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FICHA – FICHAMENTO

Cabeçalho: (Título e Sub-título) do Livro


Rios e Cidades: Ruptura e Reconciliação

Cabeçalho: (título e número do Capítulo; página inicial e final do Capítulo)


Cursos d’água e meio urbano: do convívio à Ruptura – Cap. 1: p. 23 -56

Referência Bibliográfica – segundo normas ABNT


MARICATO, Ermínia. O impasse da política urbana no Brasil. 3. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

Palavras-Chave
1. Política Urbana – Brasil 2. Urbanização – Brasil 3. Título

Corpo do texto (frases para citação direta; com indicação de página ao final).
Cada frase pode ou não ser seguida de comentários
“E tudo especialmente porque a terra se manteve sem qualquer controle estatal, apesar das leis e dos planos
que objetivam o contrário. No mais dos casos, as câmaras municipais e prefeituras flexibilizaram a legislação,
o apoiaram iniciativas ilegais para favorecer empreendimentos privados” (P. 19) - Sobre a ingerência e
conivência do estado quanto ao acesso a Terra Urbana, por meio dos alugueis impagáveis, para beneficiar o
setor privado.

“Uma simbiose entre governos, parlamentos e capitais de incorporação, de financiamento e de construção


promoveu um boom imobiliário que tomou as cidades de assalto. (P.20) – Agentes aliados a mercantilização
da cidade.

“A questão da terra, verdadeiro nó social no Brasil, não foi tocada, nem no campo nem na cidade” (P. 50) -
Negligencia quanto a questão da terra no Brasil nos governos do PT.

“A competência governamental sobre as cidades obedece a um desenho complexo proveniente das atribuições
previstas na constituição federal de 1988, marcadamente descentralizadora. Saneamento, coleta e destinação
do lixo, transporte urbano, controle sobre o uso e ocupação do solo (quando não há explicação ambiental) são
competências municipais no Brasil.” (P.53) - Quanto a competência do planejamento urbano no Brasil.

“O "direito à cidade" ou a inconformidade para com a injustiça urbana não são criações absolutas ou a-
históricas, porém, tudo leva a crer que são fontes perenes de conflito, ainda que estes apresentam mudanças
com a dinâmica social.” (P. 93) - A respeito do termo " direito à cidade" que é suscitador de conflitos que
promove mudanças na dinâmica social.

“A retomada da unidade na luta pelo direito à cidade e pela justiça urbana certamente recuperará o patamar já
conquistado (...) nessa retomada, a questão ambiental certamente ganhará um espaço central nas propostas de
Reforma Urbana, Já que é evidente a insustentabilidade do padrão de vida que o capitalismo (...) Há um
evidente limite que questiona toda uma forma de produzir e viver.” (P. 93) - Sobre a luta pelo direito à cidade,
que perpassará pela questão ambiental frente a insustentabilidade do padrão de vida capitalista.

“Não há que se criar ilusões sobre o Plano Diretor instituído por lei municipal. Sua elaboração permite aos
participantes conhecer a cidade, entender as forças que a controlam. Seu processo participativo permite
incorporar sujeitos ao processo político e ao controle – sempre relativo – sobre a administração e as câmaras
municipais. Mas é preciso não perder de vista a natureza do poder municipal, que tem a especulação
imobiliária (nem sempre o capital, mas patrimônio) entre suas maiores forças” (P. 101) - Sobre os planos
diretores participativos e a força da especulação imobiliária nas decisões.

"Vale a pena lembrar que a questão ambiental parece ser a única via de enfrentamento do capitalismo no
mundo atual. Embora parte do movimento ambientalista desconheça a realidade empírica (social e territorial)
e se eu ponha a muita das propostas que os movimentos ligados à Reforma Urbana defendem (...) a dinâmica
avassaladora do capital ignora totalmente esses valores submetendo o mundo - territórios, sociedade, culturas,
recursos naturais – ao fetichismo da mercadoria." (P. 103) – A opção da questão ambiental como alternativa
para a cidade e campo – acesso a terra – como mercadoria.

