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Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009 Número 68

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

DIÁRIO DA REPÚBLICA

SUMÁRIO
ASSEMBLEIA NACIONAL

Lei n.º 11/2009


Primeira Alteração ao Código do Imposto Sobre o
Rendimento de Pessoas Singulares (IRS), aprova-
do pela Lei n.º 17/2008, de 31 de Dezembro.
1054 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 68 – 8 de Outubro de 2009

ASSEMBLEIA NACIONAL 2. ...

Lei n.º 11/2009 3. Quando se tratar da atribuição do uso de veículos


automóveis pela entidade patronal, o rendimento anual
Primeira Alteração ao Código do Imposto Sobre o corresponde ao produto de 0,50% do valor aduaneiro ou
Rendimento de Pessoas Singulares (IRS), aprovado do valor da aquisição nos casos em que a viatura é adqui-
pela Lei n.º 17/2008, de 31 de Dezembro. rida no mercado interno, pelo número de meses de utili-
zação da mesma.
Tendo sido recentemente publicado o Código do 4. …
Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas Singulares a) …
(IRS); b) …

Tendo-se posteriormente constatado certas impreci- 5. ...


sões e lacunas, bem como a consagração de medidas
legislativas pouco adequadas à realidade São-tomense; Artigo 49.º

Mostrando-se, portanto, necessário corrigir a situação, 1. …
de forma a que os desideratos almejados com a adopção 2. …
do diploma se cumpram; 3. …
4. Não são dedutíveis as remunerações dos titulares
Assim, a Assembleia Nacional decreta, nos termos da dos rendimentos desta categoria, bem como as atribuídas
alínea b) do artigo 97.º da Constituição, o seguinte: à membros do seu agregado familiar que com eles traba-
lhem, assim como outras prestações a título de ajudas de
Artigo 1.º custo, subsídios de refeição e outras de natureza remune-
Alteração a Lei n.º 17/2008, de 31 de Dezembro ratória.

São alterados os artigos 20.°, 21.°, 43.°, 49.°, 66.°, 5. Quando o sujeito passivo utilizar viatura própria ao
68.°, 70.°, 75.°, 77.°, 78.º, 79.º e 91.° do Código do serviço da actividade, os encargos dedutíveis com ela
Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas Singulares conexos não poderão ultrapassar 3% do total dos provei-
(IRS), que passam a ter as seguintes redacções: tos contabilizados.

«Artigo 20.º Artigo 66.º


… …
1. … 1. …
2. São também considerados incrementos patrimoniais
os prémios de quaisquer lotarias, rifas e apostas mútuas,
totoloto, jogos do loto e bingo, bem como as importân- Rendimentos Colectáveis Taxas Parcela a
cias ou prémios atribuídos em quaisquer sorteios ou Anuais Em (2) abater
concursos, efectivamente pagos ou postos à disposição. (1) (3)
3. Não são considerados incrementos patrimoniais as Até Dbs. 11.700.000,00 0
variações no valor do património do sujeito passivo que De Dbs. 11.700.001,00 até Dbs. 10% Dbs.
sejam considerados para efeitos de outras categorias tal 50.000.000,00 881.250,00
como definidas neste Código. De Dbs. 50.000.001,00 até Dbs. 13% Dbs.
100.000.000,00 1.380.000,00
De Dbs. 100.000.001,00 até 15% Dbs.
Artigo 21.º Dbs. 150.000.000,00 1.875.000,00
… De Dbs. 150.000.001,00 até 20% Dbs.
… Dbs. 240.000.000,00 5.625.000,00
a) … Superior a Dbs. 240.000.000,00 25% Dbs.
b) Nos demais casos, ao valor de transmissão dos 9.000.000,00
elementos patrimoniais ou partes proporcionais, consoan-
te o caso.

Artigo 43.º 2. …

1. …
a) …
b) …
c) …
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b) Aquisição de bens e serviços directamente relacio-


Artigo 68.º nados com as despesas de saúde dos ascendentes e cola-
… terais até ao 1.º grau do sujeito passivo, desde que não
1. … possuam rendimentos superiores ao salário mínimo
nacional e com aquele vivam em economia comum;
c)…
Remuneração mensal Taxas d) As despesas directamente relacionadas com a saúde
De Dbs. 975.001,00 até Dbs. 8% do sujeito passivo, do seu agregado familiar, dos seus
4.167.000,00 ascendentes e colaterais até ao 1.º grau, desde que devi-
De Dbs. 4.167.001,00 até Dbs. 11% damente justificadas.
8.333.000,00
De Dbs. 8.333.001,00 até Dbs. 13% 2. As deduções previstas no número anterior são efec-
12.500.000,00 tuadas até ao limite de Dbs. 1.000.000,00, ou de 2,5%
De Dbs. 12.500.001,00 até Dbs. 18% das importâncias referidas nas alíneas a), b), c) e d).
20.000.000,00
Superior a Dbs. 20.000.000,00 23% Artigo 78.º

1. São dedutíveis à colecta 10% das seguintes impor-
tâncias: …
a) …
2. … b) As despesas directamente relacionada com a
educação e formação do sujeito passivo e do seu agrega-
Artigo 70.º do familiar, desde que devidamente justifica das através
… de facturas comprovativas.
1.…
a)… 2. As deduções previstas no número anterior são efec-
b)… tuadas até ao limite de Dbs. 1.000.000,00.
c)…
Artigo 79.º
2. Ficam também sujeitos à taxa liberatória prevista …
neste artigo os rendimentos de capitais obtidos em terri- …..
tório São-tomense e não abrangidos pelo artigo 92.°, a) …..
devendo o sujeito passivo proceder a entrega do imposto b) ….
devido até ao dia 10 do mês seguinte ao acto de paga- c) Juros de dívidas contraídas com a aquisição e
mento ou vencimento, ainda que presumido. construção de habitação própria.

3. ...
Artigo 91.º
Artigo 75.º …
… 1. No caso previsto nas alíneas b) e c) do artigo 56.°, a
1. … entidade devedora dos rendimentos deve retê-los na fonte
a) 10% do salário mínimo anual por cada sujeito às taxas previstas no artigo 66.° e deduzindo ao montante
passivo; de retenção mensal a efectuar 1/12 do montante de dedu-
b) 15% do salário mínimo anual, quando exista um ção à colecta a que se refere o artigo 75.°.
dependente, existindo dois deduz-se o montante de 20%
do salário mínimo anual e sendo três ou mais, o montante 2. Se a situação referida na alínea b) ou alínea c) do
será de 25% do salário mínimo anual, desde que não artigo 56.º se alterar, o sujeito passivo deve informar
sejam sujeitos passivos deste imposto. imediatamente o empregador, para que este passe a apli-
car as taxas de retenção do artigo 68.°».
2. Os limites previstos nas alíneas a) e b) do número
anterior são elevados à 35% quando se trate de sujeitos Artigo 2.º
passivos ou dependentes a seu cargo cujo grau de invali- Aditamento dos artigos 10.ºA, 11.ºA e 135.º
dez permanente, devidamente comprovada pela entidade
competente, seja igual ou superior a 60%. São aditados os artigos 10.°A, 11.ºA e 135.° ao Códi-
go do Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas Singula-
Artigo 77.º res com a seguinte redacção:

1. São dedutíveis à colecta 10% das seguintes impor-
tâncias:
a)….
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«Artigo 10.ºA
Isenção Anexo
Republicação do Código do Imposto Sobre o Ren-
Ficam isentos de IRS 50% dos rendimentos prove- dimento de Pessoas Singulares (IRS), aprovado pela
nientes de actividade exclusivamente agro-pecuária, Lei n.º 17/2008, de 31 de Dezembro
relativamente a cada exercício, após dedução dos even-
tuais prejuízos. CÓDIGO DO IMPOSTO SOBRE O
RENDIMENTO DE PESSOAS SINGULARES (IRS)
Artigo 11.ºA
Facto gerador do imposto TÍTULO I
Incidência
O facto gerador do imposto considera-se verificado no
último dia do período de tributação. CAPÍTULO I
Incidência Real
Artigo 135.º
Fixação do salário mínimo nacional Secção I
Disposição introdutória
Para efeitos de aplicação do presente Código o valor
do salário mínimo nacional deve ser fixado por Despacho
do Ministro do Plano e Finanças». Artigo 1.º
Caracterização do imposto
Artigo 3.º
Norma revogatória 1. O Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singula-
res (IRS) incide sobre o valor dos rendimentos tal como
1. São revogados a alínea k) do n.º1 do artigo 3.º e determinado nos termos deste Código.
o artigo 67.º do Código de Imposto sobre o Rendimento
de Pessoas Singulares (IRS). 2. Os rendimentos a que se refere o número anterior
2. Após a publicação é revogada toda a legislação provêm das Categorias seguintes:
que contrarie o presente Diploma.
a) Categoria A: rendimentos do trabalho dependente e
Artigo 4.º de pensões;
Republicação b) Categoria B: rendimentos empresariais e profis-
sionais;
1. É republicada, em anexo, com a redacção actual, o c) Categoria C: rendimentos de capitais;
Código do Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas d) Categoria D: incrementos patrimoniais.
Singulares, aprovado pela Lei n.º17/2008, de 31 de
Dezembro. 3. Os rendimentos, quer em dinheiro, quer em espécie,
e mesmo quando provenientes de actos ilícitos, ficam
2. Para efeitos de republicação é alterada a numeração sujeitos à tributação, nos termos definidos neste Código,
dos artigos 67.º a 134.º. seja qual for a moeda e a forma por que sejam auferidos.

Artigo 5.º Secção II


Entrada em vigor Categoria A

A presente Lei entra em vigor na data da sua publica- Artigo 2.º


ção. Objecto

Assembleia Nacional, em São Tomé, 3 de Julho de Ficam compreendidos na Categoria A os rendimentos


2009. do trabalho dependente e as pensões e rendas vitalícias
ou rendimentos de natureza equiparável.
O Presidente da Assembleia Nacional, Interino, Jayme
José da Costa. Artigo 3.º
Rendimentos de trabalho dependente
Promulgado em 17 de Setembro de 2009.
1. Consideram-se rendimentos de trabalho dependente,
Publique-se. compreendidos na Categoria A deste imposto, todas as
remunerações ou utilidades, principais ou acessórias,
O Presidente da República, Fradique Bandeira Melo pagas ou postas à disposição do seu titular, qualquer que
de Menezes. seja a sua denominação ou natureza, provenientes directa
ou indirectamente de:
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a) Ordenados, salários, vencimentos, indemniza- s) Os impostos e outros encargos legais devidos


ções por despedimento, horas extraordinárias, comissões pelo trabalhador e que a entidade empregadora tome
ou bónus, gratificações, percentagens, subsídios, partici- sobre si;
pações ou prémios, senhas de presença, emolumentos e t) Quaisquer outros direitos, benefícios ou regalias
participações em multas; não incluídos na remuneração principal que sejam aufe-
b) Honorários dos membros dos órgãos estatutários ridos devido à prestação de trabalho ou em conexão com
das pessoas colectivas e entidades equiparadas e outras esta e constituam para o respectivo beneficiário uma
remunerações em virtude do exercício dessas funções; vantagem económica;
c) O valor de presentes oferecidos pelo emprega- u) Outras remunerações acessórias, periódicas ou
dor ao trabalhador; não, fixas ou variáveis, de natureza contratual ou não.
d) Qualquer subsídio atribuído pelo empregador
em benefício de um trabalhador; 2. Consideram-se remunerações acessórias todos os
e) Os subsídios de viagem, e as importâncias aufe- direitos, benefícios ou regalias não incluídos na remune-
ridas pela utilização de automóvel próprio ao serviço da ração principal que sejam auferidos devido à prestação de
entidade patronal, na parte em que ambas excedam os trabalho ou em conexão com esta e constituam para o
limites legais ou até ao limite dos quantitativos estabele- respectivo beneficiário uma vantagem económica.
cidos para os funcionários do Estado, como remunera-
ções fixas equivalentes ou mais aproximadas; Artigo 4.º
f) Qualquer pagamento atribuído pelo empregador Conceito de trabalho dependente e de entidade
devido à perda, quaisquer alterações ou ao termo do patronal
contrato de trabalho;
g) Quaisquer pagamentos efectuados no termo do 1.Para efeitos deste imposto, considera-se trabalho
contrato de trabalho, relativos a montantes a que o traba- dependente:
lhador tem direito e ainda não pagos, independentemente
da designação dos mesmos; a) Trabalho por conta de outrem prestado ao abrigo
h) As verbas para as despesas de representação, de de contrato individual de trabalho ou de outro a ele
que não tenham sido prestadas contas até ao fim do exer- legalmente equiparado;
cício; b) Trabalho prestado ao abrigo de contrato de aqui-
i) O reembolso ou quitação pelo empregador de sição de serviços ou outro de idêntica natureza, desde que
qualquer despesa do trabalhador, incluindo despesas seja prestado sob a autoridade e a direcção da pessoa do
domésticas ou despesas de saúde; adquirente dos serviços;
j) O montante que um empregador tem direito e c) Exercício de função, serviço ou cargo públicos;
renuncia, caso o trabalhador tenha a obrigação de lhe d) Situações de pré-reforma, pré-aposentação ou
pagar um determinado montante; reserva, com ou sem prestação de trabalho, bem como de
k) As importâncias que os empresários individuais prestações atribuídas, a qualquer título, antes de verifica-
escriturem como remuneração do seu trabalho; dos os requisitos exigidos nos regimes obrigatórios de
l) Os abonos para falhas devidos a quem no seu segurança social aplicáveis para a passagem à situação de
trabalho tenha de movimentar numerário, na parte que reforma ou, mesmo que não subsista o contrato de traba-
exceda l0% da remuneração mensal fixa; lho, se mostrem subordinadas à condição de serem devi-
m) Os abonos de família e respectivas prestações das até que tais requisitos se verifiquem, mesmo que
complementares, excepto na parte que não exceda os devidas por fundos de pensões ou outras entidades, que
limites legais estabelecidos; se substituam à entidade originariamente devedora.
n) O subsídio de refeição, na parte em que exceder
um terço do salário mínimo legalmente estabelecido; 2. Para efeitos deste imposto, considera-se entidade
o) Importâncias despendidas pela entidade patronal patronal toda aquela que pague ou coloque à disposição
com seguros de doença não obrigatórios e acidentes remunerações que constituam rendimentos de trabalho
pessoais não laborais, seguros e operações do ramo dependente nos termos dos artigos seguintes, sendo a ela
«Vida», contribuições para fundos de pensões e para equiparada qualquer outra entidade que com ela tenha
quaisquer regimes complementares de segurança social; relações especiais, nos termos definidos no Código do
p) Os subsídios de residência ou equivalentes Imposto sobre Rendimento de Pessoas Colectivas (IRC).
quando não sejam prestadas contas no fim do ano fiscal
de que os montantes foram aplicados ao fim a que se Artigo 5.º
destinam; Pensões
q) Os resultantes da utilização pessoal pelo traba-
lhador ou membro de órgão social, de viatura automóvel 1. Consideram-se pensões, compreendidas na Catego-
que gere encargos para a entidade patronal; ria A deste imposto:
r) As importâncias despendidas pela entidade
patronal com viagens e estadas, de turismo e similares, a) As prestações devidas a título de pensões de
não conexas com as funções exercidas pelo trabalhador aposentação ou de reforma, velhice, invalidez ou sobre-
ao serviço da mesma entidade; vivência, bem como outras de idêntica natureza;
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b) As prestações a cargo de companhias de segu- Artigo 7.º


