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A Morte dos Defeitos e o Despertar da Consciência

Os VM Samael e Rabolu, durante o tempo em que estiveram


atuando fisicamente em benefício da humanidade, ensinaram
pelos seus exemplos de vida como eles fizeram para realizar em
si mesmos o trabalho da eliminação de defeitos e o despertar da
Consciência. Fizeram grandes esforços para que as pessoas
compreendessem e se pusessem a realizar com fatos os 3 fatores
de revolução da Consciência.
O VM Samael disse em seus livros que temos em média 3% de
Essência livre, porém adormecida e 97% de Essência
engarrafada no ego. Isto quer dizer que apesar de os 3% de
Essência estarem livres, não atuam, pelo adormecimento em
que se encontram. Então o que temos hoje e que seria possível
para começar a realizar este trabalho é esta pequena
porcentagem, mas que infelizmente não se expressa nem atua
em nós devido ao condicionamento imposto pelo ego.
A revolução da Consciência propõe a mudança deste estado de
passividade e inatividade, convidando cada um de nós a colocar
em plena atividade esta parcela livre que temos e podemos usar.
Para que a Consciência desperte deste sono profundo é
necessário um grande esforço, e a utilização de ferramentas ou
técnicas adequadas.
Quando alguém está com a Consciência adormecida, é como
uma pessoa que está dormindo em sua cama, inativa, sem se
expressar e sujeita aos fatores que possam vir e submetê-la
contra a sua própria vontade. É por isso que às vezes, não
querendo mais errar, somos compelidos pelos nossos defeitos a
fazer o que eles querem.
Quando estamos adormecidos, nossos defeitos nos induzem a
pensar, sentir, desejar e agir como eles querem, e não como o
nosso Ser nos indica. São inúmeros eus pequeninos, detalhes,
que estão agindo, controlando nossos movimentos, pensando em
nossa mente (fazendo-nos viajar mentalmente), sentir afetos,
ódios, etc... sem que consigamos percebê-los através do sentido
da auto-observação.
Não nos separando dos nossos defeitos, somos como máquinas
humanas controladas por distintos eus. Para mudarmos este
condicionamento, é necessário que despertemos, que acordemos
nossa própria Consciência, que é Deus em nós, para que
possamos atuar sem sermos mais robôs controlados.
A morte mística e os choques conscientes em nós mesmos, são
ferramentas que nos ensinaram os Mestres para que consigamos
realizar esta revolução.
Eliminar os agentes internos que nos mantém adormecidos e
provocar estados alterados de Consciência em nós através da
recordação de si, é o caminho para dar condições a esta
mudança psicológica.
Tendo a Consciência adormecida, precisamos então sacudi-la,
acordá-la com constantes choques intencionais provocados ao
longo de nosso dia a dia.
Tais choques consistem em recordar de si mesmo a todo
instante, pois recordar de si é estar consciente.
Quando alguém desperta em Astral, dá-se conta que está ali,
sabe que despertou, e dando um saltinho ou puxando o dedo,
cientifica-se em que dimensão despertou. Mas para fazer isto é
claro que ele já havia despertado antes.
Por má compreensão do ensinamento gnóstico, normalmente
quando puxávamos o dedo, ou dávamos o saltinho, durante o
dia, não nos dávamos conta de que o importante era despertar,
não importando em que dimensão isto havia acontecido.
Puxávamos o dedo, por exemplo, e ele não esticava, então
seguíamos o que estávamos fazendo novamente identificados
com as coisas da vida diária, sem ter o claro propósito de que, já
que despertamos, deveríamos lutar para manter-nos acordados
aqui, agora e para sempre.
Veja o que disse o VM Samael em seu livro Mística Sexual do
Átomo e do Homem nas páginas 143 e 144:
“É impossível estar despertos nos MUNDOS SUPERIORES
se aqui neste mundo celular, físico, material, o aspirante está
dormindo. Quem quiser despertar a CONSCIÊNCIA nos
MUNDOS INTERNOS, deve DESPERTAR aqui e agora,
neste mundo denso.
Se o aspirante não despertou CONSCIÊNCIA aqui neste
mundo físico, muito menos nos MUNDOS SUPERIORES.
Quem DESPERTA CONSCIÊNCIA aqui e agora, desperta
em todas as partes. Quem desperta CONSCIÊNCIA aqui
neste mundo físico, de fato e por direito próprio, fica
DESPERTO nos MUNDOS SUPERIORES.”
A morte, aliada aos choques na Consciência, provoca o
despertar necessário para que cada vez e em maior grau a
Consciência vá atuando, saindo da passividade para um estado
cada vez mais ativo.
Com a morte libera-se a Essência e esta, sendo posta em
atividade, dará condições ao estudante de ir percebendo e
investigando cada vez mais a si mesmo, inclusive fazendo com
que a auto-observação psicológica vá novamente entrando em
atividade e se aperfeiçoando, dando a experiência psicológica
necessária para conseguir gradativamente perceber o ego e suas
sutilezas, ocasionando esta tão necessária revolução interna.
Aos poucos sentimos o que é o sabor trabalho que nos falaram
os Mestres.
A ferramenta utilizada para desenvolver este trabalho de
liberação da Essência é a morte mística, e ela é utilizada em dois
aspectos de forma prática:

