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Taxas incidirão sobre o dinheiro, fazendo com que este mude de valor com o correr
do tempo.
Assim, é exatamente este o objeto da Matemática Financeira: descobrir como o
dinheiro se comporta ao longo do tempo.
Se você, por exemplo, tem R$ 1.000,00 (mil reais) aí na sua mão, e só vai precisar
desse dinheiro daqui a 3 meses, então você pode:
- colocar essa quantia escondida dentro do travesseiro, e deixar o tempo
correr; ou
- ir ao banco, e depositar esse valor numa conta de "poupança", e aguardar
o tempo passar.
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O que é mais inteligente a ser feito? Aplicar o dinheiro no banco, é lógico. Se o fizer,
haverá uma taxa de juros agindo naqueles 3 meses, de sorte que o dinheiro não
ficará parado.
E deixar o dinheiro dentro do travesseiro? Pode ser uma grande furada... O dinheiro
ficará parado. Só se movimentará se alguém descobrir o seu segredo... Aí ele vai sair
do travesseiro para dentro do bolso de algum esperto. E ainda assim, não aumentará
um centavo que seja.
Conclusão: esconder o dinheiro dentro do travesseiro não é uma operação da
Matemática Financeira. (Aposto que você já sabia disso...)
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Existem operações de juros ocorrendo no regime simples, e existem operações de
juros ocorrendo no regime composto.
Você só poderá começar a resolver qualquer questão de juros quando estiver convicto
a respeito do regime em que ela está inserida.
Por que preciso me preocupar com isso, professor?
Por uma razão muito simples: os resultados de uma mesma operação de juros são
diferentes, caso você adote um regime ou outro.
Em palavras mais claras: o resultado final da operação de juros simples é diferente
do resultado final da operação de juros compostos. (Só há um caso excepcional em
que esses dois resultados são iguais, e o veremos oportunamente). Como só existe
uma resposta certa na questão, você não tem a liberdade de escolher qual dos
regimes irá utilizar.
Ou seja, você está obrigado a adotar, na resolução do problema, o regime que a
questão determinar que seja usado.
Estas mesmíssimas palavras valem não apenas para operações de juros, mas para
todos os tipos de operação da matemática financeira (desconto, equivalência de
capitais etc.)
Assim, guarde bem isto: a primeira preocupação nossa, antes de começar a
resolver qualquer questão de matemática financeira, será sempre a mesma:
identificar o regime em que ela ocorre, se é o simples ou se é o composto.
No próximo capítulo, você irá compreender melhor a diferença entre os dois regimes,
por meio de um exemplo ilustrativo que será apresentado.
Por enquanto, ficamos assim: só se pode resolver qualquer problema de Matemática
Financeira, seja de qual assunto for, quando houver convicção acerca do regime,
simples ou composto.
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Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que a Matemática Financeira tem uma “lei”, segundo a qual o dinheiro nunca
fica parado;
2) Que existem dois regimes na Matemática Financeira, o simples e o composto,
definidos pela natureza da taxa que incide sobre a operação.
3) Que a definição do regime é passo anterior e imprescindível à resolução de
qualquer problema da Matemática Financeira.
4) Que o objeto desta disciplina é exatamente definir como os valores monetários
se comportam ao longo do tempo.
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Guarde bem estas informações iniciais, pois serão úteis ao longo deste Curso.
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Capítulo II: Juros Simples
Repare que nosso valor monetário conhecido, o Capital, é aquele que inicia, no dia
de hoje, a operação de juros. (Foi no dia de hoje que você se dirigiu ao banco para
depositá-lo na conta de poupança). Assim, teremos:
Ao final da operação, transcorrido o tempo (n) em que você deixou seu dinheiro
aplicado, chegará o dia do resgate. Ora, sabendo que o Montante (a ser resgatado)
é um valor maior que o Capital, a seta que o representará será também uma seta
maior. Teremos:
O n
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Ora, você já sabe perfeitamente que o elemento da mágica, aquele que faz com que
o dinheiro nunca fique parado, mas se movimente com o transcorrer do tempo, é
exatamente a taxa (i).
Assim, por enquanto, já falamos de quatro elementos de uma operação de juros:
- Capital (C): é o valor a ser projetado para o futuro. É ele quem dá início à operação;
- Tempo (n): é a distância cronológica que separa a data em que o capital se
encontra, e a data para a qual ele será projetado. Em outras palavras, é o quanto
vai durar a operação de juros;
- Montante (M): é o valor em quanto se transformou o Capital. Consiste no resultado
final da operação de juros; e
- Taxa (i): o elemento da mágica, que movimenta o dinheiro com o passar do tempo.
Mas, professor, o nome do assunto é Juros.
Onde é que os Juros entram nessa história?
Ora, os juros, também chamados de rendimentos, serão apenas a diferença entre o
valor do Montante (que será resgatado) e o valor do Capital (aplicado no início).
Voltando ao nosso exemplo, se você depositou um Capital de R$ 500 numa conta de
poupança, e após seis meses de aplicação você resgatou um Montante de R$ 600,
então diremos que seus rendimentos (ou juros) foram de R$ 100.
Veja no desenho:
J (Juros)
C
O n
Assim, apenas olhando para o desenho acima, seremos capazes de criar a primeira
equação do nosso Curso. Diremos que:
Daremos ênfase a esta equação pelo fato de ela ser deveras importante para nós.
Tanto é assim que lhe atribuiremos um apelido, qual seja, Equação Curinga dos
Juros.
Por que "equação curinga", professor?
Pelo seguinte motivo: esta equação é sempre verdadeira e é sempre aplicável, para
toda e qualquer operação de Juros, seja no regime simples, seja no composto.
Ou seja: haverá sempre a possibilidade de se utilizar esta equação em qualquer
questão de juros, independentemente do regime em que transcorra.
Perceba que a equação curinga envolve 3 elementos (juros, montante e capital),
de sorte que se dois deles forem conhecidos, então imediatamente descobriremos o
terceiro desconhecido.
São, portanto, desdobramentos da equação curinga, os seguintes:
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Obviamente que você não precisa decorar estas duas últimas equações. São meras
novas formas de apresentação da equação curinga dos juros.
Estes, são, portanto, os 5 elementos que estão presentes em qualquer operação de
juros: capital, tempo, montante, juros e taxa.
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A natureza da taxa simples é de tal forma que, a cada período da aplicação,
incidirá sempre sobre o valor do Capital inicial.
Seguindo em frente, no segundo mês, ocorrerá o seguinte:
Começo do 2o mês: R$ 1.100,00
Daí:
#$
. 1000 = 100,00 à Juros = 100,00 à Fim do 2o mês: R$ 1.200,00
#$$
O que se observa de muito relevante nesta operação acima? Verificamos que os juros
produzidos em cada período é sempre um valor constante. Ou seja, neste nosso
exemplo, em cada mês tivemos juros de R$ 100,00.
E por que isso ocorreu?
Porque a taxa simples incide sempre sobre o mesmo valor, que é o Capital.
Muito bem! Passemos, pois, à segunda resolução, trabalhando agora com uma taxa
de juros compostos, ou seja, com uma taxa composta.
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Solução II – Taxa Composta de 10% ao mês
Começamos o primeiro mês com R$ 1.000,00 (mil reais). Incidindo sobre este valor
a taxa de 10%, teremos o seguinte:
#$
. 1000 = 100,00
#$$
Este resultado (R$ 100,00) corresponde aos juros produzidos no primeiro mês, de
forma que o terminaremos com R$ 1.100,00.
Percebamos que até aqui nossa operação está exatamente igual à primeira solução
(com taxa simples).
Ou seja:
Começo do 1o mês: R$ 1.000,00
Daí:
#$
. 1000 = 100,00 à Juros = 100,00 à Fim do 1o mês: R$ 1.100,00
#$$
No segundo mês, tomaremos a taxa de 10%, que agora é uma taxa composta, e a
faremos incidir sobre quem?
Sobre quem, professor?
Aí é que entra a natureza da taxa composta.
Guarde bem isto:
A natureza da taxa composta é de tal forma que, a cada período da
aplicação, incidirá sempre sobre o resultado da operação no período
anterior.
E no terceiro mês, faremos nossa taxa de 10% incidir sobre quem? Lembre-se de
que estamos com uma taxa composta.
Então incidirá sobre os R$ 1.210,00 que foi o resultado do período anterior.
É isso?
Perfeitamente! Portanto, teremos:
Começo do 3o mês: R$ 1.210,00
Daí:
#$
. 1210 = 121,00 à Juros = 121,00 à Fim do 3o mês: R$ 1.331,00
#$$
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Usando uma tabela para ilustrar a operação acima, teremos:
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Teremos, portanto, que: Juros Simples = Capital x Taxa x Tempo
Guardemos isto:
JUROS SIMPLES: EQUAÇÃO 1
J=C.i.n
Da equação curinga dos juros, aprendemos que: M = C + J.
Substituindo juros por C.i.n, teremos, então, que: M = C + (C.i.n)
Finalmente, colocando o capital (C) em evidência, teremos:
M = C.(1+i.n)
J=M–C
São, pois, estas três equações acima que compõem o nosso “arsenal” para resolver
questões de juros simples. Todavia, para podermos aplicá-las, teremos que observar
o cumprimento de uma exigência. Trata-se de algo extremamente importante na
nossa disciplina.
Que exigência é essa, professor?
É a que chamaremos doravante de exigência universal da Matemática Financeira!
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Ou seja, do jeito que a questão apresentou os elementos taxa e tempo, ainda não
podemos aplicar nenhuma fórmula da Matemática Financeira.
É necessário, antes de mais nada, cumprir a exigência universal, tomando a
providência cabível a fim de ter taxa e tempo na mesma unidade.
E qual deverá ser a providência cabível, professor?
Aquela que demandar menos esforço da nossa parte.
Neste caso, não há nenhuma dificuldade em afirmar que 24 meses é o mesmo que 2
anos, concorda? Daí, passaremos a trabalhar com taxa anual (12% ao ano) e tempo
também nesta mesma unidade (2 anos).
Agora sim, estamos aptos a aplicar fórmulas.
15% está na notação percentual. Em notação unitária, basta dividir 15 por 100, e
teremos 0,15.
Notação Percentual Notação Unitária
15% 0,15
A notação unitária recebe este nome justamente porque nela a taxa de 100% será
representada pela unidade. Veja:
Notação Percentual Notação Unitária
100% 1,00
Guarde isto:
Na hora de aplicar as fórmulas da Matemática Financeira, além de termos que
cumprir a exigência universal (taxa e tempo na mesma unidade), a taxa terá que ser
expressa na notação unitária.
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Ou seja, se a taxa é de 5%, entrará na fórmula como 0,05. Se for 7%, como 0,07.
Se for 15%, como 0,15. E assim por diante.
2) Se tivermos uma taxa i=5% a.t. (a.t. = ao trimestre) e o tempo de aplicação n=2
anos. O que poderíamos fazer?
Ora, se você decidisse trabalhar com a unidade anual, teria então que alterar a
unidade da taxa (de trimestral para anual).
Sigamos o raciocínio: de taxa ao trimestre para taxa ao ano; trimestre para ano;
menor para o maior; do menor para o maior, eu multiplico; um ano tem quantos
trimestres? 4. Então eu multiplico por 4.
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E teremos: 5% ao trimestre = (5x4) = 20% ao ano.
E a exigência já está cumprida: i=20%a.a. e n=2a.
Vamos treinar?
Um capital de R$ 1000 é aplicado durante 7 meses, a uma taxa de juros
simples de 24% ao ano. Qual o valor do Montante e qual o valor dos Juros
obtidos nesta aplicação?
Sol.: Se escolhermos a unidade mensal para trabalhar, diremos, pelas taxas
proporcionais, que 24% ao ano é o mesmo que 2% ao mês. (24/12=2). Fazendo
isso, cumprimos a exigência universal, pois agora temos taxa mensal (2% a.m.) e
tempo também na unidade mensal (7 meses).
Mas a questão também quer saber o valor dos juros produzidos neste período. Assim,
aplicando a equação curinga dos juros, diremos que:
A questão nos disse quanto vale o montante (R$ 11.725) e o capital (10.500).
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Lembrando que na Matemática Financeira todos os meses têm 30 dias, faremos:
#,,- ./0-$
à𝑛= 𝑥30 = = 100 dias
./0,- ./0,-
Sol.: Esta questão é o que podemos chamar de um clássico. Nosso trabalho será
reconhecer a operação de juros que está embutida neste enunciado. Há um bem
(neste caso, um imóvel) cujo valor de venda à vista é nosso conhecido (R$
600.000,00).
Pois bem. Você vai comprar este apartamento, mas não vai pagar seu valor integral
no dia da compra. Em vez disso, vai dar apenas um pagamento de entrada. Neste
caso, uma entrada de 22% do valor do bem. Fazendo esta conta, teremos:
Entrada = 0,22 x 600.000 = 132.000,00.
Assim, você compra o apartamento, mas ainda fica devendo a diferença entre o valor
de venda à vista e o valor da entrada que você pagou.
Ocorre, porém, que esta diferença (que é nossa conhecida) não será paga no dia da
compra, e sim numa data posterior. No caso aqui, 32 dias após.
Obviamente que, por conta deste prazo, a sua dívida vai aumentar. Lembre-se de
que na Matemática Financeira o dinheiro nunca fica parado. Não é só a nosso favor
que o dinheiro se movimenta. Infelizmente, também aumenta em nosso prejuízo,
como neste caso.
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Assim, creio que você já conseguiu enxergar onde está presente a operação de juros.
Qual é o valor conhecido hoje, e que aumentará com o decorrer do tempo? É a
diferença entre o valor à vista e o valor da entrada. Esta diferença será tratada como
nosso Capital.
E o montante será aquele valor maior, que você terá que pagar na data posterior. O
tempo da operação é aquele que decorreu entre a compra o dia do pagamento que
vai liquidá-la.
Veja:
C=468.000,
O 32d
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2.7. Juros Simples Exatos:
Sol.: A leitura deste enunciado não nos deixa nenhuma margem de dúvida: estamos
diante de uma questão de juros simples exatos. Algo novo para você aprender
agora. A propósito, os juros simples só serão exatos se esta informação vier
presente - de forma expressa - no enunciado.
Como regra, todos os meses do ano têm 30 dias na Matemática Financeira. E o ano
inteiro, portanto, 360 (30x12=360). A isto chamamos de juros comerciais ou
ordinários. Porém, se a questão falar expressamente em juros exatos, então passa
a valer o nosso calendário convencional, com o ano de 365 dias, ou 366, se bissexto.
Uma característica muito própria das questões de juros exatos é que o tempo de
aplicação não é fornecido de bandeja para nós... O elaborador prefere nos dizer o dia
do início e o dia do final da aplicação, e quer que nós contemos quantos dias durou.
Professor, eu não sou muito bom em saber quantos dias têm cada mês do
ano... E se eu me confundir na hora da prova?
Um truque que pode ser muito útil é o da mão fechada. Você conhece? É bem simples.
Você irá fechar a sua mão esquerda, e virá-la, deixando seu relógio voltado para
você. E verá a sua mão mais ou menos assim:
Quando fizer isso, você verá que na parte de cima da sua mão, entre os dedos, há
uma alternância de pontos mais altos e de pontos mais baixos, aos quais
chamaremos, respectivamente, de montanha e depressão. As montanhas
correspondem aos meses de 31 dias. As depressões, aos meses de 30 dias. (A
exceção é fevereiro, que tem 28). Veja como fica esta contagem:
Quando termina julho, você volta a contar lá da esquerda, a partir de agosto. Assim,
julho termina com 31 dias, e agosto recomeça a contagem, também com 31 dias.
Confira abaixo:
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Agora vamos descobrir quantos dias, de cada um desses meses, foram efetivamente
utilizados em nossa operação. Colocaremos este valor ao lado do número de dias do
mês completo. Ora, se tomarmos os meses do miolo, que nem é mês do início e nem
é mês do final, veremos que foram integralmente utilizados. Concorda?
Teremos:
Junho 30 dias
Julho 31 dias 31 dias
Agosto 31 dias 31 dias
Setembro 30 dias 30 dias
Outubro 31 dias 31 dias
Novembro 30 dias
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Meses Mês Dias Como calculo?
completo usados
Junho 30 dias 17 dias Subtração
Julho 31 dias 31 dias
Meses do
Agosto 31 dias 31 dias
“miolo”, usados
Setembro 30 dias 30 dias
integralmente.
Outubro 31 dias 31 dias
Novembro 30 dias 6 dias Copiar-colar
Total: 146 dias
(73/365)=1/5
(146/365)=2/5.
100𝑥18𝑥𝟏𝟒𝟔 100𝑥18𝑥2
𝐽 = = = 20𝑥18𝑥2 = 720 (𝑅𝑒𝑠𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎. )
𝟑𝟔𝟓 5
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Um capital é aplicado a juros simples do dia 10 de fevereiro ao dia 24 de
abril, do corrente ano, a uma taxa de 24% ao ano. Nessas condições calcule
o juro simples exato ao fim do período, como porcentagem do capital
inicial, desprezando as casas decimais superiores à segunda.
Sol.: Novamente aqui a questão vem nos falar em juros simples exatos. O assunto
está, portanto, identificado. Analisando os dados fornecidos pelo enunciado, vemos
que o elaborador não nos diz o valor do Capital. E na hora da pergunta, ele fala:
calcule os juros como porcentagem do capital.
Temos aqui um modelo de pergunta.
Guarde isto:
Sempre que uma questão pedir "calcule este elemento como porcentagem deste
outro", tomaremos "este outro" (o último elemento da pergunta) e lhe atribuiremos
o valor 100.
Fazendo isso, os dados da nossa questão passam a ser os seguintes:
- Capital: C=100
- Taxa: i=24% ao ano
- Tempo: n=? (Ainda não sabemos. Teremos que contar os dias.)
Dia do início = 10/fevereiro; dia do final = 24/abril.
- J=? (como porcentagem do capital)
- Juros Simples Exatos.
Aqui, mais uma vez, o elaborador deixou para nós o trabalho de contar quantos dias
durou esta operação. Teremos:
Meses Mês Dias Como calculo?
completo usados
Fevereiro 28 dias 18 dias Subtração (28-10)
Março 31 dias 31 dias Mês do “miolo”
Abril 30 dias 24 dias Copiar-colar
Total: 73 dias
#$$ I $,,K I 𝟕𝟑
àJ=C.i.n à 𝐽=
𝟑𝟔𝟓
Daí, teremos:
24𝑥𝟕𝟑 24
𝐽 = = = 4,8
𝟑𝟔𝟓 5
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4,8 o quê, professor?
4,8 por cento. Pois a questão não quer saber apenas o valor dos juros. Ela quer
juros como porcentagem do capital. Foi para isto que atribuímos o valor 100 ao
capital: para chegarmos ao valor dos juros e acrescentarmos apenas o sinal de
porcentagem.
Assim: J=4,8% (do Capital) à Resposta
9 parcelas
Não é preciso nenhum esforço extraordinário para enxergar que o meio das parcelas
de cem reais recai sobre a quinta seta. Confira:
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Agora basta redesenhar a questão, colocando nesta data central que acabamos de
encontrar uma única seta, representando todos os capitais aplicados pelo José. O
valor deste capital equivalente você já sabe: será a soma de todas as parcelas iguais.
Neste caso, R$ 900,00. Teremos:
900
4 meses
Feito isto, este novo e único capital, que sozinho representa todas aquelas parcelas
de cem reais, será projetado para a data do montante que a questão indicar.
O que fizemos, simplesmente, foi transformar o desenho original para um novo, com
mesmo efeito matemático, capaz de simplificar bastante as nossas contas e nos fazer
ganhar o ponto na prova de forma mais rápida.