ros, fundos de pensões, ou quaisquer outras entidades, Isenção do pessoal estrangeiro das missões diplo-
devidas no âmbito de regimes complementares de segu- máticas
rança social em razão de contribuições da entidade patro-
nal; Fica isento de IRS, nos precisos termos do Direito
c) As pensões e subvenções não compreendidas Internacional aplicável:
nas alíneas anteriores, independentemente da pessoa que a) O pessoal das missões diplomáticas e consula-
tenha originado o direito à sua percepção; res, quanto às remunerações auferidas nessa qualidade;
d) As rendas temporárias ou vitalícias. b) O pessoal ao serviço das organizações estrangei-
ras ou internacionais, quanto às remunerações auferidas
2. A remição ou qualquer outra forma de antecipação nessa qualidade.
de disponibilidade dos rendimentos previstos no número
anterior não lhes modifica a natureza de pensões. Secção III
Categoria B
3.Os rendimentos referidos neste artigo ficam sujeitos
à tributação desde que pagos ou colocados à disposição Artigo 8.º
dos respectivos titulares. Objecto

Artigo 6.º Ficam compreendidos na Categoria B os rendimentos


Rendimentos da Categoria A isentos empresariais e profissionais.

1. Estão isentos os seguintes rendimentos: Artigo 9.º


Conceito de rendimentos empresariais e profissio-
a) As prestações efectuadas pelas entidades nais
patronais, para regimes obrigatórios de segurança social
que visem assegurar exclusivamente benefícios em caso 1. Consideram-se rendimentos empresariais e profis-
de reforma, invalidez ou sobrevivência; sionais, compreendidos na Categoria B deste imposto,
b) As pensões previstas nas alíneas a) e d) do todas as contraprestações ou utilidades, pagas ou postas à
n.º 1 do artigo anterior que sejam de quantitativo anual disposição do seu titular, qualquer que seja a sua deno-
inferior ou igual a Dbs. 24.000.000,00; minação ou natureza, que procedam directa ou indirec-
c) Os benefícios imputáveis à utilização e frui- tamente de actividades empresariais ou profissionais, tais
ção de realizações de utilidade social e de lazer mantidas como:
pela entidade patronal;
d) As bolsas concedidas pela entidade empre- a) Os decorrentes do exercício de qualquer activi-
gadora para os estudos ou cursos do sujeito passivo ou de dade comercial, industrial, agrícola, silvícola ou pecuá-
filhos deste, bem como as bolsas concedidas pelo Estado ria;
ou quaisquer outras entidades sem fins lucrativos, desde b) Os auferidos no exercício, por conta própria, de
que as instituições onde são leccionados os cursos emi- qualquer actividade de prestação de serviços, incluindo
tam certificado de inscrição e prova bastante da frequên- as de carácter científico ou técnico, conexas ou não com
cia dos mesmos, e desde que o beneficiário não acumule qualquer actividade mencionada na alínea anterior;
simultaneamente mais do que uma bolsa; c) Os provenientes da propriedade intelectual ou
e) As prestações, realizadas em território são- industrial ou da prestação de informações respeitantes a
tomense, relacionadas exclusivamente com acções não uma experiência adquirida no sector industrial, comercial
individualizadas de formação profissional dos trabalha- ou científico, quando auferidos pelo seu titular originário;
dores, quer estas sejam ministradas pela entidade patro- d) Os decorrentes de actividades artísticas, despor-
nal, quer por organismos de direito público ou entidade tivas e ou culturais.
reconhecida como tendo competência nos domínios da
formação e reabilitação profissionais pelos Ministérios 2. Consideram-se ainda rendimentos desta categoria:
competentes;
f) As indemnizações por despedimento até ao a) Os rendimentos de capitais mobiliários ou imo-
montante do limite legalmente estabelecido. biliários imputáveis a actividades empresariais e profis-
sionais;
2. Não se aplica o disposto da alínea d), do n.º 1 na b) As mais-valias apuradas no âmbito das activida-
parte que ultrapasse os limites estabelecidos em regula- des empresariais e profissionais, definidas nos termos do
mento, os quais não podem exceder o dobro dos montan- Código do IRC, incluindo as resultantes da transferência
tes das bolsas que o Estado São-tomense pague, em con- para o património particular dos empresários de quais-
dições equiparáveis. quer bens afectos ao activo da empresa;
c) As importâncias auferidas, a título de indemni-
zação, conexas com a actividade exercida, nomeadamen-
te a redução, suspensão e cessação desta, assim como
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pela mudança do local do respectivo exercício; Artigo 11.º


d) As importâncias relativas à cessão temporária de Actividades comerciais e industriais, agrícolas, sil-
exploração de estabelecimento; vícolas ou pecuárias
e) Os subsídios ou subvenções no âmbito do exer-
cício de actividade abrangida na alínea a) do n.º 2; 1. Consideram-se actividades comerciais e industriais,
f) Os subsídios ou subvenções no âmbito do exer- designadamente, as seguintes:
cício de actividade abrangida na alínea b) do n.º 2;
g) Os provenientes da prática de actos isolados a) Compra e venda;
referentes à actividade abrangida na alínea a) do n.º 2; b) Fabricação;
h) Os provenientes da prática de actos isolados c) Pesca;
referentes à actividade abrangida na alínea b) do n.º 2. d) Explorações mineiras e outras indústrias extrac-
tivas;
3. Para efeitos do disposto nas alíneas g) e h) do e) Transportes;
número anterior, consideram-se rendimentos provenien- f) Construção civil;
tes de actos isolados os que não resultem de uma prática g) Urbanísticas e exploração de loteamentos;
reiterada de uma actividade compreendida na Categoria h) Actividades hoteleiras e similares, restauração e
B, e decorram do exercício acidental dessa mesma acti- bebidas, bem como venda ou exploração do direito real
vidade. de habitação periódica;
i) Agências de viagens e de turismo;
4. Para efeitos deste imposto, consideram-se como j) Artesanato;
provenientes da propriedade intelectual os direitos de k) As actividades agrícolas e pecuárias não cone-
autor e direitos conexos. xas com a exploração da terra ou em que esta tenha
carácter manifestamente acessório;
5. Para efeitos do disposto na alínea a) do n.º 2, enten- l) As actividades agrícolas, silvícolas e pecuárias
de-se que os rendimentos de capitais imobiliários são integradas noutras de natureza comercial ou industrial.
imputáveis a actividades empresariais e profissionais
quando concorram as seguintes circunstâncias: 3.Consideram-se actividades agrícolas, silvícolas ou
pecuárias, designadamente, as seguintes:
a) Que no desenvolvimento destas actividades se con-
te, ao menos, com um local exclusivamente destinado a a) As comerciais ou industriais, meramente acessórias
levar a cabo a gestão da mesma; ou complementares daquelas, que utilizem, de forma
b) Que para o desenvolvimento das mesmas se tenha, exclusiva, os produtos das próprias explorações agríco-
ao menos, uma pessoa empregada com contrato indivi- las, silvícolas ou pecuárias;
dual de trabalho ou equivalente. b) Caça e a exploração de pastos naturais, água e
outros produtos espontâneos, explorados directamente ou
Artigo 10.º por terceiros;
Conceito de actividades empresariais ou profissio- c) Explorações de marinhas de sal, algas e outras;
nais d) Explorações apícolas.

São actividades empresariais ou profissionais as que Artigo 11.ºA


procedendo conjuntamente do trabalho pessoal e de capi- Facto gerador do Imposto
tal, ou de um só destes factores, pressuponham, da parte
do sujeito passivo, a ordenação por conta própria de O facto gerador do imposto considera-se verificado no
meios de produção e de recursos humanos ou de um último dia do período de tributação.
destes, com a finalidade de intervir na produção ou dis-
tribuição de bens ou serviços. Secção IV
Categoria C
Artigo 10.ºA
Isenção Artigo 12.º
Objecto
Ficam isentos de IRS 50% dos rendimentos prove-
nientes de actividade exclusivamente agro-pecuária, Ficam compreendidos na Categoria C os rendimentos
relativamente a cada exercício, após dedução dos even- de capitais.
tuais prejuízos.
Artigo 13.º
Rendimentos de capitais

1. Consideram-se rendimentos de capitais a totalidade


das utilidades ou contraprestações, qualquer que seja a
sua denominação ou natureza, que provenham directa ou
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indirectamente de elementos patrimoniais, bens ou direi- a) Os rendimentos contáveis desde a data do


tos, cuja titularidade seja do sujeito passivo e não se último vencimento ou emissão, primeira colocação ou
encontrem afectos a actividades empresariais ou profis- endosso, se ainda não tiver ocorrido qualquer vencimen-
sionais realizadas pelo mesmo. to, até à data de transmissão, bem como a diferença entre
o valor de reembolso, amortização ou vencimento e o
2. Incluem-se nos rendimentos de capitais: preço de emissão, no caso de títulos cuja remuneração
seja constituída, total ou parcialmente, por essa diferen-
a) Os provenientes dos bens móveis e, em geral, ça;
dos restantes bens ou direitos de que seja titular o sujeito b) Os juros e qualquer outra forma de remunera-
passivo que não se encontrem afectos a actividades ção acordada como contraprestação pela cessão temporá-
empresariais ou profissionais do mesmo; ria a terceiros de capitais próprios e que não estejam
b) Os provenientes dos bens imóveis, rústicos, compreendidos na alínea a);
urbanos ou mistos, que não se encontrem afectos a acti- c) O rendimento proveniente da propriedade
vidades empresariais ou profissionais do sujeito passivo. industrial ou da prestação de informações respeitante a
uma experiência adquirida no sector industrial, comercial
Artigo 14.º ou científico, que não se encontre afecta a actividades
Rendimentos de capital mobiliário empresariais ou profissionais realizadas pelo sujeito
passivo;
São rendimentos de capital mobiliário os frutos e d) O rendimento proveniente da propriedade
demais vantagens económicas, qualquer que seja a sua intelectual, quando o sujeito passivo não seja o seu autor;
natureza ou denominação, sejam pecuniários ou em espé- e) O rendimento derivado da prestação de assis-
cie, procedentes, directa ou indirectamente, de elementos tência técnica ou do uso, ou da concessão do uso de
patrimoniais, bens, direitos ou situações jurídicas, de equipamento agrícola, industrial, comercial ou científico,
natureza mobiliária, tais como: a não ser que tenham lugar no âmbito de uma actividade
a) Rendimentos obtidos pela participação no capi- empresarial.
tal de qualquer tipo de entidades;
b) Rendimentos obtidos pela cessão temporária a Artigo 17.º
terceiros de capitais próprios; Rendimento de capital imobiliário
c) Outros rendimentos que provenham do capital
mobiliário e em geral dos restantes bens ou direitos tal 1. São rendimentos de capital imobiliário, os prove-
como definido no n.º 1 do artigo 13.°, e alínea a) do n.º 2. nientes da titularidade de bens imóveis rústicos, urbanos
ou mistos ou de direitos reais que recaiam sobre os mes-
Artigo 15.º mos, tais como as rendas dos prédios rústicos ou urbanos
Rendimentos obtidos pela participação no capital pagas ou colocadas à disposição dos respectivos titulares,
de qualquer tipo de entidades bem como os provenientes da cessão de exploração de
estabelecimentos comerciais ou industriais, incluindo a
Para efeitos do disposto na alínea a) do n.º 2 do artigo dos bens móveis naqueles existentes.
13.° estão incluídos nos rendimentos obtidos pela parti-
cipação no capital de entidades, entre outros, os dividen- 2. São havidas como rendas, independentemente do
dos e quaisquer participações nos lucros das sociedades, momento e do modo de pagamento:
incluindo os adiantamentos por conta de lucros e os apu-
rados na liquidação, bem como qualquer outra utilidade a) As importâncias relativas à cedência do uso do pré-
recebida por um sujeito em virtude da sua condição de dio ou de parte dele e aos serviços relacionados com
sócio, accionista, associado, membro de uma fundação, aquela cedência;
de uma cooperativa, ou de outra qualquer entidade de b) As importâncias relativas ao aluguer de máquinas e
direito público ou privado. mobiliário instalado no imóvel locado;
c) A diferença, auferida pelo sublocador, entre a renda
Artigo 16.º recebida do subarrendatário e a paga ao senhorio;
Rendimentos obtidos pela cessão temporária a ter- d) As importâncias relativas à cedência do uso, total
ceiros de capitais próprios ou parcial, de bens imóveis, para publicidade ou outros
fins especiais;
Para efeitos do disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo e) As importâncias relativas à cedência do uso de par-
13.° estão incluídos nos rendimentos obtidos pela cessão tes comuns de prédios em regime de propriedade hori-
temporária a terceiros de capitais próprios, as contrapres- zontal;
tações de qualquer tipo, qualquer que seja a sua denomi- f) As importâncias relativas à constituição, a título
nação, em dinheiro ou em espécie, obtidas por essa ces- oneroso, de direitos reais de gozo temporários, ainda que
são, tais como: vitalícios, sobre prédios rústicos, urbanos ou mistos.
N.º 68 – 8 de Outubro de 2009 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 1061

