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Praticamente a flambagem por torção não intervém nas construções metálicas usuais. Nas
estruturas metálicas leves, feitas com chapas finas dobradas, a flambagem por flexotorção é
freqüentemente determinante do dimensionamento.
As expressões de carga ctitica (N0) de flambagem em torção e flexotorção para hastes de seção
aberta encontram-se em Timoshenko e Gere ( 1 961). De acordo com a norma NBR 8800 o dimen
sionamento pode ser feito utilizando-se a curva de flambagem, sendo o índice de esbeltez redu
zido A0 Eq. (5.6b) obtido com a carga crítica correspondente ao modo de flambagem.
A flambagem lateral de vigas envolve também ação simultânea de momentos de flexão e de
torção. O problema será tratado no estudo de vigas (Item 6.2.3).
W 1 50 x 37,1 kg/m
Sol ução
a) Peça com contenção lateral
A flambagem só poderá ocorrer em torno do eixo x.
Como o perfil é rotulado nas extremidades, o comprimento de flambagem é o próprio
comprimento do perfil:
.f1e = 300 em
tte
Na Tabela A6.9, Anexo A, obtemos i, = 6,85 em.
300
= = 43 , 80
i 6,85
A 0 = 0, 0 1 1 3 X 43, 80 = 0,49
1 39
alma - = 17, 2 < 42, 1
8, 1
(tte)
Flambagem em tomo do eixo y
300
= = 78 , 1
i 3 , 84
y
1 40 Capítulo 5
5.8.2 Calcular o esforço normal resistente no mesmo perfil do Problema 5.8. 1 , sem contenção
lateral, considerando-o engastado numa extremidade e livre na outra. Comparar o resultado
obtido para uma peça engastada numa extremidade e rotulada na outra.
Solução
A flambagem oconerá na direção de menor raio de giração, que no caso é i>, já que os
comprimentos de flambagem são iguais nas duas direções.
Os resultados são aqui apresentados.
Solda 7
I
I
X
-
-f- - --
t
X
-� §
E
E
I
- - -
I I
y
\z '- Solda
(a)
(b)
Fig. Probl. 5.8.6
Solução
a) Para os perfis isolados, a esbeltez será calculada pelo raio de giração mínimo i, de
uma cantoneira.
De acordo com a Tabela A6.5, Anexo A, temos:
imín = iz = 2, 1 6 cm
A8 = 70,97 cm2
.ejf/i = 300/2, 1 6 = 1 39
A0 = 1,57
fc = 0,356 X 250 = 89, 0 MPa
Para os dois perfis isolados, obtemos:
Nd res = 2 X 70,97 X 8,9/ 1 , 1 0 = 1 148 kN
b) Estando os dois perfis soldados, eles passam a trabalhar como uma peça única. O
centro de gravidade se situa a meia-altura e a meia-largura do perfil e, sendo a peça
simétrica, seus eixos de simetria coincidirão com os eixos principais de inércia. Como,
para OS dois planOS de flambagem, O COmprimentO de flambagem .fjC é O mesmo,
bastará verificarmos qual das duas direções principais terá o menor momento de
inércia e, consequentemente, o menor raio de giração.
Aplicando o teorema de translação de eixos, obtemos os valores dos momentos
principais de inércia do perfil composto:
I , = 2 [2897 + 70,97 ( 1 0, 1 5 - 7 , 75)2 ] = 66 1 2 cm4
l, = 2 [482, 8 + 70,97 (5, 1 0 - 2,67) 2 ] = 1 804 cm4
1 42 Capítulo 5
.e/( = 400 =
64
i, 6, 27
=
Com a curva de flambagem obtém-se
fc 0,805 X 250 = 20 1 ,2 MPa
Flambagem em torno do eixo y
tte 400
= = 47 , 1
i)' 8,49
Com a curva de flambagem obtém-se
fc =
0,889 X 250 = 223 MPa
A flambagem em torno de x é determinante, e Ndres = 2 X 52, I X 20, 1 / 1 , 1 0 =
1 904 kN.
Peças Comprimidas 1 43
5.8.4 A figura deste problema mostra diversas formas de seção transversal com a mesma área
Admitindo o comprimento de flambagem frc 350 m nos dois planos de flambagem, com
(41 ,2 cm 2 ).
=
pare a eficiência das seções em hastes submetidas à compressão. Utilize aço A36.
