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NITERÓI
2018
BRUNA GOMES DE AZEREDO BRAGA
Orientador:
Prof. Dr. Audrey Vidal Pereira
Niterói, RJ
2018
BRUNA GOMES DE AZEREDO BRAGA
BANCA EXAMINADORA
Orientador
1ª Examinadora
2ª Examinadora
Niterói
2018
RESUMO
The present study aimed to find in the literature the social determinants of health that
influence the choice of women by contraceptive methods, and to reflect on the
implications for nursing in the context of family planning. The social determinants of
health establish a direct relationship with the contraceptive choices of women, as
suggested by the presented results. These determinants originate from factors such
as economics, environment, culture, biological and social issues. In this sense, it has
the ability to influence the lives of individuals and, consequently, the choices they
make throughout life. The results were obtained through publications of national and
international articles of the last 5 years, using the descriptors: contraception;
behavior of choice; and nursing. The final sampling for analysis consisted of 15
articles. The authors criticize the influence of nursing actions under women's
contraceptive decisions, since they affirm that nurses are professionals who act
directly as modifying agents in education. They are professionals able to assist
women in exercising their sexual and reproductive rights as citizens. It is concluded
that the humanization of care, according to the analyzes, could be highlighted as
essential during nursing work, and the reflection on the practice itself is important for
improving the quality of care.
1 INTRODUÇÃO, p. 8
2 REVISÃO DE LITERATURA, p. 11
3 METODOLOGIA, p. 26
4 ASPECTOS ÉTICOS, p. 34
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO, p. 35
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS, p. 68
7 OBRAS CITADAS p. 70
8
1 INTRODUÇÃO
indivíduos, para que decidam de maneira consciente sobre como pretendem regular
a fecundidade. O planejamento familiar apresenta os métodos contraceptivos, e a
escolha do melhor método, portanto, é feita pela mulher, e no processo de decisão o
contexto da vida será um fator determinante (ZUNTA; BARRETO, 2014).
2 REVISÃO DE LITERATURA
Abordar questões sobre saúde pode gerar discussões complexas, seja no que
se refere ao conceito de saúde, epidemiologia das comunidades ou percepção dos
indivíduos sobre a própria saúde e, por isso, conflitos e acontecimentos históricos
colaboraram para questionar as concepções de saúde. Assim, marcaram a transição
das práticas de saúde descritas até o século XX, que eram centradas em doenças
específicas e na sua cura, em que o processo de saúde-doença deveria ser
explicado através somente das pesquisas laboratoriais (CARRAPATO; CORREIA;
GARCIA, 2017).
Assim, os fatores sociais passam a ser entendidos como aqueles que podem
afetar, determinar e influenciar a saúde dos indivíduos. Originados de questões
econômicas, sociais, culturais, ambientais, genéticas ou biológicas, os fatores
determinantes da saúde interferem no processo de saúde-doença. Esse processo
compreende os indivíduos de forma ampla, considerando as condições em que são
ou foram submetidos desde o nascimento até a forma como o mesmo esteve
exposto durante o envelhecimento (CARRAPATO; CORREIA; GARCIA, 2017).
O estudo dos determinantes sociais possui alguns modelos que podem ser
seguidos. O modelo adotado pela OMS é o de Dahlgren e Whitehead (figura 1), que
12
1
FILHO, Alberto Pellegrini. Compromisso com a ação. Radis, n° 47, julho, 2006.
14
responsabilizados pela saúde dos indivíduos, pois a economia dos países reflete no
contexto da saúde da população (FEIO; OLIVEIRA, 2015).
[...] a anamnese; exame físico geral e ginecológico, com especial atenção para a
orientação do autoexame de mamas e levantamento de data da última colpo
citologia oncótica para avaliar a necessidade de realização da coleta ou
encaminhamento para tal; análise da escolha e prescrição do método
anticoncepcional (BRASIL, 2002, p. 12).
3 METODOLOGIA
Estratégia PICO
C – Não intervenção
P – Não se aplicou
I – Comportamento de escolha
C – Não se aplicou
O – Anticoncepção e enfermagem
O levantamento dos dados ocorreu através da internet, por meio dos bancos
de dados: Medical Literatura Analysis and Retrieval Sistem on-line (MEDLINE),
Scientific Electronic Library Online (SciELO), Web of Science, Literatura Latino-
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Banco de Dados em
Enfermagem (BDENF). Os dados foram coletados em 03 de julho de 2018.
