Você está na página 1de 15

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

WHOQOL-Bref
2022/2023

1º ano do Mestrado em Neuropsicologia Clínica: Avaliação e Reabilitação

Unidade Curricular: Instrumentos de Avaliação e Programas de Intervenção -


Desenvolvimento e Análise Psicométrica

Docentes:

Professora Ana Rita Silva


Professor Bruno de Sousa
Professor Luís Pires

Realizado por:

Alexandra Pedroso Gonçalves, nº 2019223631


Daniela Alexandra Guerreiro Ribeiro, nº 2019236165
Ana Sofia Friezas Rodrigues, nº 2015257226
Índice
Introdução 1
Motivo para a escolha do instrumento 1
Descrição do construto avaliado pelo instrumento 2
Estudos realizados com o WHOQOL-Bref 2
Descrição do Instrumento 4
Desenvolvimento do Instrumento 6
Modo de administração, cotação e forma de interpretar os resultados do WHOQOL-Bref 9
Estudos de validação 9
Análise crítica do instrumento 11
Proposta de estudo 13
Introdução e objetivos 13
Metodologia 13
Referências bibliográficas 13

Introdução
O presente relatório de análise crítica de um instrumento de avaliação foi realizado no âmbito
da unidade curricular de Instrumentos de Avaliação e Programas de Intervenção - Desenvolvimento e
Análise Psicométrica, inserida no segundo semestre no Mestrado em Neuropsicologia Clínica:
Avaliação e Reabilitação da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de
Coimbra. O instrumento de avaliação escolhido é o WHOQOL-Bref, um instrumento geral de
avaliação subjetiva da qualidade de vida, originalmente desenvolvido noutro país e posteriormente
adaptado para Portugal.
Motivo para a escolha do instrumento
Como grupo, começamos por proceder à escolha do instrumento sujeito à avaliação crítica,
através das bases online de instrumentos existentes nas universidades portuguesas e recomendadas
pelo Professor Luís Pires.
O WHOQOL-Bref apresentou ser um instrumento extremamente interessante, uma vez que é
relativo à qualidade de vida, um conceito de extrema relevância devido ao impacto direto que exerce
sobre a saúde física e mental, bem como na felicidade e satisfação dos indivíduos. Deste modo, é
considerado pela literatura um conceito multidimensional, visto que é influenciado e influencia vários
domínios. No mesmo propósito é também um dos instrumentos de medida de qualidade de vida mais

1
utilizado no mundo, tendo o potencial para relatar e medir a qualidade de vida, seja em populações de
interesse específicas como a nível global (Skevington M.Set al., 2003).
O WHOQOL-Bref é considerado uma alternativa válida ao WHOQOL-100, especialmente
indicado para estudos epidemiológicos ou em estudos em que a bateria de avaliação é constituída por
diversos instrumentos (Vaz Serra et al., 2006). Através do WHOQOL-Bref é possível analisar e
entender, de forma confiável e breve, a qualidade de vida de um paciente ou de um grupo clínico.
Para além disso, o WHOQOL-Bref foi validado para Portugal por um conjunto de autores e
professores conhecido por nós, nomeadamente pela Professora Maria Cristina Canavarro da FPCEUC,
pelo Professor Mário Simões da FPCEUC e pelo Professor Daniel Rijo da FPCEUC.
Descrição do construto avaliado pelo instrumento
De acordo com a WHO (1998), a qualidade de vida é “a percepção do indivíduo da sua
posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus
objetivos, expectativas, padrões e preocupações.”. Este construto possui 3 aspectos elementares: a
subjetividade, a multidimensionalidade e a presença de dimensões positivas e negativas (Vaz Serra et
al., 2006).
O WHOQOL-Bref avalia a qualidade de vida (QDV) a partir dos domínios físico,
psicológico, das relações sociais e do meio ambiente (Chiesa et al., 2011). Para além disso é um
instrumento abrangente que possibilita a interação emancipatória com pessoas e grupos em situações
de vulnerabilidade, a partir da problematização das expectativas de qualidade de vida que desejam
para si e/ou que têm direito como cidadãos e seres humanos (Chiesa et al., 2011). A qualidade de vida
é um construto da atualidade e passou a ser estudado em diversas áreas do conhecimento humano,
desde metodologias a motivos para medir a mesma (Bampi et al., 2008). Esta é tema de interesse de
médicos, psicólogos, cientistas sociais, filósofos, entre outros. Este conceito tem cada vez mais
importância na sociedade e nas políticas de saúde (Bampi et al., 2008).
Estudos realizados com o WHOQOL-Bref
De forma a comprovar a utilidade e as possíveis aplicações do WHOQOL-Bref,
apresentamos de seguida quatro estudos realizados com o instrumento, nomeadamente dois a nível
nacional e dois a nível internacional.
No que respeita ao conhecimento sobre a qualidade de vida e doenças do humor parece haver
consenso quanto à evidência de pior qualidade de vida (QDV) de pessoas com doenças do humor
quando comparadas com pessoas da população geral (Macedo et al., 2012). Sendo assim, Macedo et
al. (2012) pretendeu analisar o desempenho das facetas do domínio das relações sociais do
WHOQOL-Bref. Trata-se de um estudo comparativo entre pessoas com perturbações de humor e
pessoas da população geral, onde participaram 39 sujeitos com perturbações do humor que realizavam
tratamento em regime de consulta externa, num departamento de psiquiatria e saúde mental de um
hospital da região norte e 39 sujeitos da população geral, sem doença mental diagnosticada. Ambos os

