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Centro Universitário UNIRG

Curso de Enfermagem – 6º Período


Enfermagem em Cuidados Paliativos ria.

ENFERMAGEM EM
CUIDADOS PALIATIVOS

Enf. Esp. Nara F. Resende Azevedo.


UNIRG-6º PERÍODO
Aspectos históricos dos Cuidados Paliativos. Princípios e
Fundamentos dos Cuidados Paliativos.
 Vivemos em um cenário onde há um progressivo envelhecimento populacional,
associado a um predomínio de doenças crônico-degenerativas de evolução lenta, a
um crescente e constante aumento de novos casos de câncer, a números também
impressionantes de infecção pelo vírus HIV, que geram de forma direta,
comprometimento funcional e dependência.

 Além destes fatores, há uma nova reorganização familiar, com mais pessoas
morando solitariamente, que acompanham algumas mudanças sociais dos nossos
tempos, onde permeiam o individualismo, racionalismo e falta de espiritualidade.
Desta forma, ter uma doença que ameaça a vida pode resultar em um morrer lento,
com muito sofrimento físico, mental, social e emocional.

 Dentro deste contexto, os Cuidados Paliativos se inserem como uma medida


extremamente necessária, com a certeira abordagem de promover a qualidade de
vida, de prevenir e aliviar o sofrimento de indivíduos e de seus familiares diante
de doenças que ameaçam a continuidade da existência.
INTRODUÇÃO:
Temos assistido nas últimas décadas a um envelhecimento progressivo da
população, assim como o aumento da prevalência do câncer e de outras doenças
crônicas.

Em contrapartida, o avanço tecnológico alcançado principalmente a


partir da segunda metade do século XX, associado ao desenvolvimento da terapêutica, fez com
que muitas doenças mortais se transformassem em doenças crônicas, levando a longevidade
dos portadores dessas doenças.

No entanto, apesar dos esforços dos pesquisadores e do conhecimento acumulado, a morte


continua sendo uma certeza, ameaçando o ideal de cura e preservação da vida, para o qual nós,
profissionais da saúde, somos treinados.
INTRODUÇÃO:
Os pacientes “fora de possibilidade de cura” acumulam-se nos hospitais,
recebendo invariavelmente assistência inadequada, quase sempre focada na
tentativa de cura, utilizando métodos invasivos e de alta tecnologia. Essas
abordagens, ora insuficientes, ora exageradas e desnecessárias, quase sempre
ignoram o sofrimento e são incapazes, por falta de conhecimento adequado, de
tratar os sintomas mais prevalentes, sendo o principal sintoma e o mais
dramático, a dor.

Não se trata de cultivar uma postura contrária à medicina tecnológica, mas


questionar a “tecnolatria” e refletirmos sobre a nossa conduta, diante da
mortalidade humana, tentando o equilíbrio necessário entre o conhecimento
científico e o humanismo, para resgatar a dignidade da vida e a possibilidade
de se morrer em paz.
BREVE HISTÓRICO DOS C.P:
• O Cuidado Paliativo se confunde historicamente com o termo
Hospice. Esta palavra data dos primórdios da era cristã quando estas
instituições fizeram parte da disseminação do cristianismo pela
Europa(4). Hospices eram abrigos (hospedarias) destinados a receber e
cuidar de peregrinos e viajantes;

• Várias instituições de caridade surgiram na Europa no século XVII


abrigando pobres, órfãos e doentes. Esta prática se propagou com
organizações religiosas católicas e protestantes, e no século XIX
passaram a ter características de hospitais.
o Cuidar de pessoas em fim de vida foi uma prática corrente ao longo da
evolução do mundo, muito antes da existência do “cuidado paliativo”.

