação ou a esclarecimentos solicitados pelo setor de registro e movimentação.
12 - ( ) Conservar em ordem os documentos arquivados.
81 - A Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística - ISAAD (G), 2ª. edição, adotada pelo
Comitê de Normas de Descrição em Estocolmo, (1999) esclarece que as regras contidas na norma
não dão orientação para a descrição de documentos:
A) de valor secundário.
B) especializados.
C) em suporte midiático.
D) especiais.
E) permanentes.
146
85 - Na NOBRADE as condições de acesso referem-se às informações sobre as restrições bem
como em quais estatutos legais ou outros regulamentos se baseiam.
Assinale a alternativa que apresenta os dois níveis de restrição de uso obrigatório.
A) Nível 0 e 1
B) Nível 0 e 2
C) Nível 1 e 2
D) Nível 0 e 3
E) Nível 3 e 4
147
C) o encerramento da tramitação.
D) a destinação final.
E) a grande possibilidade de uso dos documentos.
Gabarito
01 - D 02 - C 03 - B 04 - A 05 - C 06 - E 07 - A 08 - A 09 - B 10 - E
11 - A 12 - B 13 - D 14 - B 15 - C 16 - B 17 - A 18 - E 19 - C 20 - C
21 - D 22 - C 23 - B 24 - C 25 - A 26 - B 27 - D 28 - A 29 - D 30 - B
31 - D 32 - D 33 - B 34 - E 35 - D 36 - E 37 - A 38 - B 37 - D 40 - C
41 - A 42 - B 43 - C 44 - B 45 - A 46 - B 47 - E 48 - A 49 - C 50 - A
148
51 - D 52 - E 53 - B 54 - A 55 - B 56 - A 57 - B 58 - B 59 - C 60 - D
61 - D 62 - A 63 - C 64 - A 65 - C 66 - B 67 - D 68 - C 69 - E 70 - E
71 - E 72 - A 73 - D 74 - D 75 - A 76 - A 77 - A 78 - B 79 - C 80 - C
81 - D 82 - E 83 - C 84 - E 85 - A 86 - C 87 - B 88 - E 89 - B 90 - E
91 - C 92 - D 93 - C 94 - D 95 - C ***** ****** ****** ****** ******
Coletânea de Exercícios 3
Gabarito: no final da Coletânea de exercícios
10 - Somente serão aceitos, nos arquivos, os processos que, finalizado o trâmite, possuírem o indicativo
"arquive-se", aposto pela autoridade competente.
Gabarito
01 - E 02 - C 03 - C 04 - C 05 - E
06 - C 07 - E 08 - E 09 - C 10 - C
149
Legislação pertinente
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º - É dever do Poder Público a gestão documental e a proteção especial a documentos de arquivos,
como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos
de prova e informação.
Art. 2º - Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei, os conjuntos de documentos produzidos e
recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do
exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da
informação ou a natureza dos documentos.
150
Art. 3º - Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas
referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária,
visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.
Art. 4º - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de
interesse coletivo ou geral, contidas em documentos de arquivos que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado, bem como à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das
pessoas.
Art. 5º - A administração pública franqueará a consulta aos documentos públicos na forma da Lei.
Art. 6º - Fica resguardado o direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente da violação do
sigilo, sem prejuízo das ações penal, civil e administrativa.
CAPÍTULO II
DOS ARQUIVOS PÚBLICOS
Art. 7º - Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de
suas atividades, por órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e municipal em
decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias.
§ 1º - São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter
público, por entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas
atividades.
§ 2º - A cessação de atividade de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua
documentação à instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora.
Art. 9º - A eliminação de documentos produzidos por instituições públicas e de caráter público será
realizada mediante autorização da instituição arquivística pública, na sua específica esfera de
competência.
CAPÍTULO III
DOS ARQUIVOS PRIVADOS
Art. 11 - Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por
pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades.
Art. 12 - Os arquivos privados podem ser identificados pelo Poder Público como de interesse público e
social, desde que sejam considerados como conjuntos de fontes relevantes para a história e
desenvolvimento científico nacional.
Art. 13 - Os arquivos privados identificados como de interesse público e social não poderão ser alienados
com dispersão ou perda da unidade documental, nem transferidos para o exterior.
Parágrafo único - Na alienação desses arquivos o Poder Público exercerá preferência na aquisição.
151
Art. 14 - O acesso aos documentos de arquivos privados identificados como de interesse público e social
poderá ser franqueado mediante autorização de seu proprietário ou possuidor.
Art. 15 - Os arquivos privados identificados como de interesse público e social poderão ser depositados a
título revogável, ou doados a instituições arquivísticas públicas.
CAPÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE INSTITUIÇÕES
ARQUIVÍSTICAS PÚBLICAS
Art. 17 - A administração da documentação pública ou de caráter público compete às instituições
arquivísticas federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais.
§ 1° - São arquivos Federais o Arquivo Nacional do Poder Executivo, e os arquivos do Poder Legislativo e
do Poder Judiciário. São considerados, também, do Poder Executivo os arquivos do Ministério da Marinha,
do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério do Exército e do Ministério da Aeronáutica.
§ 2° - São Arquivos Estaduais o arquivo do Poder Executivo, o arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do
Poder Judiciário.
§ 3° - São Arquivos do Distrito Federal o arquivo do Poder Executivo, o arquivo do Poder Legislativo e o
arquivo do Poder Judiciário.
§ 4° - São Arquivos Municipais o arquivo do Poder Executivo e o arquivo do Poder Legislativo.