Guarde isto:
Sempre que a questão apresentar um número ímpar de parcelas iguais, como foi o
caso acima, a data central recairá sobre uma destas parcelas.
Porém, se ao contrário disto, tivermos um número par de parcelas, a data central
estará sempre entre duas delas. Vejamos:
Pedro aplicará 10 parcelas mensais e iguais, de R$ 500 reais cada uma. Considerando
uma taxa de juros simples de 2% ao mês, qual o valor a ser resgatado, em
decorrência de todas estas aplicações, na data da última parcela?
Neste caso, o desenho original será o seguinte:
500 500 500 500 500 500 500 500 500 500
10 parcelas
Percebe-se, então, que, neste caso, a data central das parcelas iguais estará entre a
quinta e a sexta seta de R$ 500. Veja:
500 500 500 500 500 500 500 500 500 500
10 parcelas
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À esquerda da seta vermelha temos 5 parcelas, assim como da mesma forma à sua
direita.
Uma vez localizada a data central das parcelas iguais, esta nova e única seta – a que
estamos chamando de capital equivalente – receberá o valor da soma de todas as
parcelas de R$ 500, de forma a, sozinha, representá-las todas. Nosso capital
equivalente será, neste caso, de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
Teremos:
5.000
4,5 meses
Vamos treinar?
José fez nove aplicações mensais, iguais e sucessivas, no valor de R$
100,00 (cem reais) cada uma delas. Considerando uma taxa de juros
simples de 2% ao mês, qual será o valor a ser resgatado na data da última
aplicação?
9 parcelas
Ora, uma vez que estamos trabalhando no regime simples, e as aplicações (capitais)
são de mesmo valor e mesma periodicidade, já sabemos como construir um caminho
de atalho: redesenhando a questão, de vários capitais para um único capital
equivalente.
Para isso, localizamos a data central (o meio) das parcelas iguais. Teremos:
Feito isto, reduziremos todos aqueles 9 capitais de R$ 100,00 para apenas um,
equivalente, no valor igual ao somatório de todos eles, e localizado na data central
que acabamos de identificar acima.
Teremos:
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900
4 meses
Agora, para completar, basta acrescentar ao desenho uma nova seta correspondente
ao resgate, ou seja, ao montante que a questão está perguntado. Teremos:
Montante
900
4 meses
500 500 500 500 500 500 500 500 500 500
10 parcelas
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Lembrando que a questão transcorre dentro do regime simples (juros simples) e que
há vários capitais de mesmo valor e mesma periodicidade, usaremos o caminho de
atalho: redesenharemos a questão, de vários capitais para apenas um equivalente.
Localizaremos a data central das parcelas iguais, recordando que, desta vez, ela
estará entre duas setas, haja vista que temos um número par de capitais. Teremos:
500 500 500 500 500 500 500 500 500 500
10 parcelas
4,5 meses
Por último, acrescentaremos ao desenho uma nova seta correspondente ao resgate,
ou seja, ao montante que a questão está perguntado. Teremos:
5.000
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E o desenho final da questão será, portanto, o seguinte:
Montante
5.000
9,5 meses
# QUE TAL UMA DA FCC?
(FCC/SEFIN–SÃO PAULO) Em 05 de janeiro de certo ano, uma pessoa tomou
R$ 10.000,00 emprestados por 10 meses, a juros simples, com taxa de 6%
ao mês. Após certo tempo, encontrou um outro credor que cobrava taxa de
4% ao mês. Tomou, então, R$ 13.000,00 emprestados do segundo credor
pelo resto do prazo e, no mesmo dia, liquidou a dívida com o primeiro. Em
05 de novembro desse ano, ao liquidar a segunda dívida, havia pago um
total de R$ 5.560,00 de juros aos dois credores. O prazo do segundo
empréstimo foi
a) 4 meses.
b) 4 meses e meio.
c) 5 meses.
d) 5 meses e meio.
e) 6 meses.
Sol.: Questão muito assemelhada à anterior. Temos também aqui duas operações
sucessivas de juros simples, sujeitas a diferentes taxas: 6% ao mês e 4% ao mês.
A diferença para a questão passada é que aqui os capitais são também distintos: R$
10.000 e R$ 13.000.
De resto, soluções idênticas.
Anotando os dados do enunciado, teremos:
à C1= 10.000,00 ; i1=6% a.m. ; n1=? ; J1=?
à C1= 13.000,00 ; i2=4% a.m. ; n2=? ; J2=?
à n1+ n2 = 10 meses
à J1 + J2 = 5.560,00
Sabendo como funcionam os juros simples, para a primeira operação, teremos:
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à J 1= C 1 . i 1 . n 1
à J1= 10000 . 0,06 . n1 à J1= 600.n1
E para a segunda operação:
à J 2= C 2 . i 2 . n 2
à J2= 13000 . 0,04 . n2 à J2= 520.n2
Sabendo agora que a soma dos juros resulta em R$ 5.560, teremos:
à J1 + J2 = 5.560,00
à 600.n1 + 520.n2= 5.560
Se n1+ n2 = 10 meses, então diremos que n1 = 10 – n2
Substituindo este resultado na equação anterior, teremos:
à 600 . (10 – n2) + 520 . n2= 5.560
Daí:
à 6000 – 600.n2 + 520.n2 = 5560
Isolando n2, teremos:
à 80.n2 = 440
Finalmente, chegamos a:
à n2 = 440 / 80 à n2 = 5,5 meses (Resposta)
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Neste Capítulo, Aprendi...
Fórmulas:
Equação Curinga:
J=M-C
Juros Simples:
J=C.i.n
Montante Simples:
M=C.(1+i.n)
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho
# JUROS SIMPLES
01. (VUNESP) Quando os juros incidem, exclusivamente, sobre o capital
inicial investido, eles são chamados de juros:
a) compostos.
b) montantes.
c) simples.
d) iniciais.
e) proporcionais.
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06. (VUNESP) Um capital de R$ 1.500,00 aplicado a juro simples durante
9 meses rendeu juros de R$ 81,00. A taxa anual de juros dessa aplicação
foi:
a) 7,2%
b) 6,8%
c) 6,3%
d) 5,5%
e) 5,2%
GABARITO:
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C certo E D certo A errado B certo B
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho
3.1. Conceito:
O que é uma operação de Desconto? Você sabe?
É aquela em que você deve um valor maior, e paga um valor menor? É isso,
professor?
Mais ou menos. Esta aí é a ideia imediata a que nos remete a palavra desconto: você
vai comprar algum bem, e pede ao vendedor que lhe conceda um desconto, para
reduzir o seu desembolso.
Aqui, porém, na Matemática Financeira, a noção de desconto está diretamente
associada à ideia de antecipação.
Antecipação de quê, professor?
Antecipação de tempo, que pode se dar tanto no pagamento de alguma obrigação,
quanto no resgate de algum título.
Não entendi, professor...
Vai entender! Veja:
1ª Situação) Você fez uma compra no dia de hoje, comprometendo-se a pagar o
valor de R$ 10.000,00 daqui a 6 meses.
O tempo foi passando, e faltando ainda 2 meses para o vencimento daquela
obrigação, ou seja, faltando ainda 2 meses para o dia em que você teria que pagar
os R$ 10.000,00, você verifica que seus negócios estão indo muito bem, e que você
pode perfeitamente antecipar aquele pagamento.
Ora, se sua obrigação era vencível apenas daqui a 2 meses, e você decide antecipar
o pagamento e pagá-la no dia de hoje, obviamente que você terá que levar alguma
vantagem nisso.
Que vantagem é essa? Você vai ganhar um desconto, e vai pagar um valor menor
que o que era devido.
E ainda tem uma segunda situação, professor?
Tem sim. Vamos vê-la:
2ª Situação) Suponha que alguém, um amigo seu, passou-lhe um cheque pré-
datado. E aí ele lhe disse: "Olha, por favor, não apresente esse cheque antes dessa
data, senão ele volta..."
O seu amigo, que lhe passou o cheque, disse que só vai ter dinheiro na conta lá na
data futura. Se você levar para trocar hoje no banco, o cheque não terá fundos...
Pois bem. O problema todo é que você está precisando daquele dinheiro do cheque
hoje. Não dá para esperar que chegue aquela data futura. O que você faz? Você vai
tentar trocar o seu cheque, em instituições financeiras que realizam esse tipo de
transação.
Eu sei, professor, são as lojas de factoring, não é?
Sim. Lojas de factoring fazem isso. Bancos também fazem. Vamos chamar então de
instituição financeira, Ok?
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Aí você entrou numa dessas lojas, no intuito de descontar o seu cheque pré-datado.
Suponhamos que o valor nominal do cheque - ou seja, o valor escrito na face do
cheque - era de R$ 10.000,00.
Minha pergunta é: você acha que vai sair com R$ 10.000,00 no bolso?
Será que não, professor?
Não mesmo.
Mas o valor do cheque não é de R$ 10.000?
Sim. Mas estes R$ 10.000 é o quanto vale aquele cheque lá naquela data futura,
para quando está previsto o seu resgate.
Se você resolveu trocá-lo antes daquela data, ou seja, se você resolveu descontá-lo
antecipadamente, o valor que irá resgatar por ele será um valor menor.
Do contrário, qual seria a vantagem da loja de factoring (ou do banco) em receber
um cheque pré-datado hoje, pagando por ele a mesma quantia que ele só valerá
daqui a alguns meses?
Para a instituição financeira que irá descontar o seu título antecipadamente, o
interessante é que você, que levou o título para ser descontado, saia da loja com o
menor valor possível no bolso. Está claro isso?
Quanto menos a loja de factoring lhe pagar por aquele cheque, melhor para ela. (E
pior para você...)
E o que é isto que a instituição financeira está fazendo? Uma operação de desconto.
Então você percebe que a operação de desconto pode ocorrer em nosso benefício,
como também desfavoravelmente a nós.
Na primeira situação, você antecipa o pagamento de uma obrigação, e vai pagar um
valor menor. Bom para você. Na segunda, você desconta antecipadamente um título,
e vai receber por ele um valor menor. Nem tão bom assim...
Enfim. O importante nisso tudo, é que aprendemos o que é uma operação de
desconto.
Passemos agora a falar com detalhe de cada elemento desta operação.
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Assim, o Valor Nominal é a quantia que você teria que pagar (ou que receber) numa
data posterior.
Mas ocorre que você resolveu pagar aquele valor (ou recebê-lo) antecipadamente. E
em decorrência desta antecipação, você irá pagar (ou receber) um valor
necessariamente menor.
Este valor menor – em que se transformará aquele título – será pago (ou recebido)
quando?
Não seria hoje, professor?
Exatamente! Ele será pago (ou recebido) hoje. Na data atual. Portanto, este valor
menor – no qual se transformou o valor nominal do título por conta da antecipação
– será chamado por nós de Valor Atual (A).
Assim, já somos capazes de criar o desenho básico de toda e qualquer operação de
desconto! Vejam:
N
O n
D (Desconto)
A
O n
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Assim, surge a primeira equação de Desconto do nosso Curso. Nós a chamaremos
de equação curinga do Desconto, porquanto ela será sempre verdadeira, e
sempre aplicável, em toda e qualquer operação de desconto, independentemente do
seu regime ou da sua modalidade.
Vejam:
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1ª) Qual é o regime desta operação de desconto? Simples ou composto?
E uma vez respondida esta primeira pergunta, aí então você fará a segunda
verificação:
2ª) Qual é a modalidade desta operação de desconto? Por dentro, ou por
fora?
Somente então, quando estas duas questões estiverem tratadas, é que poderemos
começar a resolver o problema.
Não há como acertar a questão de desconto, se você errar na identificação do regime
ou da modalidade da operação.
Diante de um enunciado que traga uma operação de desconto, existem quatro
possibilidades:
- Desconto Simples Racional (por dentro);
- Desconto Simples Comercial (por fora);
- Desconto Composto Racional (por dentro);
- Desconto Composto Comercial (por fora).
Quatro diferentes caminhos, e quatro diferentes resultados.
Como só há uma resposta certa, você não pode errar na interpretação do enunciado.
Pois bem. Estamos, neste capítulo, estudando operações de Desconto Simples. Por
enquanto, é o regime simples que nos interessa.
Vamos conhecer agora, como é que se processam as operações de Desconto Simples
por Dentro, e de Desconto Simples por Fora.
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M
Nos Juros Simples:
C
J=C.i.n
N
No Desconto Simples Por
Dentro (ou Racional):
A
D=A.i.n
A outra fórmula do Desconto Simples Racional também é idêntica à que aparece nos
Juros Simples, para cálculo do Montante. Da mesma forma, só teremos que atentar
para a nomenclatura dos elementos correspondentes. Veja:
M
Nos Juros Simples:
C
M=C.(1+i.n)
N
No Desconto Simples Por
Dentro (ou Racional):
A
N=A.(1+i.n)
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3.4. Resumo das Fórmulas de Desconto Simples Racional (Por Dentro):
Será este o nosso arsenal:
DESCONTO SIMPLES RACIONAL: EQUAÇÃO 1
D=A.i.n
N = A.(1+i.n)
E para fechar o pacote, poderemos também utilizar, se necessário, a equação curinga
do desconto, na resolução de problemas de desconto simples por dentro. Veja:
D=N–A
Vamos treinar?
Um título com valor nominal de R$10.000,00 foi resgatado dois meses antes
do seu vencimento, sendo-lhe por isso concedido um desconto racional
simples, à taxa de 5% ao mês. Nesse caso, de quanto foi o valor pago pelo
título?
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Sol.: O enunciado aqui também já revelou de forma expressa que a operação de
desconto em apreço ocorre no regime simples, e na modalidade de desconto racional.
Estamos agora na situação de quem deve uma obrigação futura e quer antecipar seu
pagamento.
A exigência universal prescreve que taxa e tempo devem estar na mesma unidade.
Aqui, temos uma taxa anual (48% ao ano) e o tempo de antecipação em meses (5
meses).
Poderemos, portanto, se quisermos, trabalhar com taxa e tempo em termos anuais;
ou colocá-los ambos (taxa e tempo) em termos mensais; ou até mesmo em outra
unidade.
Qual o melhor caminho, professor?
O melhor caminho é sempre aquele que nos parecer mais prático e mais rápido!
Deixando tudo em meses, por exemplo, como faríamos? Teríamos apenas que alterar
a unidade da taxa anual, transformando-a numa taxa ao mês. Estamos em qual
regime? No Regime Simples. E qual o conceito que utilizaremos sempre que formos
alterar a unidade da taxa no Regime Simples? O conceito de Taxas Proporcionais.
Raciocinaremos assim: taxa ao ano para taxa ao mês; ano para mês; maior para
menor; do maior para o menor, nós dividimos. Quantos meses tem um ano? Doze.
Logo, dividiremos por 12.
Teremos que: 48% ao ano = (48/12) = 4% ao mês
Quanto irei pagar hoje por um título que vence daqui a três meses, se seu
valor nominal é de R$10.000,00, considerando uma taxa de juros simples de
5% ao mês?
Sol.: Essa questão tem algo essencial a ser aprendido. Comecemos buscando
identificar o assunto. Ora, o enunciado sugere que irei pagar um título de forma
antecipada. Ou seja, o vencimento do título era para uma data futura (daqui a três
meses), e iremos pagá-lo hoje. Então, não resta dúvida que estamos diante de uma
questão de desconto.
Daí surgem aquelas duas perguntas preliminares: qual o regime da operação? E qual
a sua modalidade?
Quanto ao regime, vamos procurar no enunciado as palavras simples ou composto.
Achamos a palavra simples. Logo, trata-se de uma questão de Desconto Simples.
E quanto à modalidade? O enunciado nada falou expressamente que nos
possibilitasse identificar o tipo de desconto simples, se por dentro ou por fora. Ou
seja, o enunciado silenciou acerca da modalidade do desconto.
E agora, professor? Como faremos para descobrir a modalidade do desconto?
É muito simples! Vamos aprender?
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3.5. Enunciado Omisso Quanto à Modalidade do Desconto:
Quanto irei pagar hoje por um título que vence daqui a três meses, se seu
valor nominal é de R$10.000,00, considerando uma taxa de juros simples de
5% ao mês?
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Confere, professor!
Você acha que a loja de factoring vai querer lhe pagar um valor maior ou menor por
aquele cheque?
Um valor menor, é claro!
Isso mesmo! Para lhe pagar um valor menor por aquele cheque, o valor do desconto
terá que ser o maior possível! Confere?
Confere, professor! E aí?
E aí que, para que o desconto seja maior, a taxa da operação terá que incidir sobre
o valor maior. E quem é o valor maior, o Nominal ou o Atual?
O valor maior é o Nominal, professor!
Exatamente. Assim, o desconto que é feito no comércio, realizado pelas instituições
financeiras, é o desconto comercial, desconto por fora, no qual a taxa incidirá
sobre o valor nominal.
Assim, se o valor de referência no desconto por fora é o valor nominal, teremos o
seguinte:
D=N.i.n
Ora, da equação curinga do desconto, sabemos que D=N–A.
Daí, diremos que: N.i.n = N – A
Isolando o valor atual, teremos: A = N – N.i.n
E colocando valor nominal em evidência, teremos: A=N.(1–i.n)
Eis, portanto, a segunda equação do desconto simples por fora:
A = N.(1–i.n)
E para fechar o pacote, poderemos também utilizar, se necessário, a equação curinga
do desconto:
DESCONTO SIMPLES COMERCIAL: EQUAÇÃO 3
D=N–A
De resto, é sempre bom lembrar que só se pode aplicar qualquer destas fórmulas
após observar se está cumprida a exigência universal da Matemática Financeira, qual
seja, taxa e tempo na mesma unidade.
Fiquei ainda com uma dúvida, professor!
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Pode falar.
Numa questão de desconto, basta o enunciado dizer que a operação está
sendo feita por um banco ou por uma loja de factoring, e eu já saberei que
se trata do desconto comercial?
Ótima pergunta. A resposta é negativa: não basta a questão falar em banco ou em
“instituição financeira” para se reconhecer o desconto comercial. É preciso analisar
todas as informações do enunciado para chegar à conclusão correta, Ok?
Vamos treinar?
Um título que vale R$100.000,00 foi resgatado um ano antes do seu
vencimento. Considerando o desconto comercial simples e uma taxa de 4%
ao mês, de quanto será o valor pago pelo título?
Sol.: O enunciado fala do resgate antecipado de um título. Estamos, portanto, diante
de uma operação de desconto, e a questão é explícita ao revelar o regime simples
e a modalidade de desconto comercial, ou por fora.
Resta-nos observar se está cumprida a exigência universal. Temos taxa mensal
(4%a.m.) e tempo de antecipação anual (1 ano).
Fica, então, a gosto do freguês escolher a unidade na qual irá trabalhar.
Se preferir a unidade mensal, basta dizer que 1 ano é igual a 12 meses. Só isso.
Daí, teremos:
à A = N.(1 – i.n) à A = 100.000 (1 – 0,04 x 12) à A = 100.000 x 0,52
E: à A=52.000,00 à Resposta!
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Ou seja, a questão propõe, para o mesmo título, mesma taxa e mesmo tempo de
antecipação, uma mudança na modalidade do desconto simples.
Assim, este enunciado irá fornecer o valor de um dos tipos de desconto simples (por
dentro ou por fora), e pedirá o valor do outro tipo. Serão também dados da questão
a taxa e o tempo de antecipação, que serão os mesmos para as duas operações.
Se você se deparar com uma questão assim, que pede a relação entre os valores do
Desconto Simples por Dentro e do Desconto Simples por Fora, mantendo-se para
ambas as operações a mesma taxa e o mesmo tempo de antecipação, a resolução
se fará de forma quase imediata, aplicando-se a seguinte relação:
RELAÇÃO ENTRE OS DESCONTOS SIMPLES
Df = Dd.(1+i.n)
A exigência desta fórmula, já sabemos, é que taxa e tempo estejam na mesma
unidade.