2
grupos pertencem à mesma área geográfica (norte de Portugal). Realizou-se uma análise estatística
descritiva e inferencial dos dados com nível de significância de 0.05. Foi aplicado o teste t para
analisar a importância das facetas no domínio das relações sociais entre os grupos com e sem
diagnóstico. Concluiu-se que os sujeitos com perturbações do humor são aqueles que apresentam pior
índice de QDV no domínio relações sociais do WHOQOL-Bref, quando comparados com os sujeitos
da população geral, sendo a diferença encontrada estatisticamente significativa.
A qualidade de vida das pessoas com doença mental tem sido alvo de crescente interesse de
investigação, de forma a possibilitar o planeamento de intervenções (Macedo et al., 2014). Como tal,
o estudo de Macedo et al. (2014) pretendeu encontrar relações entre a qualidade de vida e a Depressão
Major (DM), Distimia (D), Doença Bipolar (DB) e Perturbações Depressivas sem outra Especificação
(PDSOE), onde participaram 39 sujeitos com idades superiores a 18 anos, com os diagnósticos
previamente citados e a frequentar consulta externa de psiquiatria de um Hospital da Zona Norte de
Portugal. Foram utilizados o WHOQOL-Bref, o Índice de Graffar e um Questionário de Dados
Sociodemográficos e Clínicos. Foi considerado estatisticamente significativo um valor de p < .05. A
D aparece com os valores mais baixos em três (Domínio Físico - DF, Domínio Psicológico - DP e
Domínio Ambiental - DA) dos quatro domínios do WHOQOL-Bref. As PDSOE são as que
apresentam, em todos os domínios, os valores mais altos. Os sujeitos com DM apresentam scores mais
baixos para a Faceta QDV Geral do que os indivíduos com PDSOE (U = 20.0, p = .024). Os sujeitos
com D apresentam scores inferiores referentes ao DF (t (14) = -3.63, p = .003) e ao DP (U= 7.5, p=
.01) relativamente aos sujeitos com PDSOE. Concluiu-se que os resultados indicam que a QDV é
afetada pelas doenças do humor. Este estudo sublinha também a importância de se usarem medidas
corretas e rigorosas de diagnóstico, no sentido de se perceber quais as doenças mentais que mais
afetam a QDV das pessoas, percebendo que a relação entre ambas é complexa e nem sempre
consensual, tornando-se necessária uma pesquisa continuada dessa relação.
Internacionalmente, também se verifica a frequente utilização do WHOQOL-Bref.
Nomeadamente, Zhang et al. (2012), teve como objetivo avaliar a qualidade de vida dos estudantes de
medicina na China, utilizando o WHOQOL-Bref. O estudo foi conduzido em duas universidades na
China e envolveu uma amostra de 506 estudantes de medicina, com idade média de 21 anos. Todos os
participantes responderam a um questionário demográfico e à versão em chinês do WHOQOL-Bref.
Os resultados mostraram que a qualidade de vida dos estudantes de medicina na China foi moderada a
alta nas quatro dimensões do WHOQOL-Bref. O domínio mais alto foi o social, seguido pelo domínio
ambiental, psicológico e físico. Os estudantes do sexo feminino tiveram pontuações mais altas do que
os do sexo masculino em todos os domínios, exceto no domínio ambiental. No entanto, há áreas que
necessitam de maior atenção e melhorias, como no domínio físico, que foi o mais baixo entre os
quatro domínios. Isso destaca a importância de programas de intervenção para melhorar a qualidade
de vida dos estudantes de medicina na China, especialmente relacionados à promoção da saúde física
e bem-estar.

3
Outro estudo internacional que incorpora o WHOQOL-Bref é o de Bampi et al. (2008), onde
o objetivo foi conhecer a perceção de qualidade de vida de pessoas com lesão medular, a partir da
visão de indivíduos com paraplegia traumática. Isto permite conhecer as áreas que precisam de
alterações ou adaptações, de forma a garantir a melhoria da qualidade de vida dos entrevistados, tendo
sempre em conta a adequação familiar e social dos mesmos. Os autores consideram que o
WHOQOL-Bref é um instrumento de avaliação que não se baseia na doença ou lesão, daí ter sido o
instrumento escolhido para este estudo. No primeiro momento de avaliação foi realizado um estudo
descritivo, de forma a conhecer as características sociodemográficas e as lesões medulares traumáticas
da população estudada, onde foram entrevistados 111 indivíduos. A partir dos valores obtidos para
cada uma das 24 facetas que compõem os 4 domínios foram obtidas as médias das respostas, o que
possibilitou verificar quais facetas foram avaliadas positivamente e quais foram negativamente. Com
a finalidade de comparar os domínios foi realizada a Análise de Variância (Anova) e Teste de Turkey,
a primeira com objetivo de verificar se havia diferença entre os domínios e o segundo para conhecer
quais domínios apresentavam diferenças estatisticamente significativas. Concluiu-se que não existem
diferenças estatisticamente significativas na comparação entre os domínios ambiental e físico. O
mesmo acontece na comparação dos domínios psicológico e relações sociais. Através do domínio
físico, foi possível constatar que os indivíduos entrevistados estariam insatisfeitos com a capacidade
para o trabalhar, especificamente com a mobilidade reduzida. Através do domínio psicológico foi
possível constatar que os indivíduos entrevistados apoiam-se principalmente em crenças pessoais,
espiritualidade e religião; aceitam a sua aparência física mantendo a auto-estima, a capacidade de
aprender e a concentração. No domínio das relações sociais, os entrevistados revelaram receber apoio
familiar e social, no entanto confessam problemas a nível sexual. No domínio ambiental, os
entrevistados constataram problemas financeiros, escassez de oportunidades, dificuldades no lazer e
na criação de novas habilidades e no acesso a meios de transporte. O presente estudo permitiu
conhecer a qualidade de vida de pessoas com lesão medular e espera-se que este conhecimento
permita uma valorização das percepções destes indivíduos em relação às diversas áreas de sua vida e,
desse modo, aspectos prioritários para o tratamento e reabilitação possam ser identificados e
alcançados.

