Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Com o passar dos anos, porém, o Brasil mudou drasticamente, e a realidade tem
mostrado que as uniões estáveis do mesmo sexo são um fato natural da sociedade. Em
pouco tempo, várias questões envolvendo direitos familiares, sucessórios e
previdenciários, referentes às uniões entre pessoas do mesmo sexo, bateram à porta do
judiciário. No entanto, o conservadorismo foi incentivado por ordens antigas, e algumas
decisões judiciais retiraram dos casais do mesmo sexo o direito de conceder cônjuges e
parceiros do sexo oposto. Nesse caso, o Governador do Rio de Janeiro ajuizou a ADPF
132/RJ contestando o Decreto nº 220/1975, enquanto o Procurador-Geral da República
ajuizou a ADIN 4277/DF contestando os arts. CC/02 nº 1723. Essas ações objetivas,
julgadas conjuntamente pelo STF em 2011, geraram forte repercussão na advocacia e na
sociedade por meio da mídia.
Portanto, o Supremo Tribunal Federal tem realizado uma interpretação sistemática e
teleológica da Constituição, reconhecendo que a Constituição garante o direito às uniões
estáveis do mesmo sexo, e sua proteção legal é a mesma da união estável entre homens
e mulheres. Como resultado, foram feitas interpretações no âmbito da Constituição
Federal, excluindo qualquer significado do art. O artigo 1.723 do Código Civil proíbe o
reconhecimento de uniões do mesmo sexo como entidade familiar.
Diante do que foi apresentado, concluímos que há um conflito entre a permanência do
texto constitucional e a necessidade de alterá-lo. A importância da permanência é dar
estabilidade ao texto da Constituição, pois esta trata de questões de estrutura estatal, e
não pode ficar à mercê de determinados grupos políticos em detrimento da maioria da
sociedade. Por sua vez, a possibilidade de alteração da Constituição decorre da
necessidade de adequação do texto constitucional aos momentos vividos pela sociedade,
pois a Constituição não pode ser estática, ela deve evoluir com a sociedade para manter
as normas constitucionais vigente.