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BIOLOGIA
UNIDADE 3
CURSO DE BIOLOGIA
Eu sou o Professor Ricardo Rosa e serei o responsável pelas videoaulas, material de apoio, plantão de dúvidas
e seleções de exercícios da disciplina de CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ou BIOLOGIA, do seu curso preparatório para
o ENEM e demais vestibulares da ACADEIMA FILADD BRASIL. Em toda as videoaulas, materiais de apoio,
plantões de dúvida e seleção de exercícios vou te apresentar os conteúdos e as orientações necessárias para
que você tenha um excelente desempenho nas provas que prestar e obtenha a sua aprovação. São muitos
anos de experiência na preparação de alunos em cursos pré-vestibulares, que coloco à disposição para você,
querido(a) aluno(a), objetivando que você use o seu tempo com inteligência, disciplina e eficiência. Conte
comigo. Ok? Um grande abraço. Vamos lá. Caro(a) aluno(a) seja bem-vindo ao estudo da UNIDADE 3 ->
CIÊNCIAS AMBIENTAIS E ECOLOGIA. Este tema é um dos pilares da Biologia. Sua importância está em
compilar e sintetizar diversos conceitos e princípios básicos estudados em outras subdivisões das ciências
biológicas. Não se preocupe com termos e conceitos novos, pois serão explicados e exemplificados para o
seu melhor entendimento do módulo. Os requisitos necessários estão no material a seguir. Basta que você
assista as aulas com atenção, leia os textos correspondentes e faça o seu próprio resumo. Ao escrever um
texto autoral, você aprende com eficiência e reduz a utilização da memória. É importante saber que estudo
eficiente não é decoreba. A memória definitiva e de longa duração é importante e não a temporária, que é
usada para decorar conteúdos em véspera de provas. Essa memória se perde rapidamente e em situações
de estresse, como a da prova. É o famoso ‘deu um branco’. Por isso, querido(a) aluno(a) estude SEMPRE
escrevendo. Assista as aulas, faça as suas anotações, leia os textos, faça as suas anotações e seus resumos. A
produção autoral te dá repertório, que é fundamental para as provas que têm questões dissertativas e,
principalmente, para a redação. Por isso, leia e escreva. Combinado? Nas aulas, você terá o que é esperado
que você saiba. Porém, você perceberá que, às vezes, é necessário um conteúdo anterior e básico para
entender completamente a aula assistida. Esse é um caso típico de leitura deste material, entendeu? Nele
você encontra todos os requisitos teóricos para entender as videoaulas. Por isso, assista as aulas, leia o
material de apoio e, se necessário, assista a aula novamente. Você verá que a aula fica muito mais clara e o
seu entendimento maior. Ok? Não indicarei material extra para leitura, ok? Você já tem material suficiente
para assistir, ler e treinar. Ok? Esse é o nosso acordo. Você assistirá as aulas, lerá os textos, fará os seus
resumos, resolverá exercícios e se precisar, assista aulas novamente. O material a seguir é a teoria necessária
para que você estude eficientemente, domine e entenda a UNIDADE 3 -> CIÊNCIAS AMBIENTAIS E
ECOLOGIA. No material, você encontrará as imagens utilizadas nas aulas, ou seja, as LOUSAS e os exercícios
resolvidos. A SELEÇÃO de EXERCÍCIOS estará em um arquivo a parte na pasta de BIOLOGIA. OK? Fácil de
achar, não se preocupe. Boas aulas, boas leituras, boas práticas, bom estudo!
Ecologia é o estudo da relação entre os organismos vivos e seu meio ambiente. O termo é derivado do grego
oikos, significando casa ou lar. Engloba duas abordagens básicas: a auto-ecologia, que é o estudo da ecologia
de apenas uma espécie, e a sinecologia, que e o estudo da ecologia de ecossistemas completos.
Os padrões de distribuição e sucessão e o impacto do homem também são examinados. O estudo ecológico
conduz o homem a uma compreensão do funcionamento dos sistemas naturais e o habilita para a prática da
conservação da natureza. Geralmente toma como unidade básica o ecossistema.
Um ecossistema consiste numa rede complexa de relações de mútua influência entre a flora, a fauna e os
microorganismos de uma determinada área ou região e todos os elementos físicos naturais (geológicos,
climáticos, etc.). Cada ecossistema é relativamente autônomo e apresenta equilíbrio dinâmico interno, isto
é, as condições de vida e as espécies biológicas não se alteram drasticamente e se preservam ao longo do
tempo, apesar de apresentarem modificações constantes a curto prazo e em pequena escala.
Como nenhum ecossistema natural é completamente separado de outro, pode-se considerar que todo o
planeta constitui um imenso conjunto de ecossistemas, a biosfera.
Portanto, ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e destes com o meio em que vivem.
Os níveis de organização estudados em ecologia, a partir de organismo estão indicados a seguir:
Organismo > população > comunidade > ecossistema > bioma > biocora > biociclo > biosfera.
Sendo que:
• Um conjunto de organismos da
mesma espécie que interagem e
habitam uma dada região
durante um certo período de
tempo constitui uma
POPULAÇÃO. Na figura 1, um
exemplo, uma população de
elefantes marinhos (Mirounga
leonina.)
População
Comunidade Biológica
• Ao conjunto formado pela interação da Biota com o meio físico no qual ela vive damos nome de
ECOSSISTEMA, ilustrado na figura 3, que também é caracterizado por dois processos que nele ocorrem:
Fluxo de Energia e Ciclo de Matéria. Portanto um lago, um rio poluído, uma floresta, um campo, uma
praia ou uma caverna são exemplos de ecossistemas. Analise o esquema a seguir.
• Ao conjunto de vários biomas com características particulares damos o nome de BIOCORA. Por exemplo,
a Mata Atlântica , a Amazônia e a Taiga são formações “basicamente” florestais, apesar de diferentes
ecologicamente, o que nos permite colocá-las no Biocora das FLORESTAS;
• Ao conjunto de Biocoras com características particulares de um dado compartimento da Terra damos o
nome de BIOCICLO. Por exemplo os biocoras marinhos constituem o BIOCICLO MARINHO ou
TALASSOCICLO, os biocoras terrestres constituem o BIOCICLO TERRESTRE ou EPINOCICLO e os biocoras
de água doce constituem o BIOCICLO DULCÍCOLA ou LIMINOCICLO;
• ao conjunto de todos os biociclos damos o nome de BIOSFERA, que também pode ser entendida como a
camada ou superfície do planeta, coberta por água ou rio, que sustenta, mantém e contém vida. Veja a
figura 4.
Ecossistemas são definidos como o conjunto de seres vivos e o meio ambiente onde vivem e todas as
interações desses organismos entre si e com o meio. São exemplos de ecossistema uma floresta, um rio, um
lago ou um jardim. O maior deles é a própria biosfera. A zona de transição entre ecossistemas diferentes,
chamada ECÓTONO, possui características de cada uma das comunidades fronteiriças e específicas nelas
existentes. Logo, em um ecótono ( estágio II da figura abaixo ) encontra-se maior biodiversidade do que em
cada um dos ecossistemas adjacentes ( estágios I e II da figura abaixo ) .
A unidade do ambiente que é o principal objeto de estudo da ecologia constitui o ecossistema. O componente
biótico pode ainda ser chamado de BIOCENOSE ou BIOTA, enquanto abiótico pode ainda ser chamado de
BIOTOPO. O ecossistema é, ainda, caracterizado pelos ciclos da matéria e pelos fluxos de energia. A matéria cicla
pelos compartimentos do ambiente, quer seja impelida por processos físicos, como a evaporação, ou bioquímicos
como a respiração celular, fotossíntese e relações alimentares. Porém, é o fluxo energético, que inicia com a
energia radiante do sol , que permite esse transporte entre os vários compartimentos : atmosfera, solo, corpos
de água e seres vivos.
HABITAT: É o local mais provável de encontrarmos a espécie. É o local onde vive, ou seja, onde realiza suas
atividades, seu nicho.
NICHO ECOLÓGICO: É o papel que a espécie desempenha no ambiente. Envolve informações acerca da sua
biologia reprodutiva, alimentar e comportamental.
O nicho de uma espécie envolve o seu habitat (caso 2), pois é um conceito mais abrangente visto que a cada
papel que desenvolve está associado uma porção ou fração do seu habitat. Porém, se considerarmos uma
Lagoa que é um ambiente como um habitat, é certo que nesse habitat haverá inúmeras espécies e, portanto,
inúmeros nichos (caso 1).
Espécies diferentes podem compartilhar habitats, porém nichos não. A sobreposição de nichos causa
competição Interespecífica que pode levar a MUTUA EXCLUSÃO - PRINCÍPIO DE GAUSE. Na natureza, os
atritos ou conflitos entre os organismos, de modo geral, são evitados a qualquer custo, fazendo uso de
adaptações importantes como por exemplo: coloração de aviso, odores ou sabores desagradáveis,
marcações de territórios, estruturas venenosas, comportamento de grupo e etc. No gráfico abaixo, duas
populações de Paramécios são colocadas para crescer separadas (gráfico A) e depois juntas (gráfico B).
Observe, que a competição por sobreposição de nichos é intensa a ponto de eliminar a população de P.
aurelia.
a. quanto a biologia alimentar: o quê, quando, quanto e onde come, como obtêm o alimento com que
frequência se alimenta;
b. referente a biologia comportamental: se vive isolado ou em grupo, que tipo de relação existente entre
os indivíduos da população (machos, fêmeas, jovens, adultos e velhos), como é a sua distribuição
espacial, se é séssil, defende o seu território ou movimenta-se continuamente;
c. e finalmente, quanto a sua reprodução: se é sexuada ou assexuada, se existe cuidado com a prole ou
não, se existirem pares, casais fixos ou haréns, se há ninhos e postura de ovos, se a fecundação é interna
ou externa, se o desenvolvimento é direto ou com formação de larvas, se há dependência em relação a
água para a fecundação, etc.
A seguir, uma ilustração que relaciona os principais aspectos que compõe o NICHO ECOLÓGICO de uma
espécie.
Como você notou é bastante improvável a existência de duas espécies que ocupem o mesmo habitat com o
mesmo NICHO ECOLÓGICO e se ocorrer, fatalmente haverá competição podendo desencadear,
eventualmente exclusão mútua das espécies. Portanto, NÃO ESQUEÇA as espécies podem compartilhar
recursos — HABITAT, desde que o façam de modos diferentes — NICHO ECOLÓGICO.Entenda que o NICHO
é um conceito muito mais amplo e que abrange (incorpora) o de HABITAT e por isso caracteriza muito melhor
uma espécie.
A Cadeia Alimentar é a seqüência de transferências de matéria e energia de um organismo para outro, sob a
forma de alimento. Esse ciclo vital garante o equilíbrio e a manutenção dos ecossistemas. Ao lado, uma cadeia
alimentar simples com apenas três níveis tróficos.
As setas usadas nos diagramas e esquemas de teias e cadeias indicam o sentido da matéria e energia. E, portanto,
sempre devem ter a sua origem no organismo que serve de alimento e deve apontar para o organismo que se
alimenta. Os diferentes seres vivos de um ecossistema cumprem papéis específicos dentro da cadeia alimentar. Ela
é formada por três níveis distintos: PRODUTORES, CONSUMIDORES e DECOMPOSITORES. Os produtores são os
organismos clorofilados como as plantas e algas, Os únicos seres vivos capazes de produzir matéria orgânica que
servirá de alimento para toda a Biota, por meio da fotossíntese. Acionados pela luz do sol, absorvem os compostos
inorgânicos presentes na atmosfera e no solo e os transformam em compostos orgânicos. Esse material orgânico
sustenta, direta ou indiretamente, os organismos consumidores, assim denominados por precisarem “consumir” ou
ingerir o seu próprio alimento.
Esses consumidores podem ser primários (animais herbívoros) ou secundários e terciários (animais
carnívoros). Quando os dejetos desses animais são lançados no solo e se juntam a toda a matéria morta
(animal e vegetal) ali presente, entram em ação os chamados organismos decompositores. Eles completam
o ciclo vital, pois decompõem a matéria orgânica presente nas plantas e animais mortos, transformado-a
novamente nos compostos inorgânicos que alimentam as plantas.
O equilíbrio do ecossistema depende da realização de cada uma dessas etapas da cadeia alimentar. A drástica
redução dos animais carnívoros, por exemplo, pode resultar na proliferação dos animais herbívoros e, com
isso, na escassez ou extinção de algumas espécies vegetais.
Os PRODUTORES são os organismos autótrofos e, portanto, responsáveis por introduzir na cadeia alimentar
a matéria orgânica, fundamental para a obtenção de energia necessária a todos os organismos. Os demais
organismos são os CONSUMIDORES, por serem heterótrofos e, portanto precisarem ingerir matéria orgânica
sintetizada pelos produtores. Os DECOMPOSITORES são consumidores especiais, que degradam unicamente
matéria orgânica morta ou residual (excretas) para a obtenção de energia. A partir deste processo ocorre a
reciclagem de nutrientes, tão fundamental ao crescimento dos produtores e, portanto à manutenção do
ecossistema.
Existem, basicamente, dois tipos de Cadeia ou Teia, a de PASTEJO, onde a base, ou a energia que sustenta a
cadeia, são as plantas (autótrofos), consumidos por herbívoros pastadores, por sua vez consumidos por
carnívoros e a de DETRITOS, onde a base é a matéria orgânica não viva, decorrente da decomposição de
corpos de vegetais e de animais e seus excrementos. Esta matéria é processada por microorganismos
decompositores (fungos e bactérias), que a liberam na forma de nutrientes para as plantas, ou na forma de
detritos que serão consumidos por organismos detritívoros, por sua vez consumidos por carnívoros.
Os organismos em urna cadeia têm a sua disposição quantidades diferentes de energia no alimento que
ingerem. Isso ocorre por que quanto mais distante um organismo está do início da cadeia, maiores foram as
perdas energéticas até ele. Isto quer dizer que a posição que o organismo ocupa na cadeia é fundamental.
Essa posição é chamada de NÍVEL TRÓFICO e pode representar também a distância que o organismo
apresenta em relação ao início da cadeia. Portanto, quanto mais próximo do início da cadeia está o organismo
maior é a energia disponível para este organismo. Logo, o número de níveis tróficos em uma cadeia é
limitado, visto que as perdas energéticas de um nível para outro são muito grandes, ou seja, da ordem de
90%.
Os ecossistemas devem ser entendidos como se fossem conjuntos matemáticos. Os elementos desses
conjuntos SEMPRE são componentes BIÓTICOS (seres vivos) e os ABIÓTICOS (fatores físico e químicos do
ambiente). Entre os elementos ou componentes dos ecossistemas, sempre haverá INTERAÇÕES. Essas
interações ou inter-relações envolvem matéria e energia.
Os percursos ou trajetos da matéria e energia nos ecossistemas são muito distintos. A matéria SEMPRE CICLA,
enquanto que a ENERGIA FLUI. Portanto, fala-se em CICLOS da MATÉRIA e FLUXO de ENERGIA. Os
DECOMPOSITORES são organismos fundamentais e essenciais para que os ciclos da matéria ocorram. Graças
a eles a matéria orgânica é degradada, o solo é remineralizado e os produtores podem realizar seus
metabolismos de construção, fundamental para todos os demais organismos, visto que essa matéria
produzida vai fluir ao longo das TEIAS ALIMENTARES e do MEIO FÍSICO.
O FLUXO DE ENERGIA
A energia acumulada na matéria orgânica – chamada de PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA BRUTA (PPB), por
fotossíntese, pelos produtores não está totalmente disponível para os herbívoros, pois os produtores
“gastam” uma parcela – correspondente a RESPIRAÇÃO CELULAR (R) para se manterem vivos, o mesmo
acontecendo com os primeiros carnívoros em relação aos próximos carnívoros. Esse “saldo” é chamado de
PRODUTIVIDADE LÍQUIDA (PL) e é efetivamente a energia que está disponível para ser “ingerida” pelo
próximo organismo. Na figura, a seguir, um balanço da energia nos ecossistemas.
Como se observa na figura a seguir, a matéria cicla pelos compartimentos da Biosfera, representados pela
atmosfera, hidrosfera e litosfera. O principal processo responsável pela ciclagem dos nutrientes e a
remineralização dos ambientes é a DECOMPOSIÇÃO BIOLÓGICA. Enquanto, que a energia flui pelos
compartimentos da Biosfera, sempre tendo como principal fonte primária o Sol. A luz solar é utilizada pelas
plantas durante o processo fotossintético, para converter matéria inorgânica em orgânica e, assim, permitir
um aporte nutricional e energético aos demais níveis tróficos. Porém, é fundamental compreender que sem
esse insumo energético contínuo do sol, não haveria o aporte para matéria orgânica e calor para os
ecossistemas. Outro ponto a destacar é a eliminação de calor nas transformações metabólicas nos seres
vivos, que explica a constante e contínua ingestão de alimentos.
São representações gráficas das relações existentes entre os organismos nas cadeias e teias alimentares.
Mostram as quantidades, massas e energia incorporada nas relações entre os seres vivos envolvidos. Cada
“retângulo” ou nível nas pirâmides é construído segundo proporções matemáticas. O “retângulo” da base da
pirâmide corresponde aos produtores, sobre este temos o que representa os herbívoros, sobre este o que
representa os carnívoros e assim por diante. Os decompositores não estão representados em nenhuma
pirâmide.