Primeira: É a morte em marcha de instante em instante. Através


dela pedimos a nossa Divina Mãe que elimine aqueles defeitos
psicológicos que a todo instante se manifestam e submetem
nossa Consciência, que a colocam para dormir, satisfazendo
seus propósitos.
A morte em marcha deve ser utilizada mesmo que não tenhamos
visto o defeito que nos adormeceu.
Nós temos a dualidade dentro de nós: a Essência (a fração da
alma humana, o budata) e o ego (a legião: ira, cobiça, inveja,
orgulho, luxúria, preguiça, gula, etc.). Se a Essência livre
adormece, resta o ego, que se manifesta na máquina humana
movendo-a. Por isso, sempre que uma pessoa não se lembra de
si mesmo está sendo movida por eus.
O VM Samael falava sempre em não esquecer de si mesmo. A
pessoa, quando está com a Consciência atuando, vive a
recordação de si, sabe que está aqui, utiliza a chave sujeito,
objeto e lugar para se dar conta de onde é que ela despertou, e
puxa o dedo, dá o saltinho para saber se está no mundo físico ou
no Astral. Mas quando isto ocorre é porque ela sabe que
despertou, pois se recorda de si naquele instante.
Então, quando recordamos de nós, é porque estamos com a
Consciência em atividade, isto quer dizer que não está
adormecida. Mas se este estado de atenção e recordação de si
não está presente dentro de nós, então é porque algum defeito
está se manifestando em algum centro da máquina humana:
intelectual, instintivo, emocional, motor ou sexual.
Quando nos damos conta que perdemos este estado de alerta
percepção, devemos imediatamente pedir a nossa Divina Mãe
Kundalini que elimine, desintegre, decapite os defeitos que
agiram e estão agindo naquele momento, para dar espaço à
Essência.
Então teremos firme a decisão ou propósito de estar despertos,
e tudo que nos faça esquecer disto, perder este estado de alerta
percepção, é o que devemos pedir a nossa Mãe Divina que
elimine. Ai não importa se vemos ou não quem nos fez dormir, e
sim passemos a pedir a morte, mesmo que cegamente, até
recuperarmos este estado, como descreve o VM Samael, de
vigia em tempo de guerra, ou como disse o VM Rabolu em sua
carta de 30/12/98:
"Trabalhem cegamente, duro, sem deixar um momento de
estar dando-lhe a morte, duro, e o desdobramento astral. O
que trabalha com estas duas coisas será resgatado, não
fracassará, não o deixam fracassar. Isto foi o último que
pude encontrar no interno como salvação do estudantado
gnóstico"
Vamos pedindo a morte uma vez atrás da outra: “Mãe Divina,
desintegra esse eu, desintegra, desintegra, desintegra, ...” ou
Mãe minha, mata esse eu, mata, mata, mata, ...” e a Mãe vai
desintegrar todos os defeitos que estão atuando na máquina
humana até despertar a Consciência, e esta assumirá o controle
da máquina.
Este despertar no mundo físico ocorre da mesma forma que
despertamos em Astral, observando atentamente o lugar onde
estamos e sem esquecer de si mesmo, lembrando que está neste
lugar. Assim, será necessário morrer milhares de vezes por dia
para despertar continuamente a Consciência, e o trabalho da
morte em marcha será acelerado.
Vamos dar um exemplo: Estou caminhando na rua e de repente
me dei conta que esqueci de mim por algum momento. Então
