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MATEMÁTICA FINANCEIRA

Prof. Sérgio Carvalho

Capítulo I: Conceitos Iniciais

1. Prolegômenos da Matemática Financeira


A Matemática Financeira lida com dinheiro. É fato: nenhuma questão de uma prova
de matemática financeira deixará de versar sobre algum valor monetário. Pode ele
ser dinheiro vivo, ou pode estar representado por um título, ou seja, um documento
que representa um valor monetário, a exemplo de um cheque, uma duplicata, uma
nota promissória etc.

1.1 Lei Fundamental da Matemática Financeira


Importante é saber que na Matemática Financeira, o dinheiro nunca fica
parado. Ele se movimenta com o passar do tempo. É como um rio. Se uma nota de
R$ 50,00 está na sua mão, e se você está dentro de uma operação de matemática
financeira, então:
- amanhã, ela já valerá mais de R$ 50,00;
- e ontem, ela valia um pouco menos.

1.2 Taxa: o “Elemento da Mágica”


Há um elemento, presente em toda a Matemática Financeira, que realiza esta
mágica, de fazer com que o dinheiro nunca fique parado. Este elemento é o que
chamamos de taxa.
Taxa é um percentual, seguido de uma unidade de tempo.
Veja alguns exemplos:
- 1% ao dia;
- 5% ao mês;
- 10% ao bimestre;
- 15% ao trimestre;
- 20% ao quadrimestre;
- 30% ao semestre;
- 60% ao ano.

Taxas incidirão sobre o dinheiro, fazendo com que este mude de valor com o correr
do tempo.
Assim, é exatamente este o objeto da Matemática Financeira: descobrir como o
dinheiro se comporta ao longo do tempo.
Se você, por exemplo, tem R$ 1.000,00 (mil reais) aí na sua mão, e só vai precisar
desse dinheiro daqui a 3 meses, então você pode:
- colocar essa quantia escondida dentro do travesseiro, e deixar o tempo
correr; ou
- ir ao banco, e depositar esse valor numa conta de "poupança", e aguardar
o tempo passar.

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O que é mais inteligente a ser feito? Aplicar o dinheiro no banco, é lógico. Se o fizer,
haverá uma taxa de juros agindo naqueles 3 meses, de sorte que o dinheiro não
ficará parado.
E deixar o dinheiro dentro do travesseiro? Pode ser uma grande furada... O dinheiro
ficará parado. Só se movimentará se alguém descobrir o seu segredo... Aí ele vai sair
do travesseiro para dentro do bolso de algum esperto. E ainda assim, não aumentará
um centavo que seja.
Conclusão: esconder o dinheiro dentro do travesseiro não é uma operação da
Matemática Financeira. (Aposto que você já sabia disso...)

1.3 O Elemento Tempo


Veremos ao longo deste Curso que o elemento tempo estará envolvido em todas as
nossas questões. Como vimos, será de nosso interesse saber como o dinheiro se
comporta com o transcorrer do tempo.
É exemplo disso a situação seguinte:
“Se tenho hoje uma quantia de R$ 1.000,00 (mil reais) e a depositar numa conta de
poupança de um banco qualquer, quanto irei resgatar (retirar, sacar) daqui a 3
meses?”
Vemos que o fator tempo está no cerne da questão. Aqui, estamos tomando um valor
conhecido hoje e o transportando para uma data futura (3 meses após hoje).
Ora, se é verdade que o dinheiro nunca fica parado na Matemática Financeira, então
certamente resgataremos na data futura um valor maior do que aquele que
aplicamos.
Outro exemplo:
“Tenho uma dívida no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) que deverá ser paga
daqui a 3 meses. Porém, pretendo antecipar o pagamento desta dívida e pagá-la
hoje. Quanto terei que pagar por esta obrigação?”
Agora temos a situação inversa: vamos tomar uma quantia que somente seria devida
numa data futura (daqui a 3 meses) e transportar esta obrigação para uma data
anterior (o dia de hoje, também conhecido como data zero).
E se estamos recuando no tempo com o dinheiro, então teremos hoje que pagar um
valor menor do que aquele que seria devido na data futura. Ou seja, pagaremos
menos de R$ 5.000,00.
Estes dois exemplos são elucidativos: servem para nos mostrar a importância do
elemento tempo em uma questão de Matemática Financeira e para entendermos
como funciona a sua lei fundamental.

1.4 Os Regimes da Matemática Financeira


Outra informação crucial para este início é a seguinte: toda a Matemática Financeira
está dividida em dois grandes "blocos", aos quais chamamos de "regimes". Assim,
existe o chamado regime simples, e existe o chamado regime composto.
Toda e qualquer operação de Matemática Financeira estará - necessariamente -
inserida num desses dois regimes, ou no simples, ou no composto.
É sempre assim.
Quando coloca aqueles R$ 1.000 na conta de poupança, para resgatar um valor maior
no futuro, você está fazendo uma operação conhecida como operação de juros.

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Existem operações de juros ocorrendo no regime simples, e existem operações de
juros ocorrendo no regime composto.
Você só poderá começar a resolver qualquer questão de juros quando estiver convicto
a respeito do regime em que ela está inserida.
Por que preciso me preocupar com isso, professor?
Por uma razão muito simples: os resultados de uma mesma operação de juros são
diferentes, caso você adote um regime ou outro.
Em palavras mais claras: o resultado final da operação de juros simples é diferente
do resultado final da operação de juros compostos. (Só há um caso excepcional em
que esses dois resultados são iguais, e o veremos oportunamente). Como só existe
uma resposta certa na questão, você não tem a liberdade de escolher qual dos
regimes irá utilizar.
Ou seja, você está obrigado a adotar, na resolução do problema, o regime que a
questão determinar que seja usado.
Estas mesmíssimas palavras valem não apenas para operações de juros, mas para
todos os tipos de operação da matemática financeira (desconto, equivalência de
capitais etc.)
Assim, guarde bem isto: a primeira preocupação nossa, antes de começar a
resolver qualquer questão de matemática financeira, será sempre a mesma:
identificar o regime em que ela ocorre, se é o simples ou se é o composto.
No próximo capítulo, você irá compreender melhor a diferença entre os dois regimes,
por meio de um exemplo ilustrativo que será apresentado.
Por enquanto, ficamos assim: só se pode resolver qualquer problema de Matemática
Financeira, seja de qual assunto for, quando houver convicção acerca do regime,
simples ou composto.

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Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que a Matemática Financeira tem uma “lei”, segundo a qual o dinheiro nunca
fica parado;
2) Que existem dois regimes na Matemática Financeira, o simples e o composto,
definidos pela natureza da taxa que incide sobre a operação.
3) Que a definição do regime é passo anterior e imprescindível à resolução de
qualquer problema da Matemática Financeira.
4) Que o objeto desta disciplina é exatamente definir como os valores monetários
se comportam ao longo do tempo.
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Guarde bem estas informações iniciais, pois serão úteis ao longo deste Curso.

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Capítulo II: Juros Simples

2.1. Conceito e Elementos de uma Operação de Juros:


Operação de Juros é aquela em que se projeta um valor monetário conhecido para
uma data posterior. Tão somente isso.
Assim, se tenho hoje no meu bolso a quantia de R$ 500,00, e me dirijo ao banco e
deposito este valor numa conta de "poupança", e deixo este dinheiro lá por alguns
meses, eu estou, na verdade, submetendo aquele "capital" a uma operação de juros.
Na linguagem matemática, o valor monetário que é nosso conhecido hoje, e que será
projetado (transportado) para uma data futura, é o que chamaremos de Capital (C).
Este ficará aplicado durante um determinado período de tempo (n), ao fim do qual
se transformará em um valor maior.
Lembre-se de que o dinheiro nunca fica parado, não é mesmo? Daí, o valor maior no
qual se transformará o capital aplicado é o que chamaremos de Montante (M).
Esqueceu-me apresentar-lhe a linha do tempo.
Será costume nosso, de agora em diante, representar os problemas que iremos
trabalhar por meio de um desenho. Calma, não é desenho artístico. É apenas um
tracinho na horizontal, e alguns na vertical... (E também não precisa de muito
preciosismo, Ok? Se os traços não ficarem muito bem desenhados, não tem
problema. Basta que sirva para você enxergar a questão).
Pois bem. A linha do tempo é uma linha horizontal, que começa, via de regra, com a
chamada data zero, que corresponde ao dia de hoje. Veja:

Repare que nosso valor monetário conhecido, o Capital, é aquele que inicia, no dia
de hoje, a operação de juros. (Foi no dia de hoje que você se dirigiu ao banco para
depositá-lo na conta de poupança). Assim, teremos:

Ao final da operação, transcorrido o tempo (n) em que você deixou seu dinheiro
aplicado, chegará o dia do resgate. Ora, sabendo que o Montante (a ser resgatado)
é um valor maior que o Capital, a seta que o representará será também uma seta
maior. Teremos:

O n
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Ora, você já sabe perfeitamente que o elemento da mágica, aquele que faz com que
o dinheiro nunca fique parado, mas se movimente com o transcorrer do tempo, é
exatamente a taxa (i).
Assim, por enquanto, já falamos de quatro elementos de uma operação de juros:
- Capital (C): é o valor a ser projetado para o futuro. É ele quem dá início à operação;
- Tempo (n): é a distância cronológica que separa a data em que o capital se
encontra, e a data para a qual ele será projetado. Em outras palavras, é o quanto
vai durar a operação de juros;
- Montante (M): é o valor em quanto se transformou o Capital. Consiste no resultado
final da operação de juros; e
- Taxa (i): o elemento da mágica, que movimenta o dinheiro com o passar do tempo.
Mas, professor, o nome do assunto é Juros.
Onde é que os Juros entram nessa história?
Ora, os juros, também chamados de rendimentos, serão apenas a diferença entre o
valor do Montante (que será resgatado) e o valor do Capital (aplicado no início).
Voltando ao nosso exemplo, se você depositou um Capital de R$ 500 numa conta de
poupança, e após seis meses de aplicação você resgatou um Montante de R$ 600,
então diremos que seus rendimentos (ou juros) foram de R$ 100.
Veja no desenho:

J (Juros)
C

O n
Assim, apenas olhando para o desenho acima, seremos capazes de criar a primeira
equação do nosso Curso. Diremos que:

Juros = Montante - Capital

Daremos ênfase a esta equação pelo fato de ela ser deveras importante para nós.
Tanto é assim que lhe atribuiremos um apelido, qual seja, Equação Curinga dos
Juros.
Por que "equação curinga", professor?
Pelo seguinte motivo: esta equação é sempre verdadeira e é sempre aplicável, para
toda e qualquer operação de Juros, seja no regime simples, seja no composto.
Ou seja: haverá sempre a possibilidade de se utilizar esta equação em qualquer
questão de juros, independentemente do regime em que transcorra.
Perceba que a equação curinga envolve 3 elementos (juros, montante e capital),
de sorte que se dois deles forem conhecidos, então imediatamente descobriremos o
terceiro desconhecido.
São, portanto, desdobramentos da equação curinga, os seguintes:

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Montante = Capital + Juros Capital = Montante - Juros


e

Obviamente que você não precisa decorar estas duas últimas equações. São meras
novas formas de apresentação da equação curinga dos juros.
Estes, são, portanto, os 5 elementos que estão presentes em qualquer operação de
juros: capital, tempo, montante, juros e taxa.

