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Cuidado Paliativo

Agostinho Domingos Manuel Martins


Licenciado em Enfermagem Geral
Mestre de formação de Formadores em Gestão e
Administração em Saúde
01-Mar-23 1
Conteúdos
• Introdução
• Definição de cuidados paliativos
• História dos cuidados paliativos
• Filosofia dos cuidados paliativos
• Princípios dos Cuidados Paliativos
• Componentes dos cuidados paiativos
• Actividades de equipa de Cuidados Paliativos
• Organização dos Cuidados Paliativos
• Multidisciplinaridade e Interdisciplinaridade

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Objectivo geral

• Descrever a história, a filosofia, os princípios de


cuidados paliativos, a importância de acção
multidisciplinaridade e interdisciplinaridade,
componentes e actividades e, a organização dos
cuidados paliativos.

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Objectivos específicos
• Definir Cuidados Paliativos;
• Conhecer a filosofia e historia dos cuidados
paliativos;
• Descrever os principios de Cuidados Paliativos;
• Descrever os componenres dos Cuidados Paliativos
• Conhecer a organização dos serviços de Cuidados
Paliativos;
• Entender a importancia da multidisciplinaridade e
interdisciplinaridade nos Cuidados Paliativos.
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Introdução
• Envelhecimento progressivo da população.
– Esperança Média de Vida em Moçambique (2007 = 50,9 anos; 2017 = 53,7 anos).

• Aumento da prevalência do câncer e de outras doenças crónicas (58


milhões de mortes por ano no mundo, 34 milhões são por doenças crónico-
degenerativas incapacitantes);

• Avanço tecnológico alcançado (século XX) associado ao desenvolvimento


da terapêutica → doenças mortais → doenças cronicas → longevidade dos
portadores das doenças.

• Os pacientes “fora de possibilidade de cura” acumulam-se nos hospitais.

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Definição de “Cuidado Paliativo”

• É uma abordagem que promove a qualidade de vida do


doente e seus familiares que enfrentam doença que
ameace a continuidade da vida através da prevenção e
alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce,
avaliação e tratamento da dor e outros problemas de
natureza física, psicossocial e espiritual (OMS apud
PINTO, A. C. et al, 2012).

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História dos Cuidados Paliativos (1/2)
• O Cuidado Paliativo se confunde historicamente com o termo Hospice.
• Hospice eram abrigos (hospedarias) destinados a receber e cuidar de
peregrinos e viajantes.
• Século V, Fabiola, discípula de São Jerónimo, cuidava de viajantes vindos
de Ásia, África e dos paises do leste, no Hospício de Porto de Roma.
• Século XVII, surgiram várias instituições de gênero na Europa abrigando
pobres, órfãos e doentes. Prática continuada pelas igrejas católicas e
protestantes e no século XIX passam a ter característica de Hospitais.
• 1879 fundação do Our Lady Hospice of Dying em Dublin pelas irmãs
irlandesas.
• 1905 a Ordem de Irmã Mary Aekenheads abriu o St Joseph`s Hospices
em Londres.

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História dos Cuidados Paliativos (2/2)
• 1947 Dam Cicely Sanders (activista, enfermeira e médica) introduz
Movimento Hospice Moderno a partir da experiência de ter cuidado um
paciente Judeu de 40 anos com colostomia.
• 1967 funda o “St Cristopher`s Hospice”.
• 1970 o Movimento Hospice é introduzido e cresce nos EUA através da
Elisabeth Kluber-Ross após encontro com Cicely Sanders.
• 1990 a OMS reconhece e recomenda os princípios de cuidados paliativos e
definiu cuidados paliativos em 15 idiomas (estavam voltados para doentes
oncológicos).
• 2002 a OMS faz a revisão da definição/conceito e amplia incluindo a
assistência a outras doenças como SIDA, doenças cardíacas e renais,
doenças degenerativas e doenças neurológicas.

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Filosofia dos cuidados paliativos

• Os Cuidados Paliativos desenvolvem o cuidado ao paciente visando


à qualidade de vida e à manutenção da dignidade humana no
decorrer da doença, na terminalidade da vida, na morte e no
período de luto.

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Princípios dos cuidados paliativos (1/2)
Os cuidados paliativos não se baseiam em protocolos clínicos,
mas em princípios:

1. Promover o alívio da dor e outros sintomas desagradáveis;


2. Afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal
da vida;
3. Não acelerar nem adiar a morte;
4. Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao
paciente;
5. Oferecer um sistema de suporte que possibilite o paciente viver
tão activamente quanto possivel até ao momento da sua morte;

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Princípios dos cuidados paliativos (2/2)

6. Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a


doença do paciente e a enfrentar o luto;
7. Abordagem multiprofissional para focar as necessidades dos pacientes
e seus familiares, incluindo acompanhamento no luto;
8. Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da
doença;
9. Deve ser iniciado o mais precoce possivel, juntamente com outras
medidas de prolongamente da vida como a quimioprofilaxia e a
radioterapia e incluir todas as investigacoes necessarias para melhor
compreender e controlar situacões clínicas estressantes.