O esquema anterior mostra as relações energéticas para o consumidor 1º da cadeia alimentar, ou seja o 2º
nível da pirâmide. O 1º nível da pirâmide para o consumidor 1º representa teoricamente o total de energia
que está disponível para o seu metabolismo, porém para se manter ocorre gasto energético além das perdas
com os excretas. O 2º nível, então, representa o que o consumidor 1º na realidade incorporou, e não o que
comeu.
PRODUTIVIDADE DE UM ECOSSISTEMA
Esse valor significa que dificilmente esse ecossistema apresentaria altas taxas de crescimento, uma vez que
praticamente não sobra “em volume” quase nada. Esta certo dizer isso, mas não devemos esquecer que esse
ecossistema se SUSTENTA E SE MANTÉM EQUILIBRADO!
Um Manguezal recebe uma quantidade de matéria orgânica enorme do continente e do oceano. Entenda
isso como se o ecossistema todo estivesse recebendo uma “dose extra” de alimento, o que Ihe confere altas
taxas de PPL! Então o Manguezal é um ecossistema com “superavit” de alimento o que Ihe permite ser o
local preferido para muitas espécies de peixes e crustáceos se reproduzirem ou crescerem. Devido a este
aspecto os Manguezais são chamados de BERÇÁRIOS.
PPL = PPB - R
Onde: PPB é a produtividade primária bruta, representada pela taxa fotossintética total do ecossistema; R é
a taxa respiratória total dos seres autótrofos e heterótrofos e PPL é a produtividade primária líquida, ou seja
é o saldo entre a produção e o consumo energético do ecossistema. Altos valores de PPL permitem grande
crescimento da comunidade biológica, seja em número ou no tamanho dos indivíduos, enquanto que valores
pequenos representam apenas capacidade de sustentabilidade, ou seja, autossuficiência do ecossistema.
A eficiência na transferência de energia de um nível trófico para outro é fundamental, pois as taxas das perdas
são enormes, o que impede o acúmulo de biomassa e crescimento das populações. Quanto maiores as
populações, mais numerosas e interligadas as cadeias alimentares de um ecossistema, maior, também, será
a sua Produtividade Primária.
Desse modo, observa-se na ilustração, que as florestas tropicais, os litorais e as áreas úmidas, como pântanos
e manguezais estão entre os ecossistemas mais produtivos.
As comunidades ( Biota ou Biocenose ) são conjuntos de populações de espécies diferentes que ocupam um
dado local durante um certo intervalo de tempo. Portanto, as comunidades podem sofrer mudanças em sua
composição ao longo do tempo, o que caracteriza a SUCESSÃO ECOLÓGICA. Durante a sucessão,
comunidades vão se sucedendo e alterando significativamente o ambiente físico. A comunidade que primeiro
se estabelece no ambiente é a ECESE ou COMUNIDADE PIONEIRA, os estágios sucessionais seguintes são
chamados de SERES e finalmente a comunidade que se estabelece ao final é chamada de COMUNIDADE
CLIMAX, sendo auto-suficiente e homeostática. Ao longo do processo sucessional aumentam o número de
espécies, habitats, biomassa e interações.
Concluindo, uma comunidade clímax se mantém, porém não tem altas taxas de crescimento, o que quer
dizer que não sobra “em volume” matéria orgânica ou mesmo oxigênio.
São exemplos de Comunidades climáxicas a Amazônia, M. Atlântica e os Cerrados. Logo, nenhum ecossistema
climáxico e florestal como a Amazônia pode ser o responsável pelo oxigênio atmosférico, o que é
responsabilidade do FITOPLÂNCTON MARINHO, em pelo menos 70% do total atmosférico. Veja abaixo o
esquema de uma comunidade climáxica.
Esse conjunto de acontecimentos, que podem ser seguidos pelas figuras, expressa o processo de SUCESSÃO
ECOLÓGICA, que começa a ocorrer a partir do momento em que os campos de cultura são abandonados.
Com o solo exposto, teremos condições microclimáticas muito típicas, como alta incidência solar, ventos
intensos e pouca retenção de umidade devido a elevadas taxas de evapotranspiração.
Com essa PRESSÃO SELETIVA apenas algumas poucas espécies, que ainda tem sementes no local, são
favorecidas, caracterizando a COMUNIDADE PIONEIRA ou ECESE, que é constituída de espécies resistentes a
condições ambientais estressantes. A partir desse momento as condições microclimáticas vão sendo
alteradas pela BIOTA presente e, por exemplo, a umidade aumenta, o sombreamento também é a
intensidade dos ventos diminui.
Note que as condições ambientais mudaram por causa da ocupação pioneira e este “novo ambiente”
favorecerá um novo conjunto de espécies, o que determinará a mudança gradativa na composição de
espécies do ambiente. Está ocorrendo a substituição das comunidades e estes estágios intermediários
chamamos de SERES.
A sequência de seres que constituem a sucessão primária de uma área rochosa ou de um solo desnudo pode
ser a seguinte:
Líquens > bactérias > briófitas > gramíneas > samambaias > arbustos > arvoretas > árvores maiores
A essa comunidade “final” damos o nome de COMUNIDADE CLIMAX, que é autossuficiente e homeostática,
ou seja, se autorregula. Nesse momento toda a produção fotossintética dos autótrofos clorofilados é
direcionada para o consumo na respiração de todos os organismos autótrofos e heterótrofos.
Isto quer dizer que em “volume” não sobra uma molécula de oxigênio numa comunidade clímax, logo as
grandes e extensas florestas são importantes na regularização das condições climáticas e NÃO na oxigenação
do planeta. Cerca de 70% ou mais do O2 atmosférico é produzido pelas algas marinhas que constituem o
FITOPLÂNCTON e não as Florestas.
Veja na figura abaixo, outro exemplo de sucessão. O amadurecimento de lagos de reservatórios em usinas
hidroelétricas. Os lagos recém-formados recebem matéria orgânica, que favorece decompositores e
fitoplâncton, que irão permitir a manutenção de zooplâncton e de peixes que agora podem ser jogados no
lago.
Fala-se que o processo sucessivo é primário quando ocorre em substratos (solo, rocha, água ou o corpo de
um ser vivo) não previamente ocupados por organismos. Ex.: afloramentos rochosos, exposição de camadas
profundas de solo, depósitos de areia, lava vulcânica recém-solidificada. E, o processo é considerado
secundário, quando os referidos substratos já foram anteriormente ocupados por uma comunidade e,
consequentemente, contêm matéria orgânica viva ou morta (detritos, propágulos). Ex: clareiras, áreas
desmatadas, fundos expostos de corpos de água. Desse modo, qualquer regeneração ou recuperação de área
degradada são exemplos de sucessão secundária, enquanto o estabelecimento de Mata Amazônica, na
região norte do Brasil, há cerca de 10 mil anos atrás, num período de glaciação, que diminuiu o nível dos
mares e oceanos rasos da localidade é um exemplo de sucessão primária.
constante ou
CONDIÇÕES AMBIENTAIS variável e imprevisível
previsivelmente variável
POPULAÇÕES
ESTRUTURA DA COMUNIDADE
Estratificação (heterogeneidade
pouca muita
espacial)
PPB/R >1 =1
NUTRIENTES
Populações são conjuntos de organismos da mesma espécie que ocupam uma certa área durante algum
tempo. Portanto são grupamentos intraespecíficos, que podem ser estudados por meio de parâmetros e
taxas.
Porém, as condições climáticas adversas, a disponibilidade variável de espaço e alimento, assim como a
presença de competição, parasitismo e predatismo Não permitirão este tipo de crescimento, originando,
portanto, uma RESISTÊNCIA do MEIO ou AMBIENTAL - RM, ao crescimento, o que nos leva a curva em “S”,
na qual a taxa de crescimento é mostrada com uma aceleração menor, além de estabilizar-se após algum
tempo ao redor de um dado valor que pode sofrer pequenas flutuações, como visto no gráfico.
Na figura anterior, observa-se a dinâmica das duas curvas representativas do crescimento das populações: S
e J. Os habitas fornecem recursos de diversos tipos: água, refúgio, área mínima comportamental e é lógico
alimento. Todos estes recursos podem ser compartilhados dentro de alguns limites que próprio ambiente
determina. A essa característica “limitada” do ambiente chamamos de CAPACIDADE SUPORTE: o número de
espécies, de indivíduos em cada população, os tipos de interações entre os organismos também determinam
e caracterizam essa propriedade do ambiente. Quando a CAPACIDADE SUPORTE de um meio é atingida
passamos a falar em RESISTÊNCIA AMBIENTAL, que nada mais é do que a incapacidade de sofrer mais
alterações.
A Resistência do Meio traduz-se na quantidade de impactos ou alterações que um meio pode sofrer e
suportar. Um ambiente com uma grande Capacidade Suporte apresenta limites mais flexíveis e portanto uma
Resistência a alterações MENOR, enquanto que um ambiente com uma pequena Capacidade Suporte
apresenta limites mais estreitos e portanto uma Resistência a alterações MAIOR. Uma Mata Tropical é o
exemplo do 1º caso, enquanto que um Deserto é o exemplo do 2º. Logo, analisando-se um determinado
ambiente, poderemos dizer, matematicamente, que a Resistência do Meio é inversamente proporcional a
Capacidade Suporte.
CS - CAPACIDADE SUPORTE
A Capacidade Suporte de um ambiente pode ser entendida como o CONJUNTO de LIMITES a que esse meio
está imposto. Os ambientes NÃO possuem taxas de decomposição ilimitadas: logo, pode haver matéria
orgânica que não está sendo degradada, e que portanto irá acumular-se caracterizando um tipo de Poluição;
os ambientes NÃO sustentam quantidades ilimitadas de organismos e espécies : logo, estimular
superpopulações ou introduzir organismos onde estes não ocorrem, desestabilizará as interações locais,
podendo causar competições, mortes e extinções. Estes foram dois exemplos que mostram que os ambientes
apresentam LIMITES, que devem ser levados em conta, cujo conjunto caracteriza sua CAPACIDADE SUPORTE.
CURVA DE SOBREVIVÊNCIA
A taxa de sobreviventes ao longo da vida para cada espécie determina a sua curva de sobrevivência, ou seja,
em que momento do ciclo de vida há mais mortes e em que momentos há maior adaptação à vida. Existem
basicamente três tipos de curvas, demonstradas no gráfico a seguir. A curva I indica que a mortalidade
aumenta com a idade avançada, típica da espécie humana. A curva II indica que a mortalidade é praticamente
constante ao longo da vida, ou seja, para o indivíduo jovem, adulto e idoso. Já, a curva III, mostra que há
maior mortalidade no início do ciclo, o que mostra muita vulnerabilidade para os indivíduos jovens.
Sobre os contingentes populacionais agem os fatores ABIÓTICOS, representados pelo clima, espaço, água e
alimento e os BIÓTICOS, representados pela predação (gráfico abaixo) , parasitismo e competição intra e
interespecífica .
DISTRIBUIÇÃO – DENSIDADE
Os padrões agregado e aleatório são bastante comuns na natureza. Já o padrão uniforme é típico de
populações cultivadas pelo homem na agricultura.
Os critérios envolvidos para se classificar as simbioses são simples, baseiam-se na natureza da relação, ou
seja se ocorre entre organismos da mesma espécie ou não, e se trazem algum tipo de prejuízo a algum dos
envolvidos. Acham-se divididas em INTERESPECÍFICAS, quando dois ou mais organismos de espécies
diferentes estão associados e INTRAESPECÍFICAS, quando dois ou mais organismos da mesma espécie estão
interagindo.
As interações ainda podem ser classificadas em HARMONICAS, quando nenhum dos organismos envolvidos
sofre algum tipo de prejuízo e DESARMONICAS, quando algum dos organismos envolvidos sofre algum tipo
de prejuízo ou mesmo a morte.
Nas relações harmônicas não existe desvantagem para nenhuma das espécies consideradas e há benefício
pelo menos para uma delas. Tais relações podem ser divididas em homotípicas, também chamadas
intraespecíficas, são aquelas que ocorrem entre organismos da mesma espécie e heterotípicas, também
chamadas de interespecíficas, são aquelas que acontecem entre organismos de espécies diferentes.
A. COLÔNIAS - São constituídas por organismos da mesma espécie, que se mantêm anatomicamente unidos
entre si. A formação das colônias é determinada por um processo reprodutivo assexuado, o brotamento. As
colônias podem ser homomorfas e heteromorfas. As colônias homomorfas são constituídas por indivíduos
iguais, que realizam as mesmas funções, ou seja, não existe a chamada divisão de trabalho. Como exemplos,
citamos as colônias de espongiários, de protozoários, de cracas (crustáceos), entre outras. As colônias
heteromorfoas são constituídas por indivíduos morfologicamente diferentes, com funções distintas,
caracterizando a chamada divisão de trabalho fisiológico. Quando formadas por dois tipos de organismos,
tais colônias são chamadas de dimórficas. Como exemplo, citamos a Obelia, uma colônia de celenterados em
que aparecem dois tipos de indivíduos: gastrozoides, para a nutrição, e gonozoides, para a reprodução. As
colônias polimórficas são estruturadas por vários tipos de indivíduos adaptados para funções distintas.
Como exemplo clássico, citamos as caravelas, complexas colônias de celenterados. Uma caravela apresenta
um pneumatóforo, vesícula cheia de gás que funciona como flutuador. Dele partem indivíduos especializados
para a nutrição (gastrozoides), a reprodução (gonozoides), a natação (nectozoides) e a defesa (dactilozoides).
B. SOCIEDADES - São associações de indivíduos da mesma espécie, que não estão uni dos, ou seja, ligados
anatomicamente, e formam uma organização social que se expressa através do cooperativismo. Sociedades
altamente desenvolvidas são encontradas entre os chamados insetos sociais, representados por cupins,
vespas, formigas e abelhas. Para um estudo mais aprofundado, destacaremos aquelas evidenciadas entre
abelhas, formigas e cupins. Na sociedade das abelhas distinguem-se três castas: a rainha, o zangão e as
operárias. A rainha é a única fêmea fértil da colônia; salienta- se que em cada colônia existe apenas uma
rainha. Os zangões são os machos férteis, enquanto as operárias ou obreiras são fêmeas estéreis. As
operárias são encarregadas de obter alimento (pólen e néctar) e produzir a cera e o mel. A cera é usada para
confeccionar as celas hexagonais, onde são postos os ovos; o mel é fabricado por transformação do néctar e
constituído por glicose e frutose. A única atividade dos zangões é a fecundação da rainha; após o vôo nupcial,
são expulsos e morrem de inanição.
C. PROTOCOOPERAÇÃO - Também conhecida como cooperação, trata-se de uma associação entre duas
espécies diferentes, na qual ambas se beneficiam. Contudo, tal associação não é in dispensável à
sobrevivência, podendo cada espécie viver isoladamente. Como exemplo, citaremos: O caranguejo bernardo-
eremita e a anêmona. Também conhecido como paguro eremita, trata-se de um crustáceo marinho que
apresenta o abdômen mole e desprotegido de exoesqueleto. A fim de proteger o abdômen, o bernardo vive
no interior de uma concha vazia de molusco gastrópode. Sobre a concha, larvas de anêmonas providas de
tentáculos se fixam e se desenvolvem. Os tentáculos eliminam substâncias urticantes. A anêmona é
transportada pelo paguro eremita, o que lhe facilita a captura do alimento. Em “troca”, a anêmona protege
o crustáceo contra a ação de predadores, através de seus tentáculos.
D. MUTUALISMO - Trata-se de uma associação com benefícios mútuos. É mais íntima do que a cooperação,
sendo necessária à sobrevivência das espécies, que não podem viver isoladamente. Cada espécie só
consegue viver na presença da outra. Beija-flores e flores de angiospermas mantêm uma relação do tipo
mutualismo. Dentre os exemplos, destacaremos:
F. INQUILINISMO - É a associação em que uma espécie (inquilino) procura abrigo ou suporte no corpo de
outra espécie (hospedeiro), sem prejudicá-la. Trata-se de uma associação semelhante ao comensalismo, não
envolvendo alimento. Citaremos dois exemplos: O peixe-agulha e a holotúria. O peixe-agulha apresenta um
corpo fino e alongado e se protege contra a ação de predadores, abrigando-se no interior das holotúrias
(pepinos-do-mar), sem prejudicá-las. Epifitismo é representado pelas Epífitas, que são plantas que crescem
sobre os troncos de plantas maiores, sem parasitá-las. São epífitas as orquídeas e as bromélias, que, vivendo
sobre árvores, obtêm maior suprimento de luz solar.
São as que ocorrem entre indivíduos da mesma espécie, como é o caso da competição intraespecífica e do
canibalismo.
B. CANIBALISMO - Canibal é o indivíduo que mata e come outro da mesma espécie. O canibalismo pode
ocorrer para favorecer adultos em detrimento de filhotes, quando há falta de alimento.