Descrição do Instrumento
A WHO desenvolveu dois instrumentos gerais de qualidade de vida, o WHOQOL-100 e o
WHOQOL-Bref (de Andrade, 2011). Para além destes, a WHO elaborou também módulos específicos
para HIV (WHOQOL-HIV), Espiritualidade, Religiosidade e Crenças Pessoais (WHOQOL-SRPB) e
Pessoas idosas (WHOQOL-Old).
No artigo de WHOQOL (1998), a WHO reconhece a importância do conceito geral de
qualidade de vida e, como tal, surge daí a necessidade da criação de um instrumento de saúde que
incluiria a medição da saúde física, social e psicológica e a medição da qualidade de vida geral,

4
baseando-se nos mesmos anteriormente descritos. Os instrumentos criados inicialmente, que
ambicionam medir a qualidade de vida focam-se principalmente na saúde física, contemplando
significativamente o conceito de funcionalidade como medida de qualidade de vida. Assim, estes
instrumentos são considerados escalas unidimensionais, possuindo baixa fiabilidade devido à falta de
contemplação de variáveis num conceito tão abrangente como a qualidade de vida (WHO, 1998). A
WHO procurava responder a esta necessidade, tendo em atenção a fiabilidade, validade, procurando
atingir um instrumento aplicável a várias culturas.
O estudo piloto do WHOQOL ficou conhecido como WHOQOL-100 e por seguinte, foi
criado o WHOQOL-Bref (Vaz Serra et al., 2006).
Na validação do WHOQOL-Bref para Portugal, os autores reconheceram a necessidade de
validação de um instrumento que avaliasse a qualidade de vida de forma fácil e económica a nível de
tempo, com características psicométricas satisfatórias. Assim, justificaram a elaboração e validação do
WHOQOL-Bref para Portugal.
O WHOQOL-Bref tem como base conceptual a definição da OMS da qualidade de vida,
tendo como objetivo principal avaliar o construto mencionado, de pessoas saudáveis ou não, com base
em quatro dimensões fundamentais: física, psicológica, relações sociais e ambiente, introduzindo
variáveis diversificadas e não sobreponíveis à satisfação de vida, na compreensão do processo de
envelhecimento, através de 26 perguntas, das quais 24 são distribuídas pelos 4 domínios
anteriormente expostos e 2 questões mais gerais relativas à qualidade de vida. Cada domínio possui
determinadas facetas e especificamente 1 pergunta por faceta, como é exemplificado na tabela 1. As
24 perguntas representam as 24 facetas específicas que constituem o instrumento original, o
WHOQOL-100.

Domínios Facetas incorporadas em cada domínio

Atividades da vida diária - item 10


Dependência em medicamentos ou tratamento - item 11
Energia e fadiga - item 2
Físico
Mobilidade - item 9
(7 questões)
Dor e desconforto - item 1
Sono e repouso - item 3
Capacidade de trabalho - item 12

Imagem e aparência corporal - item 7


Sentimentos negativos - item 8
Psicológico Sentimentos positivos - item 4
(6 questões) Autoestima - item 6
Espiritualidade/Religião/Crenças pessoais - item 24
Pensamento, aprendizagem, memória e concentração - item 5

