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MATERIAL COMPLEMENTAR

BIOLOGIA
UNIDADE 3
CURSO DE BIOLOGIA

Material de Apoio - UNIDADE 3


CIÈNCIAS AMBIENTAIS E ECOLOGIA

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ORIENTAÇÃO DE ESTUDO

Eu sou o Professor Ricardo Rosa e serei o responsável pelas videoaulas, material de apoio, plantão de dúvidas
e seleções de exercícios da disciplina de CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ou BIOLOGIA, do seu curso preparatório para
o ENEM e demais vestibulares da ACADEIMA FILADD BRASIL. Em toda as videoaulas, materiais de apoio,
plantões de dúvida e seleção de exercícios vou te apresentar os conteúdos e as orientações necessárias para
que você tenha um excelente desempenho nas provas que prestar e obtenha a sua aprovação. São muitos
anos de experiência na preparação de alunos em cursos pré-vestibulares, que coloco à disposição para você,
querido(a) aluno(a), objetivando que você use o seu tempo com inteligência, disciplina e eficiência. Conte
comigo. Ok? Um grande abraço. Vamos lá. Caro(a) aluno(a) seja bem-vindo ao estudo da UNIDADE 3 ->
CIÊNCIAS AMBIENTAIS E ECOLOGIA. Este tema é um dos pilares da Biologia. Sua importância está em
compilar e sintetizar diversos conceitos e princípios básicos estudados em outras subdivisões das ciências
biológicas. Não se preocupe com termos e conceitos novos, pois serão explicados e exemplificados para o
seu melhor entendimento do módulo. Os requisitos necessários estão no material a seguir. Basta que você
assista as aulas com atenção, leia os textos correspondentes e faça o seu próprio resumo. Ao escrever um
texto autoral, você aprende com eficiência e reduz a utilização da memória. É importante saber que estudo
eficiente não é decoreba. A memória definitiva e de longa duração é importante e não a temporária, que é
usada para decorar conteúdos em véspera de provas. Essa memória se perde rapidamente e em situações
de estresse, como a da prova. É o famoso ‘deu um branco’. Por isso, querido(a) aluno(a) estude SEMPRE
escrevendo. Assista as aulas, faça as suas anotações, leia os textos, faça as suas anotações e seus resumos. A
produção autoral te dá repertório, que é fundamental para as provas que têm questões dissertativas e,
principalmente, para a redação. Por isso, leia e escreva. Combinado? Nas aulas, você terá o que é esperado
que você saiba. Porém, você perceberá que, às vezes, é necessário um conteúdo anterior e básico para
entender completamente a aula assistida. Esse é um caso típico de leitura deste material, entendeu? Nele
você encontra todos os requisitos teóricos para entender as videoaulas. Por isso, assista as aulas, leia o
material de apoio e, se necessário, assista a aula novamente. Você verá que a aula fica muito mais clara e o
seu entendimento maior. Ok? Não indicarei material extra para leitura, ok? Você já tem material suficiente
para assistir, ler e treinar. Ok? Esse é o nosso acordo. Você assistirá as aulas, lerá os textos, fará os seus
resumos, resolverá exercícios e se precisar, assista aulas novamente. O material a seguir é a teoria necessária
para que você estude eficientemente, domine e entenda a UNIDADE 3 -> CIÊNCIAS AMBIENTAIS E
ECOLOGIA. No material, você encontrará as imagens utilizadas nas aulas, ou seja, as LOUSAS e os exercícios
resolvidos. A SELEÇÃO de EXERCÍCIOS estará em um arquivo a parte na pasta de BIOLOGIA. OK? Fácil de
achar, não se preocupe. Boas aulas, boas leituras, boas práticas, bom estudo!

rof. Ricardo Rosa

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AULA 0 - INTRODUÇÃO À ECOLOGIA

Ecologia é o estudo da relação entre os organismos vivos e seu meio ambiente. O termo é derivado do grego
oikos, significando casa ou lar. Engloba duas abordagens básicas: a auto-ecologia, que é o estudo da ecologia
de apenas uma espécie, e a sinecologia, que e o estudo da ecologia de ecossistemas completos.

Os ecólogos examinaram a dinâmica da população, a interação entre espécies (como a competição e


alimentação), o meio ambiente (que inclui a disponibilidade de nutrientes) e o fluxo de energia através do
ecossistema.

Os padrões de distribuição e sucessão e o impacto do homem também são examinados. O estudo ecológico
conduz o homem a uma compreensão do funcionamento dos sistemas naturais e o habilita para a prática da
conservação da natureza. Geralmente toma como unidade básica o ecossistema.

Um ecossistema consiste numa rede complexa de relações de mútua influência entre a flora, a fauna e os
microorganismos de uma determinada área ou região e todos os elementos físicos naturais (geológicos,
climáticos, etc.). Cada ecossistema é relativamente autônomo e apresenta equilíbrio dinâmico interno, isto
é, as condições de vida e as espécies biológicas não se alteram drasticamente e se preservam ao longo do
tempo, apesar de apresentarem modificações constantes a curto prazo e em pequena escala.
Como nenhum ecossistema natural é completamente separado de outro, pode-se considerar que todo o
planeta constitui um imenso conjunto de ecossistemas, a biosfera.

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De modo mais restrito, a ecologia trata dos efeitos das atividades humanas sobre o meio natural, e dos
desequilíbrios (ou novos equilíbrio) ecológicos que elas provocam nos ecossistemas. De um ponto de vista
mais crítico e ideológico, os ecólogos, os “verdes” e outros adeptos de ações em defesa da preservação do
equilíbrio ecológico do planeta se opõem ao uso irresponsável e desmedido dos processos industriais. A
industrialização pouco criteriosa, ao lado da visão, largamente difundida, de que os recursos naturais podem
ser livremente explorados até a exaustão, como um tesouro que é pilhado, mostrou ter conseqüências
desastrosas no ecossistema planetário.

A chuva ácida, o desflorestamento, a desertificação, o perigo de extinção de espécies de animais e vegetais,


o efeito estufa e o perigo de aquecimento global, a poluição e a destruição da camada de ozônio são alguns
aspectos desse impacto negativo da ação humana sobre a natureza. Medidas em prol da conservação
ambiental, assim como o emprego de energia e outros recursos renováveis, fazem parte do esforço positivo
necessário para impedir a degradação do meio ambiente.

NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ECOLÓGICOS

Portanto, ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e destes com o meio em que vivem.
Os níveis de organização estudados em ecologia, a partir de organismo estão indicados a seguir:

Organismo > população > comunidade > ecossistema > bioma > biocora > biociclo > biosfera.

Sendo que:

• Um conjunto de organismos da
mesma espécie que interagem e
habitam uma dada região
durante um certo período de
tempo constitui uma
POPULAÇÃO. Na figura 1, um
exemplo, uma população de
elefantes marinhos (Mirounga
leonina.)

População

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• O conjunto de todas as
populações de espécies
diferentes que interagem e
habitam uma dada área
durante um período de tempo
forma uma COMUNIDADE
BIOLÓGICA, BIOTA ou
BIOCENOSE.
A figura 2 mostra um trecho de
mata tropical, como um
exemplo de comunidade
biológica.

Comunidade Biológica

Em uma comunidade vários organismos diferentes compartilham os recursos existentes no mesmo


ambiente, logo é coerente pensar que as espécies devem viver de maneira a não competirem o tempo inteiro
pelos mesmos recursos ou pelos mesmos habitats dentro do ambiente. Desta situação real na natureza,
retiramos dois conceitos fundamentais:

• Ao conjunto formado pela interação da Biota com o meio físico no qual ela vive damos nome de
ECOSSISTEMA, ilustrado na figura 3, que também é caracterizado por dois processos que nele ocorrem:
Fluxo de Energia e Ciclo de Matéria. Portanto um lago, um rio poluído, uma floresta, um campo, uma
praia ou uma caverna são exemplos de ecossistemas. Analise o esquema a seguir.

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• Ao conjunto de vários ecossistemas que interagem damos o nome de BIOMA (fig. 3). A Mata Atlântica, a
Amazônia, o Cerrado, a Caatinga, o Pantanal são exemplos de Biomas, visto que são constituídos por
diversos tipos de ecossistemas interligados. Veja o caso do Cerrado, na figura a seguir:

Cerrado e seus ecossistemas associados

• Ao conjunto de vários biomas com características particulares damos o nome de BIOCORA. Por exemplo,
a Mata Atlântica , a Amazônia e a Taiga são formações “basicamente” florestais, apesar de diferentes
ecologicamente, o que nos permite colocá-las no Biocora das FLORESTAS;
• Ao conjunto de Biocoras com características particulares de um dado compartimento da Terra damos o
nome de BIOCICLO. Por exemplo os biocoras marinhos constituem o BIOCICLO MARINHO ou
TALASSOCICLO, os biocoras terrestres constituem o BIOCICLO TERRESTRE ou EPINOCICLO e os biocoras
de água doce constituem o BIOCICLO DULCÍCOLA ou LIMINOCICLO;
• ao conjunto de todos os biociclos damos o nome de BIOSFERA, que também pode ser entendida como a
camada ou superfície do planeta, coberta por água ou rio, que sustenta, mantém e contém vida. Veja a
figura 4.

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AULA 01 - COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DOS ECOSSISTEMAS

Ecossistemas são definidos como o conjunto de seres vivos e o meio ambiente onde vivem e todas as
interações desses organismos entre si e com o meio. São exemplos de ecossistema uma floresta, um rio, um
lago ou um jardim. O maior deles é a própria biosfera. A zona de transição entre ecossistemas diferentes,
chamada ECÓTONO, possui características de cada uma das comunidades fronteiriças e específicas nelas
existentes. Logo, em um ecótono ( estágio II da figura abaixo ) encontra-se maior biodiversidade do que em
cada um dos ecossistemas adjacentes ( estágios I e II da figura abaixo ) .

Os ecossistemas apresentam dois componentes básicos: o BIÓTICO, representado pelas comunidades


biológicas —- e o ABIÓTICO, representado pelos elementos físicos e químicos do eio. A parte biótica é
formada por plantas, animais e microrganismos. A porção abiótica é o conjunto de nutrientes, água, ar, gases,
energia e substâncias orgânicas e inorgânicas do meio ambiente.

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Os ecossistemas também podem ser subdivididos em pequenas unidades bióticas, conhecidas como
comunidades biológicas. São compostas por duas ou mais populações de espécies interdependentes como,
por exemplo, conjunto da flora e fauna de um lago.

A unidade do ambiente que é o principal objeto de estudo da ecologia constitui o ecossistema. O componente
biótico pode ainda ser chamado de BIOCENOSE ou BIOTA, enquanto abiótico pode ainda ser chamado de
BIOTOPO. O ecossistema é, ainda, caracterizado pelos ciclos da matéria e pelos fluxos de energia. A matéria cicla
pelos compartimentos do ambiente, quer seja impelida por processos físicos, como a evaporação, ou bioquímicos
como a respiração celular, fotossíntese e relações alimentares. Porém, é o fluxo energético, que inicia com a
energia radiante do sol , que permite esse transporte entre os vários compartimentos : atmosfera, solo, corpos
de água e seres vivos.

AULA 03 – HABITA E NICHO EOLÓGICO

HABITAT: É o local mais provável de encontrarmos a espécie. É o local onde vive, ou seja, onde realiza suas
atividades, seu nicho.

NICHO ECOLÓGICO: É o papel que a espécie desempenha no ambiente. Envolve informações acerca da sua
biologia reprodutiva, alimentar e comportamental.

O nicho de uma espécie envolve o seu habitat (caso 2), pois é um conceito mais abrangente visto que a cada
papel que desenvolve está associado uma porção ou fração do seu habitat. Porém, se considerarmos uma
Lagoa que é um ambiente como um habitat, é certo que nesse habitat haverá inúmeras espécies e, portanto,
inúmeros nichos (caso 1).

Espécies diferentes podem compartilhar habitats, porém nichos não. A sobreposição de nichos causa
competição Interespecífica que pode levar a MUTUA EXCLUSÃO - PRINCÍPIO DE GAUSE. Na natureza, os
atritos ou conflitos entre os organismos, de modo geral, são evitados a qualquer custo, fazendo uso de
adaptações importantes como por exemplo: coloração de aviso, odores ou sabores desagradáveis,
marcações de territórios, estruturas venenosas, comportamento de grupo e etc. No gráfico abaixo, duas
populações de Paramécios são colocadas para crescer separadas (gráfico A) e depois juntas (gráfico B).
Observe, que a competição por sobreposição de nichos é intensa a ponto de eliminar a população de P.
aurelia.

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O NICHO ECOLÓGICO é caracterizado pelo total de informações que podemos ter a cerca de uma espécie:

a. quanto a biologia alimentar: o quê, quando, quanto e onde come, como obtêm o alimento com que
frequência se alimenta;
b. referente a biologia comportamental: se vive isolado ou em grupo, que tipo de relação existente entre
os indivíduos da população (machos, fêmeas, jovens, adultos e velhos), como é a sua distribuição
espacial, se é séssil, defende o seu território ou movimenta-se continuamente;
c. e finalmente, quanto a sua reprodução: se é sexuada ou assexuada, se existe cuidado com a prole ou
não, se existirem pares, casais fixos ou haréns, se há ninhos e postura de ovos, se a fecundação é interna
ou externa, se o desenvolvimento é direto ou com formação de larvas, se há dependência em relação a
água para a fecundação, etc.
A seguir, uma ilustração que relaciona os principais aspectos que compõe o NICHO ECOLÓGICO de uma
espécie.

Como você notou é bastante improvável a existência de duas espécies que ocupem o mesmo habitat com o
mesmo NICHO ECOLÓGICO e se ocorrer, fatalmente haverá competição podendo desencadear,
eventualmente exclusão mútua das espécies. Portanto, NÃO ESQUEÇA as espécies podem compartilhar
recursos — HABITAT, desde que o façam de modos diferentes — NICHO ECOLÓGICO.Entenda que o NICHO
é um conceito muito mais amplo e que abrange (incorpora) o de HABITAT e por isso caracteriza muito melhor
uma espécie.

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AULA 04 – RELAÇÕES TRÓFICAS / CADEIAS ALIMENTARES

A Cadeia Alimentar é a seqüência de transferências de matéria e energia de um organismo para outro, sob a
forma de alimento. Esse ciclo vital garante o equilíbrio e a manutenção dos ecossistemas. Ao lado, uma cadeia
alimentar simples com apenas três níveis tróficos.

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Uma das principais interações entre os organismos
nos ecossistemas é a TEIA ALIMENTAR, caracterizada
por diversas cadeias alimentares interligadas. Em uma
cadeia alimentar teremos uma seqüência de seres
vivos que apresentam relações tróficas entre si, ou
seja cada ser vivo se alimenta do organismo que o
antecede e serve de alimento para o que o sucede,
ocorrendo, portanto transferências de matéria e
energia ao longo das cadeias.

As setas usadas nos diagramas e esquemas de teias e cadeias indicam o sentido da matéria e energia. E, portanto,
sempre devem ter a sua origem no organismo que serve de alimento e deve apontar para o organismo que se
alimenta. Os diferentes seres vivos de um ecossistema cumprem papéis específicos dentro da cadeia alimentar. Ela
é formada por três níveis distintos: PRODUTORES, CONSUMIDORES e DECOMPOSITORES. Os produtores são os
organismos clorofilados como as plantas e algas, Os únicos seres vivos capazes de produzir matéria orgânica que
servirá de alimento para toda a Biota, por meio da fotossíntese. Acionados pela luz do sol, absorvem os compostos
inorgânicos presentes na atmosfera e no solo e os transformam em compostos orgânicos. Esse material orgânico
sustenta, direta ou indiretamente, os organismos consumidores, assim denominados por precisarem “consumir” ou
ingerir o seu próprio alimento.

Esses consumidores podem ser primários (animais herbívoros) ou secundários e terciários (animais
carnívoros). Quando os dejetos desses animais são lançados no solo e se juntam a toda a matéria morta
(animal e vegetal) ali presente, entram em ação os chamados organismos decompositores. Eles completam
o ciclo vital, pois decompõem a matéria orgânica presente nas plantas e animais mortos, transformado-a
novamente nos compostos inorgânicos que alimentam as plantas.

O equilíbrio do ecossistema depende da realização de cada uma dessas etapas da cadeia alimentar. A drástica
redução dos animais carnívoros, por exemplo, pode resultar na proliferação dos animais herbívoros e, com
isso, na escassez ou extinção de algumas espécies vegetais.

Os PRODUTORES são os organismos autótrofos e, portanto, responsáveis por introduzir na cadeia alimentar
a matéria orgânica, fundamental para a obtenção de energia necessária a todos os organismos. Os demais
organismos são os CONSUMIDORES, por serem heterótrofos e, portanto precisarem ingerir matéria orgânica
sintetizada pelos produtores. Os DECOMPOSITORES são consumidores especiais, que degradam unicamente
matéria orgânica morta ou residual (excretas) para a obtenção de energia. A partir deste processo ocorre a
reciclagem de nutrientes, tão fundamental ao crescimento dos produtores e, portanto à manutenção do
ecossistema.

Existem, basicamente, dois tipos de Cadeia ou Teia, a de PASTEJO, onde a base, ou a energia que sustenta a
cadeia, são as plantas (autótrofos), consumidos por herbívoros pastadores, por sua vez consumidos por
carnívoros e a de DETRITOS, onde a base é a matéria orgânica não viva, decorrente da decomposição de
corpos de vegetais e de animais e seus excrementos. Esta matéria é processada por microorganismos
decompositores (fungos e bactérias), que a liberam na forma de nutrientes para as plantas, ou na forma de
detritos que serão consumidos por organismos detritívoros, por sua vez consumidos por carnívoros.

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NÍVEL TRÓFICO

Os organismos em urna cadeia têm a sua disposição quantidades diferentes de energia no alimento que
ingerem. Isso ocorre por que quanto mais distante um organismo está do início da cadeia, maiores foram as
perdas energéticas até ele. Isto quer dizer que a posição que o organismo ocupa na cadeia é fundamental.
Essa posição é chamada de NÍVEL TRÓFICO e pode representar também a distância que o organismo
apresenta em relação ao início da cadeia. Portanto, quanto mais próximo do início da cadeia está o organismo
maior é a energia disponível para este organismo. Logo, o número de níveis tróficos em uma cadeia é
limitado, visto que as perdas energéticas de um nível para outro são muito grandes, ou seja, da ordem de
90%.

Veja o esquema a seguir:

Os ecossistemas devem ser entendidos como se fossem conjuntos matemáticos. Os elementos desses
conjuntos SEMPRE são componentes BIÓTICOS (seres vivos) e os ABIÓTICOS (fatores físico e químicos do
ambiente). Entre os elementos ou componentes dos ecossistemas, sempre haverá INTERAÇÕES. Essas
interações ou inter-relações envolvem matéria e energia.

Os percursos ou trajetos da matéria e energia nos ecossistemas são muito distintos. A matéria SEMPRE CICLA,
enquanto que a ENERGIA FLUI. Portanto, fala-se em CICLOS da MATÉRIA e FLUXO de ENERGIA. Os
DECOMPOSITORES são organismos fundamentais e essenciais para que os ciclos da matéria ocorram. Graças
a eles a matéria orgânica é degradada, o solo é remineralizado e os produtores podem realizar seus
metabolismos de construção, fundamental para todos os demais organismos, visto que essa matéria
produzida vai fluir ao longo das TEIAS ALIMENTARES e do MEIO FÍSICO.

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Ação dos Detritívoros e Decompositores

Ação dos Decompositores (Fungos e Bactérias)

O FLUXO DE ENERGIA

A energia acumulada na matéria orgânica – chamada de PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA BRUTA (PPB), por
fotossíntese, pelos produtores não está totalmente disponível para os herbívoros, pois os produtores
“gastam” uma parcela – correspondente a RESPIRAÇÃO CELULAR (R) para se manterem vivos, o mesmo
acontecendo com os primeiros carnívoros em relação aos próximos carnívoros. Esse “saldo” é chamado de
PRODUTIVIDADE LÍQUIDA (PL) e é efetivamente a energia que está disponível para ser “ingerida” pelo
próximo organismo. Na figura, a seguir, um balanço da energia nos ecossistemas.

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Isso quer dizer que a energia disponível ao longo da cadeia alimentar diminui e as perdas não podem ser
reaproveitadas, ou seja o FLUXO de ENERGIA é UNIDIRECIONAL e DECRESCENTE. Veja, a seguir, o FLUXO DE
ENERGIA, em uma cadeia simplificada.

A fonte primária de energia da Biosfera é o Sol

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Percursos da Matéria e Energia no Ecossistema

Como se observa na figura a seguir, a matéria cicla pelos compartimentos da Biosfera, representados pela
atmosfera, hidrosfera e litosfera. O principal processo responsável pela ciclagem dos nutrientes e a
remineralização dos ambientes é a DECOMPOSIÇÃO BIOLÓGICA. Enquanto, que a energia flui pelos
compartimentos da Biosfera, sempre tendo como principal fonte primária o Sol. A luz solar é utilizada pelas
plantas durante o processo fotossintético, para converter matéria inorgânica em orgânica e, assim, permitir
um aporte nutricional e energético aos demais níveis tróficos. Porém, é fundamental compreender que sem
esse insumo energético contínuo do sol, não haveria o aporte para matéria orgânica e calor para os
ecossistemas. Outro ponto a destacar é a eliminação de calor nas transformações metabólicas nos seres
vivos, que explica a constante e contínua ingestão de alimentos.

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AS PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

São representações gráficas das relações existentes entre os organismos nas cadeias e teias alimentares.
Mostram as quantidades, massas e energia incorporada nas relações entre os seres vivos envolvidos. Cada
“retângulo” ou nível nas pirâmides é construído segundo proporções matemáticas. O “retângulo” da base da
pirâmide corresponde aos produtores, sobre este temos o que representa os herbívoros, sobre este o que
representa os carnívoros e assim por diante. Os decompositores não estão representados em nenhuma
pirâmide.

• NÚMERO - mostra a quantidade de organismos em cada nível trófico.

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• BIOMASSA - mostra a quantidade de biomassa ( kg ou g ) em cada nível trófico ou seja, a massa total de
todos os organismos vivos em qualquer área dada, ou seu equivalente em energia. É um termo amplo que
na ecologia animal ou das plantas se refere ao número de organismos multiplicado pelo seu peso unitário,
normalmente biomassa fixa ou permanente. Em Planejamento Ambiental, pode se referir à geração de
produtos tais como o álcool, lenha, comida ou lixo (lixo produz biogás); em outras palavras, a parte da
produção da planta que pode ser reaproveitada para produzir energia.

• ENERGIA – mostra a energia acumulada em cada nível trófico ( cal / g/ área )

O esquema anterior mostra as relações energéticas para o consumidor 1º da cadeia alimentar, ou seja o 2º
nível da pirâmide. O 1º nível da pirâmide para o consumidor 1º representa teoricamente o total de energia
que está disponível para o seu metabolismo, porém para se manter ocorre gasto energético além das perdas
com os excretas. O 2º nível, então, representa o que o consumidor 1º na realidade incorporou, e não o que
comeu.

Fluxos de Energia em uma Cadeia Alimentar

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As pirâmides ecológicas devem ser consultadas juntas para fornecer dados passíveis de uma boa análise,
visto que individualmente apresentam “furos”, por exemplo, nenhuma delas ressalta o papel dos
decompositores, tão fundamental a manutenção do ecossistema.

PRODUTIVIDADE DE UM ECOSSISTEMA

A Produtividade de um ecossistema indica a sua capacidade de crescimento e de manutenção de espécies.


Um ecossistema Florestal apresenta altas taxas de PPB, uma vez que o número de indivíduos vegetais é muito
grande, porém apresenta altas taxas de R também, uma vez que o número total de espécies é muito grande.
Isso quer dizer que a PPL tende a zero!

Esse valor significa que dificilmente esse ecossistema apresentaria altas taxas de crescimento, uma vez que
praticamente não sobra “em volume” quase nada. Esta certo dizer isso, mas não devemos esquecer que esse
ecossistema se SUSTENTA E SE MANTÉM EQUILIBRADO!

Um Manguezal recebe uma quantidade de matéria orgânica enorme do continente e do oceano. Entenda
isso como se o ecossistema todo estivesse recebendo uma “dose extra” de alimento, o que Ihe confere altas
taxas de PPL! Então o Manguezal é um ecossistema com “superavit” de alimento o que Ihe permite ser o
local preferido para muitas espécies de peixes e crustáceos se reproduzirem ou crescerem. Devido a este
aspecto os Manguezais são chamados de BERÇÁRIOS.

PPL = PPB - R

Onde: PPB é a produtividade primária bruta, representada pela taxa fotossintética total do ecossistema; R é
a taxa respiratória total dos seres autótrofos e heterótrofos e PPL é a produtividade primária líquida, ou seja
é o saldo entre a produção e o consumo energético do ecossistema. Altos valores de PPL permitem grande
crescimento da comunidade biológica, seja em número ou no tamanho dos indivíduos, enquanto que valores
pequenos representam apenas capacidade de sustentabilidade, ou seja, autossuficiência do ecossistema.

PPB = PPL + RESP

PRODUZIDO (INGERIDO) = INCORPORADO + PERDIDO

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A Produtividade Primária de um ecossistema depende, essencialmente, do alto desempenho fotossintético
de seus produtores. Portanto, dos fatores limitantes da fotossíntese, como luminosidade, altitude nos
terrestres, profundidade nos aquáticos, tipo do comprimento de onda luminosa, temperatura, água líquida
disponível, disponibilidade de nutrientes e pluviosidade.

A eficiência na transferência de energia de um nível trófico para outro é fundamental, pois as taxas das perdas
são enormes, o que impede o acúmulo de biomassa e crescimento das populações. Quanto maiores as
populações, mais numerosas e interligadas as cadeias alimentares de um ecossistema, maior, também, será
a sua Produtividade Primária.

Desse modo, observa-se na ilustração, que as florestas tropicais, os litorais e as áreas úmidas, como pântanos
e manguezais estão entre os ecossistemas mais produtivos.

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AULA 04 - A SUCESSÃO ECOLÓGICA NOS ECOSSISTEMAS

As comunidades ( Biota ou Biocenose ) são conjuntos de populações de espécies diferentes que ocupam um
dado local durante um certo intervalo de tempo. Portanto, as comunidades podem sofrer mudanças em sua
composição ao longo do tempo, o que caracteriza a SUCESSÃO ECOLÓGICA. Durante a sucessão,
comunidades vão se sucedendo e alterando significativamente o ambiente físico. A comunidade que primeiro
se estabelece no ambiente é a ECESE ou COMUNIDADE PIONEIRA, os estágios sucessionais seguintes são
chamados de SERES e finalmente a comunidade que se estabelece ao final é chamada de COMUNIDADE
CLIMAX, sendo auto-suficiente e homeostática. Ao longo do processo sucessional aumentam o número de
espécies, habitats, biomassa e interações.

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Ao analisarmos a produtividade, observaremos que a PPB aumenta e que a Taxa de Respiração também,
porém a PPL tende a zero, visto que: PPB – R = PPL

Concluindo, uma comunidade clímax se mantém, porém não tem altas taxas de crescimento, o que quer
dizer que não sobra “em volume” matéria orgânica ou mesmo oxigênio.

São exemplos de Comunidades climáxicas a Amazônia, M. Atlântica e os Cerrados. Logo, nenhum ecossistema
climáxico e florestal como a Amazônia pode ser o responsável pelo oxigênio atmosférico, o que é
responsabilidade do FITOPLÂNCTON MARINHO, em pelo menos 70% do total atmosférico. Veja abaixo o
esquema de uma comunidade climáxica.

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As figuras a seguir ilustram o histórico de uma área originalmente ocupada por um ecossistema florestal, que
foi desmatada dando origem a campos de cultura. Note que o solo superficial é todo alterado e impactado
pelo uso de arados e outros implementos agrícolas. Essa situação destruirá quase que completamente o
BANCO de SEMENTES local, o que limita muito a regeneração da floresta.

Esse conjunto de acontecimentos, que podem ser seguidos pelas figuras, expressa o processo de SUCESSÃO
ECOLÓGICA, que começa a ocorrer a partir do momento em que os campos de cultura são abandonados.
Com o solo exposto, teremos condições microclimáticas muito típicas, como alta incidência solar, ventos
intensos e pouca retenção de umidade devido a elevadas taxas de evapotranspiração.

Com essa PRESSÃO SELETIVA apenas algumas poucas espécies, que ainda tem sementes no local, são
favorecidas, caracterizando a COMUNIDADE PIONEIRA ou ECESE, que é constituída de espécies resistentes a
condições ambientais estressantes. A partir desse momento as condições microclimáticas vão sendo
alteradas pela BIOTA presente e, por exemplo, a umidade aumenta, o sombreamento também é a
intensidade dos ventos diminui.

Note que as condições ambientais mudaram por causa da ocupação pioneira e este “novo ambiente”
favorecerá um novo conjunto de espécies, o que determinará a mudança gradativa na composição de
espécies do ambiente. Está ocorrendo a substituição das comunidades e estes estágios intermediários
chamamos de SERES.

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Abaixo, segue um exemplo de sucessão ecológica em um lago que dá origem a um ecossistema terrestre:

Ambientes aquáticos → Ambientes Terrestres

A sequência de seres que constituem a sucessão primária de uma área rochosa ou de um solo desnudo pode
ser a seguinte:

Líquens > bactérias > briófitas > gramíneas > samambaias > arbustos > arvoretas > árvores maiores

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Ao longo da Sucessão teremos aumento do número de espécies, de simbioses, de biomassa, de habitats, de
Produtividade Primária Bruta e da Taxa de Respiração. Como conseqüência desses dois últimos aspectos a
Produtividade Primária Liquida vai diminuindo e tende a zero. A Mata que surge após a sucessão será tão
semelhante a original quanto menor o impacto sofrido, ou seja, uma área com poucos anos de cultivo
permite uma regeneração muito melhor do que uma área com muitos anos de cultivo. Portanto, a sucessão
nem sempre recupera a formação original, porém alcançará uma composição de espécies e uma estrutura
máxima para as atuais condições.

A essa comunidade “final” damos o nome de COMUNIDADE CLIMAX, que é autossuficiente e homeostática,
ou seja, se autorregula. Nesse momento toda a produção fotossintética dos autótrofos clorofilados é
direcionada para o consumo na respiração de todos os organismos autótrofos e heterótrofos.

Isto quer dizer que em “volume” não sobra uma molécula de oxigênio numa comunidade clímax, logo as
grandes e extensas florestas são importantes na regularização das condições climáticas e NÃO na oxigenação
do planeta. Cerca de 70% ou mais do O2 atmosférico é produzido pelas algas marinhas que constituem o
FITOPLÂNCTON e não as Florestas.

Veja na figura abaixo, outro exemplo de sucessão. O amadurecimento de lagos de reservatórios em usinas
hidroelétricas. Os lagos recém-formados recebem matéria orgânica, que favorece decompositores e
fitoplâncton, que irão permitir a manutenção de zooplâncton e de peixes que agora podem ser jogados no
lago.

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Sucessão Primária e Secundária

Fala-se que o processo sucessivo é primário quando ocorre em substratos (solo, rocha, água ou o corpo de
um ser vivo) não previamente ocupados por organismos. Ex.: afloramentos rochosos, exposição de camadas
profundas de solo, depósitos de areia, lava vulcânica recém-solidificada. E, o processo é considerado
secundário, quando os referidos substratos já foram anteriormente ocupados por uma comunidade e,
consequentemente, contêm matéria orgânica viva ou morta (detritos, propágulos). Ex: clareiras, áreas
desmatadas, fundos expostos de corpos de água. Desse modo, qualquer regeneração ou recuperação de área
degradada são exemplos de sucessão secundária, enquanto o estabelecimento de Mata Amazônica, na
região norte do Brasil, há cerca de 10 mil anos atrás, num período de glaciação, que diminuiu o nível dos
mares e oceanos rasos da localidade é um exemplo de sucessão primária.

