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Gradiente latitudinal

Um dos padrões mais conhecidos acerca da riqueza em espécies ― observado para vários grupos de
organismos em diversos tipos de habitats ― é que ela decresce dos trópicos em direção aos polos. Em
muitos casos, a maior riqueza no equador vem sendo relacionada à maior intensidade de predação ―,
entretanto, isso não pode ser a causa principal, já que exige uma explicação para o aumento na riqueza de
predadores. A produtividade do ambiente, que é maior no equador devido à maior incidência da luz solar
nessa região, é outro fator que poderia estar relacionado ao gradiente latitudinal. Outra explicação que tem
sido evocada para explicar esse padrão é o fato do clima nas baixas latitudes ser menos sazonal que nas
baixas, o que ofereceria mais oportunidades para especialização. Por fim, a idade evolutiva dos trópicos
também tem sido usada para explicar a maior riqueza nessas regiões. Cabe salientar que, excepcionalmente,
alguns grupos de organismos podem apresentar padrão inverso, com menor riqueza nas regiões tropicais:
pinguins e salamandras seriam exemplos da “exceção à regra”.

Gradiente em relação à altitude


Em ambientes terrestres, outro gradiente bastante comum é o decréscimo da riqueza em espécies conforme a
altitude aumenta, o que pode ser explicado por vários dos fatores que explicam também o gradiente
latitudinal, como a temperatura, a produtividade (mais baixas em altitudes elevadas). Além disso,
comunidades que vivem em altitudes elevadas possuem também menor área disponível para ocupação e
também estão mais isoladas, fatores que também contribuem para o decréscimo no número de espécies.
Gradiente em relação à profundidade
O decréscimo no número de espécies em ambientes aquáticos conforme a profundidade aumenta é bastante
similar ao gradiente altitudinal. Este padrão pode ser explicado pela variação na intensidade de luz,
temperatura e quantidade de oxigênio, as quais são maiores na superfície. Mas há exceções à regra: em
regiões costeiras, em contraste às regiões de mar aberto, o efeito da profundidade sobre o número de
espécies é inverso, sendo maior em áreas mais profundas.

Nas regiões costeiras, a riqueza biológica aumenta conforme a profundidade.


No oceano, ocorre o contrário: quanto mais fundo, menor a biodiversidade.

Gradiente durante a sucessão ecológica


Outro gradiente bastante conhecido é o sucessional. Durante a sucessão ecológica, se não houver nenhum
grau de distúrbio, o número de espécies aumenta em estágios de sucessão mais avançados. Um dos fatores
que pode explicar o gradiente sucessional é um efeito do tipo cascata em que um fator que aumenta a
riqueza impulsiona outro. As primeiras espécies são aquelas com maior capacidade de colonização. Ao
ocuparem a área, essas espécies passam a prover recursos que não existiam no ambiente, fornecendo
oportunidades para novas espécies.

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