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ENCONTRO CATEQUESE DE CRISMA – TURMA 2023

Data: 12 de maio

Tema: Ser e Ter amigos: a amizade em Jesus

Objetivo: Compreender a amizade como expressão da ternura de Deus que nos liga a ele e ao próximo –
Introduzir o modelo de catequese narrativa

Local: Anfiteatro artes

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FUNDAMENTAÇÃO E PREPARAÇÃO PARA OS MONITORES
Ler o texto de João 15, 12-17

A amizade é dom sagrado estendido à humanidade pelo Criador. Deus criou o ser humano bom para estar
em amizade com Ele, em harmonia consigo mesmo e com toda criação (cf. ClgC, n. 374). A amizade,
portanto, é um dom do amor sem o qual não podemos viver. A história de uma amizade começa com um
encontro. Duas pessoas que se olham e percebem que partilham gostos e valores em comum. Do encontro
nasce um relacionamento que amadurece a partir de muitas conversas, partilha, atenção, respeito,
tolerância, sinceridade e confiança. Sem esses atributos é difícil manter uma amizade. Quem ama
compreende e admira o que há de diferente e especial no outro. Amizades verdadeiras são geradoras de
vida. Elas potencializam o que há de melhor em cada pessoa. Não sufocam, não causam constrangimento.
O verdadeiro amigo fala a verdade e corrige quando necessário.
Estamos vivendo em uma sociedade extremamente consumista e tecnológica, o que interfere também nos
relacionamentos. Existe uma tendência de transformar tudo em bens consumíveis, em objetos Cultura do
descartável. Com amigos, no entanto, não é assim. É preciso tempo e cuidado para que duas pessoas se
conheçam. No livro O Pequeno Príncipe, escrito em 1943, podemos aprender, no diálogo da raposa com o
protagonista, que para fazer amigos é preciso cativá-los. Nesse sentido. a raposa é enfática quando diz: A
gente só conhece bem as coisas que cativou [...] Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa
alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm
mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me! (SAINT-EXUPÉRY, 2015, p. 68).
A amizade é um misto de Liberdade e bondade, de aceitação e renúncia. O bom amigo ajuda a descobrir
nossas qualidades e limitações; ele nos faz buscar sermos melhores. Amigos são essenciais para a
felicidade mútua. Que graça teria as conquistas e as realizações sem bons amigos para se alegrarem
conosco? Os verdadeiros amigos se olham e se reconhecem um no outro. A amizade nasce em Deus, e
n'Ele deve espelhar-se. Jesus é este modelo, pois, "ao partilhar, no seu coração humano, o amor do Pai
para com os homens, Ele amou incondicionalmente" (cf. ClgC, n. 609). Jesus tem uma oferta contínua de
amizade para com todos que o encontram. Ele apresenta as características de tudo que se espera de um
verdadeiro amigo: olha com profundidade e com ternura aqueles que encontra; é generoso e atencioso; é
capaz de compreender qualquer falha, mas é igualmente firme na correção; é exigente com a sinceridade e
absolutamente fiel ao Pai e ao seus. Santo Agostinho fala que só se consegue ser amigo de verdade quem é
amigo de Deus: "Só não perde nenhum amigo aquele a quem todos são queridos n'Aquele que nunca
perdemos. E quem é Esse, senão o nosso Deus" (AGOSTINHO, 2011,p. 60).
Ele dirige a nós a grande prova de amizade: "Já não os chamo escravos, porque o escravo não sabe o que
faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai" (Jo 15,15).
Também nos mostra que a liberdade é condição imprescindível da amizade. Amigos verdadeiros são
aqueles com quem se pode contar em tempos bons e em tempos difíceis. Numa amizade verdadeira
experimentamos o amor puro, que não espera recompensas ou reconhecimento, que apenas ama como
ama a si mesmo.
Depois de ler a fundamentação, reflita um pouco.
Para ajudá-lo, apresentamos algumas questões:
1. Quais as características de uma amizade verdadeira firmada em Deus?
2. Jesus é seu melhor amigo?
3. Quanto tempo você tem dedicado a seus amigos?