TENDÊNCIAS AO LONGO DO PROCESSO DE SUCESSÃO PRIMÁRIA

ATRIBUTOS DO ECOSSISTEMA Em desenvolvimento Clímax

constante ou
CONDIÇÕES AMBIENTAIS variável e imprevisível
previsivelmente variável

POPULAÇÕES

Tamanho do indivíduo pequeno grande

Ciclo de vida curto/simples longo/complexo

Crescimento rápido, alta mortalidade lento, maior capacidade de


sobrevivência competitiva

Produção quantidade qualidade

Flutuações + pronunciadas - pronunciadas

ESTRUTURA DA COMUNIDADE

Estratificação (heterogeneidade
pouca muita
espacial)

Diversidade de espécies (riqueza) baixa alta

Diversidade de espécies (equitatividade) baixa alta

Diversidade bioquímica baixa alta

Matéria orgânica total pouca muita

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ENERGÉTICA DA COMUNIDADE

PPB/R >1 =1

PPB/B alta baixa

PPL alta baixa

Cadeia alimentar linear (simples) em rede (complexa)

NUTRIENTES

Ciclo de minerais aberto fechado

Nutrientes inorgânicos extrabióticos intrabióticos

Troca de nutrientes entre organismos e ambiente rápida lenta

Papel dos detritos na regeneração de nutrientes não importante importante

POSSIBILIDADE DE EXPLORAÇÃO PELO HOMEM

Produção potencial alta baixa

Capacidade de resistir à exploração grande pequena

Uma importante aplicação dos princípios da SUCESSÃO ECOLÓGICA é promover a recuperação ou


restauração de ambientes degradados. A restauração pode ser no sentido de recuperação a composição de
espécies, sua dinâmica e funcionalidade no sentido mais amplo ou num sentido mais parcial, recuperando
apenas a estrutura geral, como por exemplo, aumento de indivíduos arbóreos permitindo cobertura do solo
e maior estabilidade climática sem necessariamente com a mesma composição de espécies original.

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AULA 05 - DINÂMICA POPULACIONAL

Populações são conjuntos de organismos da mesma espécie que ocupam uma certa área durante algum
tempo. Portanto são grupamentos intraespecíficos, que podem ser estudados por meio de parâmetros e
taxas.

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Curva de Crescimento: “J “- é uma curva ideal pois mostra um crescimento contínuo que não sofre
interferências do ambiente, o que é falso. A curva B, no gráfico abaixo, representa o padrão “J” ou
exponencial de crescimento. A resistência ambiental altera a inclinação da curva, diminuindo-a e conferindo-
Ihe uma forma bem mais real - “S “Sigmóide. A curva C, no mesmo gráfico, representa o padrão real de
crescimento populacional “S “. Observe, ainda, que a área representada por D é a resistência que o ambiente
impõe ao crescimento populacional ideal. A curva em “J “representa o POTENCIAL BIÓTICO — PB de uma
espécie e mostra que se as condições forem ideais, a taxa de crescimento é acelerada e otimizada, fazendo
com que contingente populacional aumente muito rápido.

Porém, as condições climáticas adversas, a disponibilidade variável de espaço e alimento, assim como a
presença de competição, parasitismo e predatismo Não permitirão este tipo de crescimento, originando,
portanto, uma RESISTÊNCIA do MEIO ou AMBIENTAL - RM, ao crescimento, o que nos leva a curva em “S”,
na qual a taxa de crescimento é mostrada com uma aceleração menor, além de estabilizar-se após algum
tempo ao redor de um dado valor que pode sofrer pequenas flutuações, como visto no gráfico.

CRESCIMENTO REAL = POTENCIAL BIÓTICO - RESISTÊNCIA DO MEIO

Na figura anterior, observa-se a dinâmica das duas curvas representativas do crescimento das populações: S
e J. Os habitas fornecem recursos de diversos tipos: água, refúgio, área mínima comportamental e é lógico
alimento. Todos estes recursos podem ser compartilhados dentro de alguns limites que próprio ambiente
determina. A essa característica “limitada” do ambiente chamamos de CAPACIDADE SUPORTE: o número de
espécies, de indivíduos em cada população, os tipos de interações entre os organismos também determinam
e caracterizam essa propriedade do ambiente. Quando a CAPACIDADE SUPORTE de um meio é atingida
passamos a falar em RESISTÊNCIA AMBIENTAL, que nada mais é do que a incapacidade de sofrer mais
alterações.

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RM – RESISTÊNCIA DO MEIO

A Resistência do Meio traduz-se na quantidade de impactos ou alterações que um meio pode sofrer e
suportar. Um ambiente com uma grande Capacidade Suporte apresenta limites mais flexíveis e portanto uma
Resistência a alterações MENOR, enquanto que um ambiente com uma pequena Capacidade Suporte
apresenta limites mais estreitos e portanto uma Resistência a alterações MAIOR. Uma Mata Tropical é o
exemplo do 1º caso, enquanto que um Deserto é o exemplo do 2º. Logo, analisando-se um determinado
ambiente, poderemos dizer, matematicamente, que a Resistência do Meio é inversamente proporcional a
Capacidade Suporte.

CS - CAPACIDADE SUPORTE

A Capacidade Suporte de um ambiente pode ser entendida como o CONJUNTO de LIMITES a que esse meio
está imposto. Os ambientes NÃO possuem taxas de decomposição ilimitadas: logo, pode haver matéria
orgânica que não está sendo degradada, e que portanto irá acumular-se caracterizando um tipo de Poluição;
os ambientes NÃO sustentam quantidades ilimitadas de organismos e espécies : logo, estimular
superpopulações ou introduzir organismos onde estes não ocorrem, desestabilizará as interações locais,
podendo causar competições, mortes e extinções. Estes foram dois exemplos que mostram que os ambientes
apresentam LIMITES, que devem ser levados em conta, cujo conjunto caracteriza sua CAPACIDADE SUPORTE.

CURVA DE SOBREVIVÊNCIA

A taxa de sobreviventes ao longo da vida para cada espécie determina a sua curva de sobrevivência, ou seja,
em que momento do ciclo de vida há mais mortes e em que momentos há maior adaptação à vida. Existem
basicamente três tipos de curvas, demonstradas no gráfico a seguir. A curva I indica que a mortalidade
aumenta com a idade avançada, típica da espécie humana. A curva II indica que a mortalidade é praticamente
constante ao longo da vida, ou seja, para o indivíduo jovem, adulto e idoso. Já, a curva III, mostra que há
maior mortalidade no início do ciclo, o que mostra muita vulnerabilidade para os indivíduos jovens.

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TAXAS E PARÂMETROS

O contingente populacional é variável e pode sofrer influência de movimentos migratórios. A IMIGRAÇÃO ( I


) consiste na chegada de indivíduos à população, enquanto que a EMIGRAÇÃO (E) consiste na saída de
indivíduos da população. O total de nascimentos em um intervalo de tempo caracterizam a TAXA DE
NATALIDADE (TN) enquanto que o total de mortes caracteriza a TAXA DE MORTALIDADE (TM). As expressões
abaixo mostram-nos as interações e conseqüências:

• I + TN > E + TM: o contingente está aumentando, logo há crescimento populacional


• I + TN < E + TM: o contingente está diminuindo, logo a população está decrescendo
• I + TN = E + TM: o contingente tende a ficar constante, a população parou de crescer

Sobre os contingentes populacionais agem os fatores ABIÓTICOS, representados pelo clima, espaço, água e
alimento e os BIÓTICOS, representados pela predação (gráfico abaixo) , parasitismo e competição intra e
interespecífica .

A distribuição populacional é um parâmetro especialmente importante para as ações de planejamento


tomadas pelo poder público. Geralmente é apresentada na forma de gráficos, observe abaixo, ou pirâmides
e envolve basicamente três aspectos populacionais:

• sexo - mostra os percentuais existentes de homens e mulheres


• etária - mostra os percentuais existentes em cada faixa ou grupo etário
• espacial - mostra os percentuais e o padrão (uniforme, aleatório, agregado) de ocupação.

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É importante salientar que esses dados isoladamente fornecem pouca possibilidade de análise, porém
quando combinados, permitem grande possibilidade de discussão. Um exemplo: “cerca de 70% das mulheres
urbanas de classe média alta com mais de 45 anos apresentam osteoporose”, logo as medidas curativas e
preventivas assim como a ação diretiva quanto ao planejamento nos anos posteriores são mais fáceises e
direcionadas.

DISTRIBUIÇÃO – DENSIDADE

Exemplos de Distribuição Espacial de populações

Os padrões agregado e aleatório são bastante comuns na natureza. Já o padrão uniforme é típico de
populações cultivadas pelo homem na agricultura.

AULA 06 – INTERAÇÕES ECOLÓGICAS / SIMBIOSES NAS COMUNIDADES

As SIMBIOSES ou INTERAÇÕES ECOLÓGICAS representam estratégias escolhidas pelas espécies e


selecionadas ao longo do tempo, para melhor adaptarem-se ao ambientes, diminuindo as taxas de
competição, explorando de maneira mais eficiente os recursos nele presentes.

Os critérios envolvidos para se classificar as simbioses são simples, baseiam-se na natureza da relação, ou
seja se ocorre entre organismos da mesma espécie ou não, e se trazem algum tipo de prejuízo a algum dos
envolvidos. Acham-se divididas em INTERESPECÍFICAS, quando dois ou mais organismos de espécies
diferentes estão associados e INTRAESPECÍFICAS, quando dois ou mais organismos da mesma espécie estão
interagindo.

As interações ainda podem ser classificadas em HARMONICAS, quando nenhum dos organismos envolvidos
sofre algum tipo de prejuízo e DESARMONICAS, quando algum dos organismos envolvidos sofre algum tipo
de prejuízo ou mesmo a morte.

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RELAÇÕES HARMÔNICAS ENTRE OS SERES VIVOS

Nas relações harmônicas não existe desvantagem para nenhuma das espécies consideradas e há benefício
pelo menos para uma delas. Tais relações podem ser divididas em homotípicas, também chamadas
intraespecíficas, são aquelas que ocorrem entre organismos da mesma espécie e heterotípicas, também
chamadas de interespecíficas, são aquelas que acontecem entre organismos de espécies diferentes.

A. COLÔNIAS - São constituídas por organismos da mesma espécie, que se mantêm anatomicamente unidos
entre si. A formação das colônias é determinada por um processo reprodutivo assexuado, o brotamento. As
colônias podem ser homomorfas e heteromorfas. As colônias homomorfas são constituídas por indivíduos
iguais, que realizam as mesmas funções, ou seja, não existe a chamada divisão de trabalho. Como exemplos,
citamos as colônias de espongiários, de protozoários, de cracas (crustáceos), entre outras. As colônias
heteromorfoas são constituídas por indivíduos morfologicamente diferentes, com funções distintas,
caracterizando a chamada divisão de trabalho fisiológico. Quando formadas por dois tipos de organismos,
tais colônias são chamadas de dimórficas. Como exemplo, citamos a Obelia, uma colônia de celenterados em
que aparecem dois tipos de indivíduos: gastrozoides, para a nutrição, e gonozoides, para a reprodução. As
colônias polimórficas são estruturadas por vários tipos de indivíduos adaptados para funções distintas.

Como exemplo clássico, citamos as caravelas, complexas colônias de celenterados. Uma caravela apresenta
um pneumatóforo, vesícula cheia de gás que funciona como flutuador. Dele partem indivíduos especializados
para a nutrição (gastrozoides), a reprodução (gonozoides), a natação (nectozoides) e a defesa (dactilozoides).

B. SOCIEDADES - São associações de indivíduos da mesma espécie, que não estão uni dos, ou seja, ligados
anatomicamente, e formam uma organização social que se expressa através do cooperativismo. Sociedades
altamente desenvolvidas são encontradas entre os chamados insetos sociais, representados por cupins,
vespas, formigas e abelhas. Para um estudo mais aprofundado, destacaremos aquelas evidenciadas entre
abelhas, formigas e cupins. Na sociedade das abelhas distinguem-se três castas: a rainha, o zangão e as
operárias. A rainha é a única fêmea fértil da colônia; salienta- se que em cada colônia existe apenas uma
rainha. Os zangões são os machos férteis, enquanto as operárias ou obreiras são fêmeas estéreis. As
operárias são encarregadas de obter alimento (pólen e néctar) e produzir a cera e o mel. A cera é usada para
confeccionar as celas hexagonais, onde são postos os ovos; o mel é fabricado por transformação do néctar e
constituído por glicose e frutose. A única atividade dos zangões é a fecundação da rainha; após o vôo nupcial,
são expulsos e morrem de inanição.

C. PROTOCOOPERAÇÃO - Também conhecida como cooperação, trata-se de uma associação entre duas
espécies diferentes, na qual ambas se beneficiam. Contudo, tal associação não é in dispensável à
sobrevivência, podendo cada espécie viver isoladamente. Como exemplo, citaremos: O caranguejo bernardo-
eremita e a anêmona. Também conhecido como paguro eremita, trata-se de um crustáceo marinho que
apresenta o abdômen mole e desprotegido de exoesqueleto. A fim de proteger o abdômen, o bernardo vive
no interior de uma concha vazia de molusco gastrópode. Sobre a concha, larvas de anêmonas providas de
tentáculos se fixam e se desenvolvem. Os tentáculos eliminam substâncias urticantes. A anêmona é
transportada pelo paguro eremita, o que lhe facilita a captura do alimento. Em “troca”, a anêmona protege
o crustáceo contra a ação de predadores, através de seus tentáculos.

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O pássaro-palito e o crocodilo. O pássaro-palito penetra na boca dos crocodilos que ficam nas margens do
Nilo, nutrindo-se dos restos alimentares e de vermes existentes na boca do réptil. A vantagem é mútua, por
que, em “troca” do alimento, o pássaro livra o crocodilo dos para sitas. O anu e o gado. O anu é uma ave que
se alimenta dos carrapatos existentes na pele do gado, capturando-os diretamente. Em “troca”, livra o gado
dos indesejáveis parasitas.

D. MUTUALISMO - Trata-se de uma associação com benefícios mútuos. É mais íntima do que a cooperação,
sendo necessária à sobrevivência das espécies, que não podem viver isoladamente. Cada espécie só
consegue viver na presença da outra. Beija-flores e flores de angiospermas mantêm uma relação do tipo
mutualismo. Dentre os exemplos, destacaremos:

Chamamos de Bacteriorriza a associação entre as bactérias do gênero Rhizobium e as raízes de leguminosas.


No ciclo do nitrogênio, a bactéria produz compostos nitrogenados aproveitados pela planta e recebe dela
matéria orgânica produzida pela fotossíntese. Nas Microrrizas tem-se uma associação entre fungos e raízes
de árvores florestais. O fungo, que é um decompositor, fornece ao vegetal nitrogênio e outros nutrientes
minerais; em “troca”, recebe matéria orgânica fotossintetizada. Há mutualismo entre os cupins ou térmitas
e certos protozoários, uma vez que ingerem madeira, mas não conseguem digerir a celulose, pois não
possuem a celulase, enzima que cataliza a sua degradação. No tubo digestório do cupim, existem
protozoários flagelados capazes de realizar tal digestão. É comum encontrarmos os liquens firmemente
aderidos às rochas ou às cascas de árvores, formando uma crosta verde-acinzentada. O líquen é uma
associação entre alga e fungo. A alga é um produtor e sintetiza o alimento que é utilizado pelo fungo,
organismo heterótrofo consumi dor. Em “troca”, o fungo envolve e protege a alga contra a desidratação.
Separados, tais organismos não sobrevivem.

E. COMENSALISMO - No comensalismo, uma espécie (comensal) beneficia-se, enquanto a outra (hospedeira)


não leva vantagem alguma. Um caso típico é a rêmora ou peixe-piolho, que vive como comensal do tubarão.
No alto da cabeça, a rêmora apresenta uma ventosa por meio da qual se fixa no tubarão. O efeito disso sobre
o tubarão é nulo, mas a rêmora se beneficia, por que engole as sobras alimentares do tubarão, além de se
deslocar sem gasto de energia.

F. INQUILINISMO - É a associação em que uma espécie (inquilino) procura abrigo ou suporte no corpo de
outra espécie (hospedeiro), sem prejudicá-la. Trata-se de uma associação semelhante ao comensalismo, não
envolvendo alimento. Citaremos dois exemplos: O peixe-agulha e a holotúria. O peixe-agulha apresenta um
corpo fino e alongado e se protege contra a ação de predadores, abrigando-se no interior das holotúrias
(pepinos-do-mar), sem prejudicá-las. Epifitismo é representado pelas Epífitas, que são plantas que crescem
sobre os troncos de plantas maiores, sem parasitá-las. São epífitas as orquídeas e as bromélias, que, vivendo
sobre árvores, obtêm maior suprimento de luz solar.

RELAÇÕES INTRAESPECÍFICAS OU HOMOTÍPICAS

São as que ocorrem entre indivíduos da mesma espécie, como é o caso da competição intraespecífica e do
canibalismo.

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A. COMPETIÇÃO INTRAESPECÍFICA - É a relação que se estabelece entre os indivíduos da mesma espécie,
quando concorrem pelos mesmos fatores ambientais, principalmente espaço e alimento. Costuma se instalar
em função de aumento da densidade populacional ou da seleção natural atuando sobre a variabilidade
intraespecífica de certa população.

B. CANIBALISMO - Canibal é o indivíduo que mata e come outro da mesma espécie. O canibalismo pode
ocorrer para favorecer adultos em detrimento de filhotes, quando há falta de alimento.

RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS OU HETEROTÍPICAS

Acontecem entre indivíduos de espécies diferentes e compreendem: competição interespecífica,


predatismo, amensalismo e parasitismo.

A. COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICA - A competição entre espécies diferentes se estabelece quando tais


espécies possuem o mesmo habitat e o mesmo nicho ecológico. É o caso de cobras, corujas e gaviões, que
vivem na mesma região e atacam pequenos roedores.

B. PREDATISMO - Predador é o indivíduo que ataca e devora outro, chamado presa, pertencente a uma
espécie diferente. Os predadores são, geralmente, maiores e menos numerosos que suas presas, sendo
exemplificados pelos animais carnívoros. Tanto os predadores quanto as presas apresentam adaptações para
ataque e defesa. Daremos especial destaque para a adaptação designada mimetismo. Através do mimetismo
os animais, pela cor ou forma, assemelham-se ao meio ambiente, com o qual se confundem. Tanto as presas
como os predadores procuram esconder-se: os primeiros a fim de não serem per seguidos; os segundos para
não serem descobertos. Assim, numerosos insetos que habitam a vegetação possuem cor verde. Um
interessantíssimo exemplo de mimetismo é dado pelo camaleão, um réptil provido de cromatóforos, células
pigmentadas que permitem uma variação na coloração do corpo. Assim, tal animal é capaz de mudar sua cor
em conformidade com o ambiente em que é colocado. Tal fenômeno é designado homocromia.

C. AMENSALISMO - Amensalismo é um tipo de associação na qual uma espécie, chamada amensal, é inibida
no crescimento ou na reprodução por substâncias secretadas por outra espécie, denominada inibidora. A
relação pode ser exemplificada pelos flagelados Gonyaulax, causadores das marés vermelhas. Em tal caso,
os flagelados eliminam toxinas que provocam a morte da fauna marinha. Outro caso é representado pelos
fungos que produzem antibióticos, impedindo o desenvolvimento de bactérias em seu entorno.

D. PARASITISMO - Nesse caso, uma das espécies, chamada parasita, vive na superfície ou interior de outra,
designado hospedeiro. O parasita alimenta-se a partir do hospedeiro, podendo até matá-lo. Os exemplos são
numerosos e estudados na Zoologia.

E. ESCLAVAGISMO ou SINFILIA

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B
C

A- (Leão/Zebra) Predatismo B – (Hiena/Leão) Competição C – (Zebra/Ave) Saprovorismo

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QUADRO RESUMO DAS RELAÇÕES ECOLÓGICAS

RELAÇÕES ECOLÓGICAS - SIMBIOSES

HARMÔNICAS

INTERESPECÍFICAS

Mutualismo (+ / +) com vínculo obrigatório Liquens, Micorriza, Rhizobium sp

(Proto) Cooperação (+ / +) sem vínculo obrigatório Paguru / anêmona, Ruminantes / aves

Comensalismo (+ / 0) (indiferença) Epífitas, tubarão/rêmora

INTRAESPECÍFICAS

Sociedade Divisão de trabalho Insetos sociais: abelha, cupins

Colônia Vínculo físico Água viva, corais, bactérias

DESARMÔNICAS

INTERESPECÍFICAS

Predatismo (+ / -) com morte Onça / capivara

Parasitismo (+ / -) com exploração sem morte Pulga, tênia, esquistossomo...

Esclavagismo (+ / -) exploração trabalho Pulgões e formigas

Competição (- / -) sobreposição de nichos Introdução de espécies

INTRAESPECÍFICAS

Canibalismo Sobrevivência do adulto Jacarés e algumas aves

Competição Variabilidade genética Seleção natural

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A figura anterior mostra as relações entre presas e seus predadores. De modo geral, as populações das presas
são maiores e seus tamanhos corporais menores, quando comparados com as populações dos predadores,
que são numericamente menores e com tamanhos corpóreos maiores. O ciclo de vida dos predadores é
maior que o das presas, assim como as ninhadas e o tempo de gestação dos filhotes. As presas apresentam
mais ciclos reprodutivos ao longo da vida.

A figura anterior mostra um exemplo de competição intraespecífica entre duas espécies de cracas, um
crustáceo. Observa-se, que disputam espaço no costão rochoso e que a sua distribuição dependerá do
quanto estão adaptadas à exposição, ou seja, a emersão. O ritmo das ondas e da maré é o fator abiótico
preponderante neste caso.

AULA 07 - O CICLO DE MATERIA – CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

Nossa biosfera é alvo de um fluxo contínuo de energia, em conseqüência da qual ocorre uma circulação
intermitente dos materiais constituintes da superfície terrestre. A fonte preponderante dessa energia é a
radiação solar. O movimento dos elementos e compostos essenciais a vida pode ser designado como CICLO
BIOGEOQUÍMICO.

OS CICLOS BIOGEOQUIMICOS

As relações entre espécies e ambiente físico caracterizam-se por uma constante permuta de elementos, em
uma atividade cíclica, a qual, por compreender aspectos de etapas biológicas, físicas e químicas alternastes,
recebe a denominação geral de ciclo biogeoquímico.

Na verdade, o fenômeno é estritamente cíclico, apenas em relação ao aspecto químico, no sentido de que
os mesmos compostos químicos alterados se reconstituem ao final do ciclo, enquanto que o aspecto físico
das rochas, este não se regenera, necessariamente.

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Assim, há uma espécie de intercâmbio contínuo entre o meio físico, denominado abiótico (relativo a parte sem vida do
meio físico) e o biótico (conjunto de seres vivos), sendo esse intercâmbio de tal forma equilibrado, em relação a troca de
elementos nos dois sentidos, que os dois meios se mantém praticamente constantes.

Embora a fonte primária de energia seja inesgotável, o material necessário a síntese orgânica e sucessivas
transformações energéticas existe em quantidade limitada no meio, devendo, portanto, ser recirculado, o que toma
obrigatória a troca reciproca e continua de elementos químicos entre os seres vivos e o meio físico. O intercâmbio de
elementos químicos é acompanhado de ganhos e perdas de energia, gerando um ciclo entre o meio biológico e o meio
geofísico dito ciclo biogeoquímico.

A existência desses ciclos confere a biosfera um poder considerável de auto regulação, o qual assegura
perenidade dos ecossistemas e se traduz em uma notável constância de proporção dos diversos elementos
em cada meio. O ecossistema, por sua vez, pode ser conceituado como uma unidade que inclui todos os
organismos de uma determinada área, interagindo com o meio físico, de forma a originar um fluxo de matéria
e energia. As trocas de materiais nos ciclos se dão segundo vias mais ou menos circulares. Em cada um desses
ciclos existe um compartimento que funciona como reservatório do nutriente, constituindo um componente
bastante grande em relação aos demais, de modo a garantir o escoamento lento e regularizado do elemento
em questão.

Em um estudo global da biosfera, pode-se reconhecer dois tipos de ciclos biogeoquímicos: os CICIOS
GASOSOS e os CICIOS SEDIMENTARES. No primeiro caso, o reservatório está situado na atmosfera, enquanto
que no segundo localiza-se na crosta terrestre. Existe um número importante de ciclos que necessitam ser
mencionados destacando-se o ciclo da água como sendo, provavelmente, o mais óbvio e importante. Além
desse, existem ciclos essenciais como o do oxigênio, do nitrogênio, do fósforo, do carbono, fósforo e enxofre.

Existem basicamente 4 compartimentos na Terra onde podemos encontrar determinado átomo: os corpos
de água, os solos e as rochas, a atmosfera, os seres vivos. Esse átomo pode fazer parte de moléculas orgânicas
e inorgânicas e sua transferência de um compartimento para outro se dará por processos físicos, químicos
ou biológicos. As etapas desses ciclos podem ocorrer em um intervalo de tempo compatível com o tempo de
vida dos seres vivos ou mesmo levar milhares de anos. As atividades humanas dos últimos 100 anos acabaram
catalisando algumas dessas etapas ou alterando o equilíbrio de outras.

Quando pensamos nos seres vivos existem alguns elementos e substâncias especialmente importantes, como
o caso da água, do C, H, O, N, P e S.

O CICLO DA ÁGUA E OS SEUS DESDOBRAMENTOS

A substância mais abundante na biosfera é a água. Os oceanos, as calotas polares, as aglomerações de neve,
os lagos, os rios, o solo e a atmosfera contêm cerca de 1,4 milhões de quilômetros cúbicos de água, sendo
que 97,2% desse total se encontram nos oceanos. Dos 2,8% restantes, três quartos estão na forma de gelo.

Mais conhecido como ciclo hidrológico, ele representa o percurso da água desde a atmosfera, passando por
varias fases, até retomar de novo a atmosfera. Essas fases englobam, basicamente, a precipitação,
escoamento superficial, infiltração, escoamento subterrâneo e a evaporação. A precipitação se origina da
água evaporada dos mares, lagos, pântanos, rios, vegetais e animais, e que formam as nuvens. Essas, ao
alcançarem regiões mais frias se condensam e caem na forma de chuva. A parcela de água precipitada sobre
a superfície sólida pode ter três vias distintas: a infiltração, a evapotranspiração e o escoramento superficial.

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É através da infiltração que se realiza o recarregamento das reservas freáticas e a reidratação dos solos, ou
seja, dos depósitos de água disponível para a vegetação terrestre e para as atividades biológicas que se
desenvolvem nas camadas superficiais dos continentes. Essa água, acumulada por efeito de infiltração, é
restituída à atmosfera por meio da evapotranspiração.
O escoamento superficial é responsável (ao lado da ressurgência de águas infiltradas) pela formação de
córregos, rios e lagos. A maior ou menor proporção do escoamento superficial em relação à infiltração é
influenciada fortemente pela presença ou ausência da cobertura vegetal. Fenômenos como a evaporação
podem ser intensificados com o aumento da temperatura local, e as precipitações podem aumentar com os
índices de poluição.

Logo, fica claro que o modelo de desenvolvimento e crescimento escolhido pelas sociedades atuais - as
cidades, interferem diretamente no ciclo hidrológico, uma vez que nas cidades as temperaturas e os índices
de poluição são maiores do que nas zonas rurais ou preservadas. Um outro agravante é a impermeabilização
dos solos com asfalto ou concreto, que não permite infiltração nem escoamento lento, estimulando grandes
vazões por ocasião das chuvas, que se associam a enchentes em áreas mais baixas, criando prejuízos e
exigindo medidas construtivas como canalizações e piscinões.

A construção de reservatórios ou represas aumenta em demasia a umidade relativa local e por conseqüência
os índices pluviométricos regionais. A falta de coleta e tratamento de esgotos associada a herança de jogar
lixo em córregos e rios traz mais um problema sério que é a poluição hídrica, que acaba “engolindo” receitas
públicas enormes em projetos de saneamento e limpeza, a fim de tornar novamente a água potável.

As cidades apresentam solo construído e bastante impermeabilizado, em virtude disso as águas pluviais
infiltram pouco e escorrem muito rapidamente para níveis mais baixos, que acabam por sofrer enchentes. A
enchente cria problemas de saúde pública, pois permitem contato com resíduos sólidos (lixo) , vetores (ratos)
e substâncias perigosas (efluentes domésticos e industriais) e contaminadas por bactérias e outros
patógenos. Algumas das soluções para esse problema: aumentar áreas verdes, construir piscinões (que
retardam o escoamento aos rios) , evitar retificação dos rios (diminuindo suas vazões), evitar lixo nas vias
públicas, não construir e nem ocupar as áreas de várzeas dos rios. Abaixo, um esquema simplificado do ciclo
da água.

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AULA 08 - O CICLO DO OXIGÊNIO E DO CARBONO E DESDOBRAMENTOS

O CICLO DO OXIGÊNIO

Este ciclo representa a quantidade de oxigênio produzido anualmente pela FOTOSSÍNTESE e o consumo no
processo de OXIDAÇÃO DO CARBONO - RESPIRAÇÃO, através das plantas e dos animais. A oxidação provoca
a formação de gás carbônico, o qual é utilizado no processo de fotossíntese. A fotossíntese consiste na
utilização da luz pelos organismos dotados de clorofila, como fonte de energia, para sintetizar compostos
orgânicos, produzindo oxigênio como subproduto.

FOTOSSÍNTESE
luz
6CO2 + 6H2O clorofila C6H12O6 + 6O2

RESPIRAÇÃO CELULAR

C6H12O6 + 6O2 6CO2 + 6H2O + ENERGIA

A tendência dos organismos vivos é a de manter o meio ambiente interno dentro dos limites de sobrevivência
e reprodução, a despeito das forças ambientais, que tendem a remover da posição original esse meio
ambiente interno. É útil e interessante considerar o que pode ocorrer se houver uma repentina mudança no
ambiente interno do ciclo do oxigênio. Uma queda na demanda de oxigênio de plantas em decomposição,
por exemplo pela remoção de um grande número de plantas da superfície da terra, poderia resultar num
aumento de oxigênio. Subseqüentemente poderia haver uma oxidação mais rápida do material
remanescente morto devido ao elevado conteúdo de oxigênio e uma queda na quantidade de oxigênio
produzido pelas novas plantas, conduzindo para uma quantidade aproximadamente estável de oxigênio.

O CICLO DO CARBONO - O carbono é elemento essencial na composição da matéria orgânica, sendo pois,
fundamental a sua recirculação na natureza. Encontra-se disponível, principalmente, no ar atmosférico, na
forma de gás carbônico.

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Esse carbono, que é utilizado diretamente pelas plantas verdes na construção de matéria orgânica vegetal -
FOTOSSÍNTESE, deverá ser devolvido ao meio, novamente na forma de gás carbônico, ao final de um ciclo
vital, sob pena de diminuírem progressivamente, na natureza, as fontes primárias do elemento carbono.
Assim sendo, a matéria orgânica que foi sintetizada pelo vegetal verde, será comida por um animal, o qual,
por sua vez, poderá servir de alimento a outros tipos de animais.

Finalmente, o cadáver do último elemento vivo dessa série, deverá de alguma forma, restituir o carbono ao
meio, e isso se realiza graças a participação de bactérias e outros seres microscópicos, responsáveis pela
DECOMPOSIÇÃO do corpo morto. A mesma coisa sucederá, através de um ciclo muito mais abreviado, se o
próprio vegetal verde morrer antes de ser devorado por um animal. Ele apodrecerá, ou seja, será digerido
por seres microscópicos ou será queimado e, por conseguinte, transformado também em gás carbônico.
Atualmente, o maior reservatório de carbono é constituído pelos CARBONATOS existentes nas águas e no
solo. Basicamente os processos de FOTOSSÍNTESE E RESPIRAÇÃO CELULAR seriam suficientes para manter as
concentrações dos compostos de carbono na biosfera, porém não é bem assim que acontece.

As atividades da sociedade humana moderna exigiu cada vez mais a queima de COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS , o
que causou uma diminuição intensa de carbono fixado em seres vivos vegetais e no solo, representados por
madeira, carvão e petróleo respectivamente. Posteriormente, devemos lembrar que a combustão desses
compostos orgânicos libera gás carbônico para a atmosfera, cujas altas concentrações estão associadas ao
aumento do EFEITO ESTUFA, que pode vir a ser responsável pelo aquecimento da Terra. O aumento de gás
carbônico não deveria gerar alardes, pois o processo de fotossíntese teria seu equilíbrio desviado para a
produção de glicose pelas florestas não é mesmo? Talvez não, uma vez que as queimadas de florestas são
extremamente intensas. As combustões geram fuligem (carvão) e monóxido de carbono (CO) além do gás
carbônica e que estão associados diretamente com o estado de saúde de milhares de pessoas. O CO é tóxico
e letal enquanto a fuligem é um dos principais componentes da poluição atmosférica.

O processo de decomposição é fundamental, uma vez que remineraliza o solo ou a água, para os autótrofos.
Porém, a poluição orgânica pode gerar uma intensa mortandade de peixes, pois primeiramente entroniza a
água, seguida de decomposição aeróbica, que consome o oxigênio velozmente o que leva a morte de seres
aeróbios. Abaixo, o esquema simplificado do ciclo do carbono.

