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RESUMO
ABSTRACT
This article analyzes the pastoral counseling focused on the integral development of the
human person, given the opportunity to help the person in their spiritual growth, emotional
and physical, including its holistic existence. Wanted direct advisor of action for the
knowledge of the person being counseled scanning needs, actively working to make it grow
and overcome their limits and locks. This action of the counselor should be compassionate.
INTRODUÇÃO
Não é difícil encontrar uma pessoa que esteja passando por crises. Da mesma forma
não é difícil encontrar conselheiros despreparados e insensibilizados com a causa alheia.
Aqueles que enveredam pelo caminho do cuidado e acompanhamento pastoral devem estar
cientes do tipo de terreno em que estão. Dá prazer e satisfação ajudar as pessoas, e é preciso
ter consciência de que estas pessoas do outro lado da mesa são de carne, osso e emoções.
Por isso abordar este tema é ao mesmo tempo desafiador e necessário, transitando por
questões melindrosas, cada vez mais habituais sobre o despreparo do conselheiro.
1
Teólogo pela Universidade Metodista de São Paulo (2009), Bacharel em Direito pela Universidade Federal de
Uberlândia (1999). Especialista em Ciências da Religião: Educação Religiosa e Ensino Religioso pela
Universidade Presidente Antônio Carlos (2009), Especialista em Pedagogia Empresarial e Organizacional:
Educação Continuada e Planejamento Estratégico na Gestão de Talentos Humanos pela Universidade Federal
de Uberlândia (2011). Docente da Faculdade Shalom de Ensino Superior-FASES. Pastor de tempo integral na
Igreja Metodista e Coordenador Regional de Educação Musical e Arte na referida Igreja
Pela natureza do artigo buscou-se aproximação da ênfase no aconselhamento bíblico
pastoral, sem tanger outras instâncias de ajuda como por exemplo mentoreamento e
coaching. Entretanto, são mencionadas estruturas de apoio externa que servem de
expediente para levar o indivíduo ao crescimento. Apresenta-se uma visão, ainda que
periférica, do aconselhamento pastoral voltado para o desenvolvimento da pessoa humana.
O tema aventado é um convite à reflexão dos aspectos da intervenção do conselheiro
privilegiando a dimensão integral a pessoa humana. O processo de aconselhamento pastoral
em si não pertence ao interesse desse estudo, voltado para a provocação do tema de cuidado
holístico. As primeiras linhas revelam o aconselhamento como instrumento que traz
esperança, preocupando-se especialmente com o interlocutor da ação aconselhadora.
O referencial teórico tem espeques no modelo centrado em libertação e crescimento
explorado por Howard Clinebell, que poderá ser facilmente compreendido. Este artigo
mostra o aconselhamento como fato gerador de liberdade, convidando o conselheiro a
conhecer necessidades preeminentes dos aconselhandos visando o melhor exercício da
função. O conhecimento, é o que se verá, promove o desenvolvimento humano, sendo este
fundamental para os passos escolhidos pelo conselheiro. Este conhecimento acerca da
pessoa cuidada e o atendimento ao chamado para o amor incondicional ou compassivo,
revela-se inerente à todo aquele que se aventura como genuíno conselheiro.
Trata-se, portanto, de artigo que apesar de não esgotar o tema, levará o leitor ao
contato com pesquisa bibliográfica favorecendo o suporte à ação do aconselhamento
pastoral como forma de atendimento às necessidades das pessoas humanas. O objetivo é
sempre o desenvolvimento integral. É o que se pretende discorrer neste apertado trabalho
acadêmico.
1 O ACONSELHAMENTO BÍBLICO
1.1 Aconselhamento Bíblico que alimenta esperança e faz crescer
Se você vai aconselhar alguém, é bom que saiba a quem está ajudando. Várias
perguntas deveriam orbitar os pensamentos: Trata-se de uma pessoa que está há vinte anos
na igreja ou é uma pessoa que nunca colocou os pés neste lugar? Trata-se de um líder
dedicado à obra e que está passando por crise? Trata-se da irmã, de um membro frequente
da igreja, mas que nunca ouviu falar sobre Jesus, ou o Reino de Deus? Independente das
possíveis respostas, saiba: deve-se tratar cada um de acordo com sua individualidade. Não
se pode traçar uma régua nivelando todos por baixo ou por cima. Há que se atentar para
cada necessidade apresentada, pois cada pessoa é um indivíduo que traz consigo percepções,
tendências, influências e questionamentos diferentes. Nivelar todos sob um signo de
igualdade é matar a todos um pouquinho de cada vez.
Cuidar de pessoas implica num aprofundamento das questões práticas que envolvem
a complexidade da vida humana, não só no que concerne a órbita espiritual, mas também no
conhecimento sobre o cotidiano, sobre as tendências de mercado, sobre as leis trabalhistas e
que favorecem as pessoas com benefícios sociais. A ajuda ao próximo, aconselhamento
bíblico, implica em conhecer a necessidade do outro. Os pescadores tinham a necessidade
de pescar os peixes para sua subsistência, Jesus simplesmente orientou (ordenou) que
lançassem a rede do outro lado do barco (Jo 21.6). Percebe-se a influência da vontade acima
exposto. Como consequência de um conselho certo as redes mal aguentaram o peso dos
peixes que foram pescados. Aconselhamento tem a ver com conhecimento das necessidades
e se importar com elas.