Anticoncepção AND 70 4 1 0 0
Comportamento de
escolha
Anticoncepção AND 16 10 7 9 0
Enfermagem
29
Comportamento de 107 6 1 7 0
escolha AND Enfermagem
50
40
30
20
10
0
MEDLINE LILACS BDENF SciELO Web of
Artigos encontrados Artigos escolhidos Science
Estudos encontrados
(1491)
Quantitativo final de
artigos na amostra final
(15)
CATEGORIAS
4 ASPECTOS ÉTICOS
A pesquisa não propõe estudo com seres humanos e, por isso, não
necessitou ser submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP). Entretanto, seguiu
o recomendado pela lei número 9610, reguladora dos direitos autorais.
A coleta nas bases de dados foi realizada em única data para que não
houvessem conflitos na pesquisa. Além disso, as perspectivas dos autores utilizados
foram respeitadas, preservando sua autenticidade através de citações, que são
preconizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
35
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O quadro 6 abaixo apresenta informações dos artigos componentes da
pesquisa, incluindo o título, autores, idioma, base de dados, periódico e ano da
pesquisa.
B1 DE DADOS
AUTORES PINCHOFF et al
B2
IDIOMA E BASE Inglês (MEDLINE)
DE DADOS
DE DADOS
AUTORES CAPURCHANDE et al
B4
IDIOMA E BASE Inglês (Web of Science)
DE DADOS
AUTORES OCHAKO et al
AUTORES RABIU et al
B6
IDIOMA E BASE Inglês (MEDLINE)
DE DADOS
AUTORES KABAGENYI et al
AUTORES GOSAVI et al
AUTORES MEDEIROS et al
B10 DE DADOS
AUTORES MELKA et al
B13
IDIOMA E BASE Inglês (MEDLINE)
DE DADOS
AUTORES ARAÚJO et al
questionnaire.
Por outro lado, os artigos B2, B4 e B5 sinalizam que após uma gravidez, a
mulher tende a optar por algum método contraceptivo. No caso de mulheres
casadas, a referência é a mesma, e quando o casal já possui um filho a
aceitabilidade em utilizar anticoncepcionais de curto prazo nas relações é mais
comum. As mulheres que tem mais de um filho são mais suscetíveis a utilizarem
métodos de longo prazo, ou seja, o número de filhos pode ser um fator que
influencia na adoção dos métodos pela mulher.
Na Uganda, por exemplo, a mulher que teve uma gestação gemelar não pode
parar de ter filhos. Ter filhos gêmeos, portanto, é um impedimento para o uso de
qualquer método contraceptivo. A poligamia também interfere na escolha por um
anticoncepcional, pois as mulheres casadas com um único homem disputam entre si
a quantidade de filhos com o parceiro, como maneira para serem aprovadas
socialmente e se sentirem amadas.
Devido à essa perpetuação cultural que ocorre nos dias atuais, a escolha por
métodos contraceptivos modernos não é efetiva pelas adolescentes nem mulheres
adultas. Entretanto, também seguem alguns métodos que podem ser eficazes, como
o coito interrompido junto da mistura de ervas, amamentação exclusiva para espaçar
os nascimentos e uso de contraceptivo oral associado a algum método cultural.
Isso mostra que está ocorrendo uma modificação na escolha pelos métodos
contraceptivos e uma associação equivocada sobre os métodos culturais, pois
utilizando uma forma eficaz com outra não científica, continua a perpetuação de que
o conhecimento de curandeiros é verdadeiro e melhor do que os contraceptivos
modernos. Apesar de haver o conhecimento errôneo a respeito dos métodos
tradicionais, as adolescentes estudadas nos artigos B4 e B7 relataram não estarem
confortáveis para adotar métodos antigos, pois consideram sem eficácia.
Constituição Federal, sendo dever do Estado prover o que é necessário para que
este direito seja exercido pelos cidadãos.
compreendem que devem usar contraceptivos, mas não tem reflexão nem
sensibilização sobre a importância de optar por um método contraceptivo.
