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QUESTÃO 1- Considerando a imagem abaixo, identifique na TABELA as estruturas nomeadas por letras e
descreva brevemente sua função dentro da fisiologia do sistema auditivo.
Justifique a sua resposta: As frequências sonoras que uma pessoa jovem consegue ouvir estão entre 20 e
20.000 ciclos por segundo. No entanto, com referência novamente à Figura 53-9, vemos que a faixa sonora
depende em
grande extensão da intensidade. Se a intensidade for de 60 decibéis abaixo de 1 dina/cm2 de nível de
pressão do som, a faixa sonora será de 500 a 5.000 ciclos/s; somente com sons intensos, a faixa completa
de 20 a 20.000 ciclos
pode ser atingida. Na idade avançada, essa faixa de frequências em geral é encurtada para 50 a 8.000
ciclos/s ou menos.
QUESTÃO 3 - A otite média aguda é uma patologia
causada por infecção da orelha média muito comum
na faixa pediátrica. Em algumas crianças pode ocorrer
perfuração espontânea da membrana timpânica. Considerando a função que a membrana timpânica
possui, o que podemos esperar em termos de condução das ondas sonoras?
(a) Nenhuma perda de condução sonora
(b) Perda da audição, por surdez de condução
(c) Perda da audição por lesão nervosa – surdez neurossensorial
(d) Aumento da capacidade auditiva para sons agudos
Resposta: Mecanismo utilizado pela membrana timpânica e o sistema ossicular quando sons intensos são
transmitidos pelo sistema ossicular.
O mecanismo inicia quando, inicialmente, após um som intenso ser transmitido pelo sistema ossicular e,
depois para o sistema nervoso central, ocorre um reflexo que provocará a contração do músculo estapédio
e, em menor extensão do músculo tensor do tímpano. O músculo tensor do tímpano traciona o cabo do
martelo para dentro enquanto o músculo estapédio traciona o estribo para dentro, logo, essas duas forças
se opõem, fazendo com que todo sistema ossicular desenvolva um aumento da rigidez reduzindo a
condução ossicular de sons de baixa frequência.
A importância desse sistema está em proteger a cóclea de vibrações prejudicais causadas por sons
excessivamente intensos e filtrar sons de baixa frequência em ambientes sonoramente poluídos. O ato de
filtrar geralmente remove uma grande parte do ruído de fundo e permite que uma pessoa se concentre
em sons acima de 1000 ciclos por segundo, característicos de informações pertinentes à comunicação oral.
QUESTÃO 5 – Durante os voos é comum que crianças chorem por desconfortos nos ouvidos principalmente
durante a descida do avião. Isso ocorre porque durante a descida há aumento da pressão atmosférica
dentro da cabine do avião que empurra a membrana timpânica para dentro, em direção à orelha média,
causando desconforto e dor. Quais manobras ajudariam aliviar o desconforto/dor e por quê?
Resposta: A tuba auditiva é responsável por igualar as pressões do ouvido externo com o ouvido médio.
Quando aumenta-se a pressão no meio externo, no caso, a pressão atmosférica dentro da cabine do avião,
a membrana timpânica é empurrada para dentro do ouvido médio, causando o fechamento da tuba
auditiva, ocasionando desconforto e dor. As manobras que ajudariam a aliviar o desconforto e a dor são:
1- Mascar chicle, pois estimula os músculos da faringe podendo abrir a tuba auditiva.
2- Manobra de Valsalva: consiste em primeiro a apertar o nariz, fechar a boca e aumentar a pressão
pulmonar, facilitando a abertura das trompas de Eustáquio engolindo (engolindo saliva) ou simulando
engolir. Essa manobra, que leva o nome de seu inventor Antonio Maria Valsalva , é uma manobra de
equilíbrio que equilibra a pressão entre o ouvido externo e o ouvido médio , por exemplo,
durante mergulho e a descida de avião. Existe o risco de barotrauma severo para o ouvido se a
manobra de Valsalva for realizada durante a subida (uma manobra reversa, como a de Toynbee , deve
ser realizada ).
QUESTÃO 6- Qual a função da orelha interna, particularmente, a função do órgão sensorial presente na
membrana basilar – o órgão de Corti?
Resposta: O órgão de corti é órgão receptor que gera os impulsos nervosos em resposta à vibração da
membrana basilar. Ele está apoiado sobre a membrana basilar, e possui as células ciliadas, células nervosas
especializadas e responsáveis pela recepção sensorial. A células ciliadas internas possuem 1 fileira e as
células ciliadas externas possuem 3 fileiras, os sinais auditivos são transmitidos, principalmente pelas
células ciliadas internas. Cada célula ciliada possui cerca de 100 estereocílios em sua borda apical.
Além disso, também é encontrado na membrana basilar a lâmina reticular, que é sustentada por bastões
de Corti triangulares e que aderem com firmeza às fibras reticulares isso garante uma unidade de
sustentação rígida, portanto, se a membrana basilar vibrar as células nervosas ciliadas vibrarão também,
se despolarizando. Também encontra-se no órgão de corti a membrana tutorial, que é gelatinosa e recobre
todo o órgão de corti. E, por fim, encontra-se o gânglio espiral que possui os corpos de neurônios
multipolares, responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos através de seus axônios até o nervo
coclear, então para o sistema nervoso central no nível de bulbo superior.