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AULA 09 - O CICLO DO NITROGÊNIO E OS SEUS DESDOBRAMENTOS

Muito embora a nitrogênio seja a GÁS MAIS ABUNDANTE NA ATMOSFERA, ele é não reativo e, dessa forma,
não pode ser usada diretamente por muitos organismos. O nitrogênio proveniente das células dos seres vivos
é decomposto no solo ou nos rios, passando de orgânico a inorgânico, sob a ação das BACTERIAS
DECOMPOSITORAS ou através do sistema de excreção dos próprios seres superiores. O nitrogênio na forma
de NITRATO é mais utilizável como nutriente pelas plantas verdes, ainda que as outras formas de nitrogênio
possam ser usadas por diferentes organismos completando a ciclo.

O ar está constantemente recebendo nitrogênio devido a ação de BACTERIAS DESNITRIFICANTES, sendo daí
continuamente retirado pelas ações das bactérias fixadoras de nitrogênio, além de algas CIANOFICEAS e
reações provocadas pelas descargas elétricas atmosféricas. No ar, devido a atividade industrial e as descargas
de veículos automotores produzindo óxidos de nitrogênio: nitritos e nitratos, o ciclo tem sido alterado. Esses
gases na realidade constituem fases transitórias do ciclo e em geral são encontrados em pequena
concentração no ambiente.

Em termos de energia necessária ao funcionamento do ciclo, pode-se dizer que dois processos são
fundamentais. No primeiro, em que, partindo-se das proteínas há formação de nitratos, no qual a energia é
fornecida aos organismos pelo próprio processo de decomposição.

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Na outro que acontece ao contrário, a energia provém da luz solar ou de outras fontes. O principal depósito
de nitrogênio é a atmosfera, de onde é fixada biologicamente por intermédio de BACTERIAS FIXADORAS EM
RAIZES DE LEGUMINOSAS E ALGAS AZUIS, fisicamente por intermédio de descargas elétricas naturais
patentes, como raios e relâmpagos. Em terra, a partir da fixação, tem início o metabolismo vegetal de
proteínas e compostas nitrogenados. Uma vez que a planta morra esses compostos seriam decompostos por
BACTERIAS AMONIFICANTES ou decompositoras, que produziria amônia, que é substrato para a oxidação de
duas populações de bactérias, chamadas genericamente de nitrificantes, que inicialmente a transformaria
em nitrito (bactérias nitrosantes) para a partir deste, ser transformado em nitrito por outra população de
bactérias (bactérias nitratantes). As BACTERIAS NITRIFICANTES de modo geral atuam sobre a amônia de
qualquer origem: animal ou vegetal. Finalmente, as BACTERIAS DENITRIFICANTES devolvem o nitrogênio a
atmosfera a partir de nitrato, principalmente. Observe a ciclo.

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Na figura seguinte, observe as estratégias para recuperar o desgaste dos solos em virtude de uso intensivo
com o cultivo de monoculturas como o milho, o trigo, a cana e outros. A adubação verde é a indicação mais
sustentável para essa recuperação, representada também pela consorciação e rotação de culturas.

TEXTO EXTRA – CICLOS BIOGEOQUÍMICOS DO FOSFORO E DO ENXOFRE.

O CICLO DO FÓSFORO

O fósforo é liberado pela decomposição de compostos orgânicos até a forma de fosfatos passível de ser
aproveitado pelos vegetais. Ao contrário do nitrogênio o grande reservatório de fósforo não é o ar, mas sim
as rochas, formadas em remotas eras geológicas.

A decomposição por fenômenos de erosão, gradativamente libera os fosfatos , que entram nos ecossistemas
onde são reciclados. Porém grande parte desse fósforo vai chegar aos mares e oceanos onde se perde nos
sedimentos mais profundos. Acredita-se que essa parcela sedimentada nos mares volte ao cicio muito
lentamente, não acompanhando a velocidade das perdas de fósforo que são muito mais intensas.

Tanto os movimentos de acomodação da crosta e as elevações dos sedimentos, como também a atividade
animal, principalmente de aves e peixes, parece não serem suficientes para compensar as perdas. A atividade
humana tem contribuído para acelerar as perdas de fósforo, tornando a reciclagem ‘acíclica’. Calcula-se que
apenas 60.000 toneladas de fósforo elementar são anualmente restituídas ao mar, embora a retirada desse
elemento através da pesca e de peixes marinhos seja proporcionalmente muito maior.

Paralelamente, grande parte do fósforo retirado dos milhões de toneladas de rochas fosfatadas que são
processadas é perdida ou arrastada pela água para os sedimentos profundos.

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Atualmente o homem se preocupa mais com fosfato dissolvido nas águas interiores em função de sua
importância em termos de qualidade. Nesse aspecto o fósforo tem papel relevante na produtividade aquática
- eutrofização , podendo como conseqüência causar prejuízo a água para fins de abastecimento publico.
Como principais fontes de fósforo podem ser mencionadas as rochas sedimentares, os fertilizantes, os
despejos líquidos domésticos, os detergentes, as águas de chuva, os aditivos anti-corrosivos e os aditivos
usados no controle de incrustações.

O CICLO DO ENXOFRE

A principal fonte de enxofre para os seres vivos é constituída pelos SULFATOS; absorvidos pelas plantas, são
incorporados nas proteínas, portanto na própria estrutura da matéria viva. Em geral, a água potável não deve
ultrapassar um teor de 250 ppm em SO4 . Teores superiores poderiam causar diarréias nas crianças. Os
resíduos orgânicos são decompostos por bactérias heterotróficas que libertam H2S utilizando os sulfatos
como fonte de energia. Inversamente, outras bactérias reoxidam o H2S em SO4, tornando o enxofre
disponível para outros seres vivos. É o ciclo do enxofre, cuja componente mais forte é a sedimentar;
acumulação lenta do enxofre nos sedimentos; a extração minerária, a erosão e os vulcões fornecem de novo
o enxofre à biosfera.

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AULA 10 – BIOGEOGRAFIA E BIOMAS

INTRODUÇÃO
Pode-se dizer que a Biogeografia é um ramo científico da Biologia, que se preocupa com todos os
problemas relacionados à distribuição atual e passada dos seres vivos na Terra. A distribuição dos
organismos não foi e não é gerada ao acaso. Ou seja, tem padrões repetitivos, obedecendo certas
regras gerais, de modo geral determinadas pelo ambiente. Certos organismos apresentam ampla
distribuição, outros são restritos a pequenos espaços, delimitados por fatores extrínsecos e
intrínsecos. Para entender a história de cada grupo e os processos envolvidos, é necessário a
reconstrução do passado, da história evolutiva dos organismos. Portanto, a Biogeografia preocupa-
se com a história evolutiva dos seres vivos, procurando determinar qual ou quais os fatores
determinaram a distribuição dos táxons em uma ou mais regiões.
De um ponto de vista genérico, os táxons (espécies, gênero, família, ordem, classe e filo) possuem
histórias evolutivas semelhantes: origem, expansão, redução e extinção. A Biogeografia preocupa-
se com a parte espacial dessa história. Portanto, podemos dizer que a biogeografia "É a ciência que
estuda a distribuição dos seres vivos tanto no espaço como no tempo" (Espinosa & Llorente 1993).
Assim, é necessário conhecer o que ocorreu no passado, o que propiciou estas mudanças para
explicar a presente distribuição. Neste contexto, a Biogeografia é uma ciência histórica e não apenas
um ramo da biologia, mas uma ciência interdisciplinar. Não se faz estudos completos em
Biogeografia sem ter noções da história geológica da Terra, bem como posições geográficas de
mares, montanhas, desertos, entre outros. É necessário ter conhecimento de clima, estações, locais
favoráveis de precipitações, de secas. Não se pode realizar estudos de distribuição sem ter
conhecimento geral dos grupos taxonômicos, de Fisiologia, Sistemática, Paleontologia, Evolução,
Ecologia, entre outras. Portanto, para realizar estudos de Biogeografia, há a necessidade de reunir
e relacionar conteúdos de outras ciências (Mello Leitão 1980).
Realmente, não existe um biogeógrafo de formação específica. Existe, sim, um estudioso em uma
dessas áreas citadas anteriormente que se especializa em estudos de Biogeografia, principalmente
em relação ao seu grupo de interesse. Deste modo, pode-se dizer que a Biogeografia é uma ciência
sintética.
Atualmente, existem cerca de 2 milhões de espécies descritas, sendo a maioria pertencente aos
Reinos Metaphyta e Metazoa, as outras pertencendo aos Reinos Fungi, Monera e Protista,
descartando os vírus. Mas o número efetivo de espécies existentes, incluindo aquelas ainda não
conhecidas, podemos dizer que a biodiversidade é muito maior. Alguns autores estimam em 5
milhões de espécies, outros em 30, 50 e até 80 milhões. O importante é frisar que cada espécie
ocupa uma determinada região geográfica.
Uma pergunta clara pode ser: qual ou quais fatores determinaram a distribuição atual?
Obviamente outras milhões de espécies viveram no passado e encontram-se agora extintos, alguns
poucos conhecidos apenas por frações, fósseis desses grupos. Esses registros podem-nos fornecer
dados sobre o ambiente do passado, o clima, tipo de vegetação predominante, comportamento da
espécie, entre outros atributos.
Alguns autores não aceitam a Biogeografia como uma ciência e relacionam a distribuição e
abundância dos seres vivos à Ecologia. Pergunta-se: Qual é a diferença entre Biogeografia e

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Ecologia? De acordo com Espinosa & Llorente (1993), existe uma diferença fundamental, como se
pode verificar à seguir:
Quando se fala em distribuição geográfica das formas de vida, que implica na
composição de biotipos ou espectros bióticos das comunidades, estamos referindo à
Ecogeografia, mas quando se fala em padrões geográficos de adaptação, referimo-nos
a Ecologia propriamente dita. Agora, se nos referirmos à distribuição geográfica de
táxons, estaremos nos reportando a Biogeografia. Ela pode ser vista e definida de
diversas maneiras, ainda que essa divisão não seja aceita unanimemente.
Primeiro, é necessário distinguir entre a distribuição ecológica e a distribuição geográfica dos seres
vivos. Quando se fala em distribuição ecológica, estamos nos referindo a influência de algum
parâmetro de um gradiente abiótico ou biótico. Desta forma, a distribuição ecológica de uma espécie
está relacionada ao comportamento integral ou parcial do NICHO ECOLÓGICO de seus indivíduos.
Distribuição em Biogeografia é um conceito mais amplo. Podemos dizer que é o conjunto de locais
na qual a espécie ou táxon se encontra presente. O robalo (Centropomus sp.) é um peixe com
distribuição Neotropical na Costa Atlântica, desde o Norte do Brasil até ao Uruguai (distribuição
biogeográfica). Esta espécie de robalo apresenta um comportamento de subir rios para oposição ,
portanto, pode-se classificá-la como eurihalina (distribuição ecológica).
Obviamente, existem questões mais gerais envolvidas. Após ter definido o que é distribuição em
ecologia e biogeografia, podemos colocar outra pergunta:
Por que existem mais espécies nos trópicos do que nos pólos?
Por que duas ou mais espécies vivem confinadas em certas áreas específicas ou em regiões
determinadas?
A Biogeografia Ecológica estuda a distribuição individual de cada espécie, fundamentalmente em
escala local. Os fatores que contribuem para a formação de um determinado padrão operam a curto
prazo e sua natureza é puramente ecológica. Alguns ecólogos consideram somente os aspectos
espaciais, preocupando-se em saber por que as espécies estão em determinado lugar hoje em dia,
resultando em que se acredita ser a biogeografia uma parte da ecologia. MacArthur e Wilson (1967),
representantes desta escola admitiram estar inaptos a ver qualquer distinção entre os dois
enfoques. O fator "tempo", utilizado por esta abordagem, é relativamente curto e atual.
Por outro lado, a Biogeografia Histórica, que é biogeografia do endemismo, estuda os padrões de
distribuição em escala global, incluindo-se aspectos taxonômicos como indicadores de parentesco
entre biotas, supondo-se que os fatores que produzem são de natureza histórica. O tempo evocado
para as análises é usualmente maior que o da biogeografia ecológica.
Neste ponto é interessante salientar o papel da dispersão nestes dois níveis. Todos os organismos
possuem capacidade de se locomover de seu lugar de nascimento. Frequentemente a dispersão
está confinada a um estágio particular da vida dos organismos. Dispersão é basicamente um
processo ecológico. A seleção natural favorece indivíduos que se movem de seu lugar de nascimento
para outro. É provável que um lugar mais distante seja mais favorável do que seu exato lugar de
nascimento, em parte por causa da competição intraespecífica. Plantas e animais têm desenvolvido
a grande variedade de mecanismos de dispersão em resposta à variação do ambiente. Do ponto de
vista ecológico, a dispersão deve ser considerada simplesmente como uma parte adaptativa da vida
de cada espécie.

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O papel da dispersão para a biogeografia histórica é muito diferente. Embora a dispersão esteja
continuamente ocorrendo em todos os organismos, a maioria destes movimentos não resulta em
qualquer mudança significativa de sua distribuição geográfica. A área de distribuição da maioria das
espécies está limitada aos fatores ambientais que ficam relativamente constantes durante o tempo
ecológico. Os biogeógrafos se preocupam primariamente com as exceções, naqueles raros
momentos em que as espécies aumentam suas áreas de distribuição por movimentação em grande
escala. Biogeógrafos frequentemente distinguem dois tipos de eventos de dispersão.
Em alguns casos uma espécie pode, com sucesso, atravessar uma barreira existente, tal como um
oceano ou uma montanha, e se estabelecer do outro lado. Em outros casos, uma espécie pode
simplesmente expandir sua área de dispersão por movimentos para fora de seus limites e habitar
uma área muito maior que a original. Em ambos os casos, uma espécie restrita inicialmente a um
determinado lugar se espalha de seu lugar de origem para novas regiões.
As condições associadas com a existência de vida na Terra promovem o estabelecimento de
BIOMAS, que pode ser entendido como um conjunto de ecossistemas terrestres com vegetação
característica, fisionomia típica, com predomínio de certo tipo de clima e vinculado a dada faixas de
latitude. (Odum, 1996) ou como uma grande área do espaço geográfico, que tem por características
a uniformidade de um macroclima definido, de uma determinada fitofisionomia ou formação
vegetal, de uma fauna e outros organismos vivos associados, e de outras condições ambientais,
como a altitude, o solo, alagamentos, o fogo, a salinidade, entre outros. Estas características todas
lhe conferem uma estrutura e uma funcionalidade peculiares, uma ecologia própria. (Coutinho,
2005). Essas condições reúnem, basicamente, variações de temperatura e pluviosidade. Veja a
seguir, a distribuição de grande BIOMAS na Terra.

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Observe que as condições favoráveis à vida se acentuam entre as latitudes médias e menores e o
EQUADOR, ou seja, entre os trópicos. Veja o esquema da aula:

Acompanhe as características gerais desses BIOMAS MUNDIAIS

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A FLORESTA AMAZÔNICA
A Amazônia, com seus 6,5 milhões de km2, é a maior floresta tropical do mundo. Abrangendo nove países,
ocupa quase metade da América do Sul. A maior parte da floresta – 3,5 milhões de km2 – encontra-se em
território brasileiro. Essa área, somada à Mata Atlântica, representa 1/3 do total ocupado por florestas
tropicais do planeta. Além da mata, existem na Amazônia áreas de cerrado e outras formações diversas,
perfazendo um total de 5,029 milhões de km2, conhecido como Amazônia Legal.

Com relação ao relevo, encontramos ali três formações principais. Ao sul localiza-se o planalto Central, ao
norte, o planalto das Guianas e, ao centro, a planície sedimentar Amazônica, todos com altitudes inferiores
a 1 500 m. Na planície Amazônica destacam-se dois tipos de relevo: as várzeas, que por se estenderem ao
longo dos rios estão sempre inundadas, e as terras firmes, que cobrem a maior parte da planície e constituem
o domínio da grande floresta.

Enorme riqueza sobre solos pobres - O solo amazônico apresenta baixos índices de nutrientes, é ligeiramente
ácido e bastante arenoso, características que permitem classifica-lo como extremamente pobre. A presença
de grande quantidade de matéria orgânica, carregada desde os Andes pelos rios, faz das várzeas as únicas
áreas agricultáveis da Amazônia.
Na verdade, como em toda mata tropical, os nutrientes minerais encontram-se quase totalmente na
biomassa vegetal, ficando uma pequena quantidade no solo, sobretudo na camada superficial de húmus. A
rápida reciclagem desses nutrientes, de compostos pelos microorganismos do solo e reabsorvidos pelas
árvores, garante o equilíbrio necessário à manutenção da floresta. A única função relevante do solo é a de
dar suporte físico à vegetação. De acordo com estudos do projeto Radam-Brasil, apenas pouco mais de 10%
da Amazônia possui solos de fertilidade compatível com atividades agrícolas.

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As águas e o clima: um casamento indissolúvel - O sistema hídrico da região Amazônica é o mais imponente
do mundo. O rio Amazonas e seus mais de mil afluentes formam uma bacia que comporta 1/5 de toda a água
doce em forma líquida do planeta. Nascendo na geleira de Yarupa, no Peru, a uma altitude de 5 000 m, e
possuindo 6 500 km de extensão, com largura de até 100 km, o Amazonas é o maior rio do mundo em volume
de água, e o segundo maior em extensão. Sua declividade no território brasileiro é de apenas 65 m, e a
profundidade pode atingir 100 m. Outras bacias importantes na região são a do Tocantins-Araguaia e a do
Orenoco. O clima é quente quase o ano inteiro, com uma temperatura média de 25o C, pouco flutuante ao
longo das estações. A região mais úmida do país apresenta uma pluviosidade média de 2 000 mm ao ano. As
chuvas ocorrem no inverno, que dura aproximadamente 150 dias, e caem sob a forma de grandes temporais.
O encontro de duas massas de ar, uma vinda do Atlântico norte, e a outra, do Atlântico sul, é responsável
por essas chuvas, sempre seguidas de céu limpo. Das chuvas que caem na bacia Amazônica, 50% provêm de
água evaporada na própria bacia. A chuva resfria o ar acima da copa das árvores e este, ao se misturar com
o ar mais quente do interior da mata, provoca condensação que irá formar novas nuvens. No verão, as nuvens
formadas sobre a mata deslocam-se para o sul e são responsáveis pelas chuvas de todo o planalto Central
brasileiro.

A incrível diversidade biológica - Calcula-se que dentro da floresta amazônica convivem em harmonia mais
de 20% de todas as espécies vivas do planeta, sendo 20 mil de vegetais superiores, 1 400 de peixes, 300 de
mamíferos e 1 300 de pássaros, sem falar das dezenas de milhares de espécies de insetos, outros
invertebrados e microorganismos. Para se ter uma idéia do que isso significa, existem mais espécies vegetais
num hectare de floresta amazônica de que em todo o território europeu. A castanheira é o exemplo mais
típico de árvore amazônica, sendo uma das mais imponentes da mata. De toda essa variedade, metade
permanece ainda desconhecida da ciência, havendo muitas espécies endêmicas, ou seja, que vivem apenas
numa localidade restrita, não ocorrendo em outras regiões. A vegetação pode ser classificada em: mata de
terra firme (sempre seca), mata de várzea (que se alaga na época das chuvas) e mata de igapó (perenemente
alagada). Como já dissemos, existe também, em menor quantidade, áreas de cerrado, campos e vegetação
litorânea.

O equilíbrio natural da floresta - A Amazônia, como floresta tropical que é apresenta-se como um
ecossistema extremamente complexo e delicado. Sua incrível diversidade biológica confere-lhe uma
infinidade de inter-relações ecológicas de difícil compreensão. As imensas árvores retiram do solo toda a
matéria orgânica nele existente, restando apenas um pouco na fina camada de húmus, onde os
decompositores garantem a reciclagem dos nutrientes. A retirada desses minerais é tão intensa que alguns
rios amazônicos têm suas águas quase destiladas. Ficando praticamente sem matéria orgânica, os peixes e
animais aquáticos dependem, para se alimentar, das folhas e dos frutos que caem das árvores. Para que
possa ocorrer a reciclagem dos nutrientes, é preciso haver um grande número de espécies de plantas, pois
cada uma desempenha uma função no ecossistema. As monoculturas naturalmente comprometem esse
mecanismo e, por isso mesmo, não são recomendáveis. Os animais, que se alimentam das plantas e dos
outros animais, também contribuem, com suas fezes, para o retorno da matéria orgânica ao solo. Além disso,
eles têm importante participação na polinização das flores e na dispersão dos frutos e das sementes. As
constantes chuvas que caem na Amazônia têm um papel fundamental na manutenção do ecossistema.
Muitas vezes as águas nem chegam a atingir o solo, uma vez que ficam retidas nas diversas camadas de
vegetação, sendo rapidamente absorvidas ou evaporando-se ao término da chuva. São elas que garantem a
exuberância da floresta.

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Todos os elementos, clima, solo, fauna, flora, estão tão estreitamente relacionados que não se pode
considerar nenhum deles como principal. Todos contribuem para a manutenção do equilíbrio, e a ausência
de qualquer um deles é suficiente para desarranjar o ecossistema.

Retirando-se a vegetação, por exemplo, esta levaria consigo a maior parte dos nutrientes, e o pouco que
restasse seria carregado pelas fortes chuvas que passariam a atingir diretamente o solo. Sem a existência
dessa matéria orgânica, a floresta não conseguiria se reconstituir, e a tendência natural seria a desertificação.
Dificilmente, porém, teríamos um deserto total, pois a permanência alíseos oriundos do oceano é capaz de
garantir a umidade necessária para algumas formas de vegetação. Mas de qualquer maneira o ecossistema
estaria destruído. E qual seria a conseqüência disso para o globo?

Durante muito tempo atribuiu-se à Amazônia o papel de “pulmão do mundo”. Hoje sabe-se que a quantidade
de oxigênio que a floresta produz durante o dia, pelo processo da fotossíntese, é consumido à noite. No
entanto, devido às alterações climáticas que causa no planeta ela vem sendo chamada de “o condicionador
de ar” do mundo. O desmatamento da Amazônia pode, aparentemente, causar alterações no clima de todo
o planeta, com uma possível elevação da temperatura global pela eliminação da evapotranspiração. Além
disso, o gás carbônico liberado pela queima de suas árvores poderia contribuir para o chamado efeito estufa,
novamente aquecendo a atmosfera.

As potencialidades de uso para a humanidade


A importância da Amazônia para a humanidade não reside apenas no papel que desempenha para o
equilíbrio ecológico mundial. A região é o berço de inúmeras civilizações indígenas, além disso, constitui-se
numa riquíssima fonte de matérias-primas – alimentares, florestais, medicinais, energéticas e minerais.

• Dentre as numerosas espécies fornecedoras de madeira, apenas duas, o mogno e a cerejeira, são
aproveitadas em larga escala - Possuindo 30 bilhões de m3 de madeira, a floresta apresenta grande
quantidade de espécies utilizáveis, mas ainda pouco exploradas.
• Uma árvore que merece destaque é a seringueira, típica da Amazônia - Do seu látex fabrica-se a borracha,
que, apesar dos atuais similares sintéticos, é insubstituível em diversos produtos. O Brasil já foi o maior
produtor, mas hoje importa 70% da borracha que consome.

• Fornecimento de alimentos, madeira e produtos medicinais -Se bem utilizadas, as áreas agricultáveis da
Amazônia podem fornecer alimentos em abundância. A existência de diversas espécies comercializáveis
em estado selvagem, como o cacau, o palmito (açaí) e a castanha-do-pará, faz da região um rico banco
genético para futuros estudos de melhoramento de características, através de cruzamentos e seleção de
exemplares mais apropriados à cultura. A floresta possui um grande número de espécies cujo potencial
de utilização já é conhecido, como o babaçu, o cupuaçu e a pupunha, e várias outras que as pesquisas
ainda podem identificar como úteis ao homem.

• A domesticação de animais amazônicos – como a capivara, o jacaré, a tartaruga e a paca – traz novas
alternativas de produção de alimentos. Também a pesca, se realizada com técnicas adequadas, pode ser
uma rica e perene fonte de proteínas.

• A presença de diversos invertebrados abre a possibilidade de utilização de algumas espécies para o


controle biológico de pragas da agricultura - Para isso, bastaria identificar os inimigos naturais ou
parasitas capazes de controlar as populações de pragas.

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• Inúmeras são as espécies de plantas com valor comercial na floresta amazônica, sendo utilizadas 1 300
delas - Menos de 5% das espécies foram pesquisadas para a verificação de possíveis usos medicinais, mas
substâncias importantes já foram descobertas, como o curare, um potente anestésico, o quinino, o mais
precioso remédio contra a malária.
A produção de energia e as jazidas minerais
Algumas plantas são adequadas à produção de energia, tanto pela combustão direta da madeira, quanto
pelo fornecimento de óleos vegetais. O óleo de copaíba, por exemplo, vem sendo apontado pelos
pesquisadores como o possível substituto do diesel. Do babaçu, por sua vez, pode-se produzir álcool, carvão
siderúrgico, óleo vegetal e biogás. Ambas são espécies bastante comuns na Amazônia.
A abundância de minérios na região é incontestável. Se explorados racionalmente, esses produtos podem
trazer grande riqueza ao país. Os mais importantes são: o ferro (18 bilhões de toneladas, em Carajás), o
alumínio (4 bilhões de toneladas, em Trombetas, Paragominas e Almeirim), o manganês (80 bilhões de
toneladas em Carajás e Serra do Navio), o cobre (10 milhões de toneladas, em Carajás), o ouro (250 toneladas,
em Tapajós), o estanho (400 mil toneladas) e o níquel (90 mil toneladas). Em menor quantidade, encontra-
se também na Amazônia o diamante (em Roraima), o petróleo (na plataforma oceânica e no continente), o
urânio (em Roraima) e o sal-gema.
Os recursos naturais da Amazônia vêm sendo explorados inadequadamente desde a chegada dos primeiros
colonizadores. Como efeito do desmatamento, que altera os hábitos naturais, registra-se um declínio
drástico da diversidade biológica. Além disso, a exploração dos recursos naturais tem trazido muito pouca
riqueza para a região, que ainda vive do extrativismo. Diversas queimadas, sobretudo em Rondônia, são
promovidas exclusivamente para garantir a posse da terra. E toda a devastação está ocorrendo num ritmo
muito maior que o das pesquisas científicas, o que dificulta a elaboração de propostas alternativas de
utilização dos recursos. Mesmo assim, muita coisa pode ser feita, desde que medidas sejam tomadas em
curto espaço de tempo.
A MATA ATLÂNTICA
A floresta do litoral brasileiro
Na época do descobrimento do Brasil, a Mata Atlântica estendia-se do cabo de São Roque, no Rio Grande do
Norte, até as serras do Herval e de Tapes, no Rio Grande do Sul, ocupando uma área total de 350 000 km 2.
No sul da Bahia, fundia-se com a hiléia baiana, mais exuberante e com muitas espécies iguais ou aparentadas
às da Amazônia. Hoje constata-se, infelizmente, que 95% dessa mata foi totalmente destruída pela ação
humana. Os trechos remanescentes, embora aparentemente protegidos pela topografia acidentada da Serra
do Mar, continuam sofrendo impiedoso ataque de caçadores e madeireiros, o que, em curto espaço de
tempo, pode levar a seu completo desaparecimento.
A Mata Atlântica, ao contrário da Floresta Amazônica desenvolveu-se sobre uma extensa cadeia montanhosa
que acompanha quase todo o litoral brasileiro. A evaporação da água do mar e os ventos que sopram em
direção ao continente garantem a umidade necessária para a formação de uma floresta tropical, pois a
condensação dessa água, que se resfria ao atingir as serras litorâneas, resulta as chuvas, constantes na região.
Por ter crescido nas encostas montanhosas, favorecida por uma melhor incidência de luz, a Mata Atlântica
tem como característica principal a presença de árvores com altura média de trinta metros. Essas árvores
amenizam o clima do litoral pela liberação de umidade, e provavelmente influenciam o de outras regiões

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vizinhas. Diversos rios situam-se inteiramente em seus domínios. Os mais importantes são o Paraíba, o
Jequitinhonha, o Doce, o Paraíba do Sul e o Ribeira de Iguape. De águas límpidas no passado, a maioria desses
rios carrega atualmente enorme quantidade de sedimentos, resultado da intensa erosão que ocorre em suas
margens devido ao desmatamento. Isso torna sua águas barrentas, com sérios prejuízos para os seres
aquáticos.
A maior diversidade do planeta
Segundo os botânicos que a pesquisaram, a Mata Atlântica é a floresta que exibe maior diversidade de
vegetais do planeta. Acredita-se que abrigue mais de 25 mil espécies de plantas, muitas delas existentes
apenas nesse ecossistema. Se considerarmos o número total de espécies animais e vegetais que a habitam,
chegaremos a aproximadamente 200 mil. Para termos um referencial comparativo, basta lembrar que numa
floresta temperada da Europa crescem em média dez espécies por hectare, enquanto na Mata Atlântica
desenvolvem-se 150 espécies em área de igual dimensão.
São típicos dessa região o pau-brasil, o jacarandá e o palmito, de grande interesse econômico e hoje quase
extintos pelo extrativismo. Outras árvores existentes são o jambo e o jambolão, cujos frutos adocicados
alimentam diversos animais; a paineira, com sementes apreciadas por periquitos; a figueira; a caviúna, de
madeira bem densa; o jatobá e a embaúba, alimento principal das preguiças.
Além de possuir uma variedade incomum de madeiras de lei, a Mata Atlântica abriga um elevado número de
espécies vegetais utilizadas para fins ornamentais como as orquídeas, bromélias, gravatás, begônias e
samambaias, que convivem com milhares de plantas menores de beleza singular. Das diversas espécies de
lírios, que produzem flores delicadas e de colorido encantador, muitas estão ameaçadas de extinção.
A importância da Mata Atlântica não se restringe a sua grande diversidade. Os principais ecossistemas
litorâneos brasileiros, como as restingas e os manguezais, dependem de sua preservação. A maioria dos rios
que formam o sistema de irrigação dos manguezais nasce nas serras cobertas pela floresta. Essa cobertura
vegetal controla as nascentes dos rios que deságuam no mar, impedindo que as chuvas provoquem a erosão
do solo, o que acarretaria o assoreamento dos estuários.
Apesar da riqueza de espécies, a fauna da Mata Atlântica está sob constante ameaça de extinção, com os
principais animais reduzidos a populações inexpressivas e sofrendo o constante ataque do homem. Nessa
situação encontram-se a onça-pintada, a suçuarana, o cachorro-vinagre, a jaguatirica, o mono-carvoeiro (o
maior macaco das Américas), os sagüis, o guaxinim, a capivara, a anta, o caxinguelê, a preguiça, o tamanduá,
a paca, a cutia e o mico-leão-dourado. Dentre as aves, também seriamente ameaçadas, destacam-se o jacu,
o macuco, a jacutinga, o tié-sangue, a araponga (a “voz” da Mata Atlântica), o mutum, o sanhaço e inúmeros
tipos de beija-flor.
Toda riqueza biológica da Mata Atlântica está sendo destruída antes mesmo de o homem conhece-la.
Diversas espécies com potencial econômico já foram extintas e muitas outras acham-se em via de extinção.
O extrativismo irracional da madeira e de outros produtos florestais, que acompanhou toda a história da
ocupação da região, desde o descobrimento, transformou a Mata Atlântica na mais ameaçada floresta
tropical do mundo. Talvez seja tarde, mas algo precisa ser feito para evitar seu completo desaparecimento.
O que restou após anos de devastação
Em 1503, iniciou-se em nosso país um ciclo econômico baseado na extração de uma espécie de árvore
frondosa, de cuja madeira se retirava uma tinta vermelha, utilizada como corante de tecidos: o pau-brasil.