2.2. Diferença Entre Juros Simples e Juros Compostos:


Professor, no capítulo anterior foi dito acerca da existência de dois
regimes. Poderia me dar uma ideia do que diferencia o regime simples do
regime composto?
Farei um exemplo meramente ilustrativo, só para demonstrar a diferença. (Veja: é
um exemplo apenas para você entender. Não é assim que resolveremos na prova,
combinado?)
Suponhamos que eu tenha hoje uma quantia de R$ 1.000,00 (mil reais) e que não
vou precisar deste dinheiro pelos próximos três meses. Decidi, então, fazer uma
operação financeira e aplicar esse capital (de R$ 1.000,00) durante este prazo (de
três meses). Desejo saber qual será o valor que irei resgatar (montante), se nesta
minha operação incidir uma taxa de 10% ao mês.
Vamos trabalhar com os dois casos:
1o) com uma taxa de juros simples de 10% ao mês;
2o) com uma taxa de juros compostos de 10% ao mês.
Solução I – Taxa Simples de 10% ao mês
No início do primeiro mês, tínhamos R$ 1.000,00. E nossa taxa é de 10% ao mês.
Logo, ao longo do primeiro mês, nossa taxa (10%) incidirá sobre o valor do Capital.
De forma que teremos:
#$
. 1000 = 100,00
#$$
Este resultado, R$ 100,00 , é o quanto obtivemos de rendimentos, ou seja, de juros,
naquele primeiro mês. Logo, se começamos o primeiro mês com R$ 1.000,00 e
ganhamos (também neste primeiro mês) juros de R$ 100,00 (cem reais), então
terminaremos o primeiro mês com R$ 1.100,00. Vejamos:
Começo do 1o mês: R$ 1.000,00
Daí:
#$
. 1000 = 100,00 à Juros = 100,00 à Fim do 1o mês: R$ 1.100,00
#$$

No segundo mês, começaremos com R$ 1.100,00. A nossa taxa simples de 10%,


agora, incidirá sobre quem? Sobre o Capital (R$ 1.000,00) ou sobre o resultado da
operação no período anterior (R$ 1.100,00)?
Sobre quem, professor?
Aqui é que entra a natureza da taxa.
Grave isto:

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A natureza da taxa simples é de tal forma que, a cada período da aplicação,
incidirá sempre sobre o valor do Capital inicial.
Seguindo em frente, no segundo mês, ocorrerá o seguinte:
Começo do 2o mês: R$ 1.100,00
Daí:
#$
. 1000 = 100,00 à Juros = 100,00 à Fim do 2o mês: R$ 1.200,00
#$$

Ou seja, tínhamos R$ 1.100,00, ganhamos mais R$ 100,00 de juros, e terminamos


o segundo mês com a quantia de R$ 1.200,00.
E no terceiro mês? Sobre quem incidirá a taxa simples de 10%?
Agora eu sei, professor! É sobre o Capital, certo?
Certíssimo! E assim será, uma vez que a natureza da taxa simples é esta: a cada
período que passa, na operação de juros simples, ela incide sempre sobre o valor do
capital. Teremos, portanto:
Começo do 3o mês: R$ 1.200,00
Daí:
#$
. 1000 = 100,00 à Juros = 100,00 à Fim do 3o mês: R$ 1.300,00
#$$

Terminaremos nossa aplicação com um montante de R$ 1.300,00.


Construiremos abaixo uma tabela, para melhor visualizarmos os passos dessa
operação de Juros Simples que acabamos de realizar:

Meses Início do Mês Juros (i=10%a.m.) Fim do mês


o #$
1 1000 . 1000 = 100 1000+100=1.100,00
#$$
(Capital)
2o 1.100,00 #$ 1100+100=1.200,00
. 1000 = 100
#$$
3o 1.200,00 #$ 1200+100=1.300,00
. 1000 = 100
#$$
(Montante)

O que se observa de muito relevante nesta operação acima? Verificamos que os juros
produzidos em cada período é sempre um valor constante. Ou seja, neste nosso
exemplo, em cada mês tivemos juros de R$ 100,00.
E por que isso ocorreu?
Porque a taxa simples incide sempre sobre o mesmo valor, que é o Capital.

Muito bem! Passemos, pois, à segunda resolução, trabalhando agora com uma taxa
de juros compostos, ou seja, com uma taxa composta.

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Solução II – Taxa Composta de 10% ao mês
Começamos o primeiro mês com R$ 1.000,00 (mil reais). Incidindo sobre este valor
a taxa de 10%, teremos o seguinte:

#$
. 1000 = 100,00
#$$

Este resultado (R$ 100,00) corresponde aos juros produzidos no primeiro mês, de
forma que o terminaremos com R$ 1.100,00.
Percebamos que até aqui nossa operação está exatamente igual à primeira solução
(com taxa simples).
Ou seja:
Começo do 1o mês: R$ 1.000,00
Daí:
#$
. 1000 = 100,00 à Juros = 100,00 à Fim do 1o mês: R$ 1.100,00
#$$

No segundo mês, tomaremos a taxa de 10%, que agora é uma taxa composta, e a
faremos incidir sobre quem?
Sobre quem, professor?
Aí é que entra a natureza da taxa composta.
Guarde bem isto:
A natureza da taxa composta é de tal forma que, a cada período da
aplicação, incidirá sempre sobre o resultado da operação no período
anterior.

E quem foi o resultado do período anterior? Foi R$ 1.100,00.


Daí, teremos:
Começo do 2o mês: R$ 1.100,00
Daí:
#$
. 1100 = 110,00 à Juros = 110,00 à Fim do 2o mês: R$ 1.210,00
#$$

E no terceiro mês, faremos nossa taxa de 10% incidir sobre quem? Lembre-se de
que estamos com uma taxa composta.
Então incidirá sobre os R$ 1.210,00 que foi o resultado do período anterior.
É isso?
Perfeitamente! Portanto, teremos:
Começo do 3o mês: R$ 1.210,00
Daí:
#$
. 1210 = 121,00 à Juros = 121,00 à Fim do 3o mês: R$ 1.331,00
#$$

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Usando uma tabela para ilustrar a operação acima, teremos:

Meses Início do Mês Juros (i=10%a.m.) Fim do mês


o #$
1 1000 . 1000 = 100 1000+100=1.100,00
#$$
(Capital)
2o 1.100,00 #$ 1100+100=1.210,00
. 1100 = 110
#$$
3o 1.200,00 #$ 1200+100=1.331,00
. 1210 = 121
#$$
(Montante)

Analisando as duas resoluções acima, vemos que em ambos os casos tínhamos os


seguintes dados: o Capital era o mesmo (R$ 1.000); o tempo da operação era o
mesmo (3 meses); e a taxa também era a mesma (10% ao mês).
Por que então os resultados finais (montantes) foram distintos?
A diferença se deu em função da natureza da taxa: na simples, ela incidia sempre
sobre o capital; na composta, sobre o resultado da operação no período anterior.
Agora uma pergunta para você: o que podemos observar de semelhante, em termos
de resultado, nas duas operações?
Não consegui enxergar, professor...
A semelhança está no resultado do primeiro mês. Ambos foram iguais a R$ 1.100,00.
Daí, extraímos uma importante informação, que nos será muito útil no futuro: se
estivermos fazendo uma operação de juros que envolve um único período, tanto
faz usarmos os juros simples quanto os juros compostos, que o resultado será o
mesmo.
Estes exemplos acima são apenas ilustrativos. Na verdade, não é assim que
resolveremos questões de juros simples nem de juros compostos. A intenção era
apenas a de visualizar a distinção entre a natureza de uma operação no regime
simples e no regime composto.
Na sequência, vamos aprender de fato a resolver uma operação de juros simples.

2.3. Trabalhando Operações de Juros Simples:


Vimos que, nos juros simples, a taxa incide sobre o capital, em cada período de
tempo.
Traduzindo isto matematicamente, teremos:

A taxa incide sobre o capital...


taxa x Capital à i . C (ou C . i , tanto faz)

... a cada período de tempo:


Capital x taxa x tempo à C . i . n

Daí, chegamos à equação dos Juros Simples!

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Teremos, portanto, que: Juros Simples = Capital x Taxa x Tempo
Guardemos isto:
JUROS SIMPLES: EQUAÇÃO 1

J=C.i.n
Da equação curinga dos juros, aprendemos que: M = C + J.
Substituindo juros por C.i.n, teremos, então, que: M = C + (C.i.n)
Finalmente, colocando o capital (C) em evidência, teremos:

JUROS SIMPLES: EQUAÇÃO 2

M = C.(1+i.n)

Para fechar o pacote de fórmulas, poderemos também utilizar, se necessário, a


equação curinga dos juros, na resolução de problemas de juros simples. Veja:

JUROS SIMPLES: EQUAÇÃO 3

J=M–C

São, pois, estas três equações acima que compõem o nosso “arsenal” para resolver
questões de juros simples. Todavia, para podermos aplicá-las, teremos que observar
o cumprimento de uma exigência. Trata-se de algo extremamente importante na
nossa disciplina.
Que exigência é essa, professor?
É a que chamaremos doravante de exigência universal da Matemática Financeira!

2.4. Exigência Universal da Matemática Financeira:


Trata-se de uma regra que vale não apenas para o assunto juros simples, e sim para
absolutamente todos os temas do nosso Curso!
Já vimos que taxa (i) e tempo (n) são elementos que estarão sempre presentes nas
questões de Matemática Financeira, em qualquer tipo de operação (juros, desconto,
equivalência, etc.).
Pois bem. A exigência universal ordena que, na aplicação de qualquer fórmula, taxa
e tempo estejam sempre na mesma unidade!
Como assim, professor?
Ora, se estivermos diante de um enunciado que forneça uma taxa de 12% ao ano e
um período de tempo de 24 meses, percebemos claramente que as unidades
apresentadas (ano e mês) estão ainda incompatíveis.

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Ou seja, do jeito que a questão apresentou os elementos taxa e tempo, ainda não
podemos aplicar nenhuma fórmula da Matemática Financeira.
É necessário, antes de mais nada, cumprir a exigência universal, tomando a
providência cabível a fim de ter taxa e tempo na mesma unidade.
E qual deverá ser a providência cabível, professor?
Aquela que demandar menos esforço da nossa parte.
Neste caso, não há nenhuma dificuldade em afirmar que 24 meses é o mesmo que 2
anos, concorda? Daí, passaremos a trabalhar com taxa anual (12% ao ano) e tempo
também nesta mesma unidade (2 anos).
Agora sim, estamos aptos a aplicar fórmulas.

