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INTRODUÇÃO AOS CUIDADOS PALIATIVOS

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 03
2. HISTÓRIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS ..................................................... 04
3. CONCEITO, FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS ................................................ 05
4. COMUNICAÇÃO EM CUIDADOS PALIATIVOS ............................................. 09
5. DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM DO SOFRIMENTO HUMANO ..................... 12

6. CUIDANDO DE QUEM CUIDA .................................................................... 13


7. PRINCÍPIOS DA ATUAÇÃO INTERDISCIPLINAR ........................................... 16
CONCLUSÃO .............................................................................................. 18
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 19

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INTRODUÇÃO AOS CUIDADOS PALIATIVOS

INTRODUÇÃO AOS CUIDADOS PALIATIVOS

1. INTRODUÇÃO

2. HISTÓRIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS


• Hospício do Porto de Roma, século V, discípula de São Jerônimo, Fabíola, cuidava
de viajantes oriundos da Ásia, África e do Leste.
• Os Hospices medievais → caminho de Santiago de Compostela. Muitos morriam
nestas hospedarias, recebendo cuidado leigo e caridoso
• Instituições de caridade surgiram na Europa do século XVII → no século XIX,
começaram a ter características de hospitais → O cuidado a estes doentes era
essencialmente leigo e voltado para o cuidado espiritual e tentativa de controle
da dor.
• Características deste cuidado: acolhimento, a proteção, o alívio do sofrimento,
mais do que a busca pela cura.

Cicely Saunders (1918-2005)


• St. Lukes’ Home, em Londres
• Enfermeira, assistente social e médica;
• Disseminou uma nova filosofia do cuidar; pioneira do movimento conhecido
como hospice moderno.

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• Cicely Saunders publicou artigos fundamentais em que descreve as necessidades


dos doentes
• Difundiu o conceito da dor total
• Grande defensora dos cuidados a serem dispensados ao final da vida.

Elizabeth Kubler-Ross (1926 - 2004)


• “Os pacientes à morte ainda estão vivos, têm sentimentos, desejos,
necessidades e demandas.” Elizabeth Kubler-Ross
• 1970, o encontro de Cicely Saunders com a psiquiatra norte-americana Elizabeth
Klüber-Ross, nos Estados Unidos, fez crescer também lá o movimento Hospice.

No Brasil
• 1983: Primeiro serviço de Cuidados Paliativos - Professora Miriam Martelete no
Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em
Porto Alegre
• 1998: Fundação da SOTAMIG
• 1998: Unidade IV – INCA – Exclusivamente dedicado aos Cuidados Paliativos
• 2004: I Congresso Internacional de Cuidados Paliativos e Dor promovido pelo
Instituto Nacional do Câncer (INCA)
• 2005: Criação da ANCP
• 2009: Manual Brasileiro de Cuidados Paliativos (2ed em 2012, 3ed 2021)
• 2011: Reconhecimento de Medicina Paliativa como área de atuação (Resolução
do CFM 1973/2011)

Ainda imperam no Brasil um enorme desconhecimento e muito preconceito


relacionado aos Cuidados Paliativos, principalmente entre os médicos, profissionais de
saúde, gestores hospitalares e poder judiciário. Ainda se confunde atendimento
paliativo com eutanásia e há um enorme preconceito com relação ao uso de opioides,
como a morfina, para o alívio da dor.

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“Existe um contingente crescente de pessoas morrendo com sofrimento não aliviado.”


“Você é importante até o último momento de sua vida e nós faremos tudo o que
pudermos, não só para ajudá-lo a morrer em paz, mas para que viva até a hora de
morrer”.
“O sofrimento humano somente é intolerável quando ninguém cuida.”
Cicely Saunders

3. CONCEITO, FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS

Temos assistido nas últimas décadas a um envelhecimento progressivo da


população, assim como o aumento da prevalência do câncer e de outras doenças
crônica. Em contrapartida, o avanço tecnológico alcançado principalmente a partir da
segunda metade do século XX, associado ao desenvolvimento da terapêutica, fez com
que muitas doenças mortais se transformassem em doenças crônicas, levando a
longevidade dos portadores dessas doenças. No entanto, apesar dos esforços dos
pesquisadores e do conhecimento acumulado, a morte continua sendo uma certeza,
ameaçando o ideal de cura e preservação da vida, para o qual nós, profissionais da
saúde, somos treinados.
Os pacientes “fora de possibilidade de cura” acumulam-se nos hospitais,
recebendo invariavelmente assistência inadequada, quase sempre focada na tentativa
de cura, utilizando métodos invasivos e de alta tecnologia. Essas abordagens, ora
insuficientes, ora exageradas e desnecessárias, quase sempre ignoram o sofrimento e
são incapazes, por falta de conhecimento adequado, de tratar os sintomas mais
prevalentes, sendo o principal sintoma e o mais dramático, a dor.