Trata-se da questão de resolução mais rápida de uma prova de matemática
financeira, e já foi cobrada reiteradamente em diversos concursos ao longo dos anos.
Vamos treinar?
80
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Imagine que 100 seja o valor nominal de um título. E que 80 seja o valor atual.
O desenho é um só. Para este desenho, quanto é o valor do desconto?
O desconto é 20, professor!
Isso mesmo. Então a situação agora é a seguinte: para o mesmo valor de desconto
(ou seja, para o mesmo desenho), qual é a relação entre a taxa de desconto simples
por dentro, e a taxa de desconto simples por fora?
Responda o seguinte: para 100 virar 80, ele tem que ser reduzido em quantos por
cento?
Em 20%, professor!
Perfeito. Mas para 80 virar 100, ele tem que crescer que percentual? Será que são
os mesmos 20%?
Não, professor! Se 80 aumentar 20%, se transforma em 96, e não em
100...
Muito bem observado. As taxas que levam um valor a se tornar o outro são
diferentes. É esta relação entre as taxas que a questão vai querer saber.
Você percebe a diferença entre esta presente situação e a anterior?
Naquela, a taxa era a mesma, e a questão queria a relação entre os descontos. Aqui,
o Desconto é o mesmo, e a questão quer a relação entre as taxas.
Nesta caso, você resolverá o problema muitíssimo rapidamente, se utilizar a seguinte
fórmula de atalho. Veja:
𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎
− =𝒏
𝒊𝒇 𝒊𝒅
Ou seja, para encontrar a outra taxa, basta conhecer o valor de uma delas e o tempo
de antecipação. Obviamente que este atalho considera a compatíveis as unidades de
taxa e tempo. (É a velha e boa exigência universal da Matemática Financeira).
O que há mais para se saber sobre este atalho, professor?
Há o seguinte: já foi dito no início deste capítulo que há um tipo de desconto que é
irmão dos juros. Que tipo de desconto é irmão dos juros?
É o desconto por dentro, professor!
Isso mesmo. Assim, a taxa de desconto simples por dentro também pode ser tratada
por taxa efetiva de juros.
Daí, se uma questão de prova vier falando sobre desconto simples, fornecer a taxa
de desconto simples por fora (taxa de desconto comercial) e pedir o valor da taxa
efetiva de juros (ou apenas taxa efetiva), saberemos então que o que ele quer é a
taxa de desconto por dentro.
Vamos treinar?
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Sol.: A questão nos fala sobre uma operação de desconto simples comercial, o
desconto por fora. Fornece-nos, como dados da questão, o tempo de antecipação
(n=1,5 mês), a taxa (i=5% a.m.), e mais uma valor de R$ 370.000.
Que valor é esse, professor?
Ora, se é dito que Pedro descontou um título e recebeu R$ 370.000, fica claro que
estes R$ 370.000 é o valor em que se transformou o valor nominal.
É o valor atual, professor!
Exatamente. Assim, com estas primeiras informações, somos capazes de descobrir o
Valor Nominal do título, que é esta a primeira pergunta da questão.
Aplicando a fórmula do desconto simples por fora, teremos:
à A=N.(1-i.n) à 370.000 = N . (1 - 0,05 x 1,5) à 370.000 = 0,925 . N
Daí: à N = 370.000 / 0,925 à N=400.000,00 à Resposta!
N=400.000,00 é a primeira resposta que a questão nos pede. Mas não para por aí.
Há outra pergunta no fim do enunciado. A questão quer saber "o valor mais próximo
da taxa efetiva".
Ora, estamos diante de uma operação de desconto por fora (comercial) e a questão
pergunta pelo valor da taxa efetiva. Fica claríssimo que ele quer, portanto, o valor
da taxa de desconto por dentro (id).
Aplicando a fórmula de atalho, teremos:
Daí:
𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎
= 𝟏𝟖, 𝟓 ∴ 𝒊𝒅 = ∴ 𝒊𝒅 = 𝟓, 𝟒
𝒊𝒅 𝟏𝟖, 𝟓
(𝑫𝒇 𝒙 𝑫𝒅)
𝑵=
(𝑫𝒇 − 𝑫𝒅)
Ou seja, este atalho é aplicável em questões cujos enunciados fornecem os valores
dos descontos nas duas modalidades, por dentro e por fora, e é requerido o valor
Nominal do título.
Vamos treinar?
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O desconto simples comercial de um título é de $ 860,00 , a uma taxa de
60% ao ano. O valor do desconto simples racional do mesmo título é de $
781,82 , mantendo-se a taxa de juros e o tempo. Nessas condições, o valor
nominal do título é de:
Sol.: O enunciado nos dá os valores dos descontos por dentro e por fora, e pede o
valor nominal do título. Isso se encaixa como uma luva neste terceiro atalho.
Teremos:
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~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que operação de desconto consiste em projetar um valor conhecido para uma
data anterior;
2) Que a operação de desconto, a exemplo da de juros, também pode ocorrer
no regime simples ou no composto;
3) Que existem duas modalidades (dois tipos) de desconto em cada regime: o
desconto racional (por dentro) e o desconto comercial (por fora);
4) Que o tipo de desconto que é irmão dos juros é o desconto por dentro;
5) Que a equação curinga do desconto é sempre aplicável, seja qual for o regime
ou a modalidade de desconto adotados na resolução.
6) Que podemos trabalhar operações de desconto simples por dentro (racional)
pelas fórmulas ilustradas abaixo:
Fórmulas:
Equação Curinga:
D=N–A
Desconto Simples Racional:
D=A.i.n
Valor Nominal:
N=A.(1+i.n)
Fórmulas:
Equação Curinga:
D=N–A
Desconto Simples Comercial:
D=N.i.n
Valor Atual:
A=N.(1-i.n)
8) Fórmula de atalho que fornece a relação entre os valores dos dois tipos de
desconto, mantidas a mesma taxa e o mesmo tempo de antecipação:
Df=Dd(1+i.n)
9) Fórmula de atalho que fornece a relação entre as taxas de desconto simples
por dentro e por fora, mantido o mesmo valor do Desconto: (100/if)-
(100/id)=n
10) Fórmula de atalho para cálculo do valor nominal, quando são conhecidos os
valores dos dois descontos simples (por dentro e por fora): N=(Df x Dd)/(Df
– Dd)
~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho
# DESCONTO SIMPLES
01. (CLÁSSICA) Utilizando o desconto simples racional, de quanto será o
valor que devo pagar por um título com vencimento daqui a 5 meses, se o
seu valor nominal for de R$ 30.000,00, considerando uma taxa de 48% ao
ano?
a) R$ 22.000,00
b) R$ 23.000,00
c) R$ 24.000,00
d) R$ 25.000,00
e) R$ 26.000,00
02. (CLÁSSICA) O valor que irei pagar hoje por um título que vence daqui
a três meses, se seu valor nominal é de R$10.000,00, considerando uma
taxa de juros simples de 5% ao mês, é maior que R$ 8.700,00.
( ) CERTO
( ) ERRADO
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06. (FCC/SEMEF/MANAUS/2019) O valor atual de um título descontado
4 meses antes de seu vencimento, a uma taxa de desconto de 24% ao
ano, é igual a R$ 19.320,00. Sabe-se que para esta operação utilizou-se
o critério do desconto comercial simples. Se fosse considerada uma taxa
de desconto igual a 75% da taxa anterior, o valor do desconto deste título
seria de
a) R$ 1.260,00. c) R$ 1.470,00. d) R$ 1.575,00.
b) R$ 1.680,00. e) R$ 1.365,00.
09. (FCC) Em uma mesma data, uma empresa desconta dois títulos da seguinte
maneira:
I. O primeiro título, de valor nominal igual a R$ 25.000,00, foi descontado 4
meses antes de seu vencimento, a uma taxa de desconto de 2% ao mês.
II. O segundo título foi descontado 2 meses antes de seu vencimento, a uma
taxa de desconto de 2,5% ao mês.
Sabe-se que para o primeiro título considerou-se a operação de desconto
comercial simples e para o segundo título a de desconto racional simples. Se a
soma dos respectivos valores atuais foi igual a R$ 43.000,00, então o valor
nominal do segundo título é igual a
a) R$ 21.000,00.
b) R$ 21.500,00.
c) R$ 22.000,00.
d) R$ 22.500,00.
e) R$ 23.000,00.
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10. (VUNESP) Um título de valor N será descontado 4 meses antes do
vencimento à taxa de desconto simples de 3% ao mês. Considere Vr o
valor líquido do resgate se a modalidade da operação for de desconto
racional; e Vc o valor líquido do resgate se a modalidade da operação for
de desconto comercial. Comparando os valores de Vr e Vc, assinale a
alternativa que melhor representa a relação entre eles.
a) Vc = 1,50 Vr.
b) Vc = 1,25 Vr.
c) Vc = 0,98 Vr.
d) Vc = 0,87 Vr.
e) Vc = 0,45 Vr.
GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D errado certo errado D A B C A C
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
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4.1. Conceito:
Ingressamos neste momento no assunto mais prático da Matemática Financeira.
Prático por quê, professor?
Porque é o tipo do assunto que se você souber resolver uma questão, saberá resolver
todas, pois são todas elas, sem exceção, resolvidas da mesma maneira, seguindo
rigorosamente o mesmo passo a passo.
Eu costumo chamar a Equivalência de Capitais de receita de bolo. Se você nunca fez
um bolo na vida, mas seguir os passos da receita, vai conseguir fazer o primeiro.
Pode até não ficar assim tão gostoso, mas com o treino e a prática, você irá se
aperfeiçoando.
Aqui também é assim: com um pouco de dedicação, você vai conseguir resolver
questões de Equivalência numa velocidade impressionante, apenas seguindo os
passos da receita que vai aprender.
Antes, porém, você tem que saber como identificar que está diante de uma questão
de Equivalência de Capitais. E é facílimo. Veja:
Suponhamos que você fez uma compra no dia de hoje, comprometendo-se a pagar
R$ 1.000 (mil reais) daqui a 30 dias, e mais R$ 2.000 (dois mil reais) daqui a 60
dias. Tudo bem? Esta é sua forma de pagamento originalmente contratada.
O tempo foi passando, e quando chegamos à data 29 dias, véspera do pagamento
daquela primeira parcela, a de R$1.000, você verificou que estava completamente,
como direi, financeiramente desprovido.
Liso, professor!
Exatamente. Assim, você pegou o telefone e ligou para seu credor, dizendo: "Olha,
eu estou sem condições de honrar o nosso compromisso... Mas eu quero pagar! Só
que quero pagar de outro jeito! Eu quero substituir aquela forma original de
pagamento por uma outra!
"Como é que você quer pagar?", perguntará o credor.
Ao que você lhe dirá: "Quero pagar por meio de duas parcelas iguais, nas datas 90
dias e 120 dias".
Está acompanhando até aqui? Havia uma forma original de pagamento (um
compromisso original) que será substituída por uma nova forma de pagar pela
mesma compra que fora feita.
Ora, sempre que o enunciado apresentar duas formas diferentes de pagamento
para a mesma compra, uma nova que substituíra a primeira, estaremos diante do
assunto Equivalência de Capitais.
Por quê, professor?
Porque, já que está havendo uma mudança na forma original de pagamento, para
que ninguém saia perdendo com esta alteração, é preciso que a nova forma de
pagamento seja equivalente à primeira. Daí o nome “Equivalência”.
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Em suma: identificar que estamos diante de uma questão de equivalência de capitais
é algo quase que imediato. Normalmente, as duas primeiras frases do enunciado já
revelam o assunto. A primeira delas, via de regra, apresenta como seria o contrato
original (a forma original de pagamento). A segunda frase começa a falar que a
pessoa devedora (que também pode ser uma empresa) está em situação financeira
difícil, e que deseja substituir, alterar, modificar, renegociar, refinanciar (são todos
verbos muito comuns neste tipo de questão) aquele contrato original, por uma nova
forma de pagamento.
Basta isso para que você tenha certeza absoluta que está diante da Equivalência de
Capitais.
E agora, professor?
Agora, apresentarei a receita de bolo, o passo a passo de resolução, que se aplica,
como já disse, a todas as questões de equivalência.
4.2. Receita de Bolo da Equivalência de Capitais:
Vamos dividir nossos passos em preliminares e efetivos.
Serão ditos preliminares porque se prestam a preparar a resolução. Após seguir estes
primeiros passos, torna-se praticamente impossível errar alguma coisa depois.
Vamos a eles.
I) Passos Preliminares de Resolução:
1º Passo) Desenhar a questão.
Ora, desenhar a questão é nada mais que passar a linha do tempo, e sobre ela colocar
as setas de todos os valores monetários, conhecidos ou não, que a questão revelar,
sobre as datas respectivas.
Atente para o fato de que o desenho da questão precisa ser um reflexo fiel do que
está dito no enunciado. Se você não estiver atento e errar o desenho da questão, aí
um abraço: sua questão está prejudicada.
Assim, só há uma coisa a ser feita: ficar concentrado na hora da leitura. No caso do
exemplo que eu citei, nosso desenho será o seguinte:
2000,
X X
1000,
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Já as parcelas de 2ª Obrigação são as que se referem à nova forma de pagamento,
que irá substituir a primeira.
Assim, em nosso desenho, faremos a anotação (I) para parcelas de 1ª obrigação e
(II) para parcelas de 2ª obrigação. Teremos:
2000,
X X
1000,
2000,
X X
1000,
0 1m 2m 3m 4m
(I) (I) (II) (II)
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Não entendi nada, professor...
Vai entender.
O que vou dizer agora é, possivelmente, a informação mais importante do assunto
inteiro.
Guarde isto:
Toda questão de equivalência é resolvida por meio de operações de
desconto!
Sendo assim, antes de começar a resolver a questão de equivalência, teremos que
atentar para as mesmíssimas duas preocupações que tínhamos quando íamos
começar a resolver uma questão de desconto, quais sejam: identificar o regime do
desconto (simples ou composto), e identificar a modalidade do desconto (por dentro
ou por fora).
Questões de Equivalência Simples podem ser resolvidas tanto por meio de operações
de Desconto Simples por Dentro, quanto por meio de operações de Desconto Simples
por Fora.
E não é você quem definirá isso: é o enunciado.
Suponhamos que, no nosso exemplo, o enunciado falou que usaremos o desconto
simples comercial.
Desconto comercial é por dentro ou por fora? Já vimos isso.
É por fora, professor!
Muito bem. Agora só falta o último passo preliminar.
Vamos a ele.
5º Passo) Localizar a data focal.
O que é data focal, professor?
Data focal é uma data de referência para a resolução da questão. É para ela que
teremos que transportar todas as parcelas do desenho.
E o faremos por meio de quê? Você já sabe.
Por meio de operações de desconto, não é, professor?
Sim! Sempre por desconto.
Você só vai entender bem o que é a data focal quando resolvermos este primeiro
exemplo.
Neste momento, importa muitíssimo conhecer as duas próximas observações, acerca
da data focal:
Obs.1) Na equivalência simples de capitais, quem manda na data focal é a questão.
Ou seja, você não tem liberdade de escolha. Quem determina a localização da data
focal (na equivalência simples) é o próprio enunciado. Qualquer data focal que ele
sugerir terá que ser imediatamente aceita.
Obs.2) Se a questão de equivalência simples nada disser acerca da data focal,
adotaremos, obrigatoriamente, a data zero.
Trata-se de uma convenção e estamos obrigados a cumpri-la, quando for o caso.
Atente para o fato de que estas duas observações são fundamentais para que você
consiga acertar a questão.
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Aqui na equivalência simples, se você erra a escolha da data focal, você chega à
resposta errada. Exatamente por isso não podemos deixar de lado estas duas
observações.
Suponhamos que nosso exemplo disse que temos que escolher, como data focal, a
data 4 meses. Assim, anotaremos esta informação no desenho, colocando, na data
4 meses, as iniciais DF (de data focal).
Teremos:
2000,
X X
1000,
0 1m 2m 3m 4m
(I) (I) (II) (II)
DF
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Repito: não é você quem definirá isso, e sim a própria questão.
Neste presente exemplo, usaremos o desconto simples comercial, como previu o
enunciado.
Vejamos novamente o desenho da questão, para fazermos isso com mais facilidade:
2000,
X X
1000,
0 1m 2m 3m 4m
(I) (I) (II) (II)
DF
Vamos começar levando para a data focal a primeira parcela do desenho, R$ 1000,
que está localizada na data 1 mês.
Teremos:
1000,
0 1m 4m
(I) DF
Veja que a data focal fica à direita da parcela 1000, de sorte que quando projetarmos
estes 1000 para lá, ele se transformará numa quantia necessariamente maior que
1000.
Quanto? Não sabemos ainda. Por isso, chamaremos este valor sobre a data focal de
E. (Poderíamos chamá-lo do que quiséssemos..., mas resolvemos chamá-lo assim,
Ok?).
Professor, como é que vou fazer uma operação de desconto, se vou
projetar a parcela R$ 1000 para uma data posterior?
Não importa que a data focal esteja no futuro! Você vai fazer, sim, uma
operação de desconto.
Como, professor?
Ora, basta que você trate este desenho como sendo de desconto.
Neste caso, o valor 1000 funcionará como valor atual, e o E funcionará como valor
nominal.
E se a questão mandou adotar o desconto simples por fora, aplicaremos a fórmula já
nossa conhecida. Teremos:
à A=N(1–i.n) à 1000=E.(1-0,10x3) à 1000 = 0,7.E à E=1000/0,7
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à E=1.428,00
Este valor E ficará guardado para daqui a pouco!
Você deve ter reparado que a parcela 1000 avançou 3 meses até chegar à data focal.
Exatamente por isso o tempo n aí nas contas foi igual a 3.
Falta levar mais alguém para a data focal?
Sim, professor, ainda falta muito!
Quem levaremos agora? Na sequência do desenho, trabalharemos agora com a
parcela R$ 2000.
E o que faremos com ele, professor?
Ora, seguindo a ordem do 1º passo efetivo de nossa receita de bolo, nós o
transportaremos para a data focal, por meio de uma operação de desconto.
Que tipo de desconto, professor?
Aquele que ficou previamente definido, lá no 4º passo preliminar. Neste caso, o
desconto simples por fora!
Teremos:
F
2000,
0 2m 4m
(I) DF
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Teremos:
X G
0 3m 4m
(II) DF
E agora, será que ainda falta levar mais alguma parcela do desenho para a data
focal?
Olha, professor, o desenho da questão ainda traz a parcela X da data 4
meses... Mas ela já está sobre a data focal, não é mesmo?
Sim! E já estando sobre a data focal, não precisaremos levá-la para lugar nenhum.
Ou seja, ele, o X da data 4 meses, já está onde queremos que esteja.
E sobre a data focal, quanto é que ele vale? Ora, vale ele próprio: X.
Assim, concluímos o primeiro passo efetivo, restando-nos agora apenas o arremate
da questão. Vamos aprender.
2º Passo) Aplicar a equação de equivalência de capitais!
Como é esta equação, professor?
É a seguinte:
(𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅
Traduzindo:
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E no caso do X que já estava sobre a data focal, ele ficou sendo X mesmo, já que
não teve que ser transportado para parte alguma.
Finalmente, meus amigos, nossa equação de equivalência ficou a seguinte:
Vamos treinar?
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Teremos:
X
8400,
3000,
Daí, a questão disse que a taxa é de 12% ao ano, e os prazos estão em meses (1,5m)
e em dias (30 dias e 60 dias). Passando todo mundo para a unidade mensal, teremos:
i=1%a.m. e prazos de 1m, 1,5m e 2m. Perceba que a alteração da unidade da taxa
(de 12% ao ano para 1% ao mês) se deu pelo conceito de taxas proporcionais, já
que estamos trabalhando no regime simples.
