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CUIDADOS PALIATIVOS

Prof.ª Élida Martinez Corrêa


Prof.ª Priscilla Martinez Corrêa
História dos Cuidados Paliativos
• Alguns historiadores apontam que a filosofia dos Cuidados Paliativos
começou na antiguidade, com as primeiras definições sobre o cuidar.
• Na Idade Média, durante as Cruzadas, era comum encontrar hospices em
monastérios, que abrigavam não somente os doentes e moribundos, mas
também os famintos, mulheres em trabalho de parto, pobres, órfãos e
leprosos.
• Esta forma de hospitalidade tinha como característica o acolhimento, a
proteção e o alívio do sofrimento, mais do que a busca pela cura.
História dos Cuidados Paliativos
• No século XVII, um jovem padre francês chamado São Vicente de Paula
fundou a Ordem das Irmãs da Caridade em Paris e abriu várias casas para
órfãos, pobres, doentes e moribundos.

• Em 1900, cinco freiras irlandesas fundaram o St. Josephs´s Convent, em


Londres, e começaram a visitar os doentes em suas casas.

• Em 1902, elas abriram o St. Joseph´s Hospice com 30 camas para


moribundos pobres.
CUIDADOS PALIATIVOS
• Os Cuidados Paliativos foram definidos pela Organização Mundial de
Saúde em 2002 como uma forma de assistência que visa melhorar a
qualidade de vida de pacientes e familiares que enfrentam doenças
potencialmente ameaçadoras para a continuidade da vida.
CUIDADOS PALIATIVOS
• A avaliação cuidadosa e o controle impecável da dor e dos demais
sintomas de natureza física, social, emocional e espiritual são o foco deste
trabalho, que necessita das habilidades de uma equipe multiprofissional
treinada para este fim. Seu objetivo principal é ajudar o paciente a
adaptar-se às mudanças impostas pela doença.
CUIDADOS PALIATIVOS
• A equipe mínima de Cuidados Paliativos é composta por médico, um
enfermeiro, um psicólogo, um assistente social e pelo menos um
profissional da área da reabilitação (a ser definido conforme a
necessidade do paciente).
• A Organização Mundial de Saúde desenhou um modelo de intervenção
em Cuidados Paliativos onde as ações paliativas têm início já no
momento do diagnóstico e o cuidado paliativo se desenvolve de forma
conjunta com as terapêuticas capazes de modificar o curso da doença.

• A paliação ganha expressão e importância para o doente à medida que o


tratamento modificador da doença (em busca da cura) perde sua
efetividade. Na fase final da vida, os Cuidados Paliativos são imperiosos e
perduram no período do luto, de forma individualizada.
CUIDADOS PALIATIVOS
• As ações incluem medidas terapêuticas para o controle dos sintomas
físicos, intervenções psicoterapêuticas e apoio espiritual ao paciente do
diagnóstico ao óbito.

• Para os familiares, as ações se dividem entre apoio social e espiritual e


intervenções psicoterapêuticas do diagnóstico ao período do luto.

• Um programa adequado inclui ainda medidas de sustentação espiritual e


de psicoterapia para os profissionais da equipe, além de educação
continuada.
CUIDADOS PALIATIVOS
• A condição ideal para o desenvolvimento de um atendimento satisfatório
deve compreender uma rede de ações composta por consultas
ambulatoriais, assistência domiciliar e internação em unidade de média
complexidade, destinada ao controle de ocorrências clínicas e aos
cuidados de final de vida.
CUIDADOS PALIATIVOS NO BRASIL
• No Brasil, iniciativas isoladas e discussões a respeito dos Cuidados
Paliativos são encontradas desde os anos 70.

• Anos 90 que começaram a aparecer os primeiros serviços organizados,


ainda que de forma experimental.

• pioneirismo do Prof. Marco Túlio de Assis Figueiredo, que abriu os


primeiros cursos e atendimentos com filosofia paliativista na Escola
Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP/EPM).
CUIDADOS PALIATIVOS NO BRASIL
• Outro serviço importante e pioneiro no Brasil é o do Instituto Nacional do
Câncer (INCA), do Ministério da Saúde, que inaugurou em 1998 o Hospital
Unidade IV, exclusivamente dedicado aos Cuidados Paliativos.

• Contudo, atendimentos a pacientes com doenças ameaçadoras da vida


acontecem desde 1986.

• Em dezembro de 2002, o Hospital do Servidor Público Estadual de São


Paulo (HSPE/SP) inaugurou sua enfermaria de Cuidados Paliativos,
comandada pela Dra. Maria Goretti Sales Maciel. O programa, no entanto,
existe desde 2000.
CUIDADOS PALIATIVOS NO BRASIL
• Em São Paulo, outro serviço pioneiro é o do Hospital do Servidor Público
Municipal, comandado pela Dra. Dalva Yukie Matsumoto, que foi
inaugurado em junho de 2004, com início do projeto em 2001.

• A primeira tentativa de congregação dos paliativistas brasileiros aconteceu


com a fundação da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos (ABCP),
pela psicóloga Ana Geórgia de Melo, em 1997.