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The Doctor – Samuel Luke Fildes, 1891.

Ciência e Caridade - Picasso, 1897

Conceito:
“Cuidado Paliativo é uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e
seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, através
da prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e
tratamento da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual” OMS,
2002.
O Cuidado Paliativo não se baseia em protocolos, mas sim em princípios. Não se
fala mais em terminalidade, mas em doença que ameaça a vida. Indica-se o cuidado
desde o diagnóstico, expandindo nosso campo de atuação. Não falaremos também em
impossibilidade de cura, mas na possibilidade ou não de tratamento modificador da
doença, desta forma afastando a ideia de “não ter mais nada a fazer”. Pela primeira vez,
uma abordagem inclui a espiritualidade dentre as dimensões do ser humano. A família
é lembrada, portanto assistida também após a morte do paciente, no período de luto.

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Modelo integrado de cuidados curativos e paliativos para doenças crônicas


progressivas

Todo e qualquer paciente que possui doença crônica e/ou ameaçadora da vida
poderá se beneficiar com os Cuidados Paliativos - crianças, adultos e idosos. A
necessidade de cuidados paliativos está presente em todos os níveis de atendimento,
primário, secundário e serviços especializados.
A concomitância da abordagem paliativa com o tratamento curativo é
perfeitamente viável. Da mesma forma, ações paliativas desenvolvidas na fase do
diagnóstico e do tratamento de uma doença não exigem a presença de uma equipe
especializada e podem ser desenvolvidas por qualquer profissional na área da saúde. À
medida que a doença progride e o tratamento curativo perde o poder de oferecer um
controle razoável dela, os Cuidados Paliativos crescem em significado, surgindo como
uma necessidade absoluta na fase em que a incurabilidade se torna uma realidade.
Há necessidade da intervenção de uma equipe de profissionais adequadamente
treinada e experiente no controle de sintomas de natureza não apenas biológica,
excelente comunicação, para que paciente e seu entorno afetivo entendam o processo
evolutivo que atravessam, e conhecimento da história natural da doença em curso, para
que se possa atuar de forma a proporcionar não apenas o alívio, mas a prevenção de um
sintoma ou situação de crise.
Na fase final da vida, entendida como aquela em que o processo de morte se
desencadeia de forma irreversível e o prognóstico de vida pode ser definido em dias a

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semanas, os Cuidados Paliativos se tornam imprescindíveis e complexos o suficiente


para demandar uma atenção específica e contínua ao doente e à sua família, prevenindo
uma morte caótica e com grande sofrimento.

Aplicabilidade e benefícios
• Melhor planejamento prévio de cuidados,
• Melhora da qualidade de vida,
• Redução de sintomas desagradáveis,
• Maior satisfação dos pacientes e do núcleo cuidador e
• Menor utilização do sistema de saúde (KAVALIERATOS et al., 2016).
• Familiares: Fator protetor para o desenvolvimento de depressão e luto
complicado (MIYAJIMA et al., 2014; YAMAGUCHI et al., 2017)

➢ A maioria das pessoas ao redor do mundo preferiria falecer em casa.


➢ Há indícios na literatura de uso excessivo de medidas agressivas no fim de vida e
de um uso aquém do que seria ideal de cuidados paliativos nessa fase.

Domicílio x Hospital
O local mais indicado é onde o paciente que necessita deste tipo de cuidado
estiver, ou seja, no domicílio, na instituição hospitalar, ambulatório, instituição de longa
permanência ou hospice. No lugar onde ele possa ter o melhor controle de sintomas

Princípios dos Cuidados Paliativos


- Promove o alívio da dor e de outros sintomas estressantes: Considere-se aqui os
sintomas estressantes para o doente, principal foco da atenção.

- Reafirma a vida e vê a morte como um processo natural: Condição fundamental para


quem deseja trabalhar com Cuidados Paliativos é ter sempre presente o sentido da
terminalidade da vida. O que não significa banalizar a morte e nem deixar de preservar
a vida. Porém, a compreensão do processo de morrer permite ao paliativista ajudar o

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paciente a compreender sua doença, a discutir claramente o processo da sua finitude e


a tomar decisões importantes para viver melhor o tempo que lhe resta.