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Em meados do século XIX, quando se descobriu na Europa um correspondente sintético do corante dele
extraído, o pau-brasil já era raro na Mata Atlântica. O extrativismo foi tão intenso, que essa espécie hoje só
é encontrada em alguns jardins botânicos, em algumas áreas de reflorestamento e está ameaçada de
extinção.
Outras madeiras existentes na Mata Atlântica foram utilizadas na fabricação de navios, na construção de
aldeias e cidades e no fornecimento de energia, o que contribuiu significativamente para a devastação.
Na época áurea da cana-de-açúcar e do gado, a floresta passou a ceder espaço à ocupação humana, que,
devido à facilidade de transportes, se concentrava na faixa litorânea. Os grandes engenhos, com suas amplas
instalações, eram todos construídos com madeira extraída da mata. Por ter sido mal planejada, essa
ocupação causou sérios danos: houve grande desperdício de recursos naturais e muitas terras impróprias ao
cultivo foram utilizadas para a monocultura da cana.
A mudança de culturas, da cana-de-açúcar para o café, o algodão e as frutas comerciais, não interrompeu a
crescente devastação da floresta, mais uma vez sacrificada para abrigar uma população produtiva cada vez
maior. Posteriormente, com a expansão dos núcleos habitacionais, a mata foi sendo tomada por loteamentos
e pela urbanização desenfreada, com sua madeira servindo às olarias e usinas geradoras de energia. Toda
essa exploração foi feita em nome do desenvolvimento e do progresso. Hoje, o que restou da Mata Atlântica
limita-se a alguns parques e reservas, sempre invadidos e ameaçados.
“Ilhas” de Mata Atlântica
O quadro nacional é desolador. Restam, da Mata Atlântica, pouco mais de 10 000 km 2, ou seja, 5% da área
primitiva. No Rio Grande do Norte, onde se iniciava, não sobrou uma só mancha da mata primária. Em
Pernambuco, apenas 0,5% da área total está coberta por grandes árvores. Apesar de possuir uma área maior,
Alagoas caminha para o mesmo fim, pois nos últimos setenta anos consumiu 80% do total de suas matas.
Sergipe, com 1,8%, e a Bahia, com 8% das matas originais, completam o panorama nordestino. No Sudeste,
temos o Espírito Santo, com 7,5%, Minas Gerais, com apenas 0,1%, o Rio de Janeiro, com 5%, e São Paulo,
com 4% da cobertura original. No sul, finalmente, o Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul contam, no
conjunto, com 10% da Mata Atlântica e das florestas de araucária existentes no passado.
As principais áreas preservadas da Mata Atlântica localizam-se em Parques Nacionais como o de Itatiaia (SP,
MG, RJ), da Serra da Bocaina (RJ), da Serra dos Órgãos (RJ), do Monte Pascoal (BA), da Chapada Diamantina
(BA) e do Iguaçu (PR); em Parques Estaduais como o da Ilha do Cardoso (SP), da Ilha de São Sebastião (SP),
da Ilha Anchieta (SP), do Desengano (RJ), dentre outros; em Estações Ecológicas como as de Caratinga (MG),
Juréia (SP), Poço das Antas (RJ) e Tapacurá (PE).
Todas essas áreas enfrentam os mesmos problemas para a sua preservação. O quadro geral das unidades de
conservação que abrigam a Mata Atlântica é desanimador. Pouquíssimos são os Parques que se encontram
totalmente demarcados e com a situação fundiária definida. O ato de sua criação é simples e imediato: basta
utilizar uma caneta para assinar o decreto. Contudo, o mais difícil, que é a manutenção e a preservação da
área protegido, fica para depois e quase nunca é realizado.
A elaboração de um plano de manejo adequado para cada reserva poderá garantir a integridade do
ecossistema, até a recuperação natural das regiões devastadas. As pesquisas científicas precisam ser
estimuladas e direcionadas no sentido de elucidar os intrincados mecanismos ecológicos existentes na mata,
o que possibilitará o planejamento de projetos de recuperação de áreas naturais. O mesmo estímulo deve
ser dado a atividades de reflorestamento, com vistas a ampliar os domínios da floresta.

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Cabe mencionar dois exemplos a serem seguidos, um em Pernambuco, e outro, em São Paulo. A Universidade
Federal de Pernambuco vem desenvolvendo na Estação Ecológica de Tapacurá um intenso trabalho de
criação de mudas de espécies vegetais ameaçadas de extinção. De lá, já estão saindo por ano mais de 100
mil mudas de pau-brasil, além de grande quantidade de sementes, enviadas pelo correio a diversas partes
do Brasil. Com os animais da Estação, os pesquisadores desenvolvem estudos dos hábitos alimentares e de
reprodução.
Em São Paulo, o Instituto de Botânica e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas lançaram um programa de
recuperação da Serra do Mar, na região de Cubatão. Quinze toneladas de sementes de plantas nativas da
Mata Atlântica, envoltas por uma gelatina especial, foram lançadas de helicóptero sobre regiões desmatadas.
O total da área semeada, numa primeira fase, foi de 60 km 2, e o objetivo principal da operação é a volta da
vegetação, fundamental para ajudar a segurar o solo. O crescimento das espécies de árvores e samambaias
semeadas vai demorar cerca de dez anos, e criará as condições necessárias para que novas espécies se
introduzam, num lento, porém contínuo, processo de recuperação da mata primitiva. A tecnologia
desenvolvida por esses pesquisadores – que, com o uso da gelatina que protege e dá peso às sementes,
facilitou a semeadura em grande escala – pode ser aproveitada para o reflorestamento de outras partes
devastadas.

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FORMAÇÕES ARBUSTIVAS: CERRADOS E CAATINGA - As paisagens “marginalizadas” do Brasil
Além das grandes florestas tropicais, ocorre no Brasil uma outra forma de vegetação, cuja principal
característica é a presença de árvores mais baixas e mais espaçadas, com o predomínio dos arbustos na
paisagem. As formações arbustivas mais importantes do Brasil são os cerrados e a caatinga. Por sua aparência
menos imponente que a das florestas e por diversas razões econômicas e históricas, essas formações nunca
receberam a atenção merecida. A destruição de sua vegetação sempre foi considerada correta e até

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merecedora de elogios. Os cerrados, atualmente, estão bastante reduzidos, pois cederam espaço à
agricultura, pecuária e outras formas de ocupação, enquanto a caatinga enfrenta uma situação parecida,
agravada pelas constantes secas que atingem o Nordeste brasileiro. Sabe-se hoje que esses dois ecossistemas
abrigam uma flora e uma fauna riquíssimas e seu desaparecimento seria uma tragédia tão grande quanto o
da Floresta Amazônica ou o da Mata Atlântica
Embora apresentem algumas características em comum, os cerrados e a caatinga se formaram e se mantêm
em condições ambientais completamente diferentes. Ambos possuem um aspecto seco: a caatinga, devido
à carência de água, e os cerrados, pela falta de nutrientes no solo. Além desta, existem muitas outras
diferenças que permitem definir os cerrados e a caatinga como ecossistemas distintos – e igualmente
importantes.
Os cerrados
Cerrado é o nome genérico dado a um conjunto de formações vegetais, ora dominadas por plantas herbáceas
ora por arbustos e pequenas árvores. Em sua área original, esse tipo de vegetação ocupava 25% do território
brasileiro. Hoje, está reduzido a pequenas manchas espalhadas por diversas regiões. A principal região
coberta por cerrado localiza-se nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais,
ocorrendo manchas menores no Amazonas, em São Paulo e em alguns estados nordestinos.
Conforme varia a sua fisionomia, esse ecossistema recebe denominações. Os campos limpos são dominados
por plantas herbáceas, principalmente gramíneas, e o cerradão assemelha-se a uma floresta, porém mais
seca. As formas intermediárias são chamadas de campo sujo, campo cerrado e cerrado, numa seqüência
crescente de biomassa. Podemos classifica-los como um único ambiente, de nome genérico cerrado, porque
as espécies vegetais e animais existentes nessas diversas formações são as mesmas, variando apenas a
proporção em que elas aparecem.
O cerrado é uma vegetação composta de arbustos e pequenas árvores retorcidas e de folhas grossas,
emergindo de uma camada herbácea rasteira. Os troncos espessos das árvores são normalmente marcados
por sinais de queimada. A aparência geral é de uma vegetação seca, com sérios problemas de suprimento de
água. No entanto, diversas pesquisas já demonstraram que isso não é verdade, pois as chuvas são freqüentes
e as plantas desenvolveram estruturas anatômicas para obter a água do lençol freático, às vezes a 25 m de
profundidade.
Os solos são tanto mais ricos em nutrientes quanto maior a biomassa existente sobre eles. Assim, os solos
mais pobres correspondem aos encontrados nos campos limpos e os mais ricos , no cerradão. Essa relação,
porém, não é direta, pois outros fatores também podem controlar o crescimento da vegetação, como o fogo
e a grande presença de alumínio, elemento muito prejudicial ao desenvolvimento das plantas. As espécies
vegetais do cerrado são características desse ambiente. Destacam-se entre elas o barbatimão, o pau-santo,
o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o murici, a gabiroba, o pau-terra, a catuaba e o indaiá – palmeira de caule
subterrâneo que, em certas regiões, domina a paisagem, formando os chamados campos de indaiá. Dentre
as gramíneas, o capim-flecha, que pode atingir até 2,5 m de altura, é a mais importante, pegando e
espalhando fogo com grande facilidade.
Outras formações bastante comuns na área dos cerrados são as matas ciliares, florestas bem estreitas que
margeiam todos os rios, e as veredas de buritis, formações compostas por essa palmeira, que se desenvolvem
nos brejos próximos às nascentes dos córregos.

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A fauna é bastante rica, incluindo diversas espécies ameaçadas de extinção. A ema, maior ave das Américas,
é típica desse ambiente, onde podemos encontrar ainda o gavião carcará, a seriema, a arara-canindé, o
urubu-rei, o socó, a coruja-buraqueira, diversos periquitos, o quero-quero, o pinhé, o tucano e inúmeros
outros pássaros. Entre os mamíferos, os mais importantes são o lobo-guará, a onça pintada, a anta, o
tamanduá, o tatu, a raposa, o queixada, o veado-campeiro, o veado catingueiro e diversos macacos. Saúvas
e cupins, insetos encontrados em abundância, às vezes dominam toda a paisagem, com seus ninhos
elevando-se do solo e servindo de abrigo para larvas de vagalumes. Em determinadas épocas do ano, essas
larvas iluminam os campos à noite, proporcionando o mais belo espetáculo de bioluminescência conhecido
pelo homem.
Um dos fatores ecológicos mais importantes do cerra é o fogo. Ele pode ser gerado de diversas formas
naturais, mas a principal delas são as descargas elétricas. Quase todas as plantas possuem adaptações para
se defender do fogo, como cascas espessas ao redor do caule, por exemplo. Algumas espécies florescem
exclusivamente após uma queimada, sendo esse fenômeno fundamental para a sua reprodução. As folhas
novas que nascem após o fogo constituem o alimento predileto dos herbívoros, que abandonam as regiões
de vegetação seca para pastarem na área queimada.
Alguns pesquisadores acreditam que o fogo controla o desenvolvimento do cerrado, impedindo que ele se
torne mais denso. Outra hipótese, de maior aceitação, considera o cerrado uma vegetação clímax, que não
se torna uma floresta devido às condições de clima e solo existentes, tendo o fogo um papel secundário. De
acordo com essa segunda hipótese, a falta de nutrientes essenciais e a grande presença de alumínio são as
responsáveis pela fisionomia característica do cerrado.
Como tem sido utilizados
Devido a sua aparência agressiva, durante muito tempo o cerrado foi considerado uma área perdida para a
economia do país. Numa época em que a maior parte da produção agrícola vinha da região sul do país, não
se pensava na possibilidade de utiliza-lo para qualquer cultura. Durante a construção de Brasília, não houve
preocupação com a preservação do cerrado: afinal, ali estava a “vegetação lixo do Brasil”, que precisava ser
eliminada para ceder espaço à urbanização.
Com o crescimento populacional e a necessidade de ampliação da produção de alimentos, iniciou-se, a partir
de 1975, um processo de ocupação do cerrado, que passou a ter os seus solos enriquecidos por processos de
calagem e adubação. As condições físicas desses solos são ideais para a agricultura, contanto que se façam
pequenas correções em sua constituição química. Atualmente, desenvolvem-se no cerrado diversas culturas,
como o arroz, o feijão, a soja e, também, a pecuária – sendo estes dois últimos os itens mais importantes.
A agricultura mecanizada pesada tem destruído a estrutura natural do solo, pois a circulação das máquinas
agrícolas compacta-o e cria uma camada impermeabilizante. Em conseqüência, a infiltração de água diminui,
prejudicando os vegetais. Práticas agrícolas incorretas, como a inadequada utilização do arado ou a ausência
de curvas de nível, provocam ainda a erosão, que empobrece rapidamente o solo. O desmatamento
indiscriminado permite que a ação dos ventos seja mais intensa, o que acaba acarretando a redução da
quantidade de material orgânico, carregado para outras regiões. A degradação se completa com o uso de
agrotóxicos, que contamina as águas e prejudica o crescimento das plantas.
Ninguém é contra a utilização dos cerrados para fins agrícolas, mas não se pode pensar unicamente em
produtividade, deixando de lado as preocupações com a preservação ambiental. Embora a maioria dos solos
do cerrado seja apropriada à agricultura, existem regiões onde sua correção, para o desenvolvimento de

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culturas comerciais, exige pesados investimentos. O mais adequado seria estimular a manutenção da
vegetação dessas regiões, destinando-as à prática da pecuária e ao aproveitamento dos recursos naturais do
próprio cerrado. As propriedades com solos pouco apropriados à agricultura poderiam preservar áreas
intactas, onde a fauna encontraria refúgio para sobreviver. Dessas áreas seria possível retirar,
periodicamente, madeiras para a produção de mourões de cerca, pois existem espécies no cerrado que são
ideais para esse fim, como a sucupira, por exemplo.

Como preserva-los?
Apesar de importante, a preservação de áreas intactas dentro de propriedades agrícolas não é suficiente
para garantir a sobrevivência do cerrado. É necessária a criação de grandes reservas, uma vez que apenas 7%
de sua área total encontra-se protegida por unidades de conservação. Atualmente existem o Parque Nacional
das Emas, o Parque Nacional de Brasília e o Parque Nacional do Araguaia, além de outras pequenas reservas.
O Parque Nacional das Emas, com ais de 130 mil hectares, é a principal área preservada de cerrado brasileiro
e a reserva nacional onde mais facilmente se avista fauna de grande porte. Apesar de sua importância, ele
enfrenta uma série de problemas, entre os quais a contaminação de seus rios pelos agrotóxicos lançados
pelas fazendas de soja vizinhas, o atropelamento de animais nas estradas que o circundam e os incêndios
criminosos que frequentemente destroem sua vegetação. A falta de verbas não permite que seja implantado
o seu plano de manejo, elaborado por técnicos especializados. Esse plano prevê a construção de aceiros
(faixas sem vegetação que impedem o avanço do fogo), a aquisição de carros-pipa e a contratação de
guardas-florestais.

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A caatinga
A palavra caatinga, de origem tupi, significa “mata branca”. Muito provavelmente, os indígenas batizaram-
na com esse nome por ela apresentar-se sem folhas e com aspecto seco durante a maior parte do ano. A
área que ocupa representa 11% do território brasileiro, concentrados sobretudo nos estados do Maranhão,
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia e Minas Gerais. A fisionomia desse
tipo de formação vegetal é bastante característica, com o predomínio de arbustos e árvores baixas, além da
presença de um grande número de cactáceas, que lhe conferem uma aparência espinhosa e seca. Seu
aspecto se altera bastante quando ocorrem as chuvas; as plantas tornam-se, então, verdes e cheias de folhas.

Sem dúvida nenhuma, o fator que limita o desenvolvimento da vegetação é a ausência de água. As chuvas
na caatinga são muito raras e irregulares – num ano pode chover 1 000 mm, e noutro, apenas 200 mm. O
índice pluviométrico médio é de 600 mm anuais, número extremamente baixo. Não são raros os anos inteiros
sem chuvas e as secas calamitosas, que se tornaram uma das características da região.

A temperatura média é de 25o C e, devido à grande quantidade de ventos, a umidade relativa do ar é bastante
baixa.

Os rios que atravessam a caatinga são quase todos temporários, permanecendo secos a maior parte do ano.
Entre os poucos permanentes, destaca-se o São Francisco, o mais importante deles.

A vegetação apresenta uma série de adaptações para se proteger da falta de água. A perda das folhas é uma
estratégia utilizada por quase todas as plantas e visa a eliminar a superfície de evaporação. Algumas possuem
folhas muito finas: o extremo desse tipo de adaptação são os espinhos do cactos. Sistemas de
armazenamento de água, como o desenvolvido pelas “barrigudas”, com seus caules suculentos, também são
bastante comuns. As raízes, bem desenvolvidas, ramificam-se na superfície do solo, e procuram captar o
máximo de água que conseguem durante as chuvas.

Entre as espécies vegetais mais abundantes destacam-se a mimosa, a amburana, a catingueira, a palmatória,
a aroeira, o umbu, a baraúna, a maniçoba, a macambira, o xiquexique, o mandacaru, a coroa-de-frade, a
quixabeira e o juazeiro, uma das poucas que não perde as folhas durante a seca.

fauna da caatinga inclui animais como o sapo-cururu, o calango, o papa-vento1, a cascavel, a jibóia, a
salamanta2, a cobra-cipó, o gavião carcará, as pombas avoante e asa-branca, o saruê, a lavadeira, a gralha
cancã, o sofrê, a cutia, o gambá, a preá, o mocó3, o veado-catingueiro, o tatu-peba, o sagüi-do-nordeste e a
ararinha-azul ou arara-de-Lear, praticamente em extinção.

A caatinga ou um deserto?
Apesar de ser raso e de conter grande quantidade de pedras, o solo da caatinga é razoavelmente fértil. Graças
a isso, boa parte de sua área tem sido utilizada pela pecuária e pela agricultura de subsistência, com cultivos
como o de milho, feijão, mandioca e algodão. Como as chuvas são inconstantes, é muito comum a perda
total das áreas plantadas, o que causa grandes prejuízos aos pequenos agricultores, e muitas vezes os obriga
a abandonar suas terras.

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Os rebanhos se alimentam em extensos pastos cercados, mas na época das secas, muitas cabeças morrem
por falta de água. Nos pastos quase não existem gramíneas, o gado obtém alimento apenas nas árvores e
trepadeiras. Para resolver esse problema, muitos fazendeiros cultivam uma variedade sem espinhos da
palmatória, planta resistente a climas secos.

Como nessa região as condições naturais oferecem recursos muito limitados, seria de se esperar uma esparsa
ocupação humana e pouca modificação do quadro natural. Na verdade, isso não ocorre, pois o homem
nordestino trabalha com labor as terras semiáridas da caatinga. Contudo, as técnicas empregadas não são
adequadas para garantir a produção.

Uma condição indispensável para o desenvolvimento de qualquer cultura na região é a construção de açudes
e a irrigação dos solos. Sem essa providência, fica-se à mercê das chuvas, que insistentemente deixam de
cair. Com um bom sistema de irrigação, é possível cultivar diversas hortaliças, café e até uvas, como vêm
fazendo alguns agricultores em pleno sertão baiano.

Apesar dos empreendimentos agrícolas de sucesso, é preciso muito cuidado na escolha das regiões para
ocupação. Pela fragilidade de seu ecossistema, pode-se acelerar um processo de degradação que levará à
desertificação da caatinga. As adaptações dos vegetais e dos animais ao baixo teor de umidade levaram
milhões de anos para se desenvolver, e qualquer interferência humana pode ser desastrosa, pois o equilíbrio
ecológico resultante desse processo é extremamente delicado.

Um dos fatores que têm impedido a transformação da região num imenso deserto é a presença da vegetação,
que garante um ambiente suportável para diversas espécies de animais. Com o desmatamento, o sistema
entraria em colapso e a desertificação seria inevitável. Esse fenômeno já é observável no sertão do Seridó,
uma das maiores regiões do Rio Grande do Norte, com mais de 9 000 km 2, abrangendo 22 municípios. Lá,
considera-se o processo irreversível. O Raso da Catarina (BA), com seus 400 mil hectares, compreendendo
parte dos municípios de Paulo Afonso e Jeremoabo, é a maior reserva de caatinga do Brasil.

A paisagem atual do Nordeste apresenta um quadro de degradação bastante acentuado, sendo raras as áreas
intactas. Se medidas não forem tomadas, como a preservação da vegetação natural ou a implantação de uma
agricultura bem planejada, não conseguiremos evitar a perda total dessa região, que se tornará imprestável
para qualquer uso futuro. Será o primeiro deserto existente no Brasil; e talvez mais pobre em vida do que o
próprio Saara.

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O Pantanal Mato-grossense
O paraíso das águas -
Aclamado como um dos maiores paraísos ecológicos do Brasil por todos os que o conhecem, gradativamente
o Pantanal vem despertando efetivamente a consciência do país. Sua importância enquanto ecossistema não
reside apenas no fato de abrigar uma incrível quantidade de animais, sobretudo aves, ou de possuir paisagens
de extrema beleza, mas também na grande potencialidade de suas terras, que, apesar de pobres, recebem
grande quantidade de matéria orgânica dos inúmeros rios que o atravessam.
O Pantanal Mato-grossense situa-se numa área de aproximadamente 220 000 km2, que se distribuem pelos
Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, formando a maior planície inundável do mundo. A altitude
média é pouco superior a 100 m, e, como toda região está cercada por terras mais elevadas, uma incrível
quantidade de rios é atraída para ela, atravessando-a e terminando por desaguar no rio Paraguai.

Os mais importantes desses rios são o Miranda, o Negro, o Taquari, o São Lourenço, o Piquiri, o Correntes e
o Cuiabá. Devido à pouca declividade do terreno, a velocidade das águas é muito pequena, e o Paraguai não
consegue escoa-las por completo. Forma-se, então, um ambiente alagado, bastante rico em nutrientes,
graças ao depósito de sedimentos trazidos pelos rios.

A riqueza da vida no Pantanal é conseqüência natural da junção de muitos ambientes diferentes, todos com
características biológicas próprias – desde as terras mais altas, sempre secas, onde se pratica a pecuária em
grande escala, até os terrenos permanentemente alagados, além das áreas intermediárias, onde as águas
sobem apenas no período das chuvas.

O equilíbrio entre as águas, a flora e a fauna


O Pantanal não possui uma flora endêmica: sua vegetação reúne diversos elementos típicos de outras regiões
do país. Áreas de cerrado não são incomuns e, nas partes mais secas, a paisagem pode se assemelhar
bastante à das caatingas nordestinas. Em ambos os casos, as espécies vegetais encontradas são as mesmas
das outras partes do Brasil onde essas formações também ocorrem.
Como na época das chuvas as águas chegam a cobrir 2/3 do Pantanal, há grande variedade de plantas
aquáticas, entre as quais os aguapés. Em sua maioria elas são herbáceas e podem ser encontradas fixas ao
solo ou flutuando sobre as águas.

Ao longo dos cursos de água e nas partes mais elevadas, estão as matas ciliares, importantes para o
ecossistema por serem abrigo de inúmeras aves, e também por impedirem o assoreamento dos rios, uma
vez que “seguram” as terras de suas margens.

Milhares de espécies convivem no Pantanal, graças à grande fartura de alimentos. A riqueza da fauna, sem
dúvida nenhuma, é a mais impressionante característica da região, que apresenta a maior concentração de
aves do continente. O número de espécies é três vezes menor do que o registrado na Amazônia, mas o
número de indivíduos é incrivelmente maior. Com frequência se observam árvores inteiras completamente
ocupadas por grande grupo de garças, patos-selvagens e por tuiuiúis ou jaburus, ave símbolo da região, além
de inúmeras outras espécies.

A população de peixes acompanha a vocação do Pantanal para a grandiosidade: em seus rios se encontra um
dos maiores estoques de peixes de água doce do mundo. A grande maioria desses peixes é de interesse para

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a pesca, como o pacu, o pintado, a traíra, o dourado, a piranha e o curimatã. Entre os répteis, merece
destaque especial o jacaré, facilmente encontrado nas margens dos rios. A importância do Pantanal como
banco genético de animais é inquestionável. Nela estão abrigadas diversas espécies de mamíferos que, por
terem tido os seus habitats naturais destruídos em outras partes do Brasil, acham-se ameaçados de extinção.
Dentre essas espécies podemos citar a anta (maior mamífero da América do Sul), a onça, o cervo-do-
pantanal, a capivara, a ariranha, a queixada, o porco-espinho e o tamanduá-bandeira.

O ciclo anual de subida das águas, fenômeno que se registra na época das chuvas, é vital para os seres vivos.
Com a cheia ocorre um grande aumento da população dos microorganismos aquáticos, que formam o
chamado plâncton. Esses microorganismos são o alimento primordial para os pequenos peixes que, nessa
época de fartura, se reproduzem. Os pequenos peixes, por sua vez, alimentam outros maiores, que são
devorados pelos jacarés e pelas aves pescadoras, numa equilibrada teia alimentar. Fechando um ciclo
harmonioso, os excrementos das aves e dos jacarés fornecem nutrientes essenciais à formação do plâncton.

Os animais predadores dessa teia comem apenas o suficiente para sua sobrevivência, e, nesse processo,
ajudam a evitar um crescimento desordenado da população de suas presas. Apesar da intensa predação,
sempre sobrevive um número significativo de filhotes dos animais predados, o que garante a continuidade
da espécie.

Na época das secas, quando as águas voltam a baixar, a população de peixes decresce, uma vez que se
espalha pelos rios que cortam o Pantanal em busca de alimentos. Com a escassez de peixes, as aves
migratórias partem para outras regiões, e os jacarés passam a se alimentar mais moderadamente. Para os
predadores da cadeia alimentar, principalmente os grandes carnívoros, como a onça, sempre existe uma
quantidade suficiente de caça, pois com a ampliação das áreas de pasto, os herbívoros são mais abundantes.
O aparecimento desse pasto nativo é resultado da fertilização das terras pela camada de húmus depositada
pelas enchentes. Essa camada compõe-se de grande quantidade de matéria orgânica que enriquece o solo.

Em seu conjunto, o Pantanal é um dos mais complexos ecossistemas brasileiros, imponente por sua beleza e
riqueza de vida, porém extremamente frágil, dada a delicadeza das intricadas relações de seus componentes.
Apesar disso, nos últimos tempos ele tem sido alvo de uma série de agressões que vêm pondo em risco todo
um equilíbrio conseguido depois de muitos milhares de anos de evolução.

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A ocupação do Pantanal pelo homem

O Pantanal já foi território de diversas tribos indígenas, principalmente os Bororo e os Guató. Hoje vive na
região uma população que em sua maioria descende desses índios e é formada por um tipo humano bastante
característico: o peão pantaneiro. Trata-se de um mestiço que se acostumou a viver de acordo com as
peculiaridades de seu ambiente. A proximidade com as terras paraguaias justifica a intensa influência cultural
do país vizinho sobre o pantaneiro. A música preferida são as polcas e as guarânias, e a bebida mais
consumida é o tererê – o mate paraguaio. A quase totalidade desses homens trabalha nas grandes fazendas
em que se pratica a pecuária extensiva. A pecuária foi implantada em meados do século XVIII, e por mais de
duzentos anos se desenvolveu de forma desorganizada. Como não havia cercas divisórias entre as fazendas,
o gado era criado solto e os rebanhos de fazendas vizinhas frequentemente se misturavam. Esses rebanhos
conviviam pacificamente com os outros animais silvestres do Pantanal, sem provocar grandes desequilíbrios
no ambiente

.
A economia pantaneira e seu crescimento
O cruzamento de animais da raça nelore com o rebanho local permitiu o aparecimento de uma variedade
mais produtiva que, no entanto, não perdeu as características adaptativas necessárias para viver nesse
ambiente. Uma vez que passaram a investir mais em suas criações, os fazendeiros se viram compelidos a
resguardar seu patrimônio e, com isso, passaram a construir cercas em suas fazendas. A atividade criatória
começava a se tornar mais racional, e a produção aumentou consideravelmente.
Como o acesso às fazendas do Pantanal é muito dificultado pelas características do ambiente, a necessidade
de escoar rapidamente a crescente produção de carne e leite levou o governo federal a iniciar na década de
60 as obras para a abertura de uma estrada, conhecida como Transpantaneira, planejada para unir Cuiabá
(MT) a Corumbá (MS). Para evitar as cheias anuais, o leito da estrada foi levantado e construíram-se dezenas
de pontes. Apesar dessa providência, ela se torna intransitável na época das chuvas.
Além de ter causado grandes danos ao ambiente, provocando cheias anormais pela barragem de alguns rios,
a estrada facilitou o acesso de caçadores e pescadores, que encontram à suas margens farta variedade de

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presas. Ao abate clandestino soma-se outro problema: o frequente atropelamento de animais silvestres,
apanhados e mortos por motoristas desatentos. Até mesmo a oportunidade que a Transpantaneira oferece
de se ter contato mais próximo com os animais apresenta um lado negativo: os turistas, na ânsia de apreciar
as grandes revoadas, atiram pedras ou até estouram fogos de artifício sobre as aves pousadas nas árvores.
Os bruscos movimentos de fuga provocam a queda dos ovos dos ninhos e facilitam o ataque por gaviões,
afetando diretamente o ciclo reprodutivo dessas aves.
O rápido desenvolvimento da economia pantaneira atraiu a atenção de pecuaristas e agricultores de outras
regiões do Brasil. Os fazendeiros tradicionais, acostumados a harmonizar a exploração econômica com a
preservação, começaram a vender suas terras, principalmente para sulistas. Estes, habituados a trabalhar
nos férteis pampas gaúchos ou nas terras do Paraná e São Paulo, começaram a aplicar métodos agrícolas
incompatíveis com o ambiente, entre os quais o uso indiscriminado de agrotóxicos, que provoca grandes
problemas ecológicos, como o envenenamento de animais e a poluição dos rios. Para livrarem suas
plantações do excesso de água, fazem drenagens artificiais e acabam por prejudicar os campos de cultivo
vizinhos, para onde essa água escoa.
A agricultura é uma atividade desaconselhável, para não dizer catastrófica, no Pantanal. A fertilidade dos
solos, que somente é garantida pelas cheias constantes, logo seria esgotada pela intensidade do uso. Além
disso, a necessidade de drenagens exige investimentos grandiosos, nem sempre com garantia de retorno.
O plantio incorreto de soja, ao norte do Pantanal, faz com que o rio Taquari, um dos principais da região,
transporte grande quantidade de terra, provocando seu assoreamento. Este é o resultado do desmatamento
das terras elevadas que cercam o Pantanal, promovido para a ampliação da área cultivada e a formação de
novos pastos. Esse desmatamento também traz como conseqüência a redução do habitat natural de uma
série de animais que, ao perderem seus abrigos naturais, acabam se tornando presas fáceis dos caçadores
ilegais.
Preservar e explorar a beleza natural do Pantanal
Quando se pensa em exploração do Pantanal não se pode deixar de lembrar aquela que é sua mais evidente vocação
econômica: o turismo ecológico. Em levantamentos feitos no mercado turístico de países europeus, constatou-se uma
elevada procura de regiões naturais, onde podem ser realizadas caminhadas e safáris fotográficos. A delimitação prévia
das áreas de interesse turístico é uma condição básica para que não sejam afetados ecossistemas delicados e que não
suportariam interferência humana. Todas as instalações necessárias para a prática do turismo devem respeitar o
conjunto natural e não interferir na vida silvestre.
Nos últimos tempos, diversas fazendas foram transformadas em hotéis, e alguns barcos, especialmente adaptados para
receber turistas, já singram as águas dos principais rios pantaneiro.
Apesar de sua importância como ecossistema e de sua beleza sem similar, o Pantanal permaneceu durante muito
tempo esquecido pelas autoridades oficiais de nosso país. Apenas em 1981 foi criado o Parque Nacional do Pantanal
Mato-grossense, destinado a preservar a fauna e a flora local. O Parque possui 136 mil hectares, mas precisaria ser
ampliado, pois seus limites são insuficientes para a vida de vários animais predadores que necessitam de grandes
territórios, como a onça, e para as aves migratórias. Além disso, a maior parte de sua área encontra-se em terras quer
ficam totalmente alagadas no período das chuvas, o que faz com que os grandes herbívoros, como o cervo-do-pantanal,
sejam obrigados a buscar novos pastos, abandonado a parte protegida. Como quase todos os parques nacionais
brasileiros, o do Pantanal não possui infraestrutura mínima para sua manutenção e aguarda verbas para a construção
de instalações, compra de equipamentos, contratação e treinamento de mão-de-obra especializada e diversos outros
itens necessários para seu adequado manejo.
A Estação Ecológica de Taimã é outra área preservada no Pantanal, mas possui apenas 5 mil hectares. Apesar de contar
com uma razoável infra-estrutura, essa reserva também demanda maiores investimentos para sua total implantação.

