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1. Introdução
2. A matriz modernista/funcionalista
O planejamento modernista, que deve suas raízes ao iluminismo, ganhou
especificidades durante os anos do welfare state -1945 a 1975 -, período que é chamado
por alguns autores de "trinta gloriosos" ou "anos dourados" (p.125)
“O período foi marcado por um grande crescimento econômico acompanhado, de um
lado, por uma significativa distribuição de renda e de outro por um maciço investimento
em políticas sociais.” (p.125)
“Influência do Modernismo: “planejamento urbano ganhou a herança positivista, a
crença no progresso linear, no discurso universal, no enfoque holístico” (entendimento
integral dos fenômenos)” (p.125)
“Influência keynesiana e fordista: “o planejamento incorporou o Estado como a figura
central para assegurar o equilíbrio econômico e social, e um mercado de massas. [...] A
matriz teórica [...] atribuía ao Estado o papel de portador da racionalidade.” (p.126)
“Estado como portador da racionalidade: evitaria as disfunções do mercado, como o
desemprego (regulamentando o trabalho, promovendo políticas sociais), bem como
asseguraria o desenvolvimento econômico e social (com incentivos, subsídios, produção
da infraestrutura, regulando preços, produzindo diretamente insumos básicos para a
produção” (p.126)
“a ocupação do território (política asseguraria o desenvolvimento econômico e social de
desconcentração) constituiu uma parte importante da estratégia do desenvolvimento
monitorado pelo Estado, complementando as políticas dirigidas à produção (taylorismo)
e à macroeconomia” (fordismo).
“O planejamento territorial teve um desenvolvimento inédito nos "trinta gloriosos",
mostrando inclusive fortes repercussões na América Latina, comas atividades da
CEPAL” (p.126)
“Ainda sob a égide do Estado interventor, durante o regime militar, o planejamento
urbano conheceu seu período de maior desenvolvimento que se inicia com a elaboração
da PNDU- Política Nacional de Desenvolvimento Urbano, integrante do11 PND- Plano
Nacional de Desenvolvimento, de 1973” (126-127)
Os congressos internacionais de arquitetos, ocorridos nas primeiras décadas do século
XX, definiram os elementos fundamentais do urbanismo moderno:
primeira fase dos CIAMs: “mais comprometida com as questões sociais,
contribuindo para a solução dos "problemas urbanos" nos países capitalistas
centrais, em especial o problema da habitação”
mudança no design das unidades habitacionais: “em resposta ao crescente
movimento operário e à demanda por moradia [...] buscando diminuir custos e
garantir um padrão mínimo de qualidade.
segunda fase dos CIAMs: desenvolvido sob o lema da "Habitação para o
mínimo nível de vida. A célula residencial, ponto de partida da nova proposta,
previa um novo desenho para a cozinha ,considerando a mudança do papel da
mulher na sociedade, os novos produtos industriais domésticos (aparelhos e
alimentos), as novas instalações prediais.
evolução da família e da sociedade: “[...], mudança da relação público/privado e
na configuração das cidades. [...] A partir daí, o movimento fez uma inflexão,
ganhando peso uma orientação mais formalista e mais engajada ao processo de
acumulação capitalista” (p.127-128)
Anos 1940: “garantia do direito à moradia, reivindicada nas lutas sociais [...], extensão
das infraestruturas urbanas para atender às necessidades de produção em massa de
moradias e financiamento subsidiado” (p.128)
“Essas e outras medidas asseguraram a regulação entre o salário e o preço da moradia,
não só através do aumento do poder de compra dos assalariados, mas da produção
massiva de moradia e, consequentemente, de cidade: transporte, saneamento, serviços
públicos etc” (p.128)
Produção moderna fordista: “implicava aumento da produtividade na construção dos
edifícios e da infraestrutura urbana e isso implicava a regulação da terra e do
financiamento” (p.128)
“O resultado desse enorme processo de construção que gerou os subúrbios americanos e
as cidades expandidas europeias assegurou o amplo direito à moradia (mas não o direito
à cidade.” (p.128)
“As propostas não se referem a uma teoria e prática geral do planejamento, mas a
algumas condições apenas:
a) Criar um espaço de debate democrático com participação ativa dos excluídos e
reconhecimento dos conflitos. b) Plano de Ação ao invés de Plano Diretor, com
destaque para as diretrizes:
• Controle e orientação dos investimentos;
• Criação de um serviço especial de fiscalização do uso e da ocupação do solo;
• Enfoque integrado das ações sociais, ambientais e econômicas;
• Detalhamento de planos executivos, específicos, das prioridades: habitação,
transportes públicos e meio ambiente (incluindo saneamento básico e drenagem).
c) Infraestrutura de informação sobre as cidades e formação de quadros para a gestão
urbana” (p.179)