2.5. Notações da Taxa:


A notação da taxa é, em outras palavras, a maneira pela qual a taxa será
representada. Existem duas notações: a percentual e a unitária.
Nada mais fácil.
5% está em notação percentual. Se quisermos esta mesma taxa na notação unitária,
basta dividir 5 por 100, e daí teremos: 0,05.
Ou seja:
Notação Percentual Notação Unitária
5% 0,05

7% é taxa expressa em termos percentuais. Passando para a notação unitária, basta


dividir 7 por 100, e teremos 0,07.

Notação Percentual Notação Unitária


7% 0,07

15% está na notação percentual. Em notação unitária, basta dividir 15 por 100, e
teremos 0,15.
Notação Percentual Notação Unitária
15% 0,15

A notação unitária recebe este nome justamente porque nela a taxa de 100% será
representada pela unidade. Veja:
Notação Percentual Notação Unitária
100% 1,00

Guarde isto:
Na hora de aplicar as fórmulas da Matemática Financeira, além de termos que
cumprir a exigência universal (taxa e tempo na mesma unidade), a taxa terá que ser
expressa na notação unitária.

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Ou seja, se a taxa é de 5%, entrará na fórmula como 0,05. Se for 7%, como 0,07.
Se for 15%, como 0,15. E assim por diante.

2.6. Taxas Proporcionais:


Vimos acima que há uma exigência a ser observada no momento de aplicar qualquer
fórmula da Matemática Financeira. Nós a chamamos de exigência universal, segundo
a qual taxa e tempo devem estar na mesma unidade.
No exemplo citado, tínhamos taxa anual (12% ao ano) e tempo em meses (24
meses). Daí, apenas dissemos que 24 meses é o mesmo que 2 anos e cumprimos a
exigência.
Todavia, se preferíssemos, em vez disso, trabalhar com a unidade mensal, o que
faríamos? Neste caso, deixaríamos o tempo (24 meses) como está, e teríamos que
alterar a unidade da taxa.
Ora, tratando-se de uma taxa de juros simples, surge aqui o conceito de taxas
proporcionais.
Ou seja, taxas proporcionais é o conceito que usaremos sempre (não há exceção
nenhuma!) que quisermos alterar a unidade de uma taxa de natureza simples.
Trata-se de uma das regras mais simples de todo o nosso Curso. Senão, vejamos.
Para aplicar o conceito de Taxas Proporcionais, faremos apenas uma multiplicação,
ou uma divisão, conforme o caso:
- Da unidade maior para a unidade menor, você divide.
- Da unidade menor para a unidade maior, você multiplica.
Basta lembrar de um bolo (unidade maior) e de uma fatia (unidade menor): divide-
se o bolo para se chegar a uma fatia; multiplica-se a fatia para se chegar ao bolo.
Divido por quanto? Multiplico por quanto?
Basta comparar as unidades envolvidas. Veja alguns exemplos:
1) Se tivermos uma taxa i=36%a.a. (ao ano) e o tempo de aplicação n=7 meses. O
que faremos neste caso? Se você decidir deixar tudo na unidade mês, então terá que
alterar a unidade da taxa, passando-a de uma taxa anual para uma taxa mensal.
E para alterar a taxa de juros simples, usamos sempre o conceito de Taxas
Proporcionais.
Como será nosso raciocínio? De taxa ao ano para taxa ao mês; ano para mês; maior
para o menor; do maior para o menor, eu divido; um ano tem quantos meses? Doze.
Então eu divido por 12.
Só isso. E teremos: 36% ao ano = (36/12) = 3% ao mês
Daí, cumprimos a exigência universal, e passamos a trabalhar com: i=3%a.m. e
n=7m.

2) Se tivermos uma taxa i=5% a.t. (a.t. = ao trimestre) e o tempo de aplicação n=2
anos. O que poderíamos fazer?
Ora, se você decidisse trabalhar com a unidade anual, teria então que alterar a
unidade da taxa (de trimestral para anual).
Sigamos o raciocínio: de taxa ao trimestre para taxa ao ano; trimestre para ano;
menor para o maior; do menor para o maior, eu multiplico; um ano tem quantos
trimestres? 4. Então eu multiplico por 4.

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E teremos: 5% ao trimestre = (5x4) = 20% ao ano.
E a exigência já está cumprida: i=20%a.a. e n=2a.

Vamos treinar?
Um capital de R$ 1000 é aplicado durante 7 meses, a uma taxa de juros
simples de 24% ao ano. Qual o valor do Montante e qual o valor dos Juros
obtidos nesta aplicação?
Sol.: Se escolhermos a unidade mensal para trabalhar, diremos, pelas taxas
proporcionais, que 24% ao ano é o mesmo que 2% ao mês. (24/12=2). Fazendo
isso, cumprimos a exigência universal, pois agora temos taxa mensal (2% a.m.) e
tempo também na unidade mensal (7 meses).

Daí, aplicando a fórmula do montante (simples), teremos:


à M=C.(1+i.n) à M = 1000 . (1 + 0,02 x 7) à M=1.140,00 (Resposta)

Mas a questão também quer saber o valor dos juros produzidos neste período. Assim,
aplicando a equação curinga dos juros, diremos que:

à J = M – C à J = 1.140 – 1000 à J = 140,00 (Resposta)

Um capital de R$ 25 000,00, aplicado a juros simples e à taxa anual de 12%,


ao final de um período de 15 meses produzirá o montante de

Sol.: Se escolhermos a unidade mensal para trabalhar, diremos, pelas taxas


proporcionais, que 12% ao ano é o mesmo que 1% ao mês. (12/12=1). Fazendo
isso, cumprimos a exigência universal, pois agora temos taxa mensal (1% a.m.) e
tempo também na unidade mensal (15 meses).

Daí, aplicando a fórmula do montante (simples), teremos:

M=C.(1+i.n) à M=25000.(1+0,01x15) à M=28.750 (Resposta)

Um capital de R$ 10.500,00 foi aplicado a juros simples. Sabendo que a taxa


de juros contratada foi de 42% ao ano, então, não tendo sido feito qualquer
depósito ou retirada, o montante de R$ 11.725,00 estará disponível a partir
de quanto tempo da data de aplicação?

Sol.: Se escolhermos a unidade mensal para trabalhar, diremos, pelas taxas


proporcionais, que 42% ao ano é o mesmo que 3,5% ao mês. (42/12=3,5).

A questão nos disse quanto vale o montante (R$ 11.725) e o capital (10.500).

Assim, pela equação curinga, descobrimos o valor dos juros. Faremos:

J=M-C à J=11.725 – 10500 à J=1.225,00.

Finalmente, aplicando a fórmula dos juros simples, teremos:

à J=C.i.n à 1.225 = 10500 . 0,035 . n

à n = (1225) / (10500 x 0,035) à n=(1225/367,5) meses

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Lembrando que na Matemática Financeira todos os meses têm 30 dias, faremos:

#,,- ./0-$
à𝑛= 𝑥30 = = 100 dias
./0,- ./0,-

à n = 100 dias = 3 meses e 10 dias (Resposta)

Um capital foi aplicado, a juros simples, durante um período de 20 meses.


Sabendo-se que o valor do montante no final do período foi igual a 5⁄4 do
valor do capital inicial, tem-se que a taxa de juros anual correspondente foi
de

Sol.: Já que o enunciado nada disse acerca do valor do capital, podemos, se


quisermos, adotar para ele o valor de 100 (cem). Daí, o montante será igual a 5/4
de 100. Ou seja: (5x100)/4 = 125.
Assim, pela equação curinga:
J=M-C à J=25.
Aplicando a fórmula de juros simples, teremos:
J=C.i.n à 25=100.i.20 à i=25/(2000)
Ocorre que estamos trabalhando com o tempo em meses, de sorte que o resultado
desta conta será uma taxa mensal. Se quisermos transformá-la agora mesmo para
a unidade anual, pelo conceito de taxas proporcionais, basta multiplicar por 12.
Teremos:
i = 25 x 12 / 2000 à i = 0,15 à i = 15% ao ano (Resposta)

Um apartamento é vendido por R$ 600.000,00 à vista ou com uma entrada


de 22% e mais um pagamento de R$ 542.880,00 após 32 dias. Qual a taxa
de juros simples mensal envolvida na operação?

Sol.: Esta questão é o que podemos chamar de um clássico. Nosso trabalho será
reconhecer a operação de juros que está embutida neste enunciado. Há um bem
(neste caso, um imóvel) cujo valor de venda à vista é nosso conhecido (R$
600.000,00).
Pois bem. Você vai comprar este apartamento, mas não vai pagar seu valor integral
no dia da compra. Em vez disso, vai dar apenas um pagamento de entrada. Neste
caso, uma entrada de 22% do valor do bem. Fazendo esta conta, teremos:
Entrada = 0,22 x 600.000 = 132.000,00.
Assim, você compra o apartamento, mas ainda fica devendo a diferença entre o valor
de venda à vista e o valor da entrada que você pagou.
Ocorre, porém, que esta diferença (que é nossa conhecida) não será paga no dia da
compra, e sim numa data posterior. No caso aqui, 32 dias após.
Obviamente que, por conta deste prazo, a sua dívida vai aumentar. Lembre-se de
que na Matemática Financeira o dinheiro nunca fica parado. Não é só a nosso favor
que o dinheiro se movimenta. Infelizmente, também aumenta em nosso prejuízo,
como neste caso.

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Assim, creio que você já conseguiu enxergar onde está presente a operação de juros.
Qual é o valor conhecido hoje, e que aumentará com o decorrer do tempo? É a
diferença entre o valor à vista e o valor da entrada. Esta diferença será tratada como
nosso Capital.
E o montante será aquele valor maior, que você terá que pagar na data posterior. O
tempo da operação é aquele que decorreu entre a compra o dia do pagamento que
vai liquidá-la.
Veja:

Valor do bem à vista: $ 600.000,00


Valor da entrada: $ 132.000,00 M=542.880,
Diferença: $ 468.000,00

C=468.000,

O 32d

Se conhecemos o Capital e o Montante, então também conhecemos o valor dos Juros.


Teremos: J=M-C ∴ J=542880-468000 ∴ J=74.880,00
Assim, aplicando a fórmula dos juros simples, teremos que:
àJ=C.i.n à 74.880 = 468.000 . i . 32
Daí:
à i = (74880) / (468.000 x 32)
Repare que o resultado desta conta já será a nossa taxa procurada, só que expressa
na notação unitária. Se quisermos, já agora, transformá-la para a notação
percentual, basta-nos multiplicar o resultado desta conta por 100.
E teremos:
74880𝑥100 1
𝑖= =
468000𝑥32 2

Mas um meio ao quê? Qual é a unidade desta taxa?


