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CASE MINERAÇÃO: RIO TINTO BRASIL

A Rio Tinto Brasil, subsidiária brasileira do grupo inglês Rio Tinto, foi criada em
março de 1971 para desenvolver atividades de lavra e exploração mineral no País.
Suas participações incluem:
- 51% na Rio Paracatu Mineração (RPM), sediada em Paracatu, MG, produtora de
ouro e prata;
- 100% da Mineração Corumbaense Reunida, sediada em Corumbá, MS,
produtora de minério de ferro;
- 100% daTransbarge Navegación, sediada em Assunção, Paraguai, que atua no
transporte fluvial de minério de ferro;
- 100% da Mineração Serra de Fortaleza, sediada em Fortaleza de Minas, MG,
produtora de níquel e ácido sulfúrico e,
- 100% da Rio tinto Desenvolvimentos Minerais, sediada em Brasília, DF, que atua
na área de projetos de exploração de recursos minerais.

RIO PARACATU MINERAÇÃO: PROCEDIMENTOS DE LUBRIFICAÇÃO

Autor: Rogério Maia, gerente de Manutenção da Rio Paracatu Mineração (RPM),


do grupo Rio Tinto Brasil (CPM)

Introdução

SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO

O grupo Rio Tinto Brasil é conhecido por estar sempre preocupado com meio
ambiente, de forma que suas empresas do grupo, todas com certificação
ISO14001, estão sempre aprimorando suas técnicas de gestão, visando a redução
dos impactos ambientais.
Neste sentido, as gerências de manutenção estão sempre pesquisando e
buscando novas técnicas e filosofias de trabalho e, no contexto da lubrificação
dentro da manutenção, a busca é sempre contínua por graxas e lubrificantes que
ofereçam vida útil maior com menor custo e, também, que não poluam o meio
ambiente e sejam de fácil comercialização após o uso.
A seguir estão relacionadas as áreas produtivas da empresa e alguns tipos de
equipamentos e o tipo de lubrificação usada.

I - As principais áreas de produção da empresa são:

- Mina
- Britagem
- Usina
- Hidrometalurgia

II - Os principais equipamentos dessas áreas são:


- Mina:
Equipamentos móveis pesados Caterpillar: Caminhões fora de estrada 777C,
tratores de esteira D10R e

carregadeiras 992D

Área industrial:

1. Britagem: britadores e transportadores.


2. Usina: moinhos e bombas.
3. Hidrometalurgia: moinho e agitadores. Compressor da britagem com lubrificação
a óleo

III - Componentes a Lubrificar nesses Equipamentos:

- Mina:

Equipamentos móveis: motores diesel, transmissões, comandos finais e


diferenciais e sistemas hidráulicos.

- Área industrial:

 
1. Britagem: mancais com óleos e
graxas, redutores,  
acoplamentos.
2. Usina: redutores, pinhões e  
engrenagens, mancais com
óleos e graxas e acoplamentos.  

3. Hidrometalurgia: redutores,  
mancais com óleos e graxas,
acoplamentos, pinhões e  
Redutor de acionamento de um
transportador de correia
engrenagens.
 

IV - Periodicidade dos Lubrificantes Aplicados:

1. Equipamentos móveis:

- Motores diesel: 250 horas


- Transmissões: 1.000 horas
- Comandos finais e diferenciais: 6.000 horas
- Sistema hidráulico : 4.000 horas

2. Área industrial:

- Reservatórios com óleos são trocados anualmente.


- Mancais são lubrificados: semanal, mensal,
bimestral, através de pino
lubrificador.
- Acoplamentos são lubrificados mensalmente
através de pino lubrificador.

V - Tipos de lubrificantes usados e suas


faixas de viscosidade:

1. Equipamentos móveis:

- Óleos fornecidos pela Shell: óleo 15W40, Mancal do moinho de bolas


para o motor diesel;
óleo SAE 50, para transmissões, comandos
finais e diferenciais;
óleo SAE 10W, para o sistema hidráulico.

2. Área industrial:

Graxas e óleos lubrificantes.


· Graxas:

Graxa EPLF 1
Composição: sabão de litio e aditivo de extrema pressão.
Usada em acoplamentos 20 G

Graxa EPLF 2
Composição: sabão de litio e aditivo de extrema pressão.
Usada em mancais de britadores, de bombas, acoplamentos.
Mancais germinados e simples.

Graxa R2
Composição: sabão de litio e aditivo. Contém nitrito de sódio.
Usada em motores em geral.