§ 5° - Os arquivos públicos dos Territórios são organizados de acordo com sua estrutura político-jurídica.
Art. 18 - Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos
pelo Poder Executivo Federal, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda,
e acompanhar e implementar a política nacional de arquivos.
Parágrafo único - Para o pleno exercício de suas funções, o Arquivo Nacional poderá criar unidades
regionais.
Art. 19 - Competem aos arquivos do Poder Legislativo Federal a gestão e o recolhimento dos documentos
produzidos e recebidos pelo Poder Legislativo Federal no exercício de suas funções, bem como preservar
e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda.
Art. 20 - Competem aos arquivos do Poder Judiciário Federal a gestão e o recolhimento dos documentos
produzidos e recebidos pelo Poder Judiciário Federal no exercício de suas funções, tramitados em juízo e
oriundos de cartórios e secretarias, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua
guarda.
CAPÍTULO V
DO ACESSO E DO SIGILO DOS DOCUMENTOS PÚBLICOS
Art. 22 - É assegurado o direito de acesso pleno aos documentos públicos.
Art. 23 - Decreto fixará as categorias de sigilo que deverão ser obedecidas pelos órgãos públicos na
classificação dos documentos por eles produzidos.
§ 1° - Os documentos cuja divulgação ponha em risco a segurança da sociedade e do Estado, bem como
aqueles necessários ao resguardo da inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem
das pessoas são originalmente sigilosos.
§ 2° - O acesso aos documentos sigilosos referentes à segurança da sociedade e do Estado será restrito
por um prazo máximo de 30 (trinta) anos, a contar da data de sua produção, podendo esse prazo ser
prorrogado, por uma única vez, por igual período.
152
§ 3° - O acesso aos documentos sigilosos referentes à honra e a imagem das pessoas será restrito por
um prazo máximo de 100 (cem) anos, a contar da data de sua produção.
Art. 24 - Poderá o Poder Judiciário, em qualquer instância, determinar a exibição reservada de qualquer
documento sigiloso, sempre que indispensável à defesa de direito próprio ou esclarecimento de situação
pessoal da parte.
Parágrafo único - Nenhuma norma de organização administrativa será interpretada de modo a, por
qualquer forma, restringir o disposto neste artigo.
(Artigos e parágrafos Revogados pela Lei nº 12.527, de 2011)
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 25 - Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e administrativa, na forma da legislação em vigor,
aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor permanente ou considerado como de interesse
público e social.
Art. 26 - Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ, órgão vinculado ao Arquivo Nacional,
que definirá a política nacional de arquivos, como órgão central de um Sistema Nacional de Arquivos -
SINAR.
§ 1° - O Conselho Nacional de Arquivos será presidido pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional e integrado
por representantes de instituições arquivísticas e acadêmicas, públicas e privadas.
§ 2° - A estrutura e funcionamento do Conselho criado neste artigo serão estabelecidos em regulamento.
O Presidente da República, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição e
tendo em vista o disposto no art. 3° da Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968
Decreta:
Art.1. A microfilmagem, em todo território nacional, autorizada pela Lei nº 5.433, de 8 de maio de 1968,
abrange a dos documentos oficiais ou públicos, de qualquer espécie e em qualquer suporte, produzidos e
recebidos pelos órgãos dos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, da Administração Indireta, da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a dos documentos particulares ou
privados, de pessoas físicas ou jurídicas.
Art. 2°. A emissão de cópias, traslados e certidões extraídas de microfilmes, bem assim a autenticação
desses documentos, para que possam produzir efeitos legais, em juízo ou fora dele, é regulada por este
Decreto.
Art. 3°. Entende-se por microfilme, para fins deste Decreto, o resultado do processo de reprodução em
filme, de documentos, dados e imagens, por meios fotográficos ou eletrônicos, em diferentes graus de
redução.
153
Art. 4°. A microfilmagem será feita em equipamentos que garantam a fiel reprodução das informações,
sendo permitida a utilização de qualquer microforma.
Parágrafo único. Em se tratando da utilização de microfichas, além dos procedimentos previstos neste
Decreto, tanto a original como a cópia terão, na sua parte superior, área reservada a titulação, a
identificação e a numeração sequencial legíveis com a vista desarmada, bem como fotogramas destinados
à indexação.
Art. 5°. A microfilmagem, de qualquer espécie, será feita sempre em filme original, com o mínimo de 180
linhas por milímetro de definição, garantida a segurança e qualidade de imagem e de reprodução.
§ 1°. Será obrigatória, para efeito de segurança, a extração de filme cópia, do filme original.
§ 2°. Fica vedada a utilização de filmes atualizáveis de qualquer tipo, tanto para a confecção do original
como para a extração de cópias.
§ 3°. O armazenamento do filme original deverá ser feito em local diferente do seu filme cópia.
Art. 6°. Na microfilmagem poderá ser utilizado qualquer grau de redução, garantida a legibilidade e a
qualidade de reprodução.
Parágrafo único. Quando se tratar de original cujo tamanho ultrapasse a dimensão máxima do campo
fotográfico do equipamento em uso, a microfilmagem poderá ser feita por etapas, sendo obrigatória a
repetição de uma parte da imagem anterior na imagem subsequente, de modo que se possa identificar,
por superposição, a continuidade entre as seções adjacentes microfilmadas.