• A Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) foi fundada em 2005


por um grupo de médicos.
CUIDADOS PALIATIVOS NO BRASIL
• Com a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), avançou a
regularização profissional, estabeleceram-se critérios de qualidade para os
serviços de Cuidados Paliativos, realizaram-se definições precisas do que é
e o que não é Cuidados Paliativos e levou-se a discussão para o Ministério
da Saúde, o Ministério da Educação, o Conselho Federal de Medicina
(CFM) e a Associação Médica Brasileira (AMB).

• Em 2009 o Instituto Paliar começou a realizar cursos de capacitação e


formação em Cuidados Paliativos, liderados pela Dra. Dalva Yukie
Matsumoto, pela Dra. Maria Goretti Sales Maciel e pelo Dr. Ricardo
Tavares de Carvalho.
CUIDADOS PALIATIVOS NO BRASIL
• Em 2009, pela primeira vez na história da medicina no Brasil, o Conselho
Federal de Medicina incluiu, em seu novo Código de Ética Médica, os
Cuidados Paliativos como princípio fundamental.

• Em 2011, o Hospital das Clínicas da Faculdade Medicina da Universidade


de São Paulo (FMUSP) consolidou o Grupo de Cuidados Paliativos,
liderados pelo Dr. Ricardo Tavares de Carvalho.

• Em 2010, a Medicina Paliativa foi reconhecida como área de atuação


médica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação
Médica Brasileira (AMB). O primeiro exame, por proficiência, foi realizado
em julho de 2011.
CUIDADOS PALIATIVOS NO BRASIL
• Em outubro de 2012, a Academia Nacional de Cuidados Paliativos se
tornou parceira oficial do World Hospice and Palliative Care Day (Dia
Mundial de Cuidados Paliativos) que é celebrado todos os anos.

• Em 2012, a entidade lançou a segunda edição do Manual de Cuidados


Paliativos ANCP.

• Em 2013, foram oferecidas as primeiras vagas para residência em


Medicina Paliativa no Brasil.
CUIDADOS PALIATIVOS NO BRASIL
• Os serviços pioneiros foram o Hospital do Servidor Público Estadual de
São Paulo (HSPE/SP), o Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira
(IMIP/PE) e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (HCPA/UFRGS).
CENARIO DO PALIATIVISMO NO BRASIL
• No Brasil, as atividades relacionadas a Cuidados Paliativos ainda precisam
ser regularizadas na forma de lei.

• Ainda imperam no Brasil um enorme desconhecimento e muito


preconceito relacionado aos Cuidados Paliativos, principalmente entre
médicos, profissionais de saúde, gestores hospitalares e o poder
judiciário.

• Ainda se confunde atendimento paliativo com eutanásia e há um enorme


preconceito com relação ao uso de opióides.
CENARIO DO PALIATIVISMO NO BRASIL
• Ainda são poucos os serviços de Cuidados Paliativos no Brasil.

• Menor ainda é o número daqueles que oferecem atenção baseada em


critérios científicos e de qualidade.

• A maioria dos serviços ainda requer a implantação de modelos


padronizados de atendimento que garantam a eficácia e a qualidade.

• Há uma lacuna na formação de médicos e profissionais de saúde em


Cuidados Paliativos, essencial para o atendimento adequado, devido à
ausência de disciplinas na graduação e à pouca oferta de cursos de
especialização e de pós-graduação de qualidade.
CENARIO DO PALIATIVISMO NO BRASIL
• Desde 2009, os cursos de Cuidados Paliativos e de Medicina Paliativa do
Instituto Paliar são exceção e já se tornaram referência na área no Brasil.
PROCESSO DE DIAGNÓSTICO DA DOENÇA E
MORTE
• Segundo Elisabeth Kubler-Ross as 5 fases do luto (ou da
perspectiva da morte) são:

• Fase 1- Negação.
• Fase 2- Raiva.
• Fase 3- Barganha.
• Fase 4- Depressão.
• Fase 5- Aceitação.
PROCESSO DE DIAGNÓSTICO DA DOENÇA E
MORTE
• Negação: Seria uma defesa psíquica que faz com que o indivíduo
não aceite o problema, tenta encontrar algum jeito de não entrar
em contato com a realidade seja da morte de um ente querido ou
diagnóstico de uma patologia grave.

• Raiva: Nessa fase o indivíduo se revolta com o mundo, se sente


injustiçada e não se conforma por estar passando por isso.

• Barganha: Essa é fase que o indivíduo começa a negociar,


começando com si mesmo, acaba querendo dizer que será uma
pessoa melhor se sair daquela situação, faz promessas a Deus
PROCESSO DE DIAGNÓSTICO DA DOENÇA E
MORTE
• Depressão: Já nessa fase a pessoa se retira para seu mundo
interno, se isolando, melancólica e se sentindo impotente diante
da situação.

• Aceitação: É o estágio em que o indivíduo não tem desespero e


consegue enxergar a realidade como realmente é, ficando pronto
pra enfrentar a perda ou a morte.

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