- Não pretende antecipar e nem postergar a morte: Porém, sabe que ao propor
medidas que melhorem a qualidade de vida, a doença pode ter sua evolução retardada.
As ações são sempre ativas e reabilitadoras, dentro de um limite no qual nenhum
tratamento pode significar mais desconforto ao doente do que sua própria doença.

- Integra aspectos psicossociais e espirituais ao cuidado: Por este motivo o cuidado


paliativo é sempre conduzido por uma equipe multiprofissional, cada qual em seu papel
específico, mas agindo de forma integrada, com frequentes discussões de caso,
identificação de problemas e decisões tomadas em conjunto.

- Oferece um sistema de suporte que auxilie o paciente a viver tão ativamente quanto
possível, até a sua morte: Este princípio determina a importância das decisões e a
atitude do paliativista. Segui-lo fielmente significa não poupar esforços em prol do
melhor bem-estar e não se precipitar, em especial, na atenção à fase final da vida,
evitando-se a prescrição de esquemas de sedação pesados, exceto quando diante de
situações dramáticas e irreversíveis, esgotados todos os recursos possíveis para o
controle do quadro. A sedação está indicada em situações de dispneia intratável,
hemorragias incontroladas, delirium e dor refratária a tratamento (Doyle, 2000), o que,
com todo o conhecimento atual de analgésicos e procedimentos adequados, é situação
rara.

- Oferece um sistema de suporte que auxilie a família e entes queridos a sentirem-se


amparados durante todo o processo da doença: Família em Cuidados Paliativos é
unidade de cuidado tanto quanto o doente. Deve ser adequadamente informada,
mantendo um excelente canal de comunicação com a equipe. Quando os familiares
compreendem todo o processo de evolução da doença e participam ativamente do
cuidado sentem-se mais seguros e amparados. Algumas complicações no período do
luto podem ser prevenidas. É preciso ter a mesma delicadeza da comunicação com o

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doente, aguardar as mesmas reações diante da perda e manter a atitude de conforto


após a morte.

- Deve ser iniciado o mais precocemente possível, junto a outras medidas de


prolongamento de vida, como a quimioterapia e a radioterapia, e incluir todas as
investigações necessárias para melhor compreensão e manejo dos sintomas: Estar em
Cuidados Paliativos não significa ser privado dos recursos diagnósticos e terapêuticos
que a medicina pode oferecer. Deve-se usá-los de forma hierarquizada, levando-se em
consideração os benefícios que podem trazer e os malefícios que devem ser evitados
(Piva, 2002). Começar precocemente a abordagem paliativa permite a antecipação dos
sintomas, podendo preveni-los. A integração do paliativista com a equipe que promove
o tratamento curativo possibilita a elaboração de um plano integral de cuidados, que
perpasse todo o tratamento, desde o diagnóstico até a morte e o período após a morte
do doente.

Pilares dos Cuidados Paliativos

• Comunicação eficaz e ajustada


• Controle impecável dos sintomas
• Entender o prognóstico
• Equipe multidisciplinar

Prognóstico

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Você se surpreenderia se seu paciente viesse a falecer nos próximos 12 meses?

Se a resposta for NÃO o paciente tem indicação dos Cuidados Paliativos.

PPS - Escala de Performace Paliativa

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4. COMUNICAÇÃO EM CUIDADOS PALIATIVOS

O processo de informação ao paciente com qualquer enfermidade severa ou


incapacitante é extremamente complexo e se compõe de uma multiplicidade de fatores,
destacando-se: a informação oferecida pelo médico, a informação retida pelo paciente,
o conhecimento que ele tenha da enfermidade, o desejo que ele tenha de ter a
informação e a satisfação com a informação recebida. Quanto ao desejo de ter a
informação, alguns autores salientam que estudos em vários países do mundo já
verificaram que, de uma forma geral, a maioria das pessoas manifestou o desejo de
saber corretamente o diagnóstico caso viessem a desenvolver uma doença grave.
Escutar envolve muito mais do que ouvir uma mensagem, a escuta ativa
pressupõe disponibilidade, interesse pela pessoa e pela comunicação, compreensão da
mensagem, espírito crítico e alguma prudência na interpretação.

ESCUTA ATIVA
É fundamental lembrar que, quando a comunicação envolve algum assunto
sensível, delicado ou difícil, precisa também ser feita de maneira sensível, de forma que
possa ser entendida, sem pressa, num ambiente adequado (com poucos ruídos e

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interferências). Uma boa comunicação afeta positivamente o estado de ânimo do


paciente, sua adequação psicológica à situação e sua qualidade de vida. Para isso
devemos:
• Apreender e compreender conteúdo e sentimentos.
• Responder aos sentimentos expressos.
• Aceitar as expressões e sentimentos, tanto positivos quanto negativos.
• Não fazer julgamentos.
• Perceber o tom de voz, a fluidez do discurso, as pausas, as hesitações, a
construção das frases.
• Observar a linguagem não-verbal

EMPATIA
A empatia autêntica nos permite perceber com precisão aquilo que o outro está
sentindo, para poder acompanhá-lo no processo. É uma habilidade essencial. Cognitiva
e afetiva. Conexão e ressonância.