Relações Relações pessoais - item 13


Sociais Apoio social - item 14
(3 questões) Atividade sexual - item 15

5
Recursos financeiros - item 18
Liberdade e segurança - item 16
Acesso e qualidade nos cuidados de saúde e sociais - item 19
Ambiental Ambiente doméstico - item 17
(8 questões) Oportunidades para adquirir novas informações e capacidades - item 20
Participação e oportunidades de acesso para recreação e atividades de lazer - item 21
Meio ambiente (poluição, trânsito e clima - item 22
Acesso a transportes públicos - item item 23
Tabela 1 - Domínios do WHOQOL-Bref adaptado de World Health Organization (1996) e de Andrade (2011)
Desenvolvimento do Instrumento
Nesta seção pretendemos explanar o desenvolvimento original do WHOQOL-Bref,
nomeadamente todas as etapas de desenvolvimento do instrumento, a elaboração dos itens, grupos
focais, tradução e estudos piloto.
O desenvolvimento do WHOQOL-Bref ocorreu em quatro etapas principais. Primeiramente,
foi realizada a definição dos domínios e dos itens a utilizar, uma vez que estes seriam adaptados do
WHOQOL-100. Nesta fase, foram identificados os itens a serem incluídos e selecionados os que
melhor representavam cada domínio definido. A nível conceptual, este foi definido pelo WHOQOL,
que o carácter abrangente das facetas do instrumento original deveria ser preservado. Assim, a nível
psicométrico, foi selecionada a questão de cada faceta que mais altamente se correlacionasse ao score
total do WHOQOL-100, apresentando o WHOQOL-Bref também uma avaliação ampla e abrangente.
O WHOQOL-100 e o WHOQOL-Bref avaliam uma ampla variedade de domínios da qualidade de
vida e apresentam um grande avanço na metodologia usada para o desenvolvimento de instrumentos
interculturais confiáveis e válidos (WHO, 1996).
A segunda fase foi constituída por uma seleção minuciosa dos itens, onde foram realizadas revisões de
literatura e entrevistas com especialistas de diversas áreas para avaliar a relevância e
compreensibilidade dos itens selecionados na primeira etapa. A partir dessas revisões, alguns itens
foram modificados ou excluídos do instrumento inicial. De seguida, foram realizados testes piloto,
onde foi conduzida uma pesquisa em 15 diferentes países para avaliar a validade e confiabilidade do
instrumento (WHO, 1996). Foram selecionados grupos de pessoas com diferentes características
demográficas e culturais para garantir a validade transcultural do WHOQOL-Bref.
A última etapa foi a da análise dos resultados, realizada a partir dos testes piloto. Aqui foram
conduzidas análises estatísticas para avaliar a validade e a confiabilidade do instrumento em cada
domínio. Os resultados foram utilizados para ajustar itens selecionados e validar a versão final do
WHOQOL-Bref.
A metodologia da validação do instrumento para Portugal foi composta por 4 etapas, sendo
estas: a tradução do instrumento, a preparação do estudo piloto qualitativo, o desenvolvimento de
escalas de resposta, por fim, o estudo piloto quantitativo (aplicação e realização de estudos
psicométricos do WHOQOL-Bref para português de Portugal).

6
É importante referir que a determinação dos indivíduos componentes da amostra do estudo piloto para
a validação do WHOQOL-Bref é imposta por critérios da WHO, onde é necessário o mínimo de 300
pessoas adultas, dos quais 250 indivíduos doentes e 50 indivíduos saudáveis; os doentes devem ser
adultos (idade superior a 18 anos ou exercer o papel social de adulto); metade da amostra deve ter
mais de 45 anos, a outra metade deve ter entre os 18 e os 44 anos; metade da amostra deve de ser do
sexo masculino e metade da amostra deve ser constituída por doentes hospitalizados e tratamentos
ambulatórios. Como tal, de forma a descrever a aplicação deste instrumento à população portuguesa,
tendo em conta as suas características psicométricas, para o estudo piloto, o instrumento foi aplicado a
604 sujeitos. Foram utilizados dois grupos diferenciados: o grupo controlo, constituído por 315
indivíduos; e o grupo clínico, constituído por 289 indivíduos provenientes dos serviços de Psiquiatria
(20,4%), Ginecologia (10,7%), Medicina III/Reumatologia (25,3%), Ortopedia/Oncologia (24,9%)
dos Hospitais da Universidade de Coimbra e do Instituto Português de Oncologia e de Centros e
Saúde de Coimbra (18,7%). Existe uma distribuição equivalente de indivíduos no que toca ao género,
idade e regime de tratamento. Grande parte é casado ou vive em união de facto (58,6%) e o grupo
controlo apresenta habilitações literárias superiores ao grupo clínico.
Sendo o WHOQOL-Bref derivado do WHOQOL-100, a metodologia da elaboração dos itens
foi semelhante, existindo uma adaptação e escolha minuciosa dos mesmos. No WHOQOL-100, a
elaboração dos itens foi baseada em revisões de literatura, em consultas com especialistas no campo
da qualidade de vida e através do contacto com grupos focais. Através desta metodologia, foram
identificados os principais domínios que compõem o instrumento (físico, psicológico, relações sociais
e ambiente). De seguida, apresentamos exemplos de itens que compõem o WHOQOL-Bref:

Item 1- Como avalia a sua qualidade de vida?


Item 5 - Até que ponto gosta da vida?
Item 14 - Em que medida tem oportunidade para realizar atividades de lazer?
Item 21 - Até que ponto está satisfeito com a sua vida sexual?
Item 24 - Até que ponto está satisfeito com o acesso que tem aos serviços de saúde?

Tabela 2 - Retirado de WHO (2020)


Os itens do WHOQOL-Bref foram selecionados tendo em conta a sua capacidade de explicar
a variância dentro de cada faceta e domínio que integravam, a relação com o conceito geral de
qualidade de vida e, por fim, a sua capacidade discriminativa (WHO, 1998).
As questões são apresentadas numa escala de resposta tipo Likert, de intensidade (nada,
pouco, nem muito nem pouco, muito, muitíssimo), de capacidade (nada, pouco, moderadamente,
bastante, completamente), de frequência (nunca, poucas vezes, algumas vezes, frequentemente,
sempre) e de avaliação (muito insatisfeito, insatisfeito, nem satisfeito nem insatisfeito, satisfeito,
muito satisfeito). Para cada item da escala o inquirido deve escolher apenas uma alternativa, sendo
que 1 corresponde ao mais baixo e 5 ao mais elevado estado ou condição.