Nosso novo desenho será:
X
8400,
3000,
0 1m 1,5m 2m
(II) (I) (I)
Na sequência, vemos que o enunciado indicou que a questão será trabalhada por
meio de operações de desconto simples comercial, que é o desconto por fora.
E agora? Falta definir somente a localização da data focal. Nosso enunciado foi
expresso: "usando a data focal zero", foi o que ele disse na última linha. Nosso
desenho completo, portanto, é o seguinte:
X
8400,
3000,
0 1m 1,5m 2m
DF (II) (I) (I)
Agora, que todos os passos preliminares foram cumpridos, passemos aos passos
efetivos.
Comecemos levando para a data focal a parcela R$ 3000.
Teremos:
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3000,
E
0 1,5m
DF (I)
Usando a fórmula do desconto simples por fora, teremos:
à A=N.(1-i.n) à E=3000.(1 – 0,01 x 1,5) à E = 3000 . 0,985 à E=2.955,00
Levando a parcela R$ 8.400 para a data focal, teremos:
8400,
0 2m
DF (I)
Novamente aplicando o desconto simples por fora, nossas contas serão as seguintes:
à A=N.(1-i.n) à F=8400.(1 – 0,01 x 2) à E = 8400 . 0,98 à E=8.232,00
0 1m
DF (II)
(𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅
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José deve a um banco a quantia de $190.000 a ser devolvida daqui a um
mês. Como está inteiramente desprovido de recursos, propõe a prorrogação
da dívida por mais três meses. Considerando-se a data focal zero e que a
operação esteja sujeita a uma taxa de desconto comercial simples de 72%
a.a., de quanto será o valor do novo título?
0 1m 4m
DF (I) (II)
190.000,
E
0 1m 4m
DF (I) (II)
Aplicando o desconto simples por fora, e fazendo as contas, teremos:
à A=N.(1-i.n) à E=190000.(1 – 0,06 x 1) à E = 190000 . 0,94 à E=178.600,00
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X
0 4m
DF (II)
~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que a equivalência de capitais se configura sempre em que estiverem
presentes duas formas de pagamento para um mesmo bem;
2) Que operações de equivalência de capitais, a exemplo das de juros e de
desconto, também podem ocorrer no regime simples ou no composto;
3) Que as operações de equivalência se resolvem todas seguindo um mesmo
passo a passo, a mesma receita de bolo;
4) Que esta receita consiste em passos preliminares e passos efetivos;
5) Que os passos preliminares de resolução são os seguintes:
1º Passo) Desenhar a questão;
2º Passo) Identificar parcelas de 1ª e de 2ª obrigação;
3º Passo) Colocar taxa e tempos na mesma unidade;
4º Passo) Identificar o regime e a modalidade de desconto;
5º Passo) Localizar a data focal.
~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho
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04. (FCC/Adaptada) Para quitar uma dívida que apresenta na data
de hoje o valor de R$ 77.000,00, um empresário deverá efetuar um
pagamento de P reais daqui a um ano e outro de 2P reais daqui a 2
anos. Considerando o critério do desconto comercial simples a uma
taxa de 2% ao mês, obtém-se que P, desprezando os centavos, é
igual a:
a) R$ 42.333,
b) R$ 42.444,
c) R$ 42.555,
d) R$ 42.666,
e) R$ 42.777,
GABARITO
01 02 03 04
B D C E
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho
M = C .(1+i)n
Vamos falar sobre seus elementos:
- M é o Montante. É o resultado final da operação.
- C é o Capital, o elemento que dá início à operação de juros;
- i é a taxa de juros compostos (que será representada pela notação unitária);
- n é o tempo que durou a operação de juros.
Este parêntese que aparece na fórmula, (1+i)n, é de suma importância dentro de todo o
regime composto. Ele aparecerá em fórmulas de juros compostos, de desconto composto,
de equivalência composta, de rendas certas, de amortização... Enfim, este parêntese é um
verdadeiro rei no regime composto.
Por isto, vamos dar a ele um apelido. Doravante, o parêntese (1+i)n será chamado por
nós de parêntese famoso da matemática financeira.
Atente para o fato de que a nossa já tão comentada exigência universal (taxa e tempo na
mesma unidade) continua valendo aqui no regime composto, da mesma forma que valeu
no regime simples.
Resolvi que a maneira mais fácil de apresentar conceitos importantes de juros compostos
é exatamente por meio de exemplos. Vamos a eles, portanto.
Um capital de R$ 1000 é aplicado a uma taxa de juros compostos de 3% ao mês,
durante o prazo de 1 ano e 3 meses. Qual o valor do montante obtido nesta
operação?
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Sol.: A questão nos fala em capital, taxa, tempo de aplicação e montante. Ou seja,
elementos próprios da operação de juros. Diz-nos também que a taxa é de natureza
composta. Assim, estamos diante dos juros compostos.
Imediatamente, poremos no papel a equação fundamental, que diz assim:
M = C .(1+i)n
Só podemos aplicá-la se taxa e tempo já estiverem na mesma unidade.
Ora, a taxa fornecida foi mensal (3% a.m.). Já o tempo está “quebrado”: 1 ano e 3 meses.
Neste caso, não há nenhuma dificuldade em dizer que 1 ano e 3 meses é o mesmo que 15
meses. Confere? Assim, já estando cumprida a exigência universal da matemática
financeira, podemos imediatamente aplicar a equação acima.
Teremos:
i
n 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% ... ... ... ... 18%
1 1,010000 1,020000 1,030000 1,040000 1,050000 1,060000 1,070000 1,080000 1,180000
2 1,020100 1,040400 1,060900 1,081600 1,102500 1,123600 1,144900 1,166400 1,392400
3 1,030301 1,061208 1,092727 1,124864 1,157625 1,191016 1,225043 1,259712 1,643032
4 1,040604 1,082432 1,125508 1,169858 1,215506 1,262476 1,310796 1,360488 1,938777
5 1,051010 1,104081 1,159274 1,216652 1,276281 1,338225 1,402552 1,469329 2,287758
6 1,061520 1,126162 1,194052 1,265319 1,340095 1,418519 1,500730 1,586874 2,699554
7 1,072135 1,148685 1,229873 1,315931 1,407100 1,503630 1,605781 1,713824 3,185474
8 1,082856 1,171659 1,266770 1,368569 1,477455 1,593848 1,718186 1,850930 3,758859
9 1,093685 1,195092 1,304773 1,423311 1,551328 1,689478 1,838459 1,999004 4,435454
10 1,104622 1,218994 1,343916 1,480244 1,628894 1,790847 1,967151 2,158925 5,233835
11 1,115668 1,243374 1,384233 1,539454 1,710339 1,898298 2,104852 2,331639 6,175926
12 1,126825 1,268242 1,425760 1,601032 1,795856 2,012196 2,252191 2,518170 7,287592
13 1,138093 1,293606 1,468533 1,665073 1,885649 2,132928 2,409845 2,719623 8,599359
14 1,149474 1,319479 1,512589 1,731676 1,979931 2,260903 2,578534 2,937193 10,147244
15 1,160969 1,345868 1,557967 1,800943 2,078928 2,396558 2,759031 3,172169 11,973748
No miolo da tabela, nós encontraremos aquilo que nos interessa, ou seja, o resultado do
parêntese famoso. Para isso, basta fazer o cruzamento de uma linha específica (o tempo
da aplicação) com uma coluna específica (a taxa composta da operação). Do resultado
deste cruzamento, encontraremos, no miolo, o resultado do parêntese famoso. Entendido?
Então que tal descobrir quanto vale (1+0,03)15 ?
Já usando a tabela fornecida na prova pela banca, faremos:
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Tabela Financeira – (1 + i)n
i
n 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% ... ... ... ... 18%
1 1,010000 1,020000 1,030000 1,040000 1,050000 1,060000 1,070000 1,080000 1,180000
2 1,020100 1,040400 1,060900 1,081600 1,102500 1,123600 1,144900 1,166400 1,392400
3 1,030301 1,061208 1,092727 1,124864 1,157625 1,191016 1,225043 1,259712 1,643032
4 1,040604 1,082432 1,125508 1,169858 1,215506 1,262476 1,310796 1,360488 1,938777
5 1,051010 1,104081 1,159274 1,216652 1,276281 1,338225 1,402552 1,469329 2,287758
6 1,061520 1,126162 1,194052 1,265319 1,340095 1,418519 1,500730 1,586874 2,699554
7 1,072135 1,148685 1,229873 1,315931 1,407100 1,503630 1,605781 1,713824 3,185474
8 1,082856 1,171659 1,266770 1,368569 1,477455 1,593848 1,718186 1,850930 3,758859
9 1,093685 1,195092 1,304773 1,423311 1,551328 1,689478 1,838459 1,999004 4,435454
10 1,104622 1,218994 1,343916 1,480244 1,628894 1,790847 1,967151 2,158925 5,233835
11 1,115668 1,243374 1,384233 1,539454 1,710339 1,898298 2,104852 2,331639 6,175926
12 1,126825 1,268242 1,425760 1,601032 1,795856 2,012196 2,252191 2,518170 7,287592
13 1,138093 1,293606 1,468533 1,665073 1,885649 2,132928 2,409845 2,719623 8,599359
14 1,149474 1,319479 1,512589 1,731676 1,979931 2,260903 2,578534 2,937193 10,147244
15 1,160969 1,345868 1,557967 1,800943 2,078928 2,396558 2,759031 3,172169 11,973748
M = C .(1+i)n
Contudo, só podemos aplicá-la se a exigência universal já estiver cumprida. E não é o
caso: aqui nós temos uma taxa bimestral (21% a.b) e o tempo em meses (n=5m).
Guarde isto:
Sempre que, no regime composto, taxa e tempo estiverem em unidades diferentes,
faremos duas tentativas, nesta ordem:
1ª Tentativa) Recorrer ao tempo, e tentar transformá-lo para a mesma unidade
da taxa;
Esta tentativa só logrará êxito se encontrarmos, como resultado, um tempo com valor
inteiro. Do contrário:
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2ª Tentativa) Recorrer à taxa, e tentar transformá-la para a mesma unidade do
tempo.
1 + I = (1+i)k
Onde:
Se eu quiser, por exemplo, transformar uma taxa anual (de juros compostos) em uma taxa
mensal, como analisarei?
A transformação que eu pretendo é de taxa ao ano para taxa ao mês. Ano é maior do que
mês. Logo, I (izão) é a taxa ao ano, i (izinho) é a taxa ao mês. E quantos meses cabem
no ano? Doze. Então k=12.
Outro exemplo: se eu quiser transformar uma taxa semestral (de juros compostos) numa
taxa bimestral, como será?
Ora, queremos transformar uma taxa ao semestre numa outra taxa ao bimestre. Semestre
é maior que bimestre. Logo, I (izão) é a taxa ao semestre, enquanto i (izinho) é a taxa ao
bimestre. E quantos bimestres cabem em um semestre? Três. Assim, k=3.
No caso do exemplo que estamos resolvendo, queremos transformar a taxa de juros
compostos de 21% ao bimestre em uma taxa composta mensal. Como fazer?
De taxa bimestral para taxa mensal: bimestre é maior do que mês. Logo: I=21%a.b. e
i=?%a.m. Cabem 2 meses em um bimestre, de sorte que k=2.
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Aplicando o conceito de taxas equivalentes, teremos:
1 + I = (1 + i)K → 1 + 0,21 = (1 + i)2 → (1 + i)2 = 1,21
Agora você vai olhar bem para o parêntese que aparece na primeira parte da igualdade, e
vai me responder: ele se parece ou não com alguém que você já conhece?
É o parêntese famoso, professor!
Exatamente. E assim sendo, temos condições de nos socorrer da tabela financeira, caso
ela seja fornecida. Ou de algum dado adicional, no caso da questão ser da lavra da FCC.
Assim, o elaborador nos dirá: “Dado: (1,10)2=1,21”.
Ora, se temos que (1+i)2=1,21 e a questão nos diz que (1,10)2=1,21 , então deduzimos
que:
→ (1+i) = √1,21 → (1+i) = 1,10
Daí, isolando a taxa i, teremos que: i = 0,10 = 10% ao mês
Ou seja: no regime composto, teremos que: 21% ao bimestre = 10% ao mês.
Com isso, os dados do nosso exemplo agora ficam assim:
C=1000 ; n=5 meses ; i=10% a.m. (taxa composta); M=?
Aplicando a equação fundamental dos juros compostos, teremos:
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Se a questão trouxer uma taxa de 36% ao ano, com capitalização mensal, você
imediatamente saberá que está diante de uma taxa nominal.
Por quê, professor?
Porque a taxa nominal traz consigo a palavra capitalização. E, além disso, a unidade da
taxa tem que ser diferente da unidade da capitalização.
No exemplo acima, a unidade da taxa é anual (36%a.a.), e a unidade da capitalização é
mensal.
Mais um exemplo de taxa nominal: 12% ao semestre, com capitalização bimestral.
Novamente está presente a palavra capitalização, e a unidade da taxa (semestral) é
diferente da unidade da capitalização (bimestral). Ou seja, trata-se de outra taxa nominal.
Guarde isto:
A taxa nominal é sinal indicativo de Regime Composto.
Em outras palavras: a mera presença de uma taxa nominal no enunciado já indica que
estamos trabalhando no regime composto, mesmo que a questão não o diga
expressamente.
Assim, se estivermos trabalhando numa operação de juros e surgir uma taxa nominal,
então será uma questão de juros compostos.
Se aparecer uma taxa nominal numa questão de desconto, então será de desconto
composto.
Se ocorrer o mesmo numa questão de equivalência de capitais, então será equivalência
composta.
Agora muita atenção: a taxa nominal não serve para ser aplicada diretamente nas
fórmulas do regime composto. Em nenhuma delas.
Assim, a primeira providência a ser tomada, tão logo nos deparemos com uma taxa
nominal, será transformá-la imediatamente em uma taxa efetiva.
E isso é algo facílimo de ser feito. Só precisaremos nos lembrar de duas observações:
1a) Na transformação de taxa nominal em taxa efetiva, a unidade desta última
(da taxa efetiva) será sempre a mesma unidade da capitalização.
Ou seja, se vou transformar a taxa 36% ao ano, com capitalização mensal, a taxa
efetiva correspondente será uma taxa mensal, pois mensal era a capitalização na taxa
nominal.
Se eu quero transformar a taxa nominal de 24% ao semestre, com capitalização
bimestral, então a taxa efetiva será, neste caso, uma taxa bimestral, pois bimestral era
a capitalização da taxa nominal.
2a) Embora estando no regime composto, para transformar Taxa Nominal em
Taxa Efetiva, utiliza-se um conceito próprio do regime simples, que é o de Taxas
Proporcionais.
Sabendo disso, na hora de transformar 36% ao ano, com capitalização mensal,
pensaremos assim:
- Trata-se de uma taxa nominal, já que está presente a palavra capitalização e que a
unidade da taxa (anual) é diferente da unidade da capitalização (mensal).
- Terei que transformá-la imediatamente em uma taxa efetiva, cuja unidade será mensal,
já que temos capitalização mensal na taxa nominal.
- Vou usar o conceito de taxas proporcionais para fazer essa transformação. É sempre
assim, para passar de taxa nominal para taxa efetiva, usarei sempre o conceito de taxas
proporcionais.
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- Daí, por este conceito, de taxa ao ano para taxa ao mês, ano para mês, maior para o
menor, eu vou dividir. Por quanto? Por 12, já que o ano tem 12 meses.
Teremos: 36% a.a., com capitalização mensal = (36/12) = 3% ao mês
Outro exemplo: vamos transformar 12% ao semestre com capitalização bimestral
em sua taxa efetiva correspondente.
- Trata-se de uma taxa nominal, já que traz a palavra capitalização e que a unidade da
taxa é diferente da unidade da capitalização.
- Na transformação, a unidade da taxa efetiva será bimestral, já que a capitalização
também o é na taxa nominal.
- Usarei o conceito de taxas proporcionais. Daí, de taxa ao semestre para taxa ao bimestre,
semestre para bimestre, maior para menor, eu vou dividir. Por quanto? Por 3, já que um
semestre tem 3 bimestres.
Teremos: 12% a.s, com capitalização bimestral = (12/3) = 4% ao bimestre
E vamos em frente.
Um capital de R$ 1.000 será aplicado a uma taxa de 42% ao quadrimestre com
capitalização bimestral, durante o período de tempo de 3 meses. Qual o valor do
montante apurado nesta operação?
Sol.: Começo com uma pergunta: o enunciado, em algum momento, falou expressamente
se estamos trabalhando no regime simples ou no composto? Leia lá de novo. A resposta é
negativa. Porém, está implícito que o regime é o composto, pela mera presença de uma
taxa nominal.
Sempre que aparecer uma taxa nominal no enunciado, nossa primeira providência será
transformá-la em taxa efetiva.
Neste caso, já que a taxa nominal traz uma capitalização bimestral, a taxa efetiva também
terá esta unidade (bimestral). Daí, aplicando o conceito de taxas proporcionais,
pensaremos assim: taxa quadrimestral para taxa bimestral; quadrimestre para bimestre;
maior para o menor; dividiremos. Por quanto? Por 2, já que um quadrimestre tem dois
bimestres. E teremos:
42% a.q. com capitalização bimestral = (42/2) = 21% ao bimestre
Uma vez que a taxa nominal foi transformada para taxa efetiva, aquela primeira já não
nos serve para mais nada. Está morta e será portanto excluída do restante da resolução.
Agora, só falaremos na taxa efetiva. Os novos dados da nossa questão são, pois, os
seguintes:
- Capital = C=1.000,00
- Taxa = i = 21% ao bimestre (juros compostos).
- Tempo = n = 3 meses.
- Montante = M = ? (É isso o que a questão quer saber).
Ora, se a questão é de Juros Compostos, colocaremos no papel a equação fundamental,
que diz:
M = C . (1+i)n.
Já sabemos que existe uma exigência a ser observada, a fim de podermos aplicar a
equação acima: taxa e tempo têm que estar na mesma unidade. Já estão? Ainda não.
Neste caso, temos taxa bimestral (21% a.b.) e tempo em meses (3 meses).
É preciso providenciar, previamente, para que ambos, taxa e tempo, fiquem na mesma
unidade. Poderíamos dizer que 3 meses é 1 bimestre e meio, ou seja, 3 meses = 1,5
bimestre. Está certo isso? Sim, está certo. Mas na hora de aplicar a fórmula, este 1,5 ficaria
no expoente do parêntese famoso. Veja:
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M = 1000.(1+0,21)1,5.
E, conforme já dissemos, não há como, sem calculadora na mão, consiguir fazer esta conta.
Assim, a alternativa que nos restou foi deixar o tempo permanecer em meses (n=3 meses)
e irmos alterar a unidade da taxa, de bimestral para mensal. Ou seja, vamos fazer nossa
segunda tentativa. E como é que se altera a unidade de uma taxa efetiva de juros
compostos? Por meio do conceito de Taxas Equivalentes.
Teremos: 1 + I = (1 + i)K
Neste exemplo, queremos transformar uma taxa bimestral em taxa mensal. Bimestre é
maior que mês, daí I (izão) será a taxa bimestral. Mês é menor que bimestre, daí i (izinho)
será a taxa mensal. Quantos meses cabem em um bimestre? Dois. Daí, k=2. Assim,
faremos:
1+0,21 = (1+i)2 → (1+i)2 = 1,21 → (1+i)=√𝟏, 𝟐𝟏 → 1+i =1,1
Daí: i = 0,10 = 10% ao mês (taxa efetiva).