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Ela tem sido utilizada por diversos cientistas e pesquisadores para o desenvolvimento de seus estudos.
Pela riqueza faunística da rodovia Transpantaneira, muitas vezes já se propôs sua transformação em estrada-parque,
uma categoria de unidade de conservação ainda não adotada no país. Como isso implicaria a criação de toda uma
legislação especial, é difícil sua aprovação pelos órgãos oficiais. Não se descarta, também, a ideia de transformar os
viveiros de aves e os ninhais em refúgios de vida silvestre, categoria comum em outros países, mas igualmente
inexistente no Brasil.
(...) a Constituição brasileira, promulgada em 1988 considerou o Pantanal patrimônio nacional merecedor de medidas
especiais para sua conservação. Mesmo sendo um primeiro passo, pois da aprovação de uma lei até sua efetiva
aplicação há um longo caminho, essa foi uma decisão de fundamental importância, comemorada por todos aqueles
que lutam pela preservação da natureza. Manter o Pantanal intacto, com todas as suas intrincadas relações entre fauna,
flora e ambiente, deve ser assumido como uma dívida para com gerações futuras, que possuem o direito de conhece-
lo em sua integridade.

OUTROS ECOSSISTEMAS BRASILEIROS


OS MANGUEZAIS
Também conhecidos como florestas de mangue ou simplesmente mangues4, os manguezais espalham-se pela zona
tropical de todo o mundo, numa área aproximada de 20 milhões de hectares. No Brasil, existe cerca de 25 km2
distribuídos por toda a faixa litorânea, desde o Amapá até Santa Catarina. A característica principal desse tipo de
formação é sua localização geográfica. Quase todos os manguezais se formam em regiões onde ocorre o encontro de
rios com o mar, na faixa que sofre a influência das marés. Por estarem na foz dos rios, recebem uma grande quantidade
de sedimentos; em conseqüência, seus solos são pouco compactados, o que dificulta a fixação das árvores. Além disso,
a baixa velocidade das águas permite o acúmulo de muita matéria orgânica, que enriquece o solo, mas o torna
desprovido de oxigênio. Essa matéria orgânica pode vir tanto dos rios quanto do mar; pequena quantidade é trazida,
ainda, pelas chuvas.
Devido à reduzida presença de seres decompositores, a maior parte dos nutrientes não é aproveitada, sendo enviada
para o mar e outros sistemas. Os manguezais são os principais fornecedores de nutrientes para a comunidade marinha
costeira, favorecendo uma intensa atividade pesqueira nas áreas tropicais.

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A flora é muito característica, não se registrando grande variedade, mas, sim, muitos indivíduos de poucas
espécies. As principais árvores são a Rizophora mangle, que possui grandes raízes-escoras para permitir uma
melhor fixação, a Avicennia schaueriana, com raízes aéreas, chamadas pneumatóforos, que propiciam à
planta uma melhor oxigenação, e a Laguncularia racemosa.
Dá também nos manguezais bromélias, orquídeas, líquens e grande quantidade de algas, que são o alimento
de vários invertebrados marinhos. Todas essas plantas têm mecanismos fisiológicos especiais para eliminar
o excesso de sais que absorvem da água salobra.
Alguns animais, como certos caranguejos e ostras, passam toda a sua vida nos manguezais, mas a maior parte
da fauna é composta por animais marinhos que passam apenas uma fase de sua vida nesse ambiente.
Diversos peixes, aves marinhas e invertebrados deslocam-se para os mangues na época reprodutiva,
colocando ovos que, ao eclodirem, produzem larvas e filhotes que passam aí toda a sua fase juvenil, migrando
posteriormente para o mar. Por causa dessa característica, nossos manguezais são comumente chamados
de “berçários do Atlântico”.
Como a aparência desse ecossistema é bastante hostil ao olhar humano, e os solos não se prestam à
agricultura, devido à alta salinidade e à presença de sulfetos, os manguezais costumam ser destruídos
mediante drenagens e aterros, para posterior ocupação. As populações litorâneas exploram-no
economicamente, com a extração de madeira para produção de lenha e carvão, além da pesca e da coleta
de crustáceos e moluscos para alimentação.
A localização dos manguezais coincide com a área de maior interesse para a ocupação humana. Assim, nos
últimos tempos tem havido uma quase total erradicação desse ambiente tão importante para a vida. No
Brasil, já desapareceram quase por completo os manguezais de Santos, Rio de Janeiro, Paranaguá, Baía de
Todos os Santos, e estão muito ameaçados os de São Luís, Recife, Natal, Cananéia e Iguape, entre outros. Os
principais problemas causados pelo homem são a superexploração de seus recursos naturais, a alteração da
rede de drenagem, a poluição causada por derramamento de petróleo e sua conversão em áreas industriais
e urbanas.
A alternativa mais viável para a utilização das florestas de mangues é, sem dúvida, converte-las à silvicultura
ou transforma-las em reservas biológicas. O Parque Nacional de Superagui, com 22 mil hectares, próximo ao
município de Paranaguá (PR), possui grande quantidade de manguezais razoavelmente intactos. Esses
ecossistemas também podem ser encontrados na Estação Ecológica da Juréia (SP), no Parque Estadual da
Ilha do Cardoso (SP) e em diversas outras reservas brasileiras.
Se a opção for explorar economicamente os manguezais, deve-se fazer um controle da distribuição das
árvores, de modo a eliminar o excesso de plantas jovens e diminuir a competição, acelerando-se o
crescimento das demais. As árvores seriam, assim, cortadas periodicamente, alternando-se essa atividade
com a pesca e a extração de invertebrados para a alimentação. Através de uma otimização racional dos
substratos adequados, a produção de ostras poderia ser bastante incrementada.
A preservação desse importante ecossistema trará grandes benefícios ao homem, pois garantirá a
produtividade das regiões costeiras, permitindo a continuidade das atividades pesqueiras das populações
litorâneas. Além disso, a silvicultura e as madeireiras poderão gerar empregos, e a exploração turística estará
garantida.
AS RESTINGAS
Como os manguezais, as restingas se estendem por quase toda a costa brasileira, numa extensão total de
quase 5 000 km. As principais formações estão na Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. A
aparência desse ecossistema é muito variada, pois, na verdade, resulta de uma associação de ambientes
diferentes: as restingas podem ser constituídas por matas de até 12 m de altura, campos com predominância

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de gramíneas ou lagunas com vegetação aquática.
Os solos, extremamente arenosos, não conseguem reter água e nutrientes em grande quantidade. Para
sobreviver, as plantas desenvolveram mecanismos de obtenção de água – com sistemas de raízes superficiais
bastante extensos – e de nutrientes, retirados da maresia presente na atmosfera.
A flora das restingas apresenta algumas espécies endêmicas, mas a maioria de suas plantas pode ser
encontrada também em outros ecossistemas. São comuns espécies da Mata Atlântica, da Amazônia e dos
campos rupestres. Como o Pantanal, as restingas constituem, de fato, agrupamentos de plantas de outros
ambientes, que aí ocorrem devido à presença de condições físicas favoráveis. As diferentes espécies vão se
sucedendo à medida que se caminha do mar para o interior. Nas dunas da praia a vegetação é formada
principalmente por plantas herbáceas com caules longos e flexíveis que se arrastam pela areia. Atrás dela,
aparece uma vegetação mais densa, formada por moitas que se transformam em árvores cada vez mais altas,
à medida que se afasta do mar. São comuns nessa faixa as bromélias, os cactus e outros arbustos. Em alguns
locais, atrás dessa floresta seca, pode surgir uma região mais alagada, os brejos ou lagunas, onde
predominam as plantas aquáticas.
A fauna ainda é pouco estudada, mas diversas espécies de répteis são características, como o lagarto-branco-
da-praia. Existem também muitos insetos que se alimentam das folhas das plantas.
Os problemas enfrentados pelas restingas são muito parecidos com os dos manguezais. O principal deles é a
especulação imobiliária. O desmatamento para a extração de madeira e carvão é sucedido, na maior parte
dos casos, por loteamentos planejados sem a menor preocupação em preservar o ambiente. A construção
de rodovias modernas na faixa litorânea acelerou esse processo de ocupação. Já são bastante comuns,
também, as plantações de cana e abacaxi em áreas antes cobertas por vegetação natural. Por isso, torna-se
indispensável a criação de reservas biológicas para proteger nossas restingas, sobretudo da ação das grandes
imobiliárias.
Diversas espécies ornamentais, como figueiras, quaresmeiras, pitangueiras, cássias, gravatás, maracujás,
orquídeas e antúrios, que crescem nas restingas, podem ser retiradas, desde que se mantenha um número
razoável de indivíduos, para não afetar o ecossistema. A manutenção de áreas com restingas é fundamental
para a fixação das dunas. Sem elas haveria freqüentes bloqueios de estradas e invasões de casas pela areia
solta carregada pelos ventos. Essa areia poderia ainda assorear rios e lagoas, afetando assim outros
ambientes, principalmente os manguezais.
Para garantir o convívio pacífico da atividade imobiliária com a preservação, é preciso tornar obrigatória, a
todos os projetos que pretendam se instalar no litoral, a manutenção de áreas de restingas, desmatando-se
apenas o necessário para as obras. Essa providência tão simples garantirá que os próprios empreendimentos
sejam valorizados, já que a preservação da vegetação natural tornará os loteamentos muito mais bonitos e
agradáveis para seus futuros ocupantes.
A MATA DE ARAUCÁRIA
A mata de araucária é uma formação de coníferas tipicamente sul-americana. Originalmente, estendia-se do
sul de Minas até a Argentina, limitada pelo oceano Atlântico e o rio Paraná. Sua principal área de ocorrência
é o Estado do Paraná e parte de Santa Catarina. Ela recebe esse nome devido ao predomínio de uma espécie
de árvore, a Araucária angustifólia, ou pinheiro-do-paraná. À sombra dos pinheiros vivem muitas outras
espécies, entre as quais cerca de duzentas de valor comercial, como a imbuia, o cedro, a gameleira, a canela,
o angico e a timbuia.
Além das florestas densas que formavam, os pinheiros também eram encontrados ao longo dos rios,
sombreando as mata ciliares, e nas formações chamadas de capões – matas circulares surgidas em meio a
campos abertos. Esses capões surgiam pela alçai da gralha-azul, ave típica da região, que tem por hábito

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acumular sementes – os pinhões – em grotas nos campos. Ao germinarem, as árvores jovens dão início à
formação de uma pequena floresta, que se expande para todos os lados, assumindo uma forma circular.
A fauna compõe-se de diversas espécies de roedores que se alimentam do pinhão, além de inúmeras aves e
insetos. Com o desaparecimento de seu habitat natural, todos esses animais estão ameaçados de extinção.
Estima-se que até 1930 havia no Brasil cerca de 4 milhões de hectares de matas de araucária, hoje5 reduzidas
a pouco mais de 200 mil hectares, ou seja, 5% da área original. Embora sem evidências diretas, alguns
estudiosos defendem que, antes do início de sua exploração, a mata se desenvolvia a partir dos capões que
avançavam sobre os campos. Hoje, o fenômeno que ocorre é justamente o contrário. Devido às queimadas
e sucessivas roçadas, a mata praticamente desapareceu, para das lugar aos campos sujos, cerrados, estepes
e capoeiras.
A araucária, que forneceu madeira para os mais diversos fins, como a construção das casas típicas da região
Sul do país, sempre foi explorada e até exportada sem que houvesse nenhuma preocupação com sua
reposição. Não houve nenhum reflorestamento significativo nem mesmo foram realizados estudos par um
possível melhoramento genético, que poderia permitir a criação de variedades mais interessantes do ponto
de vista econômico.
Como só apresenta condições vantajosas de exploração com cinquenta anos, o pinheiro-do-paraná vem
sendo substituído gradativamente por plantações de eucaliptus e pinus, cujas árvores fornecem madeira de
pior qualidade, mas podem ser derrubadas em bem menos tempo. Essas culturas exóticas não permitem o
desenvolvimento das demais espécies vegetais do ecossistema e afugentam toda a fauna, uma vez que não
fornecem alimento adequado6.
Aquela que já foi a árvore símbolo do Estado do Paraná está hoje restrita a algumas pequenas reservas,
muitas delas pertencentes a particulares, que as utilizam para os mais diversos fins. A mata de araucária é,
assim, um ecossistema considerado praticamente extinto. É importante estimular estudos que visem a sua
regeneração natural, pois acredita-se que a ampliação desse ecossistema permitirá o retorno da fauna e do
equilíbrio perdido.

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OS CAMPOS RUPESTRES
Os campos rupestres, também conhecidos como campos de altitude, são formações que ocorrem
exclusivamente no alto de algumas serras brasileiras, em geral acima de 900 m. A maior parte dos campos
rupestres está localizadas em Minas Gerais (serra do Cipó e do Caraça), na Bahia (serra de Jacobina, na
chapada Diamantina) e em Goiás (chapada dos veadeiros e serra dos Pirineus). O solo é pedregoso e as
formações rochosas são muito comuns, crescendo a maior parte das plantas nas pequenas frestas erodidas.
Como após as chuvas as águas escoam rapidamente por sobre as rochas, não há formação de lençol freático.
O ambiente, portanto, é seco, e as plantas desenvolveram adaptações diversas para resolver o problema da
falta de água.
O número de espécies encontradas exclusivamente nesse tipo de ecossistema é muito grande, variando
inclusive de uma região para a outra. As plantas são quase todas rasteiras, encontrando-se, mais espalhados,
alguns arbustos baixos. As árvores, raras, não passam dos 2 m de altura. Diversos tipos de liquens
desenvolvem-se sobre as rochas, dando-lhes um colorido característico. Existem muitas orquídeas s sempre-
vivas, além de inúmeras outras plantas de valor ornamental indescritível, como os pepalantos, por exemplo.
Muitas dessas plantas vêm sendo exploradas nos últimos tempos, e sua extração já constitui um grande
problema ambiental. Algumas espécies são inclusive exportadas para compor jardins em diversas parte do
mundo.
A fauna dos campos rupestres é rica em espécies de anfíbios, répteis, aves e pequenos mamíferos, além de
uma infinidade de insetos.
A mais importante reserva de campos rupestres do Brasil se encontra no Parque Nacional da Serra do Cipó.
Esse parque foi criado em 1984, e ainda não está totalmente implantado. Parte de sua área pertence a
particulares , e apenas 41% de seus 33 800 hectares pertencem ao Estado. É importante que o restante da
área seja rapidamente adquirido, uma vez que lá se encontram regiões de grande importância ecológica,
com riachos e cachoeiras, já muito depredadas.
Diversos pesquisadores utilizam o Parque para seus estudos, e foi graças à luta de alguns deles que o governo
resolveu preservar a serra. A elaboração de um bom plano de manejo pode permitir que a reserva seja
utilizada para fins de educação ambiental, desde que se delimitem corretamente as áreas de uso exclusivo
para pesquisas e as de uso público.
OS BANHADOS
Banhados são ambientes alagados, encontrados do extremo norte ao extremo sul da costa gaúcha, muito
importantes por fornecerem grande quantidade de nitrogênio para a atmosfera. A riqueza de espécies é uma
de suas características mais marcantes. Peixes únicos no mundo vivem nos banhados e seus lagos servem de
abrigo temporário para mais de 130 tipos de aves migratórias.
O banhado do Taim é o mais importante do Rio Grande do Sul, estendendo-se desde o sul do município de
Rio Grande até o norte da lagoa Mangueira, ladeado pelo oceano Atlântico e pela lagoa Mirim. No total, são
mais de 32 mil hectares de uma imensa área alagadiça, com profundidades de até 4 m, onde se desenvolve
uma vegetação densa, formada por juncos, gravatás, figueiras, corticeiras e aguapés. O habitat é ideal para
a proteção e a alimentação de uma multidão de animais
São comuns no banhado do Taim o cisne-de-pescoço-preto, o colhereiro, o quero-quero, o João-de-barro, o
maçarico, o socó, diversas garças e marrecos, a onça-pintada, o veado, o gato-do-mato, a lontra, as lebres, a
capivara e o ratão-do-banhado, a espécie de mamífero mais abundante. Entre os peixes, podemos citar os
bagres, os pintados, as traíras, os cascudos e as corvinas. Vivem ainda no banhado diversas espécies de
tartarugas e o jacaré, quase exterminado pelos coureiros.
Considerado o mais importante ecossistema da região Sul, o banhado do Taim já foi alvo da disputa entre

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portugueses e espanhóis e, depois, entre brasileiros e uruguaios. Apenas em 1909, com um acordo assinado
entre os dois países, os conflitos terminaram. As terras do banhado pertenciam ao comendador Faustino
Correa e, como abrangiam áreas de dois municípios, passaram para o Estado após sua morte. Em 1979, a
área foi transformada em estação ecológica, mas isso não limitou a ação dos caçadores, que ainda atuam na
região. Uma única estrada, a BR-471, corta o banhado e permite o abastecimento da pequena vila do Taim,
ao norte da reserva.
O banhado do Taim se divide em três tipos de sistemas. O primeiro, situado junto à lagoa, ocupa a maior área
da reserva: são banhados propriamente ditos. O segundo é formado por dunas de areia que se estendem por
mais de 10 km estação adentro. O terceiro, finalmente, compõe-se de bosques que margeiam todo o
banhado.
Devido à riqueza de seu solo, produto de milhares de anos de deposição de matéria orgânica, já houve
diversas tentativas de extermínio do banhado. Certo governante planejou drena-lo, mas, por pressões
populares e por falta de verbas, desistiu do projeto. Caso sua intenção se concretizasse, teríamos assistido a
um dos maiores desastres ecológicos já ocorridos no Brasil.
Apesar de preservado, o banhado do Taim não está livre da ação humana. Em 1988, a região sul foi assolada
por uma seca poucas vezes registrada na história, o que modificou quase toda a paisagem do banhado. Com
a destruição de seu ambiente, diversos animais morreram, e muitas aves migratórias deixaram de visitar a
região, como faziam todo ano. O problema foi agravado pelos fazendeiros locais que, na esperança de salvar
suas lavouras, bombearam o pouco que restava das águas do banhado para suas propriedades, provocando
a morte de milhares de peixes. E essa seca, provavelmente resultou de alterações ambientais ocorridas em
outras regiões, como desmatamentos e a poluição urbana. O fenômeno que se observa no Taim deve ser
tomado como uma demonstração das intrincadas relações existentes entre os diversos ecossistemas e das
consequências danosas dos desequilíbrios provocados pelo homem.
A ZONA DOS COCAIS
Nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte existem florestas dominadas pelas palmeiras
babaçu e carnaúba, ocorrendo também o buriti e a oiticica. Geograficamente localizada entre a Amazônia e
a caatinga, a zona dos cocais é, de fato, uma floresta secundária, formada pelo desmatamento. O babaçu,
quando está livre de competição, desenvolve-se rapidamente, atingindo 15 m de altura, e passa a dominar o
ambiente.
Os babaçuais são muito importantes economicamente, pois deles de extraem diversos produtos, como o
óleo, o álcool, coberturas para habitações, acetatos, fibras, glicerina e muitos outros. Da carnaúba extrai-se
principalmente a cera.
Com a expansão das pastagens na região, os babaçuais estão sendo destruídos num ritmo intenso, mas o
interesse econômico que representam e a incrível velocidade com que se reproduzem podem garantir a
continuidade de sua existência. Diversas plantações comerciais já estão sendo desenvolvidas na zona dos
cocais. Esta constitui, sem dúvida, um dos nossos ecossistemas com melhores perspectivas de preservação –
desde que se decida investir na cultura do babaçu e da carnaúba.
OS PAMPAS
São campos formados quase exclusivamente por gramíneas, localizados principalmente no Rio Grande do
Sul, ocupando 47% do seu território. O clima dominante na região é o subtropical frio, com estações bem
definidas e média anual de temperatura de 19o C. Os arbustos e as árvores são muito raros, ocorrendo apenas
isoladamente ou em pequenas formações, sem quebrar a aparência herbácea da paisagem.
Alguns animais silvestres são típicos desses campos, como o guaraxaim, o gato-do-pampa, o zorrilho, a
raposa-do-campo e diversos roedores.

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Por sua própria constituição florística, os pampas são ideais para o desenvolvimento da atividade pecuária,
mas apesar disso, muito de sua área já foi consumida por culturas agrícolas, menos produtivas e mais
prejudiciais ao meio ambiente. As plantações de cereais são muito comuns, devido às características
favoráveis do clima da região.
É nos pampas que se encontra o maior rebanho bovino gaúcho, e, graças a sua grande extensão, o Rio Grande
do Sul é um dos maiores produtores de carne e derivados do Brasil. A prática da pecuária já é uma tradição
gaúcha, e os pampas são considerados um Símbolo desse Estado.

CONSIDERAÇÕES GERAIS
Como pudemos constatar, a situação ambiental do Brasil não é das melhores. Os desmatamentos estão
acabando com as florestas, os rios vêm sendo poluídos e nossa fauna está desaparecendo. E o mais
preocupante é o ritmo desenfreado com que essa destruição está se efetuando. Cada vez mais se destrói em
nome do crescimento econômico, e é ínfima a preocupação com a preservação.
Hoje, a maioria dos brasileiros vive em cidades, distanciada da natureza. Para garantir o padrão de vida da
população urbana, exige-se o sacrifício do meio ambiente. Os problemas sociais típicos das grandes cidades
parecem ter uma importância infinitamente maior do que a destruição da natureza. Mas sem ela, é bom
lembrar, não será possível nossa sobrevivência.
O Brasil é um país de desigualdades sociais. As condições de vida da maior parte de seus habitantes estão
muito aquém do minimamente digno. Diante de tal situação podemos perguntar: como um cidadão que vive
na favela vai se preocupar com o fim da Amazônia? Como convence-lo de que é importante lutar pela
preservação ambiental? É claro que os problemas de seu dia-a-dia são para ele muito mais urgentes – dizem
respeito a sua sobrevivência imediata. No entanto, fica esse impasse: como pode ter consciência ecológica
um povo que passa fome?
A luta por uma distribuição de renda mais justa para a população brasileira deve ser, sem dúvida, a prioridade
nacional, mas a morte de nossos ecossistemas só agravaria o quadro de degradação de nossa qualidade de
vida.

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SITUAÇÃO ATUAL DOS PRINCIPAIS IMPACTOS SOBRE OS BIOMAS BRASILEIROS

BIOMA ÁREA IMPACTOS

5 milhões Garimpo de Ouro, Mineração Industrial e Indústria de Alumínio / Projetos


AMAZÔNIA de Km2 Agropecuários e de Colonização / Usinas Hidroelétricas / Indústria de Ferro
LEGAL (60% do Gusa (Energia barata / alto custo Ambiental) / Destruição da Cultura
Brasil) Indígena / Caça e Pesca Predatória / Turismo ecológico predatório

Sede de várias regiões metropolitanas / Pólos industriais / Atividade


1,3
Portuária / Agroindústria de açúcar, álcool, papel e celulose / Transporte de
milhões
MATA combustíveis em oleodutos e gasodutos / Expansão urbana desordenada na
de Km2 /
ATLÂNTICA faixa litorânea / Mineração de granito, calcário e areia / Extração mineral –
área atual:
petróleo, gás, sal-gema e carvão / Falta de fiscalização em UC / sobrepesca /
52 mil Km2
destruição de habitats

Grandes Projetos Agropecuários (monocultura extensiva / uso de grandes


2 milhões
quantidades de agrotóxicos / uso de mecanização intensiva / queimadas)
de Km2
Expansão urbana desordenada com elevadas taxas de migração (Degradação
(Antrópica
CERRADOS de recursos hídricos da bacia do Pantanal) / Invasão de Reservas Indígenas /
: 700
Garimpo de Ouro e Pedras Preciosas / Indústria de Transformação (Prod. de
mil Km2)
cimento e calcário agrícola) / destruição de habitats

Grandes Latifúndios ( desmatamentos / controle de Recursos Hídricos /


1.100 mil êxodo rural / intensa desertificação ) Prospecção e exploração de
Km 2 combustíveis fósseis – petróleo e gás natural / Siderúrgicas, olarias e outras
(antrópica indústrias com grande desmatamento para produção de lenha e carvão
CAATINGA vegetal / Pastagens gerando perda de matéria orgânica do solo e erosão /
: 800
mil Km ) Irrigação e drenagem ( salinização do solo / contaminação com agrotóxicos /
2

assoreamento de açudes )

150 mil
Pecuária extensiva / Pesca Predatória e caça ao jacaré / Garimpo de Ouro e
Km2 / área
Pedras nos Rios Paraguai e S. Lourenço / Turismo e migração desordenados e
inundável:
PANTANAL predatórios / Manejo inadequado dos Cerrados (assoreamentos / erosão /
100 mil
contaminação dos rios com biocidas e fertilizantes)
Km2

210 mil
2
Criação de gado sob pastoreio / Queimadas / plantio de soja e trigo /
CAMPOS / Km / área desertificação / Introdução de espécies arbóreas exóticas (frutíferas de clima
MATAS DE de
temperado) / Perda de habitats naturais e extinção de espécies /
ARAUCÁRIA Araucária Aprofundamento dos lençóis freáticos
300 mil ha

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AULA 11 – EXPLORAÇÃO E USO DOS RECURSO NATURAIS

O ser humano têm variado as atitudes e reações ao ambiente através do tempo, variando em função de sua
tecnologia, cultura, religião e desenvolvimento social e econômico, ainda hoje as relações do ser humano
com o ambiente variam em função dessas variáveis ou em nome de um progresso tecnológico e econômico,
ou mesmo o abandono de toda tecnologia em uma “volta à natureza” mais humana e menos mercadológica.

A tradição cultural desempenha importante papel no processo de decisão que define o comportamento dos
grupos sociais humanos em relação ao ambiente, determinando, desta forma, o papel modelador da
paisagem do fator humano. Assim sendo, pode-se dizer que as diferentes posturas humanas de relação com
o ambiente , são tão diversas quanto forem as tradições culturais observadas no planeta, tendo que
considerar, ainda, a diversidade de estratos ou castas sociais, conforme for o caso, o que determina uma
diversidade de posturas mesmo dentro de uma cultura homogênea.

Quando considera-se a arquitetura da paisagem em dado momento, deve-se levar em conta que o processo
de modificação desta arquitetura é resultante da interação de fatores ambientais, humanos e tecnológicos,
que mudam sucessivamente os diferentes usos da paisagem, alterando os fatores ambientais e
retroalimentando o próprio processo de modificação.

Quando o homem provoca uma alteração em seu ambiente, visa normalmente um fim imediato e óbvio, no
entanto, geralmente as modificações introduzidas são em grande parte involuntárias e, aparentemente, tão
reduzidas que se diriam insignificantes. A soma desta pequenas e insignificantes ações , por outro lado,
podem ter implicações globais devido ao alto grau de interdependência do fenômenos planetários, ou seja
o Planeta é um grande sistema, no qual todos os seus componentes interagem. Essa interação permite a
autorregulação, a recuperação ou mesmo a degradação ambiental.

AULA 12 -PROBLEMAS AMBIENTAIS

IMPACTO DA ATIVIDADE HUMANA SOBRE OS SOLOS

Os solos encontram-se em equilíbrio dinâmico com os fatores que determinam as suas características : o
clima, os materiais de origem, a topografia, a biota e o tempo.

Qualquer mudança em uma dessas variantes afetará o solo ; a reação a determinada mudança ambiental,
porém, varia de solo para solo em função da sua sensibilidade a cada tipo de tensão, resultante de suas
característica físicas e químicas de origem.

A ação do homem tem de ser acrescentada à lista de fatores que determinam o caráter do solo, visto que ela
assume, pelo menos ao nível local, maior significado que todos os demais fatores naturais em conjunto. A
textura dificilmente muda, mas a parte química e a biológica variam com muito mais facilidade, o que traz
efeitos posteriores para a estrutura e a drenagem.

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A parte mais alterada do solo é a superior. Uma vez que os agricultores vivem sob pressão econômica para
semear o mais cedo possível, ocorreu a industrialização agrícola com uma conseqüente e crescente
mecanização da lavoura que permitiu com que a terra seja lavrada e gradeada em épocas do ano em que o
solo encontra-se muito úmido e pesado para trabalhar, o que causa a deterioração da estrutura do solo que
muda e impede ao mesmo tempo a drenagem, o desenvolvimento de raízes e portanto a produtividade.
Com a remoção da cobertura vegetal original acelera o processo erosivo, alterando processos
geomorfológicos. A remoção da cobertura vegetal, independente da ocupação posterior, promove a perda
de até 50% de solo por erosão. Com a intensificação destes processos, podemos falar em DESERTIFICAÇÃO.

É possível alterar a composição química do solo, conhecendo-se sua composição e corrigindo-a para melhor
atender às necessidades da cultura vegetal de interesse.

Trata-se do processo denominado fertilização ou adubação do solo. Os fertilizantes artificiais combinam,


basicamente nitrogênio, fósforo e potássio - NPK. A aplicação continuada e intensiva de fertilizantes altera a
química do solo concentrando vastos estoques de NPK, o que vai alterar significativamente o ciclo do
nitrogênio e as taxas de decomposição no solo. Tudo isto exige grandes implementos e mecanização para
tornar o solo produtivo novamente, o que nem sempre é viável, financeiramente, para pequenos e médios
agricultores. Lembre-se que os solos tropicais não são, via de regra, férteis e que a biodiversidade que eles
sustentam está associada a altas e rápidas taxas de decomposição de matéria orgânica pelos seres
DECOMPOSITORES e pela absorção e incorporação vegetal desses nutrientes. Por isso, que o desmatamento
de áreas florestais como Amazônia e Mata Atlântica não sustentam culturas agrícolas por muito mais do que
4 a 5 anos, quando ocorre o esgotamento dos nutrientes do solo de origem microbiana - BACTÉRIAS E
FUNGOS, associados a vegetação original.

Com a drenagem, estes compostos chegam até os corpos de água. como lagos, lagoas, riachos, córregos e
rios. Essa introdução de fertilizantes ou matéria orgânica em águas caracteriza o processo chamado
EUTROFIZAÇÃO, que basicamente inicia-se com decomposição bacteriana - no caso de lançamento de
matéria orgânica, ou absorção dos nutrientes pelas plantas aquáticas e algas - no caso dos fertilizantes. Em
ambos os casos, a principal conseqüência é o aumento exagerado do número desses organismos (bactérias ,
plantas ou algas ) , que diminuem intensamente a concentração de Oxigênio nas águas, levando peixes à
morte. Esse aumento de vegetais aquáticos ou de algas é conhecido por FLORAÇÃO DAS ÁGUAS.

Outro processo de alteração química do solo é a correção do pH do solo através da calagem mantendo-o em
um ótimo para a cultura desejada. Essa atuação é bastante comum nos solos tropicais, que são ácidos. A
região centro-oeste, domínio original dos CERRADOS, apresenta esse problema. As grande monoculturas de
cana-de-açúcar e soja, só são possíveis graças a correção do solo, de modo geral um processo caro !

A excessiva irrigação, por outro lado, pode provocar a salinização de certos tipos de solos, como os do SEMI-
ÁRIDO, tornando-os impróprios para cultivos de interesse econômico assim como para o desenvolvimento
de uma vegetação natural. Nesses solos, a drenagem é muito rápida, além do que praticamente nenhuma
água é totalmente desprovida de sais, levando a uma concentração salina comprometedora à agricultura
tradicional. Isto, impõe desafios criativos de natureza tecnológica para a região. Ainda em relação ao tipo de
ocupação humana, temos que como conseqüência da atividade agrícola ocorre a aplicação de nutrientes e
defensivos agrícolas no solo e a remoção sazonal da cobertura vegetal.

Do ponto de vista do solo, o principal dano decorrente da sua utilização é a suscetibilidade à erosão, a qual
é causada pela ação das águas e do vento e conseqüente remoção das partículas do solo.

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Esta remoção além de causar alterações de relevo, riscos às obras civis, remoção da camada superficial e
fértil do solo, provoca o assoreamento dos rios. Como conseqüência indireta ocorrem as inundações e
alterações dos cursos d’água. A erosão do solo está principalmente associada a fatores como clima, tipo de
solo e declividade do terreno. As práticas recomendas para se evitar a erosão estão ligadas à manutenção da
cobertura vegetal, utilização de árvores como quebraventos, a cobertura do solo com serragem e as técnicas
de caráter mecânico como aração, plantio e construção em curvas de nível, execução de canaletas para
desvio das águas pluviais e execução de muros de arrimo.