3. Presume-se que as situações previstas neste artigo Artigo 22.º


dão origem ao pagamento de rendas, a não ser que o Valor de aquisição e de transmissão
sujeito que cede o bem faça prova do contrário.
1. O valor de aquisição é constituído pelo montante
Artigo 18.º efectivo da aquisição, acrescido dos juros pagos para essa
Facto gerador dos rendimentos de capitais aquisição, diminuído pelo montante da amortização dos
bens que tenha ocorrido ao abrigo das regras aplicáveis
1. Os rendimentos de capital ficam sujeitos a tributa- do Código do IRC e regulamentares.
ção, desde o momento em que se vencem, se presume o
vencimento, são colocados à disposição do seu titular, 2. O valor de transmissão é constituído pelo montante
são liquidados ou desde a data do apuramento do respec- efectivo da alienação do bem, diminuído dos custos dos
tivo quantitativo, conforme os casos. investimentos e melhorias efectuadas nos bens transmiti-
dos e dos custos e tributos inerentes à transmissão e
2. Tratando-se de mútuos, de depósitos e de aberturas suportados pelo transmitente, desde que tais custos e
de crédito, considera-se que os juros se vencem na data tributos sejam devidamente comprovados.
estipulada, ou, na sua ausência, na data do reembolso do
capital. 3. Para efeitos do n.º 1, os juros só são tomados em
consideração, desde que não tenha sido autorizada
Secção V nenhuma dedução dos mesmos.
Categoria D
Artigo 23.º
Artigo 19.º Montante efectivo da aquisição dos elementos
Objecto patrimoniais

Ficam compreendidos na Categoria D os incrementos Para a determinação dos incrementos patrimoniais


patrimoniais. sujeitos a IRS, considera-se montante efectivo da aquisi-
ção dos elementos patrimoniais, o valor determinado
Artigo 20.º segundo os artigos seguintes.
Incrementos patrimoniais
Artigo 24.º
1. São incrementos patrimoniais as variações positivas Valor de aquisição a título gratuito
no valor do património do sujeito passivo que ocorram
por ocasião de qualquer alteração na composição daque- No caso de elementos patrimoniais adquiridos a título
le, salvo o disposto no n.º 2. gratuito, o valor de aquisição é igual ao custo da aquisi-
ção do bem pelo transmitente do mesmo a título gratuito.
2. São também considerados incrementos patrimoniais
os prémios de quaisquer lotarias, rifas e apostas mútuas, Artigo 25.º
totoloto, jogos do loto e bingo, bem como as importân- Valor de aquisição a título oneroso de bens imóveis
cias ou prémios atribuídos em quaisquer sorteios ou
concursos, efectivamente pagos ou postos à disposição. 1. No caso de aquisição onerosa de direitos reais sobre
bens imóveis, considera-se valor de aquisição o que tiver
3. Não são considerados incrementos patrimoniais as servido para efeitos de liquidação da sisa.
variações no valor do património do sujeito passivo que
sejam considerados para efeitos de outras categorias tal 2. Não havendo lugar à liquidação da sisa, considera-
como definidas neste Código. se o valor que lhe serviria de base, caso fosse devido,
determinado de harmonia com as regras próprias daquele
Artigo 21.º imposto.
Avaliação dos incrementos patrimoniais
3. O valor de aquisição de imóveis construídos pelos
O montante dos incrementos patrimoniais correspon- próprios sujeitos passivos corresponde ao valor patrimo-
de: nial inscrito na matriz, acrescido dos custos de constru-
ção devidamente comprovados, se superior àquele.
a)No caso de transmissão onerosa, à diferença entre o
valor de aquisição e de transmissão dos elementos patri- Artigo 26.º
moniais; Valor de aquisição de transferência entre patrimó-
b)Nos demais casos, ao valor de transmissão dos ele- nios
mentos patrimoniais ou partes proporcionais, consoante o
caso. No caso de transferência para o património particular
do titular de rendimentos da Categoria B de quaisquer
bens afectos à actividade empresarial e profissional,
1062 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 68 – 8 de Outubro de 2009

considera-se valor de aquisição o valor de mercado à data d) Nos demais casos, o valor da respectiva contra-
da transferência. prestação.

Artigo 27.º 2. Nos casos das alíneas a), b) e c) do número anterior,


Valor de aquisição a título oneroso de partes tratando-se de direitos reais sobre bens imóveis, prevale-
sociais e de outros valores mobiliários cem, quando superiores, os valores porque os bens hou-
verem sido considerados para efeitos de liquidação de
No caso de aquisição onerosa de partes sociais e de sisa ou, não havendo lugar a esta liquidação, os que
outros valores mobiliários, considera-se valor de aquisi- devessem ser, caso fosse devida.
ção:
a) Tratando-se de valores mobiliários cotados em 3. No caso de troca por bens futuros, os valores referi-
Bolsa, o custo documentalmente provado ou, na sua falta, dos na alínea a) do n.º 1 reportam-se à data da celebração
o da menor cotação verificada nos dois anos anteriores à do contrato.
data da alienação, se outro menos elevado não for decla-
rado; 4. No caso previsto na alínea c) do n.º1 deste artigo,
b) Tratando-se de quotas ou de outros valores prevalece, se o houver, o valor resultante da correcção a
mobiliários não cotados em Bolsa, o custo documental- que se refere o n.º 4 do artigo 46.°.
mente provado ou, na sua falta, o respectivo valor nomi-
nal. Artigo 31.º
Divergência de valores
Artigo 28.º
Valor de aquisição a título oneroso de bens impor- Quando a Administração Tributária considere funda-
tados damente que possa existir divergência entre o valor
declarado e o valor real da transmissão, tem a faculdade
No caso de aquisição onerosa de bens importados, de proceder à respectiva determinação, segundo o valor
considera-se valor de aquisição: do mercado.
a) Tratando-se da primeira alienação onerosa, após
a importação, o respectivo valor aduaneiro; Artigo 32.º
b) Tratando-se da primeira alienação onerosa Relações especiais
sucessiva à mencionada na alínea a), o preço pago pelo
alienante, documentalmente provado. A avaliação das operações entre entidades com rela-
ções especiais entre elas faz-se segundo o valor de mer-
Artigo 29.º cado tal como determinado no Código do IRC.
Valor de aquisição a título oneroso de outros ele-
mentos patrimoniais Artigo 33.º
Isenção parcial na alienação de casa própria
No caso de aquisição onerosa de outros elementos
patrimoniais não referidos nos artigos anteriores, consi- São isentos em 50% da tributação os incrementos pro-
dera-se valor de aquisição preço pago pelo alienante, venientes da transmissão onerosa de imóveis destinados a
documentalmente provado. habitação própria e permanente do sujeito passivo, desde
que sejam observadas as seguintes condições:
Artigo 30.º a) O imóvel esteja situado em território são-
Montante efectivo da alienação dos elementos tomense;
patrimoniais b) O sujeito passivo demonstre ter aí habitado
permanentemente durante, pelo menos, cinco anos.
1. Para a determinação dos incrementos patrimoniais
sujeitos a IRS, considera-se montante efectivo da aliena- CAPÍTULO II
ção dos elementos patrimoniais: Incidência Pessoal

a) No caso de troca, o valor atribuído no contrato Artigo 34.º


aos bens ou direitos recebidos, ou o valor de mercado, Sujeito passivo
quando aquele não exista ou este for superior, acrescidos
ou diminuídos, um ou outro, da importância em dinheiro Ficam sujeitas a IRS as pessoas singulares que resi-
a receber ou a pagar; dam em território são-tomense as que, nele não residindo,
b) No caso de expropriação, o valor da indemniza- aqui obtenham rendimentos.
ção;
c) No caso de afectação de quaisquer bens do
património particular do titular de rendimentos da Cate-
goria B a actividade empresarial e profissional, o valor de
mercado à data da afectação;
N.º 68 – 8 de Outubro de 2009 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 1063

Artigo 35.º por entidades que nele tenham residência, sede, direcção
Âmbito da sujeição efectiva ou estabelecimento estável a que deva imputar-
se o pagamento;
1. O IRS devido pelas pessoas residentes em território c) Os rendimentos de trabalho prestado a bordo de
São-tomense, incide sobre a totalidade dos seus rendi- navios e aeronaves, desde que os seus beneficiários este-
mentos, incluindo os obtidos fora desse território. jam ao serviço de entidade com residência, sede ou
direcção efectiva nesse território.
2. Tratando-se de não residentes, o IRS incide unica-
mente sobre os rendimentos obtidos em território São- Artigo 38.º
tomense. Co-titularidade de rendimentos

3. Para efeitos do disposto neste Código, o território Os rendimentos que pertençam em comum a várias
são-tomense compreende também as zonas onde, em pessoas são imputados a estas na proporção das respecti-
conformidade com a legislação são-tomense e o direito vas quotas, que se presumem iguais quando indetermina-
internacional, a República Democrática de São Tomé e das, e tendo em conta as seguintes regras:
Príncipe tem direitos soberanos relativamente à prospec- a) Tratando-se de rendimentos da Categoria A,
ção, pesquisa e exploração dos recursos naturais do leito cada co-titular engloba os rendimentos ilíquidos e as
do mar, do seu subsolo e das águas sobrejacentes. deduções legalmente admitidas;
b) Tratando-se de rendimentos da Categoria B,
Artigo 36.º cada co-titular engloba a parte do lucro tributável que lhe
Residência couber;
c) Tratando-se dos restantes rendimentos, a cada
1. São residentes em território São-tomense os sujeitos co-titular são imputados os rendimentos ilíquidos que
passivos em relação aos quais, o ano a que respeitem os lhes couberem.
rendimentos ocorra alguma das seguintes situações:
Artigo 39.º
a) Hajam nele permanecido mais de 180 dias, Imputação especial
seguidos ou interpolados;
b) Aí disponham em 31 de Dezembro desse ano 1.Constitui rendimento dos sócios ou membros das
de habitação em condições que façam supor a intenção entidades referidas no artigo 12.º do Código do IRC, que
de a manter e ocupar como residência permanente; sejam pessoas singulares, o resultante da imputação efec-
c) Se situe em território São-tomense o núcleo tuada nos termos e condições dele constantes.
principal ou a base das suas actividades profissionais ou 2.Para efeitos do disposto no número anterior, as res-
empresariais ou dos seus interesses económicos; pectivas importâncias integrar-se-ão como rendimento
d) Desempenhem no estrangeiro funções ou líquido na Categoria B.
comissões de carácter público, ao serviço da República
Democrática de São Tomé e Príncipe; TÍTULO II
e) Em 31 de Dezembro, sejam tripulantes de Determinação do Rendimento Colectável
navios ou aeronaves, desde que aqueles estejam ao servi-
ço de entidades com residência, sede ou direcção efectiva CAPÍTULO I
no território São-tomense. Regras Gerais