Finalmente, após isso, cumprimos a exigência universal da matemática financeira, de sorte
que, agora sim, poderemos aplicar a equação fundamental dos juros compostos. Vamos
ter que:
M = C.(1+i)n → M = 1000.(1+0,10)3 → M = 1000 . 1,331
E: M = 1.331,00 (Resposta)
Guarde isto: Um esquema mnemônico que pode ajudar muitíssimo na hora de trabalhar
com os conceitos de taxa no regime composto é o seguinte:
Taxas Taxas
Proporcionais Equivalentes
Multiplica-se ou 1+I=(1+i)k
Divide-se
Sol.: Vamos começar transformando a taxa nominal em taxa efetiva. Assim, na hora de
transformar 12% ao ano, com capitalização semestral, pensaremos assim:
- Trata-se de uma taxa nominal, já que traz a palavra capitalização e que a unidade da
taxa é diferente da unidade da capitalização.
- Nesta transformação, a unidade da taxa efetiva será semestral, já que a capitalização
também o é na taxa nominal.
- Usarei o conceito de taxas proporcionais. Daí, de taxa ao ano para taxa ao semestre, ano
para semestre, maior para menor, eu vou dividir. Por quanto? Por 2, já que um ano tem 2
semestres.
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Teremos: 12% a.a, com capitalização semestral = (12/2) = 6% ao semestre.
O que fizemos até aqui foi a primeira parte do desenho abaixo. Veja:
Taxas Taxas
Proporcionais Equivalentes
Multiplica-se ou 1+I=(1+i)k
Divide-se
Até aqui, chegamos a uma taxa efetiva semestral (6% a.s.). Mas não é isso o que a
questão quer de nós. O que é pedido é uma taxa efetiva anual. Assim, teremos que cumprir
a segunda etapa do desenho acima, transformando agora de taxa efetiva para taxa efetiva
em outra unidade. E como o faremos?
Ora, basta olhar para o desenho:
Taxas Taxas
Proporcionais Equivalentes
Multiplica-se ou 1+I=(1+i)k
Divide-se
Para uso do conceito das taxas equivalentes, pensaremos assim: de taxa semestral para
taxa anual; ano é maior que semestre. Logo: I=?%a.a. e i=6%a.s. Cabem 2 semestres
em um ano, de sorte que k=2. Aplicando o conceito de taxas equivalentes, teremos:
1 + I = (1 + i)K → 1 + I = (1 + 0,06)2
Atente que se o expoente do parêntese famoso é baixo (até 4, por exemplo), a banca
elaboradora não se verá na obrigação de fornecer nenhum auxílio, seja na forma de uma
tabela ou de um dado adicional. Por isto, é essencial estar com a tabuada em dia.
Daí, teremos que: 1 + I = 1,1236
E: I = 0,1236 = 12,36% ao ano (Resposta)
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A taxa nominal de 12% ao semestre com capitalização mensal é equivalente a
uma taxa de:
a) 6% ao trimestre.
b) 26,82% ao ano.
c) 6,4% ao trimestre.
d) 11,8% ao semestre.
e) 30% ao ano.
M = C .(1+i)INT.(1+i.Q)
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Em destaque, temos INT, que representa a parte inteira do tempo; e Q, que representa
a parte quebrada do tempo. Ora, se a questão disser que a operação de juros compostos
durou 2 meses e 10 dias, então a parte inteira do tempo será 2 meses, e a parte
quebrada, 10 dias.
Para fechar o estudo deste conceito, resta saber que a fórmula aí acima faz uma única
exigência: é preciso que as duas partes do tempo, inteira e quebrada, estejam
ambas na mesma unidade da taxa. Uma vez cumprida esta exigência, a questão se
resumirá a uma mera aplicação da fórmula.
Um capital é aplicado a juros compostos durante seis meses e dez dias, a uma
taxa de juros de 6% ao mês. Qual o valor que mais se aproxima dos juros obtidos
como porcentagem do capital inicial, usando a convenção linear?
Sol.: Veja que a questão não nos disse o valor do Capital. Todavia, a pergunta foi feita
segundo um modelo já nosso conhecido: qual o valor dos juros, como porcentagem do
capital? Assim, sempre que a questão perguntar pelo valor de um elemento, como
porcentagem de outro elemento, então você pegará esse outro, e lhe atribuirá o valor
100.
Neste nosso caso, o outro elemento era o Capital. Por isso, diremos que C=100. Pois bem.
A taxa é composta e é de 6% ao mês. O tempo de aplicação é de 6 meses e 10 dias. E a
questão nos manda usar a convenção linear.
6 meses é a parte inteira do tempo, e já está na mesma unidade da taxa. Mas teremos
que transformar 10 dias na unidade mensal. Ora, na matemática financeira, o mês tem 30
dias. Assim, 10 dias é uma fração de mês. Que fração é essa? Um terço (1/3). Assim,
trataremos as duas partes do tempo da seguinte forma:
INT = 6 meses e Q = (1/3) de mês.
Convém deixar mesmo em termos de fração a parte quebrada do tempo.
Daí, aplicando a fórmula da convenção linear, teremos:
M = C .(1+i)INT.(1+i.Q)
𝟏
𝑴 = 𝟏𝟎𝟎. (𝟏 + 𝟎, 𝟎𝟔)𝟔 . (𝟏 + 𝟎, 𝟎𝟔 . )
𝟑
Sem maiores dificuldades, você percebe que o primeiro parêntese acima é o famoso. E seu
valor, portanto, será buscado na tabela financeira. Neste caso, encontraremos 1,418519.
Já o segundo parêntese é uma conta fácil de ser feita. Senão, Vejaos: 0,06 dividido por 3,
dá 0,02. Com mais 1, fica 1,02.
Daí, concluindo as contas, teremos: M = 100 x 1,418519 x 1,02
E: M = 144,69
Mas a questão não quer saber montante. Ela quer saber dos juros. Assim, pela equação
curinga dos juros, teremos que: J = M - C
E: J = 144,69 - 100 ∴ J = 44,69
A questão não quer saber simplesmente juros. Ela quer juros como porcentagem do capital.
Ora, foi por isso que chamamos o capital de 100: para, ao final, quando descobríssemos
os juros, apenas lhe acrescermos do sinal de porcentagem.
Assim: J=44,69% (Resposta)
Este é o assunto mais fácil de toda a matemática financeira. Vamos aprendê-lo por meio
de um exemplo bem simples.
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Dois amigos empresários estão conversando, e um diz ao outro: "Olha, esse ano tive lucros
fantásticos. Meus ganhos chegaram a 80%." O outro, conhecendo a mania de grandeza do
amigo, pergunta-lhe: "Mas, me diz uma coisa: quanto foi a inflação acumulada neste
ano?"
Daí, o balde de água fria: "Amigo, você pensa que ganhou 80%. Esse seu ganho de 80%
é apenas aparente. Seu ganho real foi outro, menor que 80%."
Com esse diálogo, entendemos que Taxa Aparente é aquela que não leva em conta a
inflação acumulada no período. Se levarmos em consideração esta inflação acumulada,
então chegaremos à Taxa Real.
(𝟏+𝑻𝑨𝑿𝑨 𝑨𝑷𝑨𝑹𝑬𝑵𝑻𝑬)
Taxa Real = [ ]−𝟏
(𝟏+𝑰𝑵𝑭𝑳𝑨ÇÃ𝑶)
No nosso exemplo, temos que: taxa aparente = 80% = 0,8 e inflação = 50% = 0,5.
Para tornar-se mais exigente, a questão poderá fornecer elementos mediante os quais
você terá como descobrir qual é a taxa aparente, e qual é a inflação acumulada. Ou seja,
em vez de lhe dar essas informações "de bandeja", vai querer que você as descubra.
O enunciado vai dizer assim: "O José aplicou R$ 1000 hoje, e resgatou R$ 1200 dois meses
após". Basta isso para que você descubra qual é a taxa aparente.
Guarde isto:
Não importa se a questão disse que a aplicação durou 2 meses: no cálculo da taxa
aparente, você irá considerar sempre como se aplicação tivesse sido de apenas 1 período.
Entendido? Podiam ter sido 3 meses, 5 meses, 8 meses, não importa: você considerará
sempre como sendo 1 período apenas, para determinação da taxa aparente.
Faremos: MONTANTE = CAPITAL . (1+i)
Atenção: o expoente do parêntese acima é 1, pois estamos considerando 1 período
(conforme acabei de explicar). Como o expoente é 1, não precisa aparecer.
Teremos: 1200 = 1000 . (1+i)
Daí: 1+i = 1,2 → E: i = 0,2
Ou seja: a taxa aparente é 0,2 (ou 20%, em termos percentuais).
Depois disso, a questão dirá assim: "No primeiro mês, a inflação foi de 5%, e no segundo
mês, foi de 4%".
Com essas informações, você descobrirá a inflação acumulada no período inteiro. Para
tanto, usaremos a seguinte fórmula:
INFLAÇÃO = [(1+INFLAÇÃO1).(1+ INFLAÇÃO2)] - 1
Onde: INFLAÇÃO1 = inflação no primeiro mês; INFLAÇÃO2 = inflação no segundo mês; etc.
Se houvesse informação para outros períodos, além dos dois primeiros, a fórmula
continuaria: (1+INF.3).(1+INF.4)... etc.
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Daí, faremos:
→ INFLAÇÃO = [(1+0,05).(1+0,04)]-1
E: → INFLAÇÃO = 1,092 - 1 = 0,092
Finalmente, já conhecedores da taxa aparente e da inflação acumulada no período,
podemos agora aplicar a equação lá de cima, e descobrir qual é a taxa real desta aplicação.
Teremos: Taxa Real = [(1+0,2) / (1+0,092)] - 1
E: Taxa Real = 1,0989 - 1 = 0,0989 = 9,89% → Resposta
Suponha que você abriu uma conta de poupança no banco, e aplicou, no dia de hoje,
digamos, a quantia de mil reais. A pergunta é: daqui a exatamente vinte e nove dias,
quanto haverá naquela conta?
Acredito que em 29 dias haverá os mesmos mil reais que apliquei.
Certíssimo! E por que é assim? Porque a poupança só capitaliza seu dinheiro de 30 em 30
dias. Daí, no trigésimo dia, aquele seu capital cresce, e vira um montante, maior que o
valor que fora aplicado.
Este montante, por sua vez, torna-se o capital do segundo período, e sobre ele incidirá a
taxa da poupança, e recomeça todo o ciclo. Ou seja, daqui a mais trinta dias, esse novo
capital será mais uma vez capitalizado, crescendo novamente, e assim por diante.
Até aqui, tudo bem?
Vamos lá. Nova pergunta: você acha que seria melhor que, em vez de 30 dias após (como
é no caso da poupança), seu dinheiro capitalizasse de 15 em 15 dias?
Claro que sim, professor! Se assim fosse, a taxa de juros passaria a incidir sobre
um novo montante em menos tempo, e isso resultaria em mais dinheiro na
minha conta, ao fim de determinado prazo.
Perfeitamente!
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E se, em vez de quinzenalmente, seu dinheiro capitalizasse diariamente?
Puxa, professor! Está ficando cada vez melhor! Se fosse desse jeito, todo dia
minha conta cresceria um pouquinho!
Ótimo! Agora a pergunta fatal: e se seu dinheiro, em vez de ter capitalização diária, tivesse
capitalização contínua? Ou seja, se ele capitalizasse a cada fração infinitesimal de
tempo?
Ah, professor! Agora estou começando a entender! Quer dizer então que
capitalização contínua é uma capitalização composta, na qual o dinheiro
capitaliza a cada instante, a cada novo momento? É isso mesmo?
Sim. É isso!
Professor, e quando é que trataremos uma questão de juros compostos como
sendo deste tipo de capitalização?
Ora, somente quando o enunciado falar expressamente que assim deva ser. Ou seja,
precisa vir expresso na leitura da questão que se deve considerar a capitalização
contínua naquela operação.
E finalmente, professor, como é que se resolve uma questão dessas?
É fácil. Basta aplicar a seguinte fórmula:
M = C . ei.n
Falemos sobre os elementos da fórmula:
→ M é o Montante, ou seja, o resultado final da operação de juros;
→ C é o Capital, aquele valor que inicia a operação de juros;
→ e é o número neperiano. Trata-se de uma constante, um número irracional (a exemplo
do famosíssimo “pi”). Temos que e=2,718...
→ i é a taxa de juros compostos;
→ n é o tempo quanto durou a aplicação.
Nem preciso dizer que a exigência da fórmula é que taxa e tempo estejam na mesma
unidade. Ou seja, continua vigorando a exigência universal.
E antes que você pergunte, a resposta é não: você não terá que decorar o número
neperiano.
Há um histórico bastante reduzido de questões deste assunto em provas passadas. Vamos
aprender resolvendo uma delas.
Vamos treinar?
(FCC) Um capital de R$ 50.000,00 foi aplicado à taxa semestral i, durante 2 anos,
com capitalização contínua, apresentando, no final do período, um montante
igual a R$ 200.000,00. Utilizando ln 2 = 0,69 (ln é o logaritmo neperiano), tem-
se que i é igual a
(A) 14,02%
(B) 17,25%
(C) 30%
(D) 34,5%
(E) 69%
Sol.:
O enunciado fala expressamente em capitalização contínua. Ou seja, o assunto da
questão é revelado de forma inequívoca!
Anotando os dados fornecidos, teremos:
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→ C = 50.000,00
→ i = ? % ao semestre
→ n = 2 anos = 4 semestres (já pondo taxa e tempo na mesma unidade!)
→ M = 200.000,00
Aplicando a fórmula da capitalização contínua, teremos que:
→ M = C . ei.n
→ 200.000 = 50.000 . e 4.i
→ 4 = e 4.i
O que temos aí? Ora, temos uma equação. Uma igualdade. Para que esta igualdade
permaneça, qualquer coisa que se faça com o lado esquerdo terá que ser feito, igualmente,
com o lado direito da equação.
Assim, acrescentaremos dos dois lados um ln. E então teremos:
→ ln 4 = ln e 4.i
Ih, professor! Agora complicou! Eu nem me lembro mais do que é este tal de
ln...
O ln nada mais é que o logaritmo neperiano. Sobre ele, precisamos saber só o mínimo
necessário. Só o que é preciso para matar essa questão. Então, nada de desespero.
Vejamos. Há uma propriedade de logaritmo que diz assim:
ln ab = b. ln a
Ou seja, o expoente desce e vai para antes do ln. Entendido?
Outra informação necessária é a seguinte:
ln (e) = 1
De posse desse conhecimento, daremos sequência à resolução, fazendo o seguinte:
→ ln 4 = ln e 4.i
→ ln 4 = 4.i (ln e)
→ ln 4 = 4.i
Ao chegar neste ponto, temos que dar uma nova olhada nos dados da questão. O mais foi
dito pelo enunciado? Ora, foi dito que ln 2 = 0,69. Nesse momento vem o pulo do gato.
É agora que você teria que ter alguma presença de espírito, para dizer que 4 = 22.
Fazendo isso, teremos:
→ ln 22 = 4.i
Daí, aplicando a propriedade já comentada acima, faremos:
→ 2. ln 2 = 4.i
→ 2. 0,69 = 4.i
Daí:
→ i = (2. 0,69) / 4 → i = 0,69 / 2 → i = 0,345 = 34,5% a.s. → Resposta
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho
02. (FGV) Sabendo-se que (1,013)9 =1,12327, o valor inicial dado que um
indivíduo retirou R$ 15.000 após 9 meses, a uma taxa de juros de 1,3% ao mês,
juros compostos, é
a) R$ 12.878,96.
b) R$ 13.353,87.
c) R$ 13.567,34.
d) R$ 13.769,25.
e) R$ 13,975,00.
03. (CESPE) Situação hipotética: Para adquirir uma casa feita pelo robô, um
cliente contratou em um banco um financiamento no valor de R$ 50.000,00,
com capitalização mensal a regime de juros compostos com taxa de juros de
0,5% ao mês, que deverá ser pago integralmente somente ao final do prazo do
financiamento, que é de 20 anos. Assertiva: Nessa situação, assumindo-se 3,31
como valor aproximado de (1,005)240, ao final dos 20 anos, o comprador pagará
mais de R$ 170.000,00 reais ao banco.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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aplicação no primeiro mês foi de 5%; no segundo mês, de 10%; e no
terceiro, de 8%. Nessa situação, Pedro, ao final do terceiro mês, recebeu
de juros mais de R$ 2.400.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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juros efetiva for de 5% ao mês, será necessário um período superior a 15
meses para que o valor de um capital inicial dobre.
( ) CERTO ( ) ERRADO
12. (FGV) Suponha uma taxa de juros nominal de 10%. Considerando uma
capitalização semestral, assinale a opção que indica a taxa efetiva anual
equivalente.
a) 5%
b) 9,76%
c) 10%
d) 10,25%
e) 10,5%
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15. (FCC) Um capital é aplicado a juros compostos, durante um ano, com
uma taxa de 4% ao semestre. O valor dos juros desta aplicação foi igual
a R$ 1.020,00. Caso este capital tivesse sido aplicado a juros compostos,
durante dois anos, com uma taxa de 10% ao ano, então o montante no
final deste período apresentaria um valor igual a:
a) R$ 15.125,00.
b) R$ 15.000,00.
c) R$ 14.750,00.
d) R$ 14.500,00.
e) R$ 14.225,00.
# JC – Convenção Linear
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b) 39.600,00 e) 36.300,00
c) 37.026,00
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a
:
a) R$ 728,00 d) R$ 714,00
b) R$ 750,00 e) R$ 672,00
c) R$ 700,00
# Capitalização Contínua:
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GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D B Errado A Certo A Errado D Errado E
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
B D C Errado A D D D C E
21 22 23 24 25
C C C D D
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho
M
Nos Juros Compostos:
C
M=C.(1+i)n
N
No Desconto Composto
Por Dentro (ou Racional):
A
N=A.(1+i)n
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E para podermos aplicá-la, temos antes que cumprir a exigência universal: taxa e tempo
na mesma unidade. Na hora de cumprir esta exigência, podemos, obviamente, ter que
alterar a unidade da taxa composta. Conforme sabemos, em se tratando de uma taxa
efetiva, usaremos o conceito de Taxas Equivalentes.
Por fim, se a equação do Desconto Composto Racional não conseguir resolver a questão
sozinha, usaremos então a equação curinga do Desconto, segundo a qual:
D=N-A
E as duas, juntas, certamente darão conta do recado.
N = A.(1+i)n
E a equação curinga do desconto, sempre verdadeira e sempre aplicável:
DESCONTO COMPOSTO RACIONAL: EQUAÇÃO 2
D=N–A
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Da mesma sorte que em todas as demais fórmulas da Matemática Financeira, também
nesta teremos que observar a exigência universal, que manda que taxa e tempo estejam
na mesma unidade. Se preciso, usaremos o conceito de Taxas Equivalentes para alterar a
unidade de alguma taxa composta efetiva.
A = N.(1–i)n
D=N–A
Vamos treinar?
Sol.: Quando a questão diz que um titulo é descontado por tanto, esse tanto é o valor
descontado, e valor descontado é sinônimo de valor atual. Assim, sabemos que
A=10.000, e que n=4 meses, e que i=3%a.m., e que vamos trabalhar com o desconto
racional composto.
Utilizando o dado adicional fornecido pela questão, acerca do valor do parêntese famoso,
teremos que:
à N=10000x1,125508 ∴ N = 11.255, (Resposta)
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Um título com valor de face de $1.000.000,00 e vencimento daqui a três anos
deve ser resgatado hoje a uma taxa de juros compostos de 10% ao ano e
considerando o desconto racional. Obtenha o valor do resgate, considerando
ainda que (1,10)3=1,331.