7
Os grupos focais estiveram presentes no desenvolvimento dos domínios e das facetas do
WHOQOL-100 e, tendo em conta que o desenvolvimento do WHOQOL-Bref está diretamente
relacionado com o desenvolvimento do WHOQOL-100, em cada um dos 15 locais que estiveram
envolvidos com o desenvolvimento do WHOQOL-100, sugeriam aspectos da vida que estes
consideravam contribuir para sua qualidade de vida. Os participantes eram principalmente indivíduos
da população em geral que estavam em contacto com os cuidados de saúde (WHOQOL, 1998). Após
discussão livre, cada local recebeu uma lista dos domínios existentes. Dessa forma, estes poderiam
indicar se consideravam ou não, algum importante a contemplar na sua escolha final. A definição das
facetas foi desenvolvida de forma interativa, em que cada centro envolvido no projeto considerou e
reconsiderou as propostas do seu próprio centro, de outros centros e da equipa coordenadora. A
inclusão das facetas baseou-se, portanto, num consenso dentro e entre culturas entre profissionais de
saúde, pessoas da população geral consideradas saudáveis e pessoas que estiveram em contato com os
serviços de saúde por doença ou incapacidade (WHOQOL, 1998).
Para além disso, estudos dos grupos focais foram conduzidos com indivíduos representativos
da população-alvo para avaliar a clareza, a relevância e a abrangência dos itens do WHOQOL-Bref,
permitindo uma discussão em profundidade sobre os aspetos da qualidade de vida abordados pelo
instrumento (Skevington et al.,2004). Assim, os itens possuem possibilidades de resposta acerca da
qualidade de vida dos indivíduos, com linguagem simples, evitando ambiguidade nas palavras e
frases.
Este instrumento foi traduzido para várias línguas e testado largamente, de forma segura e
transversal a várias culturas e situações. De acordo com Canavarro (2006), as variações linguísticas e
a existência de um contexto cultural diferente conduziram à necessidade de criar uma versão do
instrumento para português de Portugal. O instrumento foi traduzido através da metodologia de
tradução da OMS. Nesta metodologia, o instrumento é primeiramente traduzido por um especialista
com entendimento detalhado do instrumento. A sua revisão foi dividida em três etapas, começando
por um grupo bilíngue composto por entrevistadores, médicos e antropólogos. De seguida, foi
executada uma revisão por um grupo monolíngue representativo da população na qual o instrumento
vai ser aplicado. Por fim, o grupo bilíngue tem o papel de incorporar as sugestões do grupo
monolíngue. Por último, é feita uma retradução por um tradutor independente, sendo que a sua
avaliação é feita pelo grupo bilíngue, sendo que qualquer diferença significativa é revisada
interativamente (WHOQOL, 1998).
Acrescenta-se ainda que os instrumentos de colheita de dados, designados pela escala
WHOQOL-100 e WHOQOL-Bref, foram traduzidos e validados em Portugal por uma equipa de
profissionais da saúde coordenada pelo Professor Doutor Adriano Vaz Serra da FMUC e pela
Professora Doutora Maria Cristina Canavarro da FPCEUC. Este instrumento está disponível em 19
línguas.

8
Modo de administração, cotação e forma de interpretar os resultados do WHOQOL-Bref
Relativamente à administração do WHOQOL-Bref, os participantes podem responder às
perguntas de forma autónoma. Pode ser aplicado em formato papel ou em versões eletrónicas,
dependendo da preferência e disponibilidade. O WHOQOL-Bref pode ser auto-administrado se os
indivíduos tiverem capacidades para tal, caso contrário, deve ser preenchido de forma assistida e/ou
administrado pelo profissional responsável e instruído para este tipo de tarefa.
A cotação e interpretação dos resultados são baseadas nas 26 respostas aos itens do
instrumento, com especial atenção aos itens invertidos: 3 (Em que medida as suas dores físicas o
impedem de fazer o que precisa?), 4 (Em que medida precisa de cuidados médicos para fazer a sua
vida diária?) e 26 (Com que frequência tem sentimentos negativos, tais como tristeza, desespero,
ansiedade ou depressão?). As pontuações individuais de cada domínio podem ser calculadas
somando-se as respostas dos itens correspondentes a esse domínio. É possível calcular uma pontuação
geral da qualidade de vida agregando as respostas de todos os itens do questionário, apontando as
percepções individuais da qualidade de vida em cada domínio particular. O resultado final deverá ser
transformado numa escala de 0 a 100, correspondendo a uma pontuação final, onde quanto mais
elevada esta for, melhor perceção de qualidade de vida possui o indivíduo (WHO, 1998).
Estudos de validação
Relativamente à consistência interna do WHOQOL-Bref validado para Portugal, esta foi
avaliada através do alfa de Cronbach. Os coeficientes de fidelidade foram calculados para os 4
domínios, para cada domínio e para os 26 itens. Como tal, de acordo com a Imagem 1, é possível
verificar bons índices de consistência interna em todos os níveis de análise, onde o domínio das
relações sociais apresenta um valor menor (.64).