Ora, trabalhamos com o tempo em dias (32 dias), logo, essa taxa (1/2) é uma taxa
mensal.
Portanto, chegamos, até aqui, a uma taxa de (1/2)% ao dia. Mas será que é isso o
que a questão está pedindo? Não. Ela nos pede uma taxa mensal.
Assim, aplicando o conceito de taxas proporcionais, nosso raciocínio será o seguinte:
taxa ao dia para taxa ao mês; dia para mês; menor para o maior; do menor para o
maior, eu multiplico; um mês tem quantos dias? 30. Logo, multiplico por 30.
E teremos finalmente que:
1
%𝑎. 𝑑. 𝑥 30 = 𝟏𝟓% 𝒂. 𝒎. → 𝑹𝒆𝒔𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂.
2

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2.7. Juros Simples Exatos:

Aprenderemos este assunto mediante a explicação da questão abaixo:

O capital de R$ 10.000,00 foi aplicado a juros simples exatos do dia 13 de


junho ao dia 6 de novembro do mesmo ano. Calcule os juros obtidos, à taxa
de 18% ao ano, desprezando os centavos.

Sol.: A leitura deste enunciado não nos deixa nenhuma margem de dúvida: estamos
diante de uma questão de juros simples exatos. Algo novo para você aprender
agora. A propósito, os juros simples só serão exatos se esta informação vier
presente - de forma expressa - no enunciado.
Como regra, todos os meses do ano têm 30 dias na Matemática Financeira. E o ano
inteiro, portanto, 360 (30x12=360). A isto chamamos de juros comerciais ou
ordinários. Porém, se a questão falar expressamente em juros exatos, então passa
a valer o nosso calendário convencional, com o ano de 365 dias, ou 366, se bissexto.
Uma característica muito própria das questões de juros exatos é que o tempo de
aplicação não é fornecido de bandeja para nós... O elaborador prefere nos dizer o dia
do início e o dia do final da aplicação, e quer que nós contemos quantos dias durou.
Professor, eu não sou muito bom em saber quantos dias têm cada mês do
ano... E se eu me confundir na hora da prova?
Um truque que pode ser muito útil é o da mão fechada. Você conhece? É bem simples.
Você irá fechar a sua mão esquerda, e virá-la, deixando seu relógio voltado para
você. E verá a sua mão mais ou menos assim:

Quando fizer isso, você verá que na parte de cima da sua mão, entre os dedos, há
uma alternância de pontos mais altos e de pontos mais baixos, aos quais
chamaremos, respectivamente, de montanha e depressão. As montanhas
correspondem aos meses de 31 dias. As depressões, aos meses de 30 dias. (A
exceção é fevereiro, que tem 28). Veja como fica esta contagem:

Quando termina julho, você volta a contar lá da esquerda, a partir de agosto. Assim,
julho termina com 31 dias, e agosto recomeça a contagem, também com 31 dias.
Confira abaixo:

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A questão disse que a operação começou no dia 13 de junho e terminou no dia 6 de


novembro do mesmo ano. Como é que eu conto o total de dias? Comece relacionando
os meses, e pondo, ao lado de cada um, o número de dias que ele possui, de acordo
com o calendário convencional (já que estamos trabalhando com juros exatos). Use
o truque da mão fechada.
Teremos:
Junho 30 dias
Julho 31 dias
Agosto 31 dias
Setembro 30 dias
Outubro 31 dias
Novembro 30 dias

Agora vamos descobrir quantos dias, de cada um desses meses, foram efetivamente
utilizados em nossa operação. Colocaremos este valor ao lado do número de dias do
mês completo. Ora, se tomarmos os meses do miolo, que nem é mês do início e nem
é mês do final, veremos que foram integralmente utilizados. Concorda?
Teremos:
Junho 30 dias
Julho 31 dias 31 dias
Agosto 31 dias 31 dias
Setembro 30 dias 30 dias
Outubro 31 dias 31 dias
Novembro 30 dias

Só falta contar agora os dias usados no mês do início e no mês do término da


operação. O mês do final é facílimo. Basta ver em que dia a operação terminou: dia
6 de novembro. Então, diremos que foram usados 6 dias deste mês. Ou seja, faremos
um mero copiar-colar.
Já no tocante ao mês do início, faremos uma conta de subtração. O mês completo de
junho possui 30 dias, e a operação começou no dia 13. Assim, faremos: 30 - 13 =
17.
E diremos que foram usados 17 dias do mês de junho na operação.
Somando tudo, teremos:

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Meses Mês Dias Como calculo?
completo usados
Junho 30 dias 17 dias Subtração
Julho 31 dias 31 dias
Meses do
Agosto 31 dias 31 dias
“miolo”, usados
Setembro 30 dias 30 dias
integralmente.
Outubro 31 dias 31 dias
Novembro 30 dias 6 dias Copiar-colar
Total: 146 dias

Agora, temos os seguintes dados da questão:


- Capital: C = 10.000,00
- Tempo: n=146 dias
- Taxa: 18% ao ano
- Juros Simples Exatos.
- J=?
Para cumprir a exigência universal - taxa e tempo na mesma unidade - vamos aplicar
o conceito de taxas proporcionais, alterando a unidade da taxa, de anual para diária.
Teremos: taxa ao ano para taxa ao dia; ano para dia; maior para o menor; do maior
para o menor, eu divido; nos juros exatos, um ano tem quantos dias? 365. Então,
dividiremos por 365.
Daí: 18% a.a. = (18/365) % a.d. (ao dia)
Aplicando agora a equação dos juros simples, teremos:

#$$$$ I $,#J I #K/


àJ=C.i.n à 𝐽 =
./-

Dica de cálculo: em questões de Juros Simples Exatos, é muito comum encontrar,


nas contas, as seguintes divisões: (73/365) e (146/365).

Daí, leve para a prova esta lembrança:

(73/365)=1/5

(146/365)=2/5.

Concluindo as contas, teremos que:

100𝑥18𝑥𝟏𝟒𝟔 100𝑥18𝑥2
𝐽 = = = 20𝑥18𝑥2 = 720 (𝑅𝑒𝑠𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎. )
𝟑𝟔𝟓 5

Passemos a uma questão bastante interessante:

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Um capital é aplicado a juros simples do dia 10 de fevereiro ao dia 24 de
abril, do corrente ano, a uma taxa de 24% ao ano. Nessas condições calcule
o juro simples exato ao fim do período, como porcentagem do capital
inicial, desprezando as casas decimais superiores à segunda.

Sol.: Novamente aqui a questão vem nos falar em juros simples exatos. O assunto
está, portanto, identificado. Analisando os dados fornecidos pelo enunciado, vemos
que o elaborador não nos diz o valor do Capital. E na hora da pergunta, ele fala:
calcule os juros como porcentagem do capital.
Temos aqui um modelo de pergunta.
Guarde isto:
Sempre que uma questão pedir "calcule este elemento como porcentagem deste
outro", tomaremos "este outro" (o último elemento da pergunta) e lhe atribuiremos
o valor 100.
Fazendo isso, os dados da nossa questão passam a ser os seguintes:
- Capital: C=100
- Taxa: i=24% ao ano
- Tempo: n=? (Ainda não sabemos. Teremos que contar os dias.)
Dia do início = 10/fevereiro; dia do final = 24/abril.
- J=? (como porcentagem do capital)
- Juros Simples Exatos.
Aqui, mais uma vez, o elaborador deixou para nós o trabalho de contar quantos dias
durou esta operação. Teremos:
Meses Mês Dias Como calculo?
completo usados
Fevereiro 28 dias 18 dias Subtração (28-10)
Março 31 dias 31 dias Mês do “miolo”
Abril 30 dias 24 dias Copiar-colar
Total: 73 dias

Agora, aplicando o conceito de taxas proporcionais, alteraremos a unidade da taxa


anual, transformando-a para a unidade diária. O raciocínio já é nosso conhecido: taxa
ao ano para taxa ao dia; ano para dia; maior para o menor; do maior para o menor,
eu divido; nos juros exatos, um ano tem quantos dias? 365. Então, dividiremos por
365.
Daí: 24% a.a. = (24/365) % a.d. (a.d. = ao dia)
Agora, sim. Aplicando a fórmula dos juros simples, teremos:

#$$ I $,,K I 𝟕𝟑
àJ=C.i.n à 𝐽=
𝟑𝟔𝟓

Daí, teremos:
24𝑥𝟕𝟑 24
𝐽 = = = 4,8
𝟑𝟔𝟓 5

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4,8 o quê, professor?
4,8 por cento. Pois a questão não quer saber apenas o valor dos juros. Ela quer
juros como porcentagem do capital. Foi para isto que atribuímos o valor 100 ao
capital: para chegarmos ao valor dos juros e acrescentarmos apenas o sinal de
porcentagem.
Assim: J=4,8% (do Capital) à Resposta

2.8. Juros Simples Para uma Série de Capitais Iguais:

Trataremos agora de uma situação já vista, ainda que raramente, em questões de


concurso: uma operação de juros simples em que, em vez de um único capital,
existem vários, e todos iguais.
Suponhamos que o José resolveu aplicar todos os meses, na mesma data, uma
quantia de R$ 100,00 (cem reais), durante 9 meses. Daí a questão dirá que as
aplicações estão sujeitas a uma taxa de juros simples (digamos, de 2% ao mês) e
perguntará qual o valor a ser resgatado na data da última aplicação.
Ora, se quiséssemos, poderíamos fracionar esta questão em diversas operações de
juros simples, encontrando um montante para cada capital aplicado, somando os
montantes encontrados ao final, para chegar à resposta procurada.
Só que isso demandaria muito tempo e esforço, e desnecessariamente.
O melhor caminho, portanto, consiste em redesenhar a questão, alterando o desenho
de vários capitais iguais para apenas um capital equivalente, igual à soma de todos
aqueles.
Se o José fez 9 aplicações iguais e periódicas de R$ 100,00, então o somatório destas
parcelas será de R$ 900,00.
Resta aprender agora em que data do desenho será posto este novo capital
equivalente.
Onde, professor?
Na data central das parcelas iguais! Ou seja, basta localizar onde fica exatamente o
meio dos valores aplicados por José. Veja:
Ele aplicou 9 parcelas de R$ 100,00.

100 100 100 100 100 100 100 100 100

9 parcelas

Não é preciso nenhum esforço extraordinário para enxergar que o meio das parcelas
de cem reais recai sobre a quinta seta. Confira:

100 100 100 100 100 100 100 100 100

Facilmente se vê que ficaram 4 parcelas de cada lado, de sorte que,


indiscutivelmente, a data central das parcelas iguais foi localizada.
E agora, professor?