Sol.: Sabemos que valor de face é sinônimo de valor nominal. Logo, a questão nos revela
que: N=1.000.000, n=3 anos, i=10% ao ano, e ainda que estamos trabalhando no
regime composto, e que usaremos o desconto racional.
Agora repare na pergunta da questão: obtenha o valor de resgate. O que vem a ser valor
de resgate?
Como assim?
Valor de resgate é aquele que você pega para si quando vai ao banco (ou outra instituição
financeira). No caso de uma operação de juros, você deposita hoje o seu capital, e algum
tempo depois você retorna ao banco para resgatar o montante.
Daí, fica claro que, em operações de juros, o montante será o valor de resgate.
Já numa operação de desconto, em que você vai ao banco com um título de vencimento
futuro na mão, o que você sai levando no bolso é o valor atual. Ou seja, em operações
de desconto, valor de resgate é sinônimo de valor atual.
A propósito, o valor atual tem muitos sinônimos: valor líquido, valor descontado, valor
resgatado, valor de resgate.
Vemos aqui que taxa e tempo já estão na mesma unidade. Assim, podemos de imediato
aplicar a fórmula do desconto composto racional.
São duas respostas que a questão nos pede: o valor descontado, sinônimo de valor atual,
e o valor do desconto, que é a diferença entre os valores nominal e atual.
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Teremos:
~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que também existem duas modalidades (dois tipos) de desconto no regime
composto: o desconto racional (por dentro) e o desconto comercial (por fora);
2) Que a equação curinga do desconto continua sendo aplicável também no regime
composto.
3) Que podemos trabalhar operações de desconto composto por dentro (racional)
pelas fórmulas ilustradas abaixo:
Fórmulas:
Equação Curinga:
D=N–A
Desconto Composto Racional:
N=A.(1+i)n
4) Que podemos trabalhar operações de desconto composto por fora (comercial) pelas
fórmulas ilustradas abaixo:
Fórmulas:
Equação Curinga:
D=N–A
Desconto Simples Comercial:
A=N.(1-i)n
~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
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# Desconto Composto Comercial:
Dsimples x Dcomposto
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GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08
A E A B B B E B
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Parece inacreditável, mas eis aqui um assunto que, mesmo antes de começar o seu estudo,
você já sabe praticamente tudo sobre ele.
Só que com alguns facilitadores. Ou seja, a equivalência composta é ainda mais fácil que
a simples. Vamos relembrar os passos da receita de bolo?
Os facilitadores a que me referi acima, que aparecem aqui na equivalência composta (em
relação à equivalência simples), são os seguintes:
Assim, se você identificar que está diante de uma questão de equivalência no regime
composto, já sabe que vai trabalhar com a fórmula: N=A.(1+i)n.
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A sugestão é a seguinte: diante da questão de equivalência composta, convém (não é
obrigatório, apenas conveniente) escolher, como data focal, aquela data mais à direita
do desenho.
Ora, sabemos que, feita a escolha da data focal, teremos que transportar todas as parcelas
do desenho para ela. Assim, escolhendo aquela mais à direita do desenho, levaremos as
parcelas sempre para uma data futura. E como isso é feito? Multiplicando-as, uma a uma,
pelo parêntese famoso. Veja:
N = A .(1+i)n
Cada parcela funcionará como valor atual. E sua projeção para a data focal será, por sua
vez, o valor nominal. Acreditando que você prefira multiplicar a dividir, então convém, de
fato, seguir a sugestão que estou lhe oferecendo.
Vamos treinar?
Pedro fez uma compra no dia de hoje, comprometendo-se a pagar, por ela, R$
1.000 daqui a 30 dias, e mais R$ 2.000 daqui a 60 dias. Por não dispor de recursos
suficientes, propôs ao credor substituir aquela forma original de pagamento por
uma outra, que consiste em duas parcelas iguais, com vencimentos em 90 dias e
120 dias. Considerando a taxa de juros compostos de 10% ao mês, calcule o valor
das novas prestações.
Sol.: Já sabemos como identificar uma questão de equivalência de capitais: basta que nos
sejam apresentadas duas formas de pagamento para a mesma compra. A segunda forma
irá substituir a primeira. É sempre assim.
2000,
X X
1000,
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2000,
X X
1000,
2000,
X X
1000,
0 1m 2m 3m 4m
(I) (I) (II) (II)
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2000,
X X
1000,
0 1m 2m 3m 4m
(I) (I) (II) (II)
DF
Agora, você irá de fato constatar como é fácil concluir a resolução de um problema de
equivalência composta.
Se, para projetar uma parcela para uma data posterior, no regime composto, basta
multiplicá-la pelo parêntese famoso, então não há realmente muito segredo. Veja:
- Levando a parcela de R$ 1000 para a data focal, avançaremos com ela 3 períodos. Assim,
teremos: 1000.(1+0,10)3.
- Levando a parcela de R$ 2000 para a data focal, avançaremos com ela 2 períodos. Assim,
teremos: 2000.(1+0,10)2.
- Levando a primeira parcela X para a data focal, avançaremos com ela 1 período. Assim,
teremos: X.(1+0,10)1.
A segunda parcela X não precisará ser levada para lugar nenhum, pois já se encontra sobre
a data focal.
Assim, finalmente, podemos aplicar a equação de equivalência de capitais, e teremos:
(𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅
Uma equação e uma variável: é sempre assim que terminam todas as questões de
equivalência de capitais.
Usando os dados adicionais fornecidos pela questão, faremos as contas e teremos que:
à 1000x1,331 + 2000x1,21 = 1,1X + X
Daí:
à 2,1X = 3751 ∴ X=3751/2,1 ∴ X=1.786 (Resposta)
E é só isso.
Sabendo resolver uma questão de equivalência composta, você sabe resolver todas elas.
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José obteve um empréstimo de $ 10.000 à taxa de 120% ao ano capitalizados
mensalmente. De devolução, ele pagou $ 6.000 ao final do primeiro mês e $ 3.000
ao final do segundo mês. Qual o valor que José deverá pagar ao final do terceiro
mês para liquidar o financiamento é?
Sol.: Vamos usar esta questão para aprender algo muito importante: toda situação de
empréstimo recai numa questão de equivalência de capitais.
Por uma razão bem simples: se você pegou emprestado uma quantia hoje, há de se supor
que vai devolvê-la no futuro. Assim, para que ninguém saia perdendo, nem você que pegou
emprestado e nem a pessoa que lhe emprestou o dinheiro, é preciso que o que você vai
devolver seja equivalente ao que você pegou emprestado. Daí, na questão de
equivalência que nasce de uma situação de empréstimo, se chamarmos o que foi tomado
emprestado de 1ª obrigação, todas as demais parcelas do desenho, referentes à devolução,
vão ser parcelas de 2ª obrigação. Entendido? No nosso caso, José vai tomar emprestada a
quantia de R$ 10.000 no dia de hoje, para devolver por meio de 3 parcelas, sendo que
duas delas são conhecidas, e a terceira é aquilo que a questão pergunta. Sigamos o passo
a passo da receita de bolo.
3000,
X
0 1m 2m 3m
2º Passo) Identificar quais são as parcelas de 1ª Obrigação e de 2ª Obrigação.
Acabamos de aprender: o que tomei emprestado é 1ª obrigação; o que vou devolver no
futuro, 2ª. Teremos:
10.000,
6000,
3000,
X
0 1m 2m 3m
(I) (II) (II) (II)
3º Passo) Colocar taxa e tempos na mesma unidade.
Ora, vemos aí que a questão nos apresentou uma taxa nominal. Assim, de imediato,
teremos que convertê-la em taxa efetiva. Faremos:
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à 120% a.a., com capitalização mensal = (120/12) = 10% ao mês.
Assim, chegamos a uma taxa mensal. E os prazos já estão todos fornecidos também em
meses. Ou seja, o terceiro passo já está cumprido.
10.000,
6000,
3000,
X
0 1m 2m 3m
(I) (II) (II) (II)
DF
Agora, passemos a projetar todas as parcelas do desenho para a data focal, multiplicando
cada uma delas pelo parêntese famoso. Teremos:
- Levando a parcela de R$ 10.000 para a data focal, avançaremos com ela 3 períodos.
Assim, teremos: 10000.(1+0,10)3.
- Levando a parcela de R$ 6000 para a data focal, avançaremos com ela 2 períodos. Assim,
teremos: 6000.(1+0,10)2.
- Levando a primeira parcela R$ 3000 para a data focal, avançaremos com ela 1 período.
Assim, teremos: 3000.(1+0,10)1.
A parcela X não precisará ser levada para lugar nenhum, pois já se encontra sobre a data
focal.
Assim, aplicando a equação de equivalência de capitais, e teremos:
(𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅
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(FCC) Um comerciante deve dois títulos, ambos com o mesmo valor nominal de $
100.000,00. O vencimento do primeiro ocorre dentro de 2 meses e o do segundo,
em 4 meses, mas ele deseja substituir ambos os títulos por um outro, com
vencimento em 3 meses. Se o banco que realizará esta transação opera com uma
taxa racional composta de 25% a.m., qual será o valor do novo título?
a) $ 200.000,00
b) $ 205.000,00
c) $ 210.000,00
d) $ 215.000,00
e) $ 220.000,00
Sol.: É realmente muito fácil identificar o assunto desta questão, já que o enunciado
descreve uma forma original de pagamento de uma obrigação, a qual deverá ser
substituída (confira a presença do verbo substituir) por outra nova maneira de pagamento.
Ou seja, estamos diante da equivalência de capitais.
Também fica expressamente revelado o regime composto da operação, com a expressão
taxa racional composta.
Assim, em se tratando da equivalência composta de capitais, é livre a escolha da data
focal. Podemos, pois, adotar como sendo a data 3 meses.
Confira o desenho da questão:
100.000, 100.000,
0 2m 3m 4m
(I) (II) (I)
DF
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~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que as operações de equivalência composta de capitais também se resolvem por
meio do mesmo passo a passo da equivalência simples;
2) Que ainda existem dois facilitadores na equivalência composta: 1o) Só se resolve a
equivalência composta por meio do desconto racional composto (nunca pelo
desconto comercial); 2o) A escolha da data focal é livre.
3) Que muitas vezes é conveniente escolher, como data focal, aquela mais à direita
do desenho.
4) Que os passos preliminares de resolução são os seguintes:
1º Passo) Desenhar a questão;
2º Passo) Identificar parcelas de 1ª e de 2ª obrigação;
3º Passo) Colocar taxa e tempos na mesma unidade;
4º Passo) Identificar o regime. Se for o composto: desconto composto racional;
5º Passo) Escolher a data focal.
~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
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01. (FGV) Um indivíduo precisa pagar três parcelas para quitar a compra
de um terreno. São cobrados juros compostos de 30% ao semestre. As
parcelas são de R$ 120.000,00; R$ 180.000,00 e R$ 338.000,00 e
vencem em seis meses, um ano e dois anos, respectivamente.
Esses três
pagamentos podem ser substituídos por um único pagamento, daqui a um
ano, no valor, em reais, de:
a) 458.461,54
b) 518.461,54
c) 536.000,00
d) 596.000,00
e) 638.000,00.
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02. (FCC) Uma pessoa tem uma dívida a ser cumprida que é composta
das seguintes parcelas: − Uma parcela de R$ 2.000,00 que vence daqui
a um mês. − Uma parcela de R$ 3.000,00 que vence daqui a 2 meses. −
Uma parcela de R$ 4.000,00 que vence daqui a 3 meses. A taxa de juros
compostos que está sendo cobrada é 4% ao mês. Se a pessoa decidir
liquidar integralmente o empréstimo na data de vencimento da parcela de
R$ 2.000,00, o valor total que deve ser pago nesta data, desprezando-se
os centavos, é em reais:
a) 8.583,00.
b) 8.001,00.
c) 8.560,00.
d) 8.588,00.
e) 8.253,00.
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GABARITO
01 02 03 04 05
C A C C E
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X / (1+i)n X . (1+i)n
Mas, se em vez de apenas uma, houvesse várias parcelas, será que haveria como projetá-
las de uma vez só para uma data posterior? Sim. Há como fazer isso, desde que:
1º) As parcelas sejam todas de mesmo valor;
2º) As parcelas tenham a mesma distância de tempo entre si, ou seja, que exista o
mesmo intervalo de tempo entre uma e outra (ou parcelas mensais, ou bimestrais, ou
trimestrais etc); e
3º) A operação esteja sujeita ao regime composto.
Se assim for, ou seja, se estiverem presentes estas 3 características, então ganharemos
tempo - e muito - na hora de resolver uma questão, deixando de transportar uma parcela
de cada vez, e levando-as todas, de uma vez só, para uma data posterior.
O nome desta operação é rendas certas.
Mas fique atento: só é possível trabalhar com as rendas certas, se o pacote completo
(vamos chamar assim) das 3 características acima estiver presente. Faltando uma das
características, já não funciona.
Então, para que fique bem gravado na sua mente, vamos repetir:
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PACOTE COMPLETO DAS RENDAS CERTAS:
1º) Parcelas iguais;
2º) Parcelas com mesmo intervalo de tempo entre si;
3º) Regime composto.
P P P P P P P P
Você está falando da última parcela do desenho, não é? Realmente, ninguém – em são
juízo – faria isso. Em todo caso, é assim mesmo que funciona, para efeito de aplicação da
fórmula das Rendas Certas.
E a fórmula é a seguinte:
T = P . Sn,i
Vamos falar sobre seus elementos:
- T é o valor total que você irá resgatar, em decorrência de todas aquelas aplicações, na
data da última parcela.
Esta é a informação mais importante do assunto, portanto, ...
Guarde isto:
Para efeito de aplicação desta fórmula acima, a data do resgate coincide com a
data da última aplicação.
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- P é o valor da parcela. E tem que ser todas iguais, conforme a primeira característica do
pacote completo das rendas certas;
- S sozinho não é ninguém. Ele está aí para indicar que estamos trabalhando como fator
de rendas certas: Sn,i.
- Sn,i é, conforme acabamos de dizer, o fator de rendas certas. Seu nome de batismo é
fator de acumulação de capital para uma série de capitais. Muito grande. Vamos ficar
mesmo só com fator de rendas certas.
E quando é que usaremos este fator, professor?
Ora, quando estivermos diante do pacote completo e quisermos levar várias parcelas de
uma só vez para uma data futura. Ou seja, usaremos o Sn,i quando formos realizar uma
operação de rendas certas.
Mas, professor, e como é que se determina o valor deste fator de rendas certas?
Algumas bancas, a exemplo da ESAF, fornecem uma tabela financeira própria para o Sn,i.
Outras, como a nossa FCC, não costumam fazer isto. Neste caso, é realmente necessário
conhecer a fórmula do Sn,i, para o caso de termos que fazer o seu cálculo. Vejamos:
(𝟏 + 𝒊)𝒏 − 𝟏
𝑺𝒏, 𝒊 =
𝒊
Preciso decorar esta fórmula, professor?
Obviamente que sim. E não é difícil: basta colocar o parêntese famoso no numerador, e
depois disso fazer mais duas coisas: menos 1 e sobre i. E a fórmula do fator de rendas
certas está pronta.
A FCC pode fornecer o fator de rendas certas como dado adicional da questão,
professor?
Sim, ela pode fazer isso. Neste caso, tudo ficaria bastante simplificado para nós.
Em outras situações, a FCC irá fornecer, na questão de rendas certas, apenas o valor do
parêntese famoso. Isso já nos ajudará, pois ele aparece no numerador da fórmula do Sn,i.
Faltou ainda falar sobre o significado do termo n na fórmula das rendas certas.
- n significa número de parcelas.
Só isso. Se você vai aplicar 5 parcelas, então n=5. Se vai aplicar 10 parcelas, n=10. E
assim por diante.
E finalmente:
- i é a taxa de juros compostos.
Não esqueça que só haverá operação de rendas certas se o regime for o composto. Esta é
a terceira característica do pacote completo.
Vamos treinar?
Você acabou de passar no concurso dos seus sonhos. Daí, você quer aproveitar o
primeiro salário que ganhou, e gastar tudo com presentes (para você mesmo,
obviamente! Afinal de contas, foi você quem se matou de estudar)! E assim você
fez: trocou o carango por um carro zero, fez viagens de fim de semana, no carro
novo, e com sua nova namorada; trocou todo o seu guarda-roupa; enfim: você fez
todo tipo de extravagância... E de nada adiantou: no fim do mês, ainda sobravam
R$ 1000 na sua mão.
Puxa, professor... Que situação degradante!
É verdade! Mas, continuemos nossa questão.
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Então, diante desta situação degradante, você decidiu que todo mês, exatamente
no mesmo dia, iria depositar aquele valor de R$ 1000 numa conta de poupança,
que você acabou de abrir no banco.
E assim você fez 8 (oito) aplicações mensais de R$ 1000 cada uma, a uma taxa
de juros compostos de 2% ao mês. Qual será o valor a ser resgatado, em
decorrência de todas estas aplicações, na data da última parcela?
Ora, apesar do tom de brincadeira, a questão é séria, e vamos aprender com ela.
Primeiramente vamos fazer o desenho da questão. Teremos:
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Taxas Taxas
Proporcionais Equivalentes
Multiplica-se ou 1+I=(1+i)k
Divide-se
Se for trazida uma taxa nominal, vamos transformá-la em efetiva, mediante o conceito de
taxas proporcionais. Se já estivermos com uma taxa composta efetiva, e ainda assim
tivermos que alterar sua unidade, usaremos o conceito de taxas equivalentes.
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Vejamos o desenho:
P P P P P P P P
Antes de mais nada, precisamos saber que o pacote completo das rendas certas, as 3
características, têm que estar igualmente presentes.
Para não perder a viagem:
1º) Parcelas iguais;
2º) Parcelas com mesmo intervalo de tempo entre si;
3º) Regime composto.
Já sabemos que se o resgate das parcelas estiver na data da última parcela, a fórmula que
usamos é aquela já vista por nós:
T=P.Sn,i
Mas se o resgate desejado estiver numa data futura, posterior à da última parcela,
então usaremos uma solução em dois passos. Vamos entender.
Suponhamos que você vai fazer 8 aplicações mensais de R$ 1000 cada uma, sujeitas a
uma taxa composta de 2% ao mês.
Até aqui está tudo igual ao exercício anterior, professor!
Exatamente. Vai mudar só o seguinte: você agora quer saber qual será o valor a ser
resgatado, em decorrência de todas estas aplicações, 4 meses após a data da última
parcela.
O desenho será este:
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1o Passo) Aplicaremos a fórmula básica das rendas certas, e encontraremos o resultado
das parcelas iguais na data da última delas. Foi exatamente o que fizemos na resolução
anterior. Teremos:
à T = P . Sn,i ∴ T = 1000 . S8,2% ∴ T=1000 . 8,582969 = 8.582,96
Este resultado, R$ 8.582,96, representa, sozinho, todas aquelas parcelas de R$ 1000. O
novo desenho da questão agora passou a ser o seguinte:
X
8.582,96
Fica claro, pelo desenho acima, que este resultado (R$ 8.582,96) ainda não é a resposta
que estamos procurando. Ele representa apenas o resultado das parcelas de R$ 1000 na
data da última delas. Vamos em frente.
2o Passo) Precisamos agora projetar este valor encontrado (R$ 8.582,96) para a data
futura do resgate, indicado pela questão. E o faremos por meio de uma operação de juros
compostos. Quantos meses após a última parcela teremos o resgate? 4 meses após. Assim,
teremos:
à X = 8.582,96 .(1+0,02)4 = 9,290,50 (Resposta)
~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que as rendas certas existem para transportar, de uma só vez, várias parcelas do
desenho para uma data posterior.
2) Que as rendas certas só podem ser aplicadas quando estiverem presentes as 3
características do pacote completo, quais sejam: parcelas iguais, mesma
periodicidade e taxa composta.