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Componentes dos Cuidados Paliativos
• Controle de sintomas
• Comunicação efetiva
• Reabilitação
• Cuidado contínuo
• Cuidados na terminalidade
• Cuidados no luto
• Educação
• Pesquisa
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Actividades de umaPaliativos
Cuidados equipa de Cuidados
Paliativos
1. Atenção ao doente
2. Atenção à família
3. Trabalho em equipe interdisciplinar
4. Formação continua interna
5. Relação e conexão com outras equipes
6. Avaliação de resultados
7. Formação externa
8. Investigação
9. Voluntariado
10. Atenção aos aspectos éticos e espirituais

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Critérios de elegibilidade para
cuidados paliativos
• Doença progressiva, incurável e avançada.
• Poucas possibilidades de resposta às terapêuticas curativas.
• Evolução clínica oscilante, caracterizada pelo surgimento de várias
crises de necessidades, como dor de difícil controle.
• Grande impacto emocional ou social para o doente e sua família com
a proximidade da morte.
• Prognóstico de vida estimado em menos de seis meses.
• Necessidade de adequação terapêutica ou das ações de investigação
clínica.
• Internamento prolongada, sem evidência de melhora.
• Doença progressiva e incurável.
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Principais Intevenções do
enfermeiro?
1. Avaliar os sinais e sintomas apresentados pelo paciente.
2. Realizar tratamentos para controle de sinais e sintomas.
3. Interagir com a família para esclarecer dúvidas e reforçar
as orientações clínicas.
4. Realizar curativos de feridas ou lesões (como as lesões
tumorais) e cuidados com estomas – colostomia ou
urostomia.
5. Estimular e auxiliar a higiene do paciente.
6. Promover medidas de conforto.
7. Estabelecer comunicação com a equipe interprofissional.
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Organização dos Serviços de Cuidados
Paliativos
Na organização dos serviços de cuidados paliativos, sempre deve-se
ter em conta, que serviços se pretende construir e deve responder
as seguintes questões:

– Quais os objectivos do serviço?


– Qual é a demanda de necessidades de cuidados paliativos?
– Que recursos humanos e materiais ja existem?
– Qual é o modelo que mais se enquadra no objectivo proposto?
– Qual é o investimento proposto para este tipo?
– Quais os obstáculos e resistências que envolvem as equipas profissionais?
– Qual é a necessidade de treinamento das equipas locais?

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Cuidados paliativos - Organização
Unidades de internamento em Cuidados Paliativos
• Enfermaria de Cuidados Paliativos;
• Grupo de Consultores em Cuidados Paliativos
• Unidade Hospitalar Especializada em Cuidados Paliativos

Unidade de atendimento a pacientes externos


• Ambulatorio de Cuidados Paliativos
• Unidade-dia de Cuidados Paliativos
• Atendimento Domiciliar em Cuidados Paliativos
• Hospedaria de Cuidados Paliativos

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Multidisciplinaridade e Interdisciplinaridade

Multidisciplinaridade
• Vários saberes/conhecimentos
• Vários profissionais
• Trabalho independente
• Uso de referência e contra-referência

Interdisciplinaridade
• Vários saberes/conhecimentos coordenados
• Vários profissionais em trabalho em equipa
• Trabalho coordenado.

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Leitura individual ou em Grupo
Avaliação da dor em cuidados paliativos
• Introdução • Avaliação da intensidade da dor
• Objectivos • Classificação da dor
• Epidemiologia da dor no câncer • Dor Física
• Definição de dor • Dor Mental envolve
• Origem da dor principalmente sintomas de
ansiedade
• Avaliação Inicial
• Dor Social
• Paciente auto-relato
• Dor Espiritual
• Fatores que reduzem limiar da dor
• Papel do enfermeiro na avaliação
• Factores que podem aliviar a dor
e gestão da dor.
• O que os médicos podem fazer
• Impacto da dor na qualidade de
• A mnemónica "ABCDE“ vida.

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Bibliografia
• PINTO, Adriana Colombani; SILVA, Alini Maria Orathes Ponte; et al (2012). Manual de Cuidados Paliativos ANCP.
Ampliado e Actualizado. 2ª Edição. Disponivel em <httpspaliativo.org.brbiblioteca09-09-
2013_Manual_de_cuidados_paliativos_ANCP.pdf%20Data%2015.10.2020.pdf>. Acessado no dia 10.10.2020

• GOMES, Ana Luisa Zaniboni e OTHERO, Marilia Bense (2016). Cuidados Paliativos. Acessado em
<httpswww.scielo.brpdfeav30n880103-4014-ea-30-88-0155.pdf%20Data%2015.10.2020.pdf>. Acessado no dia
10.10.2020

• CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SAO PAULO (2008). Cuidados Paliativos. Disponivel em
<20httpsedisciplinas.usp.brpluginfile.php2409441mod_resourcecontent3Livro%2520de%2520Cuidados%2520Paliativo
s.pdf%20Data%2015.10.2020.pdf>. Acessado no dia 10.10.2020

• PINTO, Adriana Colombani; SILVA, Alini Maria Orathes Ponte (2009). Manual de Cuidados Paliativos. 2ª Edição.
Editora Diagraphic. Disponivel em
<httpswww.santacasasp.org.brupSrv01up_publicacoes801110577_Manual%2520de%2520Cuidados%2520Paliativos.p
df%20Data%2015.10.2020.pdf>. Acessado no dia 10.10.2020

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