A disposição indiscriminada de resíduos sólidos - lixo e efluentes líquidos - esgoto, no solo é outro uso do
solo que tem se mostrado inadequado uma vez que ocorre ao longo do tempo a infiltração dos líquidos
gerados na decomposição dos resíduos - chorume, aos quais se soma a fração das águas pluviais que se
infiltram no solo e que nessa passagem lixiviam esses resíduos carreando substâncias para as camadas mais
profundas e para os aqüíferos subterrâneos causando contaminação desses importantes mananciais de
águas. Os efeitos desses sistemas de disposição de resíduos no solo tendem a ser de natureza localizada.
Ocorre também nos locais de disposição de resíduos orgânicos a aeracão de gás, constituído basicamente,
de metano e gás carbônico, o qual limita o suprimento de oxigênio para as camadas superficiais do aterro,
causando a morte da vegetação. Destacam-se entre as fontes de poluição do solo aquelas de origem natural,
aquelas derivadas da atividade humana a saber:

1. poluição devida aos resíduos sólidos domésticos, hospitalares e industriais;


2. poluição devida à resíduos líquidos sanitários e industriais;
3. poluição devida à urbanização e ocupação do solo;
4. poluição devida a agropecuária; extrativas e à acidentes no transporte de cargas.
Os resíduos gerados pela atividade humana são dispostos diretamente sobre o solo, seja na forma de aterros,
seja por infiltração, seja pela simples acumulação sobre o solo.

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IMPACTO DA ATIVIDADE HUMANA SOBRE A COMUNIDADE BIOLÓGICA

A grande mudança na relação entre o homem e os demais seres vivos ocorreu com a transição da sociedade
mesolítica, na qual o homem era essencialmente caçador e coletor, caracteristicamente nômade, para a
economia neolítica, na qual o homem passou a ser agricultor e domesticador-criador de diversas espécies
animais, caracteristicamente fixo a um determinado lugar.

O homem tornou-se uma "espécie natural" extremamente importante no processo evolutivo dos seres vivos
no planeta, substituindo a seleção natural pela humana, destacando-se como força natural controladora de
outros organismos.

As alterações nos padrões da vegetação e dos animais obedeceram a uma série de razões, sempre levando
em conta os interesses humanos de eliminação de doenças e manutenção de animais e vegetais de seu
consumo, através da eliminação de seus predadores e parasitas. Porém a influência do homem sobre a
biosfera não foi uniforme.

A modificação dos padrões da vegetação para fins agrícolas ou florestais, com a conseqüente mudança no
microclima, levou inevitavelmente à modificação das propriedades do solo, em face da estreita relação causal
dos três aspectos : clima - solo - vegetação.

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As relações idealizadas entre solos, vegetação e clima expressas como tipos clímax de vegetação, revelam
na verdade a distribuição das grandes formas vegetacionais que dominavam o planeta, anteriormente à
grande devastação humana : Florestas Equatoriais ( Mata Amazônica ), Tropicais ( Mata Atlântica ),
Temperadas ( Taiga ), Formações campestres abertas ( Pampas, Campos Rupestres, Caatingas, Cerrados,
Savanas, Pradarias e Estepes ) e Desertos ( Kalahari, Saara e Atacama ) entre outras ( Pantanal, Alagados e
Manguezais).

A tendência geral tem sido no sentido de degradar o estado da vegetação, reduzindo a diversidade das
espécies e a biomassa. O objetivo é destinar essas áreas à AGRICULTURA; URBANIZAÇÃO;
INDUSTRIALIZAÇÃO; PROJETOS DE ASSENTAMENTO (COLONIZAÇÃO); PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO
(ESTRADAS / HIDROELÉTRICAS / USINAS NUCLEARES / MINERAÇÃO ) ; EXTRATIVISMO VEGETAL;
EXPORTAÇÃO DE MADEIRA; PRODUÇÃO DE CARVÃO entre outros, que destroem ou simplificam
intensamente os habitats, comprometendo diretamente a sustentabilidade da Fauna, como veremos.

Mais do que com a vegetação, a interferência humana nas populações animais redundou em efeitos mais
abrangentes e imprevisíveis, alterando sua densidade e levando várias espécies à extinção, assim como
ameaçando tantas outras, atualmente.

A erradicação de certas espécies e a introdução de outras fizeram aumentar a quantidade de animais


herbívoros, à custa dos carnívoros caçados, em virtude de, potencialmente, representarem prejuízos à
atividade econômica desenvolvida.

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As reduções e eliminações verificadas por DESTRUIÇÃO DO HABITAT, freqüentemente uma conseqüência
indesejada da falta de planejamento e do mau uso da terra, são atualmente as de maior impacto sobre a
fauna e as mais difíceis de conter, devido à EXPANSÃO URBANO - INDUSTRIAL. A fauna com pequena
população natural e habitat muito restrito é particularmente propensa à EXTINÇÃO, como resultado da
atividade humana. Isso pode acelerar um processo natural ou reverter uma tendência natural - colonização.

Por exemplo, a extinção acidental de um inseto não é nada em comparação com as explosões populacionais
provocadas pelo homem ao retirar algum freio à expansão dentro do ecossistema, pelo menos do ponto de
vista da saúde pública.

Como a vegetação intacta representa a resposta biológica à totalidade dos fatores ambientais : solo - relevo
- clima, também a sua correlação com esses outros subsistemas globais é muito sensível. As conseqüências
das modificações na distribuição de animais, normalmente, apresentam alcance igual, embora sejam mais
sutis e difíceis de descobrir.

No princípio o interesse do homem pelo mundo biológico derivava da necessidade de comer e de competir
com os predadores, objetivos atualmente promovidos pelo controle genético de plantas e animais e pelos
esforços para controlar os insetos transmissores de doenças ou os próprios microrganismos.

No entanto, lado a lado com esta abordagem "racional" e empírica do mundo natural, tem havido
inconstância relativamente a outras formas de vida, o que só agora começa a mudar, com o homem
aceitando sua integração no mundo da natureza.

IMPACTO DA ATIVIDADE HUMANA SOBRE A ATMOSFERA

O homem alterou pela primeira vez a ação local da atmosfera e, portanto, o clima, há 7 ou 9 mil anos, ao
mudar a face da terra com a derrubada de florestas, a semeadura e a irrigação, desde então o controle das
forças atmosféricas é quase inteiramente defensivo, procurando-se evitar as piores conseqüências do
intemperismo climático.

O controle positivo do clima é extremamente limitado em área e intensidade, no entanto é provável que no
decurso deste século o homem tenha começado inadvertidamente a acelerar o ritmo de mudança do clima
do globo.

Supõe-se que a tendência natural para o resfriamento no clima mundial desde a década de 50 já foi detida,
esperando-se um aquecimento perceptível lá pelo ano 2000, por volta de 2050 talvez tenhamos o clima mais
quente dos últimos 1000 anos.

Se o gelo derreter em proporções consideráveis, isso provocaria outras grandes e talvez irreversíveis
distorções na circulação atmosférica e nos padrões do equilíbrio térmico. Tais alterações são consideradas
como sendo prováveis conseqüências diretas da modificação da composição atmosférica especialmente do
teor de poeira e gás carbônico - decorrentes das altas taxas de urbanização e poluição.

Uma vez que a atmosfera é um sistema contínuo e único, pode-se concluir que as mudanças são
transmissíveis em toda sua extensão, assim uma alteração em pequena escala pode ter conseqüências
globais.

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O determinante fundamental do clima é a entrada de radiação solar que impulsiona os mecanismos da
atmosfera, assim, os elementos do clima: temperatura, pressão, vento e precipitação, podem ser
considerados efeitos secundários da diferença de aquecimento da atmosfera e da superfície da Terra.

Mudanças na refletividade da superfície da Terra - albedo, alteram o aquecimento da atmosfera inferior e


elas estão relacionadas a uma alteração no uso da terra. O aumento da concentração de gás carbônico devido
à queima de combustíveis fósseis e desmatamento, é considerado o responsável pela tendência mundial do
aquecimento climático.

Por conseguinte, está associado ao AUMENTO DO EFEITO ESTUFA, e não a sua origem, pois Efeito Estufa é
uma propriedade que certos corpos tem de ser permeáveis a luminosidade e impermeáveis ao infravermelho
(ondas de calor), como por exemplo o plástico, o vidro e a atmosfera.

Essa propriedade atmosférica é fundamental para que o planeta não resfrie muito durante a noite e aqueça
demais durante o dia, o que comprometeria a vida, pois faria com que a água do Planeta, congelasse ou
vaporizasse, impedindo o seu papel biológico, junto aos seres vivos. Logo, o Efeito Estufa é fundamental. O
que pode ser polêmico está associado ao seu aumento e suas possíveis consequências!

A influência humana sobre o clima é muito difícil de avaliar, pode-se supor e evidenciar as alterações
provocadas em escala microclimática, por exemplo a construção de um reservatório de água e
mesoclimática, por exemplo a presença de uma grande cidade e a constatação de que ela é uma ilha de calor.
No entanto alterações macroclimáticas podem estar associadas a processos planetários globais. Não vamos
esquecer que o Planeta tem cerca de 4,5 bilhões de anos e já esfriou e esquentou várias vezes, mesmo antes
de o homem - Homo sapiens, andar por aqui!

A mudança do clima provocará mudanças em cascata nos processos geomorfológicos, do solo e da


vegetação, o que, por sua vez, trará novas alterações climáticas.

POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

A atmosfera recebe, anualmente, milhões de toneladas de gases tóxicos, como monóxido de carbono,
dióxido de enxofre, óxido de nitrogênio e hidrocarbonetos, além de partículas que ficam em suspensão. As
principais fontes geradoras de poluição atmosférica são os motores dos automóveis, as indústrias
(siderurgias, fábricas de cimento e papel, refinarias etc.), a incineração de lixo doméstico e as queimadas de
florestas para expansão da lavoura.

O monóxido de carbono (CO) é um gás incolor, inodoro, um pouco mais leve do que o ar e muito venenoso.
Ele é produzido durante a queima incompleta de moléculas orgânicas, e sua maior fonte emissora são os
motores a combustão dos automóveis. O monóxido de carbono tem a propriedade de se combinar
irreversivelmente com a hemoglobina do sangue, inutilizando-a para o transporte de oxigênio. O indivíduo
afetado por esse gás tem sintomas de asfixia, com aumento dos ritmos respiratório e cardíaco. A exposição
prolongada ao monóxido de carbono pode levar à perda de consciência e à morte.

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O Dióxido de enxofre (SO2) é um gás venenoso, proveniente da queima industrial de combustíveis, como o
carvão mineral e o óleo diesel, que tem enxofre como impureza. O dióxido de enxofre, juntamente com o
óxido de nitrogênio, também liberado pela atividade industrial, provocam bronquite, asma e enfisema
pulmonar. Além disso, reagindo com vapor d'água na atmosfera, esses óxidos podem formar ácidos sulfúrico
e nítrico, que se precipitam com a umidade e formam as chuvas ácidas. Em certos países europeus, onde a
produção de energia é baseada na queima de carvão e óleo diesel, as chuvas ácidas têm sido responsáveis
por grandes danos à vegetação, além de corroerem construções e monumentos. Na Alemanha e na Holanda,
por exemplo, estima-se que 50% das florestas naturais já foram destruídas pelas chuvas ácidas.

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Nas cidades modernas há grande quantidade de partículas em suspensão no ar, produzidas principalmente
pelo desgaste de pneus e freios de automóveis. Pastilhas de freio, por exemplo, liberam partículas de
amianto, que podem causar doenças pulmonares. Grandes responsáveis pela produção de matéria
particulada no ar são as siderurgias e as fábricas de cimento, estas últimas responsáveis pela liberação de
partículas de sílica. A sílica, como o amianto, quando particulada no ar, é a causa comprovada de diversas
doenças pulmonares, tais como fibroses e enfisemas.

Inversão térmica

Em condições normais, a temperatura da atmosfera diminui gradativamente com a altitude, o que facilita a
dispersão dos poluentes para as camadas mais altas da atmosfera.

Em certas épocas do ano, principalmente no inverno, pode ocorrer o fenômeno atmosférico denominado
inversão térmica, causado pela interposição de uma camada de ar quente entre camadas de ar frio em certa
altitude. A camada quente impede a dispersão de poluentes, que ficam aprisionados junto à superfície Nessas
ocasiões ocorre grande aumento de casos de irritação das mucosas e problemas respiratórios.

A poluição do ar, além dos aspectos tóxicos discutidos anteriormente, também é responsável pela ocorrência
de dois fenômenos que afetam globalmente a Terra: o efeito estufa e a destruição da camada de ozônio.

Efeito Estufa
Propriedade que certos corpos, materiais e substâncias apresentam em ser permeáveis a luminosidade e
impermeáveis ao infravermelho (calor). Ou seja, mantém alta a temperatura interna por reter calor. A
Atmosfera apresenta EFEITO ESTUFA, graças a certos gases que a compõe : CO2 , CH4 , CFC , N2O e vapor de
H2O. Essa característica da atmosfera é importante pois a temperatura do planeta pode ser considerada estável,
visto que as máximas e mínimas não são extremas, o que permite que a maior parte da água do planeta esteja
no estado líquido - indispensável à vida. Todos esses gases absorvem calor (ondas de infravermelho) e podem
ser responsáveis pelo possível aumento de temperatura do planeta - AUMENTO DO EFEITO ESTUFA.

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Porém o principal "vilão" é sem dúvida nenhuma o CO2, uma vez que nos últimos 50 anos a sua concentração
atmosférica aumentou 30%, devido a intensa queima de combustíveis fósseis pelas indústrias e carros de todo
o globo, principalmente do Hemisfério Norte (EUA). Na ECO-92, foi assinada por inúmeros países um protocolo
de redução da emissão atmosférica de CO2 (EUA não assinaram). Observe o esquema :
O efeito estufa atmosférico é um pouco diferente do que se passa na estufa de plantas. A maior parte da
radiação solar que atinge o solo é reirradiada na forma de radiação infravermelha. O vapor d'água, o gás
carbônico, o metano e outros gases atmosféricos absorvem essas radiações e reirradiam infravermelho em
todas as direções, inclusive de volta para a superfície terrestre, que se aquece. Enquanto na estufa de plantas
o aquecimento se deve ao aprisionamento de ar quente, no efeito estufa atmosférico é a energia radiante
do infravermelho que é "aprisionada" ao ser refletida por determinados gases atmosféricos.

O aumento de gás carbônico e metano na atmosfera

A quantidade de gás carbônico, um dos principais causadores do efeito estufa, vem aumentando
significativamente na atmosfera desde a Revolução Industrial, quando o homem começou a empregar a
queima de combustíveis (carvão e petróleo) em larga escala, para produzir energia. Com isso, a concentração
de gás carbônico no ar se elevou, nesses últimos 100 anos, de 0,029% para quase 0,04% da composição
atmosférica, o que corresponde a um aumento da ordem de 38%. Embora sem estimativas precisas, sabe-
se que a quantidade de metano presente na atmosfera também vem crescendo. Esse gás resulta da
decomposição da matéria orgânica, e sua concentração na atmosfera aumenta proporcionalmente ao
crescimento da população. Isso se deve à maior produção de lixo e esgotos e ao aumento das áreas de
terrenos alagados, onde se cultiva arroz e há grande decomposição de matéria orgânica.

Possíveis conseqüências do efeito estufa

O efeito estufa vem despertando polêmicas na Europa, nos Estados Unidos e no Japão. As pessoas
demonstram preocupações quanto ao inverno, que já não parece ser tão frio como antigamente. As imagens
de impacto mostram desertos se expandindo, cidades costeiras inundadas e grandes alterações climáticas.

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Alguns cientistas acreditam que, se os gases que provocam o efeito estufa continuarem a se acumular na
atmosfera, devemos esperar uma elevação de até 4° C na temperatura média mundial, nos próximos 50 anos.

Um aumento dessa ordem provocaria grandes mudanças no clima da Terra. Nas regiões tropicais ocorreriam
tempestades torrenciais. Nas regiões temperadas o clima poderia se tornar mais quente e seco. As regiões
polares poderiam ter grande parte do gelo derretida, com elevação do nível dos mares e inundação de
cidades litorâneas e planícies. Uma inundação da Amazônia, com submersão da floresta. Levaria à formação
de uma imensa bacia de decomposição, o que produziria mais metano, acentuando ainda mais o efeito
estufa.

Destruição da camada de ozônio

A Camada de Ozônio, também chamada de Ozonosfera, trata-se de uma das camada de nossa atmosfera,
que está localizada a cerca de 50 Km da superfície do planeta. É constituída basicamente de Ozônio - O3 ,
formado na seguinte reação : O2 + 1/2 O2 + Ultra violeta → O3 ; isto quer dizer que na formação do ozônio,
as radiações Ultra Violeta A e B ( UVA / UVB ) são consumidas, não atingindo a superfície terrestre, portanto.
Veja em seguida:

Logo, podemos dizer que o ozônio funciona como um "filtro" dessas radiações, que é um fato muito
importante visto que são radiações MUTAGÊNICAS e, portanto, CANCERÍGENAS, sobretudo para a pele
humana. Abaixo , vemos a formação do ozônio na presença de ultra violeta.

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Nos últimos 10 anos, os cientistas notaram o aparecimento de dois grandes "buracos", isto é, regiões sem
ozônio, na atmosfera. O buraco maior se localiza sobre o Pólo Sul, e chega a atingir uma área de 21 milhões
de Km2, mais do que o dobro da área do Brasil. O outro buraco, menor, localiza-se sobre o Pólo Norte. A
destruição da camada de ozônio é conseqüência da liberação de gases denominados clorofluorcarbonos
(CFC’s) para a atmosfera. O CFC - Cloro Flúor Carbono – é inerte, bastante estável, usadas para refrigeração
em geladeiras e bebedouros e como propelente, na indústria de isopores, espumas e plásticos. Por serem
muito barato, vem sendo utilizados desde 1930. Por serem extremamente leves, após um vazamento ou
quando lançados na atmosfera ascendem devagar, mas vão para as altas camadas da atmosfera, onde
permanecem cerca de 50 anos. Ao chegar na ozonosfera, catalizam a degradação do ozônio. O CFC libera
átomos de cloro na presença de UV. O uso do CFC já é proibido nos países do Hemisfério Norte e vem sendo
substituído por água e pelo HFC - Hidrogênio Flúor Carbono, o mesmo vem acontecendo nos países do
Hemisfério Sul. Veja abaixo:

Medições recentes, feitas na Antártida, indicam um grande aumento da mortalidade das algas marinhas do
plâncton, principalmente entre os meses de setembro e dezembro, quando o buraco de ozônio atinge sua
extensão máxima. Além do prejuízo para as cadeias alimentares marinhas, a morte das algas planctônicas
também pode afetar o clima, uma vez que elas liberam dimetil-sulfeto, que auxilia a formação de nuvens,
pois servem como núcleos de condensação.

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IMPACTO DA ATIVIDADE HUMANA SOBRE A ÁGUA DOCE E OS OCEANOS

O homem intervem nos processos pluviométricos, de drenagem e de reservatórios subterrâneos, o que altera
as proporções de estoques de água em seus três estados físicos, o que acarreta alterações climáticas globais.
No entanto o homem prefere intervir no sistema hidrológico nos pontos em que a relação custo / benefício
seja a melhor, empregando a tecnologia disponível.

Os principais pontos de interferência humana no ciclo hidrológico se dão, quanto à modificação dos índices
de precipitação e até mesmo por captação das águas pluviais.

A umidade do solo é alterada em função de sua ocupação e uso indisponibilizando-a para a vegetação por
exemplo, e fazendo o solo mais suscetível à ação erosiva. O escoamento superficial modificado pela alteração
dos sistemas de drenagem promovidos pela ocupação.

A água na atmosfera que pode ser liberada em maior quantidade devido aos desmatamentos, levando a uma
alteração da evapotranspiração. A alteração do fluxo fluvial que altera profundamente a distribuição dos
recursos hídricos para a fauna e flora, assim como para o homem.

A extensão e a intensidade das alterações demonstram a relativa facilidade com que o homem pode
manipular a água doce e a necessidade de assim proceder para sua sobrevivência. Os fatores econômicos e
sociais constituem as limitações mais freqüentes da alteração da água.

A indústria extrativa exerce efeitos sobre a qualidade da água, se estiver localizada perto da corrente. A
mineração a céu aberto poderá provocar contaminação sedimetológica e química. A extração subterrânea
de carvão muitas vezes faz com que a drenagem ácida das minas chegue aos rios. Os oceanos são
fundamentais no processo de controle dos fluxos globais de energia e, consequentemente, no ambiente geral
do planeta, principalmente devido ao "alto calor específico" da água que retém calor, representam, pois,
papel fundamental, desta forma nos processos climáticos globais, como pode ser exemplificado pelos
fenômenos el niño e la niña, que resultam provavelmente do aquecimento diferenciado de massa de águas
oceânicas.

Por outro lado, o papel do fitoplâncton oceânico é fundamental no controle atmosférico do carbono fixando-
o a partir da atmosfera e produzindo 75% do oxigênio atmosférico, além de poder estar diretamente ligado
à formação de nuvens pela liberação de gases que funcionariam como núcleos higroscópicos ou de
condensação, representando, portanto, importante componente na determinação do clima global, quanto
aos níveis de precipitação.

Os oceanos são cada vez mais impactados devido a sua utilização como via de transporte ou fonte de
matérias-primas, além de SER CONSIDERADO UM EXCELENTE DEPÓSITO DE EFLUENTES E RESÍDUOS SÓLIDOS
DEVIDO A SUA GRANDE CAPACIDADE DE AUTODEPURAÇÃO, QUE É LIMITADA COMO DE QUALQUER
AMBIENTE.

Como impacto direto da extratividade realizada pelas indústrias geradoras de matérias-primas podemos
citar: perfurações petrolíferas; extração de enxofre; de areia; de pedregulho; de magnetita; de diamantes;
de ouro; de cromita; de fosfato; de tungstênio e de nódulos de manganês.

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Já, quanto a indústria pesqueira, atividade econômica bastante importante para muitas culturas e países.
Observamos ainda, de modo geral, que normalmente não se respeitam diversos pontos das legislações
nacional e internacional: espécies permitidas, períodos de reprodução, quantidades máximas permitidas,
SOBREPESCA e atuação em águas costeiras.

Atividade não evidente no Brasil, apesar da imensa costa - cerca de 8.500 km - observa-se pouca
produtividade em tonelagens para os principais grupos de peixes no mercado e muitas perdas, enfim a pesca
é tradicionalmente artesanal e ligada as culturas caiçaras - em extinção. Outros pontos importantes são o
baixo nível tecnológico dos equipamentos e barcos, além do que nossas águas quentes são reduto de alta
biodiversidade, mas baixa densidade populacional, ou seja, cardumes reduzidos.

POLUIÇÃO DAS ÁGUAS

É a contaminação dos recursos hídricos. O crescimento populacional e os padrões de vida mais elevados
exigem maior demanda de recursos hídricos, exigência que não pode ser atendida pelo ciclo natural
hidrológico. Consequentemente, a qualidade da água superficial e subterrânea, tanto dos mares quanto de
rios e lagoas, é progressivamente prejudicada. Uma certa quantidade de poluentes pode ser assimilada por
diluição ou pela atuação de organismos na cadeia alimentar que se ajustam as mudanças na qualidade da
água. Além desses limites, porém, a poluição representa uma ameaça real à qualidade da água, à saúde e ao
meio ambiente.

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A poluição térmica produzida pela água utilizada no sistema de refrigeração das usinas de energia também
reduz a solubilidade do oxigênio em rios e lagos e a diversidade das espécies é ainda mais ameaçada quando
as correntes são obstruídas por sólidos inertes que resultam, por exemplo, de drenagem, escavação ou
detritos urbanos.

Produtos químicos tóxicos, tais como os metais pesados cádmio e mercúrio, produzidos em algumas
operações industriais e de mineração, e despejados nos rios, lagos ou águas costeiras, podem matar os
organismos vivos e se acumular nos tecidos dos peixes e crustáceos, que fazem parte da cadeia alimentar
humana, podendo provocar graves danos à saúde. Observe a seguir um esquema simplificado de uso de água
para resfriar o reator de uma usina nuclear.

Outros poluentes metálicos possivelmente nocivos são o alumínio, utilizado no tratamento de águas, que já
foi relacionado ao mal de Alzheimer, e o chumbo, utilizado nos encanamentos de algumas casas antigas e
identificado como causa de danos cerebrais em algumas crianças.

Os poluentes orgânicos da água doce e salgada, tais como resíduos animais, podem ameaçar a sobrevivência
de peixes pela redução da quantidade de oxigênio dissolvido disponível, enquanto o uso excessivo de
fertilizantes agrícolas e a liberação de nitrogênio podem provocar a disseminação de algas venenosas.

Os nitratos e pesticidas utilizados na agricultura foram associados ao desenvolvimento de diversos tipos de


câncer nos seres humanos.

Em países nos quais não há tratamento adequado de água e esgoto, a poluição da água utilizada pela
população pode contribuir para a disseminação do cólera, do tifo e da malária, assim como ser responsável
por doenças parasíticas aquáticas como a esquistossomose, que afeta aproximadamente 200 milhões de
pessoas em todo o mundo.

CAPTAÇÃO E ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A água é armazenada e aerada antes de entrar neste sistema. A aeração reduz o cheiro e o gosto. A
coagulação e a sedimentação reduzem as bactérias da água. A filtragem remove fisicamente as partículas
residuais e alguns materiais orgânicos dissolvidos por ação biológica. A desinfecção pela cloração elimina
todos os elementos patogênicos antes que a água entre no sistema de abastecimento.

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A água é fornecida par uma rede de tubulações cuja capacidade deve estar à altura das necessidades
domesticas, industriais e agrícolas, e ao mesmo tempo levar em conta perdas devidas a vazamentos. O
consumo médio de água pode variar de cerca de 740 litros diários per capita, em cidades norte-americanas,
até 1 litro diário per capita em partes da Etiópia ou da Somália. O pico de consumo pode alcançar até 350%
da média anual. A água é fornecida por fontes superficiais e subterrâneas. Observe o esquema a seguir :

O primeiro estágio do tratamento de águas é armazenar a água não tratada em um reservatório, onde a ação
combinada da sedimentação (precipitação por gravidade de substâncias em suspensão) e da luz ultravioleta
e visível elimina substancialmente as bactérias. Entretanto, no varia, em áreas de temperatura alta podem
surgir algas em águas ricas em nutrientes. Para combater isto, a filtragem lenta com areia tem sido usada
desde o início do século 19; isto depende de uma combinação de filtragem direta e da ação bacteriana no
interior das camadas superiores do leito de areia. Filtros modernos mais rápidos empregam tratamentos
químicos, particularmente com sulfato de alumínio, para coagular sólidos em suspensão antes que estes
sejam removidos par um clorificador. A água é comumente desinfetada com cloro, embora isto possa
provocar um gasto desagradável quando certas substâncias orgânicas estão presentes.

Depois do tratamento, a água é armazenada em um reservatório de serviço, que pode ser uma cisterna
fechada subterrânea, nas regiões elevadas, ou, em regiões planas, uma caixa d’água. Isto garante alguns dias
de suprimento e, devido a sua altura, exerce a pressão necessária para a distribuição local.

Os reservatórios localizados em terras altas distantes das cidades exigem aquedutos de grandes
comprimentos; entradas para a água dos rios e lagos usualmente têm um reservatório local para fornecer o
suprimento adequado quando os níveis de água são baixos e permitem a seu fechamento para impedir
poluição temporária. As aqüíferas (rochas que contém água) profundas são aproveitadas por meio de poços
e muitas vezes fornecem água de melhor qualidade.

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Tratamento e rede de esgoto
Uma rede de esgoto é um sistema de tubulações (esgotos) através do qual as águas servidas são levadas para
uma estação de tratamento. Os esgotos são planejados para que sejam auto limpantes e façam com que as
águas servidas fluam por gravidade, embora a bombeamento algumas vezes seja necessária.

O acesso a rede é dada por postigos de inspeção e manutenção. Em um sistema que combina o escoamento
de águas servidas com o seu tratamento, ambas as águas, servidas e pluviais, são escoadas para a estação de
tratamento; em sistemas separados, águas pluviais não - tratadas são escoadas diretamente para a curso de
água mais próximo.

DOENÇAS CAUSADAS PELA FALTA DE SANEAMENTO


Doença Agente causador Forma de contágio
Ingestão de água ou alimentos
Amebíase Protozoário - Entamoeba histolytica
contaminados por cistos
Ingestão de água ou alimentos
Ascaridíase Nematóide - Ascaris lumbricoides
contaminados por ovos
A larva penetra na pele (pés descalços)
Asquelmintos - Necator americanus e
Ancilostomose ou ovos pelas mãos sujas em contato
Ancylostoma duodenale
com a boca
Cólera Bactéria - Vibrio cholerae Ingestão de água contaminada
Ingestão de água, leite e alimentos
Disenteria bacilar Bactéria - Shigella sp
contaminados
Ingestão de água contaminada, através
Esquistossomose Asquelminto - Schistossoma mansoni
da pele
Febre amarela Vírus - Flavivirus sp Picada do mosquito Aedes aegypti
Ingestão de água e alimentos
Bactérias - Salmonella paratyphi,
Febre paratifóide contaminados, e moscas também
S. schottmuelleri e S. hirshjedi
podem transmitir
Ingestão de água e alimentos
Febre tifóide Bactéria - Salmonella typhi
contaminados
Ingestão de alimentos contaminados,
Hepatite A Vírus - Hepatite A
contato fecal-oral
Picada da fêmea do mosquito Anopheles
Malária Protozoário - Plasmodium ssp
sp
Peste bubônica Bactéria - Yersinia pestis Picada de pulgas
Poliomielite Vírus - Enterovirus Contato fecal-oral, falta de higiene
Animais domésticos ou silvestres
Salmonelose Bactéria - Salmonella sp
infectados
Platelminto - Taenia solium e Taenia Ingestão de carne de porco e gado
Teníase
saginata infectados

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Tipos de processos de tratamento
As características de uma água residuária, as exigências legais, a área disponível e os custos de implantação
e operação são os fatores básicos na definição do sistema de tratamento mais adequado de um efluente
liquido. Veja o esquema a seguir :

Os sistemas de tratamento de águas residuárias, englobando um ou mais processos descritos, são


classificados em função do tipo de material a ser removido e da eficiência de sua remoção em:

TRATAMENTO PRELIMINAR > Tem a finalidade de remover sólidos grosseiros e é aplicado normalmente a
qualquer tipo de água residuária. Consiste de grade, peneiras, caixas de areia, caixas de retenção de óleos e
graxas.

TRATAMENTO PRIMÁRIO > Recebe essa denominação nos sistemas de tratamento de águas residuárias de
natureza orgânica, muito embora seja utilizado para qualquer tipo de despejo. Tem a finalidade de remover
resíduos finos dos efluentes. Consiste de tanques de flotação, decantadores, fossas sépticas,
floculação/decantação.

TRATAMENTO SECUNDÁRIO > É utilizado para a depuração de águas residuárias através de processo
biológico e tem a finalidade de reduzir o teor de matéria orgânica solúvel nos despejos. Consiste de lodos
ativados e suas variações, filtros biológicos, lagoas aeradas, lagoas de estabilização, digestor anaeróbico e
fluxo ascendente e sistemas de disposição no solo.

TRATAMENTO TERCIÁRIO > É um estágio avançado de tratamento de águas residuárias e visa a remoção de
substâncias não eliminadas a níveis desejados nos tratamentos anteriores como nutrientes, microorganismos
patogênicos, substâncias que causam cor nas águas, etc. Consiste de lagoas e maturação, cloração,
ozonização, filtros de carvão ativo, precipitação química em alguns casos.

TRATAMENTO DE LODOS > Utilizado para todos os tipos de lodos, visa a sua desidratação ou adequação para
disposição final. Consiste de leitos de secagem, centrífugas, filtros prensa, filtros a vácuo, digestão aeróbia
ou anaeróbia, incineração, disposição no solo.

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TRATAMENTO FISICO-QUÍMICO > Basicamente utilizado para as águas residuárias de natureza inorgânica visa
a remoção de sólidos em todas as formas e a alteração das características físico químicas das águas
residuárias. Também utilizado para a remoção de sólidos em suspensão de efluentes de natureza orgânica.
Consiste em coagulação/floculação, precipitação química, oxidação, neutralização.

SANEAMENTO BÁSICO

O Saneamento básico é um dos objetivos da área da SAÚDE PUBLICA que lida com o controle ambiental ,
com a prevenção e o combate a doenças infecto-contagiosas. As atividades sanitárias incluem a
processamento e a distribuição de alimentos, no intuito de prevenir a contaminação dos produtos
alimentícios durante os diversos estágios de manipulação. O sanitarismo supervisiona igualmente o
tratamento de água potável e de esgotos, visando a combate de bactérias, vírus etc., e procurando reduzir
os despejos de dejetos sólidos e produtos químicos nos rios, lagos e outros recursos hídricos (de que se serve
a população).

As autoridades sanitárias são responsáveis ainda pelo controle ou erradicação de agentes transmissores de
doenças, como insetos e roedores, bem como o esclarecimento da população sobre a adoção de medidas
sanitárias básicas.