Art. 7º. Na microfilmagem de documentos cada série será sempre precedida de imagem
de abertura, com os seguintes elementos:
I - identificação do detentor dos documentos a serem microfilmados;
II - número do microfilme, se for o caso;
III - local e a data da microfilmagem;
IV - registro no Ministério da Justiça;
V - ordenação, identificação e resumo da série de documentos a serem microfilmados;
VI - menção, quando for o caso, de que a série de documentos a serem microfilmados é continuação da
série contida em microfilme anterior;
VII - identificação do equipamento utilizado, da unidade filmada e do grau de redução;
VIII - nome por extenso, qualificação funcional, se for o caso, e assinatura do detentor dos documentos a
serem microfilmados;
IX - nome por extenso, qualificação funcional e assinatura do responsável pela unidade, cartório ou
empresa executora da microfilmagem.
Art. 8° No final da microfilmagem de cada série será sempre reproduzida a imagem de encerramento,
imediatamente após o último documento, com os seguintes elementos:
I - identificação do detentor dos documentos microfilmados;
II - informações complementares relativas ao item V do artigo 6 deste Decreto;
III - termo de encerramento atestando a fiel observância às disposições do presente Decreto;
IV - menção, quando for o caso, de que a série de documentos microfilmados continua em microfilme
posterior;
V - nome por extenso, qualificação funcional e assinatura do responsável pela unidade, cartório ou
empresa executora da microfilmagem.
154
seguintes elementos:
a) identificação do microfilme, local e data;
b) descrição das irregularidades constatadas;
c) nome por extenso, qualificação funcional e assinatura do responsável pela unidade, cartório ou empresa
executora da microfilmagem.
§ 2° É obrigatório fazer indexação remissiva para recuperar as informações e assegurar a localização dos
documentos.
§ 3° Caso a complementação não satisfaça os padrões de qualidade exigidos, a microfilmagem dessa
série de documentos deverá ser repetida integralmente.
Art. 10°. Para o processamento dos filmes serão utilizados equipamentos e técnicas que assegurem ao
filme alto poder de definição, densidade uniforme e durabilidade.
Art. 11. Os documentos, em tramitação ou em estudo, poderão, a critério da autoridade competente, ser
microfilmados, não sendo permitida a sua eliminação até a definição de sua destinação final.
Art. 12. A eliminação de documentos, após a microfilmagem, dar-se-á por meios que garantam sua
inutilização, sendo a mesma precedida de lavratura de termo próprio e após a revisão e a extração de
filme cópia.
Parágrafo único. A eliminação de documentos oficiais ou públicos só deverá ocorrer se a mesma estiver
prevista na tabela de temporalidade do órgão, aprovada pela autoridade competente na esfera de atuação
do mesmo e respeitado o disposto no art. 9° da Lei n° 8.159, de 8 de janeiro de 1991.
Art. 13. Os documentos oficiais ou públicos, com valor de guarda permanente, não poderão ser eliminados
após a microfilmagem, devendo ser recolhidos ao arquivo público de sua esfera de atuação ou preservados
pelo próprio órgão detentor.
Art. 14. Os traslados, as certidões e as cópias em papel ou em filme de documentos microfilmados, para
produzirem efeitos legais em juízo ou fora dele, terão que ser autenticados pela autoridade competente
detentora do filme original.
§ 1° Em se tratando de cópia em filme, extraída de microfilmes de documentos privados, deverá ser emitido
termo próprio, no qual deverá constar que o filme que o acompanha é cópia fiel do filme original, cuja
autenticação far-se-á nos cartórios que satisfizerem os requisitos especificados no artigo seguinte.
§ 3° A cópia em papel, de que trata o parágrafo anterior, poderá ser extraída utilizando-se qualquer meio
de reprodução, desde que seja assegurada a sua fidelidade e qualidade de leitura.
Art. 15. A microfilmagem de documentos poderá ser feita por empresas e cartórios habilitados nos termos
deste Decreto.
Parágrafo único. Para exercer a atividade de microfilmagem de documentos, as empresas e cartórios, a
que se refere este artigo, além da legislação a que estão sujeitos, deverão requerer registro no Ministério
da Justiça e sujeitar-se à fiscalização que por este será exercida quanto ao cumprimento do disposto no
presente Decreto. (Revogado pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
155
Art. 17. Os microfilmes e filmes cópia, produzidos no exterior, somente terão valor legal, em juízo ou fora
dele, quando:
I - autenticados por autoridade estrangeira competente;
II - tiverem reconhecida pela autoridade consular brasileira a firma da autoridade estrangeira que os houver
autenticado;
III - forem acompanhados de tradução oficial.
Art. 18. Os microfilmes originais e os filmes cópia resultantes da microfilmagem de documentos sujeitos à
fiscalização, ou necessários à prestação de contas, deverão ser mantidos pelos prazos de prescrição a
que estariam sujeitos os seus respectivos originais.
Art. 19. As infrações, às normas deste Decreto, por parte dos cartórios e empresas registrados no
Ministério da Justiça sujeitarão o infrator, observada a gravidade do fato, às penalidades de advertência
ou suspensão do registro, sem prejuízo das sanções penais e civis cabíveis.
Parágrafo único. No caso de reincidência por falta grave, o registro será cassado definitivamente.
Art. 20. O Ministério da Justiça expedirá as instruções que se fizerem necessárias ao cumprimento deste
Decreto.
ARQUIVO NACIONAL
CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS
Resolução nº 10, de 6 de dezembro de 1999
(D.O.U. 22/12/1999)
Dispõe sobre a adoção de símbolos ISO nas sinaléticas a serem utilizadas no processo de microfilmagem
de documentos arquivísticos.