Imagem 1 - retirada de Vaz Serra et al. (2006)


A estabilidade temporal do WHOQOL-Bref validado para Portugal foi determinada através de
uma segunda aplicação do protocolo a um subgrupo de 49 sujeitos que pertenciam à amostra de
validação e pertenciam tanto ao grupo de controlo como ao grupo clínico. O intervalo de tempo entre
as duas aplicações, foi de 3 a 5 semanas. Não existem diferenças estatisticamente significativas no que
toca às pontuações médias entre os domínios, nos tempos de teste e o de re-teste. As correlações de
Pearson indicam uma boa estabilidade temporal.
Relativamente à validade de conteúdo, independentemente do contexto da prática clínica ou
pesquisa, os investigadores devem escolher ferramentas com base na prática/finalidade,

9
especificamente no conceito de definição de qualidade de vida. Na pendência de futuras
investigações, recomenda-se o uso do WHOQOL-Bref, uma vez que aborda tanto a qualidade de vida
objetiva quanto subjetiva. (Hill, M, R., et al., 2010)
No artigo de Vaz Serra et al. (2006), a validade discriminante procurava averiguar a
capacidade do WHOQOL-Bref para diferenciar os indivíduos doentes dos indivíduos saudáveis. É
possível analisar que em todos os domínios existem diferenças estatisticamente significativas entre os
dois grupos, onde o grupo dos indivíduos saudáveis apresenta scores mais elevados para a qualidade
de vida. Os doentes de Psiquiatria apresentam os scores mais baixos de qualidade de vida, exceto no
domínio físico, onde o score mais baixo apresenta ser do grupo de doentes da Medicina
III/Reumatologia.
Relativamente à validade de construto, ao analisarmos as correlações entre os domínios,
podemos concluir que as correlações mais elevadas apresentam ser entre o Domínio Psicológico e o
Ambiente( r =.57), entre o Domínio Psicológico e Relações Sociais (r=.55) e entre as Relações Sociais
e o Ambiente (r=.50). Concluímos assim que todos os domínios apresentam correlações
estatisticamente significativas entre si, acrescentando ainda que todos os domínios apresentam
correlações significativas com a faceta geral da qualidade de vida (Vaz Serra et al., 2006).
A principal diferença entre o WHOQOL-Bref e o WHOQOL-100 reside no facto de na versão
longa do instrumento, o domínio físico não contribuir significativamente para a variância observada
na faceta geral da qualidade de vida (Vaz Serra et al., 2006).
No que toca à validade concorrente, segundo o estudo de Ghahramanloo et al. (2020),
pretendia-se comparar o desempenho do WHOQOL-Bref e do SF-36, onde o segundo
tendencialmente mede a qualidade de vida relacionada à saúde e o WHOQOL-Bref mede a qualidade
de vida global. No entanto, um outro estudo de Hsiung et al. (2005) em pacientes com infecção pelo
HIV, tanto o WHOQOL-Bref quanto o SF-36 foram instrumentos confiáveis e válidos de qualidade de
vida relacionados à saúde. Também há evidências de correlações moderadas entre as subescalas dos
dois instrumentos entre pacientes com diabetes tipo 2 (Ghahramanloo et al., 2020). As correlações
obtidas entre o WHOQOL-Bref e o SF-36 foram as esperadas na maioria dos itens de cada respectivo
estudo. Em Ghahramanloo et al. (2020) encontrou-se r > 0.45 entre o domínio físico do
WHOQOL-Bref e papel emocional, vitalidade, saúde mental e subescalas funcionais do SF-36, que
apresentaram ser superiores ao valor esperado. A literatura sugere que o SF-36 e o WHOQOL-Bref
são confiáveis para uso clínico e de pesquisa (Ghahramanloo et al., 2020). Mas de acordo com a
qualidade dos resultados de ajuste, o WHOQOL-Bref mostrou melhores resultados. No entanto, para
selecionar um, os pesquisadores devem considerar quais aspectos da qualidade de vida pretendem
avaliar, devido aos fracos sinais de validade concorrentes observados.
Acrescenta-se ainda que no artigo de Vaz Serra et al. (2006), é referido que as correlações
entre os domínios do WHOQOL-100 e WHOQOL-Bref revelaram-se estatisticamente significativas
(todas as correlações significativas para p <.001).

10
O estudo de Phungrassami et al (2004) pretendeu determinar a sensibilidade do
Thai-WHOQOL-Bref (WHOQOL-Bref validado para a Tailândia) na medida da qualidade de vida de
pacientes com cancro tratados com radioterapia numa prática de rotina clínica. Embora existam
evidências consistentes de que o WHOQOL-Bref tem capacidade discriminatória entre sujeitos com
diferentes condições de saúde e boa capacidade de resposta na detecção de mudança de qualidade de
vida, a validade discriminativa em pacientes com cancro com diferentes condições não é estabelecida
da melhor forma, levando a uma das limitações do estudo, em que os autores não foram capazes de
avaliar a qualidade de vida detalhadamente de cada subescala para determinar o efeito negativo do
cancro e tratamento. Este estudo afirma que a principal limitação do instrumento é que pode não ser
sensível o suficiente e pode falhar na captura de aspectos das experiências do paciente de interesse
clínico.

