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TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES I

Aula 13 – Estruturas de Concreto


Projeto, Introdução à Execução e
Sistema de Fôrmas

Professor: TIAGO FERREIRA CAMPOS NETO

Rio Verde – GO
2017
1. Introdução

• O concreto é o material de construção civil mais utilizado no mundo.


Isso se deve a uma série de fatores, como por exemplo, o baixo custo.
Um metro cúbico de concreto custa em torno de R$ 300,00, ou seja, o
litro do concreto custa por volta de R$ 0,30.

1.1. Fatores determinantes da qualidade do concreto armado

• Projeto (ABNT NBR 6118);


• Execução (ABNT NBR 14931);
• Materiais (ABNT NBR 12655);
• Uso;
• Planejamento.
2. Projeto de estruturas de concreto (ABNT NBR 6118)

2.1. Requisitos de qualidade da estrutura

• Capacidade resistente: segurança à ruptura;


• Desempenho em serviço: capacidade da estrutura manter-se em
condições plenas de utilização;
• Durabilidade: capacidade da estrutura resistir às influências
ambientais e uso inadequado através do tempo.

Desempenho e as Capacidade Diretrizes de


ações na estrutura resistente durabilidade
2.2. Desempenho e as ações permanentes e variáveis

2.2.1. Ações permanentes


• Ações permanentes diretas: ‘ peso próprio, elementos construtivos
fixos e das instalações permanentes;
• Ações permanentes indiretas: deformações impostas por retração e
fluência do concreto, deslocamentos de apoio, imperfeições
geométricas e protensão.

2.2.2. Ações variáveis


• Ações variáveis diretas: ações dos ventos e das chuvas;
• Ações variáveis indiretas: ações da variação de temperatura, ações
dinâmicas (vibrações e choques) e ações excepcionais.
2.3. Capacidade resistente
2.3.1. Resistência de cálculo do concreto (projeto)

𝑓𝑐𝑑 = 𝑓𝑐𝑘/ɣ𝑐
2.4. Diretrizes de durabilidade

2.4.1. Vida útil de projeto

Figura – Conceituação de vida útil das estruturas de concreto armado tomando por referência o fenômeno
de corrosão das armaduras (HELENE, 1997 apud MEDEIROS; ANDRADE; HELENE, 2011).
2.4.2. Mecanismos de deterioração do concreto
• Lixiviação: ação de águas puras, carbônicas ou ácidas que dissolvem
e carreiam produtos hidratados da pasta de cimento;
• Ataque de sulfatos: reações tardias expansivas e deletérias com a
pasta de cimento;
• Reação álcali-agregado: reação entre álcalis do cimento e certos
agregados reativos.

2.4.3. Mecanismos de deterioração da armadura


• Despassivação por carbonatação;
• Despassivação por elevado teor de íon cloro (cloretos).

2.4.4. Mecanismos de deterioração do concreto


• Ações mecânicas, movimentações de origem térmica, impactos,
ações cíclicas, retração e fluência.
2.5. Aceitação do projeto

• O contratante deve conferir o projeto conforme seção 5 da ABNT NBR


6118 (Requisitos gerais de qualidade da estrutura e avaliação da
conformidade do projeto);
• O projeto somente poderá ser dado como aceito caso tenham sido
sanadas todas as pendências levantadas por um profissional
contratante legalmente habilitado;
• O projeto deverá apresentar as seguintes pranchas:
• Planta de locação e carga dos pilares;
• Plantas de formas de todos os pavimentos;
• Detalhes das lajes, vigas e pilares;
• Detalhes das escadas e reservatórios;
• Detalhes genéricos.
3. Execução de estruturas de concreto
3. Execução de estruturas de concreto

3.1. Custos detalhados da estrutura de concreto (BUKHART, 1994)


4. Sistema de fôrmas

4.1. Normatização

• ABNT NBR 15696:2009 – Fôrmas e escoramentos para estruturas de


concreto – Projeto, dimensionamento e procedimentos executivos;
• ABNT NBR 6118:2014;
• ABNT NBR 14931.:2004.

4.2. Conceitos

• Fôrmas: estruturas provisórias que servem para moldar o concreto


fresco, resistindo as ações provenientes das cargas das pressões de
lançamento do concreto, até que a mistura se torne autoportante;
• Escoramentos: estruturas provisórias que resistem e transmitem as
cargas das pressões de lançamento do concreto, até que o concreto
se torne autoportante.
4.3. Objetivos complementares

• Proporcionar ao concreto a textura superficial exigida;


• Servir de suporte para posicionamento da armadura;
• Proteger o concreto fresco contra choques mecânicos;
• Limitar a perda de água do concreto, facilitando a cura e reduzindo a
fissuração por retração plástica.