Considerando os dispositivos da Lei nº 5.433, de 8 de maio de 1968, regulamentada pelo Decreto nº 1.799,
de 30 de janeiro de 1996 e da Portaria MJ nº 58, de 20 de junho de 1996, que tratam da microfilmagem de
documentos arquivísticos;
Considerando os resultados da Comissão Especial criada pela Portaria CONARQ nº 30, de 22 de fevereiro
de 1999, com a finalidade de adequar os símbolos de normas ISO de sinaléticas técnicas à microfilmagem
de documentos arquivísticos;
Considerando a necessidade de que a microfilmagem dos documentos arquivísticos seja realizada dentro
dos padrões e normas internacionais, resolve:
156
Art. 1º Adotar, no processo de microfilmagem de documentos arquivísticos, símbolos constantes da ISO
9878/1990, anexo 1, e o roteiro de sinaléticas, anexo 2.
ANEXO 1
Fim do rolo.
(*)
Beginning of roll. 0075
(*)
0076
Continuação de outro
rolo
Continua em outro
rolo. Continued from
another roll.
Continued on another
(*)
roll. 0491
(*)
0490
Continuação de outro
rolo
Continua em outro
rolo. Continued from
another roll.
Continued on another
(*)
roll. 0491
(*)
0490
157
Original ilegível. Original em cores.
(*) (*)
0077 0488
(*)
0078
Páginas e/ou
números em falta.
Numeração incorreta.
Missing pages
Data incorreta. and/or issues.
(*)
Incorrect numbering. 0081
Incorrect date.
(*)
0079
OBS: As letras e números das mensagens, que acompanham os símbolos obrigatórios indicados no item
1, deverão ser apresentados na fonte ARIAL, em tamanho igual ou superior a 70 pontos. Para os símbolos
indicados no item 2, o tamanho poderá variar entre 14 e 30 pontos. Na ausência da fonte ARIAL, usar
letras e números não serifados, isto é, sem qualquer tipo de adorno, em tamanho igual ou superior a 18
milímetros para os símbolos indicados no item 1. Para os símbolos indicados no item 2, o tamanho poderá
variar entre 3 e 7 milímetros.
ANEXO 2
ROTEIRO DE SINALÉTICAS - QUADRO DE APLICAÇÃO
I - SINALÉTICAS QUE ANTECEDEM À SEQUÊNCIA DE DOCUMENTOS A SEREM
MICROFILMADOS:
158
SINALÉTICAS SÍMBOLOS ISO CORPO DAS LETRAS E INFORMAÇÕES SOBRE O USO
NÚMEROS
ARIAL OU SIMILAR 1
(ANEXO 1) PONTOS MILÍMETROS
1. INÍCIO DO ROLO 70 18 Deve constar de todos os rolos
para que não restem dúvidas
quanto ao início do filme.
ou superior ou superior
2. CONTINUAÇÃO DE 70 18 Deve ser usada para informar
OUTRO ROLO que os documentos que
precedem os que serão
ou superior ou superior
microfilmados encontram-se
em outro rolo.
3. IMAGEM DE __ 14 a 30 3a7 Deve ser usada para indicar as
OBSERVAÇÃO omissões, problemas de
legibilidade ou outras
ocorrências previstas no art. 9º
do Decreto nº 1.799, de 30
janeiro de 1996.
4. DENSIDADE UNIFORME __ __ __ Deve constar de todos os rolos
uma folha em branco,
preferencialmente com as
características do papel
fotográfico fosco, que permita
a medição da densidade do
microfilme.
5. NÚMERO DO FILME __ 70 18 Cada rolo de microfilme poderá
receber um número, para fins
de identificação, registro,
ou superior ou superior
controle e acesso.
6. LOGOTIPO E __ 14 a 30 3a7 Deve constar de todos os rolos.
IDENTIFICAÇÃO DA Caso a instituição possua
INSTITUIÇÃO DETENTORA logotipo, este poderá integrar a
DO ACERVO sinalética.
7. LOGOTIPO E __ 36 a 58 9 a 15 Pode ser usada quando a
IDENTIFICAÇÃO DO microfilmagem decorrer de
PROJETO DE patrocínio, convênio,
MICROFILMAGEM intercâmbio etc.
8. RESTRIÇÕES QUANTO __ 14 a 30 3a7 Pode ser usada para informar
À REPRODUÇÃO ao usuário que a instituição se
reserva o direito de recusar
pedidos de reprodução de
documentos de seu acervo,
que violem dispositivos legais
em vigor, tais como: Lei nº
9.610, de 19 de fevereiro de
1998 (Direitos Autorais), Lei nº
8.159, de 8 de janeiro de 1991
(Lei de Arquivos) e seus
decretos regulamentadores.
(1) Usar a fonte ARIAL, no tamanho indicado em pontos. Na ausência dessa fonte, usar letras e
números não serifados, isto é, letras e números sem qualquer tipo de adorno, no tamanho indicado
em milímetros
159
SINALÉTICAS SÍMBOLOS ISO CORPO DAS LETRAS E NÚMEROS INFORMAÇÕES SOBRE O USO
ARIAL OU SIMILAR 2
(2) Usar a fonte ARIAL, no tamanho indicado em pontos. Na ausência dessa fonte, usar letras e
números não serifados, isto é, letras e números sem qualquer tipo de adorno, no tamanho indicado
em milímetros
160
SINALÉTICAS SÍMBOLOS ISO CORPO DAS LETRAS E NÚMEROS INFORMAÇÕES SOBRE O
USO
ARIAL OU SIMILAR
(ANEXO 1) PONTOS MILÍMETROS
1. DENSIDADE __ __ __ Deve constar de todos os
UNIFORME rolos uma folha em branco,
preferencialmente com as
características do papel
fotográfico fosco, que permita
a medição da densidade do
microfilme.