COMPAIXÃO
Profunda consciência do sofrimento de outrem, associada ao desejo de aliviá-lo,
abordagem proativa, motivação virtuosa de aliviar o padecimento. A compaixão é a
empatia empoderada!

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COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS


O emprego adequado de técnicas e estratégias de comunicação interpessoal
pelos profissionais de saúde é medida terapêutica comprovadamente eficaz, permitindo
ao paciente compartilhar seus medos, dúvidas e sofrimento, contribuindo para a
diminuição do estresse psicológico e garantindo a manifestação da autonomia do
paciente.
Objetivos mais importantes durante a transmissão de más notícias:
• Recolher informações dos pacientes;
• Transmitir as informações médicas;
• Proporcionar suporte ao paciente;
• Induzir a sua colaboração no desenvolvimento de uma estratégia ou plano
de tratamento para o futuro.

PROTOCOLO SPIKES:
O protocolo SPIKES é dividido em seis etapas, cada uma delas tem a sua
importância e não é recomendado pular qualquer uma delas ou mesmo reorganizar a
ordem de realização. Veja abaixo o que significa cada letra da sigla e aprenda como
aplicar:

1. Planejando a entrevista (S – setting up the interview)


Todos os detalhes precisam ser planejados. Como contar a notícia, como
responder, onde será realizada a entrevista e uma estimativa para a duração do
momento. É essencial que não haja interrupções externas e que a conversa seja
realizada com o máximo de privacidade.

2. Avaliando a percepção do paciente (P – perception)


Uma vez a informação dada, é hora de perceber as reações do paciente – pelo
menos neste momento. As reações são as mais variadas possíveis. Há quem fique
isolado em silêncio, expressando raiva ou tristeza ou mesmo um misto de tudo isso.

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A partir da observação e do feedback do paciente, molde e corrija a informação


para o pleno entendimento do quadro e alinhe todas as expectativas para a realidade
do paciente.

3. Obtendo o convite do paciente (I – invitation)


Pode ser que haja uma reação de negação da doença. É preciso ir
compartilhando informação sobre as alternativas disponíveis de pouco em pouco até
que se obtenha uma espécie de convite do paciente para saber mais.
Mesmo que isso não aconteça, coloque-se à disposição para esclarecer dúvidas no
futuro ou quando for mais conveniente. O mesmo se aplica ao familiar que, porventura,
esteja acompanhando o paciente.

4. Dando conhecimento e informação ao paciente (K – knowledge)


A linguagem precisa ser o mais simples possível para que o entendimento seja
pleno e que o paciente consiga absorver facilmente – apesar do conflito interno de
emoções.
Esse cuidado precisa ser redobrado quando estão em cena os pacientes
candidatos a cuidados paliativos. A desesperança de sobrevida precisa ser aliviada ao
máximo possível, focando na qualidade de vida com o tempo que se tem, no que diz
respeito ao controle da dor e dos sintomas da doença.
Expressões técnicas demais, frias e duras não contribuem para o sucesso do
protocolo SPIKES e, de tempos em tempos, é preciso se certificar que o paciente está
entendendo os procedimentos.

5. Abordar as emoções dos pacientes com respostas afetivas (E – emotions):


Todas as emoções demonstradas pelo paciente precisam ser acolhidas pelo
médico, afinal a má notícia é um divisor de água na vida da pessoa acometida pela
doença.
Gestos e/ou frases de solidariedade são fundamentais para o entendimento
sobre o caso e ainda minimizam o isolamento por parte do paciente. Cada um leva um

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tempo diferente para processar as informações, portanto qualquer reação por parte
dele, nesse momento, deve ser encarada com normalidade.

6. Estratégia e resumo (S – strategy and summary):


Independentemente se a via de tratamento é curativa ou paliativa, sempre
pergunte se o paciente está pronto para prosseguir com a conversa. Ainda que a
segunda via seja motivo de revolta e desespero, foque em explicar a eficácia para uma
melhor qualidade de vida que os cuidados vão trazer para o quadro.
Ainda que as informações tenham efeito negativo, dados importantes sobre o
quadro não devem ser mantidos em sigilo, exceto se for uma vontade expressa dele. Por
outro lado, revelar tudo sem a mínima preocupação com a linguagem e sem oferecer o
suporte necessário pode ter consequências tão graves quanto as causadas pela omissão
de fatos.

5. DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM DO SOFRIMENTO HUMANO

O objetivo principal do Cuidado Paliativo é “a melhora da qualidade de vida de


pacientes e familiares” e é realizado através “da prevenção e alívio de sofrimento físico,
psíquico, social e espiritual”. Desse modo, um diagnóstico adequado do sofrimento e
suas causas é imprescindível para o adequado manejo no Cuidado Paliativo. Mesmo
profissionais treinados na área percebem a dificuldade de analisar, abordar e integrar
as diferentes facetas do ser humano, em especial diante da finitude.
Diante do desafio de abordar os vários aspectos do sofrimento humano e manter
o foco em objetivos claros que possam aliviar e preparar o paciente e sua família durante
o processo de morte, nasceu a proposta de um diagrama capaz de sistematizar o
raciocínio da equipe.

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Diagrama de Abordagem Multidimensional

Manual ANCP, 2012

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6. CUIDANDO DE QUEM CUIDA

O mito de Quíron, o curador ferido


Na mitologia grega, Quíron era um centauro imortal, que foi abandonado após
seu nascimento e adotado por Apolo e Atena. Quíron era considerado um centauro
superior, por ser bondoso, civilizado e inteligente, além de ter habilidades com a
medicina. Certa vez, seu amigo Hércules, ao vencer e matar a Hidra de Lerna, feriu
acidentalmente Quíron na coxa com uma das flechas. Ainda que imortal, Quíron não
conseguia curar a si mesmo e assim, ficou condenado a viver em sofrimento, após
reconhecer que também era vulnerável. Quíron, então, passou a compreender a dor do
outro por meio de sua própria dor, entendendo e tendo compaixão com o sofrimento
do outro por conta de seu próprio.
O mito de Quíron representa a essência das ciências da saúde. Ele fala de um
personagem que se dedicou a curar os males do corpo e da alma pela sua grande
compaixão pelos outros. É também uma metáfora que mostra como ajudar alguém pode
nos salvar do nosso próprio sofrimento.
Há muito de humano no mito de Quíron. Ele enfatiza a importância do
reconhecimento mútuo das vulnerabilidades como fonte de compaixão.

Dimensão do Cuidado
Toda relação de cuidado envolve disponibilidade (física e emocional),
identificação de necessidade e prazer. Se não sabemos identificar e expressar o que
precisamos, dificilmente saberemos pedir ajuda e é neste ponto que a exaustão
profissional aparece, quando falamos especificamente de profissionais de saúde.

Cuidado Efetivo e Conexão com as necessidades do paciente


Para existir um cuidado efetivo e conexão com as necessidades do paciente, são
necessárias mais atitudes que palavras; não basta falar que faz ou entende, é importante
agir:
• Aceitando a história do indivíduo com os sentimentos e as dificuldades que
ele possui;

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• Tendo curiosidade e interesse para saber o que ele te conta, afinal ele e quem
conhece bastante o próprio corpo e a própria história. Não podemos pressupor
respostas;
• Sendo empático;
• Aprendendo a ouvir, acolher e respeitar valores dos pacientes/familiares que
sejam diferentes dos seus como profissional;
• Expressando emoções de maneira suave e conectada, buscando prazer na
relação com o cuidado.

Reconhecer as próprias necessidades


• Notar o que o paciente atendido, o seu processo de adoecimento e os cuidados
que ele demanda despertam no próprio profissional.
• Perceber se sente raiva, pouca vontade de estar com ele, prazer e/ou satisfação
em cuidar.
• Um bom cuidado necessita também de inteligência emocional, que é saber o que
sente e como melhorar isso.

Cuidando do Cuidador
É claro que o profissional é o maior responsável pelo seu autoconhecimento, sua
autocritica e autocuidado, porém existem algumas ferramentas de reasseguramento
que serão descritas a seguir:

Conhecimento técnico – manter atualização profissional e buscar aprimoramento. A


fundamentação técnica propicia um melhor cuidado.

Conhecer a própria história – pensar quantas situações difíceis, de adoecimento e de


morte viveu na própria vida, estimular reflexões sobre como as enfrentou e como elas
afetam até o momento. Entender que esta foi e é à sua maneira de enfrentar algumas
situações, porém não será igual para o paciente nem para a família.

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Reconhecimento da cultura e significado da morte para si, para o paciente e o familiar


sem críticas ou julgamentos. As diferentes crenças podem trazer conflitos se não forem
respeitadas.

