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TRANSFORMADORES

CROMATROGRAFIA
As palavras gregas “chrom” e “graph” deram origem ao nome “cromatografia”, que significa respectivamente cor e escrever.
A formação de gases em transformadores foi documentada, pela primeira vez, em 1919, no “The Electric Journal“, onde afirmava
que, através da passagem da corrente elétrica pelo óleo isolante, era possível constatar a formação de hidrocarbonetos, sendo que, na
desintegração de moléculas de óleo por ação de altas temperaturas, ocorria a produção de gases que obedeciam à seguinte formação
apresentada na tabela abaixo:

Na descoberta destes gases, constatou-se que a presença do hidrogênio na mistura era grande e possibilitava a explosão dos
transformadores. Então, surgiram sistemas de segurança para detectar-se presença de gás dissolvido no óleo isolante, como, por
exemplo, o relé Buchholz, em 1928, com dispositivos de coleta de gases para facilitar retirada da amostra em casos de falhas.
Só em 1952 foi possível a separação dos gases, através da cromatografia gasosa, por Martin (1952).
E, em 1960, pela primeira vez, fez-se a identificação de gases gerados por anormalidade tipo elétrica em transformadores imersos em
óleo mineral isolante. A técnica de cromatografia, no Brasil, apenas começou a ser utilizada na década de 70.
Em sua pesquisa , Lapworth (2002) concluiu que o método AGD é uma técnica muito sensível e apropriada
para detectar falhas em estágios iniciais.
Os resultados obtidos no estudo detectaram concentrações muito pequenas e sugerem o acompanhamento
da análise periodicamente, conforme o procedimento informado no fluxograma abaixo.

LAPWORTH, J. (2002) A novel approach (Scoring System) for integrating dissolved gas analysis results into a life management system.
In: Conference record of the 2002. IEEE International Symposium on Electrical Insulation. 2002, p. 137-144 Anais... Boston, MA, USA,
2002
Na IEEE C57 (1991),são indicados os procedimentos de detecção e análise dos gases combustíveis, os quais devem seguir as seguintes
prioridades.

● Detecção: detectar a geração de algum gás que excede às quantidades consideradas “normais” e utilizar critérios apropriados que
possam identificar as possíveis anormalidades que, por ventura, estejam ocorrendo.

● Avaliação: avaliar a confiabilidade de operação do transformador, usando um conjunto de critérios ou recomendações.

● Ação: recomendar ação que vai desde a confirmação da existência da falha com análise suplementar, redução da carga, ou , até
mesmo, a retirada da unidade de serviço

GASES DISSOLVIDOS NO ÓLEO


• O óleo pode conter dissolvidos gases combustíveis e não combustíveis.

• Entre os combustíveis : monóxido de carbono (CO), hidrogênio (H2), metano (CH4). Etano (C2H6), etileno (C2H4) e acetileno
(C2H2).

• Os não combustíveis que podem ser encontrados são: oxigênio (02), nitrogênio (N2) e dióxido de carbono (C02).
• O óleo pode dissolver até 10% de seu volume de ar.

• Os gases oxigênio e nitrogênio provêm do ar atmosférico, com o qual o óleo está ou esteve em contato
São também fontes de gases no óleo:

 A contaminação do gás nitrogênio do colchão de gás de transformadores selados.


 Transformadores transportados com C02. Os enrolamentos do transformador retêm cerca de 10% do
volume total de óleo.
 Transformador não desgaseificado após ter sofrido reparos.
 Hidrólise devido à presença de água.
 Motor queimado do sistema de refrigeração forçada (LF). Há instalações em que óleo do transformador
banha o motor que aciona a bomba de circulação do óleo.
 Poluição atmosférica.
 Contaminação pelo óleo da chave comutadora do comutador de derivações em carga do transformador.
São também fontes de gases no óleo:
 A contaminação do gás nitrogênio do colchão de gás de transformadores selados.
 Transformadores transportados com C02. Os enrolamentos do transformador retêm cerca de 10% do
volume total de óleo.
 Transformador não desgaseificado após ter sofrido reparos.
MÉTODOS DE DETECÇÃO DOS GASES COMBUSTÍVEIS
Os gases combustíveis podem ser detectados por dois métodos básicos:
a) Teste dos gases combustíveis.
b) Cromatografia dos gases.
• Sabe-se que os ensaios realizados em campo dão resultados mais significativos. Por outro lado, é conveniente fazer uma
triagem antes de enviar as amostras para o laboratório, a fim de que sejam evitados despesas e trabalhos desnecessários
• O teste dos gases combustíveis do colchão de gás da superfície do óleo isolantes ou acumulados em relé detector de gases
tipo Buchholz dará uma ideia sobre o processo em evolução no transformador