Graxa CARDIUM 500


Composição: Compostos asfálticos contendo policiclicos aromáticos.
Usada na lubrificação das engrenagens de acionamentos dos moinhos.
Graxa MALLEUS 400
Usada na lubrificação das engrenagens de acionamentos dos moinhos.

· Óleos:

Óleo TELLUS 32
Usado na lubrificação de acoplamentos Voith, mancais de motor e reservatório de
compressor.

Óleo OMALA 320


Viscosidade: 1325 a 1840 cSt.
Usado na lubrificação de mancais dos moinhos e bolas.

Óleo OMALA 680


Usado na lubrificação de caixas de engrenagens.

Óleo SSR ULTRA COOLANT


Usado na lubrificação de compressores.

Óleo ATLAS COPCO ROTO-INJECT FLUID


Usado na lubrificação dos sopradores.

Óleo 85 W 140
Usado na lubrificação dos agitadores.

Óleo sintético SHC - 630 ISOVCT - 220 MOBIL


Usado na lubrificação de compressor.

· Outros tipos de produtos (graxas, aditivos, óleo isolante) usados para


lubrificação:

Utilizamos além da graxa Retinax da Shell ( Grau 2 ) para uso comum, a graxa Bel
Ray MOLYLUBE SP-4-220-0 ( Grau 0 ), para aplicações especiais.

VI - Deposição dos óleos lubrificantes utilizados:

Após a utilização dos óleos e graxas nos


equipamentos, os mesmos são recolhidos para
um local adequado e posteriormente
comercializados com empresa credenciada e
licenciada junto aos órgãos ambientais.

VII - Sistemas utilizados para lubrificação:

- Equipamentos móveis:

Bomba de alta pressão do sistema de


lubrificação dos mancais do moinho
Utilizamos para graxas o sitema de lubrificação centralizada e automática nos
equipamentos de lavra (sistemas Lincon e Eximport ).
Quanto ao óleo, o monitoramento é realizado através de análises a cada 250
horas em todos os componentes das máquinas ( Programa
SOS/Sotreq/Catrepillar)

VIII - Inovações introduzidas:

1. Estamos utilizando óleo DONAX TC SAE 60 ( Shell) em comandos finais e


diferenciais e estamos conseguindo aumentar a vida útil destes
componentes em 20%.
2. Utilizando a graxa com Grau 0 (zero), nossos problemas com entupimento
de linhas por graxa foram eliminados e não constatamos ocorrências de
pinos fundidos por falta de graxa.
3. Área industrial: banho com salpico, spray, circulatório central.
Periodicamente recolhemos amostras de lubrificantes para análise de óleo,
afim de acompanharmos os desgastes dos componentes e possíveis
contaminações.

XIX - Principais problemas verificados e estratégias adotadas para


solucioná-los:

1. Contaminação dos mancais com água e polpa: estamos continuamente


pesquisando novos produtos, componentes e peças que ofereçam maior
resistência à contaminações;
2. Contaminações dos reservatórios:
desenvolvemos proteções metálicas
para os mesmos.

X - Custo com lubrificação em relação ao


custo total da manutenção:

Na área de equipamentos móveis o custo de


lubrificação, em relação aos demais itens de
manutenção, está em torno de 0,90% do custo
total da manutenção. Já na área industrial está
Sistema de lubrificação integrado dos
em torno de 0,37%.
mancais de acionamento do moinho

XI - Novos Projetos:

Estamos testando a graxa MALLEUS GL 400 em substituição à graxa CARDMIUM


500, para a lubrificação dos acionamentos dos moinhos:
MALLEUS GL 400
- Vantagens:

1. Facilidade de comercialização no mercado após o uso, o que reduz custos.


2. Por não possuir compostos asfálticos, não agride o meio ambiente.
3. Devido a sua composição, oferece mais resistência de contato entre
o pinhão e a engrenagem, reduzindo assim o atrito e, conseqüentemente,
prolongando a vida útil dos
componentes e aumentando a
segurança na
operação.
4. O consumo de graxa foi reduzido,
aumentando os intervalos de troca de
tambor de 20 dias para 90 dias.

CARDIUM 500
- Desvantagens:
Mancais de acionamento do moinho
1. Dificuldade de comercialização após o
uso.
2. Por ser mais difícil sua comercialização, gera uma estoque alto de
tambores
com graxa usada.
3. Contém componentes asfálticos que agridem o meio ambiente.
4. Maior risco à segurança e ergonomia, pois efetuamos mais trocas de
tambores já que seu consumo é maior.

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