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MATEMÁTICA NA MÚSICA

Olá, seja bem-vindo ao podcast “Matemática no quotidiano”!

*toca o jingle*

Bem, hoje vamos falar sobre a “Matemática na Música”

A matemática aparece na música de 3 formas diferentes: em conjunto com a física, no som;


nas notas e escalas; e no ritmo.

O som não é mais que uma onda mecânica que atravessa o ar com uma certa frequência
(número de ondas completas por segundo), e, sendo assim, a matemática entra já aqui como
maneira de expressar as frequências destas ondas. Sendo assim, a primeira relação
matemática que vamos analisar é o quociente entre o número de ciclos completos pela onda
de som e o intervalo de tempo (em segundos) que a onda leva a completar esses ciclos, o que
nos dá a frequência em Hz (número de ciclos (pulsos)/segundo).

Agora que já sabemos expressar e calcular a frequência das ondas de som, vamos ver como é
que as frequências de cada nota musical se relacionam umas com as outras.

A nota lá (a nota mais usada para afinar maior parte instrumentos), geralmente, tem uma
frequência de 440 Hz (as orquestras clássicas utilizam frequências de 442 Hz ou, por vezes de
444 Hz). No entanto, quando se duplica ou divide por 2 esta frequência, verifica-se que a nota
tocada continua a ser um lá, apenas uma oitava acima ou abaixo. Assim, podemos calcular as
frequências de todas as oitavas de uma dada nota através de uma progressão geométrica de
termo geral an=an-1*2, tal que n é um número natural e 2 é a razão da progressão. Quando a
primeira nota lá completa uma onda, a segunda nota lá completa duas.

Outra relação matemática que vamos analisar é a relação entre as frequências de duas notas.
Por exemplo, a nota lá 440Hz e a nota mi 6600Hz, estabelece-se um intervalo de quinta
perfeita, em que a razão antes mencionada é de 2/3. Por alguma razão, o ouvido humano
interpreta estes intervalos com razões em que o dividendo e divisor são menores (tocar
exemplos de intervalos) (2/3, ¾, 4/5, 4/7) como mais harmoniosos. Quando se ouve, por
exemplo, as notas fá e si, a razão entre as suas frequências é de 32/45, o que faz com que a
combinação destas duas notas não soe harmoniosa.
E assim, através destes intervalos harmoniosos, foram surgindo as escalas. Na China, ao partir
da nota dó e utilizando sucessivamente a razão 2/3 (quinta perfeita), inventou-se a escala
pentatónica. Esta pode traduzir-se, novamente, numa progressão geométrica a n=a1*(3/2)n-1.
Assim, encontramos outras 4 notas (4 termos da progressão após o dó, 130Hz): o sol, o ré, o lá
e o mi. E todas estas notas são harmoniosas entre si e com a nota principal. No entanto, ao
chegarmos ao 5º termo após o dó (6º termo da progressão), a frequência obtida de
aproximadamente 987Hz já não é harmoniosa em relação ao resto das notas da progressão,
pois a sua razão das frequências do dó inicial e deste si obtido como 6º termo é de 15/16.
Assim, ficou a escala pentatónica com as 5 notas anteriormente referidas. Agora, vou tocar um
pequeno improviso com a escala pentatónica de dó.

*improviso*

Também é possível transpor estas escalas para outros tons, como, por exemplo, para si, em
que a escala pentatónica de si é composta pelas notas si, fá#, dó#, sol# e ré#.

Já no que toca ao ritmo, é este o batimento cardíaco da música. E começa pela pulsação, por
exemplo, de 60bpm. A partir destes batimentos, dividimos uma música em compassos. Cada
compasso é uma subdivisão que contém um certo número de batidas, ou de tempos. Os
compassos mais usados na música são de 2/4, ¾ e 4/4, os compassos simples. No entanto,
também existem os compassos compostos 6/8, 9/8, 12/8. O numerador de cada uma destas
frações representa o número de tempos desse compasso e o denominador é a maneira de
definir esses tempos, representando o número de tempos pelos quais vamos contar a música
que “cabem” num compasso quaternário (4/4). Ressalva-se também que todos estes tempos
são iguais entre si. Através da comparação entre as duas músicas que estou prestes a tocar,
podemos perceber a diferença entre os vários tipos de compasso: irene, escrita em 12/8 e …
escrita em 4/4 Para além disso, cada nota tem um número de tempos específico quando
tocada, que pode ser fracionário. Ou seja, uma semínima é uma nota com 1 tempo, uma
mínima com dois, uma colcheia com meio tempo, uma semicolcheia com ¼ de tempo e uma
semifusa com 1/16 de tempo.

E assim se obtém música: através de combinações de ritmos e notas musicais de forma a


formar uma composição matemática e artística!

Obrigado por ter ouvido o podcast e até o próximo episódio.

*toca o jingle*

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