B. PREDATISMO - Predador é o indivíduo que ataca e devora outro, chamado presa, pertencente a uma
espécie diferente. Os predadores são, geralmente, maiores e menos numerosos que suas presas, sendo
exemplificados pelos animais carnívoros. Tanto os predadores quanto as presas apresentam adaptações para
ataque e defesa. Daremos especial destaque para a adaptação designada mimetismo. Através do mimetismo
os animais, pela cor ou forma, assemelham-se ao meio ambiente, com o qual se confundem. Tanto as presas
como os predadores procuram esconder-se: os primeiros a fim de não serem per seguidos; os segundos para
não serem descobertos. Assim, numerosos insetos que habitam a vegetação possuem cor verde. Um
interessantíssimo exemplo de mimetismo é dado pelo camaleão, um réptil provido de cromatóforos, células
pigmentadas que permitem uma variação na coloração do corpo. Assim, tal animal é capaz de mudar sua cor
em conformidade com o ambiente em que é colocado. Tal fenômeno é designado homocromia.
C. AMENSALISMO - Amensalismo é um tipo de associação na qual uma espécie, chamada amensal, é inibida
no crescimento ou na reprodução por substâncias secretadas por outra espécie, denominada inibidora. A
relação pode ser exemplificada pelos flagelados Gonyaulax, causadores das marés vermelhas. Em tal caso,
os flagelados eliminam toxinas que provocam a morte da fauna marinha. Outro caso é representado pelos
fungos que produzem antibióticos, impedindo o desenvolvimento de bactérias em seu entorno.
D. PARASITISMO - Nesse caso, uma das espécies, chamada parasita, vive na superfície ou interior de outra,
designado hospedeiro. O parasita alimenta-se a partir do hospedeiro, podendo até matá-lo. Os exemplos são
numerosos e estudados na Zoologia.
E. ESCLAVAGISMO ou SINFILIA
HARMÔNICAS
INTERESPECÍFICAS
INTRAESPECÍFICAS
DESARMÔNICAS
INTERESPECÍFICAS
INTRAESPECÍFICAS
A figura anterior mostra um exemplo de competição intraespecífica entre duas espécies de cracas, um
crustáceo. Observa-se, que disputam espaço no costão rochoso e que a sua distribuição dependerá do
quanto estão adaptadas à exposição, ou seja, a emersão. O ritmo das ondas e da maré é o fator abiótico
preponderante neste caso.
Nossa biosfera é alvo de um fluxo contínuo de energia, em conseqüência da qual ocorre uma circulação
intermitente dos materiais constituintes da superfície terrestre. A fonte preponderante dessa energia é a
radiação solar. O movimento dos elementos e compostos essenciais a vida pode ser designado como CICLO
BIOGEOQUÍMICO.
OS CICLOS BIOGEOQUIMICOS
As relações entre espécies e ambiente físico caracterizam-se por uma constante permuta de elementos, em
uma atividade cíclica, a qual, por compreender aspectos de etapas biológicas, físicas e químicas alternastes,
recebe a denominação geral de ciclo biogeoquímico.
Na verdade, o fenômeno é estritamente cíclico, apenas em relação ao aspecto químico, no sentido de que
os mesmos compostos químicos alterados se reconstituem ao final do ciclo, enquanto que o aspecto físico
das rochas, este não se regenera, necessariamente.
Embora a fonte primária de energia seja inesgotável, o material necessário a síntese orgânica e sucessivas
transformações energéticas existe em quantidade limitada no meio, devendo, portanto, ser recirculado, o que toma
obrigatória a troca reciproca e continua de elementos químicos entre os seres vivos e o meio físico. O intercâmbio de
elementos químicos é acompanhado de ganhos e perdas de energia, gerando um ciclo entre o meio biológico e o meio
geofísico dito ciclo biogeoquímico.
A existência desses ciclos confere a biosfera um poder considerável de auto regulação, o qual assegura
perenidade dos ecossistemas e se traduz em uma notável constância de proporção dos diversos elementos
em cada meio. O ecossistema, por sua vez, pode ser conceituado como uma unidade que inclui todos os
organismos de uma determinada área, interagindo com o meio físico, de forma a originar um fluxo de matéria
e energia. As trocas de materiais nos ciclos se dão segundo vias mais ou menos circulares. Em cada um desses
ciclos existe um compartimento que funciona como reservatório do nutriente, constituindo um componente
bastante grande em relação aos demais, de modo a garantir o escoamento lento e regularizado do elemento
em questão.
Em um estudo global da biosfera, pode-se reconhecer dois tipos de ciclos biogeoquímicos: os CICIOS
GASOSOS e os CICIOS SEDIMENTARES. No primeiro caso, o reservatório está situado na atmosfera, enquanto
que no segundo localiza-se na crosta terrestre. Existe um número importante de ciclos que necessitam ser
mencionados destacando-se o ciclo da água como sendo, provavelmente, o mais óbvio e importante. Além
desse, existem ciclos essenciais como o do oxigênio, do nitrogênio, do fósforo, do carbono, fósforo e enxofre.
Existem basicamente 4 compartimentos na Terra onde podemos encontrar determinado átomo: os corpos
de água, os solos e as rochas, a atmosfera, os seres vivos. Esse átomo pode fazer parte de moléculas orgânicas
e inorgânicas e sua transferência de um compartimento para outro se dará por processos físicos, químicos
ou biológicos. As etapas desses ciclos podem ocorrer em um intervalo de tempo compatível com o tempo de
vida dos seres vivos ou mesmo levar milhares de anos. As atividades humanas dos últimos 100 anos acabaram
catalisando algumas dessas etapas ou alterando o equilíbrio de outras.
Quando pensamos nos seres vivos existem alguns elementos e substâncias especialmente importantes, como
o caso da água, do C, H, O, N, P e S.
A substância mais abundante na biosfera é a água. Os oceanos, as calotas polares, as aglomerações de neve,
os lagos, os rios, o solo e a atmosfera contêm cerca de 1,4 milhões de quilômetros cúbicos de água, sendo
que 97,2% desse total se encontram nos oceanos. Dos 2,8% restantes, três quartos estão na forma de gelo.
Mais conhecido como ciclo hidrológico, ele representa o percurso da água desde a atmosfera, passando por
varias fases, até retomar de novo a atmosfera. Essas fases englobam, basicamente, a precipitação,
escoamento superficial, infiltração, escoamento subterrâneo e a evaporação. A precipitação se origina da
água evaporada dos mares, lagos, pântanos, rios, vegetais e animais, e que formam as nuvens. Essas, ao
alcançarem regiões mais frias se condensam e caem na forma de chuva. A parcela de água precipitada sobre
a superfície sólida pode ter três vias distintas: a infiltração, a evapotranspiração e o escoramento superficial.
Logo, fica claro que o modelo de desenvolvimento e crescimento escolhido pelas sociedades atuais - as
cidades, interferem diretamente no ciclo hidrológico, uma vez que nas cidades as temperaturas e os índices
de poluição são maiores do que nas zonas rurais ou preservadas. Um outro agravante é a impermeabilização
dos solos com asfalto ou concreto, que não permite infiltração nem escoamento lento, estimulando grandes
vazões por ocasião das chuvas, que se associam a enchentes em áreas mais baixas, criando prejuízos e
exigindo medidas construtivas como canalizações e piscinões.
A construção de reservatórios ou represas aumenta em demasia a umidade relativa local e por conseqüência
os índices pluviométricos regionais. A falta de coleta e tratamento de esgotos associada a herança de jogar
lixo em córregos e rios traz mais um problema sério que é a poluição hídrica, que acaba “engolindo” receitas
públicas enormes em projetos de saneamento e limpeza, a fim de tornar novamente a água potável.
As cidades apresentam solo construído e bastante impermeabilizado, em virtude disso as águas pluviais
infiltram pouco e escorrem muito rapidamente para níveis mais baixos, que acabam por sofrer enchentes. A
enchente cria problemas de saúde pública, pois permitem contato com resíduos sólidos (lixo) , vetores (ratos)
e substâncias perigosas (efluentes domésticos e industriais) e contaminadas por bactérias e outros
patógenos. Algumas das soluções para esse problema: aumentar áreas verdes, construir piscinões (que
retardam o escoamento aos rios) , evitar retificação dos rios (diminuindo suas vazões), evitar lixo nas vias
públicas, não construir e nem ocupar as áreas de várzeas dos rios. Abaixo, um esquema simplificado do ciclo
da água.
O CICLO DO OXIGÊNIO
Este ciclo representa a quantidade de oxigênio produzido anualmente pela FOTOSSÍNTESE e o consumo no
processo de OXIDAÇÃO DO CARBONO - RESPIRAÇÃO, através das plantas e dos animais. A oxidação provoca
a formação de gás carbônico, o qual é utilizado no processo de fotossíntese. A fotossíntese consiste na
utilização da luz pelos organismos dotados de clorofila, como fonte de energia, para sintetizar compostos
orgânicos, produzindo oxigênio como subproduto.
FOTOSSÍNTESE
luz
6CO2 + 6H2O clorofila C6H12O6 + 6O2
RESPIRAÇÃO CELULAR
A tendência dos organismos vivos é a de manter o meio ambiente interno dentro dos limites de sobrevivência
e reprodução, a despeito das forças ambientais, que tendem a remover da posição original esse meio
ambiente interno. É útil e interessante considerar o que pode ocorrer se houver uma repentina mudança no
ambiente interno do ciclo do oxigênio. Uma queda na demanda de oxigênio de plantas em decomposição,
por exemplo pela remoção de um grande número de plantas da superfície da terra, poderia resultar num
aumento de oxigênio. Subseqüentemente poderia haver uma oxidação mais rápida do material
remanescente morto devido ao elevado conteúdo de oxigênio e uma queda na quantidade de oxigênio
produzido pelas novas plantas, conduzindo para uma quantidade aproximadamente estável de oxigênio.
O CICLO DO CARBONO - O carbono é elemento essencial na composição da matéria orgânica, sendo pois,
fundamental a sua recirculação na natureza. Encontra-se disponível, principalmente, no ar atmosférico, na
forma de gás carbônico.
Finalmente, o cadáver do último elemento vivo dessa série, deverá de alguma forma, restituir o carbono ao
meio, e isso se realiza graças a participação de bactérias e outros seres microscópicos, responsáveis pela
DECOMPOSIÇÃO do corpo morto. A mesma coisa sucederá, através de um ciclo muito mais abreviado, se o
próprio vegetal verde morrer antes de ser devorado por um animal. Ele apodrecerá, ou seja, será digerido
por seres microscópicos ou será queimado e, por conseguinte, transformado também em gás carbônico.
Atualmente, o maior reservatório de carbono é constituído pelos CARBONATOS existentes nas águas e no
solo. Basicamente os processos de FOTOSSÍNTESE E RESPIRAÇÃO CELULAR seriam suficientes para manter as
concentrações dos compostos de carbono na biosfera, porém não é bem assim que acontece.
As atividades da sociedade humana moderna exigiu cada vez mais a queima de COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS , o
que causou uma diminuição intensa de carbono fixado em seres vivos vegetais e no solo, representados por
madeira, carvão e petróleo respectivamente. Posteriormente, devemos lembrar que a combustão desses
compostos orgânicos libera gás carbônico para a atmosfera, cujas altas concentrações estão associadas ao
aumento do EFEITO ESTUFA, que pode vir a ser responsável pelo aquecimento da Terra. O aumento de gás
carbônico não deveria gerar alardes, pois o processo de fotossíntese teria seu equilíbrio desviado para a
produção de glicose pelas florestas não é mesmo? Talvez não, uma vez que as queimadas de florestas são
extremamente intensas. As combustões geram fuligem (carvão) e monóxido de carbono (CO) além do gás
carbônica e que estão associados diretamente com o estado de saúde de milhares de pessoas. O CO é tóxico
e letal enquanto a fuligem é um dos principais componentes da poluição atmosférica.
O processo de decomposição é fundamental, uma vez que remineraliza o solo ou a água, para os autótrofos.
Porém, a poluição orgânica pode gerar uma intensa mortandade de peixes, pois primeiramente entroniza a
água, seguida de decomposição aeróbica, que consome o oxigênio velozmente o que leva a morte de seres
aeróbios. Abaixo, o esquema simplificado do ciclo do carbono.
Muito embora a nitrogênio seja a GÁS MAIS ABUNDANTE NA ATMOSFERA, ele é não reativo e, dessa forma,
não pode ser usada diretamente por muitos organismos. O nitrogênio proveniente das células dos seres vivos
é decomposto no solo ou nos rios, passando de orgânico a inorgânico, sob a ação das BACTERIAS
DECOMPOSITORAS ou através do sistema de excreção dos próprios seres superiores. O nitrogênio na forma
de NITRATO é mais utilizável como nutriente pelas plantas verdes, ainda que as outras formas de nitrogênio
possam ser usadas por diferentes organismos completando a ciclo.
O ar está constantemente recebendo nitrogênio devido a ação de BACTERIAS DESNITRIFICANTES, sendo daí
continuamente retirado pelas ações das bactérias fixadoras de nitrogênio, além de algas CIANOFICEAS e
reações provocadas pelas descargas elétricas atmosféricas. No ar, devido a atividade industrial e as descargas
de veículos automotores produzindo óxidos de nitrogênio: nitritos e nitratos, o ciclo tem sido alterado. Esses
gases na realidade constituem fases transitórias do ciclo e em geral são encontrados em pequena
concentração no ambiente.
Em termos de energia necessária ao funcionamento do ciclo, pode-se dizer que dois processos são
fundamentais. No primeiro, em que, partindo-se das proteínas há formação de nitratos, no qual a energia é
fornecida aos organismos pelo próprio processo de decomposição.
O CICLO DO FÓSFORO
O fósforo é liberado pela decomposição de compostos orgânicos até a forma de fosfatos passível de ser
aproveitado pelos vegetais. Ao contrário do nitrogênio o grande reservatório de fósforo não é o ar, mas sim
as rochas, formadas em remotas eras geológicas.
A decomposição por fenômenos de erosão, gradativamente libera os fosfatos , que entram nos ecossistemas
onde são reciclados. Porém grande parte desse fósforo vai chegar aos mares e oceanos onde se perde nos
sedimentos mais profundos. Acredita-se que essa parcela sedimentada nos mares volte ao cicio muito
lentamente, não acompanhando a velocidade das perdas de fósforo que são muito mais intensas.
Tanto os movimentos de acomodação da crosta e as elevações dos sedimentos, como também a atividade
animal, principalmente de aves e peixes, parece não serem suficientes para compensar as perdas. A atividade
humana tem contribuído para acelerar as perdas de fósforo, tornando a reciclagem ‘acíclica’. Calcula-se que
apenas 60.000 toneladas de fósforo elementar são anualmente restituídas ao mar, embora a retirada desse
elemento através da pesca e de peixes marinhos seja proporcionalmente muito maior.
Paralelamente, grande parte do fósforo retirado dos milhões de toneladas de rochas fosfatadas que são
processadas é perdida ou arrastada pela água para os sedimentos profundos.
O CICLO DO ENXOFRE
A principal fonte de enxofre para os seres vivos é constituída pelos SULFATOS; absorvidos pelas plantas, são
incorporados nas proteínas, portanto na própria estrutura da matéria viva. Em geral, a água potável não deve
ultrapassar um teor de 250 ppm em SO4 . Teores superiores poderiam causar diarréias nas crianças. Os
resíduos orgânicos são decompostos por bactérias heterotróficas que libertam H2S utilizando os sulfatos
como fonte de energia. Inversamente, outras bactérias reoxidam o H2S em SO4, tornando o enxofre
disponível para outros seres vivos. É o ciclo do enxofre, cuja componente mais forte é a sedimentar;
acumulação lenta do enxofre nos sedimentos; a extração minerária, a erosão e os vulcões fornecem de novo
o enxofre à biosfera.
INTRODUÇÃO
Pode-se dizer que a Biogeografia é um ramo científico da Biologia, que se preocupa com todos os
problemas relacionados à distribuição atual e passada dos seres vivos na Terra. A distribuição dos
organismos não foi e não é gerada ao acaso. Ou seja, tem padrões repetitivos, obedecendo certas
regras gerais, de modo geral determinadas pelo ambiente. Certos organismos apresentam ampla
distribuição, outros são restritos a pequenos espaços, delimitados por fatores extrínsecos e
intrínsecos. Para entender a história de cada grupo e os processos envolvidos, é necessário a
reconstrução do passado, da história evolutiva dos organismos. Portanto, a Biogeografia preocupa-
se com a história evolutiva dos seres vivos, procurando determinar qual ou quais os fatores
determinaram a distribuição dos táxons em uma ou mais regiões.
De um ponto de vista genérico, os táxons (espécies, gênero, família, ordem, classe e filo) possuem
histórias evolutivas semelhantes: origem, expansão, redução e extinção. A Biogeografia preocupa-
se com a parte espacial dessa história. Portanto, podemos dizer que a biogeografia "É a ciência que
estuda a distribuição dos seres vivos tanto no espaço como no tempo" (Espinosa & Llorente 1993).
Assim, é necessário conhecer o que ocorreu no passado, o que propiciou estas mudanças para
explicar a presente distribuição. Neste contexto, a Biogeografia é uma ciência histórica e não apenas
um ramo da biologia, mas uma ciência interdisciplinar. Não se faz estudos completos em
Biogeografia sem ter noções da história geológica da Terra, bem como posições geográficas de
mares, montanhas, desertos, entre outros. É necessário ter conhecimento de clima, estações, locais
favoráveis de precipitações, de secas. Não se pode realizar estudos de distribuição sem ter
conhecimento geral dos grupos taxonômicos, de Fisiologia, Sistemática, Paleontologia, Evolução,
Ecologia, entre outras. Portanto, para realizar estudos de Biogeografia, há a necessidade de reunir
e relacionar conteúdos de outras ciências (Mello Leitão 1980).
