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Descrição do tema
O tema abordado nesse trabalho será sobre a morte no contexto contemporâneo e sua
relação com as novas tecnologias aplicadas na Medicina. Para discutir isso, deve-se
compreender, primeiramente, como o processo de morrer foi, de acordo com as evoluções
tecnológicas, alterado ao longo da história. Nessa análise, nota-se a formação de distintas
formas de morrer em cada período histórico: o morrer tradicional, o morrer moderno e o morrer
contemporâneo.
Desse modo, na atualidade, há um grande impasse para definir a forma ideal de morrer
e como as novas tecnologias médicas podem interferir, positiva ou negativamente, nesse
processo. Assim, entra em discussão maneira de utilizar a novas tecnologias no processo final
da vida do enfermo sem que sua integridade emocional e psicológica seja comprometida, como
ocorria no modelo moderno.
Questões discutidas
- No contexto atual, qual seria a melhor conduta para o paciente no leito de morte? Seguir os
pontos da “morte natural” ou buscar associá-la as tecnologias atuais de forma equilibrada?
- Qual o papel dos familiares e dos amigos do paciente no processo do morrer? Como os
preparar para esse momento?
Resumo do artigo
Em paralelo a esse tema, nos Estados Unidos e na Inglaterra, nas décadas de 1970 e
1980, houve despontantes movimentos que se posicionaram contrários ao desamparo do
sistema de saúde nacional com relação aos doentes do país. Além disso, aparece nesse mesmo
período a preocupação com o desenvolvimento da mentalidade acerca dos cuidados paliativos,
como uma resposta à negligência dos profissionais da saúde com grande parte dos pacientes,
alterando essa percepção para um tratamento voltado à minimização da dor e sofrimento por
parte dos enfermos, em adição ao amparo mental e emocional de seus familiares.
De tal maneira, com o aprimoramento dessas representações sociais no mundo
contemporâneo, em um editorial do noticiário inglês “British Medical Journal” há o
desdobramento de princípios da “boa morte”, vinculada à autonomia dos pacientes em torno
do conhecimento de toda a sua situação real de vida e aos direitos desses em receber todo o
suporte espiritual e mental e apoio médico, caso seja necessário. Ademais, na Inglaterra, em
1991, há o surgimento da instituição educacional “Natural Death Center”, com o evidente
objetivo de divulgar o emergente conceito de “morte natural”. Assim, em 1993, esse centro
educacional veiculou o livro “The Natural Death Handbook”, que disserta acerca da
importância do pensamento voltado à humanização da morte, com o conceito de “morrer bem”,
a exemplo do movimento pelo parto natural, evidenciando a necessidade do aprimoramento de
técnicas associadas à redução da ansiedade diante da morte.
Interpretação do conteúdo
Além disso, foi analisado que a atitude médica em relação à morte do paciente precisa
ser desenvolvida. Segundo a psiquiatra Elisabeth Kubler - Ross em sua obra "sobre a morte e
o morrer", a ansiedade vivida pelos médicos impede que os profissionais sejam diretos e
descubram o quanto esses pacientes precisam, na verdade, dividir essa dor com outros seres
humanos ao invés de simplesmente ignorá-la. Ademais, tal negação e afastamento contribui
para o desenvolvimento de transtorno emocionais nos profissionais, que se angustiam ao viver
em uma realidade na qual eles se cobram atos milagrosos de cura.
Nesse sentido, evidencia-se que é necessário naturalizar a finitude da vida e a forma de
lidar com isso. Assim, é notória a importância do enfrentamento da morte como parte do ciclo
natural da vida, tanto para o bem-estar do paciente quanto para o da família. Dessa maneira, a
preparação para a morte e para o luto é crucial para esse momento ocorrer de forma saudável.
Portanto, notou-se, após as reflexões com o grupo, que a forma ideal para o tratamento
do paciente seria incluir, de maneira harmônica, a tecnologia no tratamento humanizado, não
excluindo nenhum dos pontos. Sendo assim, a integridade física, psicológica e emocional do
paciente terminal deve ser prioridade no tratamento final.
Referências
ARIÈS, Philippe. Essais sur l’histoire de la mort en Occident, du Moyen Âge à nos
jours. Paris: Éd. du Seuil, 1975.
CARMEL, Sara. “Life-sustaining treatments: what doctors do, what they want for
themselves and what elderly persons want.” In: Social Science & Medicine 49 (1999) 1401-
1408.
ALBERY, Nicholas & WIENRICH, Stephanie (ed.). The New Natural Death
Handbook. London: Rider, 2000.