As diretrizes que orientam são as seguintes:

 Uma quantidade de gases combustíveis de O a 500 ppm indica a deterioração nor-


mal da isolação. Repetir a análise a cada seis meses.
 Uma concentração de 501 a 1 200 ppm indica deterioração excessiva da isolação e
o teste deve ser repetido a cada três meses.
 Concentração entre 1 201 e 2 500 ppm indica deterioração anormal da isolação. O
teste deve ser repetido a cada mês.
 Concentração de 2 501 ppm para cima: o teste deve ser feito semanalmente, para
determinar a taxa de geração de gases concluir.
LEMBRANDO COMO PODE SER COLETADA A AMOSTRA

SITUAÇÃO DE DEFEITO
SITUAÇÃO NORMAL

COLETA DO OLEO COM GASES DISSOLVIDOS COLETA DO GAS – ATUAÇÃO DO RELE


Representação esquemática de um sistema de análise cromatográfica
SIGNIFICADO DE CADA PROBLEMA RELACIONADO COM O GÁS DISSOLVIDO

ARCO
Grandes quantidades de hidrogênio e acetileno são produzidas, com pequenas quantidades de metano e etileno. Dióxido e
monóxido de carbono também podem ser formados caso a falha envolva a celulose. O óleo poderá ser carbonizado
Gas-chave: acetileno
SIGNIFICADO DE CADA PROBLEMA RELACIONADO COM O GÁS DISSOLVIDO

DESCARGAS PARCIAIS OU CORONA


Descargas elétricas de baixa energia produzem hidrogênio e metano, com pequenas quantidades de etano e etileno. Quantidades
comparáveis de monóxido e dióxido de carbono podem resultar de descargas em celulose
Gás-chave: hidrogênio
SIGNIFICADO DE CADA PROBLEMA RELACIONADO COM O GÁS DISSOLVIDO

ÕLEO SUPERAQUECIDO
Os produtos de decomposição incluem etileno e metano, juntamente com quantidades menores de hidrogênio e etano. Traços de
acetileno podem ser formados se a falha é severa ou se envolve contatos elétricos
Gas-chave: etileno
SIGNIFICADO DE CADA PROBLEMA RELACIONADO COM O GÁS DISSOLVIDO

CELULOSE SUPERAQUECIDA
Grandes quantidades de dióxido e monóxido de carbono são liberados da celulose superaquecida. Hidrocarbonetos gasosos, como
metano e etileno, serão formados se a falha envolver uma estrutura impregnada em óleo
Gas-chave: monóxido de carbono
SIGNIFICADO DE CADA PROBLEMA RELACIONADO COM O GÁS DISSOLVIDO

ELETRÓLISE
A decomposição eletrolítica da água ou a decomposição da água associada com a ferrugem resulta na formação de grandes
quantidades de hidrogênio, com pequenas quantidades dos outros gases combustíveis
Gas-chave: hidrogênio
SIGNIFICADO DE CADA PROBLEMA RELACIONADO COM O GÁS DISSOLVIDO

A análise dos gases dissolvidos no óleo por cromatografia gasosa é a forma mais adequada de se analisar os gases
gerados no transformador, cujos resultados muito contribuem para a detecção de falhas incipientes e o
acompanhamento do envelhecimento da isolação do transformador, sem os inconvenientes anteriores apontados.
Isto porque estudos realizados ao longo do tempo indicam ser possível relacionar a existência de determinados
gases com a natureza elétrica da falha, ou com o material por esta atingido, como mostra o quadro a seguir.