Realmente, não existe um biogeógrafo de formação específica. Existe, sim, um estudioso em uma
dessas áreas citadas anteriormente que se especializa em estudos de Biogeografia, principalmente
em relação ao seu grupo de interesse. Deste modo, pode-se dizer que a Biogeografia é uma ciência
sintética.
Atualmente, existem cerca de 2 milhões de espécies descritas, sendo a maioria pertencente aos
Reinos Metaphyta e Metazoa, as outras pertencendo aos Reinos Fungi, Monera e Protista,
descartando os vírus. Mas o número efetivo de espécies existentes, incluindo aquelas ainda não
conhecidas, podemos dizer que a biodiversidade é muito maior. Alguns autores estimam em 5
milhões de espécies, outros em 30, 50 e até 80 milhões. O importante é frisar que cada espécie
ocupa uma determinada região geográfica.
Uma pergunta clara pode ser: qual ou quais fatores determinaram a distribuição atual?
Obviamente outras milhões de espécies viveram no passado e encontram-se agora extintos, alguns
poucos conhecidos apenas por frações, fósseis desses grupos. Esses registros podem-nos fornecer
dados sobre o ambiente do passado, o clima, tipo de vegetação predominante, comportamento da
espécie, entre outros atributos.
Alguns autores não aceitam a Biogeografia como uma ciência e relacionam a distribuição e
abundância dos seres vivos à Ecologia. Pergunta-se: Qual é a diferença entre Biogeografia e
Com relação ao relevo, encontramos ali três formações principais. Ao sul localiza-se o planalto Central, ao
norte, o planalto das Guianas e, ao centro, a planície sedimentar Amazônica, todos com altitudes inferiores
a 1 500 m. Na planície Amazônica destacam-se dois tipos de relevo: as várzeas, que por se estenderem ao
longo dos rios estão sempre inundadas, e as terras firmes, que cobrem a maior parte da planície e constituem
o domínio da grande floresta.
Enorme riqueza sobre solos pobres - O solo amazônico apresenta baixos índices de nutrientes, é ligeiramente
ácido e bastante arenoso, características que permitem classifica-lo como extremamente pobre. A presença
de grande quantidade de matéria orgânica, carregada desde os Andes pelos rios, faz das várzeas as únicas
áreas agricultáveis da Amazônia.
Na verdade, como em toda mata tropical, os nutrientes minerais encontram-se quase totalmente na
biomassa vegetal, ficando uma pequena quantidade no solo, sobretudo na camada superficial de húmus. A
rápida reciclagem desses nutrientes, de compostos pelos microorganismos do solo e reabsorvidos pelas
árvores, garante o equilíbrio necessário à manutenção da floresta. A única função relevante do solo é a de
dar suporte físico à vegetação. De acordo com estudos do projeto Radam-Brasil, apenas pouco mais de 10%
da Amazônia possui solos de fertilidade compatível com atividades agrícolas.
A incrível diversidade biológica - Calcula-se que dentro da floresta amazônica convivem em harmonia mais
de 20% de todas as espécies vivas do planeta, sendo 20 mil de vegetais superiores, 1 400 de peixes, 300 de
mamíferos e 1 300 de pássaros, sem falar das dezenas de milhares de espécies de insetos, outros
invertebrados e microorganismos. Para se ter uma idéia do que isso significa, existem mais espécies vegetais
num hectare de floresta amazônica de que em todo o território europeu. A castanheira é o exemplo mais
típico de árvore amazônica, sendo uma das mais imponentes da mata. De toda essa variedade, metade
permanece ainda desconhecida da ciência, havendo muitas espécies endêmicas, ou seja, que vivem apenas
numa localidade restrita, não ocorrendo em outras regiões. A vegetação pode ser classificada em: mata de
terra firme (sempre seca), mata de várzea (que se alaga na época das chuvas) e mata de igapó (perenemente
alagada). Como já dissemos, existe também, em menor quantidade, áreas de cerrado, campos e vegetação
litorânea.
O equilíbrio natural da floresta - A Amazônia, como floresta tropical que é apresenta-se como um
ecossistema extremamente complexo e delicado. Sua incrível diversidade biológica confere-lhe uma
infinidade de inter-relações ecológicas de difícil compreensão. As imensas árvores retiram do solo toda a
matéria orgânica nele existente, restando apenas um pouco na fina camada de húmus, onde os
decompositores garantem a reciclagem dos nutrientes. A retirada desses minerais é tão intensa que alguns
rios amazônicos têm suas águas quase destiladas. Ficando praticamente sem matéria orgânica, os peixes e
animais aquáticos dependem, para se alimentar, das folhas e dos frutos que caem das árvores. Para que
possa ocorrer a reciclagem dos nutrientes, é preciso haver um grande número de espécies de plantas, pois
cada uma desempenha uma função no ecossistema. As monoculturas naturalmente comprometem esse
mecanismo e, por isso mesmo, não são recomendáveis. Os animais, que se alimentam das plantas e dos
outros animais, também contribuem, com suas fezes, para o retorno da matéria orgânica ao solo. Além disso,
eles têm importante participação na polinização das flores e na dispersão dos frutos e das sementes. As
constantes chuvas que caem na Amazônia têm um papel fundamental na manutenção do ecossistema.
Muitas vezes as águas nem chegam a atingir o solo, uma vez que ficam retidas nas diversas camadas de
vegetação, sendo rapidamente absorvidas ou evaporando-se ao término da chuva. São elas que garantem a
exuberância da floresta.
Retirando-se a vegetação, por exemplo, esta levaria consigo a maior parte dos nutrientes, e o pouco que
restasse seria carregado pelas fortes chuvas que passariam a atingir diretamente o solo. Sem a existência
dessa matéria orgânica, a floresta não conseguiria se reconstituir, e a tendência natural seria a desertificação.
Dificilmente, porém, teríamos um deserto total, pois a permanência alíseos oriundos do oceano é capaz de
garantir a umidade necessária para algumas formas de vegetação. Mas de qualquer maneira o ecossistema
estaria destruído. E qual seria a conseqüência disso para o globo?
Durante muito tempo atribuiu-se à Amazônia o papel de “pulmão do mundo”. Hoje sabe-se que a quantidade
de oxigênio que a floresta produz durante o dia, pelo processo da fotossíntese, é consumido à noite. No
entanto, devido às alterações climáticas que causa no planeta ela vem sendo chamada de “o condicionador
de ar” do mundo. O desmatamento da Amazônia pode, aparentemente, causar alterações no clima de todo
o planeta, com uma possível elevação da temperatura global pela eliminação da evapotranspiração. Além
disso, o gás carbônico liberado pela queima de suas árvores poderia contribuir para o chamado efeito estufa,
novamente aquecendo a atmosfera.
• Dentre as numerosas espécies fornecedoras de madeira, apenas duas, o mogno e a cerejeira, são
aproveitadas em larga escala - Possuindo 30 bilhões de m3 de madeira, a floresta apresenta grande
quantidade de espécies utilizáveis, mas ainda pouco exploradas.
• Uma árvore que merece destaque é a seringueira, típica da Amazônia - Do seu látex fabrica-se a borracha,
que, apesar dos atuais similares sintéticos, é insubstituível em diversos produtos. O Brasil já foi o maior
produtor, mas hoje importa 70% da borracha que consome.
• Fornecimento de alimentos, madeira e produtos medicinais -Se bem utilizadas, as áreas agricultáveis da
Amazônia podem fornecer alimentos em abundância. A existência de diversas espécies comercializáveis
em estado selvagem, como o cacau, o palmito (açaí) e a castanha-do-pará, faz da região um rico banco
genético para futuros estudos de melhoramento de características, através de cruzamentos e seleção de
exemplares mais apropriados à cultura. A floresta possui um grande número de espécies cujo potencial
de utilização já é conhecido, como o babaçu, o cupuaçu e a pupunha, e várias outras que as pesquisas
ainda podem identificar como úteis ao homem.
• A domesticação de animais amazônicos – como a capivara, o jacaré, a tartaruga e a paca – traz novas
alternativas de produção de alimentos. Também a pesca, se realizada com técnicas adequadas, pode ser
uma rica e perene fonte de proteínas.
Como preserva-los?
Apesar de importante, a preservação de áreas intactas dentro de propriedades agrícolas não é suficiente
para garantir a sobrevivência do cerrado. É necessária a criação de grandes reservas, uma vez que apenas 7%
de sua área total encontra-se protegida por unidades de conservação. Atualmente existem o Parque Nacional
das Emas, o Parque Nacional de Brasília e o Parque Nacional do Araguaia, além de outras pequenas reservas.
O Parque Nacional das Emas, com ais de 130 mil hectares, é a principal área preservada de cerrado brasileiro
e a reserva nacional onde mais facilmente se avista fauna de grande porte. Apesar de sua importância, ele
enfrenta uma série de problemas, entre os quais a contaminação de seus rios pelos agrotóxicos lançados
pelas fazendas de soja vizinhas, o atropelamento de animais nas estradas que o circundam e os incêndios
criminosos que frequentemente destroem sua vegetação. A falta de verbas não permite que seja implantado
o seu plano de manejo, elaborado por técnicos especializados. Esse plano prevê a construção de aceiros
(faixas sem vegetação que impedem o avanço do fogo), a aquisição de carros-pipa e a contratação de
guardas-florestais.
Sem dúvida nenhuma, o fator que limita o desenvolvimento da vegetação é a ausência de água. As chuvas
na caatinga são muito raras e irregulares – num ano pode chover 1 000 mm, e noutro, apenas 200 mm. O
índice pluviométrico médio é de 600 mm anuais, número extremamente baixo. Não são raros os anos inteiros
sem chuvas e as secas calamitosas, que se tornaram uma das características da região.
A temperatura média é de 25o C e, devido à grande quantidade de ventos, a umidade relativa do ar é bastante
baixa.
Os rios que atravessam a caatinga são quase todos temporários, permanecendo secos a maior parte do ano.
Entre os poucos permanentes, destaca-se o São Francisco, o mais importante deles.
A vegetação apresenta uma série de adaptações para se proteger da falta de água. A perda das folhas é uma
estratégia utilizada por quase todas as plantas e visa a eliminar a superfície de evaporação. Algumas possuem
folhas muito finas: o extremo desse tipo de adaptação são os espinhos do cactos. Sistemas de
armazenamento de água, como o desenvolvido pelas “barrigudas”, com seus caules suculentos, também são
bastante comuns. As raízes, bem desenvolvidas, ramificam-se na superfície do solo, e procuram captar o
máximo de água que conseguem durante as chuvas.
Entre as espécies vegetais mais abundantes destacam-se a mimosa, a amburana, a catingueira, a palmatória,
a aroeira, o umbu, a baraúna, a maniçoba, a macambira, o xiquexique, o mandacaru, a coroa-de-frade, a
quixabeira e o juazeiro, uma das poucas que não perde as folhas durante a seca.
fauna da caatinga inclui animais como o sapo-cururu, o calango, o papa-vento1, a cascavel, a jibóia, a
salamanta2, a cobra-cipó, o gavião carcará, as pombas avoante e asa-branca, o saruê, a lavadeira, a gralha
cancã, o sofrê, a cutia, o gambá, a preá, o mocó3, o veado-catingueiro, o tatu-peba, o sagüi-do-nordeste e a
ararinha-azul ou arara-de-Lear, praticamente em extinção.
A caatinga ou um deserto?
Apesar de ser raso e de conter grande quantidade de pedras, o solo da caatinga é razoavelmente fértil. Graças
a isso, boa parte de sua área tem sido utilizada pela pecuária e pela agricultura de subsistência, com cultivos
como o de milho, feijão, mandioca e algodão. Como as chuvas são inconstantes, é muito comum a perda
total das áreas plantadas, o que causa grandes prejuízos aos pequenos agricultores, e muitas vezes os obriga
a abandonar suas terras.
Como nessa região as condições naturais oferecem recursos muito limitados, seria de se esperar uma esparsa
ocupação humana e pouca modificação do quadro natural. Na verdade, isso não ocorre, pois o homem
nordestino trabalha com labor as terras semiáridas da caatinga. Contudo, as técnicas empregadas não são
adequadas para garantir a produção.
Uma condição indispensável para o desenvolvimento de qualquer cultura na região é a construção de açudes
e a irrigação dos solos. Sem essa providência, fica-se à mercê das chuvas, que insistentemente deixam de
cair. Com um bom sistema de irrigação, é possível cultivar diversas hortaliças, café e até uvas, como vêm
fazendo alguns agricultores em pleno sertão baiano.
Apesar dos empreendimentos agrícolas de sucesso, é preciso muito cuidado na escolha das regiões para
ocupação. Pela fragilidade de seu ecossistema, pode-se acelerar um processo de degradação que levará à
desertificação da caatinga. As adaptações dos vegetais e dos animais ao baixo teor de umidade levaram
milhões de anos para se desenvolver, e qualquer interferência humana pode ser desastrosa, pois o equilíbrio
ecológico resultante desse processo é extremamente delicado.
Um dos fatores que têm impedido a transformação da região num imenso deserto é a presença da vegetação,
que garante um ambiente suportável para diversas espécies de animais. Com o desmatamento, o sistema
entraria em colapso e a desertificação seria inevitável. Esse fenômeno já é observável no sertão do Seridó,
uma das maiores regiões do Rio Grande do Norte, com mais de 9 000 km 2, abrangendo 22 municípios. Lá,
considera-se o processo irreversível. O Raso da Catarina (BA), com seus 400 mil hectares, compreendendo
parte dos municípios de Paulo Afonso e Jeremoabo, é a maior reserva de caatinga do Brasil.
A paisagem atual do Nordeste apresenta um quadro de degradação bastante acentuado, sendo raras as áreas
intactas. Se medidas não forem tomadas, como a preservação da vegetação natural ou a implantação de uma
agricultura bem planejada, não conseguiremos evitar a perda total dessa região, que se tornará imprestável
para qualquer uso futuro. Será o primeiro deserto existente no Brasil; e talvez mais pobre em vida do que o
próprio Saara.
Os mais importantes desses rios são o Miranda, o Negro, o Taquari, o São Lourenço, o Piquiri, o Correntes e
o Cuiabá. Devido à pouca declividade do terreno, a velocidade das águas é muito pequena, e o Paraguai não
consegue escoa-las por completo. Forma-se, então, um ambiente alagado, bastante rico em nutrientes,
graças ao depósito de sedimentos trazidos pelos rios.
A riqueza da vida no Pantanal é conseqüência natural da junção de muitos ambientes diferentes, todos com
características biológicas próprias – desde as terras mais altas, sempre secas, onde se pratica a pecuária em
grande escala, até os terrenos permanentemente alagados, além das áreas intermediárias, onde as águas
sobem apenas no período das chuvas.
Ao longo dos cursos de água e nas partes mais elevadas, estão as matas ciliares, importantes para o
ecossistema por serem abrigo de inúmeras aves, e também por impedirem o assoreamento dos rios, uma
vez que “seguram” as terras de suas margens.
Milhares de espécies convivem no Pantanal, graças à grande fartura de alimentos. A riqueza da fauna, sem
dúvida nenhuma, é a mais impressionante característica da região, que apresenta a maior concentração de
aves do continente. O número de espécies é três vezes menor do que o registrado na Amazônia, mas o
número de indivíduos é incrivelmente maior. Com frequência se observam árvores inteiras completamente
ocupadas por grande grupo de garças, patos-selvagens e por tuiuiúis ou jaburus, ave símbolo da região, além
de inúmeras outras espécies.
A população de peixes acompanha a vocação do Pantanal para a grandiosidade: em seus rios se encontra um
dos maiores estoques de peixes de água doce do mundo. A grande maioria desses peixes é de interesse para
O ciclo anual de subida das águas, fenômeno que se registra na época das chuvas, é vital para os seres vivos.
Com a cheia ocorre um grande aumento da população dos microorganismos aquáticos, que formam o
chamado plâncton. Esses microorganismos são o alimento primordial para os pequenos peixes que, nessa
época de fartura, se reproduzem. Os pequenos peixes, por sua vez, alimentam outros maiores, que são
devorados pelos jacarés e pelas aves pescadoras, numa equilibrada teia alimentar. Fechando um ciclo
harmonioso, os excrementos das aves e dos jacarés fornecem nutrientes essenciais à formação do plâncton.
Os animais predadores dessa teia comem apenas o suficiente para sua sobrevivência, e, nesse processo,
ajudam a evitar um crescimento desordenado da população de suas presas. Apesar da intensa predação,
sempre sobrevive um número significativo de filhotes dos animais predados, o que garante a continuidade
da espécie.
Na época das secas, quando as águas voltam a baixar, a população de peixes decresce, uma vez que se
espalha pelos rios que cortam o Pantanal em busca de alimentos. Com a escassez de peixes, as aves
migratórias partem para outras regiões, e os jacarés passam a se alimentar mais moderadamente. Para os
predadores da cadeia alimentar, principalmente os grandes carnívoros, como a onça, sempre existe uma
quantidade suficiente de caça, pois com a ampliação das áreas de pasto, os herbívoros são mais abundantes.
O aparecimento desse pasto nativo é resultado da fertilização das terras pela camada de húmus depositada
pelas enchentes. Essa camada compõe-se de grande quantidade de matéria orgânica que enriquece o solo.