Equipe – a equipe de trabalho pode ser fonte de grande suporte. Uma relação de
confiança e troca tanto na tomada de decisões e condutas técnicas quanto no
compartilhamento de sentimentos difíceis que surgem no processo de cuidado e ideal.
Podem ser organizadas reuniões técnicas frequentes para discutir condutas de cuidados
de casos mais difíceis e em outro momento reuniões de suporte e apoio emocional entre
a equipe. Um membro da equipe pode organizar a reunião de apoio e este lugar deve
ser ocupado por todos os profissionais em algum momento. A tarefa é apenas ser o
movimentador dos conteúdos, puxar comentários sobre os casos que foram percebidos
como aqueles que mais mobilizaram a equipe durante a semana ou situações em que
toda a equipe experimenta uma sensação de fracasso e desamparo perante um cuidado
realizado. A aproximação afetiva entre as pessoas da equipe permite adequada
intimidade para observar quando o colega está sobrecarregado e manifestar sinais de
exaustão física ou emocional. Essa conexão e cumplicidade permite a aproximação e o
questionamento para verificar se ele precisa conversar um pouco ou gostaria de outro
tipo de ajuda.

Falar sobre o luto – os profissionais de saúde reconhecerem os lutos vividos durante o


seu trabalho é saudável. Alguns lutos vividos e não reconhecidos são: o luto pela morte
do paciente, pela relação estabelecida com ele e com os familiares.

Manter constante o exercício de não entrar em um funcionamento automático


de cuidado – isso ajudara a não cair em um nível alto de estresse e colapso. Com
frequência, pode-se ter condutas de cuidados automatizadas como na realização de
higiene do paciente. O que para o paciente/familiares são momentos únicos e de
compartilhamento de intimidades, que podem ser inclusive desconfortáveis, para o
profissional é apenas técnico e já foi realizado outras vezes com outros pacientes no
mesmo dia.

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Relembrar qual o objetivo do cuidado: promover controle da situação e


adaptação ao adoecimento gerando menos desconforto (físico e emocional) para o
paciente frente a finitude. E curar? Controlar sintoma? Proteger de sofrimentos? Como
se sentir atuante quando o resultado não é a cura e sim o cuidado? Se estamos alinhados
ao nosso propósito de cuidado diminuímos a insatisfação e a frustração.
Avaliar constantemente a sua disponibilidade emocional para o cuidado. Não
podemos cuidar bem se não estivermos disponíveis, porém esta disponibilidade nos
torna vulneráveis. Por exemplo: se eu estou prestando cuidados a uma paciente com
diagnóstico de câncer de pâncreas e recentemente perdi uma pessoa que amava
também por conta de um câncer de pâncreas, muito provavelmente a minha
disponibilidade emocional estará comprometida, e é digno eu solicitar ajuda ou
substituição do cuidado para aquele paciente, até que emocionalmente eu esteja mais
fortalecido.
Observar como o paciente solicita cuidado. Tendemos a acreditar que o paciente
que não questiona ou que demanda pouco, está bem. Mas, às vezes, o silêncio e o
afastamento também são um pedido de cuidado, apesar dos pedidos mais frequentes
serem os verbais, o aumento da demanda e o choro.
Atenção a disponibilidade em cada encontro – se planeje para cada encontro
com o paciente. Se tiver um tempo reduzido, comunique isso ao paciente e esteja
presente no tempo que estiver com ele e caso seja necessário, retorne em um outro
momento com mais tempo. Isso ajuda o paciente a se organizar com as demandas que
ele tem para você.
Como reagir a raiva, comportamentos agressivos ou a reatividade do paciente?
Algumas vezes, por medo ou revolta com a aproximação da morte, os pacientes podem
ser rudes e grosseiros. Estes comportamentos não podem ser aceitos nem permitidos,
mas eles sinalizam que emocionalmente algo está muito difícil para o paciente. Ao invés
de reagir, por inicialmente acreditar que e algo direcionado a você, deve-se pontuar a
emoção dele: “Percebi que o sr.(a) está bastante irritado hoje. Algo o desagradou? Estou
aqui para cuidar de você”.

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O objetivo é evitar
• Perda de sentido no cuidar e distanciamento;
• Sensação de não reconhecimento no trabalho;
• Isolamento emocional no trabalho (não compartilhar sentimentos);
• Sobrecarga física (cefaleia, insônia etc.) e emocional (irritabilidade, humor
deprimido, ansiedade, desinteresse);
• Reações intensas ao estresse;
• Absenteísmo;
• Despersonalização;
• Diminuição da realização pessoal.