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Agora basta redesenhar a questão, colocando nesta data central que acabamos de
encontrar uma única seta, representando todos os capitais aplicados pelo José. O
valor deste capital equivalente você já sabe: será a soma de todas as parcelas iguais.
Neste caso, R$ 900,00. Teremos:
900

4 meses
Feito isto, este novo e único capital, que sozinho representa todas aquelas parcelas
de cem reais, será projetado para a data do montante que a questão indicar.
O que fizemos, simplesmente, foi transformar o desenho original para um novo, com
mesmo efeito matemático, capaz de simplificar bastante as nossas contas e nos fazer
ganhar o ponto na prova de forma mais rápida.
Guarde isto:
Sempre que a questão apresentar um número ímpar de parcelas iguais, como foi o
caso acima, a data central recairá sobre uma destas parcelas.
Porém, se ao contrário disto, tivermos um número par de parcelas, a data central
estará sempre entre duas delas. Vejamos:
Pedro aplicará 10 parcelas mensais e iguais, de R$ 500 reais cada uma. Considerando
uma taxa de juros simples de 2% ao mês, qual o valor a ser resgatado, em
decorrência de todas estas aplicações, na data da última parcela?
Neste caso, o desenho original será o seguinte:

500 500 500 500 500 500 500 500 500 500

10 parcelas

Percebe-se, então, que, neste caso, a data central das parcelas iguais estará entre a
quinta e a sexta seta de R$ 500. Veja:

500 500 500 500 500 500 500 500 500 500

10 parcelas

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À esquerda da seta vermelha temos 5 parcelas, assim como da mesma forma à sua
direita.
Uma vez localizada a data central das parcelas iguais, esta nova e única seta – a que
estamos chamando de capital equivalente – receberá o valor da soma de todas as
parcelas de R$ 500, de forma a, sozinha, representá-las todas. Nosso capital
equivalente será, neste caso, de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
Teremos:

5.000

4,5 meses

Criarei a seguir dois exemplos para consagrar o que acabamos de aprender.

Vamos treinar?
José fez nove aplicações mensais, iguais e sucessivas, no valor de R$
100,00 (cem reais) cada uma delas. Considerando uma taxa de juros
simples de 2% ao mês, qual será o valor a ser resgatado na data da última
aplicação?

Sol.: Comecemos com o desenho original da questão. Teremos:

100 100 100 100 100 100 100 100 100

9 parcelas
Ora, uma vez que estamos trabalhando no regime simples, e as aplicações (capitais)
são de mesmo valor e mesma periodicidade, já sabemos como construir um caminho
de atalho: redesenhando a questão, de vários capitais para um único capital
equivalente.
Para isso, localizamos a data central (o meio) das parcelas iguais. Teremos:

100 100 100 100 100 100 100 100 100

Feito isto, reduziremos todos aqueles 9 capitais de R$ 100,00 para apenas um,
equivalente, no valor igual ao somatório de todos eles, e localizado na data central
que acabamos de identificar acima.
Teremos:

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900

4 meses

Agora, para completar, basta acrescentar ao desenho uma nova seta correspondente
ao resgate, ou seja, ao montante que a questão está perguntado. Teremos:

Montante

900

4 meses

Nossa questão agora pode ser reescrita da seguinte forma:


José aplicou um capital de R$ 900,00. Considerando juros simples de 2% ao mês,
qual o montante a ser resgatado 4 meses após?
Ficou fácil, não foi?
Aplicando a fórmula do montante simples, teremos:
à M=C.(1+i.n) à M=900.(1+0,02x4) à M=900x1,08 à M=972,00 à Resposta!

Pedro fez dez aplicações mensais, iguais e sucessivas, no valor de R$


500,00 (quinhentos reais) cada uma delas. Considerando uma taxa de juros
simples de 2% ao mês, qual será o valor a ser resgatado cinco meses após
a data da última aplicação?

Sol.: Novamente vamos começar com o desenho original da questão. Teremos:

500 500 500 500 500 500 500 500 500 500

10 parcelas

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Lembrando que a questão transcorre dentro do regime simples (juros simples) e que
há vários capitais de mesmo valor e mesma periodicidade, usaremos o caminho de
atalho: redesenharemos a questão, de vários capitais para apenas um equivalente.
Localizaremos a data central das parcelas iguais, recordando que, desta vez, ela
estará entre duas setas, haja vista que temos um número par de capitais. Teremos:

500 500 500 500 500 500 500 500 500 500

10 parcelas

Atribuiremos ao novo capital equivalente o valor do somatório de todos as parcelas


de R$ 500. Teremos, portanto:
5.000

4,5 meses
Por último, acrescentaremos ao desenho uma nova seta correspondente ao resgate,
ou seja, ao montante que a questão está perguntado. Teremos:

5.000

4,5 meses até a 5 meses da última


última parcela parcela até o resgate

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E o desenho final da questão será, portanto, o seguinte:
Montante
5.000

9,5 meses

Nossa questão agora pode ser reescrita assim:


Pedro aplicou um capital de R$ 5.000,00. Considerando juros simples de 2% ao mês,
qual o montante a ser resgatado 9,5 meses após?
Aplicando a fórmula do montante simples, teremos:
à M=C.(1+i.n) à M=5000.(1 + 0,02 x 9,5) à M=5000 x 1,19 à M=5.950,00 à
Resposta!


# QUE TAL UMA DA FCC?

(FCC/SEFIN–SÃO PAULO) Em 05 de janeiro de certo ano, uma pessoa tomou
R$ 10.000,00 emprestados por 10 meses, a juros simples, com taxa de 6%
ao mês. Após certo tempo, encontrou um outro credor que cobrava taxa de
4% ao mês. Tomou, então, R$ 13.000,00 emprestados do segundo credor
pelo resto do prazo e, no mesmo dia, liquidou a dívida com o primeiro. Em
05 de novembro desse ano, ao liquidar a segunda dívida, havia pago um
total de R$ 5.560,00 de juros aos dois credores. O prazo do segundo
empréstimo foi
a) 4 meses.
b) 4 meses e meio.
c) 5 meses.
d) 5 meses e meio.
e) 6 meses.
Sol.: Questão muito assemelhada à anterior. Temos também aqui duas operações
sucessivas de juros simples, sujeitas a diferentes taxas: 6% ao mês e 4% ao mês.
A diferença para a questão passada é que aqui os capitais são também distintos: R$
10.000 e R$ 13.000.
De resto, soluções idênticas.
Anotando os dados do enunciado, teremos:
à C1= 10.000,00 ; i1=6% a.m. ; n1=? ; J1=?
à C1= 13.000,00 ; i2=4% a.m. ; n2=? ; J2=?
à n1+ n2 = 10 meses
à J1 + J2 = 5.560,00
Sabendo como funcionam os juros simples, para a primeira operação, teremos:

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à J 1= C 1 . i 1 . n 1
à J1= 10000 . 0,06 . n1 à J1= 600.n1
E para a segunda operação:
à J 2= C 2 . i 2 . n 2
à J2= 13000 . 0,04 . n2 à J2= 520.n2
Sabendo agora que a soma dos juros resulta em R$ 5.560, teremos:
à J1 + J2 = 5.560,00
à 600.n1 + 520.n2= 5.560
Se n1+ n2 = 10 meses, então diremos que n1 = 10 – n2
Substituindo este resultado na equação anterior, teremos:
à 600 . (10 – n2) + 520 . n2= 5.560
Daí:
à 6000 – 600.n2 + 520.n2 = 5560
Isolando n2, teremos:
à 80.n2 = 440
Finalmente, chegamos a:
à n2 = 440 / 80 à n2 = 5,5 meses (Resposta)

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~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
Neste Capítulo, Aprendi...

1) Que operação de juros consiste em projetar um valor conhecido para uma


data posterior;
2) Que o que define o regime dos juros é a natureza da taxa, e a taxa de juros
simples funciona de forma tal que, a cada novo período, volta a incidir sobre
o valor do capital;
3) Que existe uma exigência que acompanha todos os assuntos da matemática
financeira, a chamada exigência universal: taxa e tempo têm que estar na
mesma unidade;
4) Que as taxas de juros podem ser expressas de duas formas diferentes: a
notação percentual e a notação unitária;
5) Que o caminho da regra, na Matemática Financeira, é considerar que todos
os meses do ano têm 30 dias, e o ano inteiro, portanto, 360 dias. A isto
chamamos de Juros Comerciais ou Ordinários.
6) Que há outro conceito que se contrapõe ao de Juros Comerciais: são os Juros
Exatos, caminho da exceção, segundo o qual a contagem dos dias se fará de
acordo com o calendário convencional (truque da mão fechada);
7) Que podemos trabalhar operações de juros simples pelo método das fórmulas,
conforme ilustrado na tabela a seguir:

Fórmulas:

Equação Curinga:

J=M-C

Juros Simples:

J=C.i.n

Montante Simples:

M=C.(1+i.n)

8) Que nas fórmulas utilizam-se taxas na notação unitária;


9) Como se calcula, de forma prática, o Montante Simples para uma série de
capitais iguais e de mesma periodicidade.

~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho

# JUROS SIMPLES
01. (VUNESP) Quando os juros incidem, exclusivamente, sobre o capital
inicial investido, eles são chamados de juros:
a) compostos.
b) montantes.
c) simples.
d) iniciais.
e) proporcionais.

02. (CESPE) A respeito de finanças nos regimes de juros simples e


compostos e da precificação de títulos, julgue o item a seguir. Para uma
operação com prazo de um ano, com taxa de juros anual e mesmo capital
investido, os sistemas de juros simples e de juros compostos produzem o
mesmo montante. ( ) CERTO
( ) ERRADO

03. (FCC) Demitido da empresa em que trabalhava, o senhor Felizardo


investiu a indenização recebida no Banco Regional da Fazenda. O valor a
ser resgatado, após oito meses de aplicação, é de R$ 210.000.
Considerando-se que a taxa de juros simples é de 5% ao mês, o valor da
aplicação, em reais, foi de:
a) 140.000.
b) 170.000.
c) 60.000.
d) 96.000.
e) 150.000.

04. (CESGRANRIO) Um investidor fez uma aplicação a 2% (juros simples)


ao mês por um período de 12 meses e obteve um rendimento de R$
6.000,00. O capital que proporcionou esse resultado, em reais, foi:
a) 30.000,00
b) 28.500,00
c) 27.250,00
d) 25.000,00
e) 24.100,00

05. (CESPE) Acerca de uma operação de juros, e considerando o mês


comercial de 30 dias, julgue o item subsequente. No regime de juros
simples, a taxa de 21% ao mês é equivalente à taxa de 252% ao ano.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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06. (VUNESP) Um capital de R$ 1.500,00 aplicado a juro simples durante
9 meses rendeu juros de R$ 81,00. A taxa anual de juros dessa aplicação
foi:
a) 7,2%
b) 6,8%
c) 6,3%
d) 5,5%
e) 5,2%

07. (CESPE) Se R$ 10.000 forem aplicados pelo prazo de 45 dias à taxa


de juros simples de 12% ao ano, o montante ao final do período será
inferior a R$ 10.140.
( ) CERTO
( ) ERRADO

08. (VUNESP) Um certo capital, aplicado a uma taxa de juro simples de


10% ano, produzirá juros iguais a 1/20 do valor do capital inicial após
a) 5 meses.
b) 6 meses.
c) 8 meses.
d) 1 ano.
e) 1 ano e 2 meses.