2. CARTÃO DE __ __ __ Deve constar de todos os
RESOLUÇÃO rolos para permitir a
realização de testes de
qualidade.
3. IMAGEM DE __ 14 a 20 3a7 Deve constar de todos os
ENCERRAMENTO rolos, contendo as
informações previstas no art.
8º do Decreto nº 1.799/96.
4. CONTINUA EM OUTRO 70 18 Deve ser usada para informar
ROLO que documentos do mesmo
conjunto documental
ou superior ou superior
encontram-se microfilmados
em outro rolo.
5. FIM DO ROLO 70 18 Deve constar de todos os
rolos para que não restem
dúvidas quanto ao fim do
ou superior ou superior
filme.
Dispõe sobre o Sistema de Gestão de Documentos e Arquivos da administração pública federal. (Redação
dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI,
alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 30 do Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro
de 1967, no art. 18 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, e no Decreto no 4.073, de 3 de janeiro de
2002,
DECRETA:
161
I - garantir ao cidadão e aos órgãos e entidades da administração pública federal o acesso aos arquivos e
às informações neles contidas, de forma ágil e segura, resguardados os aspectos de sigilo e as restrições
legais; (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
II - integrar e coordenar as atividades de gestão de documentos e arquivo desenvolvidas pelos órgãos
setoriais e seccionais que o integram; (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
III - divulgar normas relativas à gestão e à preservação de documentos e arquivos; (Redação dada pelo Decreto
nº 10.148, de 2019)
IV - racionalizar a produção da documentação arquivística pública;
V - racionalizar e reduzir os custos operacionais e de armazenagem da documentação arquivística pública;
VI - preservar o patrimônio documental arquivístico da administração pública federal;
VII - articular-se com os demais sistemas que atuam direta ou indiretamente na gestão da informação
pública federal; e (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
VIII - fortalecer os serviços arquivísticos nos órgãos e nas entidades da administração pública federal, com
vistas à racionalização e eficiência de suas atividades. (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
162
VI - promover e manter intercâmbio de cooperação técnica com instituições e sistemas afins, nacionais e
internacionais;
VII - proporcionar aos servidores que atuam na área de gestão de documentos de arquivo a capacitação,
o aperfeiçoamento, o treinamento e a reciclagem garantindo constante atualização.
Art. 9o Os órgãos setoriais do SIGA vinculam-se ao órgão central para os estritos efeitos do disposto
neste Decreto, sem prejuízo da subordinação ou vinculação administrativa decorrente de sua posição na
estrutura organizacional dos órgãos e entidades da administração pública federal.
Art. 10. Fica instituído sistema de informações destinado à operacionalização do SIGA, com a finalidade
de integrar os serviços arquivísticos dos órgãos e entidades da administração pública federal.
Parágrafo único. Os órgãos setoriais e seccionais são responsáveis pela alimentação e
processamento dos dados necessários ao desenvolvimento e manutenção do sistema de que trata
o caput deste artigo.
Capítulo I
DO CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS
Art. 1º O Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ, órgão colegiado instituído no âmbito do Arquivo
Nacional, criado pelo art. 26 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, tem por finalidade definir a política
nacional de arquivos públicos e privados. (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
163
V - estimular programas de gestão e de preservação de documentos públicos de âmbito federal, estadual,
distrital e municipal, produzidos ou recebidos pelo Poder Público; (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
VI - subsidiar a elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo metas e prioridades da
política nacional de arquivos públicos e privados;
VII - estimular a implantação de sistemas de arquivos nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da
União, dos Estados, do Distrito Federal e nos Poderes Executivo e Legislativo dos Municípios;
VIII - estimular a integração e modernização dos arquivos públicos e privados;
IX - identificar os arquivos privados de interesse público e social, nos termos do art. 12 da Lei no 8.159, de
1991;
X - propor ao Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública a declaração de interesse público e social
de arquivos privados; (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
XI - estimular a capacitação técnica dos recursos humanos que desenvolvam atividades de arquivo nas
instituições integrantes do SINAR;
XII - recomendar providências para a apuração e a reparação de atos lesivos à política nacional de arquivos
públicos e privados;
XIII - promover a elaboração do cadastro nacional de arquivos públicos e privados, bem como desenvolver
atividades censitárias referentes a arquivos;
XIV - manter, por meio do Arquivo Nacional, intercâmbio com outros colegiados e instituições, cujas
finalidades sejam relacionadas ou complementares às suas, para prover e receber elementos de
informação e juízo, conjugar esforços e encadear ações; (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)XV -
articular-se com outros órgãos do Poder Público formuladores de políticas nacionais nas áreas de
educação, cultura, ciência, tecnologia, informação e informática; (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
XVI - propor a celebração, por meio do Arquivo Nacional, de acordos, convênios, parcerias e termos de
cooperação técnica com órgãos e entidades públicas e privadas em matéria de interesse mútuo; e (Incluído
pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
XVII - editar orientações técnicas para a implementação da política nacional de arquivos, por meio de
resolução. (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
Art. 2º-A - Compete ao Arquivo Nacional, quanto à implementação da política nacional de arquivos
públicos e privados, no âmbito da administração pública federal: (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
I - celebrar acordos, convênios, parcerias e termos de cooperação com órgãos e entidades públicas e
privadas em matéria de interesse mútuo; (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
II - propor atos normativos ao Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública relativos ao
aprimoramento e à implementação da política nacional de arquivos públicos e privados; (Incluído pelo Decreto
nº 10.148, de 2019)
III - fornecer subsídios para o arquivamento de documentos públicos em meio eletrônico, óptico ou
equivalente, observado a legislação; e (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
IV - estabelecer as diretrizes para a preservação e o acesso aos documentos públicos, independentemente
de sua forma ou natureza. (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
164
b) um pelo Ministro de Estado Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República; ((Incluído pelo Decreto
nº 10.148, de 2019)
II - na hipótese do inciso III do caput, pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pelo Decreto nº
10.148, de 2019)
III - na hipótese do inciso IV do caput: (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
a) um pelo Presidente da Câmara dos Deputados; e (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
b) um pelo Presidente do Senado Federal; e (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
IV - nas hipóteses dos incisos V a VIII do caput, por meio de seleção pública realizada nos termos do
disposto em ato do Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública.