BURNOUT
A Síndrome de Burnout é uma reação à tensão emocional crônica de pessoas que
cuidam cotidianamente de outros seres humanos. Ela tem três componentes
relacionados: exaustão emocional, despersonalização e diminuição de realização
pessoal.
Entre as principais modalidades de cuidados que se propõem a cuidadores citamos:
• Atividades de lazer para a equipe, o que pode estreitar laços de amizade e
companheirismo;
• Psicoterapia, cuidados psicológicos, plantão psicológico como espaço de
acolhimento, capaz de cuidar da dor e do sofrimento do profissional, além de
ampliar o autoconhecimento;
• Cursos, workshops e vivências, abordando temas relativos a Cuidados Paliativos
como dor, morte, perdas, processo de luto, comunicação de más notícias e
acompanhamento das famílias. Transmissão de conhecimento de forma significativa
para o profissional é também um cuidado;
• Supervisão individual e em grupo, discutindo os casos atendidos. Aprender a lidar
com as dúvidas, debater formas alternativas de cuidados e esclarecer pontos
obscuros podem trazer mais abertura de discussão e favorecer o sentido de
competência, o trabalho em equipe, diminuindo o sentimento de solidão.

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• A melhor forma para aprimorar o nosso cuidado e nos atualizando tecnicamente e


nos cuidando. Precisamos incluir na rotina do dia atividades que nos proporcionem
prazer, bem-estar e nos conectem com as pessoas e com o que é importante para
cada um de nós.
• Reconhecer e validar a possibilidade de oscilar; transitar entre fadiga e satisfação
atrelada ao cuidado, é saudável e um ponto importante para a regulação emocional.

7. PRINCÍPIOS DA ATUAÇÃO INTERDISCIPLINAR


Nos Cuidados Paliativos, sua atuação é definida como sendo interdisciplinar, para
atingir sua principal meta: Qualidade de Vida.
A lista de enfermidades é quase infindável, e envolve situações que requerem
atenção direcionada à qualidade de vida, individualização e respeito pelo paciente e
pelos seus familiares. Dentre elas temos: Neoplasias, Portadores de insuficiência
cardíaca avançada, Quadro demencial de várias etiologias, pacientes pneumopatas
crônicos com quadro de hipoxemia grave, Sequelados de vários episódios de isquemia
cerebral, Pacientes com esclerose lateral amiotrófica, Outras doenças neurológicas
degenerativas progressivas, etc.

Muldisciplinaridade
Interface Extínseca: A interação com outros profissionais deve ocorrer sempre que nos
depararmos com dificuldades. Vale usar os recursos possíveis, com criatividade e
persistência. Mesmo em locais com menores recursos não devemos hesitar em incluir
na terapêutica, por exemplo, colegas anestesistas, preparados para nos auxiliar na
realização de um eventual bloqueio anestésico, ou na analgesia controlada por paciente
com bomba de infusão. Cirurgiões gerais podem nos ajudar, realizando, se necessária,
uma intervenção cirúrgica paliativa, como traqueostomia, gastrostomia, colostomia,
toracocentese, peritoneocentese, debridamento de tecidos desvitalizadas de um tumor
exofítico e outros procedimentos destinados a aliviar o sofrimento dos nossos pacientes.

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Interface Intrínseca: Temos uma interface que denominamos de intrínseca por designar
os profissionais que fazem parte da equipe de Cuidados Paliativos, tais como assistente
social, farmacêutico(a), fisioterapeuta, fonoaudiólogo(a), terapeuta ocupacional,
enfermeiro(a), psicólogo(a), nutricionista, dentista e outros, unidos na atenção não só
ao paciente, mas também aos familiares, em suas necessidades vinculadas a um bom
atendimento, conforme a definição da Organização Mundial de Saúde.
Não é possível explanar de forma sintética as particularidades apresentadas
pelos pacientes. Mas vale a lição de que cada indivíduo tem a sua história de vida: não
é um ser simplesmente biológico, e sim, alguém que tem a sua vida cronológica a ser
considerada, incluindo seus terrenos cultural, religioso e social. Os profissionais da
saúde devem adentrar neste espaço sem medo, para que estes pacientes possam ser
atendidos da forma mais íntegra possível, quer isto seja no centro ou posto de saúde,
num ambulatório de hospital público, numa enfermaria, num programa de assistência
domiciliar, dentro de um hospital-dia, até mesmo, no âmbito do Programa de Saúde da
Família.