Em seu conjunto, o Pantanal é um dos mais complexos ecossistemas brasileiros, imponente por sua beleza e
riqueza de vida, porém extremamente frágil, dada a delicadeza das intricadas relações de seus componentes.
Apesar disso, nos últimos tempos ele tem sido alvo de uma série de agressões que vêm pondo em risco todo
um equilíbrio conseguido depois de muitos milhares de anos de evolução.
O Pantanal já foi território de diversas tribos indígenas, principalmente os Bororo e os Guató. Hoje vive na
região uma população que em sua maioria descende desses índios e é formada por um tipo humano bastante
característico: o peão pantaneiro. Trata-se de um mestiço que se acostumou a viver de acordo com as
peculiaridades de seu ambiente. A proximidade com as terras paraguaias justifica a intensa influência cultural
do país vizinho sobre o pantaneiro. A música preferida são as polcas e as guarânias, e a bebida mais
consumida é o tererê – o mate paraguaio. A quase totalidade desses homens trabalha nas grandes fazendas
em que se pratica a pecuária extensiva. A pecuária foi implantada em meados do século XVIII, e por mais de
duzentos anos se desenvolveu de forma desorganizada. Como não havia cercas divisórias entre as fazendas,
o gado era criado solto e os rebanhos de fazendas vizinhas frequentemente se misturavam. Esses rebanhos
conviviam pacificamente com os outros animais silvestres do Pantanal, sem provocar grandes desequilíbrios
no ambiente
.
A economia pantaneira e seu crescimento
O cruzamento de animais da raça nelore com o rebanho local permitiu o aparecimento de uma variedade
mais produtiva que, no entanto, não perdeu as características adaptativas necessárias para viver nesse
ambiente. Uma vez que passaram a investir mais em suas criações, os fazendeiros se viram compelidos a
resguardar seu patrimônio e, com isso, passaram a construir cercas em suas fazendas. A atividade criatória
começava a se tornar mais racional, e a produção aumentou consideravelmente.
Como o acesso às fazendas do Pantanal é muito dificultado pelas características do ambiente, a necessidade
de escoar rapidamente a crescente produção de carne e leite levou o governo federal a iniciar na década de
60 as obras para a abertura de uma estrada, conhecida como Transpantaneira, planejada para unir Cuiabá
(MT) a Corumbá (MS). Para evitar as cheias anuais, o leito da estrada foi levantado e construíram-se dezenas
de pontes. Apesar dessa providência, ela se torna intransitável na época das chuvas.
Além de ter causado grandes danos ao ambiente, provocando cheias anormais pela barragem de alguns rios,
a estrada facilitou o acesso de caçadores e pescadores, que encontram à suas margens farta variedade de
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Como pudemos constatar, a situação ambiental do Brasil não é das melhores. Os desmatamentos estão
acabando com as florestas, os rios vêm sendo poluídos e nossa fauna está desaparecendo. E o mais
preocupante é o ritmo desenfreado com que essa destruição está se efetuando. Cada vez mais se destrói em
nome do crescimento econômico, e é ínfima a preocupação com a preservação.
Hoje, a maioria dos brasileiros vive em cidades, distanciada da natureza. Para garantir o padrão de vida da
população urbana, exige-se o sacrifício do meio ambiente. Os problemas sociais típicos das grandes cidades
parecem ter uma importância infinitamente maior do que a destruição da natureza. Mas sem ela, é bom
lembrar, não será possível nossa sobrevivência.
O Brasil é um país de desigualdades sociais. As condições de vida da maior parte de seus habitantes estão
muito aquém do minimamente digno. Diante de tal situação podemos perguntar: como um cidadão que vive
na favela vai se preocupar com o fim da Amazônia? Como convence-lo de que é importante lutar pela
preservação ambiental? É claro que os problemas de seu dia-a-dia são para ele muito mais urgentes – dizem
respeito a sua sobrevivência imediata. No entanto, fica esse impasse: como pode ter consciência ecológica
um povo que passa fome?
A luta por uma distribuição de renda mais justa para a população brasileira deve ser, sem dúvida, a prioridade
nacional, mas a morte de nossos ecossistemas só agravaria o quadro de degradação de nossa qualidade de
vida.
assoreamento de açudes )
150 mil
Pecuária extensiva / Pesca Predatória e caça ao jacaré / Garimpo de Ouro e
Km2 / área
Pedras nos Rios Paraguai e S. Lourenço / Turismo e migração desordenados e
inundável:
PANTANAL predatórios / Manejo inadequado dos Cerrados (assoreamentos / erosão /
100 mil
contaminação dos rios com biocidas e fertilizantes)
Km2
210 mil
2
Criação de gado sob pastoreio / Queimadas / plantio de soja e trigo /
CAMPOS / Km / área desertificação / Introdução de espécies arbóreas exóticas (frutíferas de clima
MATAS DE de
temperado) / Perda de habitats naturais e extinção de espécies /
ARAUCÁRIA Araucária Aprofundamento dos lençóis freáticos
300 mil ha
O ser humano têm variado as atitudes e reações ao ambiente através do tempo, variando em função de sua
tecnologia, cultura, religião e desenvolvimento social e econômico, ainda hoje as relações do ser humano
com o ambiente variam em função dessas variáveis ou em nome de um progresso tecnológico e econômico,
ou mesmo o abandono de toda tecnologia em uma “volta à natureza” mais humana e menos mercadológica.
A tradição cultural desempenha importante papel no processo de decisão que define o comportamento dos
grupos sociais humanos em relação ao ambiente, determinando, desta forma, o papel modelador da
paisagem do fator humano. Assim sendo, pode-se dizer que as diferentes posturas humanas de relação com
o ambiente , são tão diversas quanto forem as tradições culturais observadas no planeta, tendo que
considerar, ainda, a diversidade de estratos ou castas sociais, conforme for o caso, o que determina uma
diversidade de posturas mesmo dentro de uma cultura homogênea.
Quando considera-se a arquitetura da paisagem em dado momento, deve-se levar em conta que o processo
de modificação desta arquitetura é resultante da interação de fatores ambientais, humanos e tecnológicos,
que mudam sucessivamente os diferentes usos da paisagem, alterando os fatores ambientais e
retroalimentando o próprio processo de modificação.
Quando o homem provoca uma alteração em seu ambiente, visa normalmente um fim imediato e óbvio, no
entanto, geralmente as modificações introduzidas são em grande parte involuntárias e, aparentemente, tão
reduzidas que se diriam insignificantes. A soma desta pequenas e insignificantes ações , por outro lado,
podem ter implicações globais devido ao alto grau de interdependência do fenômenos planetários, ou seja
o Planeta é um grande sistema, no qual todos os seus componentes interagem. Essa interação permite a
autorregulação, a recuperação ou mesmo a degradação ambiental.
Os solos encontram-se em equilíbrio dinâmico com os fatores que determinam as suas características : o
clima, os materiais de origem, a topografia, a biota e o tempo.
Qualquer mudança em uma dessas variantes afetará o solo ; a reação a determinada mudança ambiental,
porém, varia de solo para solo em função da sua sensibilidade a cada tipo de tensão, resultante de suas
característica físicas e químicas de origem.
A ação do homem tem de ser acrescentada à lista de fatores que determinam o caráter do solo, visto que ela
assume, pelo menos ao nível local, maior significado que todos os demais fatores naturais em conjunto. A
textura dificilmente muda, mas a parte química e a biológica variam com muito mais facilidade, o que traz
efeitos posteriores para a estrutura e a drenagem.
É possível alterar a composição química do solo, conhecendo-se sua composição e corrigindo-a para melhor
atender às necessidades da cultura vegetal de interesse.
Com a drenagem, estes compostos chegam até os corpos de água. como lagos, lagoas, riachos, córregos e
rios. Essa introdução de fertilizantes ou matéria orgânica em águas caracteriza o processo chamado
EUTROFIZAÇÃO, que basicamente inicia-se com decomposição bacteriana - no caso de lançamento de
matéria orgânica, ou absorção dos nutrientes pelas plantas aquáticas e algas - no caso dos fertilizantes. Em
ambos os casos, a principal conseqüência é o aumento exagerado do número desses organismos (bactérias ,
plantas ou algas ) , que diminuem intensamente a concentração de Oxigênio nas águas, levando peixes à
morte. Esse aumento de vegetais aquáticos ou de algas é conhecido por FLORAÇÃO DAS ÁGUAS.
Outro processo de alteração química do solo é a correção do pH do solo através da calagem mantendo-o em
um ótimo para a cultura desejada. Essa atuação é bastante comum nos solos tropicais, que são ácidos. A
região centro-oeste, domínio original dos CERRADOS, apresenta esse problema. As grande monoculturas de
cana-de-açúcar e soja, só são possíveis graças a correção do solo, de modo geral um processo caro !
A excessiva irrigação, por outro lado, pode provocar a salinização de certos tipos de solos, como os do SEMI-
ÁRIDO, tornando-os impróprios para cultivos de interesse econômico assim como para o desenvolvimento
de uma vegetação natural. Nesses solos, a drenagem é muito rápida, além do que praticamente nenhuma
água é totalmente desprovida de sais, levando a uma concentração salina comprometedora à agricultura
tradicional. Isto, impõe desafios criativos de natureza tecnológica para a região. Ainda em relação ao tipo de
ocupação humana, temos que como conseqüência da atividade agrícola ocorre a aplicação de nutrientes e
defensivos agrícolas no solo e a remoção sazonal da cobertura vegetal.
Do ponto de vista do solo, o principal dano decorrente da sua utilização é a suscetibilidade à erosão, a qual
é causada pela ação das águas e do vento e conseqüente remoção das partículas do solo.
A disposição indiscriminada de resíduos sólidos - lixo e efluentes líquidos - esgoto, no solo é outro uso do
solo que tem se mostrado inadequado uma vez que ocorre ao longo do tempo a infiltração dos líquidos
gerados na decomposição dos resíduos - chorume, aos quais se soma a fração das águas pluviais que se
infiltram no solo e que nessa passagem lixiviam esses resíduos carreando substâncias para as camadas mais
profundas e para os aqüíferos subterrâneos causando contaminação desses importantes mananciais de
águas. Os efeitos desses sistemas de disposição de resíduos no solo tendem a ser de natureza localizada.
Ocorre também nos locais de disposição de resíduos orgânicos a aeracão de gás, constituído basicamente,
de metano e gás carbônico, o qual limita o suprimento de oxigênio para as camadas superficiais do aterro,
causando a morte da vegetação. Destacam-se entre as fontes de poluição do solo aquelas de origem natural,
aquelas derivadas da atividade humana a saber:
A grande mudança na relação entre o homem e os demais seres vivos ocorreu com a transição da sociedade
mesolítica, na qual o homem era essencialmente caçador e coletor, caracteristicamente nômade, para a
economia neolítica, na qual o homem passou a ser agricultor e domesticador-criador de diversas espécies
animais, caracteristicamente fixo a um determinado lugar.
O homem tornou-se uma "espécie natural" extremamente importante no processo evolutivo dos seres vivos
no planeta, substituindo a seleção natural pela humana, destacando-se como força natural controladora de
outros organismos.
As alterações nos padrões da vegetação e dos animais obedeceram a uma série de razões, sempre levando
em conta os interesses humanos de eliminação de doenças e manutenção de animais e vegetais de seu
consumo, através da eliminação de seus predadores e parasitas. Porém a influência do homem sobre a
biosfera não foi uniforme.
A modificação dos padrões da vegetação para fins agrícolas ou florestais, com a conseqüente mudança no
microclima, levou inevitavelmente à modificação das propriedades do solo, em face da estreita relação causal
dos três aspectos : clima - solo - vegetação.
A tendência geral tem sido no sentido de degradar o estado da vegetação, reduzindo a diversidade das
espécies e a biomassa. O objetivo é destinar essas áreas à AGRICULTURA; URBANIZAÇÃO;
INDUSTRIALIZAÇÃO; PROJETOS DE ASSENTAMENTO (COLONIZAÇÃO); PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO
(ESTRADAS / HIDROELÉTRICAS / USINAS NUCLEARES / MINERAÇÃO ) ; EXTRATIVISMO VEGETAL;
EXPORTAÇÃO DE MADEIRA; PRODUÇÃO DE CARVÃO entre outros, que destroem ou simplificam
intensamente os habitats, comprometendo diretamente a sustentabilidade da Fauna, como veremos.
Mais do que com a vegetação, a interferência humana nas populações animais redundou em efeitos mais
abrangentes e imprevisíveis, alterando sua densidade e levando várias espécies à extinção, assim como
ameaçando tantas outras, atualmente.
Por exemplo, a extinção acidental de um inseto não é nada em comparação com as explosões populacionais
provocadas pelo homem ao retirar algum freio à expansão dentro do ecossistema, pelo menos do ponto de
vista da saúde pública.
Como a vegetação intacta representa a resposta biológica à totalidade dos fatores ambientais : solo - relevo
- clima, também a sua correlação com esses outros subsistemas globais é muito sensível. As conseqüências
das modificações na distribuição de animais, normalmente, apresentam alcance igual, embora sejam mais
sutis e difíceis de descobrir.
No princípio o interesse do homem pelo mundo biológico derivava da necessidade de comer e de competir
com os predadores, objetivos atualmente promovidos pelo controle genético de plantas e animais e pelos
esforços para controlar os insetos transmissores de doenças ou os próprios microrganismos.
No entanto, lado a lado com esta abordagem "racional" e empírica do mundo natural, tem havido
inconstância relativamente a outras formas de vida, o que só agora começa a mudar, com o homem
aceitando sua integração no mundo da natureza.
O homem alterou pela primeira vez a ação local da atmosfera e, portanto, o clima, há 7 ou 9 mil anos, ao
mudar a face da terra com a derrubada de florestas, a semeadura e a irrigação, desde então o controle das
forças atmosféricas é quase inteiramente defensivo, procurando-se evitar as piores conseqüências do
intemperismo climático.
O controle positivo do clima é extremamente limitado em área e intensidade, no entanto é provável que no
decurso deste século o homem tenha começado inadvertidamente a acelerar o ritmo de mudança do clima
do globo.
Supõe-se que a tendência natural para o resfriamento no clima mundial desde a década de 50 já foi detida,
esperando-se um aquecimento perceptível lá pelo ano 2000, por volta de 2050 talvez tenhamos o clima mais
quente dos últimos 1000 anos.
Se o gelo derreter em proporções consideráveis, isso provocaria outras grandes e talvez irreversíveis
distorções na circulação atmosférica e nos padrões do equilíbrio térmico. Tais alterações são consideradas
como sendo prováveis conseqüências diretas da modificação da composição atmosférica especialmente do
teor de poeira e gás carbônico - decorrentes das altas taxas de urbanização e poluição.
Uma vez que a atmosfera é um sistema contínuo e único, pode-se concluir que as mudanças são
transmissíveis em toda sua extensão, assim uma alteração em pequena escala pode ter conseqüências
globais.
Por conseguinte, está associado ao AUMENTO DO EFEITO ESTUFA, e não a sua origem, pois Efeito Estufa é
uma propriedade que certos corpos tem de ser permeáveis a luminosidade e impermeáveis ao infravermelho
(ondas de calor), como por exemplo o plástico, o vidro e a atmosfera.
Essa propriedade atmosférica é fundamental para que o planeta não resfrie muito durante a noite e aqueça
demais durante o dia, o que comprometeria a vida, pois faria com que a água do Planeta, congelasse ou
vaporizasse, impedindo o seu papel biológico, junto aos seres vivos. Logo, o Efeito Estufa é fundamental. O
que pode ser polêmico está associado ao seu aumento e suas possíveis consequências!
A influência humana sobre o clima é muito difícil de avaliar, pode-se supor e evidenciar as alterações
provocadas em escala microclimática, por exemplo a construção de um reservatório de água e
mesoclimática, por exemplo a presença de uma grande cidade e a constatação de que ela é uma ilha de calor.
No entanto alterações macroclimáticas podem estar associadas a processos planetários globais. Não vamos
esquecer que o Planeta tem cerca de 4,5 bilhões de anos e já esfriou e esquentou várias vezes, mesmo antes
de o homem - Homo sapiens, andar por aqui!
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
A atmosfera recebe, anualmente, milhões de toneladas de gases tóxicos, como monóxido de carbono,
dióxido de enxofre, óxido de nitrogênio e hidrocarbonetos, além de partículas que ficam em suspensão. As
principais fontes geradoras de poluição atmosférica são os motores dos automóveis, as indústrias
(siderurgias, fábricas de cimento e papel, refinarias etc.), a incineração de lixo doméstico e as queimadas de
florestas para expansão da lavoura.
O monóxido de carbono (CO) é um gás incolor, inodoro, um pouco mais leve do que o ar e muito venenoso.
Ele é produzido durante a queima incompleta de moléculas orgânicas, e sua maior fonte emissora são os
motores a combustão dos automóveis. O monóxido de carbono tem a propriedade de se combinar
irreversivelmente com a hemoglobina do sangue, inutilizando-a para o transporte de oxigênio. O indivíduo
afetado por esse gás tem sintomas de asfixia, com aumento dos ritmos respiratório e cardíaco. A exposição
prolongada ao monóxido de carbono pode levar à perda de consciência e à morte.