"(...) o mais desejável modo de transporte, aquele que admite a liberdade individual de ir a qualquer lugar em
qualquer momento, desde que haja infraestrutura rodoviária para essa viagem, funciona apenas quando essa
liberdade é restrita alguns." (p.171)

"A cidade do fim do século XX se confunde com a região. Se o taylorismo e o fordismo (...) induziram a uma
ocupação urbana mais concentrada, a disseminação do automóvel e o pós-fordismo determinaram uma
ocupação dispersa e fragmentada." (P.172-173)

"A segregação e fragmentação aumentam enquanto é decretada a morte da rua e dos pedestres, do pequeno
comércio, apesar do alerta feito por Jane Jacobs ainda na década de 1960." (P. 173)

"(...) nas últimas décadas do século XX, os urbanistas incorporaram, além das críticas ao antimodernismo
segregador, as críticas dos ambientalistas, (...). a impermeabilização do solo causada pela urbanização dispersa
que avança horizontalmente sobre todo tipo de território ou uso, a área ocupada e impermeabilizada pelo
automóvel nesse modelo de urbanização (estacionamentos, avenidas, amplas rodovias, viadutos, pontes,
garagens, túneis) fragmentando e dividindo bairros inteiros, a custosa e predatória poluição do ar se somam ao
incrível número dos acidentes com mortes ou invalidez, as horas paradas em monumentais engarrafamentos
causadores de stress. Enfim, o "apocalipse motorizado" é por demais visível e predatório para ser ignorado."
(P. 174)

"A indústria de automóvel envolve não apenas a produção de carros (...), mas também as obras de
infraestrutura relacionadas à sua circulação. Somente nesses processos citados já teríamos o envolvimento de
forte movimento econômico e, portanto, de significativo poder político. Mas a rede de negócios e interesses
em torno do automóvel vai bem mais longe e envolve inclusive o coração da política energética, estratégica
para qualquer projeto de poder nacionalista ou imperialista." (P.175)

"A construção de toda uma cultura e o universo simbólico relacionados a ideologia do automóvel ocupa cada
polo da existência urbana." (P. 176)

"Após reconhecer que o automóvel ocupa um lugar central nas relações de poder entre as nações e após
reconhecer ainda sua determinação no crescimento e formato das cidades, é preciso verificar como se dá essa
relação na periferia do capitalismo, já que essa guarda especificidades que as diferencia dos países centrais."
(P. 176-178)

"Esse é o quadro de uma industrialização calcada principalmente nas demandas da expansão capitalista
internacional e não nas necessidades básicas do mercado interno." (P. 178)

"Na cidade do capitalismo periférico, a saúde, a previdência, a moradia digna e legal, a mobilidade urbana são
apenas para alguns." (P. 179)

"As determinações gerais decorrentes da expansão capitalista internacional não são as únicas a definir o
destino da mobilidade urbana em um país como o Brasil, (...)."Desenvolvimento incompleto ou interrompido",
"capitalismo travado", "desenvolvimento moderno do atraso" são conceitos, embora não totalmente
satisfatório que tentam explicar as características específicas da sociedade brasileira onde produtos,
tecnologias valores oriundos dos setores internacionais de ponta, convivem com condições atrasadas e pré-
modernas " (P. 180-181)

"Entre as características presentes em nossa formação social, ganha um destaque na gestão urbana, o
clientelismo, o patrimonialismo, a prevalência dos privilégios (...), desprestígio do trabalho não intelectual,
retórica que contraria a prática etc. Essa última característica é significativa dos Planos Diretores (...). Por isso
é comum encontrarmos planos sem obras e obras sem planos (...)." (P. 181)

"Os orçamentos públicos, especialmente municipais, privilegiam os investimentos relacionados ao automóvel


ou sistema viário, mas dificilmente seguem o Plano Diretor." (P. 181)
"Por outro lado, não é pouco frequente que urbanista se detenham nas regras de uso e ocupação e ignorem que
o grande promotor que orienta a ocupação do solo é o transporte." (P. 181)

"A prioridade dada às obras viárias tem relação com o financiamento das campanhas eleitorais, com a
visibilidade notável dos seus produtos, mas também se presta muito ao jogo clientelista. a periferia das
urbanizada é uma fonte inesgotável de dependência política que afirma a relação da clientela. Asfalto,
especialmente, tem forte apelo eleitoral." (P. 181)

Indicação da obra (expor os motivos de busca desta literatura)


Entender o processo de gentrificação e a negação do acesso a Terra Urbana.
Constatar os agentes na frente do fenômeno da mercantilização das cidades e suas influências nas políticas
urbanas.
Entender a oposição da cidade no capitalismo tardio e a questão ambiental como suscitador do “direito á
cidade”.
Entender as prioridades dadas às obras viárias e o uso do automóvel, em questão, relacionando com o sistema
econômico vigente na especificidade do capitalismo tardio.

Local (onde esta obra está disponível para consultas futuras)

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