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Alunos: Caio Henrique, Gabriel Duarte, Julia Rocha, Leticia Silva, Maria Clara Nicole

Bessa

Cena: Primeiro encontro de Martim e Iracema

Introdução:

O livro é cearense. Foi imaginado aí, na limpidez desse céu de cristalino azul, e depois
vazado no coração cheio das recordações vivaces de uma imaginação virgem. Escrevi-o
para ser lido lá, na varanda da casa rustica ou na fresca sombra do pomar, ao doce
embalo da rede, entre os murmures do vento que crepita na areia, ou farfalha nas palmas
dos coqueiros

Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
A virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa de graúna, e
mais longo que seu talhe de palmeira. Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um
claro da floresta, banhando seu corpo a luz da clara manhã ao lado de sua companheira
e irmã Caubi
Ao ouvir um estranho ruído a mata, Caubi chama pelo nome de Iracema e a direciona o
olhar. Vindo em sua direção Iracema encara um estranho guerreiro, ou um mau espirito
da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar, nos olhos o azul triste
das aguas profundas. Desconhecidas armas e tecidos cobrem-lhe o corpo.
O gesto de Iracema foi tão rápido como o olhar. A flecha que residia a suas costas
agora se encontrava no ombro do desconhecido.
O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto fez a jovem se sensibilizar e não mais o
vê-lo como sinal de perigo, e correu em direção ao guerreiro, sentida com a magoa que
o causara. A mão que rapidamente tinha o ferido estancou compassivamente o sangue,
retirando e quebrando a flecha
- Quebras comigo a flecha da paz?
-Quem te ensinou, guerreiro branco, a linguagem de meus irmãos? Donde viestes até
estas matas, que nunca vi outro guerreiro como tu?
-Venho de bem longe, filha das florestas. Venho das terras que teus irmãos já
possuíram.
- Bem vindo seja o estrangeiro aos campos dos tabajaras, senhores das aldeias, e a
cabana de Araquém, pai de Iracema.
O estrangeiro seguiu a índia e sua companheira através da floresta. O velho ancião
fumava a porta, sentado meditando os sagrados ritos de Tupã. Seus olhos logo se
direcionaram a Iracema e Caubi ao lado do estrangeiro. Tranquilo esperou.
-Bem viestes. O estrangeiro é senhor na cabana de Araquém. Os tabajaras tem mil
guerreiros para defende-lo e mulheres sem conta para servi-lo. Diga, e todos te
obedecerão
-Pajé, eu te agradeço o agasalho que me deste. Logo que o sol nascer, deixarei tua
cabana e teus campos aonde vim perdido, mas não deixarei sem lembrar quem é o
guerreiro, que fizeste amigo.
-Foi a Tupã que o pajé serviu, ele te trouxe e te levará.
-Meu nome é Martim, que na tua língua quer dizer filho de guerreiro, meu sangue, o do
grande povo que primeiro viu as terras de sua pátria
- Iracema te acompanhara para que as índias te sirvam e cuide de teu ferimento
Os dois seguem ao encontro das índias e no meio do percurso Martim para e olha
fixamente para Iracema
-Por que não ficastes comigo filha das florestas?
-Estrangeiro, Iracema não pode ser sua serva e o acompanhar. È ela que guarda o
segredo de jurema e o mistério do sonho. Ande comigo que o levarei a descanso.
Ao seguirem pela mata chegam a cabana. Iracema deixa o guerreiro aos cuidados de
suas companheiras.
Um longo tempo depois, o guerreiro atravessou a cabana e sumiu-se na treva. Quando
ele transmontou na mata, o vulto de Iracema surgiu. A virgem seguiu o estrangeiro
como a brisa do vento.
-Por que o guerreiro abandona a cabana hospedeira? Quem o fez mal na terra dos
Tabajaras?
Martim sente-se ingrato e vira descontente em direção a jovem.
-Ninguém fez mal ao teu hospede, filha de Araquém. Apenas o desejo de ver seus
amigos que o guiou para longe das terras dos tabajaras. Leva em sua alma a doce
lembrança de Iracema
-Se a lembrança da Iracema estivesse na alma do estrangeiro, ele não partiria. O vento
não leva a areia da várzea, quando a areia bebe agua da chuva

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