3) Que a fórmula das rendas certas é: T=P.Sn,i
4) Que o desenho modelo das rendas certas não admite pagamento de entrada.
5) Que a aplicação da fórmula exige que a taxa esteja na mesma unidade que o
intervalo entre as parcelas.
(𝟏,𝒊)𝒏 -𝟏
6) Que a fórmula do fator de rendas certas é: 𝑺𝒏, 𝒊 =
𝒊
~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
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# Rendas Certas:
( ) CERTO
( ) ERRADO
02. (SC) Ana comprou um apartamento financiado em 20 parcelas
mensais de R$ 5.000,00. Imediatamente após pagar a oitava prestação,
decidiu repassar o contrato para Beatriz, sua amiga, que assumiu as
parcelas não pagas do imóvel. Nessa situação, considerando que o
financiamento está sujeito a uma taxa de juros compostos de 3% ao mês,
o valor que Beatriz deverá pagar a Ana por ocasião do repasse é:
Obs.: (1,08)3=1,24
a) R$ 37.000,00 d) R$ 45.000,00
b) R$ 40.000,00 e) R$ 47.000,00
c) R$ 42.000,00
GABARITO
01) Certo 02) B 03) B
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P P P P P P P
Este é o desenho que será adotado para a aplicação da fórmula do sistema francês de
amortização.
A característica marcante dele, além do fato de as prestações serem iguais e periódicas, é
que ele não admite pagamento de entrada. Repare que a primeira parcela está ao final do
primeiro período.
Atente bem para este fato, pois é a informação mais importante deste assunto. Veja:
De acordo com o desenho modelo da amortização, a primeira parcela terá que
estar ao final do primeiro período.
Ou seja, se as prestações forem mensais, a primeira ficará no final do primeiro mês; se as
parcelas forem trimestrais, a primeira ficará no final do primeiro trimestre; e assim por
diante.
Será sempre assim, para efeito de aplicação da fórmula do sistema francês.
E qual é esta fórmula do sistema francês, professor?
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É a seguinte:
T = P . An,i
Vamos falar sobre seus elementos:
- T é o valor total que está sendo amortizado, ou seja, que está sendo diluído nas parcelas;
- P é o valor das parcelas ou prestações, as quais precisam ser todas iguais, conforme a
1a característica;
- An,i é o “fator de amortização”. O “A” serve apenas para indicar qual é o fator com o
qual estamos trabalhando, diferenciando este daquele outro fator de rendas certas (Sn,i);
E quando é que usaremos este fator An,i , professor?
Sempre que estivermos diante de uma operação de amortização pelo sistema francês.
Guarde isto:
A Fundação Carlos Chagas costuma chamar o fator de amortização (An,i) de fator de valor
atual – FVA.
E, professor, como é que se calcula este fator?
A banca ESAF costuma revelar o valor do An,i por meio de mais uma tabela financeira.
Outras elaboradoras, a exemplo da FCC, não costumam fazer isso. O mais comum é que o
An,i seja fornecido como um dado adicional da questão. Em casos mais raros, contudo, já
foi preciso aplicar a fórmula do An,i para chegar ao seu valor.
Assim, como forma de prevenção, convém conhecer a fórmula do An,i:
(𝟏 + 𝒊)𝒏 − 𝟏
𝑨𝒏, 𝒊 =
(𝟏 + 𝒊)𝒏 . 𝒊
Uma vez que já conhecíamos a fórmula do fator de rendas certas (Sn,i), fica fácil decorar
esta aí de cima: basta acrescentar à primeira um parêntese famoso no denominador.
Ou seja: An,i = Sn,i / (1+i)n.
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Vamos treinar?
José quer comprar um computador novo, que custa R$ 10.000,00 à vista. Vai
pagar uma entrada de R$ 3.000,00 e o saldo será parcelado em 7 prestações
iguais, mensais e sucessivas, vencendo a primeira um mês após a compra.
Considerando uma taxa de juros compostos de 2% ao mês, qual será o valor das
prestações?
Considere ainda que o fator de valor atual para este caso é de 6,472.
Sol.: Como primeiro passo devemos identificar o assunto da questão. Há uma compra que
será realizada por meio de várias parcelas iguais e periódicas (mensais), e a operação está
sujeita ao regime composto. Logo, temos aí as 3 características do pacote completo, que
serve tanto para rendas certas quanto para amortização.
Todavia, o objetivo destas parcelas é cristalino: diluir o valor de um bem. Daí, concluímos:
trata-se de uma questão de amortização pelo sistema francês.
A respeito daquela última informação do enunciado, o dado adicional fornecido foi, em
outras palavras, que A7,2% =6,472.
Já podemos fazer o desenho da questão. Atente para o fato de que existe um pagamento
de entrada. Teremos:
10.000,00
P P P P P P P
3.000,00
Ora, aprendemos que o desenho modelo do sistema francês não admite parcela de entrada.
Daí, temos que fazer com que esta entrada desapareça. Para isso, basta fazer uma conta
de subtração: valor à vista menos valor da entrada.
Teremos: 10.000 – 3.000 = 7.000,00.
Ou seja, após o pagamento da entrada, o valor que realmente será amortizado, que será
efetivamente diluído nas parcelas, é a diferença encontrada (R$ 7.000,00). Assim, o nosso
novo desenho da questão passa a ser o seguinte:
7.000,00
P P P P P P P
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E agora sim, temos o desenho da nossa questão perfeitamente de acordo com o desenho
modelo do sistema francês, ou seja, com a primeira parcela ao final do primeiro período.
A respeito da exigência da fórmula da amortização, vemos que a taxa da operação é mensal
(2% a.m.) e as prestações também têm periodicidade mensal. Tudo certo e tudo pronto
para fazermos as contas.
Teremos:
à T = P . An,i à 7.000 = P . A7,2% à 7.000 = P . 6,472
Daí:
à P = 7.000 / 6,472 à P = 1.081,58 (Resposta)
Há algo muito importante a ser aprendido agora, e se refere à fórmula que aplicamos
acima.
E o que é, professor?
Veja: a princípio, podemos pensar que quando o enunciado pedir de nós o cálculo do valor
das prestações, nossa última conta será sempre uma divisão. Você concorda?
Senão, vejamos:
à T = P . An,i
Daí, isolando P, teremos:
𝑻
𝑷=
𝑨𝒏, 𝒊
Voltemos então para o cálculo do valor das prestações. Vamos tentar transformar aquela
divisão em um produto?
Teremos que:
𝑻 𝟏
𝑷= ∴ 𝑷 = 𝑻 .
𝑨𝒏,𝒊 𝑨𝒏,𝒊
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Finalmente consegui chegar onde eu queria: este parêntese acima, que representa o
inverso do fator de valor atual, pode ser chamado de fator de recuperação de capital –
FRC. Assim, reescrevendo a fórmula acima, teremos:
𝑷 = 𝑻 . (𝑭𝑹𝑪)
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A primeira providência que faremos agora é eliminar a parcela de entrada do desenho, por
meio de uma simples subtração. Já sabemos que o desenho modelo do sistema francês
não admite entrada.
Fazendo isso, nosso novo desenho da questão passará a ser o seguinte:
7.000,00
P P P
P P P P
E agora teremos uma solução em dois passos. Vamos aprender.
1o Passo: Projetaremos o valor R$ 7.000,00 para a “data correta”, aquela do desenho
modelo.
Que data é esta mesmo, professor?
Um período antes da primeira prestação.
Para tanto, o valor R$7000 avançará 2 períodos, de acordo com o desenho acima.
Aplicando juros compostos, teremos:
à 7000.(1+0,02)2 à 7000 . (1,02)2
Usando o dado adicional da questão, teremos:
à 7000 x 1,0404 = 7.282,80
Feito isso, o novo desenho da questão passou a ser o seguinte:
7.282,80
P P P P P P P
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O enunciado nos disse quanto vale este fator de recuperação de capital: 0,1545.
Daí, teremos:
à P = 7.282,80 . 0,1545 à P = 1.125, (Resposta)
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Errado.
Errado por quê?
Porque somente uma parte daqueles R$ 15 que você pagou serviu para abater da dívida.
Sua obrigação original foi reduzida em apenas R$ 5,00 (cinco reais).
Os outros R$ 10,00 (dez reais) da parcela foram totalmente usados para pagamento de
juros.
Ou seja, se apenas R$ 5,00 foram usados (na parcela 1) para amortizar a dívida, então
agora passo a dever R$ 95,00.
Podemos representar todas estas informações por meio de uma tabela.
Veja:
Valor da Juros Cota de Saldo Devedor
Parcela Amortização
100,00
Iremos completando-a aos poucos, e explicando cada passo, para que fique tudo muito
bem compreendido.
O que está representado, por enquanto, é que existe um saldo devedor original, de R$
100,00. Ou seja, por enquanto nada foi pago, de sorte que este primeiro saldo devedor
representa toda a nossa obrigação (o total da dívida).
Agora vamos fazer o pagamento da primeira parcela (P1), que será de R$ 15, e
preencheremos a tabela com esta informação, discriminando também os componentes
desta P1. Teremos:
Parcela Valor da Juros Cota de Saldo Devedor
Parcela Amortização
100,00
P1 15,00 10,00 5,00 95,00
Agora vamos pensar juntos sobre o que irá acontecer ao longo do segundo mês. Serão
produzidos juros (de 10%) sobre o valor da minha nova obrigação (R$ 95,00).
Daí, numa conta óbvia, descobrimos que haverá neste segundo período juros de R$ 9,50.
Repare que estamos trabalhando ainda com o sistema francês de amortização, de sorte
que todas as parcelas são iguais. Assim, se a primeira parcela foi de R$ 15,00, as demais
também o serão.
Ora, se a segunda parcela (P2) é de R$ 15,00 e deste valor R$ 9,50 foram usados para
pagar os juros, então, o restante (R$ 5,50) será a quantia a ser amortizada da dívida.
Se o saldo devedor era de R$ 95,00, e estamos amortizando agora mais R$ 5,50, o novo
saldo devedor, após o pagamento da P2, será de R$ 89,50.
Nossa tabela, ficará assim:
Parcela Valor da Juros Cota de Saldo Devedor
Parcela Amortização
100,00
P1 15,00 10,00 5,00 95,00
P2 15,00 9,50 5,50 89,50
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Para finalizar este nosso entendimento, vamos ver como vão ficar as coisas com mais um
mês de operação.
A terceira parcela que pagaremos será também de R$ 15,00 (pois estamos no sistema
francês: parcelas iguais).
Os juros produzidos neste período são calculados da mesma forma que o fizemos para os
meses anteriores: multiplicando a taxa de juros pelo saldo devedor (J = i . SD).
Assim, se o saldo devedor era de R$ 89,50, temos que 10% deste valor será igual a R$
8,95.
Ora, se esta terceira parcela (P3) é de R$ 15,00, e se R$ 8,95 servem apenas para o
pagamento dos juros, quanto servirá de fato para amortizar a dívida?
A diferença, professor!
Isso mesmo. Na parcela P3 será amortizado da obrigação o valor de R$ 6,05 (=15–8,95).
E o que dizer sobre o novo saldo devedor, posterior ao pagamento da P3? Ora, basta
subtrair o saldo devedor “antigo” da cota de amortização (A3). E teremos que o novo saldo
devedor será de R$
Nossa tabela agora será a seguinte:
Parcela Valor da Juros Cota de Saldo Devedor
Parcela Amortização
100,00
P1 15,00 10,00 5,00 95,00
P2 15,00 9,50 5,50 89,50
P3 15,00 8,95 6,05 83,45
E assim por diante. Vamos parar a construção da tabela por aqui, pois o objetivo é apenas
que você compreenda acerca da composição das parcelas.
E para deixar absolutamente claro os cálculos que fizemos, veja o esquema abaixo:
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Na sequência, repetem-se os cálculos para cada nova linha da tabela, a partir do 2o passo
acima. (Não precisa repetir o 1o passo, uma vez que o valor das prestações já é nosso
conhecido). Com certa frequência, tabelas semelhantes à que fizemos acima estão
presentes em questões de prova de concurso. E você já não terá nenhuma dificuldade.
~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
3) Que no sistema francês as parcelas têm mesmo valor, mesma periodicidade e estão
sujeitas a uma taxa composta.
6) Que o inverso do fator de valor atual pode ser chamado de fator de recuperação de
capital (FRC).
~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho
a) R$ 5.856, d) R$ 6.540,
b) R$ 5.973, e) R$ 7.200,
c) R$ 6.230,
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GABARITO
01 02 03 04 05 06
B Certo E D B C
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Prof. Sérgio Carvalho
P5
P4
P3
P2
P1
Salta aos olhos a principal característica deste sistema: as parcelas têm valor decrescente.
Se as parcelas diminuem, professor, então porque ele se chama sistema de
amortização constante?
A resposta é simples: cada parcela irá amortizar exatamente o mesmo valor do principal.
Se a dívida, por exemplo, é de R$ 5.000 (cinco mil reais) e será paga por meio do SAC em
5 parcelas, então você fará uma conta de divisão (5000/5) e dirá que cada uma dessas
parcelas irá amortizar R$ 1.000 (mil reais) da obrigação.
Entenda melhor no desenho abaixo:
Cota de Amortização
P5
P4
P3
P2
P1
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Daí, também fica claro que o que torna estas parcelas com valores diferentes é o valor dos
juros que cada uma delas terá que suportar.
A primeira parcela pagará mais juros que todas, uma vez que o saldo devedor anterior é
a própria dívida.
Daí, à medida que cada parcela for sendo paga, reduzir-se-á o valor do próximo saldo
devedor e, consequentemente, reduzir-se-á também o valor dos juros pagos pela próxima
parcela.
A=T/n
o
2 Passo: Calcularemos os juros da primeira parcela (J1).
Como fazer isso? Multiplicando o saldo devedor anterior (que é toda a dívida: T) pela taxa
de juros da operação. Ou seja:
J1 = T . i
3o Passo: Calcularemos o valor da primeira parcela (P1).
Como fazer isso? Somando os resultados dos dois primeiros passos, uma vez que a parcela
é composta por juros e cota de amortização. Ou seja:
P1 = J1 + A
o
4 Passo: Calcular a constante de redução (K).
Que constante de redução é esta, professor?
Aqui é preciso saber que, no sistema de amortização constante (SAC), as parcelas
decrescem linearmente. Ou seja, cada próxima parcela será igual à anterior, subtraída de
uma constante.
Como já conhecemos o valor da primeira prestação P1 (resultado do 3o passo), basta agora
fazermos descobrirmos o quanto vale a constante de redução K, e saberemos o valor de
todas as demais prestações.
Como fazer isso? Multiplicando o valor da cota de amortização A (resultado do 1o passo)
pela taxa de juros da operação. Ou seja:
K=A.i
E está completa a nossa pequena receita de bolo.
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Atente para o fato de que, aqui no SAC, já que todas as parcelas têm valores diferentes
umas das outras, a questão terá que especificar, na pergunta, qual das parcelas ela quer
que seja calculada.
Guarde isto:
Para podermos iniciar o passo a passo do SAC, é preciso verificar se a unidade da taxa de
juros compostos da operação coincide com a unidade do intervalo de tempo entre as
parcelas.
Ou seja, se as parcelas são mensais, teremos – necessariamente – que trabalhar com uma
taxa mensal. Se as parcelas são trimestrais, taxa trimestral. E assim por diante.
Havendo necessidade de alterar a unidade da taxa fornecida, a fim de cumprir esta
adequação, usaremos os conhecimentos dos conceitos já estudados anteriormente.
Vamos a um exemplo.
José quer comprar uma casa pelo valor R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), por
meio do SAC (sistema de amortização constante), em 10 prestações mensais e
sucessivas, vencendo a primeira delas um mês após a compra. Considerando a
taxa de juros compostos de 2% ao mês, calcule o valor da sétima prestação.
Sol.: O assunto da questão já está expressamente revelado: SAC. A propósito, sempre
que o elaborador quiser criar uma questão de amortização para ser resolvida pelo SAC, ele
terá que trazer esta informação de forma expressa no enunciado. Em outras palavras: a
questão de amortização só será de SAC se questão o disser expressamente.
Na sequência, vemos que a primeira parcela está ao final do primeiro período, de sorte
que não há nenhum pagamento de entrada nesta compra. Perceba que o desenho modelo
do SAC também não admite a presença de uma entrada, a exemplo do desenho modelo
do sistema francês.
A verificação preliminar da compatibilidade entre a unidade da taxa e a periodicidade das
parcelas também está cumprida, haja vista que temos taxa mensal (2% a.m.) e parcelas
mensais.
Já podemos, pois, dar início ao passo a passo do SAC. Teremos:
1o Passo) T / n = A à 50.000 / 10 = 5.000 à A = 5.000,00
2o Passo) T . i = J1 à 50.000 . 0,02 = 1.000,00 à J1 = 1.000,00
3o Passo) A + J1 = P1 à 5.000 + 1.000 = 6.000 à P1 = 6.000,00
4o Passo) A . i = K à 5.000 . 0,02 = 100,00 à K = 100,00
Descobrimos, portanto, que a primeira parcela (P1) vale R$ 6.000,00, e que cada próxima
parcela será reduzida da constante K=100.
Assim, teremos:
à P1 = 6.000,00
à P2 = 5.900,00 (=6.000-100)
à P3 = 5.800,00 (=5.900-100)
à P4 = 5.700,00 (=5.800-100)
à P5 = 5.600,00 (=5.700-100)
à P6 = 5.500,00 (=5.600-100)
à P7 = 5.400,00 (=5.500-100)
à P8 = 5.300,00 (=5.400-100)
à P9 = 5.200,00 (=5.300-100)
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à P10 = 5.100,00 (=5.200-100).
Como a questão quer saber o valor da sétima prestação, encontramos que:
à P7 = 5.400,00 (Resposta).
Professor, haveria uma maneira de chegar ao valor da P7 sem ter que ficar
subtraindo de uma por uma?
Claro que sim. Veja que, no SAC, as parcelas decrescem, formando entre si uma
progressão aritmética de razão negativa.
Assim, basta conhecer o valor da primeira prestação (3o passo da receita de bolo) e o valor
da constante de redução (4o passo da receita de bolo), e descobriremos o valor de qualquer
das demais prestações, aplicando a fórmula abaixo:
Pn = P1 – (n-1).K
Onde:
à Pn é a enésima prestação, ou seja, é aquela que desejemos calcular;
à P1 é a primeira prestação (resultado do 3o passo);
à n é o número da prestação que queremos descobrir;
à K é a constante de redução das parcelas (resultado do 4o passo).
Na questão acima, por exemplo, sabíamos que P1=6.000,00 e que K=100. Assim, se
quiséssemos chegar ao valor de P7 diretamente, faríamos assim:
à Pn=P1-(n-1).K à P7=6000-(7-1).100 à P7=6000-600 à P7=5.400,00 (Resposta)
É muito importante conhecer esta técnica acima, pois pode ocorrer, na sua prova, de a
questão de SAC pedir o cálculo de uma parcela muito à frente. A 57a parcela, por exemplo,
de um total de 80.
Seria inviável fazer tantas subtrações até chegar à resposta. Não daria tempo. Daí, a
solução imediata seria fazer: P57 = P1 – 56.K
Entendido?
Uma última observação sobre o SAC, ainda usando o exemplo do José que fizemos acima.
Peço que você repare no valor da décima e última prestação que ele pagou pela casa. E
veja se este valor coincide com a soma de dois passos da nossa receita. Tente descobrir.
Professor, a última parcela (P10) foi de R$ 5.100,00. Este valor coincidiu com a
soma dos resultados do 1o e do 4o passo, ou seja, cota de amortização (A) mais
a constante de redução (K). Isso foi uma mera coincidência?