2. Os residentes são obrigados a comunicar o domicí- Artigo 40.º


lio fiscal à administração tributária. Determinação do rendimento colectável das Cate-
gorias A e B
Artigo 37.º
Rendimentos obtidos em território são-tomense O rendimento colectável das Categorias A e B é o que
resulta do englobamento dos rendimentos dessas catego-
Consideram-se obtidos em território São-tomense os rias, auferidos em cada ano, depois de feitas as deduções
rendimentos que se encontrem nas condições referidas no e os abatimentos previstos nas secções seguintes.
Código do IRC, e bem assim os que, não se encontrando
nessas condições, que a seguir se indicam: Artigo 41.º
Determinação do rendimento colectável das Cate-
a) Os rendimentos do trabalho dependente decor- gorias C e D
rentes de actividades nele exercidas, ou quando tais ren-
dimentos sejam devidos por entidades que nele tenham Não são englobados para efeitos da sua tributação os
residência, sede, direcção efectiva ou estabelecimento rendimentos das Categorias C e D, sem prejuízo da opção
estável a que deva imputar-se o pagamento; pelo englobamento dos rendimentos da Categoria D nos
b) As remunerações dos membros dos órgãos esta- termos previstos no artigo 70.º.
tutários das pessoas colectivas e outras entidades, devidas
1064 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 68 – 8 de Outubro de 2009

Artigo 42.º CAPÍTULO II


Valores fixados em moeda diversa da dobra Rendimentos do Trabalho Dependente

1. A equivalência em dobras de rendimentos ou encargos Artigo 44.º


expressos noutra moeda deve ser determinada pela cotação Determinação do rendimento colectável
oficial em São Tomé e Príncipe da respectiva divisa, nas datas
que as normas de contabilidade adoptadas considerem relevan- Aos rendimentos brutos da Categoria A deduzir-se-ão, por
tes, consoante ocorra uma das seguintes situações: cada titular que os tenha auferido, os seguintes montantes:

a) Transferência de rendimentos para o exterior; a)Contribuições do trabalhador para o Instituto Nacional de


b) Proveniência de rendimentos do exterior; ou Segurança Social;
c) Obtenção e pagamento no estrangeiro de rendimen- b)As quotizações sindicais;
tos que não sejam transferidos para São Tomé e Príncipe até ao c)As indemnizações pagas pelo trabalhador à sua entidade
fim do ano. patronal por rescisão unilateral do contrato individual de traba-
lho sem aviso prévio, em resultado de sentença judicial ou de
2. Não sendo possível comprovar, tendo em conta as normas acordo judicialmente homologado, ou, nos restantes casos, a
de contabilidade adoptadas, as datas relevantes a que se refere o indemnização de valor não superior à remuneração de base
número anterior, aplicar-se-á o câmbio de 31 de Dezembro do correspondente ao aviso prévio;
ano a que os rendimentos ou encargos respeitem. d)50% dos rendimentos englobados, provenientes das pen-
sões nas alíneas a) e d) do artigo 5.°, sem prejuízo do disposto
Artigo 43.º na alínea b) do artigo 6.°.
Rendimentos em espécie
CAPÍTULO III
1. A equivalência em dobras dos rendimentos em espécie Rendimentos Empresariais e Profissionais
far-se-á de acordo com as seguintes regras, de aplicação suces-
siva: Artigo 45.º
Regras de determinação dos rendimentos empresariais e
a)Pelo preço tabelado oficialmente; profissionais
b)Pela cotação oficial de compra;
c)Pelo valor de mercado, em condições de concorrência. 1. Os sujeitos passivos com rendimentos da Categoria B são
organizados em dois grupos de tributação, designados por
2. No caso de empréstimos sem juros ou a taxa de juro redu- Grupo 1 e por Grupo 2, segundo as regras aplicáveis do Código
zida, o rendimento em espécie corresponde ao valor obtido por do IRC.
aplicação ao respectivo capital da diferença entre a taxa de juro
do Banco Central para o tipo de operação em causa e a taxa de 2. A constituição do Grupo 1 e do Grupo 2 e a definição da
juro que eventualmente seja suportada pelo beneficiário. matéria colectável seguem o regime estabelecido no Código do
IRC com as necessárias adaptações, e em tudo o que não for
3. Quando se tratar da atribuição do uso de veículos auto- contrariado por este Código.
móveis pela entidade patronal, o rendimento anual corresponde
ao produto de 0,50% do valor aduaneiro ou do valor da aquisi- Artigo 46.º
ção nos casos em que a viatura é adquirida no mercado interno, Delimitação do património empresarial
pelo número de meses de utilização da mesma.
1. Na determinação do rendimento só são considerados pro-
4. Quando se tratar da utilização de habitação concedida veitos e custos os relativos a bens ou valores que façam parte
pela entidade patronal, o rendimento em espécie corresponde à do activo da empresa individual do sujeito passivo ou que
diferença entre o valor do respectivo uso e a importância paga a estejam afectos às actividades empresariais e profissionais por
esse título pelo beneficiário, observando-se na determinação ele desenvolvidas.
daquele as regras seguintes:
2. No caso de afectação de quaisquer bens do património
a) O valor do uso é igual à renda suportada pela entidade particular do sujeito passivo à sua actividade empresarial e
patronal em substituição do beneficiário; profissional, o valor de aquisição pelo qual esses bens são
b) Não havendo renda, o valor do uso é igual ao valor da considerados corresponde ao valor de mercado à data da afecta-
renda de mercado, ou, não sendo possível apurar este, a um ção.
sexto do total da remuneração anual auferida pelo beneficiário.
3. No caso de transferência para o património particular do
5.Quando não for concedida pela entidade patronal casa de sujeito passivo de bens afectos à sua actividade empresarial e
habitação, e estiver fixado por lei subsídio de residência ou profissional, o valor dos bens corresponde ao valor de mercado
equivalente, o valor de uso não pode exceder, em qualquer dos mesmos à data da transferência.
caso, o montante desse subsídio.
4. O valor de mercado a que se referem os números anterio-
res, atribuído pelo sujeito passivo no momento da afectação ou
da transferência dos bens, pode ser objecto de correcção sempre
que a Administração Tributária considere, fundamentadamente,
que o mesmo não corresponde ao que seria praticado entre
pessoas independentes.
N.º 68 – 8 de Outubro de 2009 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 1065

Artigo 47.º Artigo 51.º


Rendimento de actos isolados Realização do capital social com entrada do património
empresarial
Na determinação do rendimento dos actos isolados, tal como
definidos no n.º 3 do artigo 9.° deduzem-se apenas as despesas 1. Não há lugar ao apuramento de qualquer resultado tribu-
necessárias à sua obtenção devidamente comprovadas, até à tável por virtude da realização de capital social resultante da
concorrência, com as limitações decorrentes do artigo 49.°. transmissão da totalidade do património afecto ao exercício de
uma actividade empresarial e profissional por uma pessoa
Artigo 48.º singular, desde que, cumulativamente, sejam observadas as
Regime simplificado de determinação do lucro tributável seguintes condições:

1. Sem prejuízo do disposto no número seguinte, aplica-se o a) A entidade para a qual é transmitido o património seja
regime simplificado de determinação do lucro tributável nos uma sociedade e tenha a sua sede e direcção efectiva em territó-
casos previstos no Código do IRC, com as necessárias adapta- rio São-tomense;
ções. b) A pessoa singular transmitente fique a deter pelo menos,
50% do capital da sociedade e a actividade exercida por esta
2. Ficam excluídos do regime simplificado de determinação seja substancialmente idêntica à que era exercida a título indi-
do lucro tributável, os sócios ou membros das entidades abran- vidual;
gidas pelo disposto no artigo 12.º do Código do Imposto sobre c) Os elementos activos e passivos objecto da transmissão
Rendimento de Pessoas Colectivas (IRC). sejam tidos em conta para efeitos desta com os mesmos valores
por que estavam registados na contabilidade ou nos livros de
Artigo 49.º escrita da pessoa singular, ou seja, os que resultam da aplicação
Encargos não dedutíveis para efeitos fiscais das disposições do presente Código ou de reavaliações feitas ao
abrigo de legislação de carácter fiscal;
1. Para além das limitações previstas no Código do IRC, não d) A sociedade referida na alínea a) se comprometa, através
são dedutíveis para efeitos de determinação do rendimento da de declaração, a respeitar o disposto no artigo 80.º do Código
Categoria B, mesmo quando contabilizados como custos ou do IRC, a qual deve ser junta à declaração anual de rendimentos
perdas do exercício as despesas de deslocações, viagens e da pessoa singular relativa ao exercício da transmissão.
estadas do sujeito passivo ou membro do seu agregado familiar,
que com ele trabalham, na parte que exceder, no seu conjunto, 2. As partes de capital recebidas em contrapartida da trans-
10% do total dos proveitos contabilizados, sujeitos e não isen- missão devem ser valorizadas, para efeito de tributação dos
tos deste imposto. ganhos ou perdas relativos à sua ulterior transmissão, pelo valor
líquido correspondente aos elementos do activo e do passivo
2. Quando o sujeito passivo afecte à sua actividade empresa- transferidos, valorizados nos termos da alínea anterior.
rial e profissional parte do imóvel destinado à sua habitação, os
encargos dedutíveis com ela conexas, designadamente amorti- 3. Os ganhos resultantes da transmissão onerosa, qualquer
zações, juros, rendas, energia, água e um número de telefone, que não seja o seu título, e das partes de capital recebidas em
não podem ultrapassar 10% do total dos proveitos contabiliza- contrapartida da transmissão referida no n.º1 são considerados,
dos, sujeitos e não isentos deste imposto. antes de decorridos cinco anos a contar da data desta, como
rendimentos empresariais e profissionais.
3. Se o sujeito passivo exercer a sua actividade em conjunto
com outros profissionais, os encargos dedutíveis são rateados Artigo 52.º
em função da respectiva utilização dos respectivos serviços ou Deduções de perdas
meios de trabalho ou, na falta de elementos que permitam o
rateio, proporcionalmente aos rendimentos brutos auferidos. Se, nos termos das disposições anteriores relativas ao cálcu-
lo, for apurado um resultado líquido negativo, o seu montante é
4. Não são dedutíveis as remunerações dos titulares dos ren- dedutível ao resultado líquido positivo do conjunto dos rendi-
dimentos desta categoria, bem como as atribuídas a membros mentos nos cinco anos seguintes.
do seu agregado familiar que com eles trabalhem, assim como
outras prestações a título de ajudas de custo, subsídios de refei- CAPÍTULO IV
ção e outras de natureza remuneratória. Rendimentos de Capitais e Incrementos Patrimoniais

5. Quando o sujeito passivo utilizar viatura própria ao servi- Artigo 53.º


ço da actividade, os encargos dedutíveis com ela conexos não Regras de determinação dos rendimentos de capitais e
podem ultrapassar 3% do total dos proveitos contabilizados. dos incrementos patrimoniais

Artigo 50.º Os rendimentos de capitais e os incrementos patrimoniais


Dedução de prejuízos fiscais sujeitos a imposto, são os colocados à disposição do seu titular
ou os liquidados, conforme os casos, não sendo efectuadas
Nos casos de sucessão por morte, a dedução de prejuízos quaisquer deduções.
fiscais prevista no artigo 52.º do Código do IRC só aproveita ao
sujeito passivo que suceder àquele que suportou o prejuízo.
1066 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 68 – 8 de Outubro de 2009