O mecanismo de formação de impulsos nervosos através das vibrações:
1- EXCITAÇÃO DAS CÉLULAS CILIADAS- O líquido da rampa vestibular é a perlinfa, rico em sódio, já o
líquido da rampa média é a endolinfa, rico em potássio.
Quando os cílios das células ciliadas se movimentam (fazem uma deflexão para cima) em direção aos cílios
mais compridos, as pontas dos estereocílios menores são puxadas para fora da superfície, o que causa uma
transdução mecânica que abre os canais de potássio, permitindo uma entrada de potássio na célula,
despolarizando-a.
2- DESPOLARIZAÇÃO DA CÉLULA NERVOSA CILIADA- A despolarização, por sua vez, leva a abertura
dos canais de cálcio, aumentando a despolarização da célula e abrem-se as vesículas de glutamato
(neurotransmissor de ação rápida) são liberadas.
“A meningite é uma das principais causas de surdez neurossensorial adquirida na infância ocorrendo em
10% de todos os sobreviventes (Richardson MP, 1997) [...] O risco de surdez está intimamente ligado à
etiologia da doença, sendo o pneumococo responsável por 26% dos casos, o meningococo por 10% e o
Haemophilus influenzae por 5 – 7% (Dodge et al, 1984; Klein M et al, 2008).
Não se conhecem completamente os mecanismos subjacentes ao desenvolvimento de surdez após
meningite. Contudo, alguns estudos histológicos e electrofisiológicos (potenciais evocados auditivos)
demonstram que o principal local de lesão é a cóclea, sendo assim esta surdez caracteristicamente
neurossensorial.”
[Fonte: Nobre, A R et al., SURDEZ APÓS MENINGITE EM IDADE PEDIÁTRICA. Disponível em:
https://estudogeral.uc.pt/bitstream/10316/47935/1/Surdez%20Ap%C3%B3s%20Meningite%20em%20Id
ade%20Pedi%C3%A1trica.pdf]
QUESTÃO 7- Considerando o texto acima, pergunta-se: qual a relação do espaço subaracnóideo que
envolve o encéfalo e o ouvido interno que poderia explicar a disseminação da infecção do espaço
subaracnóideo para a orelha interna?
Resposta: A relação do espaço subaracnóideo com o encéfalo, que explica a disseminação da infecção do
espaço subaracnóideo pela orelha interna é justamente porque, tanto a rampa média, quanto a rampa
vestibular possuem comunicação direta com o espaço subaracnoide em torno do encéfalo, tanto que a
perlinfa, líquido do labirinto ósseo, é praticamente idêntico ao líquido cefalorraquidiano.
Portanto, é notável que a meningite- infecção que se instala principalmente quando uma bactéria ou vírus,
por alguma razão, consegue vencer as defesas do organismo e ataca as meninges três membranas que
envolvem e protegem o encéfalo (dura-máter, pia-máter e subaracnóide), a infecção pode se espalhar até
o ouvido interno através da rampa vestibular e da rampa média. Por isso que, a meningite pode causar a
perda de células ciliadas no ouvido interno, o que leva à perda auditiva leve a média.
QUESTÃO 8- Um indivíduo pode ser facilmente acordado por um estímulo auditivo. Por que isso ocorre?
Resposta: Isso ocorre porque o sistema auditivo é conectado diretamente ao sistema nervoso central,
incluindo o tronco cerebral e o córtex auditivo. Quando um estímulo auditivo é detectado pelo ouvido,
através da sensibilidade da percepção auditiva, a informação é rapidamente transmitida para o cérebro,
onde é processada. O processamento auditivo envolve a ativação de neurônios e a criação de padrões de
atividade neural que podem induzir a um estado de alerta e despertar.
QUESTÃO 9- Um indivíduo com perda auditiva unilateral por lesão da orelha interna terá dificuldades para
localizar um som no espaço? Explique sua reposta.
Resposta: Sim, pois o córtex auditivo é importante na discriminação de padrões sonoros tonais e
sequenciais. Logo, a destruição do córtex auditivo de apenas um dos lados reduz discretamente a audição
do lado oposto, porém isso não produz a surdez no ouvido porque muitas conexões são cruzadas,
entretanto, afeta a capacidade de localizar a fonte de um som porque é preciso que haja sinais bilaterais
para que a localização do som ocorra.
QUESTÃO 10- Onde está localizado o córtex auditivo primário em cada hemisfério cerebral? Esse córtex
recebe informações auditivas provenientes de apenas uma orelha (homolateral) ou recebe informações
bilaterais? Explique sua resposta.
Resposta: O córtex auditivo se situa principalmente no plano supratemporal do giro temporal superior, mas
também se estende para a lateral do lobo temporal, sobre grande parte do córtex insular e até mesmo
para a porção lateral do opérculo parietal. As colunas do córtex auditivo recebem contatos de ambos os
corpos geniculados, pelo que todos os neurónios corticais são bineurais. As colunas corticais bineurais
funcionam com atividades de somação e de supressão: as de somação recebem aferências similares
procedentes de ambos ouvidos, com dominância do contralateral, enquanto que nas de supressão a
dominância é ipsilateral.