Eutrofização

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Quando um corpo de água recebe uma grande quantidade de efluentes com matéria orgânica, dizemos que
ele foi eutrofizado - alimentado. Efluentes são resíduos liquidas de atividades de origem humana, sobretudo
domésticos e industriais.

Podem muitas vezes causar danos sérios ao meio ambiente, em virtude de serem lançados em grandes
quantidade em corpos de água – rios, além do que por vezes são tóxicos, ou se tornam tóxicos após algum
tempo em solução.

A partir do lançamento de efluentes orgânicos, basicamente ocorrerá DECOMPOSIÇÃO AERÓBICA (presença de O2),
que diminuirá a concentração de O2 e aumentará a quantidade de nutrientes (nitratos e fosfatos), que permitiria o
crescimento acelerado de algas e plantas aquáticas – FLORAÇÃO DAS ÁGUAS.

Esse crescimento de algas consome mais O2 da água, matando grande parte do número de peixes. Essa mortandade
de peixes aumenta ainda mais a matéria orgânica. Portanto, segue-se a decomposição, porém ANAERÓBICA desta vez,
que libera novamente nutrientes, acelerando o crescimento de algas, dando cor, sabor e odor desagradáveis à água,
tornando difícil o tratamento para a potabilização.

O aumento de DBO - DEMANDA BIOQUIMICA DE OXIGÊNIO, é sempre seguido de eutrofização, porém o


processo pode não ir até o final, dependendo da quantidade de matéria orgânica despejada. A DBO é um
indicador de qualidade de águas e está associado a quantidade de matéria orgânica presente. O valor de 5mg
I I significa que para degradar totalmente a matéria orgânica presente em 01 litro dessa água são necessárias
5 miligramas de oxigênio, ou seja a água é boa. Quanto mais alto o valor da DBO, maior é a quantidade de
matéria orgânica presente e portanto mais poluída está a água. Aumentam a DBO de um corpo de água :
sangue, cadáveres, esgoto doméstico, detergentes, fertilizantes, esgotos industriais orgânicos e etc. Os
COLIFORMES FECAIS são semelhantes em forma com a bactéria Eschirichia Coli, que vive nos intestinos
humanos, compondo sua flora e podem estar presentes em efluentes indicando que foram contaminados
par fezes humanas. Ecologicamente, são importantes por representarem INDICADORES AMBIENTAIS DE
QUALIDADE, uma vez que se forem encontradas na água de abastecimento, mostra-nos que houve
contaminação dessa água por esgotos “in natura” De modo geral altos índices de DBO indicam também
grandes quantidades de Coliformes Fecais, caracterizando a água como IMPRÓPRIA para o consumo.

Maré vermelha
Fenômeno semelhante a eutrofização. Suas conseqüências podem ser bastante parecidas, porém as causas
são diferentes. Ocorre alteração da cor da água (tons de vermelho) em virtude de presença de toxinas
liberadas no grande crescimento populacional de algas PIRROFICEAS, em condições específicas. Causa uma
grande mortandade de peixes e crustáceos por envenenamento. Cuidado! Pirrofíceas não são algas
vermelhas!

Reaproveitamento dos esgotos

A melhor solução para o problema dos esgotos é seu reaproveitamento. Eles devem ser tratados de modo
que os microorganismos sejam mortos, e as impurezas, eliminadas. A água proveniente de esgotos, uma vez
removidas as impurezas, pode ser reaproveitada. Os resíduos semi-sólidos, resultantes do tratamento dos
esgotos, podem ser utilizados como fertilizantes, enquanto o gás metano, produzido pela putrefação da
matéria orgânica, pode ser utilizado como combustível.

Os resíduos industriais e agrícolas

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O lançamento de resíduos industriais nas águas e nos solos constitui um sério problema ecológico.
Substâncias poluentes, como detergentes, ácido sulfúrico e amônia, envenenam os rios onde são lançados,
causando a morte de muitas espécies da comunidade aquática.
Poluição por mercúrio
Um problema que vem atingindo proporções preocupantes em certas regiões brasileiras, particularmente na
Amazônia, é o da poluição dos rios pelo mercúrio. Esse metal é utilizado pelos garimpeiros para a separação
de ouro de minério bruto. Grandes quantidades de mercúrio, lançadas nas águas dos rios que servem para a
lavagem do minério, envenenam e matam diversas formas de vida. Peixes envenenados pelo metal, se
consumidos pelo homem. Podem causar sérios danos ao sistema nervoso.
Poluição por fertilizantes e agrotóxicos
O desenvolvimento da agricultura também tem contribuído para a poluição do solo e das águas. Fertilizantes
sintéticos e agrotóxicos (inseticidas, fungicidas e herbicidas), usados em quantidades abusivas nas lavouras,
poluem o solo e as águas dos rios, onde intoxicam e matam diversos seres vivos dos ecossistemas.
Concentração de inseticidas nas cadeias alimentares
Desde a década de 1940, alguns inseticidas do grupo dos organoclorados, principalmente o dos
extensivamente nas lavouras devido à sua alta eficiência contra diversos insetos. Absorvido pela pele ou nos
alimentos, o acúmulo de DDT no organismo humano está relacionado com doenças do fígado, como a cirrose
e o câncer. O uso indiscriminado e descontrolado do DDT fez com que o leite humano, em algumas regiões
dos EUA. Chegasse a apresentar mais inseticida do que o permitido por lei no leite de vaca. O DDT, além
de outros inseticidas e poluentes, possui a capacidade de se concentrar em organismos. Ostras, por exemplo,
que obtêm alimento por filtração da água, podem acumular quantidades enormes de inseticida em seus
corpos, concentrando-o até cerca de 70 mil vezes. Se forem consumidas por animais ou pelo homem, podem
causar intoxicação e morte. Em determinados ecossistemas, o DDT é absorvido pelos produtores e
consumidores primários, passando para os consumidores secundários, e assim por diante. Como cada
organismo de um nível trófico superior geralmente como diversos organismos do nível inferior, o DDT tende
a se concentrar nos níveis superiores.
IMPACTO DA ATIVIDADE HUMANA SOBRE AS CIDADES

A população da Terra vem apresentando um crescimento intenso e, desde a Revolução Industrial na


Inglaterra, França e Alemanha, nos séculos XVIII e XIX, passou a se concentrar em cidades ou ambientes
urbano-industriais. Os processos de urbanização-industrialização são hoje universais e geram preocupações
em todos os setores da sociedade moderna, sobretudo ambientais. O processo de urbanização-
industrialização consome grandes quantidades de áreas, tamponando-as, o que gera intensiva simplificação
dos ambientes naturais com perda de biodiversidade, de solos férteis e permeáveis e alterações
microclimáticas.

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As áreas urbanas - industriais representam a mais profunda modificação humana da superfície da terra, da
atmosfera e do ecossistema terrestre. Os efeitos são altamente intensivos e localizados, os fluxos de energia
e de matéria estão concentrados, sendo a maior parte da energia e matéria importada: A cidade é um
ecossistema heterótrofo!

Com o emprego da energia e matéria há uma produção intensa de calor e resíduos. Todos os aspectos do
ambiente são alterados pela urbanização e a industrialização, inclusive o relevo, o uso da terra, a vegetação,
a fauna, a hidrologia e o clima. A intensidade da mudança está ligada à densidade da área edificada e à
extensão da industrialização, principalmente da indústria extrativa ou pesada, e não se restringe a área
urbana, atingindo periferias e zonas rurais.

No ambiente urbano as mudanças climáticas são mensuráveis e nítidas. Sobre as cidades paira uma “abóbada
ou domo climático” típico, dentro da qual as propriedades de conteúdo, temperatura, umidade e vento
atmosféricos distinguem-se claramente do clima regional dominante, caracterizando-as como ILHAS de
CALOR.

Em grandes cidades, com um milhão de habitantes ou mais, o clima alterado paira de 50 a 300 metros acima
do solo e se estende dezenas de quilômetros a barlavento - direção que o vento segue depois que passa pela
cidade. Acredita-se que as alterações atmosféricas são responsáveis por mudanças na forma da radiação
solar que alcança o solo e talvez pelo aumento dos índices pluviométricos das regiões urbanas. A enorme
frota de veículos produz a POLUIÇÃO FOTOQUÍMICA, derivado da emissão de óxidos de nitrogênio, inversões
térmicas e baixas velocidades de vento contribuem para o aumento deste tipo de poluição concentrando-a.
A CHUVA ÁCIDA, de origem antrópica, é um dos resultados secundários da poluição fotoquímica, assim além
dos óxidos de nitrogênio, o anidrido sulfuroso e o gás carbônico acidificam as chuvas, e como resultado, ou
impacto a chuva ácida acelera o intemperismo químico (decomposição), principalmente de edifícios, além
de agravos à saúde.

Tanto a urbanização como a indústria extrativa acarretam alteração do relevo, mas a indústria, em particular,
é responsável pela criação da terra largada ao "deus dará" , como resultado da exploração de pedreiras, da
mineração a céu aberto, dos movimentos de terra, do abandono de edifícios ou, indiretamente, por
subsidência da terra.

Nas zonas de concentração da indústria pesada, o impacto ecológico costuma se estender até muito longe
da fonte, como por exemplo a CHUVA ÁCIDA, mais ainda, se considerarmos que as grandes rodovias
constituem extensões lineares do complexo urbano - industrial. As emissões dos escapamentos e os despejos
nas beiradas acumulam materiais tóxicos no solo, em níveis que vão de 5 a 50 vezes o normal, principalmente
cádmio, zinco e níquel.

A primeira característica das áreas urbanas - alta intensidade de mudança - também é evidente a respeito
dos ecossistemas. A cidade constitui um complexo ecossistema humano, mas, longe de ser um deserto para
outras formas de vida, ela cria, deliberadamente, ou não, uma variedade de ambientes que são colonizados
por criaturas vivas. Alguns deles são variantes de condições naturais (parques e jardins), outros não. As
populações de espécies que possuem as adaptações necessárias proliferam em detrimento daquelas que não
as possuem.

Outra distorção dos ecossistemas naturais é a vantagem conferida aos seres vivos que logram sobreviver sob
um esforço ambiental bem severo, ou seja, aqueles que apresentam NICHO ECOLÓGICO bastante amplo.

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Tabela 1: A urbanização brasileira - Um destaque para os municípios-sede das Regiões Metropolitanas -
1980

Município-sede Pop. total (1) Pop. urbana (2) Tx. Urban. (2/1) % Part. Urb. Bra.

Belém 934.322 826.776 88.4 1.03

Fortaleza 1.308.919 1.308.919 100.0 1.63

Recife 1.204.738 1.184.215 98.3 1.47

Salvador 1.506.602 1.504.219 99.8 1.87

Belo Horizonte 1.781.924 1.776.146 99.6 2.21

Rio de Janeiro 5.093.232 5.093.232 100.0 6.33

São Paulo 8.493.598 8.337.649 98.1 10.36

Curitiba 1.025.979 1.025.979 100.0 1.27

Porto Alegre 1.125.901 1.115.291 99.0 1.39

Brasil 119.098.992 80.479.195 65.6 28.0

Fonte: Sinopse Preliminar do Censo Demográfico. IX Recenseamento Geral do Brasil, 1980. FIBGE, Rio de
Janeiro, 1981

Tabela 2: Participação da População (%) do Município de São Paulo em relação à População Urbana do
Brasil e do Estado de São Paulo

1940 1950 1960 1970 1980

Brasil 10.29 11.70 12.08 11.37 10.55

Estado de São Paulo 41.86 45.75 47.15 41.49 38.26

Fonte: IBGE. Anuário Estatístico do Brasil. Rio de Janeiro, 1983

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Tabela 3 - Modificação do clima regional de uma área urbana industrializada.
COMPOSIÇÃO ATMOSFÉRICA núcleos de condensação aumenta em 1.000 %
emissão de gases aumenta em 1.500 %
TEMPERATURA radiação solar diminue em 10 %
temp. média anual aumenta em 1º C
temp. Mín. inverno aumenta em 1,5 º C
PRECIPITAÇÃO anual aumenta em 5 %
dias de chuva mín aumenta em 10 %
VENTO velocidade média diminue em 20 %
dias calmos aumenta em 10 %
OUTROS PARÂMETROS radiação U.V. (inverno) diminue em 30 %
umidade relativa (verão) diminue em 10 %
neblina (inverno) aumenta em 100 %

Por exemplo, os rios, nas áreas urbano-industriais, geralmente possuem baixo teor de oxigênio em solução,
estando fortemente poluídos com sedimentos e materiais em suspensão, muitas vezes são eutróficos,
somente um reduzido espectro de vida consegue tolerar esse ambiente : várias populações de bactérias
anaeróbias. A seleção natural pode ser acelerada no ambiente urbano-industrial em relação à alteração
ambiental produzida pelo homem.

A dispersão na atmosfera de um poluente depende em primeiro lugar das condições meteorológicas e depois
dos parâmetros e condições em que se produz essa emissão na fonte (chaminé ou escape de veículos), ou
seja, velocidade e temperatura dos gases, vazão etc. O vento é o primeiro mecanismo atmosférico de
transporte. Os ventos na terra são resultados das diferenças de pressão devidos ao aquecimento ou
resfriamento da atmosfera através do sol.

TABELA 4 - Influência de Áreas Urbana e Rural no Clima

CLIMA CIDADE CAMPO MOTIVO

TEMPERATURA Maior Menor Perda de energia para a atmosfera mais lenta

UMIDADE Menor Maior Temperatura-vegetação

CHUVA Mais Menos Mais núcleos

VENTO Mais fracos Mais fortes Mais obstáculos

NEBULOSIDADE Maior Menor Mais núcleos

RADIAÇÃO Menor Maior Mais nuvens na cidade.

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As Inversões Térmicas
As chamadas inversões térmicas, que são importantes em termos de poluição do ar, são as de radiação e as
de subsidiência. A por radiação acontece freqüentemente quando o solo se esfria por radiação durante a
noite. A presença dessas inversões noturnas por radiação impede a dispersão das emissões de poluentes na
cidade à noite.

A de subsidiência é aquela que ocorre quando da existência do processo de afundamento e compressão da


massa de ar. Quanto maior for a convergência de massa em altitude, maior o movimento descendente
(afundamento) havendo conseqüentemente maior grau de compressão da atmosfera e como conseqüência
maior aumento de temperatura. Os movimentos físicos a que a atmosfera está submetida não são uniformes.
Algumas vezes, uma camada da atmosfera fica mais comprimida entre as outras. Essa compressão
diferenciada aumenta a temperatura em uma determinada camada em relação às outras. Isto se chama
inversão de subsidiência.

Dessa forma, quando a temperatura começa a aumentar, ao invés de diminuir com a altitude, ocorre a
chamada inversão térmica. Geralmente, a camada de inversão detém a subida natural dos poluentes, que
quase sempre saem das fontes com uma temperatura maior que a ambiente, subindo por diferença de
densidade, até haver uma igualdade de temperatura.

INVERSÃO QUEBRA DE INVERSÃO

NOITE DIA

ar frio ar mais frio

ar quente ar frio

ar frio ar quente

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Existindo a camada de inversão à baixa altitude, a concentração de poluentes de poluentes junto ao solo
aumenta muito, já que nesse período de inversão não há ventos, geralmente tem baixa velocidade ou ocorre
uma calmaria total. Na cidade de São Paulo, as inversões formam-se geralmente de madrugada, ocorrendo
a sua destruição nas primeiras horas de insolação.

INDICADORES DE QUALIDADE

A variedade de substâncias que podem estar presentes na atmosfera é muito grande, o que torna difícil a
tarefa de estabelecer uma classificação. Entretanto, podemos iniciar este processo dividindo os poluentes
em duas categorias:

• Poluentes primários (aqueles emitidos diretamente pelas fontes de emissão);


• Poluentes secundários (aqueles formados na atmosfera através da reação química entre poluentes
primários e constituintes naturais da atmosfera.
• MATERIAL PARTICULADO: entre 10 (inalável ) e 100 micras ( inspiração / irritação )
• FUMAÇA: teor de fuligem da atmosfera.
• DIÓXIDO DE ENXOFRE: é altamente solúvel nas passagens úmidas do aparelho respiratório superior,
conduzindo a um aumento da resistência à passagem do ar e ao aumento da produção de muco.
Exposições prolongadas a baixas concentrações de dióxido de enxofre tem sido associada com o aumento
de morbidade cardiovascular em pessoas idosas.
• MONÓXIDO DE CARBONO: associado à capacidade de transporte de oxigênio na combinação com a
hemoglobina do sangue, uma vez que a afinidade da hemoglobina pelo monóxido de carbono é cerca de
210 vezes maior que pelo oxigênio. Quando uma molécula de hemoglobina recebe uma molécula de
monóxido de carbono forma-se a carboxihemoglobina, que diminui a capacidade do sangue transportar
oxigênio. Os níveis de monóxido de carbono em locais com altos índices de acidentes de tráfego têm sido
apontados como possível causa adicional dos acidentes.
• OXIDANTES FOTOQUIMICOS: é a denominação que se dá à mistura de poluentes secundários formados
pela reação dos hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio na presença de luz solar. O principal ingrediente
desta mistura é o gás ozônio e por isso mesmo ele tem sido utilizado como parâmetro indicador da
presença dos oxidantes fotoquímicos - PAN, o formaldeido e a acroleina, que tem em sua composição
também quantidades pequenas de compostos oxigenados derivados dos hidrocarbonetos (metano,
vapor de combustíveis etc). Os efeitos mais relatados: a irritação dos olhos, a redução da capacidade
pulmonar, o agravamento de doenças respiratórias - como a asma, envelhecimento precoce, provoca
danos na estrutura pulmonar e diminui a capacidade de resistir às infecções respiratórias.
• ÓXIDOS DE NITROGÊNIO: somente o nitrito é motivo de preocupação, devido a sua baixa solubilidade, é
capaz de penetrar profundamente no sistema respiratório, podendo dar origem às nitrosaminas,
algumas das quais podem ser carcinogênicas. O dióxido de nitrogênio é também um poderoso irritante,
podendo conduzir a sintomas que lembram aqueles do enfisema.

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POLUIÇÃO SONORA

O som é parte tão comum da vida diária que, raramente nós apreciamos todos os seus usos. Como exemplo,
nos permite a comunicação através da fala, nos alerta ou previne em muitas circunstâncias e até nos
possibilita fazer avaliações de qualidade e diagnósticos. Contudo, com muita frequência na sociedade
moderna, o som nos incomoda. Dessa forma o som desagradável ou indesejável é chamado de ruído. O
homem moderno vem sendo submetido, cada vez mais, a condições sonoras agressivas no ambiente em que
vive, ficando prejudicado até mesmo nas horas chamadas de lazer. O som, vencendo qualquer tentativa de
privacidade, transformou-se num invasor comunitário em todas as camadas sociais. Os sons que afetam a
audição, também tem outros efeitos no corpo dos indivíduos, com relação à saúde e bem estar do homem
podem ser considerados como:

1. redução da capacidade auditiva;


2. de resposta vegetativa quer seja ela involuntária ou inconsciente (palpitação cardíaca, vasoconstrição
periférica e etc.);
3. cardiovascular (hipertensão arterial);
4. incomodo no ambiente comunitário; no sono (alterações fisiológicas, alterações vegetativas, mudança
na disposição, mudança na performance, aumento no risco de acidentes e etc.).

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5. a irritação geral; a perturbação na comunicação e prejuízo na concentração; a associação de medo e
ansiedade; estresse, a mudança na conduta social.
A GESTÃO DE RESÍDUOS NAS CIDADES

Fatores importantes interferem na produção de lixo: densidade populacional, poder aquisitivo e,


principalmente, hábitos de consumo. Esse quadro se agrava com a constatação de uma evidente tendência
de crescimento da geração de lixo, não apenas em termos absolutos (tonelada / dia) mas também em termos
relativos (Quilograma / habitante / dia). Além do crescimento populacional, a "evolução" dos padrões de
produção e consumo também tem contribuído significativamente.

Produção de lixo per capita em função da população (Fonte:Cetesb)


População (habitantes) Produção de lixo per capita (Kg/hab/dia)
até I 00 mil até 0,4
100 mil a 200 mil a partir de 0,5
200 mil a 500 mil a partir de 0,7
> 500 mil pelo menos 1,0

Quando o lixo não é coletado, tratado e disposto de forma adequada pode causar a contaminação do solo e
da água, gerar odores, ou ainda atrair e propiciar a proliferação de patógenos e vetores. Dessa forma, a
questão do lixo envolve aspectos sanitários, ambientais e de Saúde Pública. Essa situação tem sido agravada
com a presença constante de catadores em lixões, e que com muita freqüência têm sido desconsiderados ou
relegados a um segundo plano pelos administradores públicos e privados. Com relação ao aspecto ambiental,
a destinação inadequada de resíduos em lixões traz como conseqüência a degradação do meio ambiente,
com a contaminação de recursos naturais, como o ar, o solo e as águas superficiais e subterrâneas. O
tratamento e a destinação final dos resíduos ainda se resumem na adoção de soluções imediatistas, quase
sempre fundamentadas no simples descarte, predominando os depósitos a céu aberto que contribuem para
a deterioração ambienta. No Estado de São Paulo, a grande quantidade de resíduos gerados reclama por
soluções técnicas e institucionais adequadas, calcadas nas realidades regionais e cuja implementação não
pode mais ser protelada.

A responsabilidade de cada um para cada tipo de lixo


Tipos Responsável Destinação usual
Domiciliar prefeitura Reciclagem / Compostagem / Aterros
Comercial prefeitura Reciclagem / Compostagem / Aterros
Público prefeitura Reciclagem / Compostagem / Aterros
Serviços de saúde gerador (hospitais, etc.) Incineração
Industrial gerador (indústrias) Aterros Industriais
Portos, aeroportos e terminais gerador (portos, etc.) Reciclagem / Compostagem / Aterros
Agrícola gerador (agricultor) Compostagem / Aterros
Entulho gerador* Aterros Industriais

As formas de disposição final para estes resíduos devem ser aquelas que por si só ou associado a um
determinado tratamento prévio impeçam a disseminação de agentes patogênicos ou de qualquer outra
forma de contaminação.

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A composição dos resíduos sólidos domiciliares e comerciais é influenciada por uma série de fatores que
envolvem condições sociais do gerador, condições climáticas do local de geração, hábitos e costumes, entre
outros. Desta forma, pode variar substancialmente no tempo, de país para país ou mesmo de região para
região.

Aterro Sanitário

Essa é uma obra de engenharia que tem como objetivo acomodar no solo resíduos, no menor espaço
possível, sem causar danos ao meio ambiente ou à saúde pública. Essa técnica consiste basicamente na
compactação dos resíduos no solo, na forma de camadas que são periodicamente cobertas com terra ou
outro material inerte. Apesar de ser o método sanitário mais simples de destinação final de resíduos sólidos,
o aterro sanitário exige cuidados especiais e técnicas específicas a serem seguidas, desde a seleção e preparo
da área até sua operação e monitoramento.

Incineração
É o processo de combustão controlada que pode ser resumidamente descrito como a queima de materiais
em alta temperatura (acima de 900º C), com uma mistura balanceada de componentes e quantidades
apropriadas de ar por um tempo predeterminado.

É a forma mais segura, do ponto de vista sanitário, para se eliminar resíduos sólidos de serviços de saúde, de
portos, aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários, aeronaves e navios internacionais, de alimentos
deteriorados e de outros restos nocivos; destrói mercadorias apreendidas por irregularidade fiscal ou por
não atender às especificações técnicas, produtos tóxicos ou impróprios ao consumo; dispensa a utilização de
grandes áreas, necessárias à implantação dos outros processos; reduz o resíduo sólido a, aproximadamente,
20% em peso e a 5% em volume, do original; torna biologicamente inofensivo o resultado sólido do processo,
escória e cinza, o qual poderá ser aproveitado como material inerte para cobertura em aterros sanitários.

Compostagem
É um processo biológico de decomposição da matéria orgânica presente em restos de origem animal ou
vegetal. Deste processo, origina-se um produto - o composto - que pode ser aplicado ao solo para melhorar
suas características, sem causar riscos ao meio ambiente. Para a aplicação da compostagem é necessária a
instalação de uma usina de triagem e compostagem. A instalação deste tipo de usina acarreta numa redução
de 70%, em média, da tonelagem de lixo destinada ao aterro, com a conseqüente redução dos custos de
aterramento por quantidade coletada e aumento da vida útil da área destinada à sua disposição.

Reutilização e Reciclagem

O objetivo básico é evitar a passagem descontrolada de materiais e objetos usados - os resíduos - para o
meio ambiente. A reutilização difere da reciclagem como conceito, pois trata do aproveitamento do resíduo
gerado sem que o mesmo sofra qualquer tipo de alteração ou processo, excetuando-se a limpeza, ex.:
garrafas retornáveis de refrigerantes e cervejas. Já a reciclagem refere-se ao aproveitamento dos resíduos
para, após uma série de processamentos, retornar ao processo produtivo, como matéria-prima, dai gerando
produtos novos. Exemplo é o das garrafas não-retornáveis de cervejas e outras bebidas, que podem ser
separadas do lixo e encaminhadas à indústria de fabricação de vidro, onde são utilizadas como matéria-prima
no processo, gerando novos produtos de vidro.

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A triagem é, no entanto, apenas uma das etapas do processo de reciclagem, sendo que o resíduo triado deve
ainda passar pelas etapas de beneficiamento (seleção, lavagem, classificação, moagem, etc) e reuso, a fim
de completar o ciclo de aproveitamento.

Vantagens da reciclagem
1. diminuição do volume de lixo a ser disposto no ambiente, requerendo para isso áreas menores de
disposição;
2. redução do consumo de energia, economizando recursos naturais, quase sempre não renováveis;
3. redução dos custos de matérias-primas industriais;
4. incentivo às atividades envolvidas com a reciclagem, incluindo a implantação de micro-empresas
recicladoras, com conseqüente aumento do nível da mão-de-obra economicamente ativa;
5. economia de certas matérias-primas provenientes de recursos naturais não-renováveis;
6. promoção do desenvolvimento de uma consciência ambiental nas populações.

PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS BRASILEIROS

No Fórum Nacional de Secretários Estaduais de Meio Ambiente, realizado na cidade de Belo Horizonte em
20 de outubro de 1999, a ABEMA – Associação Brasileira de Entidades de Meio Ambiente, definiu os
principais problemas ambientais brasileiros, que fazem parte de suas prioridades de ação. São eles:

1. escassez de água pelo mau uso, pela contaminação e por mau gerenciamento das bacias hidrográficas
2. contaminação de corpos hídricos por esgotos sanitários e por outros resíduos
3. degradação dos solos pelo mau uso
4. perda de biodiversidade devido ao desmatamento e às queimadas
5. degradação da faixa litorânea por ocupação desordenada
6. poluição do ar nos grandes centros urbanos

AULA 13 – CONSERVAÇÃO AMBIENTAL / BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO e DIVERSIDADE BIOLÓGICA

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A biologia de conservação é uma síntese de algumas disciplinas científicas que lida com a crise sem
precedentes da biodiversidade atual. Ela combina as abordagens de pesquisa básica e aplicada para evitar a
perda da biodiversidade: especificamente, a extinção das espécies, a perda da variabilidade genética e a
destruição de comunidades biológicas.

A biologia de conservação baseia-se em um número de premissas aceitas pela maioria dos biólogos
conservacionistas:

1. a diversidade das espécies é positiva;


2. a extinção das espécies devido à ação do homem é negativa;
3. a interação complexa das espécies em comunidades naturais é positiva;
4. a evolução das espécies é positiva;
5. a diversidade biológica tem valor em si mesma.
A diversidade biológica da Terra inclui:

1. a extensão total de espécies vivas;


2. a variação genética que ocorre entre os indivíduos dentro de urna espécie;
3. as comunidades biológicas nas quais as espécies vivem e
4. as interações no nível do ecossistema da comunidade com o ambiente físico e químico.
Certas espécies-chave parecem ser importantes para a sustentabilidade de outras espécies em uma
comunidade. Recursos essenciais, tais como desovar em urna praia, ocupam uma pequena fração de um
habitat, mas que podem ser cruciais para a persistência de muitas espécies na área.

A maior diversidade biológica é encontrada nas regiões tropicais do mundo, com grandes concentrações nas
florestas tropicais, recifes de corais, lagos tropicais e alto mar. A maioria das espécies do mundo ainda não
foi descrita e identificada. O número provável de espécies deve oscilar entre 5 e 30 milhões, muito diferente
dos quase 2 milhões atualmente conhecidos.

O novo campo da economia ambiental está desenvolvendo métodos para estimar o valor da diversidade
biológica, e com isso, está apresentando argumentos para sua proteção. Grandes projetos de
desenvolvimento estão cada vez mais sendo analisados por avaliações de impacto ambiental e análises de
custo-benefício, antes de serem aprovados.

Componentes da diversidade biológica podem receber valores econômicos diretos. designados a produtos
consumidos pelas pessoas, ou valores econômicos indiretos, destinados a benefícios fornecidos pela
diversidade biológica, que não envolvem o consumo ou destruição de recursos. Valores diretos podem ainda
ser divididos em valor de consumo e valor produtivo. Valor de consumo é dado a produtos que são
consumidos localmente, tais como a madeira para queima, medicamentos locais e material para construção.

Valor indireto pode ser destinado a produtos coletados na vida selvagem e vendidos em mercados, tais como
a madeira e o pescado com fins comerciais. As espécies coletadas na natureza têm grande valor produtivo
no seu potencial de fornecer novas espécies cultivadas e de melhoria genética de espécies agrícolas. As
espécies nativas também têm sido fonte principal de novos medicamentos.

Valor produtivo pode ser destinado a aspectos da diversidade biológica que provém benefícios econômicos
para as pessoas, mas não são consumidos ou danificados durante este uso. Valores não consumistas dos
ecossistemas incluem a produtividade do ecossistema, proteção do solo e de recursos da água, as interações
das espécies silvestres com plantações comerciais, e o controle climático.

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A diversidade biológica é parte da fundamentação do lazer ao ar livre e das indústrias de ecoturismo. Em
muitos países em desenvolvimento, o ecoturismo representa uma das maiores fontes geradoras de renda.

A diversidade biológica também tem uma opção de valor, em termos de seu potencial, para fornecer futuros
benefícios à sociedade humana, tais como novos medicamentos, agentes de controle biológico e plantações.
Ela tem também um valor de existência, baseado na quantia de investimento monetário os segmentos sociais
estão prontos a pagar para protegê-la.

A diversidade biológica pode ser justificada em termos éticos tanto quanto em termos econômicos. Os
sistemas de valores da maioria das religiões, filosofia e culturas fornecem justificativas para se preservas as
espécies que são prontamente entendidas pelas pessoas. Estas ju8stificativas favorecem a proteção até
mesmo de espécies que não têm um valor econômico aparente para as pessoas.

O argumento ético mais importante é o de que as espécies têm o direito de existir baseado em um valor em
si mesmo, não relacionado às necessidades humanas. A humanidade não tem o direito de destruir as espécies
e deve agir para evitar a sua extinção.

AMEAÇAS À DIVERSIDADE BIOLÓGICA

A ação do homem tem levado muitas espécies à extinção. Desde 1600, cerca de 2,1% de todos os mamíferos
do mundo e 1,3% das espécies de pássaros já se extinguiram. A taxa de extinção está se acelerando, e multas
espécies estão à beira da extinção. Mais de 99% das extinções da era moderna são atribuídas à ação humana.
Multas espécies que ocupam ilhas são especialmente vulneráveis à extinção, porque são endêmicas em
alguns poucos ambientes. O modelo biogeográfico de ilhas tem sido usado para prever que as taxas atuais
de destruição de habitats resultarão na perda de cerca de 25.000 espécies por ano, nos próximos dez anos.
Multas comunidades biológicas estão gradativamente sendo empobrecidas pelas extinções locais de
espécies.

A desaceleração do crescimento da população humana é parte da solução para a crise da diversidade


biológica. Além disso, as atividades industriais em larga escala, o corte de madeira e a agricultura, na busca
de lucros a curto prazo, têm efeitos destrutivos e desnecessários para o ambiente natural. Esforços para
reduzir o alto consumo de recursos naturais nos países ricos e industrializados e para eliminar a pobreza em
países em desenvolvimento, são também parte importante da proteção da diversidade biológica.

A maior ameaça à diversidade biológica é a perda dos habitats naturais. O melhor meio de proteção da
diversidade biológica é a preservação de habitats. Particularmente, os habitats que se encontram ameaçados
de destruição, que são as florestas tropicais, as áreas alagadiças, os manguezais e os recifes de corais.