Artigo 54.º Artigo 57.º


Eliminação da dupla tributação económica de rendimen- Rendimentos litigiosos
tos obtidos pela participação em fundos próprios de qual-
quer tipo de entidades Se a determinação do titular ou do valor de quaisquer ren-
dimentos depender de decisão judicial, o apuramento só se faz
São apenas considerados em 50% do seu valor, os rendimen- depois de transitada em julgado a decisão, e opera-se na decla-
tos obtidos pela participação em fundos próprios de qualquer ração de rendimentos do ano em que transite.
tipo de entidades, tais como os dividendos e quaisquer partici-
pações nos lucros das sociedades, incluindo os adiantamentos Artigo 58.º
por conta de lucros e os apurados na liquidação, bem como Falecimento de titular de rendimentos
qualquer outra utilidade recebida por um sujeito em virtude da
sua condição de sócio, accionista ou associado. Ocorrendo o falecimento de qualquer pessoa, os rendimen-
tos relativos aos bens transmitidos e correspondentes ao período
TÍTULO III posterior à data do óbito são considerados, a partir de então, nos
Processo de Determinação do Rendimento Colectável englobamentos a efectuar em nome das pessoas que os passa-
ram a auferir, procedendo-se, na falta de partilha até ao fim do
Artigo 55.º ano a que os rendimentos respeitam, à sua imputação aos suces-
Declaração de rendimentos sores e ao cônjuge sobrevivo, segundo a sua quota ideal nos
referidos bens.
1. Os sujeitos passivos das Categorias A, B e ou D, quando
neste último caso optem pela tributação dos rendimentos líqui- Artigo 59.º
dos, devem apresentar, anualmente, uma declaração de modelo Apuramento do rendimento colectável com base na
oficial, relativa aos rendimentos do ano anterior e a outros declaração anual
elementos informativos relevantes para a sua concreta situação
tributária, devendo ser-lhe juntos, e fazendo dela parte integran- 1. O rendimento colectável de IRS apura-se com base na
te os anexos e outros documentos que para o efeito sejam men- declaração anual de rendimentos apresentada no prazo legal e
cionados no referido modelo. de harmonia com as regras estabelecidas nas secções preceden-
tes e com as regras relativas a benefícios fiscais a que os sujei-
2. Sempre que as declarações não forem consideradas claras tos passivos tenham direito.
ou nelas se verifiquem faltas ou omissões, a Administração
Tributária notifica os sujeitos passivos ou os seus representan- 2. O disposto no número anterior aplica-se aos casos em que
tes para, por escrito, e no prazo que lhes for fixado, não inferior não tenha ocorrido autoliquidação, sendo esta obrigatória,
a oito, nem superior a quinze dias, prestarem os esclarecimen- desde que a declaração anual de rendimentos tenha sido apre-
tos indispensáveis. sentada no prazo legal, e sem prejuízo da multa aplicável nos
termos do Código Geral Tributário.
Artigo 56.º
Dispensa de apresentação de declaração Artigo 60.º
Apuramento do rendimento colectável com base em
1. Ficam dispensados de apresentar a declaração a que se outros elementos
refere o artigo anterior, os sujeitos passivos em relação aos
quais se verifique, exclusivamente uma das seguintes situações, 1. O rendimento colectável de IRS apura-se com base no
no ano a que o imposto respeita: montante determinado no exercício mais próximo ou com base
em todos os elementos de que a Direcção dos Impostos dispo-
a) Apenas tenham auferido rendimentos tributados às nha, quando:
taxas liberatórias previstas no artigo 69.º, e não optem, no caso
e termos previstos pelo artigo 70.°, pelo seu englobamento; ou a) A declaração anual de rendimentos não seja apresentada;
b) Apenas tenham auferido rendimentos de trabalho b) Ocorra alguma das situações ou factos previstos no artigo
dependente por parte de um Único empregador, desde que 31.°, no n.º 4 do artigo 46.°; ou
tenham sido objecto, pela totalidade, de retenção na fonte do c) Se verifiquem os pressupostos para aplicação de métodos
correspondente IRS, nos termos do artigo 90.°; ou indiciários no artigo 61.°.
c) Apenas tenham auferido rendimentos de pensões,
devidos por uma Única entidade, desde que tenham sido objec- 2. Nos casos previstos no número anterior, o sujeito passivo
to, pela totalidade, de retenção na fonte do correspondente IRS, deve ser previamente notificado para, no prazo de 15 dias,
nos termos do artigo 90°. apresentar a declaração em falta, sem prejuízo da multa aplicá-
vel nos termos do Código Geral Tributário.
2. O disposto no número anterior aplica-se também aos
sujeitos passivos que tenham auferido rendimentos nos termos 3. O disposto no n.º 1 aplica-se também aos casos em que a
da alínea b) conjuntamente com rendimentos tributados nos declaração anual seja apresentada fora do prazo legal, salvo se
termos da alínea a), ou que tenham auferido rendimentos nos for possível efectuar a liquidação com base na declaração apre-
termos da alínea c) conjuntamente com rendimentos tributados sentada.
nos termos da alínea a).
4. Na falta de apresentação da declaração, a liquidação deve
ser efectuada até 31 de Agosto do ano seguinte àquele a que
respeita.
N.º 68 – 8 de Outubro de 2009 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 1067

Artigo 61.º
Aplicação de métodos indiciários
Rendimentos Colectá- Taxas Parcela a
Sempre que a administração tributária verificar a existência veis Anuais (2) abater
de rendimentos, bens ou direitos cuja detenção ou aquisição ou (1) (3)
o seu valor não corresponda ao rendimento ou património Até Dbs. 11.700.000,00 0
declarado do sujeito passivo, aplicam-se os métodos indiciários De Dbs. 11.700.001,00 10% Dbs.
nos termos previstos no código do IRC, com as necessárias até Dbs. 50.000.000,00 881.250,00
adaptações. De Dbs. 50.000.001,00 13% Dbs.
até Dbs. 100.000.000,00 1.380.000,00
Artigo 62.º
Alterações dos elementos declarados
De Dbs. 100.000.001,00 15% Dbs.
até Dbs. 150.000.000,00 1.875.000,00
Nos casos do artigo 60.°, a Administração Tributária pode De Dbs. 150.000.001,00 20% Dbs.
proceder à alteração dos elementos declarados sempre que, até Dbs. 240.000.000,00 5.625.000,00
sendo apresentada a declaração dentro do prazo legal e não se Superior a Dbs. 25% Dbs.
verificando os pressupostos para aplicação dos métodos indiciá- 240.000.000,00 9.000.000,00
rios, devam ser efectuadas correcções decorrentes de erros
evidenciados nas próprias declarações, de omissões nelas prati-
cadas ou correcções decorrentes de divergência na qualificação 2. O rendimento colectável anual dentro de cada escalão de
dos actos, factos ou documentos com relevância para a liquida- rendimento da coluna 1 é multiplicado pelas percentagens
ção do imposto. indicadas na coluna 2, deduzindo-se depois a parcela indicada
na coluna 3.
Artigo 63.º
Competência para o apuramento ou alteração do rendi- Artigo 67.º
mento colectável Taxas de retenção por conta dos rendimentos da Catego-
ria A
A competência para a prática dos actos de apuramento, fixa-
ção ou alteração referidos nos artigos 60.° a 62.° é exercida 1. Estão sujeitos às seguintes taxas de retenção na fonte, os
pelo Director dos Impostos ou pelo Chefe da Delegação do rendimentos da Categoria A, quando não são devidos por uma
Príncipe consoante o domicílio fiscal dos sujeitos passivos. única entidade.

Artigo 64.º
Notificação e fundamentação dos actos

1. Os actos de apuramento ou alteração previstos no artigo Remuneração mensal Taxas


61.º e 62.º são sempre notificados aos sujeitos passivos, com a
De Dbs. 975.001,00 até Dbs. 8%
respectiva fundamentação.
4.167.000,00
2. A fundamentação deve ser expressa, através de exposição, De Dbs. 4.167.001,00 até Dbs. 11%
ainda que sucinta, das razões de facto e de direito da decisão, 8.333.000,00
equivalendo à falta de fundamentação a adopção de fundamen- De Dbs. 8.333.001,00 até Dbs. 13%
tos que, por obscuridade, contradição ou insuficiência, não 12.500.000,00
esclareçam concretamente a sua motivação. De Dbs. 12.500.001,00 até Dbs. 18%
20.000.000,00
3. A falta de fundamentação acarreta a nulidade do acto.
Superior a Dbs. 20.000.000,00 23%
Artigo 65.º
Revisão dos actos de fixação
1. No caso da aplicação de métodos indiciários, o acto
de fixação da matéria tributável pode ser revisto nos três anos 2. Os rendimentos da Categoria A devidos por uma única
posteriores pela entidade que o praticou, quando, em face de entidade, estão sujeitos às taxas de retenção previstas no artigo
elementos concretos conhecidos posteriormente, se verifique ter 66.°.
havido injustiça grave ou notória em prejuízo do Estado ou do
sujeito passivo. Artigo 68.º
2. A revisão a que se refere este artigo pode ser feita Taxa de retenção por conta sobre rendimentos da Cate-
oficiosamente ou suscitada pelo interessado. goria B de residentes

TÍTULO IV Estão sujeitos a retenção na fonte, por conta do imposto


Taxas devido a final, à taxa de 15%, os rendimentos ilíquidos da
Categoria B, obtidos em território são-tomense por residentes e
Artigo 66.º devidos pelas entidades referidas no artigo 91.°.
Taxas de englobamento aplicáveis às Categorias A, B e D

1. As taxas do imposto aplicáveis às Categorias A, B e D,


após o englobamento, são as constantes da tabela seguinte:
1068 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 68 – 8 de Outubro de 2009

Artigo 69.º das pela Direcção dos Impostos ou pelos seus serviços, nos
Taxa liberatória sobre rendimentos ilíquidos termos dos artigos 98.º e 99.°.

1. Estão sujeitos a retenção na fonte, a título definitivo, à Artigo 72. º


taxa de 15%, os seguintes rendimentos, devidos pelas entidades Prazo para liquidação
referidas no artigo 88.º:
1. A fixação dos rendimentos tributáveis em IRS deve estar
a) Rendimentos de capitais obtidos em território são- concluída até 31 de Agosto de cada ano.
tomense, e não abrangidos pela Categoria B;
b) Incrementos patrimoniais obtidos em território são- 2. Sempre que o número de processos justifique, pode o
tomense, e não abrangidos pela Categoria B, e sem prejuízo do Director dos Impostos indicar outros funcionários da sua direc-
disposto no artigo 70.º; ção ou solicitar o concurso de funcionários afectos a outros
c) Os restantes rendimentos, obtidos em território são- serviços públicos, de reconhecida competência, para procede-
tomense, por não residentes, não imputáveis a estabelecimento rem à fixação de rendimentos colectáveis.
estável situado neste território.
Artigo 73.º
2. Ficam também sujeitos à taxa liberatória prevista neste Deduções à colecta
artigo os rendimentos de capitais obtidos em território são-
tomense e não abrangidos pelo artigo 91.°, devendo o sujeito 1. À colecta do IRS são efectuadas, nos termos dos artigos
passivo proceder a entrega do imposto devido até ao dia 10 do subsequentes, as deduções relativas:
mês seguinte ao acto de pagamento ou vencimento, ainda que
presumido. a) À situação pessoal e familiar dos sujeitos passivos;
b) À dupla tributação internacional;
3. A taxa liberatória prevista no número anterior incide c) As despesas com saúde;
sobre os rendimentos ilíquidos. d) As despesas de educação e de formação, e
e) Aos encargos com imóveis.
4. No caso de incrementos patrimoniais resultantes da
transmissão onerosa de imóveis a que se refere o artigo 33.º, a 2. São ainda deduzidos à colecta do IRS os pagamentos por
retenção na fonte segundo o regime de isenção parcial previsto conta do imposto e as importâncias retidas na fonte que tenham
nesse artigo, depende de uma declaração do sujeito passivo aquela natureza, respeitantes ao mesmo período de tributação.
vendedor de que o imóvel constituía a sua habitação própria e
permanente. 3. As deduções referidas neste artigo são efectuadas pela
ordem nele indicada e apenas as previstas no número anterior,
Artigo 70.º quando superiores à colecta, conferem direito ao reembolso da
Englobamento dos rendimentos líquidos da Categoria D diferença.

a) Os incrementos patrimoniais líquidos ficam sujeitos a 4. As deduções previstas no n.º 1 aplicam-se apenas aos
englobamento, às taxas do artigo 66.º, se o sujeito sujeitos passivos residentes em território são-tomense.
passivo for residente e optar por apresentá-los na
declaração anual, comprovando as deduções admiti- 5. A dedução prevista na alínea e) não pode exceder a
das por esta lei. importância de Dbs. 15.000.000,00.

b) Quando o sujeito passivo exerça a opção referida n.º Artigo 74.º


1, fica, por esse facto, obrigado a declarar a totalidade Deduções relativas à situação pessoal e familiar
dos rendimentos obtidos.
1. À colecta do IRS devida por sujeitos passivos residentes
TÍTULO V em território são-tomense e até ao seu montante são deduzidos
Liquidação anualmente:

Artigo 71.º a) 10% do salário mínimo anual por cada sujeito passi-
Competência para a liquidação vo;
b) 15% do salário mínimo anual, quando exista um
1. A liquidação do IRS é da competência: dependente, existindo dois deduz-se o montante de 20% do
salário mínimo anual e sendo três ou mais, o montante é de
a) Do Director dos Impostos ou outros funcionários por 25% do salário mínimo anual, desde que não sejam sujeitos
ele indicados; passivos deste imposto.
b) Dos titulares de rendimentos da Categoria B no caso
dos sujeitos passivos do Grupo 1, sendo facultativa para os 2. Os limites previstos nas alíneas a) e b) do número anterior
restantes, quando a declaração anual de rendimentos seja apre- são elevados à 50% quando se trate de sujeitos passivos ou
sentada dentro do prazo legal, e devendo, em qualquer caso, ser dependentes a seu cargo cujo grau de invalidez permanente,
efectuada nas respectivas declarações. devidamente comprovada pela entidade competente, seja igual
ou superior a 60%.
2. Havendo lugar a autoliquidação de imposto e não sendo
efectuado o pagamento deste e de juros de mora devidos até ao
dia em que é ou deve ser apresentada a declaração periódica de
rendimentos, a liquidação e cobrança do imposto são promovi-
N.º 68 – 8 de Outubro de 2009 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 1069