Se você quer ajudar as pessoas, precisa estar disposto a compreender suas angústias,
crises e decepções, enfim conhecer. Pressupondo uma experiência pessoal do conselheiro, a
intervenção no momento de angústia implica em levar a pessoa a se equilibrar
emocionalmente, a encontrar dentro de si mesma a organização necessária para superar a
descompensação emocional. Cury (2004) compara a existência da vida humana com um
grande palco de teatro; o teatro da vida. Neste teatro as emoções recebem uma atenção
especial, pois ela é um dos fatores determinantes para o sucesso e do fracasso do espetáculo
da vida.
“A emoção pode gerar a mais rica liberdade ou a mais drástica prisão: o cárcere da
emoção. Muitos vivem nesse cárcere. Embora a emoção deva ser administrada, é impossível
dominála completamente”. (CURY, 2004, p. 114)
A função dos conselheiros e pastores é identificar o ponto de caos alojado nas
pessoas e ajudá-las a proteger suas emoções reorganizando suas prioridades. Neste sentido é
que Gary Collins elenca alguns objetivos a serem alcançados em caso de comportamentos
desorganizados que ocorrem em momentos de crise. Segundo Collins (2004, p. 77), o
conselheiro deve ajudar a pessoa a superar o momento agudo da crise e voltar ao seu estado
normal; diminuir o nível de ansiedade, preocupação e outras inseguranças que podem surgir
durante a crise e permanecer depois que ela passar; ensinar técnicas de controle de
emergências para que a pessoa possa antever e lidar eficazmente com crises futuras;
ministrar os ensinamentos bíblicos sobre situações de crise, para que a pessoa possa tirar
lições dos acontecimentos e amadurecer.
Não há propósito num aconselhamento que apenas ouve e não interage com a pessoa
humana. A condição de fragilidade da pessoa, por vezes, requer atenção e cuidados
dobrados para que surta algum resultado a médio ou longo prazo. Há que se ter em mente a
metáfora do ambulatório e do pronto socorro. Algumas situações permitem que você
permaneça como interventor passivo, apenas ouvindo, por vários encontros. Seria este o
caso semelhante ao ambulatório, onde há tempo para toda a sorte de investigação para só
depois tomar medidas invasivas.
De outro lado, aquele que está em estado de depressão profunda, com indicativos de
cometer suicídio, deve ser imediatamente atendido com todos os recursos práticos, éticos e
imediatos que possam significar o equilíbrio emocional da pessoa. Mas nada disso é
possível sem a intervenção de uma pessoa que tenha conhecimento, que saiba orientar, dar a
esperança e agir proativamente visando o restabelecimento da pessoa humana. Nem sempre
o conselheiro ou pastor dominam a área de conhecimento necessária, nem é cobrado dele
que saiba tudo sobre tudo. Mas é coerente que saiba como orientar da melhor forma para
que a pessoa saiba onde, quando e a quem procurar para obter ajuda especializada.
2. CONHECIMENTO QUE GERA DESENVOLVIMENTO DA PESSOA HUMANA
Quando se está no fundo do poço a única perspectiva é subir, para tanto é necessária
uma corda, um impulso que ajude a superar o obstáculo. O suicida na cobertura de um
edifício não precisa de um “empurrãozinho”; precisa de alguém que lhe mostre uma ótica
diferente do que o aguarda quando conseguir desejar a vida. Neste aspecto é que a
abnegação e a compaixão devem superar quaisquer entendimentos ou teorias rumo a uma
presença eficaz e consoladora.
Num mundo de caos faz-se necessária uma palavra de ordem, como descreve
esperançosamente o livro de Gênesis; mesmo em meio ao caos o Espírito, que pairava sobre
a face das águas, estava aguardando a Palavra de Ordem para organizar a criação. Muitos
apenas esperam uma “palavra de ordem” em meio ao caos que está sua vida. O conselheiro
não pode limitar-se a conhecer tão somente a história particular e superficial da pessoa, mas
sim conhecer o lugar de onde ela veio, e quais as suas expectativas, pois “sem uma
identificação com o meio, sem um diálogo com as necessidades e perguntas do ser humano
de hoje, toda pastoral se torna inoperante” (DE LIZ, 2005, p. 109).
2.1 Conhecendo seu chamado para ser compassivo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DE LIZ, João Pedro. Ministério da Visitação: elementos para uma prática de aconselhamento
pastoral. In: I SIMPÓSIO DE ACONSELHAMENTO E PSICOLOGIA PASTORAL,
número, ano, São Leopoldo, RS. Comunidade Terapêutica: cuidando do ser através de
relações de ajuda. São Leopoldo, RS: Editora Sinodal, 2005.