o Na cultura ocidental, a concepção específica da criação de espaços para


acolher um enfermo, cuidá-lo e dar-lhe dignidade (hospice), surgiu
durante a Idade Média, com a construção das "casas de hóspedes" nas
margens das estradas para cuidar dos peregrinos e viajantes, que
adoeciam ao longo do caminho, como o de Santiago de Compostela
(MACIEL, 2008).
o Unindo os valores humanitários do passado somado aos conhecimentos
atuais da medicina moderna, Cicely Saunders, assistente social,
enfermeira e posteriormente médica, resgata a prática dos cuidados
paliativos ao fundar em 1967, na Inglaterra, o St. Christhoper’s Hospice,
propagando a filosofia dos cuidados paliativos para outros países da
Europa e diferentes continentes (MATSUMOTO, 2012 e MACIEL,
2008).
A OMS publicou sua primeira definição de Cuidados
Paliativos em 1990: “cuidado ativo e total para pacientes cuja
doença não é responsiva a tratamento de cura. O controle da
dor, de outros sintomas e de problemas psicossociais e
espirituais e primordial. O objetivo do Cuidado Paliativo e
proporcionar a melhor qualidade de vida possível para
pacientes e familiares”. Essa definição foi revisada em 2002 e
substituída pela atual.
FILOSOFIA E FUNDAMENTOS ÉTICOS:
o ‘’Dr. Robert Twycross fala sobre a dificuldade do médico em dizer a
verdade ao paciente, quando essa verdade desnuda a terminal idade da
vida e a ausência de perspectiva de cura. ..’’

o ‘’Segundo Siqueira (9), “a ética medica tradicional concebida no


modelo hipocrático tem um forte acento paternalista... Somente na
década de 1960, os códigos de ética profissional passaram a
reconhecer o enfermo como agente autônomo”. . .
FILOSOFIA E FUNDAMENTOS ÉTICOS:

o Com base no princípio bioético da autonomia do paciente


por meio do consentimento informado, possibilitando que ele
tome suas próprias decisões, no princípio da beneficência e
da não-maleficência, os Cuidados Paliativos desenvolvem o
cuidado ao paciente visando a qualidade de vida e a
manutenção da dignidade humana no decorrer da doença, na
terminal idade da vida, na morte e no período de luto.
Cuidados Paliativos no Brasil:
o História recente no Brasil - inicio da década de 1980;

o O primeiro serviço de cuidados paliativos no Brasil surgiu no Rio


Grande do Sul em 1983, seguidos da Santa Casa de Misericórdia, de
São Paulo, em 1986, e logo após em Santa Catarina e Paraná;

o Um dos serviços que merece destaque é o Instituto Nacional do Câncer


(INCA), do Ministério da Saúde, que inaugurou em 1998 o hospital
Unidade IV, exclusivamente dedicado aos cuidados paliativos
(PEIXOTO, 2004).
Cuidados Paliativos no Brasil:
o A partir do ano 2000 houve uma consolidação e um crescimento significativo;

o O Ministério da Saúde vem consolidando formalmente os cuidados paliativos


no âmbito do Sistema Único de Saúde do país, por meio de portarias e
documentos, emitidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e pelo
próprio Ministério da Saúde. Ainda que de forma lenta, há um crescimento
expressivo dos cuidados paliativos no Brasil, entretanto, muitos profi
ssionais, por desconhecerem a fi losofi a de cuidados paliativos, sentem-se
receosos, tendo em vista que suas ações podem ser interpretadas como
abreviar o tempo de vida ou prolongar o tempo da morte (FIGUEIREDO,
2006).
O que ele é?
Já se familiarizem...
Princípios dos Cuidados Paliativos:
• Promover o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis;

• Afirmar a vida e considerar a morte um processo normal da vida;

• Não acelerar nem adiar a morte;

• Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente;

• Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão ativamente


quanto possível até o momento da sua morte;
Princípios dos Cuidados Paliativos:

• Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença do paciente e o luto;

• Oferecer abordagem multiprofissional para focar as necessidades dos pacientes e seus


familiares, incluindo acompanhamento no luto;

•  Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença;

• Iniciar o mais precocemente possível o Cuidado Paliativo, juntamente com outras medidas de
prolongamento da vida, como quimioterapia e radioterapia, e incluir todas as investigações
necessárias para melhor compreender e controlar situações clínicas estressantes;
Referencial Bibliográfico:

• Manual de Cuidados Paliativos – ANCP- 2º edição, 2012.

• CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA-


COLEÇÃO COREN/SC ORIENTA, ENFERMAGEM EM CUIDADOS
PALIATIVOS - Vol. 4 - Parte 1 – 2016.
OBRIGADAA!
BONS ESTUDOS ...

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