09. (CESPE) Considerando que um investidor tenha aplicado R$


50.000,00 à taxa de juros simples de 15% ao mês, julgue o item que se
segue. Se, em um mês de 30 dias, o capital ficar aplicado por 23 dias,
então o montante a ser auferido será superior a R$ 55.500,00.
( ) CERTO
( ) ERRADO

10. (FCC/SEFAZ/BA/2019) Uma loja de produtos eletrodomésticos


anuncia duas condições para a compra de determinado produto: - Compra
com pagamento à vista no valor de R$ 1.900,00; - Compra a prazo, sendo
uma entrada no valor de R$ 500,00 e o pagamento de uma parcela
adicional no valor de R$ 1.484,00 após 2 meses da data da compra. Se a
empresa utiliza o regime de capitalização simples, a taxa de juros simples,
em percentual ao mês, que cobra na venda a prazo é
a) 1,06%. b) 3,00%. c) 2,21%. d) 0,53%. e)
6,00%.

GABARITO:

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C certo E D certo A errado B certo B

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho

Capítulo III: Desconto Simples


3.1. Conceito:
O que é uma operação de Desconto? Você sabe?
É aquela em que você deve um valor maior, e paga um valor menor? É isso,
professor?
Mais ou menos. Esta aí é a ideia imediata a que nos remete a palavra desconto: você
vai comprar algum bem, e pede ao vendedor que lhe conceda um desconto, para
reduzir o seu desembolso.
Aqui, porém, na Matemática Financeira, a noção de desconto está diretamente
associada à ideia de antecipação.
Antecipação de quê, professor?
Antecipação de tempo, que pode se dar tanto no pagamento de alguma obrigação,
quanto no resgate de algum título.
Não entendi, professor...
Vai entender! Veja:
1ª Situação) Você fez uma compra no dia de hoje, comprometendo-se a pagar o
valor de R$ 10.000,00 daqui a 6 meses.
O tempo foi passando, e faltando ainda 2 meses para o vencimento daquela
obrigação, ou seja, faltando ainda 2 meses para o dia em que você teria que pagar
os R$ 10.000,00, você verifica que seus negócios estão indo muito bem, e que você
pode perfeitamente antecipar aquele pagamento.
Ora, se sua obrigação era vencível apenas daqui a 2 meses, e você decide antecipar
o pagamento e pagá-la no dia de hoje, obviamente que você terá que levar alguma
vantagem nisso.
Que vantagem é essa? Você vai ganhar um desconto, e vai pagar um valor menor
que o que era devido.
E ainda tem uma segunda situação, professor?
Tem sim. Vamos vê-la:
2ª Situação) Suponha que alguém, um amigo seu, passou-lhe um cheque pré-
datado. E aí ele lhe disse: "Olha, por favor, não apresente esse cheque antes dessa
data, senão ele volta..."
O seu amigo, que lhe passou o cheque, disse que só vai ter dinheiro na conta lá na
data futura. Se você levar para trocar hoje no banco, o cheque não terá fundos...
Pois bem. O problema todo é que você está precisando daquele dinheiro do cheque
hoje. Não dá para esperar que chegue aquela data futura. O que você faz? Você vai
tentar trocar o seu cheque, em instituições financeiras que realizam esse tipo de
transação.
Eu sei, professor, são as lojas de factoring, não é?
Sim. Lojas de factoring fazem isso. Bancos também fazem. Vamos chamar então de
instituição financeira, Ok?

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Aí você entrou numa dessas lojas, no intuito de descontar o seu cheque pré-datado.
Suponhamos que o valor nominal do cheque - ou seja, o valor escrito na face do
cheque - era de R$ 10.000,00.
Minha pergunta é: você acha que vai sair com R$ 10.000,00 no bolso?
Será que não, professor?
Não mesmo.
Mas o valor do cheque não é de R$ 10.000?
Sim. Mas estes R$ 10.000 é o quanto vale aquele cheque lá naquela data futura,
para quando está previsto o seu resgate.
Se você resolveu trocá-lo antes daquela data, ou seja, se você resolveu descontá-lo
antecipadamente, o valor que irá resgatar por ele será um valor menor.
Do contrário, qual seria a vantagem da loja de factoring (ou do banco) em receber
um cheque pré-datado hoje, pagando por ele a mesma quantia que ele só valerá
daqui a alguns meses?
Para a instituição financeira que irá descontar o seu título antecipadamente, o
interessante é que você, que levou o título para ser descontado, saia da loja com o
menor valor possível no bolso. Está claro isso?
Quanto menos a loja de factoring lhe pagar por aquele cheque, melhor para ela. (E
pior para você...)
E o que é isto que a instituição financeira está fazendo? Uma operação de desconto.
Então você percebe que a operação de desconto pode ocorrer em nosso benefício,
como também desfavoravelmente a nós.
Na primeira situação, você antecipa o pagamento de uma obrigação, e vai pagar um
valor menor. Bom para você. Na segunda, você desconta antecipadamente um título,
e vai receber por ele um valor menor. Nem tão bom assim...
Enfim. O importante nisso tudo, é que aprendemos o que é uma operação de
desconto.
Passemos agora a falar com detalhe de cada elemento desta operação.

3.2. Elementos da Operação de Desconto:


Toda operação de desconto envolve um título.
O que é um título, professor?
Título é um papel, um documento, que registra que, em determinada data, há uma
obrigação monetária a ser cumprida.
Na primeira situação que vimos, na qual você fez uma compra para pagar no futuro,
e depois decide antecipar aquele pagamento, o título pode ser uma duplicata, uma
nota promissória, ou outra qualquer que nos apresente o elaborador.
Em geral, as bancas de concurso chamam o título de... título mesmo.
Na segunda situação, na qual você tem um valor a receber numa data futura, e este
valor é representado por um título, o elaborador também costuma chamar este
documento apenas de título. Não tem segredo. Ninguém terá dificuldade em
compreender que há um título envolvido na questão.
Pois bem. O valor que está escrito na face do título, ou seja, escrito no papel do
título, é o chamado Valor Nominal (N).

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Assim, o Valor Nominal é a quantia que você teria que pagar (ou que receber) numa
data posterior.
Mas ocorre que você resolveu pagar aquele valor (ou recebê-lo) antecipadamente. E
em decorrência desta antecipação, você irá pagar (ou receber) um valor
necessariamente menor.
Este valor menor – em que se transformará aquele título – será pago (ou recebido)
quando?
Não seria hoje, professor?
Exatamente! Ele será pago (ou recebido) hoje. Na data atual. Portanto, este valor
menor – no qual se transformou o valor nominal do título por conta da antecipação
– será chamado por nós de Valor Atual (A).
Assim, já somos capazes de criar o desenho básico de toda e qualquer operação de
desconto! Vejam:
N

O n

A operação de Desconto, a exemplo da operação de Juros, também apresenta dois


lados: o lado do Nominal (valor de face do título) e o lado do Atual (valor líquido que
será pago/recebido pelo título).
Obviamente que o Valor Atual é sempre menor que o Valor Nominal.
Suponhamos que o valor (nominal) do título que você teria que pagar daqui a 6
meses seja de R$ 10.000,00. Mas você resolveu antecipar o pagamento daquela
obrigação, e pagar por ela no dia de hoje. Haverá um desconto, e imaginemos que
você irá pagar apenas R$ 9.000,00 (valor atual) em decorrência desta antecipação.
Minha pergunta é: onde é que entra o elemento desconto nessa história?
Ora, professor, o desconto deve ser a diferença entre o valor maior que era
devido no futuro, e o valor menor que eu pagarei no dia de hoje! É isso
mesmo?
Exatamente isso!
Desconto é a diferença entre o Valor Nominal e o Valor Atual.
Vejamos no desenho:

D (Desconto)
A

O n

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Assim, surge a primeira equação de Desconto do nosso Curso. Nós a chamaremos
de equação curinga do Desconto, porquanto ela será sempre verdadeira, e
sempre aplicável, em toda e qualquer operação de desconto, independentemente do
seu regime ou da sua modalidade.
Vejam:

Desconto = Nominal - Atual



Já temos, por enquanto, 3 elementos nesta operação: Valor Nominal, Valor Atual e
Desconto.
O quarto elemento, presente em todas as operações da matemática financeira, é o
tempo (n). Neste caso, quando falamos em tempo na operação de desconto,
referimo-nos a tempo de antecipação.
Seja na primeira situação, em que você tem a obrigação de pagar um título numa
data futura e resolve antecipar o pagamento, seja na segunda, em que você tem um
direito a receber numa data futura (representado por um título) e resolve antecipar
o recebimento, o elemento tempo, em ambos os casos, representará uma
antecipação.
O quinto e último elemento é aquele da mágica: aquele que faz com que os valores
monetários nunca fiquem parados com o tempo. Este elemento faz com que um valor
monetário cresça, se projetado para uma data posterior; ou se reduza, se projetado
para uma data anterior.
É a taxa, não é, professor?
Sim, é a taxa (i).
É aquela mesma taxa que aprendemos nos juros simples, professor?
Sim, é aquela mesma, ou seja, um valor percentual, seguido de uma unidade de
tempo.
Alguns exemplos: 5% ao mês, 10% ao bimestre, 15% ao trimestre, 20% ao
quadrimestre, 30% ao semestre, 60% ao ano.
Você lembra que nos juros simples a taxa incidia sempre sobre o valor do Capital?
Sim, professor, lembro! E na operação de desconto, como é que
funciona?
Na operação de desconto, funciona de duas formas diferentes, pois existem dois
tipos, duas modalidades de desconto.
Eu sei: simples e composto, não é, professor?
Não! Simples e composto são os dois regimes da Matemática Financeira!
Da mesma forma que no estudo dos Juros, aqui também no Desconto haverá
operações no regime simples (desconto simples) e no regime composto (desconto
composto).
E dentro de cada regime, haverá as duas modalidades.
Assim, teremos o desconto simples racional, conhecido também por desconto
simples por dentro, e o desconto simples comercial, chamado desconto
simples por fora.
Daí, você já começa a raciocinar comigo: na operação de desconto, haverá duas
verificações prévias a se fazer:

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1ª) Qual é o regime desta operação de desconto? Simples ou composto?
E uma vez respondida esta primeira pergunta, aí então você fará a segunda
verificação:
2ª) Qual é a modalidade desta operação de desconto? Por dentro, ou por
fora?
Somente então, quando estas duas questões estiverem tratadas, é que poderemos
começar a resolver o problema.
Não há como acertar a questão de desconto, se você errar na identificação do regime
ou da modalidade da operação.
Diante de um enunciado que traga uma operação de desconto, existem quatro
possibilidades:
- Desconto Simples Racional (por dentro);
- Desconto Simples Comercial (por fora);
- Desconto Composto Racional (por dentro);
- Desconto Composto Comercial (por fora).
Quatro diferentes caminhos, e quatro diferentes resultados.
Como só há uma resposta certa, você não pode errar na interpretação do enunciado.
Pois bem. Estamos, neste capítulo, estudando operações de Desconto Simples. Por
enquanto, é o regime simples que nos interessa.
Vamos conhecer agora, como é que se processam as operações de Desconto Simples
por Dentro, e de Desconto Simples por Fora.