200 m m
1 ___
__
159
____
.,
+-----
�
I
- 6,3
(b) (c)
(a )
9,5 15,9
D 1 L L
�1 ..,___
400,6
�
I
2 08
1-<--+1
130
(d) (e ) (f ) (g )
Sol ução
Faz-se uma comparação em termos da tensão normal resistente de compressão!c calculada
de acordo com a NBR 8800, e a eficiência é medida como um percentual da tensão de es
Anexo A. ·
coamento f,. Os valores do raio de giração imrn são aproximados, tirados da Tabela A l ü. l ,
Caso a b c d e f <Y
o
4. A seção (f) é composta de chapas esbeltas com b/t = 2 1 ,9, valor maior que o limite
fornecido na Tabela 5.2, indicando que há flambagem local. A tensão resistente, en
tão, deve ser reduzida pelo coeficiente Q., .
5 . O perfil (g) é uma cantoneira como o perfil (f), mas não há flambagem local , já
que
b 1 30
-= - = 8, 2 < 1 2 , 7
t 1 5, 9
Solução
a) Perfil de aço MR250
Consultando a Tabela A6.8, Anexo A, tiramos imín = i.v = I ,90 em
eje 300
= = 1 57
imín I , 90
À 0 = 1 , 77
fc = 0, 280 X 250 = 70, 0 MPa
A cargâ axial de projeto vale:
Ndres = 27,2 X 7,0/ 1 , 1 0 = 1 73, 1 kN
5.8.3 Calcular o esforço resistente de projeto à compressão em dois perfis H 1 52 (6") X 40,9
kg/m, sem ligação entre si, e comparar o resultado com o obtido para os perfis ligados por sol
da longitudinal. Considerar uma peça de 4 m, rotulada nos dois planos de flambagem, nas duas
extremidades. Material: aço ASTM A36.
Solda
y
1. 1 5, 2 em .1. 15 ,2 em •I
I I
"H"
( a) Os dois trabalhando
isoladamente
( b ) Os dois "H" trabalhando
como uma peça única
Sol ução
a) Perfis sem ligação
O esforço resistente do conjunto será o dobro do esforço resistente para cada perfil
isolado.
Da Tabela A6. 1 , Anexo A, tiramos o raio de giração mínimo do perfil H
illlÍII = 3,57 Clll
�( 400
= = 1 12 A0 = 1 , 27
i, 3,57
Na Tabela A2, Anexo A, obtemos:
};. = 0,509 X 250 = 1 27 MPa
Para os dois perfis isolados, calculamos então o esforço normal resistente de projeto
Ndres = 2 X 52, J X 1 2,7/ 1 , 1 0 = 1 203 kN
b) Perfis ligados por solda
Neste caso, devemos determinar o raio de giração mínimo do conjunto, o que pode
rá ocorrer na direção x ou na direção y.
1 46 Capítulo 5
.ej( 300
= = 84 ' 1 5
imín 3 , 57
A0 = 0,95
5.8.7 Uma coluna é engastada na base nos dois planos de flambagem e, no topo, tem condições
de apoio diferentes em cada plano: rotulado no plano xz e livre no plano yz. Admitindo-se um
perfil soldado CS, posicionar o perfil da melhor maneira (Posição l ou Posição 2 da Fig. Probl.
5 .8.7?)
4,0 m
H
X
1 I
y
Posição
Posição 2 H I
Fig. Probl. 5.8.7
Peças Comprimidas 1 47
Sol ução
Inspecionando-se a Tabela A8. 1 , Anexo A verifica-se que para qualquer perfil CS o raio de
giração em torno do eixo paralelo à mesa do perfil (eixo m da Fig. Probl. 5 . 8.7) é maior do
que o raio de giração em torno do eixo paralelo à alma:
f1e
aquela que fornece o menor índice de esbeltez máximo. Portanto, para o maior compri
mento de flambagem (neste caso J a seção deve trabalhar com o maior raio de giração
(i111). Conclui-se que a Posição I é a mais eficiente.
5.8.8 Selecionar um perfil soldado CS de aço A36 para a coluna do Problema 5 .8.7 com 4,0 m
de altura e que deve suportar as seguintes cargas:
Petmanente � = 300 kN
Utilização «, = 300 kN
Solução
a) Esforço solicitante de projeto
Ndsoi = 1 ,4 X 300 + 1 ,5 X 300 870 kN
ehefx ee
=
= 2, 1
------
perfil
A8
870
= = 59 cm2
0, 65 X 25 / 1, 10
23 1
Alma =
28 , 9 < 42, 1
8
Não haverá flambagem local
Esforço normal resistente
Flambagem em torno de x
2 1 400
77, 8 < 200
, X
=
1 0, 8
com a curva de flambagem obtém-se.fc =
0,723
Nd res =
66 X 0,723 X 25/ 1 , 1 Ü = 1 084 kN
O perfil CS 250 X 52 satisfaz os requisitos de projeto.
5.8.9 Uma diagonal de treliça tem o comprimento de 3,00 m, sendo formada por duas canto
neiras 64 X 64 X 6,3. Determinar o esforço resistente de projeto para compressão axial, para
as disposições indicadas na figura. Material : aço MR250.