4.4. Principais cargas atuantes nas fôrmas

• Peso próprio dos painéis e acessórios;


• Peso próprio do concreto;
• Impacto determinado pela velocidade de lançamento do concreto;
• Vibração proveniente do adensamento do concreto;
• Variações volumétricas em função da temperatura;
• Cargas dinâmicas de movimentação dos operários.
4.5. Elementos constituintes do sistema de fôrmas

• Elementos de molde
• Painéis estruturados ou não estruturados: definidos pela presença ou não de
elementos permanentes que enrijecem a peça;

• Elementos de cimbramento
• Vigamento: resiste à flexão sendo composto por peças horizontais;
• Escoramento: resiste à compressão sendo composto por peças verticais;
• Travamento: resiste à tração e/ou flexão sendo composto por peças verticais e
horizontais;
• Mão-francesa: estabiliza horizontalmente os moldes verticais

• Acessórios
• Auxiliam os demais elementos a cumprirem as suas funções, como por exemplo,
cunhas, gastalhos e tensores.
4.6. Fôrmas para pilares
4.6. Fôrmas para pilares
4.6. Fôrmas para pilares
4.7. Fôrmas para vigas
4.7. Fôrmas para vigas
4.7. Fôrmas para vigas
4.8. Fôrmas para lajes
4.9. Sistema de fôrmas
4.10. Principais cuidados na montagem

• Toda a montagem deve ser executada mediante a utilização de um


projeto específico de fôrmas e escoramentos;
• elementos embutidos, como barras de ancoragem, devem resistir a
contaminações que possam afetar sua integridade, a do concreto ou a
da armadura. Quando metálico, deve-se prever proteção contra
corrosão;
• Recomenda-se evitar o uso de fôrmas perdidas;
• Agentes desmoldantes devem ser aplicados antes da colocação da
armadura e de maneira a não prejudicar a superfície do concreto
(alteração da cor e prejuízo na aderência do revestimento a ser
aplicado).
4.10. Principais cuidados na concretagem

• Posição e dimensões devem ser conferidas antes da concretagem a


fim de assegurar a geometria dos elementos estruturais;
• A condição de estanqueidade das juntas das fôrmas deve ser
verificada de maneira a evitar perda de pasta;
• Nas fôrmas de pilares, vigas e paredes devem ser deixadas aberturas
provisórias ao fundo, para limpeza;
• Evitar acúmulo de concreto para que as sobrecargas de projeto não
sejam ultrapassadas.
4.11. Principais cuidados na retirada das fôrmas e escoramentos

• O ciclo de remoção ou remanejamento deve ser de no mínimo 14


dias;
• Nenhuma carga deve ser imposta e nenhum escoramento removido
enquanto não houver certeza de que os elementos estruturais
suportam às ações a que estarão sujeitos;
• Se a fôrma for parte integrante do sistema de cura, como no caso de
pilares e laterais de vigas, o tempo de remoção deve considerar os
requisitos específicos;
• O projetista deve informar ao RT da obra os valores mínimos de
resistência à compressão e módulo de elasticidade que devem ser
obedecidos concomitantemente para a retira das fôrmas e
escoramentos, tendo o RT que garantir que os valores estejam
atendidos na idade de remoção dos equipamentos.
4.12. Principais problemas recorrentes da má instalação das fôrmas
e escoramentos

• Perda da pasta ou argamassa pelas juntas dos painéis;


• Segregação do concreto;
• Exsudação do concreto;
• Fôrma perdida na superfície do concreto pela ausência do agente
desmoldante;
• Desvios de geometria;
• Alteração da coloração pelo uso indevido de agente desmoldante;
• Prejuízo de aderência ao revestimento a ser aplicado causado pelo
uso indevido de agente desmoldante.
4.13. Ocorrências por falha de execução
das fôrmas – Obra de Rio Verde
5. Bibliografia

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118:


Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

______. NBR 14931: Execução de estruturas de concreto –


Procedimento. Rio de Janeiro, 2004.

______. NBR 15696: Fôrmas e escoramentos para estruturas de


concreto – Projeto, dimensionamento e procedimentos executivos. Rio de
Janeiro, 2009.

RODRIGUES, G. S. S. Execução de estrutura de concreto. Pontifícia


Universidade Católica de Goiás: Notas de aula. Goiânia, 2013.

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