Não. Será sempre assim.
Portanto, não custa nada guardar mais esta informação.
Guarde isto:
No SAC, sistema de amortização constante, teremos que:
PÚLTIMA = A + K
Já houve questão de concurso em que este conhecimento se fez necessário.
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9.7. Sistema de Amortização Misto (SAM):
O sistema misto ganha este nome exatamente porque ele mistura os dois outros sistemas
que já estudamos: o francês e o SAC.
O enunciado criará uma situação de venda, fornecerá os dados necessários, e perguntará
pelo valor de uma determinada prestação, pelo sistema de amortização misto.
Daí, nosso trabalho consistirá em:
1o) Calcular o valor da referida prestação pelo sistema francês;
2o) Calcular o valor daquela mesma prestação pelo sistema de amortização constante
(SAC);
3o) Calcular, finalmente, o valor da prestação questionada, fazendo assim:
Ou seja, somaremos os dois valores obtidos para aquela específica prestação – pelo
sistema francês e pelo SAC – e depois dividiremos este resultado por 2. A resposta da
divisão será também a resposta da questão.
Não se torna muito demorada uma questão de sistema misto, professor?
De fato. É preciso treinar bastante para ganhar velocidade.
Vamos treinar?
José quer comprar uma motocicleta, que custa, à vista, R$ 10.000,00.
Considerando uma taxa de juros compostos de 2% ao mês, e que a compra se
dará por meio de 20 prestações mensais postecipadas, calcule o valor da sétima
prestação, considerando o sistema de amortização misto.
Dados adicionais: FRC=0,061157.
Sol.: A única novidade deste enunciado foi a expressão “prestações postecipadas”.
O que significa isso, professor?
Significa, simplesmente, que a primeira prestação será paga ao final do primeiro período.
Daí, se tivermos “prestações mensais postecipadas”, a primeira delas será paga ao final
do primeiro mês.
Se a questão tivesse dito “prestações trimestrais postecipadas”, a primeira delas seria paga
ao final do primeiro trimestre.
Se fossem “prestações semestrais postecipadas”, a primeira delas seria paga ao final do
primeiro semestre.
E assim por diante.
A expressão “prestações postecipadas”, portanto, só diz respeito à data da primeira
prestação, que será paga sempre ao final do primeiro período.
De outra sorte, se a questão falasse em “prestações antecipadas”, significaria que a
primeira delas seria paga no início do primeiro período, ou seja, na data da compra.
Em outras palavras, prestações antecipadas indica que a primeira parcela funciona como
um pagamento de entrada.
Se estivermos, em vez disso, diante de uma compra a prazo com carência, ou seja, em
que há um intervalo de tempo maior que um período entre a data da compra e a da
primeira prestação, diremos que as prestações são diferidas.
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Guarde isto:
à Prestações postecipadas: primeira parcela ao final do primeiro período;
à Prestações antecipadas: primeira parcela no início do primeiro período;
à Prestações diferidas: compra com carência (mais de um período).
Retornando ao nosso exemplo, vemos que ele fala expressamente que temos que trabalhar
com o sistema de amortização misto (SAM).
Assim, vamos dividir nossa resolução em três partes.
1a Parte: Sistema Francês.
Já sabemos que no sistema francês todas as parcelas são iguais. Teremos, pois, que:
à T = P . An,i à P = T / An,i à P = T . (FRC)
A questão forneceu um dado adicional, considerando o FRC=0,061157
Daí:
à P = 10.000 . 0,061157 = 611,57
Deixemos guardado este resultado para daqui a pouco: PFRANCÊS=611,57
2a Parte: Sistema de Amortização Constante (SAC).
Basta seguir a receita de bolo:
1o) T/n=A à 10.000 / 20 = 500,00 à A=500,00
2o) T.i=J1 à 10.000 . 0,02 = 200,00 à J1=200,00
3o) A+J1=P1 à 500+200=P1 à P1=700,00
4o) A.i=K à 500 . 0,02 = K à K=10,00
Daí, se queremos o valor da P7, teremos:
à Pn = P1 – (n-1).K à P7 = P1 – (7-1).K
E:
à P7 = 700 – 6x10 = 700 – 60 à P7=640,00
Ou seja: PSAC=640,00
3a Parte: Sistema de Amortização Misto (SAM).
Agora basta somar os valores encontrados nos passos anteriores, e dividir o resultado
desta soma por 2.
Teremos:
à PSAM = (PFRANCÊS + PSAC) / 2
à PSAM = (611,57 + 640,00) / 2 à PSAM =625,78 (Resposta)
Uma questão que deveria valer três pontos, em vez de um só...
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
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03. (FCC) Uma dívida no valor de R$ 10.000,00 foi liquidada pelo Sistema
de Amortização Constante (SAC) por meio de 50 prestações mensais
consecutivas, vencendo a primeira delas um mês após a data do
empréstimo. Se a taxa foi de 2% ao mês, é verdade que:
a) a cota de amortização paga na 5a prestação foi de R$ 250,00.
b) a cota de juro paga na 10a prestação foi de R$ 164,00.
c) o valor da 15a prestação foi R$ 340,00.
d) o saldo devedor após ser paga a 20a prestação foi de R$ 6.200,00.
e) a cota de juro paga na última prestação foi de R$ 5,00.
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04. (FCC/SEFAZ/BA/2019) Uma empresa obteve um empréstimo de R$
1.000.000,00 para ser liquidado em quatro parcelas anuais, sendo
obrigatório o pagamento de juros e principal em cada parcela. A taxa de
juros compostos negociada foi 10% ao ano e foi adotado o sistema de
amortização constante (SAC). O saldo devedor remanescente do
empréstimo no final do segundo ano, após o pagamento da segunda
parcela, era, em reais,
a) 685.000,00 d) 700.000,00.
b) 800.000,00 e) 710.000,00.
c) 500.000,00.
GABARITO
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
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Trata-se tão somente de uma linha do tempo, sobre a qual estarão dispostos valores
positivos e valores negativos.
Valores positivos são todos aqueles que representam ingresso de recursos, ou seja,
dinheiro entrando no bolso. A questão pode falar em receitas, em ingressos, em ganhos,
em entradas, ou qualquer outro termo de mesmo significado.
Na linha do tempo do fluxo de caixa, desenharemos os valores positivos com setas para
cima.
Valores negativos, por sua vez, são aqueles que representam que o dinheiro está saindo
do bolso. São normalmente chamadas de despesas, retiradas, desembolsos, ou qualquer
outro sinônimo.
Desenharemos os valores negativos com setas para baixo.
E como é uma questão de fluxo de caixa, professor?
Ora, o enunciado dirá tudo a respeito das parcelas (positivas e negativas), seus valores e
respectivas datas, e dirá também qual é a taxa de juros compostos envolvida. Daí, ela, a
questão, escolherá uma data qualquer, e pedirá que você calcule o resultado do fluxo de
caixa naquela data específica.
E como faremos isso, professor?
Faremos isso transportando para a data requerida todas as parcelas do desenho. Daí,
encontraremos, ao final, uma seta para cima, representando o resultado da soma de todas
as parcelas positivas naquela data, e uma seta para baixo, com o resultado de todas as
parcelas negativas.
E a última conta será uma simples subtração.
Vamos treinar?
Considere o seguinte fluxo de caixa: um desembolso de R$1.000 na data zero,
uma despesa de R$ 5.000 na data 1 mês, e cinco receitas mensais e consecutivas,
de R$2.000, a partir da data 2 meses. Se a taxa de juros compostos da operação
é de 2% ao mês, calcule o resultado deste fluxo de caixa na data da última parcela
de R$2.000.
Dados adicionais: (1,02)5=1,104 e (1,02)6=1,126
Sol.: Nossa resolução deve começar sempre pelo desenho. Teremos:
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2.000 2.000
1.000
5.000
Veja que as duas parcelas negativas foram designadas por desembolso e despesa,
enquanto as parcelas positivas, por receitas.
Atente para o fato de que o desenho da questão deve ser um retrato fiel do que está
previsto no enunciado. Uma seta colocada no local errado, e tudo já irá por água abaixo.
Uma vez feito (e conferido) o desenho, relemos o enunciado à procura da data de
referência, escolhida pela questão, para a qual projetaremos todas as parcelas, positivas
e negativas.
Vemos, então, que a questão nos pediu o resultado do fluxo de caixa na data da última
parcela de R$ 2.000,00. É como se ela passasse a ser, para nós, como uma data focal.
Vamos assinalar isto no desenho? Teremos:
2.000 2.000
DF
1.000
5.000
Nosso trabalho agora consiste em transportar para esta data focal tanto as parcelas
positivas quanto as negativas.
Comecemos por estas últimas:
Veja que a parcela negativa de R$1000 vai avançar 6 períodos. Logo, multiplicando-a pelo
parêntese famoso, teremos:
à 1000 . (1+0,02)6 = 1000 . 1,126 = 1.126,00
A parcela negativa de R$5000, por sua vez, avançará 5 períodos até chegar à data focal.
Daí, teremos:
à 5000 . (1+0,02)5 = 5000 . 1,104 = 5.520,00
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Somando estes dois resultados, teremos o somatório negativo do fluxo de caixa na data
focal. Assim, teremos:
à Somatório Negativo Total = 1.126 + 5520 = 6.646,00
Trabalhemos agora com as parcelas positivas. Olhando bem para o desenho, enxergamos
facilmente três características:
1a) Parcelas iguais (R$2000);
2a) Mesmo intervalo de tempo entre as parcelas (são mensais);
3a) Taxa de juros compostos.
Ou seja, estamos diante daquele pacote completo, que se aplica tanto a operações de
rendas certas quanto a operações de amortização (pelo sistema francês).
Daí, claramente percebemos que podemos transportar todas as parcelas positivas de uma
vez só, o que tornará nossa missão bem mais rápida e ágil.
Para onde vamos transportar as parcelas positivas, professor?
Para a data escolhida pela questão. Lembre-se de que estamos buscando o resultado do
fluxo de caixa. E a data que o enunciado escolheu foi a da última parcela positiva.
Assim, diante deste objetivo, você acha que usaremos que tipo de operação?
Seriam rendas certas, professor?
Exatamente. Por meio de uma operação de rendas certas, projetamos de uma só vez várias
parcelas – iguais, de mesma periodicidade e regime composto – para a data da última
delas.
Isso já foi aprendido por nós no capítulo 8 deste Curso.
Daí, teremos:
à T = P. Sn,i à T = 2000 . S5,2%
A questão não forneceu o valor do fator de rendas certas para esta operação. Teremos,
pois, que fazer este cálculo.
Assim:
(𝟏.𝒊)𝒏 0𝟏 (𝟏.𝟎,𝟎𝟐)𝟓 0𝟏
à 𝑺𝒏, 𝒊 = à S5,2% =
𝒊 𝟎,𝟎𝟐
𝟏,𝟏𝟎𝟒0𝟏 𝟎,𝟏𝟎𝟒
à S8,2% = = = 𝟓, 𝟐
𝟎,𝟎𝟐 𝟎,𝟎𝟐
Daí:
à T = 2000 . 5,204 = 10.408,00
Eis, então, o nosso somatório positivo do desenho na data requerida: 𝚺 + = 𝟏𝟎. 𝟒𝟎𝟖, 𝟎𝟎
Finalmente, dispondo dos resultados finais positivos e negativos do fluxo na data indicada
pela questão, resta-nos confrontá-los:
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10.408,
6.646,
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2.000 2.000
DF
1.000
5.000
Podemos começar nosso trabalho agora com as parcelas positivas. Veja que na resolução
passada, usamos rendas certas e encontramos o resultado das parcelas de R$2000 na data
da última delas.
O que fizemos lá foi o seguinte:
à T = P. Sn,i à T = 2000 . S5,2% à T = 2000 . 5,204 = 10.408,00
Assim, na data 6 meses, o resultado positivo era R$10.408. Veja:
10.408
DF
1.000
5.000
Ocorre, porém, que nosso interesse agora não é no resultado da data 6, e sim da data
zero.
Daí, projetando aquele resultado positivo para a data atual, teremos:
à 10.408 / (1+0,02)6 = 10.408 / 1,126 = 9.243,33
Eis aí o nosso resultado positivo na data zero: 𝚺 + = 𝟗. 𝟐𝟒𝟑, 𝟑𝟑
No tocante aos valores negativos, vemos que a parcela R$ 1000 já está sobre a data de
nosso interesse, de sorte que não terá que ser transportada para nenhum lugar.
Assim, resta apenas projetarmos para a data zero a parcela R$ 5.000, fazendo-a recuar
de um período.
Teremos:
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à 5.000 / (1+0,02)1 = 5.000 / 1,02 = 4.901,96
Para compor o somatório negativo do desenho, teremos que somar este valor encontrado
acima com o da parcela negativa que já estava sobre a data zero (R$1000).
E teremos, então:
à 4.901,96 + 1.000 = 5.901,96
Ou seja, o resultado final negativo na data zero é este: 𝚺 − = 𝟓. 𝟗𝟎𝟏, 𝟗𝟔
Finalmente, fazendo o confronto entre dois somatórios (positivo e negativo), chegaremos
ao último desenho da questão:
9.243,33
5.901,96
Realizando a subtração final, teremos, pois, que o valor presente líquido procurado será:
à VPL = 9.243,33 – 5.901,96 à VPL = 3.341,37 (Resposta)
Guarde isto:
O valor presente líquido também costuma ser bastante utilizado como técnica de decisão
entre dois ou mais investimentos possíveis. Ou seja, diante de duas ou mais opções de
investimento, a melhor será aquela que apresentar o maior VPL.
10.3. Taxa Interna de Retorno (TIR):
Ainda relacionado à ideia de fluxo de caixa, temos aqui mais um conceito importante da
matemática financeira – a taxa interna de retorno (TIR) – frequentemente cobrado em
questões de provas de concurso, particularmente nos certames elaborados pela Fundação
Carlos Chagas. É mais um assunto de fácil entendimento e aplicação.
Taxa interna de retorno é aquela taxa que irá anular o fluxo de caixa na data zero.
Ora, vimos que um fluxo de caixa contém valores positivos e valores negativos. Caso
projetemos as parcelas positivas e negativas para a data zero, chegaremos a um desenho
assim:
𝚺(+)
𝚺(−)
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Só existe uma única taxa de juros compostos que, aplicada no transporte das parcelas
positivas e negativas para a data zero, irá tornar o somatório final positivo exatamente
igual ao somatório final negativo.
É a taxa interna de retorno, professor?
Ela mesma. E agora que você já entendeu do que se trata, vai aprender como ela é
descoberta.
O que iremos fazer, tão somente, é tratar a questão que pede o cálculo da TIR como sendo
uma questão de equivalência composta de capitais. (Lembra-se da receita de bolo?)
A única diferença virá na hora de aplicarmos a equação de equivalência, que será agora
adaptada para o seguinte:
(+)𝐃𝐅 = (−)𝐃𝐅
Ou seja: o somatório das parcelas positivas, após levadas para a data focal, é igual ao
somatório das parcelas negativas, também depois de levadas para a data focal.
O elemento desconhecido desta equação será justamente a taxa, a qual será exatamente
a TIR.
Vamos treinar?
Sol.: Ora, sempre que a questão falar em taxa interna de retorno, já se sabe que o desenho
trará, necessariamente, parcelas positivas e negativas, mesmo que seja uma só de cada
tipo.
Neste enunciado, é dito que o José vai retirar uma quantia em dinheiro do próprio bolso a
fim de realizar o tal investimento. Daí, este aporte de capital de que a questão nos fala é,
na verdade, um valor negativo.
Com o passar dos meses, José terá o seu retorno: as receitas do seu investimento. Assim,
os R$10.000 na data 1 mês, os R$20.000 na data 2 meses, e os R$30.000 na data 3 meses
são as parcelas positivas deste fluxo de caixa.
O desenho da questão, portanto, é o seguinte:
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30.000
20.000
10.000
1m 2m 3m
48.160
E já que vamos tratar esta questão (de TIR) como sendo uma operação de equivalência
de capitais composta, lembraremos que na equivalência composta a escolha da data focal
é livre.
Podemos, pois, adotar como data focal aquela mais à direita do desenho, qual seja, a data
3 meses.
Teremos:
30.000
20.000
10.000
1m 2m 3m
DF
48.160
Temos agora que projetar todas as parcelas do desenho para esta data focal escolhida.
Comecemos com as parcelas positivas:
A parcela R$10.000 vai avançar 2 períodos. Logo:
à 10.000 . (1+i)2
A parcela R$20.000 vai avançar 1 período: Logo:
à 20.000 . (1+i)1
A parcela R$30.000 já está sobre a data focal, e não precisará ser transportada para lugar
nenhum. Na data focal, ela vale os próprios R$30.000.
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De parcela negativa só existe uma: a de R$48.160. Para chegar à data focal, ela terá que
avançar 3 períodos. Logo:
à 48.160 . (1+i)3
Finalmente, aplicando a equação de equivalência, adaptada à questão de taxa interna de
retorno, teremos:
(+)𝐃𝐅 = (−)𝐃𝐅
E como a igualdade foi confirmada, encontramos a taxa interna de retorno que estávamos
procurando:
à TIR = 10%a.m. (Resposta)
4K – 128
3K
1 2 ANOS
5K + 1300
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O valor de K é:
a) R$ 3.896,00
b) R$ 5.000,00
c) R$ 117,84
d) R$ 260,00
e) R$ 714,00
Sol.: Aprendemos que a questão de taxa interna de retorno (TIR) é uma questão de
equivalência composta de capitais, em que teremos uma equação de equivalência
adaptada. Apenas isso. Assim, é livre a escolha da data focal. Optaremos aqui pela data
mais à direita do desenho.
Assim, projetando para lá todas as parcelas do desenho, teremos:
à (5K + 1300).(1+0,20)2 = (5K + 1300).(1,44) = 7,2.K + 1872
à (3K).(1+0,20)1 = 3k . 1,2 = 3,6.K
A parcela positiva (4K-128) não precisou ser transportada para lugar nenhum, pois já se
encontra sobre a data focal.
Assim, aplicando a equação de equivalência adaptada para a TIR, teremos:
à (Somatório Positivo na data focal) = (Somatório Negativo na data focal)
à 3,6.K + 4K – 128 = 7,2.K + 1872
à 7,6.K – 128 = 7,2.K + 1872
Daí, isolando a variável, teremos:
à 0,4.K = 2000
à K = 2000 / 0,4 à K = 5.000,00 (Resposta)
~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
1) Que em um fluxo de caixa estarão presentes valores positivos (que implicam ingressos)
e negativos (que implicam retiradas).
2) Que a questão de fluxo de caixa escolherá uma data, para a qual serão transportadas
todas as parcelas do desenho. Após isso, confronta-se o somatório total positivo com o
somatório total negativo, e determina-se, naquela data específica, o resultado do fluxo.
3) Que valor presente líquido (VPL) é o resultado do fluxo de caixa na data zero (data
atual).
4) Que taxa interna de retorno (TIR) é a única taxa capaz de anular o fluxo de caixa na
data zero.
5) Que questões de TIR são resolvidas como sendo de equivalência composta de capitais,
adaptando-se a equação de equivalência para: + 𝐃𝐅 = − 𝐃𝐅
~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho
Ano 0 1 2 3
Valor (R$) – 30.000,00 8.800,00 16.940,00 19.965,00
O valor presente líquido desse fluxo de caixa, na data zero, à taxa de atratividade de
10% ao ano, a juros compostos, em reais, é
a) 6.000
b) 7.000
c) 11.800
d) 12.000
e) 15.705
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04. (VUNESP) A tabela a seguir exibe o fluxo de caixa nos 3 primeiros meses de um
investimento:
GABARITO
01 02 03 04 05
B D C D Certo
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