_j_13,7 mm
x,
; I"' 4-
Á A ,J.
I ,A
--
I I I ' '
I:
I I I ' '
I ---
I I '
'
I I I '
--- J
I I r7'77j"
I I I
I I I
I I I
I I I
I I I
I I I
I I I
I I I
I I I
I I I
I I I
I I I
I I I
I I I
I I I
I I I I
I I I I
J. 1 j j
I I) I I
i .J..J j
Solução
Vamos determinar o esforço resistente de projeto para as três seções indicadas na figura.
a) A diagonal da Fig. do Problema 5.8.9a é formada por duas cantoneiras ligadas por
chapas soldadas de 9,5 mm (3/8"). De acordo com o critério da NBR 8800, quando a
maior esbeltez de uma cantoneira isolada, for menor que a metade da maior es
-f1 /i1,
beltez da coluna composta, a peça poderá ser dimensionada como se tivesse ligações
contínuas (ver Fig. 5 . 1 3). Neste caso, com os dados da Tabela A6.4, Anexo A, e ado
e1 < ( }_!_ ) ( Ke ) = ( )
tando-se K= 1 , como é usual para elementos componentes de treliças, tem-se:
1, 24 300
= 95,4 cm
2 l,,. 2 1,95
eteli, = 300/1,95 = 1 54
À0 = 1, 74
fc = 0, 290 X 250 = 72, 5 MPa
Nd rcs = 2 X 7,68 X 7, 25/1 , 1 0 = 1 0 1 , 3 kN
b) Na Fig. do_Problema 5 .8.9b temos as duas cantoneiras opostas pelo vértice. O espa
çamento das barras de ligação deve atender à mesma condição do item (a). A
e1
flambagem pode ser calculada em torno do eixo x da Fig. do Problema 5.8.9b.
i1 = 2,45 em
t1eli = 300/2,45 = 122
Ào = 1,38
fc = 0,45 1 X 250 = 1 1 2,7 MPa
Nd res = 2 X 7,68 X 1 1, 311, 1 0 =
1 5 8 kN
c) a Fig. do Problema 5.8.9c as cantoneiras são ligadas por solda, formando um per
fil fechado. O momento de inércia em relação ao eixo desta figura se calcula com
x1
o teorema de translação dos eixos, que conduz à relação:
id = �
�, = 3 , 20 - 1 , 83 = 1,37 em
1,95 2 + 1 , 37 2 = 2 , 3 8 em
t1eli = 300/2,38 = 1 26
Ào = 1 , 42
.fc = 0,430 X 250 = 1 07,5 MPa
Nd rcs = 2 X 7,68 X 1 0, 7511 , 1 0 = 1 50, 1 kN
1 50 Capítulo 5
5.8.1 0 Uma coluna tem seção em forma de perfil H, fabricado com duas chapas 8 mm X 300
axial, considerando flambagem em torno do eixo mais resistente (x - x). Admite-se que a peça
tenha contenção lateral impedindo flambagem em torno do eixo de menor resistência (y - y).
�---------------, � 8 mm
�------�------� .
-+ : - s mm
.
- - - - - - - - - • --- - - - - - - -- X
8 x 400
8 x 300
· y
Fig. Probl. 5.8. 1 0
Solução
a) Propriedades geométricas da seção
A8 =2 X 0,8 X 30 + 0,8 X 40 = 80 cm 2
ix = JiiA = 1 7,4 em
l, = 2 X 0, 8 X 30 X 20, 42 + 0,8 X 403 i 1 2 = 24.242 cm4
(Kt)
1)
980
= = 56, 3 :. "") = 0 , 0 1 1 3 X 5 6 , 3 = O, 636
i 1 7, 4
f.. = 0, 842 X 250 = 2 10,5 MPa
X
Nd res = 80 X 2 1 /1 , 1 0 = 1 527 kN
c) Valores de b/t
Alma bit = 400i8 = 50 > 42, 1
200.000
Mesa bit = l 50i8 = 1 8, 75 > 0,64 = 1 3' 5
250ikc
4
sendo kc = � = 0,56
" 400i8
d) Coeficiente Q,
Peças Comprimidas 151
l j
Adotando-se a tensão (] na Eq. (5. 1 3) igual a[ obtido com Q = = 2 1 1 MPa),
obtém-se:
�
g) Índice de esbeltez reduzido
Ào Kt Q f, 980 0, 8 1 X 250
= = 0,57
(] = 0,84 X 2 1 8 = 1 83 MPa
Verifica-se que o cálculo da largura efetiva da alma com a tensão (] do item (b) é
conservador.
i ) Esforço axial resistente de projeto