3.3. Desconto Simples Racional (Por Dentro):


Para facilitar a nossa vida, só teremos que saber que o Desconto Racional é a
operação irmã dos Juros.
Enquanto os juros levam, o desconto por dentro traz de volta, exatamente na mesma
medida.
Assim, da mesma forma que a taxa de juros simples, conforme aprendemos, incide
sempre sobre o valor do Capital, a taxa de desconto simples racional, por sua vez,
incidirá sobre o Valor Atual.
E por que isso, professor?
Porque o Valor Atual, no desenho de desconto, corresponde exatamente ao Capital
no desenho dos Juros. Confira:

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M
Nos Juros Simples:
C
J=C.i.n

N
No Desconto Simples Por
Dentro (ou Racional):
A
D=A.i.n

A outra fórmula do Desconto Simples Racional também é idêntica à que aparece nos
Juros Simples, para cálculo do Montante. Da mesma forma, só teremos que atentar
para a nomenclatura dos elementos correspondentes. Veja:

M
Nos Juros Simples:
C
M=C.(1+i.n)

N
No Desconto Simples Por
Dentro (ou Racional):
A
N=A.(1+i.n)

A rigor, não há nenhuma impropriedade em afirmar que as fórmulas dos Juros


Simples e do Desconto Simples Racional são idênticas! O que vai se observar é
apenas a nomenclatura dos elementos de uma operação ou da outra. Mas, em termos
de cálculos, temos a perfeita identidade.
E a exigência universal, professor? Continua valendo aqui no Desconto
Simples?
Claro que sim! Para aplicar qualquer fórmula de Desconto, também é preciso
observar se taxa e tempo já estão na mesma unidade!
Professor, e se, dentro de uma questão de Desconto Simples, precisarmos
alterar a unidade da taxa, como faremos isso?
Ora, se o regime com que estamos trabalhando é o simples, então a unidade da taxa
será alterada por meio de um conceito já nosso conhecido: Taxas Proporcionais.

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3.4. Resumo das Fórmulas de Desconto Simples Racional (Por Dentro):
Será este o nosso arsenal:
DESCONTO SIMPLES RACIONAL: EQUAÇÃO 1

D=A.i.n

DESCONTO SIMPLES RACIONAL: EQUAÇÃO 2

N = A.(1+i.n)
E para fechar o pacote, poderemos também utilizar, se necessário, a equação curinga
do desconto, na resolução de problemas de desconto simples por dentro. Veja:

DESCONTO SIMPLES RACIONAL: EQUAÇÃO 3

D=N–A

Vamos treinar?

Um título com valor nominal de R$10.000,00 foi resgatado dois meses antes
do seu vencimento, sendo-lhe por isso concedido um desconto racional
simples, à taxa de 5% ao mês. Nesse caso, de quanto foi o valor pago pelo
título?

Sol.: Facilmente identificamos que estamos diante de uma operação de desconto,


haja vista ter havido uma antecipação no resgate de um título. Veja aqui que estamos
no “segundo caso”, aquele em que você detém um título pré-datado na mão, mas
está precisando do dinheiro no dia de hoje. Então você vai querer resgatar este título
antecipadamente.
O enunciado foi explícito ao informar que o regime desta operação de desconto é o
simples e que a modalidade é a de desconto por dentro, ou racional.
Assim, uma vez reconhecido o terreno, resta-nos verificar se a exigência universal já
está cumprida: temos taxa mensal (5% a.m.) e tempo de antecipação também em
meses (2m).
Daí, não há mais muito o que fazer, senão aplicar a fórmula adequada à situação.
Teremos:
à N=A.(1+i.n) à 10000=A.(1+0,05x2) à 10.000 = A . 1,10 à A=10000/1,10
E: à A = 9.090,91 à Resposta!

Utilizando o desconto simples racional, de quanto será o valor que devo


pagar por um título com vencimento daqui a 5 meses, se o seu valor nominal
for de R$ 30.000,00, considerando uma taxa de 48% ao ano?

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Sol.: O enunciado aqui também já revelou de forma expressa que a operação de
desconto em apreço ocorre no regime simples, e na modalidade de desconto racional.
Estamos agora na situação de quem deve uma obrigação futura e quer antecipar seu
pagamento.
A exigência universal prescreve que taxa e tempo devem estar na mesma unidade.
Aqui, temos uma taxa anual (48% ao ano) e o tempo de antecipação em meses (5
meses).
Poderemos, portanto, se quisermos, trabalhar com taxa e tempo em termos anuais;
ou colocá-los ambos (taxa e tempo) em termos mensais; ou até mesmo em outra
unidade.
Qual o melhor caminho, professor?
O melhor caminho é sempre aquele que nos parecer mais prático e mais rápido!
Deixando tudo em meses, por exemplo, como faríamos? Teríamos apenas que alterar
a unidade da taxa anual, transformando-a numa taxa ao mês. Estamos em qual
regime? No Regime Simples. E qual o conceito que utilizaremos sempre que formos
alterar a unidade da taxa no Regime Simples? O conceito de Taxas Proporcionais.

Raciocinaremos assim: taxa ao ano para taxa ao mês; ano para mês; maior para
menor; do maior para o menor, nós dividimos. Quantos meses tem um ano? Doze.
Logo, dividiremos por 12.
Teremos que: 48% ao ano = (48/12) = 4% ao mês

Com isso, cumprimos a exigência universal, e já estamos aptos a aplicar a fórmula


conveniente para o caso.
Teremos:
à N=A.(1+i.n) à 30.000=A.(1+0,04x5) à 30.000 = A . 1,20 à A=30.000/1,20
E: à A = 25.000,00 à Resposta!

Quanto irei pagar hoje por um título que vence daqui a três meses, se seu
valor nominal é de R$10.000,00, considerando uma taxa de juros simples de
5% ao mês?

Sol.: Essa questão tem algo essencial a ser aprendido. Comecemos buscando
identificar o assunto. Ora, o enunciado sugere que irei pagar um título de forma
antecipada. Ou seja, o vencimento do título era para uma data futura (daqui a três
meses), e iremos pagá-lo hoje. Então, não resta dúvida que estamos diante de uma
questão de desconto.
Daí surgem aquelas duas perguntas preliminares: qual o regime da operação? E qual
a sua modalidade?
Quanto ao regime, vamos procurar no enunciado as palavras simples ou composto.
Achamos a palavra simples. Logo, trata-se de uma questão de Desconto Simples.
E quanto à modalidade? O enunciado nada falou expressamente que nos
possibilitasse identificar o tipo de desconto simples, se por dentro ou por fora. Ou
seja, o enunciado silenciou acerca da modalidade do desconto.
E agora, professor? Como faremos para descobrir a modalidade do desconto?
É muito simples! Vamos aprender?

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3.5. Enunciado Omisso Quanto à Modalidade do Desconto:

A regra é muito fácil: quando a questão de Desconto nada disser acerca da


modalidade (se por dentro ou por fora), buscaremos o que é dito a respeito da taxa
da operação.
Se a questão de desconto falar expressamente sobre uma taxa de juros, então
estaremos diante do Desconto Racional, ou seja, do Desconto por Dentro.
E por que isso, professor?
Porque, conforme já aprendemos, juros e desconto por dentro são operações irmãs.
Lembra-se disso?
Daí, repito, se o enunciado da questão de desconto (que for omissa quanto à
modalidade) falar de forma expressa em taxa de juros, então adotaremos o
desconto por dentro.
Caso contrário, se o enunciado nada dispuser acerca da modalidade do Desconto,
e também não falar que a taxa da operação é uma taxa de juros, utilizaremos o
Desconto por Fora.
O desenho abaixo ilustra exatamente este nosso entendimento.
Guarde isto:

Expressamente Taxa de Juros “Desconto


por Dentro”
Taxa
Caso Contrário “Desconto
por Fora”

Voltemos, portanto, à questão que estávamos resolvendo há pouco. Veja:

Quanto irei pagar hoje por um título que vence daqui a três meses, se seu
valor nominal é de R$10.000,00, considerando uma taxa de juros simples de
5% ao mês?

Sol.: Percebemos que o enunciado é de desconto e falou expressamente em taxa


de juros simples. Daí, de acordo com o desenho acima, concluímos que se trata de
uma questão de desconto simples por dentro (ou racional).
A respeito da exigência universal, vemos que já está cumprida, haja vista que a taxa
é mensal (5% a.m.) e o tempo também é dado em meses (3m).
Aplicando a fórmula adequada ao caso, teremos:
à N=A.(1+i.n) à 10.000=A.(1+0,05x3) à 10.000 = A . 1,15 à A=10.000/1,15
E: à A = 8.695,65 à Resposta!
Tratemos agora da outra modalidade de desconto simples.

3.6. Desconto Simples Comercial (Por Fora):


A informação mais importante é saber sobre quem incide a taxa de desconto, se
sobre o valor nominal ou se sobre o valor atual. Vamos pensar juntos?
Suponhamos que você tem um cheque pré-datado na mão, e se dirige a uma loja de
factoring para descontar aquele cheque no dia de hoje. É a instituição financeira que
vai realizar a operação de desconto, confere?

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Confere, professor!
Você acha que a loja de factoring vai querer lhe pagar um valor maior ou menor por
aquele cheque?
Um valor menor, é claro!
Isso mesmo! Para lhe pagar um valor menor por aquele cheque, o valor do desconto
terá que ser o maior possível! Confere?
Confere, professor! E aí?
E aí que, para que o desconto seja maior, a taxa da operação terá que incidir sobre
o valor maior. E quem é o valor maior, o Nominal ou o Atual?
O valor maior é o Nominal, professor!
Exatamente. Assim, o desconto que é feito no comércio, realizado pelas instituições
financeiras, é o desconto comercial, desconto por fora, no qual a taxa incidirá
sobre o valor nominal.
Assim, se o valor de referência no desconto por fora é o valor nominal, teremos o
seguinte:

DESCONTO SIMPLES COMERCIAL: EQUAÇÃO 1

D=N.i.n
Ora, da equação curinga do desconto, sabemos que D=N–A.
Daí, diremos que: N.i.n = N – A
Isolando o valor atual, teremos: A = N – N.i.n
E colocando valor nominal em evidência, teremos: A=N.(1–i.n)
Eis, portanto, a segunda equação do desconto simples por fora:

DESCONTO SIMPLES COMERCIAL: EQUAÇÃO 2

A = N.(1–i.n)
E para fechar o pacote, poderemos também utilizar, se necessário, a equação curinga
do desconto:
DESCONTO SIMPLES COMERCIAL: EQUAÇÃO 3

D=N–A

De resto, é sempre bom lembrar que só se pode aplicar qualquer destas fórmulas
após observar se está cumprida a exigência universal da Matemática Financeira, qual
seja, taxa e tempo na mesma unidade.
Fiquei ainda com uma dúvida, professor!

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Pode falar.
Numa questão de desconto, basta o enunciado dizer que a operação está
sendo feita por um banco ou por uma loja de factoring, e eu já saberei que
se trata do desconto comercial?
Ótima pergunta. A resposta é negativa: não basta a questão falar em banco ou em
“instituição financeira” para se reconhecer o desconto comercial. É preciso analisar
todas as informações do enunciado para chegar à conclusão correta, Ok?