FALHA GASES
ÁRCO ACETILENO
CORONA HIDROGÊNIO/METANO
ÓLEO
SUPERAQUECIMENTO ETILENO
PAPEL CORONA HIDROGÊNIO/MONÓXIDO DE CARBONO
SUPERAQUECIMENTO
ÁGUA ELETRÓLISE HIDROGÊNIO

PERIODICIDADE DA REALIZAÇÃO DAS ANÁLISES CROMATOGRÁFICAS


Os seguintes critérios de periodicidade são recomendados:
TEMPERATURA DO ÓLEO DO TANQUE (oC)
60 À 70 70 À 80 80 À 90 90 À 100
PERIODICIDADE
ANUALMENTE DE 4 EM 4 MESES MENSALMENTE SEMANALMENTE
TABELA ORIENTATIVA PARA GASES DISSOLVIDOS NO ÓLEO

NORMAL ANORMAL
GAS INTERPRETAÇÃO
(PPM) (PPM)
Hidrogênio < 150 > 1000 ARCO, CORONA
Metano < 25 > 80 CENTELHAMENTO
Etano < 10 > 35 SOBREAQUECIMENTO LOCAL
Etileno < 20 > 100 SOBREAQUECIMENTO SEVERO
Monóxido de carbono < 500 > 1.000 SOBRECARGA SEVERA
Dióxido de carbono < 10.000 > 15.000 SOBRECARGA SEVERA
Nitrogênio < 1% - 10% > N.A SOBRECARGA SEVERA
Oxigênio < 0,2% - 3,5% > N.A SOBRECARGA SEVERA
Outros 0,0003% > 0,5% COMBUSTÍVEL
Relação dos gases e correspondentes diagnósticos
ANALISADOR ON LINE DE PARÂMETROS EM TRANSFORMADORES
Representação esquemática da instalação para um circuito de óleo
Exemplos de possíveis configurações de linha de óleo (três das muitas configurações possíveis)

Exemplos de possíveis configurações de linha de óleo (três das muitas configurações possíveis)

Exemplos de possíveis configurações de linha de óleo (três das muitas configurações possíveis)
VÁLVULA DE ENCHIMENTO

VÁLVULAS AUXILIARES

VÁLVULA DE DRENAGEM

VÁLVULA DO LOOP DE REFRIGERAÇÃO

Possíveis localizações de válvula em um transformador


SISTEMA DE MONITORAMENTO EM TRANSFORMADORES GE MS300 – MÓDULO ESCRAVO

Grandezas monitoradas
 Teor de Gás no óleo (medido com o monitor de gases MULTITRANS);
 Taxa de variação de gás em óleo;  Estado de funcionamento das bombas ou grupo de bombas;
 Umidade relativa no óleo %;  Estado de funcionamento dos ventiladores ou grupo de ventiladores;
 Teor de água em óleo ppm;  Tempos de funcionamento das bombas ou grupo de bombas;
 Umidade em papel Isolante;  Tempos de funcionamento dos ventiladores ou grupo de ventiladores;
  Corrente de carga em HV, MV, LV e lado TW;  Temperaturas de entrada e saída do óleo;
 Fator de carga;  Temperatura de entrada e saída da água;
 Diferenças de temperatura de entrada e saída de óleo;
 Temperatura superior do óleo;
 Diferenças de temperatura de entrada e saída de água;
 Temperatura ambiente;  Fluxo de óleo;
 Sobrecorrentes em HV, MV, LV e lado TW;  Eficiência de resfriamento (resistência térmica Rth);
 Última sobre corrente;  Potência de arrefecimento;
 Número de sobrecorrentes;  Consumo atual de ventiladores e bombas;
 Temperatura de borbulhamento do óleo;  Posição atual do OLTC;
 Previsão da tensão de ruptura;  Última posição do OLTC;
 Temperatura do ponto quente;  Última operação do OLTC;
 Taxa de envelhecimento;  Número de operações de comutação do OLTC;
 Consumo durante a vida útil;  Número de comutações do pré-seletor;
 Potência aparente, ativa e reativa;  Número de comutações do seletor;
 Soma de corrente de carga de comutação de OLTC;
 Capacidade de sobrecarga;
 Consumo de potência do acionamento do motor;
 Tempo de sobrecarga de emergência;  Torque do motor;
 Tempo de carregamento quando o resfriamento falhar;  Corrente de acionamento do motor;
 Perdas reais;  Temperatura do óleo;
 Temperatura do óleo inferior;  Diferença de temperatura do óleo OLTC – tanque principal;
 Pressão do óleo no tanque principal;  Nível de óleo do OLTC;
 Eficiência do transformador;  Umidade relativa no óleo (atividade da água);
 Estado dos dispositivos de proteção e de controle;  Conteúdo de água em óleo;
 Temperatura do enrolamento / núcleo;
 Nível de óleo do tanque principal;
 Umidade no conservador de ar;
 Quantidade de gás no rlé Buchholz;
 Taxa de gás no relé Buchholz;

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