Inversão térmica
Em condições normais, a temperatura da atmosfera diminui gradativamente com a altitude, o que facilita a
dispersão dos poluentes para as camadas mais altas da atmosfera.
Em certas épocas do ano, principalmente no inverno, pode ocorrer o fenômeno atmosférico denominado
inversão térmica, causado pela interposição de uma camada de ar quente entre camadas de ar frio em certa
altitude. A camada quente impede a dispersão de poluentes, que ficam aprisionados junto à superfície Nessas
ocasiões ocorre grande aumento de casos de irritação das mucosas e problemas respiratórios.
A poluição do ar, além dos aspectos tóxicos discutidos anteriormente, também é responsável pela ocorrência
de dois fenômenos que afetam globalmente a Terra: o efeito estufa e a destruição da camada de ozônio.
Efeito Estufa
Propriedade que certos corpos, materiais e substâncias apresentam em ser permeáveis a luminosidade e
impermeáveis ao infravermelho (calor). Ou seja, mantém alta a temperatura interna por reter calor. A
Atmosfera apresenta EFEITO ESTUFA, graças a certos gases que a compõe : CO2 , CH4 , CFC , N2O e vapor de
H2O. Essa característica da atmosfera é importante pois a temperatura do planeta pode ser considerada estável,
visto que as máximas e mínimas não são extremas, o que permite que a maior parte da água do planeta esteja
no estado líquido - indispensável à vida. Todos esses gases absorvem calor (ondas de infravermelho) e podem
ser responsáveis pelo possível aumento de temperatura do planeta - AUMENTO DO EFEITO ESTUFA.
A quantidade de gás carbônico, um dos principais causadores do efeito estufa, vem aumentando
significativamente na atmosfera desde a Revolução Industrial, quando o homem começou a empregar a
queima de combustíveis (carvão e petróleo) em larga escala, para produzir energia. Com isso, a concentração
de gás carbônico no ar se elevou, nesses últimos 100 anos, de 0,029% para quase 0,04% da composição
atmosférica, o que corresponde a um aumento da ordem de 38%. Embora sem estimativas precisas, sabe-
se que a quantidade de metano presente na atmosfera também vem crescendo. Esse gás resulta da
decomposição da matéria orgânica, e sua concentração na atmosfera aumenta proporcionalmente ao
crescimento da população. Isso se deve à maior produção de lixo e esgotos e ao aumento das áreas de
terrenos alagados, onde se cultiva arroz e há grande decomposição de matéria orgânica.
O efeito estufa vem despertando polêmicas na Europa, nos Estados Unidos e no Japão. As pessoas
demonstram preocupações quanto ao inverno, que já não parece ser tão frio como antigamente. As imagens
de impacto mostram desertos se expandindo, cidades costeiras inundadas e grandes alterações climáticas.
Um aumento dessa ordem provocaria grandes mudanças no clima da Terra. Nas regiões tropicais ocorreriam
tempestades torrenciais. Nas regiões temperadas o clima poderia se tornar mais quente e seco. As regiões
polares poderiam ter grande parte do gelo derretida, com elevação do nível dos mares e inundação de
cidades litorâneas e planícies. Uma inundação da Amazônia, com submersão da floresta. Levaria à formação
de uma imensa bacia de decomposição, o que produziria mais metano, acentuando ainda mais o efeito
estufa.
A Camada de Ozônio, também chamada de Ozonosfera, trata-se de uma das camada de nossa atmosfera,
que está localizada a cerca de 50 Km da superfície do planeta. É constituída basicamente de Ozônio - O3 ,
formado na seguinte reação : O2 + 1/2 O2 + Ultra violeta → O3 ; isto quer dizer que na formação do ozônio,
as radiações Ultra Violeta A e B ( UVA / UVB ) são consumidas, não atingindo a superfície terrestre, portanto.
Veja em seguida:
Logo, podemos dizer que o ozônio funciona como um "filtro" dessas radiações, que é um fato muito
importante visto que são radiações MUTAGÊNICAS e, portanto, CANCERÍGENAS, sobretudo para a pele
humana. Abaixo , vemos a formação do ozônio na presença de ultra violeta.
Medições recentes, feitas na Antártida, indicam um grande aumento da mortalidade das algas marinhas do
plâncton, principalmente entre os meses de setembro e dezembro, quando o buraco de ozônio atinge sua
extensão máxima. Além do prejuízo para as cadeias alimentares marinhas, a morte das algas planctônicas
também pode afetar o clima, uma vez que elas liberam dimetil-sulfeto, que auxilia a formação de nuvens,
pois servem como núcleos de condensação.
O homem intervem nos processos pluviométricos, de drenagem e de reservatórios subterrâneos, o que altera
as proporções de estoques de água em seus três estados físicos, o que acarreta alterações climáticas globais.
No entanto o homem prefere intervir no sistema hidrológico nos pontos em que a relação custo / benefício
seja a melhor, empregando a tecnologia disponível.
Os principais pontos de interferência humana no ciclo hidrológico se dão, quanto à modificação dos índices
de precipitação e até mesmo por captação das águas pluviais.
A umidade do solo é alterada em função de sua ocupação e uso indisponibilizando-a para a vegetação por
exemplo, e fazendo o solo mais suscetível à ação erosiva. O escoamento superficial modificado pela alteração
dos sistemas de drenagem promovidos pela ocupação.
A água na atmosfera que pode ser liberada em maior quantidade devido aos desmatamentos, levando a uma
alteração da evapotranspiração. A alteração do fluxo fluvial que altera profundamente a distribuição dos
recursos hídricos para a fauna e flora, assim como para o homem.
A extensão e a intensidade das alterações demonstram a relativa facilidade com que o homem pode
manipular a água doce e a necessidade de assim proceder para sua sobrevivência. Os fatores econômicos e
sociais constituem as limitações mais freqüentes da alteração da água.
A indústria extrativa exerce efeitos sobre a qualidade da água, se estiver localizada perto da corrente. A
mineração a céu aberto poderá provocar contaminação sedimetológica e química. A extração subterrânea
de carvão muitas vezes faz com que a drenagem ácida das minas chegue aos rios. Os oceanos são
fundamentais no processo de controle dos fluxos globais de energia e, consequentemente, no ambiente geral
do planeta, principalmente devido ao "alto calor específico" da água que retém calor, representam, pois,
papel fundamental, desta forma nos processos climáticos globais, como pode ser exemplificado pelos
fenômenos el niño e la niña, que resultam provavelmente do aquecimento diferenciado de massa de águas
oceânicas.
Por outro lado, o papel do fitoplâncton oceânico é fundamental no controle atmosférico do carbono fixando-
o a partir da atmosfera e produzindo 75% do oxigênio atmosférico, além de poder estar diretamente ligado
à formação de nuvens pela liberação de gases que funcionariam como núcleos higroscópicos ou de
condensação, representando, portanto, importante componente na determinação do clima global, quanto
aos níveis de precipitação.
Os oceanos são cada vez mais impactados devido a sua utilização como via de transporte ou fonte de
matérias-primas, além de SER CONSIDERADO UM EXCELENTE DEPÓSITO DE EFLUENTES E RESÍDUOS SÓLIDOS
DEVIDO A SUA GRANDE CAPACIDADE DE AUTODEPURAÇÃO, QUE É LIMITADA COMO DE QUALQUER
AMBIENTE.
Como impacto direto da extratividade realizada pelas indústrias geradoras de matérias-primas podemos
citar: perfurações petrolíferas; extração de enxofre; de areia; de pedregulho; de magnetita; de diamantes;
de ouro; de cromita; de fosfato; de tungstênio e de nódulos de manganês.
Atividade não evidente no Brasil, apesar da imensa costa - cerca de 8.500 km - observa-se pouca
produtividade em tonelagens para os principais grupos de peixes no mercado e muitas perdas, enfim a pesca
é tradicionalmente artesanal e ligada as culturas caiçaras - em extinção. Outros pontos importantes são o
baixo nível tecnológico dos equipamentos e barcos, além do que nossas águas quentes são reduto de alta
biodiversidade, mas baixa densidade populacional, ou seja, cardumes reduzidos.
É a contaminação dos recursos hídricos. O crescimento populacional e os padrões de vida mais elevados
exigem maior demanda de recursos hídricos, exigência que não pode ser atendida pelo ciclo natural
hidrológico. Consequentemente, a qualidade da água superficial e subterrânea, tanto dos mares quanto de
rios e lagoas, é progressivamente prejudicada. Uma certa quantidade de poluentes pode ser assimilada por
diluição ou pela atuação de organismos na cadeia alimentar que se ajustam as mudanças na qualidade da
água. Além desses limites, porém, a poluição representa uma ameaça real à qualidade da água, à saúde e ao
meio ambiente.
Produtos químicos tóxicos, tais como os metais pesados cádmio e mercúrio, produzidos em algumas
operações industriais e de mineração, e despejados nos rios, lagos ou águas costeiras, podem matar os
organismos vivos e se acumular nos tecidos dos peixes e crustáceos, que fazem parte da cadeia alimentar
humana, podendo provocar graves danos à saúde. Observe a seguir um esquema simplificado de uso de água
para resfriar o reator de uma usina nuclear.
Outros poluentes metálicos possivelmente nocivos são o alumínio, utilizado no tratamento de águas, que já
foi relacionado ao mal de Alzheimer, e o chumbo, utilizado nos encanamentos de algumas casas antigas e
identificado como causa de danos cerebrais em algumas crianças.
Os poluentes orgânicos da água doce e salgada, tais como resíduos animais, podem ameaçar a sobrevivência
de peixes pela redução da quantidade de oxigênio dissolvido disponível, enquanto o uso excessivo de
fertilizantes agrícolas e a liberação de nitrogênio podem provocar a disseminação de algas venenosas.
Em países nos quais não há tratamento adequado de água e esgoto, a poluição da água utilizada pela
população pode contribuir para a disseminação do cólera, do tifo e da malária, assim como ser responsável
por doenças parasíticas aquáticas como a esquistossomose, que afeta aproximadamente 200 milhões de
pessoas em todo o mundo.
A água é armazenada e aerada antes de entrar neste sistema. A aeração reduz o cheiro e o gosto. A
coagulação e a sedimentação reduzem as bactérias da água. A filtragem remove fisicamente as partículas
residuais e alguns materiais orgânicos dissolvidos por ação biológica. A desinfecção pela cloração elimina
todos os elementos patogênicos antes que a água entre no sistema de abastecimento.
O primeiro estágio do tratamento de águas é armazenar a água não tratada em um reservatório, onde a ação
combinada da sedimentação (precipitação por gravidade de substâncias em suspensão) e da luz ultravioleta
e visível elimina substancialmente as bactérias. Entretanto, no varia, em áreas de temperatura alta podem
surgir algas em águas ricas em nutrientes. Para combater isto, a filtragem lenta com areia tem sido usada
desde o início do século 19; isto depende de uma combinação de filtragem direta e da ação bacteriana no
interior das camadas superiores do leito de areia. Filtros modernos mais rápidos empregam tratamentos
químicos, particularmente com sulfato de alumínio, para coagular sólidos em suspensão antes que estes
sejam removidos par um clorificador. A água é comumente desinfetada com cloro, embora isto possa
provocar um gasto desagradável quando certas substâncias orgânicas estão presentes.
Depois do tratamento, a água é armazenada em um reservatório de serviço, que pode ser uma cisterna
fechada subterrânea, nas regiões elevadas, ou, em regiões planas, uma caixa d’água. Isto garante alguns dias
de suprimento e, devido a sua altura, exerce a pressão necessária para a distribuição local.
Os reservatórios localizados em terras altas distantes das cidades exigem aquedutos de grandes
comprimentos; entradas para a água dos rios e lagos usualmente têm um reservatório local para fornecer o
suprimento adequado quando os níveis de água são baixos e permitem a seu fechamento para impedir
poluição temporária. As aqüíferas (rochas que contém água) profundas são aproveitadas por meio de poços
e muitas vezes fornecem água de melhor qualidade.
O acesso a rede é dada por postigos de inspeção e manutenção. Em um sistema que combina o escoamento
de águas servidas com o seu tratamento, ambas as águas, servidas e pluviais, são escoadas para a estação de
tratamento; em sistemas separados, águas pluviais não - tratadas são escoadas diretamente para a curso de
água mais próximo.
TRATAMENTO PRELIMINAR > Tem a finalidade de remover sólidos grosseiros e é aplicado normalmente a
qualquer tipo de água residuária. Consiste de grade, peneiras, caixas de areia, caixas de retenção de óleos e
graxas.
TRATAMENTO PRIMÁRIO > Recebe essa denominação nos sistemas de tratamento de águas residuárias de
natureza orgânica, muito embora seja utilizado para qualquer tipo de despejo. Tem a finalidade de remover
resíduos finos dos efluentes. Consiste de tanques de flotação, decantadores, fossas sépticas,
floculação/decantação.
TRATAMENTO SECUNDÁRIO > É utilizado para a depuração de águas residuárias através de processo
biológico e tem a finalidade de reduzir o teor de matéria orgânica solúvel nos despejos. Consiste de lodos
ativados e suas variações, filtros biológicos, lagoas aeradas, lagoas de estabilização, digestor anaeróbico e
fluxo ascendente e sistemas de disposição no solo.
TRATAMENTO TERCIÁRIO > É um estágio avançado de tratamento de águas residuárias e visa a remoção de
substâncias não eliminadas a níveis desejados nos tratamentos anteriores como nutrientes, microorganismos
patogênicos, substâncias que causam cor nas águas, etc. Consiste de lagoas e maturação, cloração,
ozonização, filtros de carvão ativo, precipitação química em alguns casos.
TRATAMENTO DE LODOS > Utilizado para todos os tipos de lodos, visa a sua desidratação ou adequação para
disposição final. Consiste de leitos de secagem, centrífugas, filtros prensa, filtros a vácuo, digestão aeróbia
ou anaeróbia, incineração, disposição no solo.
SANEAMENTO BÁSICO
O Saneamento básico é um dos objetivos da área da SAÚDE PUBLICA que lida com o controle ambiental ,
com a prevenção e o combate a doenças infecto-contagiosas. As atividades sanitárias incluem a
processamento e a distribuição de alimentos, no intuito de prevenir a contaminação dos produtos
alimentícios durante os diversos estágios de manipulação. O sanitarismo supervisiona igualmente o
tratamento de água potável e de esgotos, visando a combate de bactérias, vírus etc., e procurando reduzir
os despejos de dejetos sólidos e produtos químicos nos rios, lagos e outros recursos hídricos (de que se serve
a população).
As autoridades sanitárias são responsáveis ainda pelo controle ou erradicação de agentes transmissores de
doenças, como insetos e roedores, bem como o esclarecimento da população sobre a adoção de medidas
sanitárias básicas.
Eutrofização
Podem muitas vezes causar danos sérios ao meio ambiente, em virtude de serem lançados em grandes
quantidade em corpos de água – rios, além do que por vezes são tóxicos, ou se tornam tóxicos após algum
tempo em solução.
A partir do lançamento de efluentes orgânicos, basicamente ocorrerá DECOMPOSIÇÃO AERÓBICA (presença de O2),
que diminuirá a concentração de O2 e aumentará a quantidade de nutrientes (nitratos e fosfatos), que permitiria o
crescimento acelerado de algas e plantas aquáticas – FLORAÇÃO DAS ÁGUAS.
Esse crescimento de algas consome mais O2 da água, matando grande parte do número de peixes. Essa mortandade
de peixes aumenta ainda mais a matéria orgânica. Portanto, segue-se a decomposição, porém ANAERÓBICA desta vez,
que libera novamente nutrientes, acelerando o crescimento de algas, dando cor, sabor e odor desagradáveis à água,
tornando difícil o tratamento para a potabilização.
Maré vermelha
Fenômeno semelhante a eutrofização. Suas conseqüências podem ser bastante parecidas, porém as causas
são diferentes. Ocorre alteração da cor da água (tons de vermelho) em virtude de presença de toxinas
liberadas no grande crescimento populacional de algas PIRROFICEAS, em condições específicas. Causa uma
grande mortandade de peixes e crustáceos por envenenamento. Cuidado! Pirrofíceas não são algas
vermelhas!
A melhor solução para o problema dos esgotos é seu reaproveitamento. Eles devem ser tratados de modo
que os microorganismos sejam mortos, e as impurezas, eliminadas. A água proveniente de esgotos, uma vez
removidas as impurezas, pode ser reaproveitada. Os resíduos semi-sólidos, resultantes do tratamento dos
esgotos, podem ser utilizados como fertilizantes, enquanto o gás metano, produzido pela putrefação da
matéria orgânica, pode ser utilizado como combustível.
Com o emprego da energia e matéria há uma produção intensa de calor e resíduos. Todos os aspectos do
ambiente são alterados pela urbanização e a industrialização, inclusive o relevo, o uso da terra, a vegetação,
a fauna, a hidrologia e o clima. A intensidade da mudança está ligada à densidade da área edificada e à
extensão da industrialização, principalmente da indústria extrativa ou pesada, e não se restringe a área
urbana, atingindo periferias e zonas rurais.
No ambiente urbano as mudanças climáticas são mensuráveis e nítidas. Sobre as cidades paira uma “abóbada
ou domo climático” típico, dentro da qual as propriedades de conteúdo, temperatura, umidade e vento
atmosféricos distinguem-se claramente do clima regional dominante, caracterizando-as como ILHAS de
CALOR.