§ 3º Os membros do CONARQ e respectivos suplentes serão designados pelo Ministro de Estado da
Justiça e Segurança Pública. (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
§ 4º Os membros do CONARQ de que tratam os incisos VII e VIII do caput e respectivos suplentes terão
mandato de dois anos. (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
§ 5o O Presidente do CONARQ, em suas faltas e impedimentos, será substituído por seu substituto legal
no Arquivo Nacional.
§ 1º O CONARQ funcionará junto ao Arquivo Nacional. (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
§ 2º As reuniões do CONARQ serão realizadas preferencialmente por meio de videoconferência. (Redação
dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
Art. 6º O quórum de reunião do CONARQ é de maioria absoluta dos membros e o quórum de aprovação
é de maioria simples. (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
Parágrafo único. Além do voto ordinário, o Presidente do CONARQ terá o voto de qualidade em caso de
empate. (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
Art. 7º O CONARQ poderá instituir câmaras técnicas consultivas com a finalidade de auxiliar o Conselho
a elaborar estudos e propostas normativas e propor soluções para questões da política nacional de
arquivos públicos e privados e do funcionamento do Sistema Nacional de Arquivos. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.148, de 2019)
§ 1º As câmaras técnicas consultivas serão compostas na forma de ato do CONARQ e seus membros
poderão ser conselheiros do CONARQ ou especialistas convidados. (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
§ 2º Os membros das câmaras técnicas consultivas serão designados pelo Presidente do CONARQ, ad
referendum do Conselho. (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
§ 3º As câmaras técnicas do CONARQ: (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
I - não poderão ter mais de cinco membros; (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
II - terão caráter temporário e duração não superior a um ano; e (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
III - estão limitadas a cinco operando simultaneamente. (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
§ 4º Os membros das câmaras técnicas que se encontrarem no Distrito Federal ou no Rio de Janeiro, a
depender do local de realização da reunião, participarão de forma presencial e os membros que se
encontrem em outros entes federativos participarão da reunião por meio de videoconferência. (Incluído pelo
Decreto nº 10.148, de 2019)
Art. 7º-A Fica instituída a Comissão de Avaliação de Acervos Privados, no âmbito do CONARQ, de caráter
permanente, à qual compete: (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
I - receber as propostas de declaração de interesse público e social de acervos privados e instruir o
processo de avaliação; (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
II - convidar especialistas para análise do acervo privado, quando necessário; (Incluído pelo Decreto nº 10.148,
de 2019)
III - emitir parecer conclusivo sobre o interesse público e social do acervo privado para apreciação pelo
Plenário do CONARQ; e (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
165
IV - subsidiar o monitoramento dos acervos declarados como de interesse público e social pelo Poder
Executivo federal. (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
§ 1º A Comissão de Avaliação de Acervos Privados terá de três a cinco membros e respectivos suplentes,
nos termos do disposto em ato do CONARQ. (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
§ 2º Os membros da Comissão de Avaliação de Acervos Privados e respectivos suplentes, incluído o seu
Presidente: (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
I - poderão ser conselheiros do CONARQ ou especialistas convidados; e (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de
2019)
II - serão designados pelo Presidente do CONARQ, ad referendum do Conselho. (Incluído pelo Decreto nº
10.148, de 2019)
§ 3º A Comissão de Avaliação de Acervos Privados se reunirá em caráter ordinário sempre que houver
solicitação para análise de acervo privado e por convocação do seu Presidente e em caráter extraordinário
por convocação do seu Presidente ou solicitação de seus membros. (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
§ 4º O quórum de reunião da Comissão de Avaliação de Acervos Privados é de maioria absoluta dos
membros e o quórum de aprovação é de maioria simples. (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
§ 5º Além do voto ordinário, o Presidente da Comissão de Avaliação de Acervos Privados terá o voto de
qualidade em caso de empate. (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
§ 6º A Secretaria-Executiva da Comissão de Avaliação de Acervos Privados será exercida pelo Arquivo
Nacional. (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
§ 7º Os membros da Comissão de Avaliação de Acervos Privados que se encontrarem no Distrito Federal
se reunirão presencialmente no Arquivo Nacional e os membros que se encontrem em outros entes
federativos participarão da reunião por meio de videoconferência. (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
§ 8º A participação na Comissão de Avaliação de Acervos Privados será considerada prestação de serviço
público relevante, não remunerada. (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
Art. 8o É considerado de natureza relevante, não ensejando qualquer remuneração, o exercício das
atividades de Conselheiro do CONARQ e de integrante das câmaras e comissões. (Revogado pelo Decreto nº
10.148, de 2019)
Art. 9º-A O Presidente do CONARQ encaminhará relatório anual das atividades do CONARQ ao Ministro
da Justiça e Segurança Pública. (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
Capítulo II
DO SISTEMA NACIONAL DE ARQUIVOS
Art. 10. O SINAR tem por finalidade implementar a política nacional de arquivos públicos e privados,
visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de arquivo.