Análise crítica do instrumento


Como já referido anteriormente, o principal objetivo da WHOQOL-Bref é medir a qualidade
de vida de indivíduos e populações. Este é uma versão mais sucinta do WHOQOL-100 e ambos foram
desenvolvidos pela World Health Organization (WHO9 e publicados em 1995 (WHO, 2020). O
WHOQOL-Bref foi desenvolvido ao longo de vários anos e a partir de 15 locais distintos em todo o
mundo (Power et al., 1999).
As questões solicitadas no instrumento, abrangem múltiplas afirmações sobre qualidade de
vida, saúde e bem-estar, com e sem doença. Foi testado quanto à confiabilidade e à validade (Power et
al., 1999).
Os alvos de avaliação podem variar consoante grupos específicos com uma determinada
doença, ou populações em geral sem patologias subjacentes e consideramos que existem bons estudos
no que concerne à psicometria, tanto no desempenho relativo à estabilidade teste-reteste bem como à
consistência interna.
Considerando o caráter recente do instrumento em estudos populacionais, vale ressaltar a
necessidade de estudos adicionais para consolidar o seu uso mais abrangente. Adicionalmente,
medidas de seguimento para avaliação de mudanças no status de vida dos participantes ainda são
escassas, caso se venham a concretizar serão de extrema relevância para a avaliação temporal do
instrumento, apesar de tudo.
No entanto, consideramos que o WHOQOL-Bref ainda precisa ser aplicado em muitas
populações, por exemplo, em comunidades rurais e indígenas, em indivíduos com dificuldades físicas
ou perturbações mentais, em refugiados, imigrantes e emigrantes, idosos em situação de
vulnerabilidade social, entre outras . Além disso, é de extrema importância que o instrumento seja
aplicado em diferentes contextos culturais e geográficos, para que possamos entender melhor as
diferenças e semelhanças nas percepções de qualidade de vida entre as diversas populações mundiais.
O WHOQOL-Bref pode ser aplicado em diferentes contextos, desde estudos clínicos até a
avaliação de programas de saúde pública e bem-estar. Este pode ser aplicado em contexto de avaliação

11
da qualidade de vida de pacientes com doenças crónicas, como diabetes e doenças cardiovasculares;
na medição do impacto de intervenções terapêuticas e programas de reabilitação em saúde; na
avaliação da qualidade de vida de populações em situações de vulnerabilidade; na investigação sobre
os determinantes sociais da qualidade de vida, como nível de escolaridade, socioeconómico e acesso
aos serviços de saúde; na comparação da qualidade de vida de diferentes grupos populacionais, como
homens e mulheres, jovens e idosos, ou até de residentes de áreas urbanas e rurais. Em suma, o
WHOQOL-Bref é um instrumento versátil que pode ser aplicado em várias áreas, visando a
compreensão subjetiva da qualidade de vida, permitindo reconhecer fatores que influenciam essa
percepção. Embora o WHOQOL-Bref tenha sido amplamente utilizado e adaptado em diversos
contextos e populações, ainda existem algumas áreas em que a sua aplicação é menos explorada
(Power et al., 2005). Apesar do instrumento ser aplicável a pessoas com doenças mentais, pode haver
uma necessidade de mais estudos em grupos específicos, como por exemplo, sujeitos com
esquizofrenia ou transtornos de humor (Lucas-Carrasco, 2012). A aplicação do WHOQOL-Bref em
populações migrantes ou refugiadas pode ser um desafio havendo uma carência de estudos nesta área.
O instrumento poderá revelar-se numa ferramenta valiosa para avaliar a qualidade de vida e fornecer
insights importantes para o desenvolvimento de políticas e programas de saúde adequados e
culturalmente sensíveis (Gagliardi, J., et al., 2021).
O WHOQOL-Bref não possui um ponto de corte específico, já que se trata de um questionário
de avaliação subjetiva da qualidade de vida. Os resultados devem ser avaliados de forma
individualizada e interpretados em conjunto com outras informações clínicas e de saúde do indivíduo.
O artigo de Skevington (2002), explora em detalhes as dificuldades enfrentadas durante o
desenvolvimento do WHOQOL-Bref e fornece insights sobre a adaptação cultural do instrumento.
Também em Skevington (2004) destaca que a equivalência conceitual e linguística é um desafio
crítico na aplicação do instrumento em diferentes culturas. A compreensão e interpretação dos itens
podem variar entre os indivíduos, o que pode afetar a validade das medidas obtidas. O autor também
destaca a necessidade de considerar a aplicabilidade do WHOQOL-Bref em diferentes contextos,
levando em conta fatores como a alfabetização, a educação e o contexto socieconómico. Por isso, as
direções futuras relacionadas ao WHOQOL-Bref envolvem várias áreas de aprimoramento, sendo a
adaptação cultural um aspecto crucial. A sensibilidade às mudanças também deve ser aprimorada,
permitindo que o WHOQOL-Bref detecte alterações significativas na qualidade de vida ao longo do
tempo. Este aspeto poderá envolver o desenvolvimento de itens ou escalas sensíveis a mudanças, bem
como a consideração de métodos adicionais, como avaliações longitudinais ou medidas de resposta
dinâmica (Skevington, 2004).
O uso de tecnologia é uma hipótese de administração e recolha de dados do instrumento. A
implementação de versões eletrónicas permite uma administração mais eficiente e recolha de dados
em tempo real. Para além disso, recursos interativos, como escalas de resposta dinâmica, podem
melhorar a precisão e a experiência do usuário durante a avaliação. (Casamali et al., 2019).

