Você está na página 1de 1

Em 1973, Chico Buarque e Gilberto Gil, em meio a ditadura militar do golpe de 1964, cantam

uma música que era uma crítica à ditadura militar, usando metáforas e analogias para criticar a
repressão após o decreto do Ato Institucional n°5, que tirava todo e qualquer poder do povo, do
congresso e das assembleias, podendo assim, ter um executivo que não precisa da aprovação de
outros para realizar suas ações. Uma dessas ações foi condenar a música popular brasileira, pois,
era dito que não se respeitava nessas música os bons costumes e a moral, e isso ocorre também
quando a música, que é uma arte, se junta aos outros movimentos artísticos que estavam lutando
e criticando a ditadura. Contudo, como forma de censura, e principalmente, como forma de
controlar os movimentos e diminuir sua influência, o AI-5 foi essencial para que a ditadura
pudesse durar. Chico Buarque e Gilberto Gil, no show da Phono 73, sobem ao palco e cantam a
música Cálice, que usava de vários tons e metáforas para criticar a censura à música, porém, a
casa onde estavam fazendo o show fechou o som para evitar problemas, que acabou causando
revolta.
Na música, as metáforas vinham desde o início, com o refrão: "Pai, afasta de mim esse cálice",
com a palavra "cálice" fazendo alusão à "cale-se", que era como se via as ações autoritárias dos
militares, os fazendo se calar, e pra isso, pedindo ao próprio deus, "pai". No refrão: "Como beber
dessa bebida amarga, Tragar a dor, engolir a labuta", diz sobre como seria possível suportar e
ficar calado perante a repressão, e que logo se locupleta com: "Mesmo calada a boca, resta o
peito, silêncio na cidade não se escuta, melhor seria ser filho da outra, outra realidade menos
morta, tanta mentira, tanta força bruta", reiterando a questão da revolta e do ódio que aos
aparatos repressivos da ditadura. Os seguintes refrãos continuam falando sobre os artistas não se
calarem mais, e sobre continuar falando e criticando. No final, a música fala sobre liberdade,
como: "inventar o meu próprio pecado", "morrer do meu próprio veneno", "minha cabeça perder
teu juízo" e "me embriagar até que alguém me esqueça". Mas essa parte é mais aberta a
interpretações, pois ele tanto pode estar falando sobre se revoltar de vez, ou falando sobre querer
liberdade e a descrevendo. A música seria relançada cinco anos depois, a ditadura estava
começando a se desmontar e sua força caía, com isso, Chico Buarque lança um álbum com seu
nome em 1978, onde lá tem a música Cálice. Fazem 50 anos de seu amostre ao público, e 45
anos de seu lançamento, e ainda é comentada e lembrada na atualidade, um grande marco da
cultura e história brasileira.

Você também pode gostar