166
Art. 13. Compete aos integrantes do SINAR:
I - promover a gestão, a preservação e o acesso às informações e aos documentos na sua esfera de
competência, em conformidade com as diretrizes e normas emanadas do órgão central;
II - disseminar, em sua área de atuação, as diretrizes e normas estabelecidas pelo órgão central, zelando
pelo seu cumprimento;
III - implementar a racionalização das atividades arquivísticas, de forma a garantir a integridade do ciclo
documental;
IV - garantir a guarda e o acesso aos documentos de valor permanente;
V - apresentar sugestões ao CONARQ para o aprimoramento do SINAR;
VI - prestar informações sobre suas atividades ao CONARQ;
VII - apresentar subsídios ao CONARQ para a elaboração de dispositivos legais necessários ao
aperfeiçoamento e à implementação da política nacional de arquivos públicos e privados;
VIII - promover a integração e a modernização dos arquivos em sua esfera de atuação;
IX - propor ao CONARQ os arquivos privados que possam ser considerados de interesse público e social;
X - comunicar ao CONARQ, para as devidas providências, atos lesivos ao patrimônio arquivístico nacional;
XI - colaborar na elaboração de cadastro nacional de arquivos públicos e privados, bem como no
desenvolvimento de atividades censitárias referentes a arquivos;
XII - possibilitar a participação de especialistas de órgãos e entidades, públicos e privados, nas câmaras
técnicas e na Comissão de Avaliação de Acervos Privados; e (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
XIII - proporcionar aperfeiçoamento e reciclagem aos técnicos da área de arquivo, garantindo constante
atualização.
Art. 14. Os integrantes do SINAR seguirão as diretrizes e normas emanadas do CONARQ, sem prejuízo
de sua subordinação e vinculação administrativa.
Capítulo III
DOS DOCUMENTOS PÚBLICOS
Art. 16. Às pessoas físicas e jurídicas mencionadas no art. 15 compete a responsabilidade pela
preservação adequada dos documentos produzidos e recebidos no exercício de atividades públicas.
Art. 17. Os documentos públicos de valor permanente, que integram o acervo arquivístico das empresas
em processo de desestatização, parcial ou total, serão recolhidos a instituições arquivísticas públicas, na
sua esfera de competência.
§ 1o O recolhimento de que trata este artigo constituirá cláusula específica de edital nos processos de
desestatização.
§ 2o Para efeito do disposto neste artigo, as empresas, antes de concluído o processo de desestatização,
providenciarão, em conformidade com as normas arquivísticas emanadas do CONARQ, a identificação,
classificação e avaliação do acervo arquivístico.
§ 3o Os documentos de valor permanente poderão ficar sob a guarda das empresas mencionadas no § 2 o,
enquanto necessários ao desempenho de suas atividades, conforme disposto em instrução expedida pelo
CONARQ.
167
§ 4o Os documentos de que trata o caput são inalienáveis e não são sujeitos a usucapião, nos termos
do art. 10 da Lei no 8.159, de 1991.
§ 5o A utilização e o recolhimento dos documentos públicos de valor permanente que integram o acervo
arquivístico das empresas públicas e das sociedades de economia mista já desestatizadas obedecerão às
instruções do CONARQ sobre a matéria.
Capítulo IV
DA GESTÃO DE DOCUMENTOS
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL
Seção I
Das Comissões Permanentes de Avaliação de Documentos
Seção II
Da Entrada de Documentos Arquivísticos Públicos no Arquivo Nacional
Art. 19. Os documentos arquivísticos públicos de âmbito federal, ao serem transferidos ou recolhidos ao
Arquivo Nacional, deverão estar avaliados, organizados, higienizados e acondicionados, bem como
acompanhados de instrumento descritivo que permita sua identificação e controle.
Parágrafo único. As atividades técnicas referidas no caput, que precedem à transferência ou ao
recolhimento de documentos, serão implementadas e custeadas pelos órgãos e entidades geradores dos
arquivos.
Art. 20. Após nomeação dos inventariantes, liquidantes ou administradores de acervos para órgãos e
entidades extintos, o Ministério da Economia solicitará ao Ministro de Estado da Justiça e Segurança
Pública a assistência técnica do Arquivo Nacional para a orientação necessária à preservação e à
destinação do patrimônio documental acumulado, nos termos do disposto no § 2º do art. 7º da Lei nº 8.159,
de 1991. (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
Art. 21. O Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública, mediante proposta do Arquivo Nacional,
editará instrução a respeito dos procedimentos a serem observados pelos órgãos e pelas entidades da
administração pública federal, para a execução das medidas constantes desta Seção. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.148, de 2019)
Capítulo V
DA DECLARAÇÃO DE INTERESSE PÚBLICO E SOCIAL DE ARQUIVOS PRIVADOS
Art. 22. Os arquivos privados de pessoas físicas ou jurídicas que contenham documentos relevantes para
a história, a cultura e o desenvolvimento nacional podem ser declarados de interesse público e social por
ato do Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública. (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
§ 1o A declaração de interesse público e social de que trata este artigo não implica a transferência do
respectivo acervo para guarda em instituição arquivística pública, nem exclui a responsabilidade por parte
de seus detentores pela guarda e a preservação do acervo.
§ 2o São automaticamente considerados documentos privados de interesse público e social:
I - os arquivos e documentos privados tombados pelo Poder Público;
II - os arquivos presidenciais, de acordo com o art. 3o da Lei no 8.394, de 30 de dezembro de 1991;
III - os registros civis de arquivos de entidades religiosas produzidos anteriormente à vigência da Lei
no 3.071, de 1o de janeiro de 1916, de acordo com o art. 16 da Lei no 8.159, de 1991.