Assim, pode-se afirmar que são condições que convergem para não utilização
da anticoncepção. A possibilidade de gravidez indesejada e infecções sexualmente
transmissíveis resultantes desse processo, tendem a aumentar e podem refletir em
problemas sociais, como evidenciado nos artigos B4, B5, B11 e B15. Além disso, o
uso do contraceptivo oral, segundo método mais utilizado, muitas vezes
erroneamente, também contribui para a alta prevalência de casos de gravidez
indesejada.
O artigo B12 sinaliza ainda que, para que de fato esses direitos sejam
efetivados, é preciso que haja oferta dos métodos contraceptivos existentes e que os
profissionais da saúde envolvidos estejam capacitados para orientar a mulher, o
homem ou o casal a adotarem a melhor alternativa para o seu contexto de vida. Os
autores do artigo B15, destacaram o impacto positivo das famílias que planejam ter
filhos e são orientados por profissionais, pois conseguem viver com mais qualidade
e oferecer estabilidade para os filhos.
sintam-se responsáveis pela própria saúde. Os artigos B3, B10, B11, B12, B14 e
B15 exemplificam essas ações.
Assim sendo, o artigo B12 destaca que o SUS não somente promove o
acesso através dos meios destacados ao longo do tópico, mas continua a
assistência através da avaliação periódica da saúde da mulher pelos profissionais,
para verificar se o método escolhido se mostrou adequado e que há a satisfação da
usuária em utilizá-lo, ou seja, ocorre a continuidade do cuidado através da busca
ativa da mulher pelo serviço e a humanização do cuidado.
68
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
8 OBRAS CITADAS
ERCOLE, Flávia Falci; MELO, Laís Samara; ALCOFORADO, Carla Lúcia Goulart
Constant. Revisão integrativa versus revisão sistemática. Revista Mineira de
Enfermagem: v. 18, n. 1, p. 1-260, 2014. Disponível em:
<http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/904>. Acesso em: 04/12/2018.
GOMES, Ana Vannise de Melo; SILVA, Danylo Rafhael Costa; SÁ, Maria Augusta
Amorim Franco de; OLIVEIRA, Maria da Conceição Barros; BARBOZA, Nayla
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OLIVEIRA, Maria Júlia Inácio de; SANTO, Eniel do Espírito. A relação entre os
determinantes sociais da saúde e a questão social. Revisão Saúde e
Desenvolvimento: v. 2, n. 2, jan/jun, 2013. Disponível em:
<https://www.uninter.com/revistasaude/index.php/cadernosaudedesenvolvimento/arti
cle/view/219/102>. Acesso em: 15/07/2018.
PENAFORTE, Marta Cristina Lourdes Faria; SILVA, Leila Rangel da; ESTEVES, Ana
Paula Vieira dos Santos; SILVA, Raquel Faria da; SANTOS, Inês Maria Meneses
dos; SILVA, Maíra Domingues Bernardes. Conhecimento, uso e escolha dos
métodos contraceptivos por um grupo de mulheres de uma unidade básica de saúde
em Teresópolis, RJ. Revista Cogitare Enfermagem: v. 15, n. 1, p. 124-130, jan/mar,
2010. Disponível em:
<https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/download/17183/11318>. Acesso em:
17/07/2018.
73
PIERRE, Luzia Aparecida dos Santos; CLAPIS, Maria José. Planejamento familiar
em unidade de saúde da família. Revista Latino-Americana de Enfermagem: v. 18, n,
6, nov/dez, 2010. Disponível em:
<https://www.revistas.usp.br/rlae/article/view/4271/5405>. Acesso em: 17/07/2018.
SILVA, Raimunda Magalhães da; ARAÚJO, Kelly Nóbrega Cavalcante de; BASTOS,
Lya Araújo Costa; MOURA, Escolástica Rejane Ferreira. Planejamento familiar:
significado para mulheres em idade reprodutiva. Revista Ciência e Saúde Coletiva:
v. 16, n. 5, p. 2415-2424, 2011. Disponível em:
<https://www.scielosp.org/pdf/csc/2011.v16n5/2415-2424/pt>. Acesso em:
17/07/2018.