começo a pedir:” Mãe Divina, decapita este defeito, decapita,
decapita, decapita, ...”, pedindo quantas vezes for necessário até
que retome aquele estado de recordação, de alerta percepção,
vigília aguçada, em que sabemos que estamos aqui, que
observamos o que acontece dentro e fora de nós.
Este é o estado de Consciência ativa, acordada, no qual vemos
tudo com olhos atentos como se estivéssemos percebendo o
novo que há neste momento e lugar.
Claro, se conseguirmos nos dar conta de que defeitos são estes é
melhor. Mas se ainda não temos desenvolvido suficientemente o
sentido da auto-observação, então o que devemos fazer é pedir.
Pedir é uma ação, e nossa Mãe espera que usemos de nosso livre
arbítrio, para que ela possa agir em nosso favor.
Se não pedimos, Ela espera pacientemente até que façamos a
nossa parte que é justamente pedir.
O pedido de morte é como uma oração que dirigimos a nosso
Ser pedindo sua ajuda.
Se pedirmos, mesmo que cegamente, nossa Mãe Divina
reconhece nossa súplica e também nossas debilidades. E é Ela
que nos ajuda, eliminando naquele instante os defeitos que estão
agindo e que não temos a capacidade de reconhecer.
Na medida em que estamos avançando neste trabalho,
começamos a recuperar o sentido da auto-observação,
melhorando a nossa capacidade de vigília, permitindo-nos
gradativamente maior clareza na percepção dos mais distinto
defeitos que vão se apresentando nas cenas da vida diária.
Como tudo, começamos como aprendizes e não como mestres.
Devemos ter humildade para compreender nossas limitações, e
exigirmos de nós melhoras gradativas, com maior
responsabilidade e empenho para com a nossa própria obra.
Despertar é o objetivo, e a morte nos ajudará nisto. Então
devemos constantemente dar choques em nós mesmos e
provocar o despertar, pedir a morte com o propósito de
despertar, pedir até despertar. E quando desperte fazer o máximo
esforço para manter este estado. Para isto, temos que estar
pedindo a morte a todo instante, pois num piscar de olhos vem o
ladrão e nos rouba a recordação deste propósito.
E por que a Consciência dorme tão rapidamente, em frações de
segundo, e é necessário um esforço, um choque para mantê-la
desperta aqui e agora? Porque a cada instante, de momento a
momento um eu (detalhe) entra na máquina humana para atuar,
bloqueando a manifestação da Essência. Se você quiser que a
sua Consciência atue em sua máquina humana
continuamente, terá que pedir à Mãe Divina a desintegração
de cada um desses defeitos. Se eles vêm a cada instante para
fazer dormir a Consciência, então teremos que pedir
literalmente de momento a momento a morte do eu.
Na prática devemos estar pedindo a morte sem parar, mesmo
que não estejamos vendo a manifestação de um eu, pelo simples
fato de estar com a Consciência adormecida, pois ao não se estar
consciente é o ego que está na máquina humana.
Qualquer pensamento, sentimento ou desejo nos adormece. A
consciência não precisa pensar. Tomemos então como uma
chave a recordação de si e o não pensar. O próprio VM Samael
diz que a melhor forma de pensar é não pensar. Se a mente
começar a atuar, podemos pedir imediatamente a morte daquele
que está ali a pensar em nós, pois o ego é mente. Uma mente
dividida em vários eus pensantes.

