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Informação e comunicação na gestão participativa

nas políticas de recursos hídricos do Brasil e da Europa*


Desirée C. RABELO, Universidade Federal do Espírito Santo/Nemps – BRA (desiree_ufes@yahoo.com.br)
Edmilson C. TEIXEIRA, Universidade Federal do Espírito Santo/LabGest – BRA (edmilsonteixeira@hotmail.com)

Debate sobre os sistemas de informação e


comunicação na gestão integrada e participativa
dos recursos hídricos a partir do estudo
comparativo das diretrizes básicas para o setor da
União Europeia (Diretiva Quadro da Água – DQA)
e do Brasil (Política Nacional dos Recursos
Hídricos). Ao estabelecer o diálogo entre essas
realidades, buscam-se similitudes e diferenças,
lacunas e possibilidades, contribuindo com o
aperfeiçoamento dos sistemas de gestão de
recursos hídricos.

BRASIL EUROPA
A Lei 9.433/1997 estabeleceu a PNRH que prevê A 4ª Conferência Ministerial do Ambiente para a
a gestão descentralizada e participativa Europa (1998) aprovou a Convenção sobre acesso
envolvendo poder público, usuários e à informação, participação do público no processo
comunidades. Os artigos 5º e 26º da lei garantem de tomada de decisão e acesso à justiça em matéria
o acesso aos dados e informações à sociedade. Foi de ambiente (Convenção de Aarhus). Em 2000, a
criado o Sistema de informações sobre recursos DQA estabeleceu novo marco para a proteção e
hídricos (SINRH) visando reunir, tratar e divulgar gestão da água na União Europeia. Seu eixo de
os dados e informações sobre a situação aplicação é a elaboração dos planos hidrológicos
qualitativa e quantitativa e disponibilidade e das bacias hidrográficas, com base em
demanda dos recursos hídricos e de fornecer diagnósticos e prognósticos e na participação
subsídios para a elaboração dos planos pública. De maneira concreta prevê-se: a)
hidrológicos. Prevalece no SINRH o enfoque de Informação Pública; b) Consulta pública; c)
caráter técnico com o objetivo de subsidiar a Participação ativa. O enfoque da DQA considera
tomada de decisões dos conselhos de recursos diferentes graus de envolvimento do público
hídricos e comitês de bacia hidrográfica. durante o planejamento.

CONCLUSÕES:
Enquanto a DQA prevê estratégias para ampliar o debate e
a participação, a legislação brasileira é genérica nesse
aspecto, mais centrada nas questões de ordem técnica do
que na mobilização social. Cada um dos desenhos
institucionais, com suas potencialidades e fragilidades,
resulta de contextos determinados. As diferenças
identificadas reforçam a importância da informação e da
comunicação na gestão participativa e integrada da água,
estimulando e qualificando os atores diretamente
envolvidos na gestão e a sociedade em geral. Do contraste
entre as diretrizes brasileiras e a europeia sobre os recursos
hídricos, pelo menos três questões se destacam: a) a
necessidade de reconhecer e valorizar os vários graus de
participação; b) as atribuições do Estado para impulsionar
a gestão participativa; c) o papel da informação e
comunicação para promover e qualificar a participação.
* A pesquisa teve apoio da Capes-Brasil (BEX 6432/10-7) e do CNPq/FAPES (n° 011/2009)

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