Consciência de Finitude
• Exclusivo do ser humano
• Sabe que vai morrer e se organiza para isso

Os profissionais que compõem a equipe são os que controlam os sintomas do


corpo (médico, enfermeira, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional), da mente
(psicólogo, psicoterapeuta, psicoanalista, psiquiatra), do espírito (padre, pastor, rabino,
guru, sacerdotes das diferentes crenças religiosas professadas pelos pacientes), do
social (assistente social, voluntário).

Multidisciplinaridade ou multiprofissionalidade
Profissionais de diferentes áreas trabalham isoladamente, refere-se à atuação
geralmente sem cooperação e troca de informações, prevalecendo apenas o sistema de
referência e contrarreferência.

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INTRODUÇÃO AOS CUIDADOS PALIATIVOS

Interdisciplinaridade ou interprofissionalidade
Há reciprocidade, enriquecimento mútuo, com tendência à horizontalização das
relações de poder entre as áreas envolvidas, permitindo a troca entre áreas de
conhecimento

O alívio do sofrimento humano


• Requer um planejamento interdisciplinar
• Atuação multiprofissional
• Inclusão da família e a
• Utilização dos recursos disponíveis na comunidade como aspectos
fundamentais.

CONCLUSÃO
O que devemos buscar em nosso país é a mudança de consciência, ou seja,
atentar para o fato de que a nossa morte faz parte da nossa vida. Enfim, que o processo
de viver engloba e contempla a morte, e que, portanto, não há por que ficar
“improvisando” o processo de morrer. Há sempre tempo para aprimorar as nossas vidas,
enquanto vivermos.
Cuidado Paliativo é um conjunto de atos multiprofissionais que têm por objetivo
efetuar o controle dos sintomas do corpo, da mente, do espírito e do social, que afligem
o homem na sua finitude, isto é, quando a morte dele se aproxima. O Cuidado Paliativo
prolonga-se após a morte sob a forma de atendimento do luto dos familiares. A família
é também abraçada pela equipe multiprofissional, pois ela compartilha do sofrimento
do paciente.
Lembremos sempre: “O sofrimento humano somente é intolerável quando
ninguém cuida.” Cicely Saunders.

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INTRODUÇÃO AOS CUIDADOS PALIATIVOS

REFERÊNCIAS

ANCP. Manual de Cuidados Paliativos ANCP. 2ª ed. Organizadores: Ricardo Tavares de


Carvalho e Henrique Afonseca Parsons. 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Cuidados Paliativos. Coord. Maria Perez


Soares D’Alessandro, Carina Tischler Pires, Daniel Neves Forte [et al.]. São Paulo:
Hospital Sírio Libanês, 2020.

BIFULCO, Vera Anita. CAPONERO, Rocardo (orgs.). Cuidados paliativos: um olhar sobre
as práticas e as necessidades atuais – Barueri, SP: Manole, 2018.

CREMESP. Cuidado Paliativo. Coordenação Institucional de Reinaldo Ayer de Oliveira.


São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, 2008. 689 p.

KAVALIERATOS D, et al. Associação entre cuidados paliativos e resultados de pacientes


e cuidadores: uma revisão sistemática e meta-análise. JAMA. 2016. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27893131/. Acesso em: 10 de novembro de 2022.

MIYAJIMA, et al. Association between quality of end-of-life care and possible


complicated grief among bereaved family members. Journal of Palliative Medicine,
17(9), 1025-1031. 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1089/jpm.2013.0552.
Acesso em: 10 de novembro de 2022.

YAMAGUCHI T, AOYAMA M, MIYASHITA M. Effects of End-of-Life Discussions on the


Mental Health of Bereaved Family Members and Quality of Patient Death and Care. J
Pain Symptom Manage. 2017. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28450216/. Acesso em 10 de novembro de 2022

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INTRODUÇÃO AOS CUIDADOS PALIATIVOS

SOBRE A PROFESSORA

Maria Luiza Rennó Moreira Baldassaris

Possui graduação em Medicina pela Universidade do Vale do Sapucaí (2009);


Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família pela Universidade Federal de
Minas Gerais (2011); Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade pelo
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (2014); Especialização em
Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo/USP
(2016). Mestrado em Ciências Aplicadas à Saúde pela Universidade do Vale do Sapucaí
(2017). Especialização em Cuidados Paliativos pela Faculdade Unimed (2021).
Atualmente é médica da equipe de Atenção Primária à Saúde da Universidade do Vale
do Sapucaí e docente da disciplina de Saúde Coletiva do Curso de Medicina da UNIVÁS.
Supervisiona o Programa de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade
do Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL/UNIVAS). Atua ainda como Médica de
Família e Comunidade da Atenção Integral à Saúde da Unimed Sul Mineira.

Link do Lattes: http://lattes.cnpq.br/7051174260068032

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