Art. 23. A Comissão de Avaliação de Acervos Privados, por iniciativa própria ou mediante provocação,
encaminhará solicitação relativa à declaração de interesse público e social de arquivos privados,
acompanhada de parecer, para deliberação do Conselho Nacional de Arquivos. (Redação dada pelo Decreto
nº 10.148, de 2019)
168
§ 1º O parecer será instruído com avaliação técnica da Comissão de Avaliação de Acervos Privados de
que trata o art. 7º-A. (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
§ 2º Da decisão do CONARQ caberá recurso ao Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública, na
forma prevista na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
Art. 24. O proprietário ou detentor de arquivo privado declarado de interesse público e social deverá
comunicar previamente ao CONARQ a transferência do local de guarda do arquivo ou de quaisquer de
seus documentos, dentro do território nacional.
Art. 25. A alienação de arquivos privados declarados de interesse público e social deve ser precedida de
notificação à União, titular do direito de preferência, para que manifeste, no prazo máximo de sessenta
dias, interesse na aquisição, na forma do parágrafo único do art. 13 da Lei no 8.159, de 1991.
Art. 26. Os proprietários ou detentores de arquivos privados declarados de interesse público e social
devem manter preservados os acervos sob sua custódia, ficando sujeito à responsabilidade penal, civil e
administrativa, na forma da legislação em vigor, aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor
permanente.
Art. 27. Os proprietários ou detentores de arquivos privados declarados de interesse público e social
poderão firmar acordos ou ajustes com o CONARQ ou com outras instituições, objetivando o apoio para o
desenvolvimento de atividades relacionadas à organização, preservação e divulgação do acervo.
Art. 28. A perda acidental, total ou parcial, de arquivos privados declarados de interesse público e social
ou de quaisquer de seus documentos deverá ser comunicada ao CONARQ, por seus proprietários ou
detentores.
Capítulo VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 29. Este Decreto aplica-se também aos documentos eletrônicos, nos termos da lei.
Art. 30. O Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública poderá editar normas complementares à
execução do disposto neste Decreto. (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
Art. 33. Ficam revogados os Decretos nos 1.173, de 29 de junho de 1994, 1.461, de 25 de abril de
1995, 2.182, de 20 de março de 1997, e 2.942, de 18 de janeiro de 1999.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
169
Art. 1º A digitalização, o armazenamento em meio eletrônico, óptico ou equivalente e a reprodução de
documentos públicos e privados serão regulados pelo disposto nesta Lei.
Parágrafo único. Entende-se por digitalização a conversão da fiel imagem de um documento para código
digital.
Art. 2º (VETADO).
Art. 2º-A. Fica autorizado o armazenamento, em meio eletrônico, óptico ou equivalente, de documentos
públicos ou privados, compostos por dados ou por imagens, observado o disposto nesta Lei, nas
legislações específicas e no regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) (Regulamento)
§ 1º Após a digitalização, constatada a integridade do documento digital nos termos estabelecidos no
regulamento, o original poderá ser destruído, ressalvados os documentos de valor histórico, cuja
preservação observará o disposto na legislação específica. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 2º O documento digital e a sua reprodução, em qualquer meio, realizada de acordo com o disposto nesta
Lei e na legislação específica, terão o mesmo valor probatório do documento original, para todos os fins
de direito, inclusive para atender ao poder fiscalizatório do Estado. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 3º Decorridos os respectivos prazos de decadência ou de prescrição, os documentos armazenados em
meio eletrônico, óptico ou equivalente poderão ser eliminados. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 4º Os documentos digitalizados conforme o disposto neste artigo terão o mesmo efeito jurídico conferido
aos documentos microfilmados, nos termos da Lei nº 5.433, de 8 de maio de 1968, e de regulamentação
posterior. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 5º Ato do Secretário de Governo Digital da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo
Digital do Ministério da Economia estabelecerá os documentos cuja reprodução conterá código de
autenticação verificável. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 6º Ato do Conselho Monetário Nacional disporá sobre o cumprimento do disposto no § 1º deste artigo,
relativamente aos documentos referentes a operações e transações realizadas no sistema financeiro
nacional. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 7º É lícita a reprodução de documento digital, em papel ou em qualquer outro meio físico, que contiver
mecanismo de verificação de integridade e autenticidade, na maneira e com a técnica definidas pelo
mercado, e cabe ao particular o ônus de demonstrar integralmente a presença de tais requisitos. (Incluído
pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 8º Para a garantia de preservação da integridade, da autenticidade e da confidencialidade de
documentos públicos será usada certificação digital no padrão da Infraestrutura de Chaves Públicas
Brasileira (ICP-Brasil). (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Art. 3º O processo de digitalização deverá ser realizado de forma a manter a integridade, a autenticidade
e, se necessário, a confidencialidade do documento digital, com o emprego de assinatura eletrônica.
(Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Parágrafo único. Os meios de armazenamento dos documentos digitais deverão protegê-los de acesso,
uso, alteração, reprodução e destruição não autorizados.
Art. 4º As empresas privadas ou os órgãos da Administração Pública direta ou indireta que utilizarem
procedimentos de armazenamento de documentos em meio eletrônico, óptico ou equivalente deverão
adotar sistema de indexação que possibilite a sua precisa localização, permitindo a posterior conferência
da regularidade das etapas do processo adotado.
Art. 5º (VETADO).
Art. 6º Os registros públicos originais, ainda que digitalizados, deverão ser preservados de acordo com o
disposto na legislação pertinente.
Art. 7º (VETADO).
170
DILMA ROUSSEFF
FIM
171