Artigo 75.º obrigatoriamente suportar, por ele sejam suportados, e se


Dupla tributação internacional encontrem documentalmente provados.
c) Juros de dívidas contraídas com a aquisição e cons-
Têm direito à dedução relativa à dupla tributação internacio- trução de habitação própria.
nal a que se refere a alínea b) do artigo 73.°, os titulares de
rendimentos das diferentes categorias obtidos no estrangeiro e Artigo 79.º
sujeitos e não isentos de IRS, com excepção dos rendimentos Liquidação adicional
da Categoria B sujeitos ao regime do Grupo 2, até ao montante
da colecta do IRS, nos termos definidos no artigo 85.° do Códi- a) Quando se verificar que na liquidação se cometeram
go do IRC, com as necessárias adaptações. erros de facto ou de direito ou houve quaisquer omissões de que
resultou prejuízo para o Estado, a Direcção dos Impostos deve
Artigo 76.º repará-los mediante liquidação adicional, sempre com a obser-
Dedução à colecta relativas às despesas com a saúde vância do disposto nos artigos 60.° e 61.°, e dentro do prazo de
caducidade.
1. São dedutíveis à colecta 30% das seguintes importâncias: b) O disposto no número anterior aplica-se aos casos em
que, por virtude de fiscalização ou exame à escrita do contri-
a) Aquisição de bens e serviços directamente relaciona- buinte ou fixação de matéria colectável por métodos indiciários,
dos com despesas de saúde do sujeito passivo e do seu agrega- seja exigível imposto maior do que o que foi liquidado.
do familiar;
b) Aquisição de bens e serviços directamente relaciona- Artigo 80.º
dos com despesas de saúde dos ascendentes e colaterais até ao Liquidações correctivas no regime de transparência fis-
1.º grau do sujeito passivo, desde que não possuam rendimentos cal
superiores ao salário mínimo nacional e com aquele vivam em
economia comum; Sempre que, relativamente às entidades a que se aplique o
c) Os juros de dívidas contraídas para o pagamento das regime de transparência fiscal definido no artigo 12.° do Códi-
despesas mencionadas nas alíneas anteriores; go do IRC, haja lugar a correcções que determinem alteração
d) As despesas directamente relacionadas com a saúde dos montantes imputados aos respectivos sócios ou membros, a
do sujeito passivo, do seu agregado familiar, dos seus ascen- Direcção dos Impostos promove as correspondentes modifica-
dentes e colaterais até ao 1.º grau, desde que devidamente ções na liquidação efectuada àqueles, cobrando-se ou anulando-
justificadas. se em consequência as diferenças apuradas.

2. As deduções previstas no número anterior são efectuadas Artigo 81.º


até ao limite de Dbs. 1.000.000,00, ou de 2,5% das importân- Liquidações correctivas em caso de relações especiais
cias referidas nas alíneas a), b), c) e d).
A Direcção dos Impostos, bem como quaisquer outros servi-
Artigo 77.º ços dele dependentes, podem efectuar as correcções que sejam
Dedução à colecta relativa às despesas com a educação e necessárias para a determinação do lucro tributável, sempre
formação que, em virtude das relações especiais entre o contribuinte e
outra pessoa sujeita ou não ao IRC, e independentemente do
1. São dedutíveis à colecta 10% das seguintes importâncias: regime fiscal aplicável às actividades exercidas, tenham sido
estabelecidas condições distintas das que seriam normalmente
a) Aquisição de bens e serviços directamente relaciona- acordadas entre pessoas independentes, conduzindo a que o
dos com despesas de educação e formação do sujeito passivo e lucro apurado na contabilidade seja diverso do que se apuraria
do seu agregado familiar; na ausência dessas condições.
b) Os juros de dívidas contraídas para o pagamento das
despesas mencionadas na alínea anterior; Artigo 82.º
c) As despesas directamente relacionadas com a educa- Juros compensatórios
ção e formação do sujeito passivo e do seu agregado familiar,
desde que devidamente justifica das através de facturas com- 1. São devidos juros compensatórios, nos termos do artigo
provativas. 38.° do Código Geral Tributário, sem prejuízo da multa comi-
nada ao infractor, sempre que, por facto imputável ao sujeito
2. As deduções previstas no número anterior são efectuadas passivo, for retardada:
até ao limite de Dbs. 1.000.000,00. a) A liquidação de parte ou da totalidade do imposto
devido;
Artigo 78.º b) A entrega de pagamentos por conta;
Deduções à colecta relativas a encargo com os imóveis c) A entrega do imposto retido ou do que deveria ter
sido retido no âmbito da substituição tributária.
São dedutíveis à colecta 30% das seguintes importâncias:
2. São ainda devidos juros compensatórios quando o sujeito
a) Despesas de manutenção e de conservação que incu- passivo, por facto a si imputável, tenha recebido reembolso
bam ao sujeito passivo, por ele sejam suportadas e se encon- superior ao devido.
tram documentalmente provadas, bem como a contribuição
predial urbana que incide sobre o valor do imóvel, 3. Para efeitos das alíneas a) e c) do número anterior, enten-
b) No caso de fracção autónoma de prédio em regime de de-se haver retardamento na liquidação, sempre que as declara-
propriedade horizontal deduzem-se se também os encargos de ções de rendimentos a que se refere o artigo 62.° sejam apresen-
conservação, que nos termos da lei civil, o condómino deva tadas fora dos prazos legais.
1070 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 68 – 8 de Outubro de 2009

TÍTULO VI
4. Os juros compensatórios devidos são liquidados conjun- Pagamento
tamente com:
Artigo 87.º
a) O imposto devido; Pagamento do imposto
b) O imposto retido ou que o deveria ter sido, sempre
que as entidades devedoras cumpram as obrigações de entrega, 1 O IRS, acrescido de eventuais juros compensatórios
fora dos prazos legalmente estabelecidos; devidos, deve ser pago até 30 de Setembro do ano seguin-
c) O imposto por conta que autonomamente deva ser te àquele a que respeitam os rendimentos.
liquidado e entregue nos cofres do Estado, sempre que os con-
tribuintes cumpram as obrigações de entrega fora dos prazos 2. As importâncias efectivamente retidas ou pagas a
legalmente estabelecidos, ou não as cumpram. título de pagamentos por conta, nos termos dos artigos
88.° a 92.° são deduzidas ao valor do imposto respeitante
Artigo 83.º ao ano em que ocorreu a retenção ou pagamento.
Prazo de caducidade
Artigo 88.º
1. A liquidação do IRS, ainda que adicional, só pode efec- Retenção na fonte - regras gerais
tuar-se no prazo de caducidade devendo, dentro do mesmo
prazo, ser notificada ao sujeito passivo. 1. Nos casos previstos nos artigos 86.° a 88.° e noutros esta-
belecidos na lei, a entidade devedora dos rendimentos sujeitos à
2. A propositura da acção de liquidação do imposto, no caso retenção na fonte é obrigada, no acto do pagamento, do venci-
de rendimentos litigiosos, determina a suspensão da contagem mento, ainda que presumido, da sua colocação à disposição, da
do prazo de caducidade até ao trânsito em julgado da decisão. sua liquidação ou do apuramento do respectivo quantitativo,
consoante os casos, a deduzir-lhes as importâncias correspon-
3. Em caso de ter sido efectuado reporte de resultado líquido dentes às taxas de imposto aplicáveis respeitantes ao ano em
negativo, o prazo de caducidade é o do exercício desse direito. que esses actos ocorrem.

Artigo 84.º 2. As quantias retidas devem ser entregues nos locais de


Revisão oficiosa cobrança legalmente estabelecidos, consoante o domicílio fiscal
do sujeito passivo, nos prazos indicados nos números seguintes.
1. Sempre que, por motivos imputáveis aos serviços ou por
duplicação de colecta, da liquidação tenha resultado imposto 3. As quantias retidas nos termos dos artigos 89.° a 91.°
superior ao devido, proceder-se-á à revogação total ou parcial devem ser entregues até ao dia 10 do mês seguinte àquele em
da liquidação. que foram deduzidas.

2. Revogado o acto de liquidação, é emitida a corresponden- 4. Sempre que se verifiquem incorrecções nos montantes
te nota de crédito. retidos, devidas a erros imputáveis à entidade devedora dos
rendimentos, deve a sua rectificação ser feita na primeira reten-
3. O crédito ao reembolso de importâncias indevidamente ção a que deva proceder-se após a detecção do erro, sem porém,
cobradas pode ser satisfeito por ordem de pagamento ou por ultrapassar o último período de retenção anual, e sem prejuízo
compensação nos termos previstos na Lei. dos juros compensatórios devidos.

Artigo 85.º Artigo 89.º


Limites mínimos Retenção na fonte sobre rendimentos da Categoria A

Não há lugar a cobrança ou reembolso quando, em virtude 1. As entidades devedoras de rendimentos de trabalho
de liquidação, ainda que adicional, reforma ou revogação de dependente e de pensões são obrigadas a reter o imposto sobre
liquidação, a importância a cobrar ou a importância a restituir os referidos rendimentos líquidos de que sejam devedoras.
seja inferior a 1/12 do valor mensal do salário mínimo nacional.
2. As entidades devedoras, e os titulares de rendimentos do
Artigo 86.º trabalho dependente e de pensões residentes em território são-
Restituição oficiosa do imposto tomense, são obrigados, respectivamente:

1. A diferença entre o imposto devido a final e o que tiver a) A solicitar ao sujeito passivo, no início do exercício
sido entregue nos Cofres do Estado em resultado de retenção na de funções ou antes de ser efectuado o primeiro pagamento ou
fonte ou de pagamentos por conta, favorável ao sujeito passivo, colocados à disposição, os dados indispensáveis relativos à sua
deve ser restituída até ao fim do terceiro mês seguinte ao termo situação;
do prazo previsto no n.º 1 do artigo 87.°. b) A prestar a informação a que se refere a alínea ante-
rior, em declaração apresentada em dois exemplares, sendo um
2. Se, por motivos imputáveis aos serviços, não for cumpri- destinado à entidade patronal e o outro a ser entregue na Direc-
do o prazo previsto no número anterior, são devidos juros ção dos Impostos ou na Delegação do Príncipe, consoante o
indemnizatórios, à taxa prevista para os juros compensatórios domicílio fiscal dos titulares dos rendimentos.
no artigo 38.º do Código Geral Tributário, contados dia-a-dia,
desde o termo do prazo previsto para o reembolso até à data em
que for emitida a correspondente nota de crédito.
N.º 68 – 8 de Outubro de 2009 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 1071

Artigo 90.º termo do prazo para a apresentação da declaração ou até à data


Retenção na fonte em caso de rendimentos da Categoria da autoliquidação, se anterior.
A devidos por uma única entidade
Os juros compensatórios referidos no número anterior são
1. No caso previsto nas alíneas b) e c) do artigo 56.°, a enti- calculados nos termos do artigo 38.° do Código Geral Tributá-
dade devedora dos rendimentos deve retê-los na fonte às taxas rio, contando-se dia a dia desde o termo do prazo fixado para
previstas no artigo 66.° e deduzindo ao montante de retenção cada pagamento até à data em que, por lei, a liquidação deva
mensal a efectuar 1/12 do montante de dedução à colecta a que ser feita.
se refere o artigo 74.°.
Artigo 93.º
2. Se a situação referida na alínea b) ou alínea c) do artigo Juros compensatórios nos casos de retenção na fonte
56.º se alterar, o sujeito passivo deve informar imediatamente o
empregador, para que este passe a aplicar as taxas de retenção 1. Quando a retenção na fonte tenha a natureza de imposto
do artigo 67.°. por conta e a entidade que a deva efectuar a não tenha feito,
total ou parcialmente, são por ela devidos juros compensatórios
Artigo 91.º sobre as respectivas importâncias, contados, desde o dia ime-
Retenção sobre rendimentos de outras Categorias diato àquele em que deviam ter sido entregues até ao termo do
prazo da entrega da declaração anual de rendimentos pelo
As entidades que disponham ou devam dispor de contabili- sujeito passivo, ou desde aquela mesma data até à data do
dade organizada, incluindo entidades e organismos públicos, e pagamento ou da liquidação, se esta ocorrer antes do termo
organizações internacionais e não governamentais, são obriga- desse prazo, sem prejuízo da responsabilidade que ao caso
das a reter o imposto, sobre os rendimentos ilíquidos de que couber.
sejam devedores, tratando-se de rendimentos das Categorias B,
C e D, e dos restantes rendimentos, obtidos em território são- 2. Quando a retenção na fonte tenha a natureza de imposto
tomense, por não residentes sem estabelecimento estável neste por conta e a entidade que a deva efectuar a tenha feito, mas
território, mediante aplicação das taxas referidas nos artigos não tenha entregue o imposto ou o tenha entregue fora do pra-
68.° e 69.°. zo, são por ela devidos juros compensatórios sobre as respecti-
vas importâncias, contados desde o dia imediato àquele em que
Artigo 92.º deviam ter sido entregues até à data do pagamento ou da liqui-
Pagamentos por conta dação.