Em grandes cidades, com um milhão de habitantes ou mais, o clima alterado paira de 50 a 300 metros acima
do solo e se estende dezenas de quilômetros a barlavento - direção que o vento segue depois que passa pela
cidade. Acredita-se que as alterações atmosféricas são responsáveis por mudanças na forma da radiação
solar que alcança o solo e talvez pelo aumento dos índices pluviométricos das regiões urbanas. A enorme
frota de veículos produz a POLUIÇÃO FOTOQUÍMICA, derivado da emissão de óxidos de nitrogênio, inversões
térmicas e baixas velocidades de vento contribuem para o aumento deste tipo de poluição concentrando-a.
A CHUVA ÁCIDA, de origem antrópica, é um dos resultados secundários da poluição fotoquímica, assim além
dos óxidos de nitrogênio, o anidrido sulfuroso e o gás carbônico acidificam as chuvas, e como resultado, ou
impacto a chuva ácida acelera o intemperismo químico (decomposição), principalmente de edifícios, além
de agravos à saúde.
Tanto a urbanização como a indústria extrativa acarretam alteração do relevo, mas a indústria, em particular,
é responsável pela criação da terra largada ao "deus dará" , como resultado da exploração de pedreiras, da
mineração a céu aberto, dos movimentos de terra, do abandono de edifícios ou, indiretamente, por
subsidência da terra.
Nas zonas de concentração da indústria pesada, o impacto ecológico costuma se estender até muito longe
da fonte, como por exemplo a CHUVA ÁCIDA, mais ainda, se considerarmos que as grandes rodovias
constituem extensões lineares do complexo urbano - industrial. As emissões dos escapamentos e os despejos
nas beiradas acumulam materiais tóxicos no solo, em níveis que vão de 5 a 50 vezes o normal, principalmente
cádmio, zinco e níquel.
A primeira característica das áreas urbanas - alta intensidade de mudança - também é evidente a respeito
dos ecossistemas. A cidade constitui um complexo ecossistema humano, mas, longe de ser um deserto para
outras formas de vida, ela cria, deliberadamente, ou não, uma variedade de ambientes que são colonizados
por criaturas vivas. Alguns deles são variantes de condições naturais (parques e jardins), outros não. As
populações de espécies que possuem as adaptações necessárias proliferam em detrimento daquelas que não
as possuem.
Outra distorção dos ecossistemas naturais é a vantagem conferida aos seres vivos que logram sobreviver sob
um esforço ambiental bem severo, ou seja, aqueles que apresentam NICHO ECOLÓGICO bastante amplo.
Município-sede Pop. total (1) Pop. urbana (2) Tx. Urban. (2/1) % Part. Urb. Bra.
Fonte: Sinopse Preliminar do Censo Demográfico. IX Recenseamento Geral do Brasil, 1980. FIBGE, Rio de
Janeiro, 1981
Tabela 2: Participação da População (%) do Município de São Paulo em relação à População Urbana do
Brasil e do Estado de São Paulo
Por exemplo, os rios, nas áreas urbano-industriais, geralmente possuem baixo teor de oxigênio em solução,
estando fortemente poluídos com sedimentos e materiais em suspensão, muitas vezes são eutróficos,
somente um reduzido espectro de vida consegue tolerar esse ambiente : várias populações de bactérias
anaeróbias. A seleção natural pode ser acelerada no ambiente urbano-industrial em relação à alteração
ambiental produzida pelo homem.
A dispersão na atmosfera de um poluente depende em primeiro lugar das condições meteorológicas e depois
dos parâmetros e condições em que se produz essa emissão na fonte (chaminé ou escape de veículos), ou
seja, velocidade e temperatura dos gases, vazão etc. O vento é o primeiro mecanismo atmosférico de
transporte. Os ventos na terra são resultados das diferenças de pressão devidos ao aquecimento ou
resfriamento da atmosfera através do sol.
Dessa forma, quando a temperatura começa a aumentar, ao invés de diminuir com a altitude, ocorre a
chamada inversão térmica. Geralmente, a camada de inversão detém a subida natural dos poluentes, que
quase sempre saem das fontes com uma temperatura maior que a ambiente, subindo por diferença de
densidade, até haver uma igualdade de temperatura.
NOITE DIA
ar quente ar frio
ar frio ar quente
INDICADORES DE QUALIDADE
A variedade de substâncias que podem estar presentes na atmosfera é muito grande, o que torna difícil a
tarefa de estabelecer uma classificação. Entretanto, podemos iniciar este processo dividindo os poluentes
em duas categorias:
O som é parte tão comum da vida diária que, raramente nós apreciamos todos os seus usos. Como exemplo,
nos permite a comunicação através da fala, nos alerta ou previne em muitas circunstâncias e até nos
possibilita fazer avaliações de qualidade e diagnósticos. Contudo, com muita frequência na sociedade
moderna, o som nos incomoda. Dessa forma o som desagradável ou indesejável é chamado de ruído. O
homem moderno vem sendo submetido, cada vez mais, a condições sonoras agressivas no ambiente em que
vive, ficando prejudicado até mesmo nas horas chamadas de lazer. O som, vencendo qualquer tentativa de
privacidade, transformou-se num invasor comunitário em todas as camadas sociais. Os sons que afetam a
audição, também tem outros efeitos no corpo dos indivíduos, com relação à saúde e bem estar do homem
podem ser considerados como:
Quando o lixo não é coletado, tratado e disposto de forma adequada pode causar a contaminação do solo e
da água, gerar odores, ou ainda atrair e propiciar a proliferação de patógenos e vetores. Dessa forma, a
questão do lixo envolve aspectos sanitários, ambientais e de Saúde Pública. Essa situação tem sido agravada
com a presença constante de catadores em lixões, e que com muita freqüência têm sido desconsiderados ou
relegados a um segundo plano pelos administradores públicos e privados. Com relação ao aspecto ambiental,
a destinação inadequada de resíduos em lixões traz como conseqüência a degradação do meio ambiente,
com a contaminação de recursos naturais, como o ar, o solo e as águas superficiais e subterrâneas. O
tratamento e a destinação final dos resíduos ainda se resumem na adoção de soluções imediatistas, quase
sempre fundamentadas no simples descarte, predominando os depósitos a céu aberto que contribuem para
a deterioração ambienta. No Estado de São Paulo, a grande quantidade de resíduos gerados reclama por
soluções técnicas e institucionais adequadas, calcadas nas realidades regionais e cuja implementação não
pode mais ser protelada.
As formas de disposição final para estes resíduos devem ser aquelas que por si só ou associado a um
determinado tratamento prévio impeçam a disseminação de agentes patogênicos ou de qualquer outra
forma de contaminação.
Aterro Sanitário
Essa é uma obra de engenharia que tem como objetivo acomodar no solo resíduos, no menor espaço
possível, sem causar danos ao meio ambiente ou à saúde pública. Essa técnica consiste basicamente na
compactação dos resíduos no solo, na forma de camadas que são periodicamente cobertas com terra ou
outro material inerte. Apesar de ser o método sanitário mais simples de destinação final de resíduos sólidos,
o aterro sanitário exige cuidados especiais e técnicas específicas a serem seguidas, desde a seleção e preparo
da área até sua operação e monitoramento.
Incineração
É o processo de combustão controlada que pode ser resumidamente descrito como a queima de materiais
em alta temperatura (acima de 900º C), com uma mistura balanceada de componentes e quantidades
apropriadas de ar por um tempo predeterminado.
É a forma mais segura, do ponto de vista sanitário, para se eliminar resíduos sólidos de serviços de saúde, de
portos, aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários, aeronaves e navios internacionais, de alimentos
deteriorados e de outros restos nocivos; destrói mercadorias apreendidas por irregularidade fiscal ou por
não atender às especificações técnicas, produtos tóxicos ou impróprios ao consumo; dispensa a utilização de
grandes áreas, necessárias à implantação dos outros processos; reduz o resíduo sólido a, aproximadamente,
20% em peso e a 5% em volume, do original; torna biologicamente inofensivo o resultado sólido do processo,
escória e cinza, o qual poderá ser aproveitado como material inerte para cobertura em aterros sanitários.
Compostagem
É um processo biológico de decomposição da matéria orgânica presente em restos de origem animal ou
vegetal. Deste processo, origina-se um produto - o composto - que pode ser aplicado ao solo para melhorar
suas características, sem causar riscos ao meio ambiente. Para a aplicação da compostagem é necessária a
instalação de uma usina de triagem e compostagem. A instalação deste tipo de usina acarreta numa redução
de 70%, em média, da tonelagem de lixo destinada ao aterro, com a conseqüente redução dos custos de
aterramento por quantidade coletada e aumento da vida útil da área destinada à sua disposição.
Reutilização e Reciclagem
O objetivo básico é evitar a passagem descontrolada de materiais e objetos usados - os resíduos - para o
meio ambiente. A reutilização difere da reciclagem como conceito, pois trata do aproveitamento do resíduo
gerado sem que o mesmo sofra qualquer tipo de alteração ou processo, excetuando-se a limpeza, ex.:
garrafas retornáveis de refrigerantes e cervejas. Já a reciclagem refere-se ao aproveitamento dos resíduos
para, após uma série de processamentos, retornar ao processo produtivo, como matéria-prima, dai gerando
produtos novos. Exemplo é o das garrafas não-retornáveis de cervejas e outras bebidas, que podem ser
separadas do lixo e encaminhadas à indústria de fabricação de vidro, onde são utilizadas como matéria-prima
no processo, gerando novos produtos de vidro.
Vantagens da reciclagem
1. diminuição do volume de lixo a ser disposto no ambiente, requerendo para isso áreas menores de
disposição;
2. redução do consumo de energia, economizando recursos naturais, quase sempre não renováveis;
3. redução dos custos de matérias-primas industriais;
4. incentivo às atividades envolvidas com a reciclagem, incluindo a implantação de micro-empresas
recicladoras, com conseqüente aumento do nível da mão-de-obra economicamente ativa;
5. economia de certas matérias-primas provenientes de recursos naturais não-renováveis;
6. promoção do desenvolvimento de uma consciência ambiental nas populações.
No Fórum Nacional de Secretários Estaduais de Meio Ambiente, realizado na cidade de Belo Horizonte em
20 de outubro de 1999, a ABEMA – Associação Brasileira de Entidades de Meio Ambiente, definiu os
principais problemas ambientais brasileiros, que fazem parte de suas prioridades de ação. São eles:
1. escassez de água pelo mau uso, pela contaminação e por mau gerenciamento das bacias hidrográficas
2. contaminação de corpos hídricos por esgotos sanitários e por outros resíduos
3. degradação dos solos pelo mau uso
4. perda de biodiversidade devido ao desmatamento e às queimadas
5. degradação da faixa litorânea por ocupação desordenada
6. poluição do ar nos grandes centros urbanos
A biologia de conservação baseia-se em um número de premissas aceitas pela maioria dos biólogos
conservacionistas:
A maior diversidade biológica é encontrada nas regiões tropicais do mundo, com grandes concentrações nas
florestas tropicais, recifes de corais, lagos tropicais e alto mar. A maioria das espécies do mundo ainda não
foi descrita e identificada. O número provável de espécies deve oscilar entre 5 e 30 milhões, muito diferente
dos quase 2 milhões atualmente conhecidos.
O novo campo da economia ambiental está desenvolvendo métodos para estimar o valor da diversidade
biológica, e com isso, está apresentando argumentos para sua proteção. Grandes projetos de
desenvolvimento estão cada vez mais sendo analisados por avaliações de impacto ambiental e análises de
custo-benefício, antes de serem aprovados.
Componentes da diversidade biológica podem receber valores econômicos diretos. designados a produtos
consumidos pelas pessoas, ou valores econômicos indiretos, destinados a benefícios fornecidos pela
diversidade biológica, que não envolvem o consumo ou destruição de recursos. Valores diretos podem ainda
ser divididos em valor de consumo e valor produtivo. Valor de consumo é dado a produtos que são
consumidos localmente, tais como a madeira para queima, medicamentos locais e material para construção.
Valor indireto pode ser destinado a produtos coletados na vida selvagem e vendidos em mercados, tais como
a madeira e o pescado com fins comerciais. As espécies coletadas na natureza têm grande valor produtivo
no seu potencial de fornecer novas espécies cultivadas e de melhoria genética de espécies agrícolas. As
espécies nativas também têm sido fonte principal de novos medicamentos.
Valor produtivo pode ser destinado a aspectos da diversidade biológica que provém benefícios econômicos
para as pessoas, mas não são consumidos ou danificados durante este uso. Valores não consumistas dos
ecossistemas incluem a produtividade do ecossistema, proteção do solo e de recursos da água, as interações
das espécies silvestres com plantações comerciais, e o controle climático.
A diversidade biológica também tem uma opção de valor, em termos de seu potencial, para fornecer futuros
benefícios à sociedade humana, tais como novos medicamentos, agentes de controle biológico e plantações.
Ela tem também um valor de existência, baseado na quantia de investimento monetário os segmentos sociais
estão prontos a pagar para protegê-la.
A diversidade biológica pode ser justificada em termos éticos tanto quanto em termos econômicos. Os
sistemas de valores da maioria das religiões, filosofia e culturas fornecem justificativas para se preservas as
espécies que são prontamente entendidas pelas pessoas. Estas ju8stificativas favorecem a proteção até
mesmo de espécies que não têm um valor econômico aparente para as pessoas.
O argumento ético mais importante é o de que as espécies têm o direito de existir baseado em um valor em
si mesmo, não relacionado às necessidades humanas. A humanidade não tem o direito de destruir as espécies
e deve agir para evitar a sua extinção.
A ação do homem tem levado muitas espécies à extinção. Desde 1600, cerca de 2,1% de todos os mamíferos
do mundo e 1,3% das espécies de pássaros já se extinguiram. A taxa de extinção está se acelerando, e multas
espécies estão à beira da extinção. Mais de 99% das extinções da era moderna são atribuídas à ação humana.
Multas espécies que ocupam ilhas são especialmente vulneráveis à extinção, porque são endêmicas em
alguns poucos ambientes. O modelo biogeográfico de ilhas tem sido usado para prever que as taxas atuais
de destruição de habitats resultarão na perda de cerca de 25.000 espécies por ano, nos próximos dez anos.
Multas comunidades biológicas estão gradativamente sendo empobrecidas pelas extinções locais de
espécies.
A maior ameaça à diversidade biológica é a perda dos habitats naturais. O melhor meio de proteção da
diversidade biológica é a preservação de habitats. Particularmente, os habitats que se encontram ameaçados
de destruição, que são as florestas tropicais, as áreas alagadiças, os manguezais e os recifes de corais.
A fragmentação de habitat é o processo pelo qual uma grande área contínua é reduzida e dividida em dois
ou mais fragmentos. Tal fragmentação pode levar à rápida perda das espécies que ainda restam, uma vez
que cria barreiras para os processos normais de dispersão, colonização e alimentação. As condições
ambientais nos fragmentos podem se alterar, e pragas podem se tomar mais comuns.
A poluição ambiental elimina muitas espécies encontradas em comunidades biológicas, mesmo onde a
estrutura da comunidade não esteja aparentemente perturbada. Tal poluição constitui-se no uso excessivo
de pesticidas, contaminação de fontes de água com dejetos industriais, esgoto, fertilizantes, resultando em
chuva ácida, excesso de deposição de nitrogênio, poluição fotoquímica e ozônio e, finalmente, poluição
atmosférica.
A crescente pobreza rural, os métodos cada vez mais eficientes de caça e colheita e a globalização da
economia se integram para favorecer a superexploração de muitas espécies, levando-as à extinção. As
sociedades tradicionais tinham costumes que evitavam a super colheita dos recursos disponíveis, porém
estes costumes estão sendo, de modo geral, substituídos por práticas mais produtivas.
A espécie humana tem, de maneira deliberada ou acidental, levado milhares de espécies para novas regiões
do mundo. Algumas dessas espécies exóticas têm efeito negativo sobre as espécies nativas, uma vez que
competirão intensamente. Sem mencionar, que, normalmente, espécies introduzidas não apresentam
controles populacionais eficientes, como a predação.
Os níveis de doença e de parasitas frequentemente aumentam quando os animais são confinados a uma
reserva natural e não conseguem se dispersar em uma área mais ampla. Os animais mantidos em cativeiro
são particularmente propensos a altos níveis de doenças.
As espécies mais vulneráveis â extinção têm características particulares, tais como restringir o seu habitat a
pequenas extensões geográficas, apresentar apenas uma ou poucas populações com pequena densidade
demográfica, ou em declínio, e, acima de tudo, um valor econômico que, infelizmente, favorece a
superexploração pelo homem.
Os biólogos têm observado que as populações reduzidas têm uma tendência maior de se extinguir do que as
grandes populações. A população mínima viável (PMV) é o número de indivíduos necessários para assegurar
que a população tenha uma alta probabilidade de sobreviver no futuro. Devemos levar em conta, que sempre
existe um contingente populacional que não mais contribui reprodutivamente para o aumento da população.
As populações de tamanho reduzido estão sujeitas à rápida extinção devido a três razões principais:
Para evidenciar o status de espécies para fins de conservação, o UICN – União Internacional para Conservação
da Natureza estabeleceu cinco categorias principais de conservação: extintas, ameaçadas, vulneráveis, raras
e insuficientemente conhecidas. Este sistema de classificação é atualmente amplamente usado para avaliar
o status das espécies e estabelecer prioridades de conservação.