A fragmentação de habitat é o processo pelo qual uma grande área contínua é reduzida e dividida em dois
ou mais fragmentos. Tal fragmentação pode levar à rápida perda das espécies que ainda restam, uma vez
que cria barreiras para os processos normais de dispersão, colonização e alimentação. As condições
ambientais nos fragmentos podem se alterar, e pragas podem se tomar mais comuns.

A poluição ambiental elimina muitas espécies encontradas em comunidades biológicas, mesmo onde a
estrutura da comunidade não esteja aparentemente perturbada. Tal poluição constitui-se no uso excessivo
de pesticidas, contaminação de fontes de água com dejetos industriais, esgoto, fertilizantes, resultando em
chuva ácida, excesso de deposição de nitrogênio, poluição fotoquímica e ozônio e, finalmente, poluição
atmosférica.

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Os padrões do clima global podem se alterar no Século XXI devido às quantidades de dióxido de carbono que
se encontram na atmosfera, produzido pela intensificação da queima de combustíveis fósseis. O aumento
previsto de temperatura pode acontecer tão rápido que muitas espécies não conseguirão se adaptar e
provavelmente serão levadas à extinção. Uma vez que processo evolutivo é, muitas vezes, lento e gradativo.

A crescente pobreza rural, os métodos cada vez mais eficientes de caça e colheita e a globalização da
economia se integram para favorecer a superexploração de muitas espécies, levando-as à extinção. As
sociedades tradicionais tinham costumes que evitavam a super colheita dos recursos disponíveis, porém
estes costumes estão sendo, de modo geral, substituídos por práticas mais produtivas.

A espécie humana tem, de maneira deliberada ou acidental, levado milhares de espécies para novas regiões
do mundo. Algumas dessas espécies exóticas têm efeito negativo sobre as espécies nativas, uma vez que
competirão intensamente. Sem mencionar, que, normalmente, espécies introduzidas não apresentam
controles populacionais eficientes, como a predação.

Os níveis de doença e de parasitas frequentemente aumentam quando os animais são confinados a uma
reserva natural e não conseguem se dispersar em uma área mais ampla. Os animais mantidos em cativeiro
são particularmente propensos a altos níveis de doenças.

As espécies mais vulneráveis â extinção têm características particulares, tais como restringir o seu habitat a
pequenas extensões geográficas, apresentar apenas uma ou poucas populações com pequena densidade
demográfica, ou em declínio, e, acima de tudo, um valor econômico que, infelizmente, favorece a
superexploração pelo homem.

CONSERVAÇÃO DE POPULAÇÕES E ESPÉCIES

Os biólogos têm observado que as populações reduzidas têm uma tendência maior de se extinguir do que as
grandes populações. A população mínima viável (PMV) é o número de indivíduos necessários para assegurar
que a população tenha uma alta probabilidade de sobreviver no futuro. Devemos levar em conta, que sempre
existe um contingente populacional que não mais contribui reprodutivamente para o aumento da população.

As populações de tamanho reduzido estão sujeitas à rápida extinção devido a três razões principais:

1. perda de variabilidade genética e depressão endogâmica;


2. flutuações demográficas;
3. e a variação ambiental combinada com catástrofes naturais.
Os efeitos conjuntos desses fatores têm sido comparados a um vórtice que tende a levar populações de
tamanho reduzido à extinção. A análise da viabilidade populacional usa dados demográficos, genéticos,
ambientas, e de catástrofes naturais para estimar a PMV de uma população e sua probabilidade de
sobrevivência em um ambiente.
Os biólogos de conservação frequentemente determinam se uma espécie ameaçada é estável, se está
aumentando, flutuando, ou em declínio, através do monitoramento de suas populações. Em geral, a chave
para a proteção e manejo de uma espécie rara ou ameaçada é a compreensão de sua história natural.
Algumas espécies raras são mais precisamente descritas como metapopulações nas quais um mosaico de
populações temporárias depende de um certo grau de migração e recolonização.

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As novas populações de espécies raras e ameaçadas podem ser restabelecidas através do uso de indivíduos
criados em cativeiro ou retirados da natureza. Os mamíferos e pássaros criados em cativeiro provavelmente
exigem treinamento social e comportamental antes de serem libertados, e necessitam de uma certa
manutenção depois de soltos. A reintrodução de plantas requer urna abordagem diferente devido às suas
necessidades ambientais específicas quando em estágio de semente e muda.
Algumas espécies ameaçadas de extinção no ambiente natural podem ser mantidas em zoológicos, aquários
e jardins botânicos; esta estratégia é conhecida como conservação ex situ. Estas colônias em cativeiro
podem, às vezes, ser usadas posteriormente para o restabelecimento das espécies na natureza.

Para evidenciar o status de espécies para fins de conservação, o UICN – União Internacional para Conservação
da Natureza estabeleceu cinco categorias principais de conservação: extintas, ameaçadas, vulneráveis, raras
e insuficientemente conhecidas. Este sistema de classificação é atualmente amplamente usado para avaliar
o status das espécies e estabelecer prioridades de conservação.

A legislação brasileira é pouco voltada para espécies em particular, ao contrário da legislação americana,
baseada na Lei de Espécies Ameaçadas, de 1973. O conceito de lista de espécies ameaçadas tem vantagens
e desvantagens que devem ser conhecidas por aqueles que elaboram políticas ambientais.

Acordos e convenções internacionais sobre a proteção da diversidade biológica são necessários porque as
espécies migram para além das fronteiras, pois há um comércio internacional de produtos biológicos e,
principalmente, porque os benefícios da diversidade biológica são de relevância internacional, assim como
as ameaças à diversidade, frequentemente, também ocorrem em nível internacional. A Convenção de
Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES ) foi assinada para regulamentar e monitorar o
comércio.

CONSERVAÇÃO DE COMUNIDADES

A proteção do habitat é um dos métodos mais eficientes de preservar a diversidade biológica. A área de
habitats legalmente protegida provavelmente nunca excederá significativamente os atuais 5,9% da superfície
da Terra, devido às visíveis necessidades das sociedades humanas de utilização dos recursos naturais. As
áreas protegidas bem selecionadas podem dar início à proteção de grandes quantidades de espécies, mas
sua eficácia a longo prazo ainda é uma dúvida.

As agências governamentais e as organizações de conservação estão estabelecendo prioridades nacionais e


mundiais para definir novas áreas de proteção baseadas nas características, ameaça e utilidade relativas das
espécies e das comunidades biológicas de um local. Para serem eficazes na preservação da diversidade
biológica, as áreas de proteção da Terra devem compreender representantes de todas as comunidades
biológicas.

Além do senso comum e da experiência, deve-se levar em conta os princípios da biologia de conservação ao
se estabelecer novas áreas de proteção. De maneira geral, os novos parques deveriam ser tão grandes quanto
possível e não deveriam ser fragmentados por rodovias, cercas e outras atividades humanas. Muitas espécies
ameaçadas exigem essas condições de não-invasão para continuar a existir.

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As áreas de proteção têm de ser manejadas para que se mantenha sua diversidade biológica uma vez que
suas condições originais de área foram alteradas pela atividade humana. Algumas partes das áreas protegidas
podem precisar de queimadas ou escavações periódicas, ou ainda outros tipos de interferência pelo homem,
para que se mantenha os tipos de habitat e os estágios de sucessão que algumas espécies necessitam.
Existe uma diversidade biológica considerável fora das áreas protegidas, especialmente em habitats
manejados para extração de recursos de múltiplo uso. Os governos estão cada vez mais incluindo a proteção
da diversidade biológica nas suas prioridades de manejo da terra para múltiplos usos, uma prática chamada
de MANEJO DE ECOSSISTEMAS.

A ecologia de restauração fornece métodos para restabelecer as espécies, comunidades inteiras e funções
de ecossistemas em habitats degradados. A ecologia de restauração dá oportunidade de valorizar a
diversidade biológica em habitats de pouco valor para o homem.

CONSERVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O desenvolvimento sustentável tornou-se um conceito importante para guiar as atividades humanas, mas
não é fácil encontrar-se o equilíbrio exato entre a proteção da diversidade biológica e o uso dos recursos
naturais.

Os governos, em suas diversas instâncias, protegem a diversidade biológica através de edição de leis que
regulamentam as atividades de pesca, caça, uso da terra e poluição industrial, e através do estabelecimento
de áreas protegidas.

Muitas comunidades tradicionais têm uma forte ética de conservação e práticas de manejo que são
compatíveis com a proteção da diversidade biológica, e essas comunidades precisam ter seus esforços
apoiados.

Cinco principais documentos ambientas foram assinados em 1992 durante o Encontro da Terra onde
participaram mais de 100 chefes de estado. Implementar e financiar esses novos tratados são fundamentais
para garantir os esforços internacionais de conservação. Ao término da Conferência das Nações Unidas sobre
Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, foram assinados os mais importantes acordos ambientais globais da
história da humanidade, a saber as Convenções do Clima e da Biodiversidade, a Agenda 21, a Declaração do
Rio para Meio Ambiente e Desenvolvimento, e a Declaração de Princípios para Florestas.

Os grupos de conservação e os governos de países desenvolvidos estão aumentando os financiamentos para


proteger a diversidade biológica nos países tropicais. Se por um lado os financiamentos são bem-vindos, por
outro, o volume de dinheiro ainda é inadequado para tratar a perda da diversidade biológica que está em
jogo. Além de escassos, muitas vezes os recursos são aplicados nas regiões que têm mais massa critica, em
detrimento daquelas que necessitam mais.
Mecanismos como os financiamentos nacionais para o ambiente e as permutas de “dívidas por natureza",
estão sendo desenvolvidos para financiar as atividades de conservação.
Os órgãos de ajuda internacional e os bancos de desenvolvimento, incluindo o Banco Mundial,
frequentemente têm financiado maciçamente projetos que causam danos ao ambiente de forma
disseminada. Esses órgãos de financiamento estão agora tentando se comprometer mais com o ambiente
quando da aplicação de suas políticas de financiamento.

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FRAGMENTAÇÃO DA PAISAGEM E CORREDORES DE BIODIVERSIDADE

Cada vez mais, a escala regional de trabalho mostra-se adequada para lidar com os problemas causadores da
perda de diversidade biológica e seus resultados.

Uma das abordagens para se trabalhar nesta escala é a da ecologia da paisagem, dentro da qual o
estabelecimento de corredores de biodiversidade é uma estratégia cada vez mais difundida.
A ecologia da paisagem tem sido aplicada por meio de duas abordagens – uma geográfica (que considera a
influência do homem sobre a paisagem) e outra ecológica (que considera a importância do contexto espacial
sobre os processos ecológicos e sua importância em termos de conservação biológica). Mas ambas
abordagens podem convergir, se utilizarmos uma visão integradora do que sejam paisagens: paisagem é um
“mosaico heterogêneo formado por unidades interativas, sendo esta heterogeneidade existente para pelo
menos um fator, segundo um observador e numa determinada escala de observação”.

Para os objetivos deste texto, desatacaremos a importância do observador e da escala do trabalho, dentre
os outros elementos chave deste conceito. Assim, podemos trabalhar qualquer problema se estivermos
suficientemente cientes da escala à qual este problema se relaciona.

Tendo isso em vista, podemos melhor definir o que deverão ser nossos corredores de biodiversidade. Estes
corredores podem genericamente, serem vistos como faixas de vegetação ligando blocos maiores de
habitat nativo; ou, por exemplo como “Áreas homogêneas (numa determinada escala) de uma unidade da
paisagem, que se distinguem das unidades vizinhas e apresentam disposição espacial linear”.

No sentido em que tem sido utilizado por algumas organizações não governamentais ambientalistas, um
corredor de biodiversidade ou um corredor ecológico “compreende uma rede de parques, reservas e outras
áreas de uso menos intensivo, que são gerenciadas de maneira integrada para garantir a sobrevivência de
um maior número possível de espécies de uma região.”

Segundo estas organizações não governamentais, utilizar corredores de biodiversidade visando


planejamento regional, permite um direcionamento de recursos diferente daquele que comumente foi
utilizado nas ações conservacionistas. No passado recente, se buscava definir e investir nas chamadas áreas
mínimas (unidades de conservação e suas áreas de entorno), enfoque que não permitia que se tratasse a
contento de problemas cada vez mais desafiadores às ações de conservação in situ, tais como fragmentação
de habitats e seu isolamento.

Ainda que proteção de habitats (criação de unidades de conservação, por exemplo) seja reconhecidamente
um dos métodos mais eficientes de conservar a diversidade biológica, ela não impede que efeitos do
isolamento e outros distúrbios alterem significativamente a composição e riqueza de espécies destas áreas
protegidas. No longo prazo, estas iniciativas poderão apenas ter auxiliado o retardamento de extinções locais
de alguns grupos de espécies mais exigentes e o empobrecimento do conjunto do habitat.

Sabe-se por exemplo, segundo a Teoria da Biogeografia de Ilhas, que a perda de 50% do território original de
uma área isolada levará ao desaparecimento de 10% do conjunto de espécies anteriormente presentes
naquela mesma área. Além de efeitos que podem levar à extinção local de algumas espécies, a fragmentação
e o isolamento podem dificultar a troca genética entre metapopulações, empobrecendo cada população
individualmente em suas áreas específicas.

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Cada vez que se fragmenta um habitat original, estará se proporcionando o aumento dos chamados efeitos
de borda. Estes efeitos podem ser de vários tipos e ocorrem, como o nome sugere, nos limites externos do
fragmento em questão. É importante que se diga, no entanto, que estes limites “externos” podem
representar até 500 metros na direção do interior de um fragmento, porém a distância média, onde seus
resultados são notados mais facilmente, está na faixa de 35 metros.
Dentre estes efeitos podemos citar o aumento da luminosidade, de calor, de exposição a ventos e outras
condições microclimáticas, anteriormente diferentes naquela porção do habitat. Estas novas condições
favorecem o desenvolvimento de outras espécies, nem sempre favorecedoras da manutenção da riqueza
biológica do fragmento.
Conforme colocado no Projeto do governo brasileiro ”Parque e Reservas”, a ausência de zonas de contato
físico entre fragmentos, não significa que determinado “arquipélago” de remanescentes seja impermeável
ao intercâmbio. Um conjunto de pequenos fragmentos isolados, porém próximos, pode efetivamente
proporcionar vias de acesso, funcionando como stepping stones.

A definição de corredores de biodiversidade numa paisagem, visa diminuir os efeitos da fragmentação e do


isolamento de habitats, contribuindo também para um manejo mais apropriado de toda a região, uma vez
que pressupõe introdução e novas técnicas de manejo e uso dos solos sem, no entanto, influenciar
diretamente no desenho fundiário regional. Segundo o documento “Planejando Paisagens Sustentáveis” o
corredor de biodiversidade é uma unidade de planejamento regional, muito mais que um mecanismo e
zoneamento. Um corredor inclui tanto as áreas protegidas já existentes, como as por criar, as reservas
privadas, áreas prioritárias, projetos demonstrativos e outras áreas de uso econômico intensivo. Sob uma
perspectiva biológica, o objetivo principal dos corredores de biodiversidade é manter ou restaurar a
conectividade da paisagem.
Para isso, são necessárias várias ações, algumas de caráter investigativo, outras de caráter indutivo e ainda
algumas intervenções. Um primeiro conjunto de ações está relacionado ao conhecimento da região. Alguns
exemplos do Conhecimento dos aspectos biológicos e ecológicos e geomorfológicos da paisagem estão
citados abaixo: fragmentos de habitats existentes; condições ecológicas destes fragmentos; tamanho médio
dos fragmentos; distância média entre os fragmentos; ameaças constantes e/ou recorrentes à integridade
dos fragmentos; arranjos institucionais existentes (legislação geral e específica; organizações atuantes
regional e localmente) ; tipos de relevos ; tipos de solos e clima
Sob uma perspectiva institucional, os corredores de biodiversidade procuram melhorar o manejo das áreas
protegidas, criar capacidade de manejo na região, e promover pesquisas que ajudem a reduzir a ameaça
de extinção de espécies. Um segundo conjunto de ações está relacionado com estes fins: Conhecimento
dos usos dos solos - pretéritos e atuais e tendências; Conhecimento da malha fundiária; Conhecimento do
preço das terras; Conhecimento do ambiente institucional
No Brasil foram propostos alguns corredores de biodiversidade dos quais dois estão localizados na Mata
Atlântica. Este bioma brasileiro é considerado um dos sistemas naturais mais ameaçados do planeta, fazendo
parte de um conjunto mundial de 25 HOTSPOTS (áreas com expressiva riqueza biológica e grande ameaça).
Os corredores de biodiversidade da Mata Atlântica são o Corredor do Descobrimento (porções do sul do
estado da Bahia, norte do estado do Espírito Santo e Nordeste do estado de Minas Gerais) e o Corredor da
Serra do Mar (porções do estado do Rio de Janeiro e Litoral Norte do estado de São Paulo).

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Segundo o projeto Parque e Reservas, do Governo Federal; os corredores na Mata Atlântica visam garantir
a proteção dos remanescentes florestais mais significativos deste bioma e incrementar gradualmente o
grau de conectividade entre porções nucleares da paisagem, para maximizar vias de acesso e permitir o
intercâmbio entre populações isoladas da fauna e flora regional. Para isso serão necessárias ações que
incluem o combate à caça ilegal, a criação de novas unidades de conservação públicas e privadas, o estímulo
à conservação de áreas florestais estrategicamente situadas, e o incentivo à regeneração natural ou induzida
de florestas.

Se bem sucedidos, os corredores de biodiversidade, segundo o Projeto Parques e Reservas, poderão se


constituir em mosaicos de áreas naturais compostos por áreas biologicamente prioritárias, protegidas da
influência humana, juntamente com a totalidade da paisagem circundante sob diferentes padrões de uso
da terra, determinados pelas práticas de manejo mais apropriadas à realidade sócio-econômica local, além
de sua importância para a biodiversidade.
Embora os corredores citados abranjam porções territoriais significativas do território nacional, como já
exposto anteriormente, o desenho de corredores dependerá da “leitura” da paisagem onde se pretende
intervir, o que é definido pelo agente interveniente, que define a escala apropriada para sua ação. Podemos
pensar em corredores bastante diminutos, que permitam a conectividade entre propriedades rurais de uma
mesma micro-bacia hidrográfica por exemplo.

O que pode, a estratégia de estabelecimento de corredores de biodiversidade mais acrescentar, além de seus
resultados para a conservação da diversidade biológica, é a introdução de políticas de conservação que
custem menos ao governo e à sociedade, permitindo que os últimos optem por receber compensações pelos
seus esforços de conservação, em vez de verem impostas medidas autoritárias e burocráticas, sem que
sequer se compreenda que objetivos pretendem alcançar.

AULA 14 – TECNOLOGIAS AMBIENTAIS

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AULA 15 – NOÇÕES DE LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Ação Civil Pública (Lei 7.347 de 24/07/1985) - Trata-se da Lei de Interesses Difusos, que trata da ação civil
pública de responsabilidades por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, e ao patrimônio
artístico, turístico ou paisagístico. A ação pode ser requerida pelo Ministério Público, a pedido de qualquer
pessoa, ou por uma entidade constituída há pelo menos um ano. Normalmente ela é precedida por um
inquérito civil.

Agrotóxicos (Lei 7.802 de 11/07/1989) - A Lei dos Agrotóxicos regulamenta desde a pesquisa e fabricação
dos agrotóxicos até sua comercialização, aplicação, controle, fiscalização e também o destino da embalagem.
Impõe a obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de agrotóxicos ao consumidor. Também
exige registro dos produtos nos Ministérios da Agricultura e da Saúde e no IBAMA (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Qualquer entidade pode pedir o cancelamento deste
registro, encaminhando provas de que um produto causa graves prejuízos à saúde humana, meio ambiente
e animais. A indústria tem direito de se defender. O descumprimento da lei pode render multas e reclusão
inclusive para os empresários.

Área de Proteção Ambiental (Lei 6.902, de 27/04/1981) - Lei que criou as figuras das "Estações Ecológicas"
(áreas representativas de ecossistemas brasileiros, sendo que 90% delas devem permanecer intocadas e 10%
podem sofrer alterações para fins científicos) e das "Áreas de Proteção Ambiental" (APAS - onde podem
permanecer as propriedades privadas, mas o poder público pode limitar e as atividades econômicas para fins
de proteção ambiental). Ambas podem ser criadas pela União, Estado ou Município. Informação importante:

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tramita na Câmara dos Deputados, em regime de urgência para apreciação em plenário, o Projeto de Lei
2892/92, que modificaria a atual lei, ao criar o Sistema Nacional de Unidades de Conservação

Atividades Nucleares (Lei 6.453 de 17/10/1977) - Dispõe sobre responsabilidade civil por danos nucleares e
a responsabilidade criminal por atos relacionados com as atividades nucleares. Entre outros, determina que
quando houver um acidente nuclear, a instituição autorizada a operar a instalação nuclear tem a
responsabilidade civil pelo dano, independente da existência de culpa. Se for provada a culpa da vítima, a
instituição apenas será exonerada de indenizar os danos ambientais. Em caso de acidente nuclear não
relacionado a qualquer operador, os danos serão suportados pela União. A lei classifica como crime produzir,
processar, fornecer, usar, importar, ou exportar material sem autorização legal, extrair e comercializar
ilegalmente minério nuclear, transmitir informações sigilosas neste setor, ou deixar de seguir normas de
segurança relativas à instalação nuclear.

Crimes Ambientais (Lei 9.605, de 12/02/1998) - A Lei dos Crimes Ambientais reordena a legislação ambiental
brasileira no que se refere às infrações e punições. A partir dela, a pessoa jurídica, autora ou co-autora da
infração ambiental, pode ser penalizada, chegando à liquidação da empresa, se ela tiver sido criada ou usada
para facilitar ou ocultar um crime ambiental. Por outro lado, a punição pode ser extinta quando se comprovar
a recuperação do dano ambiental e - no caso de penas de prisão de até 4 anos - é possível aplicar penas
alternativas. A lei criminaliza os atos de pichar edificações urbanas, fabricar ou soltar balões (pelo risco de
provocar incêndios), maltratar as plantas de ornamentação (prisão de até um ano), dificultar o acesso às
praias, ou realizar um desmatamento sem autorização prévia. As multas variam de R$ 50 a R$ 50 milhões.

Engenharia Genética (Lei 8.974 de 05/01/1995) - Regulamentada pelo Decreto 1752, de 20/12/1995, a lei
estabelece normas para aplicação da engenharia genética, desde o cultivo, manipulação e transporte de
organismos geneticamente modificados (OGM), até sua comercialização, consumo e liberação no meio
ambiente. Define engenharia genética como a atividade de manipulação em material genético que contém
informações determinantes de caracteres hereditários de seres vivos. A autorização e fiscalização do
funcionamento de atividades na área, e da entrada de qualquer produto geneticamente modificado no país,
é de responsabilidade de vários ministérios: do Meio Ambiente (MMA), da Saúde (MS), da Reforma Agrária.
Toda entidade que usar técnicas de engenharia genética é obrigada a criar sua Comissão Interna de
Biossegurança, que deverá, entre outros, informar trabalhadores e a comunidade sobre questões
relacionadas à saúde e segurança nesta atividade. A lei criminaliza a intervenção em material genético
humano in vivo (exceto para tratamento de defeitos genéticos), e também a manipulação genética de células
germinais humanas, sendo que as penas podem chegar a vinte anos de reclusão.

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Exploração Mineral (Lei 7.805 de 18/07/1989) - Esta lei regulamenta a atividade garimpeira. A permissão da
lavra é concedida pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) a brasileiro ou cooperativa de
garimpeiros autorizada a funcionar como empresa, devendo ser renovada a cada cinco anos. É obrigatória a
licença ambiental prévia, que deve ser concedida pelo órgão ambiental competente. Os trabalhos de
pesquisa ou lavra que causarem danos ao meio ambiente são passíveis de suspensão, sendo o titular da
autorização de exploração dos minérios responsável pelos danos ambientais. A atividade garimpeira
executada sem permissão ou licenciamento é crime.

Fauna Silvestre (Lei 5.197 de 03/01/1967) - Classifica como crime o uso, perseguição, apanha de animais
silvestres, a caça profissional, o comércio de espécimes da fauna silvestre e produtos que derivaram de sua
caça, além de proibir a introdução de espécie exótica (importada) e a caça amadorística sem autorização do
IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Também criminaliza a
exportação de peles e couros de anfíbios e répteis (como o jacaré) em bruto. A home page do IBAMA traz
um resumo comentado de todas as leis relacionadas à fauna brasileira, além de trazer uma lista das espécies
brasileiras ameaçadas de extinção.

Florestas (Lei 4771 de 15/09/1965) - Determina a proteção de florestas nativas e define como áreas de
preservação permanente (onde a conservação da vegetação é obrigatória): uma faixa de 10 a 500 metros nas
margens dos rios (dependendo da largura do curso d'água), a beira de lagos e de reservatórios de água, os
topos de morro, encostas com declividade superior a 45° e locais acima de 1800 metros de altitude. Também
exige que propriedades rurais da região Sudeste do País preservem 20% da cobertura arbórea, devendo tal
reserva ser averbada no registro de imóveis, a partir do que fica proibido o desmatamento, mesmo que a
área seja vendida ou repartida. As sanções que existiam na lei foram criminalizadas a partir da Lei dos Crimes
Ambientais, de 1998.

Gerenciamento Costeiro (Lei 7661, de 16/05/1988) - Regulamentada pela Resolução nº 01 da Comissão


Interministerial para os Recursos do Mar em 21/12/1990, esta lei traz as diretrizes para criar o Plano Nacional
de Gerenciamento Costeiro. Define Zona Costeira como o espaço geográfico da interação do ar, do mar e da
terra, incluindo os recursos naturais e abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre. O Plano Nacional de
Gerenciamento Costeiro (GERCO) deve prever o zoneamento de toda esta extensa área, trazendo normas
para o uso de solo, da água e do subsolo, de modo a priorizar a proteção e conservação dos recursos naturais,
o patrimônio histórico, paleontológico, arqueológico, cultural e paisagístico. Permite aos Estados e
Municípios costeiros instituírem seus próprios planos de gerenciamento costeiro, desde que prevalecem as
normas mais restritivas. As praias são bens públicos de uso do povo, assegurando-se o livre acesso a elas e
ao mar.

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IBAMA (Lei 7.735, de 22/02/1989) - Lei que criou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA), incorporando a Secretaria Especial do Meio Ambiente (que era subordinada
ao Ministério do Interior) e as agências federais na área de pesca, desenvolvimento florestal e borracha. Ao
IBAMA compete executar e fazer executar a política nacional do meio ambiente, atuando para conservar,
fiscalizar, controlar e fomentar o uso racional dos recursos naturais (hoje o IBAMA subordina-se ao Ministério
do Meio Ambiente).

Parcelamento do solo urbano (Lei 6.766 de 19/12/1979) - Estabelece as regras para loteamentos urbanos,
proibidos em áreas de preservação ecológica, naquelas onde a poluição representa perigo à saúde, em
terrenos alagadiços. Da área total, 35% devem se destinar ao uso comunitário (equipamentos de educação,
saúde lazer, etc.). O projeto deve ser apresentado e aprovado previamente pelo Poder Municipal, sendo que
as vias e áreas públicas passarão para o domínio da Prefeitura, após a instalação do empreendimento. Obs.:
a partir da Resolução 001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) de 23 de janeiro de 1986,
quando o empreendimento prevê construção de mais de mil casas, tornou-se obrigatório fazer um Estudo
Prévio de Impacto Ambiental.

Patrimônio Cultural (Decreto Lei 25, de 30/11/1937) - Este decreto organiza a Proteção do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, incluindo como patrimônio nacional os bens de valor etnográfico,
arqueológico, os monumentos naturais, além dos sítios e paisagens de valor notável pela natureza ou a partir
de uma intervenção humana. A partir do tombamento de um destes bens, fica proibida sua destruição,
demolição ou mutilação sem prévia autorização do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(SPHAN), que também deve ser previamente notificado, em caso de dificuldade financeira para a
conservação do bem. Qualquer atentado contra um bem tombado equivale a um atentado ao patrimônio
nacional.

Política Agrícola (Lei 8.171 de 17/01/1991) - Esta lei, que dispõe sobre Política Agrícola, coloca a proteção
do meio ambiente entre seus objetivos e como um de seus instrumentos. Num capítulo inteiramente
dedicado ao tema, define que o Poder Público (federação, estados, municípios) deve disciplinar e fiscalizar o
uso racional do solo, da água, da fauna e da flora; realizar zoneamentos agroecológicos para ordenar a
ocupação de diversas atividades produtivas (inclusive instalação de hidrelétricas), desenvolver programas de
educação ambiental, fomentar a produção de mudas de espécies nativas, entre outros. Mas a fiscalização e
uso racional destes recursos também cabe aos proprietários de direito e aos beneficiários da reforma agrária.
As bacias hidrográficas são definidas como as unidades básicas de planejamento, uso, conservação e
recuperação dos recursos naturais, sendo que os órgãos competentes devem criar planos plurianuais para a

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proteção ambiental. A pesquisa agrícola deve respeitar a preservação da saúde e do ambiente, preservando
ao máximo a heterogeneidade genética.

Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938, de 17/01/1981) - A mais importante lei ambiental. Define
que o poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais que causar, independentemente de culpa. O
Ministério Público (Promotor Público) pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao meio
ambiente, impondo ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos causados. Também esta
lei criou os Estudos e respectivos Relatórios de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), regulamentados em 1986
pela Resolução 001/86 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). O EIA/RIMA deve ser feito antes
da implantação de atividade econômica que afete significativamente o meio ambiente, como estrada,
indústria, ou aterros sanitários, devendo detalhar os impactos positivos e negativos que possam ocorrer por
causa das obras ou após a instalação do empreendimento, mostrando ainda como evitar impactos negativos.
Se não for aprovado, o empreendimento não pode ser implantado.

Recursos Hídricos (Lei 9.433 de 08/01/1997) - A lei que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria
o Sistema Nacional de Recursos Hídricos define a água como recurso natural limitado dotado de valor
econômico, que pode ter usos múltiplos (por exemplo: consumo humano, produção de energia, transporte
aquaviário, lançamento de esgotos). A partir dela, a gestão dos recursos hídricos passa a ser descentralizada,
contando com a participação do Poder Público, usuários e comunidades. São instrumentos da nova Política
das Águas: 1- os Planos de Recursos Hídricos: elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o País,
visam gerenciar e compatibilizar os diferentes usos da água, considerando inclusive a perspectiva de
crescimento demográfico e metas para racionalizar o uso, 2- a outorga de direitos de uso das águas: válida
por até 35 anos, deve compatibilizar os usos múltiplos, 3- a cobrança pelo seu uso (antes, só se cobrava pelo
tratamento e distribuição), 4- os enquadramentos dos corpos d'água (a ser regulamentado). A lei prevê a
formação de 1- Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (integrado conselho nacional e
estaduais de Recursos Hídricos, bem como os Comitês de Bacias Hidrográficas; 2- Conselho Nacional de
Recursos Hídricos, composto por indicados pelos respectivos conselhos estaduais de recursos hídricos,
representantes das organizações civis do setor e de usuários, 3- Comitês de Bacias Hidrográficas,
compreendendo uma bacia ou sub-bacia hidrográfica, cada comitê deve ter representantes de governo,
sociedade civil e usuários com atuação regional comprovada. 4- Agências de bacia: com a mesma área de
atuação de um ou mais comitês de bacia, têm entre as atribuições previstas, a cobrança de uso da água e
administração dos recursos recebidos, 5- Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos: para a
coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores
intervenientes em sua gestão.

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Zoneamento Industrial (Áreas Críticas de Poluição) (Lei 6.803, de 02/07/1980) - De acordo com esta lei,
cabe aos estados e municípios estabelecer limites e padrões ambientais para a instalação e licenciamento da
indústrias, exigindo Estudo de Impacto Ambiental. Municípios podem criar três classes de zonas destinadas
a instalação de indústrias:

1) zona de uso estritamente industrial: destinada somente às indústrias cujos efluentes, ruídos ou
radiação possam causar danos à saúde humana ou ao meio ambiente, sendo proibido instalar
atividades não essenciais ao funcionamento da área;
2) 2) zona de uso predominantemente industrial: para indústrias cujos processos possam ser
submetidos ao controle da poluição, não causando incômodos maiores às atividades urbanas e
repouso noturno, desde que se cumpram exigências, como a obrigatoriedade de conter área de
proteção ambiental que minimize os efeitos negativos.
3) zona de uso diversificado: aberta a indústrias que não prejudiquem as atividades urbanas e rurais.

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