A titularidade de rendimentos da Categoria B determina, 3. Sempre que a retenção na fonte tenha carácter definitivo,
para os respectivos sujeitos passivos, a obrigatoriedade de e a entidade que a deva efectuar a não tenha feito, total ou
efectuarem três pagamentos por conta do imposto devido a parcialmente, ou, tendo-a feito, não tenha entregue o imposto
final, até ao último dia dos meses de Junho, Setembro e ou o tenha entregue fora do prazo, são por ela devidos juros
Dezembro. compensatórios sobre as respectivas importâncias, contados
desde o dia imediato àquele em que deviam ter sido entregues
A totalidade dos pagamentos por conta é igual a 75% do até à data do pagamento ou da liquidação, sem prejuízo da
montante calculado de conformidade com as regras previstas no responsabilidade que ao caso couber.
Código do IRC, para cada grupo de tributação, com as necessá-
rias adaptações. 4. Os juros compensatórios devem ser pagos:

Cessa a obrigatoriedade de serem efectuados os pagamentos a) Conjuntamente com as importâncias retidas, quando
por conta quando: estas sejam entregues fora do prazo legalmente estabelecido;
b) Autonomamente, no prazo de 30 dias a contar do
a) Os sujeitos passivos verifiquem, pelos elementos de que termo do período em que são devidos, quando, tratando-se de
disponham, que os montantes das retenções que lhes tenham retenção com a natureza de imposto por conta, esta não tenha
sido efectuadas sobre os rendimentos da Categoria B, acresci- sido efectuada.
dos dos pagamentos por conta eventualmente já feitos e relati-
vos ao próprio ano, sejam iguais ou superiores ao imposto total Artigo 94.º
que é devido; Responsabilidade do substituto por quantias não retidas
b) Deixem de ser auferidos rendimentos da Categoria B que
os tornam obrigatórios. 1. Quando a retenção for efectuada meramente a título de
pagamento por conta do imposto devido a final, cabe ao substi-
Os pagamentos por conta podem ser reduzidos pelos sujeitos tuído a obrigação originária pelo imposto não retido e ao substi-
passivos quando o pagamento por conta a efectuar for superior tuto a responsabilidade subsidiária, ficando este ainda sujeito
à diferença entre o imposto total que os sujeitos passivos julga- aos juros compensatórios nos termos do n.º 1 e da alínea b) do
rem devido e os pagamentos já feitos. n.º 4 do artigo 93.º.

Verificando-se, pela declaração de rendimentos do ano a que 2. Quando o dever de retenção tenha carácter definitivo, e o
respeita o imposto, que, em consequência da cessação ou redu- tributo não tenha sido retido, cabe ao substituto a responsabili-
ção dos pagamentos por conta, deixou de pagar-se uma impor- dade solidária pelo pagamento do tributo não retido e respecti-
tância superior a 25% da que, em condições normais, teria sido vos juros compensatórios nos termos do n.º 3 e alínea a) do n.º
entregue, há lugar a juros compensatórios desde o termo do 4 do artigo 93.º.
prazo em que cada entrega deveria ter sido efectuada até ao
1072 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 68 – 8 de Outubro de 2009

3. Quando a retenção do tributo tiver sido apenas parcial em soante o caso, sem que se mostre efectuado o referido paga-
relação ao montante devido, a obrigação ou a responsabilidade mento, há lugar a cobrança coerciva.
referidas nos números anteriores dizem respeito ao pagamento
da diferença entre as importâncias que deveriam ter sido dedu- Artigo 100.º
zidas e as que efectivamente o foram. Falta de pagamento de retenções na fonte e de pagamen-
tos por conta
Artigo 95.º
Responsabilidade do substituto por quantias retidas e 1. Nos casos de retenção na fonte, bem como nos casos em
não entregues que sejam devidos pagamentos por conta a entregar nos cofres
do Estado, a Administração Tributária, independentemente do
1. A entidade obrigada à retenção é responsável pelas impor- procedimento de transgressões ou criminal que no caso couber,
tâncias retidas e não entregues nos cofres do Estado, ficando o notifica as entidades devedoras para efectuarem o pagamento
substituído desonerado de qualquer obrigação quanto ao seu do imposto e juros compensatórios devidos, no prazo de trinta
pagamento. dias a contar da notificação.

2. O processo de execução fiscal pode, porém, reverter con- 2. Decorrido o prazo referido no n.º 1, sem que se mostre
tra o substituído, desde que se prove que este tinha conheci- efectuado o referido pagamento, há lugar a cobrança coerciva
mento de que o montante do tributo retido não foi declarado
como a lei o exige, e não informou atempadamente a Adminis- Artigo 101.º
tração Tributária do facto. Neste caso, o substituto e substituído Modalidades de pagamento
são sujeitos passivos solidários, podendo a administração fiscal
escolher o património a executar. 1. O pagamento do IRS deve ser efectuado em moeda cor-
rente, numerário, cheque visado, vale de correio ou transferên-
Artigo 96.º cia bancária.
Responsabilidade do substituto por registo incorrecto na
contabilidade 2. Se o pagamento for efectuado por meio de cheque, a
extinção da obrigação do imposto só se verifica com o recebi-
Se o substituto tributário registar incorrectamente o montan- mento efectivo da respectiva importância, não sendo, porém,
te de remunerações pagas, principais ou acessórias, compreen- devidos juros de mora pelo tempo que mediar entre a entrega
didas nos rendimentos de trabalho dependente, e qualquer que ou expedição do cheque e aquele recebimento, salvo se não for
seja a sua designação, ele é subsidiariamente responsável pela possível fazer a cobrança integral da dívida por falta de provi-
diferença resultante entre o montante de tributo que o substituí- são.
do deveria ter pago sobre estes montantes e o montante de
tributo efectivamente pago. 3. Tratando-se de vale do correio, a obrigação do imposto
considera-se extinta com a sua entrega ou expedição.
Artigo 97.º
Regras de pagamento dos rendimentos da Categoria B Artigo 102.º
Local de pagamento
Os sujeitos passivos com rendimentos da Categoria B ficam
sujeitos às regras de pagamento do Código do IRC. 1. O pagamento do IRS, quando efectuado por conta ou no
prazo de cobrança voluntária, pode ser feito nos postos de
Artigo 98.º cobrança e outros locais de recepção a definir em legislação
Falta de pagamento do imposto autoliquidado própria.

Havendo lugar a autoliquidação de imposto e não sendo 2. No caso de cobrança coerciva o pagamento deve ser efec-
efectuado o pagamento deste e de juros de mora devidos até ao tuado nas recebedorias que funcionem junto dos serviços fiscais
dia em que é ou deve ser apresentada a declaração anual de que emitiram o título executivo.
rendimentos, a liquidação e cobrança do imposto são promovi-
das pela Direcção dos Impostos ou pelos seus serviços nos Artigo 103.º
termos do artigo 63.°, e o pagamento é feito no prazo do artigo Impressos de pagamento
seguinte e sem prejuízo das sanções aplicáveis.
Os pagamentos previstos neste Código são efectuados
Artigo 99.º mediante a apresentação dos impressos de modelo aprovado.
Pagamento do imposto anual liquidado pelos serviços
Artigo 104.º
a) Nos casos da liquidação do imposto anual efectuada Compensação
pelos serviços, o sujeito passivo é notificado para pagar o
imposto anual devido, no prazo de trinta dias a contar da notifi- A obrigação de IRS pode extinguir-se por compensação,
cação e bem assim dos juros de mora que devam ser liquidados. total ou parcial, com crédito do devedor ao reembolso de IRS.
b) As notificações são feitas nos termos do Código A compensação opera-se com a entrega pelo sujeito passivo
Geral Tributário. da respectiva nota de crédito.
c) Quando a liquidação do imposto anual não puder ser
paga de uma só vez, podem requerer no prazo de quinze dias a
contar da notificação, o pagamento até três prestações mensais,
com limite de pagamento em Dezembro.
a) Decorrido o prazo referido no n.º 1 ou no n.º 3, con-
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Artigo 105.º ção de alterações);


Juros de mora f) A cessação parcial da actividade comercial, industrial,
ou agrícola, de ofício ou profissão liberal não sujeito a tributa-
Quando o imposto liquidado ou apurado pela Administração ção pela Categoria A (declaração de cessação de actividade);
Tributária, acrescido dos juros compensatórios eventualmente g) A cessação total das actividades referidas na alínea
devidos, não for pago no prazo em que o deva ser, começam a anterior (declaração de cessação de actividade);
contar juros de mora a partir do termo daquele prazo, calcula- h) A mudança de grupo ou de regime, no caso de sujei-
dos nos termos legais. tos passivos com rendimentos da Categoria B (declaração de
mudança de grupo ou regime).
Artigo 106.º
Privilégios creditórios 2. Aplica-se à Categoria B o conceito de cessação de activi-
dade do Código do IRC.
Para o pagamento do imposto sobre o rendimento liquidado
sobre os últimos cinco anos, o Estado goza de privilégio mobi- Artigo 109.º
liário geral e privilégio imobiliário sobre os bens existentes no Prazos de apresentação das declarações
património do sujeito passivo à data da penhora ou outro acto
equivalente. 1. As declarações a que se refere esta Secção devem ser
apresentadas nos prazos a seguir indicados:
Artigo 107.º
Transferência de rendimentos para o estrangeiro a) A declaração de início de actividade, no prazo de quinze
dias antes do início de qualquer das actividades referidas na
1. As entidades devedoras dos rendimentos sujeitos à reten- alínea a) do artigo anterior, não se considerando verificado esse
ção na fonte, bem como quaisquer outras entidades, não podem início com a prática dos actos preparatórios impostos por lei ou
realizar transferências para o estrangeiro nem autorizar essas de uso corrente;
transferências quanto a rendimentos sujeitos a imposto sobre o b) A declaração anual de rendimentos, no caso dos sujeitos
rendimento obtidos em território são-tomense por não residen- passivos com rendimentos da Categoria A e ou D, quando neste
tes, sem que se mostre pago ou assegurado o imposto que for último caso optem pela tributação dos rendimentos líquidos,
devido. durante o mês de Fevereiro do ano seguinte àquele a que os
rendimentos respeitam;
2. Sem prejuízo da responsabilidade tributária aplicável e c) A declaração anual de rendimentos e a declaração anual
dos juros devidos, a não observância do disposto no n.º 1 fica de informação contabilística e fiscal, no caso dos sujeitos passi-
sujeita à sanção do n.º 10 do artigo 81.° do Código Geral Tribu- vos com rendimentos da Categoria B, pertencentes ao Grupo 1,
tário. existam ou não outros rendimentos a englobar, até 30 de Abril
do ano seguinte àquele a que os rendimentos respeitam;
TÍTULO VII d) A declaração anual de rendimentos, no caso dos sujeitos
Obrigações Acessórias passivos com rendimentos da Categoria B pertencentes ao
Grupo 2 com escrituração simplificada, existam ou não outros
Artigo 108.º rendimentos a englobar, durante o mês de Fevereiro do ano
Obrigações declarativas seguinte àquele a que os rendimentos respeitam;
e) A declaração de alterações, no prazo de 30 dias a contar
1. Os sujeitos passivos de IRS, residentes e não residentes da data da alteração ocorrida;
com estabelecimento estável em território são-tomense, estão f) A declaração de cessação de actividade, nos 30 dias a
obrigados a declarar perante a Direcção dos Impostos, nos seguir ao facto que determina a cessação no impresso próprio
termos, prazos e condições do presente Código, os factos a da declaração anual de rendimentos;
seguir mencionados: g) A mudança de grupo ou de regime, no caso de sujeitos
passivos com rendimentos da Categoria B (declaração de
a) O início de uma ou várias das actividades susceptíveis mudança de grupo ou regime), no prazo de 30 dias a contar da
de produzir rendimentos da Categoria B, incluindo o exercício data da alteração ocorrida.
acidental ou temporário das mesmas (declaração de início de
actividade); 2. A declaração anual de rendimentos dos sujeitos passivos
b) A informação contabilística e fiscal relativa ao ano da Categoria B é acompanhada dos documentos referidos no
anterior, no caso de sujeitos passivos com rendimentos da Código do IRC, consoante o Grupo a que pertençam e o regime
Categoria B do Grupo 1 (declaração anual de informação con- aplicável.
tabilística e fiscal);
c) O rendimento tributável a determinar segundo as 3. A declaração anual deve ser ainda apresentada nos 30 dias
regras definidas neste Código, no caso dos sujeitos passivos imediatos à ocorrência de qualquer facto que determine altera-
com rendimentos da Categoria A, com rendimentos da Catego- ção dos rendimentos já declarados ou implique, relativamente a
ria B do Grupo 1 e do Grupo 2 com escrituração simplificada anos anteriores, a obrigação de os declarar, sem prejuízo de
(declaração anual de rendimentos) e ou com rendimentos da multa aplicável nos termos do Código Geral Tributário.
Categoria D quando neste último caso o sujeito passivo opte
pela tributação dos rendimentos líquidos; Artigo 110.º
d) A alteração de ramo de actividade e da designação no Local de apresentação das declarações
caso de sujeitos passivos com rendimentos da Categoria B
(declaração de alterações); As declarações devem ser entregues na Direcção dos Impos-
e) A mudança de localização do domicílio fiscal no caso tos ou na Delegação do Príncipe, consoante o domicílio fiscal
de sujeitos passivos com rendimentos da Categoria B (declara- do sujeito passivo.
1074 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 68 – 8 de Outubro de 2009

do imposto, do qual constem, nomeadamente, o nome, número


O cumprimento das obrigações declarativas estabelecidas fiscal e respectivo código, bem como a data e valor de cada
neste Código pode ainda ser efectuado através dos meios dis- pagamento ou dos rendimentos em espécie que lhes tenham
ponibilizados no sistema de transmissão electrónica de dados, sido atribuídos;
para o efeito autorizado. b) Entregar aos sujeitos passivos, até 20 de Janeiro de
cada ano, documento comprovativo das importâncias devidas
Artigo 111.º no ano anterior, incluindo, quando for caso disso, as correspon-
Emissão de recibos e facturas dentes aos rendimentos em espécie que lhes hajam sido atribuí-
dos, do imposto retido na fonte e das deduções a que eventual-
Os titulares dos rendimentos da Categoria B são obrigados: mente haja lugar;
c) Entregar à Administração Tributária uma declaração
a) A passar recibo, em impresso de modelo oficial, de todas relativa àqueles rendimentos, que faz parte integrante da decla-
as importâncias recebidas dos seus clientes, ainda que a título ração a que se refere a alínea c) do n.º 1 do artigo 108.°.
de provisão, adiantamento ou reembolso de despesas, pelas
prestações de serviço referidas nas alíneas b), c) e d) do n.º 2 do
artigo 9.º;
b) A emitir factura ou documento equivalente por todas as 2. As entidades devedoras de rendimentos que estejam obri-
operações efectuadas, e a emitir documento de quitação de gadas a efectuar a retenção de rendimentos de sujeitos passivos
todas as importâncias recebidas, nos casos não abrangidos pela não residentes são obrigadas a entregar à Administração Tribu-
alínea a). tária, até ao último dia útil do mês de Junho, uma declaração
relativa àqueles rendimentos em impresso de modelo a aprovar
Artigo 112.º por despacho da Ministro das Finanças ou em suporte informá-
Obrigações contabilísticas tico.