12
Proposta de estudo
Introdução e objetivos
Tendo em conta que a qualidade de vida é um dos fatores cruciais para o desenvolvimento
psicológico, físico e social, pretendemos avaliar a qualidade de vida em jovens universitários da
Universidade de Coimbra através do WHOQOL-Bref, através de um estudo longitudinal. Os
principais objetivos seriam (1) avaliar o nível de qualidade de vida dos mesmos, (2) investigar os
principais fatores que afetam a qualidade de vida dos jovens universitários (3) integrar e aplicar
intervenções e estratégias para melhorar a qualidade de vida dos jovens, incidindo nos fatores
descobertos e (4) avaliar as diferenças entre os dois momentos de avaliação. A presente proposta de
estudo pretende contribuir para a promoção da saúde mental e física nos estudantes universitários da
Universidade de Coimbra.
Metodologia
Por ser um estudo longitudinal que incide nos jovens universitários da Universidade de
Coimbra, para a recolha de dados será aplicado um questionário sociodemográfico de forma a obter
informações acerca da idade, do género, do curso universitário e estado civil. Pretendemos obter uma
amostra total de 560 indivíduos, isto é, 70 pessoas de cada faculdade integrante da Universidade de
Coimbra.

Referências bibliográficas
Bampi, L. N. D. S., Guilhem, D., & Lima, D. D. (2008). Qualidade de vida em pessoas com lesão medular
traumática: um estudo com o WHOQOL-Bref. Revista Brasileira de Epidemiologia, 11, 67-77.
Casamali, F. F. C., Schuch, F. B., Scortegagna, S. A., Legnani, E., & De Marchi, A. C. B. (2019).
Accordance and reproducibility of the electronic version of the WHOQOL-BREF and
WHOQOL-OLD questionnaires. Experimental gerontology, 125, 110683.
de Andrade, M. G. F. (2011). Qualidade de Vida e Depressão na Pessoa Idosa Institucionalizada (pp.
79–82). Dissertação de Mestrado.
Ghahramanloo A., Kermanshahi .M., Mansori.K, Pool, M., Sohrabi M., Baradaran H., Talebloo, Z. &
Gholami, A. (2020). Comparison of SF-36 and WHOQOL-Bref in Measuring Quality of Life in
Patients with Type 2 Diabetes
Hsiung, P. C., Fang, C. T., Chang, Y. Y., Chen, M. Y., & Wang, J. D. (2005). Comparison of
WHOQOL-BREF and SF-36 in patients with HIV infection. Quality of Life Research, 14,
141-150.
Lucas-Carrasco, R. (2012). The WHO quality of life (WHOQOL) questionnaire: Spanish development and
validation studies. Quality of life Research, 21, 161-165.
Macedo, E., Nossa, P. N. S., & Silva, C. F. (2014). Qualidade de vida de pessoas com depressão, distimia,
doença bipolar e perturbações depressivas sem outra especificação.
Macedo, E. (2012). Domínio das relações sociais da qualidade de vida: um foco de intervenção em pessoas
com doenças do humor.

13
Phungrassami, T., Katikarn, R., Watanaarepornchai, S., & Sangtawan, D. (2004). Quality of life assessment
in radiotherapy patients by WHOQOL-BREF-THAI: a feasibility study. J Med Assoc Thai,
87(12), 1459-65.
Power, M., Bullinger, M., & Harper, A. (1999). The World Health Organization WHOQOL-100: tests of
the universality of Quality of Life in 15 different cultural groups worldwide. Health psychology,
18(5), 495.
Power, M., Quinn, K., & Schmidt, S. (2005). The WHOQOL-OLD Group. Development of the
WHOQOL-OLD module. Quality of Life Research, 14(10), 2197-2214.
Skevington, S. M. (2002). Advancing cross-cultural research on quality of life: observations drawn from
the WHOQOL development. Quality of Life research, 11, 135-144.
Skevington, S. M., Lotfy, M., & O'Connell, K. A. (2004). The World Health Organization's
WHOQOL-Bref quality of life assessment: psychometric properties and results of the
international field trial. A report from the WHOQOL group. Quality of life Research, 13,
299-310.
Skevington, S. M., Sartorius, N., Amir, M., & WHOQOL-Group. (2004). Developing methods for
assessing quality of life in different cultural settings: The history of the WHOQOL instruments.
Social psychiatry and psychiatric epidemiology, 39, 1-8.
Vaz Serra, A., Canavarro, M. C., Simões, M., Pereira, M., Gameiro, S., Quartilho, M. J., ... & Paredes, T.
(2006). Estudos psicométricos do instrumento de avaliação da qualidade de vida da Organização
Mundial de Saúde (WHOQOL-Bref) para Português de Portugal. Psiquiatria clínica, 27(1),
41-49.
World Health Organization (1996). WHOQOL-Bref: introduction, administration, scoring and generic
version of the assessment: field trial version.
World Health Organization (1998). The World Health Organization quality of life assessment (WHOQOL):
development and general psychometric properties. Social science & medicine, 46(12),
1569-1585.
World Health Organization (2020). Portuguese_Portugal_WHOQOL-BREF. Www.who.int; Anthony
Finnerty.www.who.int/tools/whoqol/whoqol-bref/docs/default-source/publishing-policies/whoqo
l-bref/portuguese-portugal-whoqol-bref
Zhang, Y., Qu, B., Lun, S., Wang, D., Guo, Y., & Liu, J. (2012). Quality of life of medical students in
China: a study using the WHOQOL-BREF. PloS one, 7(11), e4971

14

Você também pode gostar