Segunda: É o que chamamos de morte dedicada. Para eliminar


os defeitos psicológicos grandes será necessário dedicar-se a
compreender a cena em que ele atuou, junto com sua legião.
Com a revisão de uma cena vamos nos conscientizando como
tais defeitos atuaram em nós.
Todos nós temos um ou mais defeitos grandes que, quando
atuam, nos derrotam.
Depois que passou a cena, que nos sentimos defraudados,
magoados, com remorso, não deixaremos passar a oportunidade
de trabalhar intensamente na desintegração desse defeito grande
e de sua legião.
Recolha-se sozinho, sem tempo para terminar, e inicie a
recordação da cena em que tais elementos se manifestaram,
passando como um filme, pedindo a morte no momento que
percebe cada pensamento, sentimento, palavra, gesto, durante a
revisão, imaginando que a Mãe Divina vai desintegrando
aqueles defeitos, um por um na ordem da cena, até sentir que
eles já não existem mais. E se sentir mágoa, culpa, remorso,
peça a desintegração deste sentimento até que a dor emocional
cesse.
Encontrando a manifestação de defeitos grandes na cena, julga-
se acusando-os pelas maldades causadas a nós e aos outros,
enquanto pede-se à Mãe divina que queime, sucessivas vezes,
imaginando a Mãe com sua espada de fogo queimando o defeito
até ser reduzido a cinzas.
Assim, revivendo a cena, arrependidos de termos sido vítimas
do defeito grande e de sua legião, iremos pedir centenas ou
milhares de vezes a morte até que se sinta um grande alívio, e ao
olhar a cena já não percebemos nenhuma sensação a respeito de
tais defeitos.
Esta prática consiste na didática ensinada pelo VM Samael com
a observação, julgamento e morte dos defeitos percebidos,
porém, com a mudança de pedir sucessivamente a morte durante
a revisão da cena até sentir grande alívio.
Neste momento, o defeito grande e sua legião terão morrido e
não teremos mais o sentimento de culpa, o remorso, e será como
se a Mãe tivesse tirado de nós todos os erros de uma só vez, e a
mente vai parar e o coração vai sentir esse alívio, que é um
estado de consciência superior, um céu que se conquista naquele
momento.
A morte dos defeitos tem fim e quando se chega ao fim de um
defeito grande e de uma legião de defeitos vem o alívio, que é
sentido no coração, enquanto a mente para de pensar. Quanto
maior o defeito eliminado nesta técnica, maior a sensação de
alívio.

Sabemos que existem incontáveis elementos de ira, outros de


inveja, outros de luxúria etc.
A batalha às vezes nos parece que não termina nunca, mas com
o tempo e experiência psicológica, vamos percebendo os
resultados do trabalho da morte, seja a morte em marcha ou a
morte dedicada.
É necessário que a nossa Consciência seja posta em atividade e
adquira experiência no campo de batalha, que é a nossa vida
diária e as experiências nos mundos internos.
É como na vida, quando um civil entra para o serviço militar,
nada conhece das técnicas de combate, mas conforme vai
recebendo instrução e passando por treinamento prático, vai se
tornando um soldado de verdade.
Lá no interno somos submetidos também a inúmeras situações
para ver se temos posto em prática as lições de batalha que
aprendemos aqui no físico.
A escola está aqui à nossa disposição para podermos aprender a
lutar e vencer as legiões de defeitos que criamos nos tempos de
adormecimento de nossa Consciência.

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