Os titulares de rendimentos da Categoria B pertencentes ao Artigo 117.º


Grupo 1, são obrigados a dispor de contabilidade organizada, Rendimentos isentos, dispensados de retenção
nos termos da lei comercial e fiscal, nomeadamente do Código
do IRC, que permita o controlo do lucro tributável. As entidades devedoras dos rendimentos a que se refere o
artigo 69.°, cujos titulares beneficiem de isenção, são obrigadas
Artigo 113.º a:
Obrigações de escrituração do grupo 2
a) Entregar à Administração Tributária, até ao dia 30 de
Aos titulares de rendimentos da Categoria B pertencentes ao Junho de cada ano, uma declaração relativa àqueles rendimen-
Grupo 2 aplicam-se as regras do Código do IRC que definem as tos, em impresso de modelo aprovado oficialmente ou em
respectivas obrigações de escrituração. suporte informático;
b) Possuir registo actualizado dos titulares desses rendimen-
Artigo 114.º tos em conformidade com o seu regime fiscal, bem como os
Transição entre grupos documentos comprovativos da isenção.

Aos titulares de rendimentos da Categoria B aplicam-se as Artigo 118.º


regras do Código do IRC de transição entre grupos. Informação das seguradoras

Artigo 115.º As empresas de seguros devem comunicar à Administração


Centralização, arquivo e escrituração de livros Tributária, até final de Fevereiro de cada ano, em impresso de
modelo aprovado oficialmente ou por suporte informático,
1. Os sujeitos passivos são obrigados a centralizar a contabi- relativamente ao ano anterior e ao seguro de vida, os resgates
lidade ou a escrituração dos livros referidos nos artigos anterio- de apólices de seguros de grupo e os resgates ou adiantamentos
res no seu domicílio fiscal, incluindo o de estabelecimento de apólices de seguros individuais efectuados antes de terem
estável ou instalação situados em território são-tomense, decorrido cinco anos após a sua constituição, dele devendo
devendo neste último caso indicar, na declaração de registo ou constar:
na declaração anual de rendimentos, a sua localização.
a) O número da apólice e as datas de constituição do seguro,
2. Os sujeitos passivos são obrigados a arquivar os livros da do seu resgate ou adiantamentos;
sua escrituração e os documentos com ela relacionados, deven- b) A identificação fiscal da entidade que constituiu o seguro
do conservá-los em boa ordem durante os dez anos civis subse- e da entidade que beneficiou do resgate ou adiantamentos;
quentes. c) O montante total dos prémios pagos durante a vigência da
respectiva apólice.
Artigo 116.º
Comunicação de rendimentos e retenções Artigo 119.º
Notários, conservadores e oficiais de justiça
1. As entidades devedoras de rendimentos que estejam obri-
gadas a efectuar a retenção de imposto relativamente a rendi- Os notários, conservadores e oficiais de justiça são obriga-
mentos de sujeitos passivos residentes, são obrigadas a: dos a enviar à Administração Tributária, até ao final do mês de
Fevereiro de cada ano, relação dos actos praticados nos seus
a) Possuir registo actualizado das pessoas credoras des- cartórios e conservatórias e das decisões transitadas em julgado
ses rendimentos, ainda que não tenha havido lugar a retenção no ano civil anterior dos processos a seu cargo, que sejam
N.º 68 – 8 de Outubro de 2009 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 1075

susceptíveis de produzir rendimentos sujeitos a IRS, mediante 2. A designação a que se refere o n.º 1 é feita na declaração
impresso de modelo aprovado oficialmente ou por suporte de início de actividade ou de registo de número de contribuinte,
informático. devendo nela constar expressamente a sua aceitação pelo repre-
sentante.
Artigo 120.º
Sociedades corretoras e sociedades financeiras de corre- 3. Na falta de cumprimento do disposto no n.º 1 e indepen-
tagem dentemente da sanção que ao caso couber, não há lugar às
notificações previstas neste Código, sem prejuízo de os sujeitos
As sociedades corretoras, as sociedades financeiras de corre- passivos poderem tomar conhecimento das matérias a que as
tagem e as outras instituições financeiras devem comunicar à mesmas respeitariam junto do serviço que, para o efeito, seja
Administração Tributária, até ao final do mês de Fevereiro de competente.
cada ano, relativamente a cada sujeito passivo, mediante mode-
lo aprovado oficialmente ou por suporte informático: Artigo 124.º
Pluralidade de obrigados
a) O número total de acções e outros valores mobiliários
alienados com a sua intervenção, bem como o respectivo valor; Se a obrigação acessória impender sobre várias pessoas, o
b) O número de contratos de instrumentos financeiros deri- cumprimento por uma delas exonera as restantes.
vados, bem como o respectivo valor, adquiridos ou vendidos
com a sua intervenção e, bem assim, aqueles em que se verifi- Artigo 125.º
quem situações de vencimento, exercício ou outras formas de Alienação de valores mobiliários
extinção do contrato.
Os adquirentes de acções e outros valores mobiliários cujas
Artigo 121.º mais-valias estejam sujeitas a IRS não podem exercer quaisquer
Documentos comprovativos de encargos direitos, conferidos pela sua titularidade, directamente ou por
intermédio de instituição financeira, sem comprovarem, perante
1. As instituições de crédito e as companhias de seguros a entidade respectiva, que:
devem entregar aos sujeitos passivos, até 20 de Janeiro, docu-
mento comprovativo de juros, prémios de seguros de vida e a) Foi efectuada por si ou pelos alienantes a correspondente
outros encargos, pagos por aqueles no ano anterior e que pos- comunicação à Administração Tributária, quando essa aquisi-
sam ser deduzidos ou abatidos aos seus rendimentos, nos casos ção tenha sido realizada sem a intervenção das entidades referi-
previstos neste Código. das nos artigos 119.° e 120.° deste Código; ou
b) A aquisição foi realizada com a intervenção das referidas
2. Dentro do mesmo prazo, as restantes entidades que rece- entidades.
bam juros ou paguem quaisquer despesas susceptíveis de dedu-
ção ou abatimento nos rendimentos, devem entregar aos sujei- Artigo 126.º
tos passivos documento comprovativo de tais pagamentos. Depósito de acções e outros valores mobiliários

Artigo 122.º 1. O depósito de acções e outros valores mobiliários suscep-


Obrigação de comprovar os elementos das declarações tíveis de produzir rendimentos da Categoria C deve ser titulado
por documento emitido pela respectiva instituição financeira,
1. As pessoas sujeitas a IRS devem apresentar, no prazo que do qual conste a identificação dos valores depositados.
lhes for fixado, os documentos comprovativos dos rendimentos
auferidos, das deduções e abatimentos e de outros factos ou 2. O levantamento de acções e outros valores mobiliários
situações mencionadas na respectiva declaração, quando a referidos no número anterior deve ser titulado por documento
Administração Tributária os exija. emitido pela respectiva instituição financeira, do qual conste a
identificação dos valores depositados e a declaração, quando
2. A obrigação estabelecida no número anterior mantém-se for o caso, de que os mesmos foram adquiridos com a sua
durante os cinco anos seguintes àquele a que respeitem os intervenção.
documentos.
TÍTULO VIII
3. O extravio dos documentos referidos no n.º 1 por motivo Disposições finais
não imputável ao sujeito passivo não o impede de utilizar
outros elementos de prova daqueles factos. Artigo 127.º
Competência territorial
Artigo 123.º
Representantes 1. Para efeitos deste imposto, os actos tributários, qualquer
que seja a sua natureza, consideram-se praticados na Direcção
1. Os não residentes que obtenham rendimentos sujeitos a dos Impostos ou na Delegação do Príncipe, consoante o domicí-
IRS, bem como os que, embora residentes em território nacio- lio fiscal do sujeito passivo.
nal, se ausentem deste por um período superior a seis meses
devem, para efeitos tributários, designar uma pessoa singular ou 2. Tratando-se de não residentes que não tenham nomeado
colectiva com residência em São Tomé e Príncipe para os representante, os actos tributários a que se refere o número
representar perante a Administração Tributária e garantir o anterior consideram-se praticados na Direcção dos Impostos de
cumprimento dos seus deveres fiscais. São Tomé.
1076 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 68 – 8 de Outubro de 2009

Artigo 128.º 3. O cancelamento do registo respeitante a não residentes é


Ano fiscal feito em face da declaração da cessação de actividade em terri-
tório são-tomense ou de declaração de alienação das suas fontes
Para efeitos do IRS, o ano fiscal coincide com o ano civil. de rendimento tributável nesse território, as quais devem ser
apresentadas até final do mês seguinte ao da verificação desses
Artigo 129.º factos.
Declarações e outros documentos
Artigo 132.º
Sempre que, neste Código, não se exija a utilização de Classificação das actividades
impressos de modelo oficial, podem as declarações, relações,
requerimentos ou outros documentos ser apresentados em papel As actividades exercidas pelos sujeitos passivos do IRS são
comum de formato A4, ou em suporte que, com os requisitos classificadas, para efeitos deste imposto, de acordo com a Clas-
estabelecidos pela Administração Tributária, permita tratamen- sificação das Actividades Económicas são-tomenses por Ramos
to informático. de Actividade (CAE), do Instituto Nacional de Estatística ou de
acordo com os códigos mencionados na tabela de actividades.
Artigo 130.º
Envio de documentos pelo correio Artigo 133.º
Actualização de valores
1. As declarações e outros documentos que, nos termos deste
Código, devam ser apresentados em qualquer serviço da Admi- Os valores em moeda nacional fixados neste Código são
nistração Tributária podem ser remetidos pelo correio, sob objecto de actualização anual mediante aplicação do coeficiente
registo postal, acompanhados de um sobrescrito, devidamente calculado nos termos do artigo 107.° do Código Geral Tributá-
endereçado, para a devolução imediata dos duplicados ou dos rio.
documentos, quando for caso disso.
Artigo 134.º
2. No caso previsto no número anterior, considera-se que a Fixação do salário mínimo nacional
remessa foi efectuada na data constante do carimbo dos Cor-
reios de São Tomé e Príncipe ou na data do registo. Para efeitos de aplicação do presente Código, o valor do
salário mínimo nacional deve ser fixado por Despacho do
3. Ocorrendo extravio, a Administração Tributária pode exi- Ministro do Plano e Finanças.
gir 2.a via, que, para todos os efeitos, se considera como reme-
tida na data em que, comprovadamente, o tiver sido o original.

Artigo 131.º
Registo dos sujeitos passivos

1. Com base nas declarações periódicas de rendimentos, de


início de actividade ou de outros elementos de que disponha, a
Administração Tributária organiza e mantém actualizado um
registo de sujeitos passivos de IRS.

2. Sempre que ocorra qualquer alteração relativa à situação


pessoal ou familiar do sujeito passivo de IRS, deve esta ser
comunicada:

a) Na declaração de rendimentos respeitante ao ano da


verificação dos factos;
b) Em declaração de modelo oficial a apresentar durante
o mês de Janeiro do ano seguinte àquela verificação, caso o
sujeito passivo não esteja obrigado à apresentação da declara-
ção de rendimentos.

DIÁRIO DA REPÚBLICA

AVISO

A correspondência respeitante à publicação de anúncios no Diário da República, a sua assinatura ou


falta de remessa, deve ser dirigida ao Centro de Informática e Reprografia do Ministério da Justiça,
Administração Pública, Reforma do Estado e Assuntos Parlamentares – Telefone: 225693 - Caixa
Postal n.º 901 – E-mail: cir@cstome.net São Tomé e Príncipe. - S. Tomé.

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