A legislação brasileira é pouco voltada para espécies em particular, ao contrário da legislação americana,
baseada na Lei de Espécies Ameaçadas, de 1973. O conceito de lista de espécies ameaçadas tem vantagens
e desvantagens que devem ser conhecidas por aqueles que elaboram políticas ambientais.
Acordos e convenções internacionais sobre a proteção da diversidade biológica são necessários porque as
espécies migram para além das fronteiras, pois há um comércio internacional de produtos biológicos e,
principalmente, porque os benefícios da diversidade biológica são de relevância internacional, assim como
as ameaças à diversidade, frequentemente, também ocorrem em nível internacional. A Convenção de
Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES ) foi assinada para regulamentar e monitorar o
comércio.
CONSERVAÇÃO DE COMUNIDADES
A proteção do habitat é um dos métodos mais eficientes de preservar a diversidade biológica. A área de
habitats legalmente protegida provavelmente nunca excederá significativamente os atuais 5,9% da superfície
da Terra, devido às visíveis necessidades das sociedades humanas de utilização dos recursos naturais. As
áreas protegidas bem selecionadas podem dar início à proteção de grandes quantidades de espécies, mas
sua eficácia a longo prazo ainda é uma dúvida.
Além do senso comum e da experiência, deve-se levar em conta os princípios da biologia de conservação ao
se estabelecer novas áreas de proteção. De maneira geral, os novos parques deveriam ser tão grandes quanto
possível e não deveriam ser fragmentados por rodovias, cercas e outras atividades humanas. Muitas espécies
ameaçadas exigem essas condições de não-invasão para continuar a existir.
A ecologia de restauração fornece métodos para restabelecer as espécies, comunidades inteiras e funções
de ecossistemas em habitats degradados. A ecologia de restauração dá oportunidade de valorizar a
diversidade biológica em habitats de pouco valor para o homem.
O desenvolvimento sustentável tornou-se um conceito importante para guiar as atividades humanas, mas
não é fácil encontrar-se o equilíbrio exato entre a proteção da diversidade biológica e o uso dos recursos
naturais.
Os governos, em suas diversas instâncias, protegem a diversidade biológica através de edição de leis que
regulamentam as atividades de pesca, caça, uso da terra e poluição industrial, e através do estabelecimento
de áreas protegidas.
Muitas comunidades tradicionais têm uma forte ética de conservação e práticas de manejo que são
compatíveis com a proteção da diversidade biológica, e essas comunidades precisam ter seus esforços
apoiados.
Cinco principais documentos ambientas foram assinados em 1992 durante o Encontro da Terra onde
participaram mais de 100 chefes de estado. Implementar e financiar esses novos tratados são fundamentais
para garantir os esforços internacionais de conservação. Ao término da Conferência das Nações Unidas sobre
Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, foram assinados os mais importantes acordos ambientais globais da
história da humanidade, a saber as Convenções do Clima e da Biodiversidade, a Agenda 21, a Declaração do
Rio para Meio Ambiente e Desenvolvimento, e a Declaração de Princípios para Florestas.
Cada vez mais, a escala regional de trabalho mostra-se adequada para lidar com os problemas causadores da
perda de diversidade biológica e seus resultados.
Uma das abordagens para se trabalhar nesta escala é a da ecologia da paisagem, dentro da qual o
estabelecimento de corredores de biodiversidade é uma estratégia cada vez mais difundida.
A ecologia da paisagem tem sido aplicada por meio de duas abordagens – uma geográfica (que considera a
influência do homem sobre a paisagem) e outra ecológica (que considera a importância do contexto espacial
sobre os processos ecológicos e sua importância em termos de conservação biológica). Mas ambas
abordagens podem convergir, se utilizarmos uma visão integradora do que sejam paisagens: paisagem é um
“mosaico heterogêneo formado por unidades interativas, sendo esta heterogeneidade existente para pelo
menos um fator, segundo um observador e numa determinada escala de observação”.
Para os objetivos deste texto, desatacaremos a importância do observador e da escala do trabalho, dentre
os outros elementos chave deste conceito. Assim, podemos trabalhar qualquer problema se estivermos
suficientemente cientes da escala à qual este problema se relaciona.
Tendo isso em vista, podemos melhor definir o que deverão ser nossos corredores de biodiversidade. Estes
corredores podem genericamente, serem vistos como faixas de vegetação ligando blocos maiores de
habitat nativo; ou, por exemplo como “Áreas homogêneas (numa determinada escala) de uma unidade da
paisagem, que se distinguem das unidades vizinhas e apresentam disposição espacial linear”.
No sentido em que tem sido utilizado por algumas organizações não governamentais ambientalistas, um
corredor de biodiversidade ou um corredor ecológico “compreende uma rede de parques, reservas e outras
áreas de uso menos intensivo, que são gerenciadas de maneira integrada para garantir a sobrevivência de
um maior número possível de espécies de uma região.”
Ainda que proteção de habitats (criação de unidades de conservação, por exemplo) seja reconhecidamente
um dos métodos mais eficientes de conservar a diversidade biológica, ela não impede que efeitos do
isolamento e outros distúrbios alterem significativamente a composição e riqueza de espécies destas áreas
protegidas. No longo prazo, estas iniciativas poderão apenas ter auxiliado o retardamento de extinções locais
de alguns grupos de espécies mais exigentes e o empobrecimento do conjunto do habitat.
Sabe-se por exemplo, segundo a Teoria da Biogeografia de Ilhas, que a perda de 50% do território original de
uma área isolada levará ao desaparecimento de 10% do conjunto de espécies anteriormente presentes
naquela mesma área. Além de efeitos que podem levar à extinção local de algumas espécies, a fragmentação
e o isolamento podem dificultar a troca genética entre metapopulações, empobrecendo cada população
individualmente em suas áreas específicas.
O que pode, a estratégia de estabelecimento de corredores de biodiversidade mais acrescentar, além de seus
resultados para a conservação da diversidade biológica, é a introdução de políticas de conservação que
custem menos ao governo e à sociedade, permitindo que os últimos optem por receber compensações pelos
seus esforços de conservação, em vez de verem impostas medidas autoritárias e burocráticas, sem que
sequer se compreenda que objetivos pretendem alcançar.
Ação Civil Pública (Lei 7.347 de 24/07/1985) - Trata-se da Lei de Interesses Difusos, que trata da ação civil
pública de responsabilidades por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, e ao patrimônio
artístico, turístico ou paisagístico. A ação pode ser requerida pelo Ministério Público, a pedido de qualquer
pessoa, ou por uma entidade constituída há pelo menos um ano. Normalmente ela é precedida por um
inquérito civil.
Agrotóxicos (Lei 7.802 de 11/07/1989) - A Lei dos Agrotóxicos regulamenta desde a pesquisa e fabricação
dos agrotóxicos até sua comercialização, aplicação, controle, fiscalização e também o destino da embalagem.
Impõe a obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de agrotóxicos ao consumidor. Também
exige registro dos produtos nos Ministérios da Agricultura e da Saúde e no IBAMA (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Qualquer entidade pode pedir o cancelamento deste
registro, encaminhando provas de que um produto causa graves prejuízos à saúde humana, meio ambiente
e animais. A indústria tem direito de se defender. O descumprimento da lei pode render multas e reclusão
inclusive para os empresários.
Área de Proteção Ambiental (Lei 6.902, de 27/04/1981) - Lei que criou as figuras das "Estações Ecológicas"
(áreas representativas de ecossistemas brasileiros, sendo que 90% delas devem permanecer intocadas e 10%
podem sofrer alterações para fins científicos) e das "Áreas de Proteção Ambiental" (APAS - onde podem
permanecer as propriedades privadas, mas o poder público pode limitar e as atividades econômicas para fins
de proteção ambiental). Ambas podem ser criadas pela União, Estado ou Município. Informação importante:
Atividades Nucleares (Lei 6.453 de 17/10/1977) - Dispõe sobre responsabilidade civil por danos nucleares e
a responsabilidade criminal por atos relacionados com as atividades nucleares. Entre outros, determina que
quando houver um acidente nuclear, a instituição autorizada a operar a instalação nuclear tem a
responsabilidade civil pelo dano, independente da existência de culpa. Se for provada a culpa da vítima, a
instituição apenas será exonerada de indenizar os danos ambientais. Em caso de acidente nuclear não
relacionado a qualquer operador, os danos serão suportados pela União. A lei classifica como crime produzir,
processar, fornecer, usar, importar, ou exportar material sem autorização legal, extrair e comercializar
ilegalmente minério nuclear, transmitir informações sigilosas neste setor, ou deixar de seguir normas de
segurança relativas à instalação nuclear.
Crimes Ambientais (Lei 9.605, de 12/02/1998) - A Lei dos Crimes Ambientais reordena a legislação ambiental
brasileira no que se refere às infrações e punições. A partir dela, a pessoa jurídica, autora ou co-autora da
infração ambiental, pode ser penalizada, chegando à liquidação da empresa, se ela tiver sido criada ou usada
para facilitar ou ocultar um crime ambiental. Por outro lado, a punição pode ser extinta quando se comprovar
a recuperação do dano ambiental e - no caso de penas de prisão de até 4 anos - é possível aplicar penas
alternativas. A lei criminaliza os atos de pichar edificações urbanas, fabricar ou soltar balões (pelo risco de
provocar incêndios), maltratar as plantas de ornamentação (prisão de até um ano), dificultar o acesso às
praias, ou realizar um desmatamento sem autorização prévia. As multas variam de R$ 50 a R$ 50 milhões.
Engenharia Genética (Lei 8.974 de 05/01/1995) - Regulamentada pelo Decreto 1752, de 20/12/1995, a lei
estabelece normas para aplicação da engenharia genética, desde o cultivo, manipulação e transporte de
organismos geneticamente modificados (OGM), até sua comercialização, consumo e liberação no meio
ambiente. Define engenharia genética como a atividade de manipulação em material genético que contém
informações determinantes de caracteres hereditários de seres vivos. A autorização e fiscalização do
funcionamento de atividades na área, e da entrada de qualquer produto geneticamente modificado no país,
é de responsabilidade de vários ministérios: do Meio Ambiente (MMA), da Saúde (MS), da Reforma Agrária.
Toda entidade que usar técnicas de engenharia genética é obrigada a criar sua Comissão Interna de
Biossegurança, que deverá, entre outros, informar trabalhadores e a comunidade sobre questões
relacionadas à saúde e segurança nesta atividade. A lei criminaliza a intervenção em material genético
humano in vivo (exceto para tratamento de defeitos genéticos), e também a manipulação genética de células
germinais humanas, sendo que as penas podem chegar a vinte anos de reclusão.
Fauna Silvestre (Lei 5.197 de 03/01/1967) - Classifica como crime o uso, perseguição, apanha de animais
silvestres, a caça profissional, o comércio de espécimes da fauna silvestre e produtos que derivaram de sua
caça, além de proibir a introdução de espécie exótica (importada) e a caça amadorística sem autorização do
IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Também criminaliza a
exportação de peles e couros de anfíbios e répteis (como o jacaré) em bruto. A home page do IBAMA traz
um resumo comentado de todas as leis relacionadas à fauna brasileira, além de trazer uma lista das espécies
brasileiras ameaçadas de extinção.
Florestas (Lei 4771 de 15/09/1965) - Determina a proteção de florestas nativas e define como áreas de
preservação permanente (onde a conservação da vegetação é obrigatória): uma faixa de 10 a 500 metros nas
margens dos rios (dependendo da largura do curso d'água), a beira de lagos e de reservatórios de água, os
topos de morro, encostas com declividade superior a 45° e locais acima de 1800 metros de altitude. Também
exige que propriedades rurais da região Sudeste do País preservem 20% da cobertura arbórea, devendo tal
reserva ser averbada no registro de imóveis, a partir do que fica proibido o desmatamento, mesmo que a
área seja vendida ou repartida. As sanções que existiam na lei foram criminalizadas a partir da Lei dos Crimes
Ambientais, de 1998.
Parcelamento do solo urbano (Lei 6.766 de 19/12/1979) - Estabelece as regras para loteamentos urbanos,
proibidos em áreas de preservação ecológica, naquelas onde a poluição representa perigo à saúde, em
terrenos alagadiços. Da área total, 35% devem se destinar ao uso comunitário (equipamentos de educação,
saúde lazer, etc.). O projeto deve ser apresentado e aprovado previamente pelo Poder Municipal, sendo que
as vias e áreas públicas passarão para o domínio da Prefeitura, após a instalação do empreendimento. Obs.:
a partir da Resolução 001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) de 23 de janeiro de 1986,
quando o empreendimento prevê construção de mais de mil casas, tornou-se obrigatório fazer um Estudo
Prévio de Impacto Ambiental.
Patrimônio Cultural (Decreto Lei 25, de 30/11/1937) - Este decreto organiza a Proteção do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, incluindo como patrimônio nacional os bens de valor etnográfico,
arqueológico, os monumentos naturais, além dos sítios e paisagens de valor notável pela natureza ou a partir
de uma intervenção humana. A partir do tombamento de um destes bens, fica proibida sua destruição,
demolição ou mutilação sem prévia autorização do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(SPHAN), que também deve ser previamente notificado, em caso de dificuldade financeira para a
conservação do bem. Qualquer atentado contra um bem tombado equivale a um atentado ao patrimônio
nacional.
Política Agrícola (Lei 8.171 de 17/01/1991) - Esta lei, que dispõe sobre Política Agrícola, coloca a proteção
do meio ambiente entre seus objetivos e como um de seus instrumentos. Num capítulo inteiramente
dedicado ao tema, define que o Poder Público (federação, estados, municípios) deve disciplinar e fiscalizar o
uso racional do solo, da água, da fauna e da flora; realizar zoneamentos agroecológicos para ordenar a
ocupação de diversas atividades produtivas (inclusive instalação de hidrelétricas), desenvolver programas de
educação ambiental, fomentar a produção de mudas de espécies nativas, entre outros. Mas a fiscalização e
uso racional destes recursos também cabe aos proprietários de direito e aos beneficiários da reforma agrária.
As bacias hidrográficas são definidas como as unidades básicas de planejamento, uso, conservação e
recuperação dos recursos naturais, sendo que os órgãos competentes devem criar planos plurianuais para a
Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938, de 17/01/1981) - A mais importante lei ambiental. Define
que o poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais que causar, independentemente de culpa. O
Ministério Público (Promotor Público) pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao meio
ambiente, impondo ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos causados. Também esta
lei criou os Estudos e respectivos Relatórios de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), regulamentados em 1986
pela Resolução 001/86 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). O EIA/RIMA deve ser feito antes
da implantação de atividade econômica que afete significativamente o meio ambiente, como estrada,
indústria, ou aterros sanitários, devendo detalhar os impactos positivos e negativos que possam ocorrer por
causa das obras ou após a instalação do empreendimento, mostrando ainda como evitar impactos negativos.
Se não for aprovado, o empreendimento não pode ser implantado.
Recursos Hídricos (Lei 9.433 de 08/01/1997) - A lei que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria
o Sistema Nacional de Recursos Hídricos define a água como recurso natural limitado dotado de valor
econômico, que pode ter usos múltiplos (por exemplo: consumo humano, produção de energia, transporte
aquaviário, lançamento de esgotos). A partir dela, a gestão dos recursos hídricos passa a ser descentralizada,
contando com a participação do Poder Público, usuários e comunidades. São instrumentos da nova Política
das Águas: 1- os Planos de Recursos Hídricos: elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o País,
visam gerenciar e compatibilizar os diferentes usos da água, considerando inclusive a perspectiva de
crescimento demográfico e metas para racionalizar o uso, 2- a outorga de direitos de uso das águas: válida
por até 35 anos, deve compatibilizar os usos múltiplos, 3- a cobrança pelo seu uso (antes, só se cobrava pelo
tratamento e distribuição), 4- os enquadramentos dos corpos d'água (a ser regulamentado). A lei prevê a
formação de 1- Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (integrado conselho nacional e
estaduais de Recursos Hídricos, bem como os Comitês de Bacias Hidrográficas; 2- Conselho Nacional de
Recursos Hídricos, composto por indicados pelos respectivos conselhos estaduais de recursos hídricos,
representantes das organizações civis do setor e de usuários, 3- Comitês de Bacias Hidrográficas,
compreendendo uma bacia ou sub-bacia hidrográfica, cada comitê deve ter representantes de governo,
sociedade civil e usuários com atuação regional comprovada. 4- Agências de bacia: com a mesma área de
atuação de um ou mais comitês de bacia, têm entre as atribuições previstas, a cobrança de uso da água e
administração dos recursos recebidos, 5- Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos: para a
coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores
intervenientes em sua gestão.
1) zona de uso estritamente industrial: destinada somente às indústrias cujos efluentes, ruídos ou
radiação possam causar danos à saúde humana ou ao meio ambiente, sendo proibido instalar
atividades não essenciais ao funcionamento da área;
2) 2) zona de uso predominantemente industrial: para indústrias cujos processos possam ser
submetidos ao controle da poluição, não causando incômodos maiores às atividades urbanas e
repouso noturno, desde que se cumpram exigências, como a obrigatoriedade de conter área de
proteção ambiental que minimize os efeitos negativos.
3) zona de uso diversificado: aberta a indústrias que não prejudiquem as atividades urbanas e rurais.