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O QUE É CATEQUESE NARRATIVA?

O termo catequese significa fazer ressoar a palavra do Cristo. A catequese narrativa quer ser o eco da voz
do Cristo neste processo de iniciação à vida cristã. Ela narra o próprio Jesus que vem ao encontro do ser
humano. Ele que se fez carne e veio morar entre nós. Portanto, a catequese narrativa é a narração dos
mistérios da vida de Cristo, centro da iniciação à vida cristã.
“Vinde e vede. E eles foram e viram onde Jesus estava morando e permaneceram com ele aquele dia.” (Jo
1,39). Este trecho aponta para o esforço da catequese narrativa. Colocar a pessoa em contato com as
histórias de Jesus.
Santo Inácio, nas anotações dos Exercícios Espirituais, diz que quem propõe ao outro o modo e a ordem de
meditar e contemplar deve narrar fielmente a história. Devemos prosseguir da mesma forma. Pois, assim
como nos Exercícios Espirituais, também na catequese narrativa, “a pessoa que contempla, tomando o
verdadeiro fundamento da história, reflete e raciocina por si mesma. Encontrando alguma coisa que a
esclareça ou faça sentir mais a história, quer pelo seu próprio raciocínio, quer porque seu entendimento é
iluminado pela virtude divina, tem maior gosto e fruto espiritual do que se quem dá os exercícios (ou a
catequese) explicasse e ampliasse muito o sentido da história”. E acrescenta Santo Inácio que: “não é o
muito saber que sacia e satisfaz a pessoa (catequizando), mas o sentir e saborear as coisas internamente”.

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Atividade a ser desenvolvida:
1. Oração Inicial: Faremos a oração como de costume, pedindo para que um crismando realize os
pedidos pelo encontro, pela semana, etc., representando os demais;
2. Animação: Dança de avivamento e uma música nova.
3. Narração do Evangelho de João 15, 12-17: Sentar-se em círculo e preparar os estudantes para
contemplar a cena, imaginando, colocando-se no lugar, ao lado dos discípulos. Vamos lendo o
texto em partes, contemplando os rostos, as expressões. Como as pessoas estavam se sentindo
enquanto Jesus falava? Como eu me sinto ao ouvir Jesus falando? Me sinto consolado ou
desolado? Faz sentido para mim? O que eu sinto com a presença de Jesus a minha frente? Com os
meus colegas e os discípulos presentes junto a mim? Como me sinto ao saber que Jesus me chama
de amiga(o).
4. Fala sobre amizade: Como acontece o processo de amizade? Como me torno amigo de alguém?
(são vários encontros e desencontros, partilhando a vida, cultivando o conhecimento, se divertindo
juntos, partilhando o alimento). LIBERDADE! Todos os “amigos” de minhas redes sociais são
realmente amigos?
Assim também ocorre neste processo de amizade com Jesus... também preciso partilhar
momentos, me encontrar diariamente com ele, questionar, ouvir, aprender, caminhar juntos, falar
do meu íntimo, dos meus sentimentos, etc. Usar citações da fundamentação.
5. Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=DtgUdbSHpSc&ab_channel=RosaDeSaron

6. Círculos Magis: (30min) Como temos nos relacionado com nossas amizades? Como tem sido a
minha amizade com Jesus?
Como me senti durante a experiência da narração do texto? O que fez sentido e o que não fez?
- Faltam 2 semanas para a Catequese familiar: baseado em nossas últimas experiências, o que
queremos partilhar nesse encontro com as famílias? Qual forma iremos partilhar? Que coisas
podemos apresentar? (Música, poesia, danças) Preparamos uma lembrança? Como iremos
acolher as famílias? (ANOTAR AS RESPOSTAS)
7. Retornar ao grupo grande: Apresentar brevemente o que foi discutido nos grupos, trazendo os
pontos chave. Falar sobre as anotações para a catequese familiar. Relembrar a organização para a
missa e marcar ensaio com a banda. Como os demais irão se envolver?
8. Oração Final
9. Monitores ficam ao final para formação (30 minutos)

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