Vamos treinar?
Um título que vale R$100.000,00 foi resgatado um ano antes do seu
vencimento. Considerando o desconto comercial simples e uma taxa de 4%
ao mês, de quanto será o valor pago pelo título?
Sol.: O enunciado fala do resgate antecipado de um título. Estamos, portanto, diante
de uma operação de desconto, e a questão é explícita ao revelar o regime simples
e a modalidade de desconto comercial, ou por fora.
Resta-nos observar se está cumprida a exigência universal. Temos taxa mensal
(4%a.m.) e tempo de antecipação anual (1 ano).
Fica, então, a gosto do freguês escolher a unidade na qual irá trabalhar.
Se preferir a unidade mensal, basta dizer que 1 ano é igual a 12 meses. Só isso.
Daí, teremos:
à A = N.(1 – i.n) à A = 100.000 (1 – 0,04 x 12) à A = 100.000 x 0,52
E: à A=52.000,00 à Resposta!

De outra sorte, se a preferência fosse de trabalhar com a unidade anual, deixaríamos


o tempo de antecipação como sendo de 1 ano, e alteraríamos a unidade da taxa (de
mensal para anual), por meio do conceito de taxas proporcionais.
Teríamos que: 4% ao mês = (4 x 12) = 48% ao ano.
Assim, aplicando a fórmula do desconto simples por fora, teremos:
à A = N.(1 – i.n) à A = 100.000 (1 – 0,48 x 1) à A = 100.000 x 0,52
E: à A=52.000,00 à Resposta!
Como vimos, o que realmente importa é cumprir a exigência universal.
A seguir, apresentarei três atalhos de desconto simples cujo conhecimento é muito
conveniente para ganhar tempo na hora da prova! Vamos a eles.

3.7. Primeiro Atalho do Desconto Simples: A Relação Entre os Descontos


Este atalho surgirá quando a questão pedir a relação entre os valores do Desconto
Simples por Dentro (Racional) e do Desconto Simples por Fora (Comercial).
Imagine que você tem um título em sua mão, de valor de face (valor nominal) de R$
1.000,00. Suponha ainda que você submeterá este título a uma operação de
desconto simples por dentro, com tempo de antecipação de 6 meses e taxa de 2%
ao mês.
Porém, na hora exata de se fazer esta operação, fica decidido uma mudança: aquele
mesmo título – com aquele mesmo tempo de antecipação e mesma taxa – será não
mais submetido ao desconto simples por dentro, e sim ao desconto simples por fora.

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Ou seja, a questão propõe, para o mesmo título, mesma taxa e mesmo tempo de
antecipação, uma mudança na modalidade do desconto simples.
Assim, este enunciado irá fornecer o valor de um dos tipos de desconto simples (por
dentro ou por fora), e pedirá o valor do outro tipo. Serão também dados da questão
a taxa e o tempo de antecipação, que serão os mesmos para as duas operações.

Se você se deparar com uma questão assim, que pede a relação entre os valores do
Desconto Simples por Dentro e do Desconto Simples por Fora, mantendo-se para
ambas as operações a mesma taxa e o mesmo tempo de antecipação, a resolução
se fará de forma quase imediata, aplicando-se a seguinte relação:
RELAÇÃO ENTRE OS DESCONTOS SIMPLES

Df = Dd.(1+i.n)
A exigência desta fórmula, já sabemos, é que taxa e tempo estejam na mesma
unidade.
Trata-se da questão de resolução mais rápida de uma prova de matemática
financeira, e já foi cobrada reiteradamente em diversos concursos ao longo dos anos.

Vamos treinar?

Um título sofre um desconto comercial de R$ 9.810,00 três meses antes do


seu vencimento a uma taxa de desconto simples de 3% ao mês. Indique qual
seria o desconto à mesma taxa se o desconto fosse simples e racional.

Sol.: A questão aprensenta o valor do desconto por fora (Df=9810), o tempo de


antecipação (n=3m) e a taxa (3%a.m.).
Vemos que a exigência universal já está devidamente cumprida. Daí, o enunciado
nos pede o cálculo do desconto, se fosse simples e racional, ou seja, se – ao invés
de desconto por fora – fosse usado o desconto por dentro.
Aplicação imediata da fórmula do atalho. Teremos:
à Df=Dd.(1+i.n) à 810 = Dd.(1+0,03x3) à 810 = 1,09.Dd
E: à Dd = 810 / 1,09 à Dd= 9.000,00 à Resposta!

3.8. Segundo Atalho do Desconto Simples: a Relação Entre as Taxas


Esta nova situação não se confunde com a anterior. No atalho passado, o título era
um só, e considerando a mesma taxa e o mesmo tempo de antecipação, buscávamos
uma relação entre o valor dos dois tipos de desconto, o simples racional (por dentro)
e o simples comercial (por fora).
Aqui a situação é outra: o que será igual agora é o valor do desconto.
Veja o desenho abaixo:
100

80

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Imagine que 100 seja o valor nominal de um título. E que 80 seja o valor atual.
O desenho é um só. Para este desenho, quanto é o valor do desconto?
O desconto é 20, professor!
Isso mesmo. Então a situação agora é a seguinte: para o mesmo valor de desconto
(ou seja, para o mesmo desenho), qual é a relação entre a taxa de desconto simples
por dentro, e a taxa de desconto simples por fora?
Responda o seguinte: para 100 virar 80, ele tem que ser reduzido em quantos por
cento?
Em 20%, professor!
Perfeito. Mas para 80 virar 100, ele tem que crescer que percentual? Será que são
os mesmos 20%?
Não, professor! Se 80 aumentar 20%, se transforma em 96, e não em
100...
Muito bem observado. As taxas que levam um valor a se tornar o outro são
diferentes. É esta relação entre as taxas que a questão vai querer saber.
Você percebe a diferença entre esta presente situação e a anterior?
Naquela, a taxa era a mesma, e a questão queria a relação entre os descontos. Aqui,
o Desconto é o mesmo, e a questão quer a relação entre as taxas.
Nesta caso, você resolverá o problema muitíssimo rapidamente, se utilizar a seguinte
fórmula de atalho. Veja:
𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎
− =𝒏
𝒊𝒇 𝒊𝒅
Ou seja, para encontrar a outra taxa, basta conhecer o valor de uma delas e o tempo
de antecipação. Obviamente que este atalho considera a compatíveis as unidades de
taxa e tempo. (É a velha e boa exigência universal da Matemática Financeira).
O que há mais para se saber sobre este atalho, professor?
Há o seguinte: já foi dito no início deste capítulo que há um tipo de desconto que é
irmão dos juros. Que tipo de desconto é irmão dos juros?
É o desconto por dentro, professor!
Isso mesmo. Assim, a taxa de desconto simples por dentro também pode ser tratada
por taxa efetiva de juros.
Daí, se uma questão de prova vier falando sobre desconto simples, fornecer a taxa
de desconto simples por fora (taxa de desconto comercial) e pedir o valor da taxa
efetiva de juros (ou apenas taxa efetiva), saberemos então que o que ele quer é a
taxa de desconto por dentro.

Vamos treinar?

Pedro descontou um título um mês e meio antes de seu vencimento e


recebeu R$ 370.000,00. A taxa de desconto comercial simples foi de 5% ao
mês. Assim, o valor nominal do título e o valor mais próximo da taxa efetiva
da operação são, respectivamente, iguais a:

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Sol.: A questão nos fala sobre uma operação de desconto simples comercial, o
desconto por fora. Fornece-nos, como dados da questão, o tempo de antecipação
(n=1,5 mês), a taxa (i=5% a.m.), e mais uma valor de R$ 370.000.
Que valor é esse, professor?
Ora, se é dito que Pedro descontou um título e recebeu R$ 370.000, fica claro que
estes R$ 370.000 é o valor em que se transformou o valor nominal.
É o valor atual, professor!
Exatamente. Assim, com estas primeiras informações, somos capazes de descobrir o
Valor Nominal do título, que é esta a primeira pergunta da questão.
Aplicando a fórmula do desconto simples por fora, teremos:
à A=N.(1-i.n) à 370.000 = N . (1 - 0,05 x 1,5) à 370.000 = 0,925 . N
Daí: à N = 370.000 / 0,925 à N=400.000,00 à Resposta!

N=400.000,00 é a primeira resposta que a questão nos pede. Mas não para por aí.
Há outra pergunta no fim do enunciado. A questão quer saber "o valor mais próximo
da taxa efetiva".
Ora, estamos diante de uma operação de desconto por fora (comercial) e a questão
pergunta pelo valor da taxa efetiva. Fica claríssimo que ele quer, portanto, o valor
da taxa de desconto por dentro (id).
Aplicando a fórmula de atalho, teremos:

𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎


− = 𝒏 ∴ − = 𝟏, 𝟓 ∴ 𝟐𝟎 − = 𝟏, 𝟓
𝒊𝒇 𝒊𝒅 𝟓 𝒊𝒅 𝒊𝒅

Daí:

𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎
= 𝟏𝟖, 𝟓 ∴ 𝒊𝒅 = ∴ 𝒊𝒅 = 𝟓, 𝟒
𝒊𝒅 𝟏𝟖, 𝟓

Assim: Taxa Efetiva = 5,4% a.m. à Resposta!

3.9. Terceiro Atalho do Desconto Simples: Relação Entre Descontos e Valor


Nominal
Uma fórmula muito útil, usada também nas questões que envolvem os dois tipos de
desconto, por dentro e por fora, é dada a seguir:

(𝑫𝒇 𝒙 𝑫𝒅)
𝑵=
(𝑫𝒇 − 𝑫𝒅)
Ou seja, este atalho é aplicável em questões cujos enunciados fornecem os valores
dos descontos nas duas modalidades, por dentro e por fora, e é requerido o valor
Nominal do título.

Vamos treinar?

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O desconto simples comercial de um título é de $ 860,00 , a uma taxa de
60% ao ano. O valor do desconto simples racional do mesmo título é de $
781,82 , mantendo-se a taxa de juros e o tempo. Nessas condições, o valor
nominal do título é de:
Sol.: O enunciado nos dá os valores dos descontos por dentro e por fora, e pede o
valor nominal do título. Isso se encaixa como uma luva neste terceiro atalho.
Teremos:

(𝑫𝒇 𝒙 𝑫𝒅) (𝟖𝟔𝟎 𝒙 𝟕𝟖𝟏, 𝟖𝟐) (𝟖𝟔𝟎 𝒙 𝟕𝟖𝟏, 𝟖𝟐)


𝑵= ∴ 𝑵 = ∴ 𝑵 =
(𝑫𝒇 − 𝑫𝒅) (𝟖𝟔𝟎 − 𝟕𝟖𝟏, 𝟖𝟐) (𝟕𝟖, 𝟏𝟖)
Observe que o valor 781,82 que aparece no numerador é aproximadamente 10 vezes
o valor 78,18 que aparece no denominador. Daí, podemos simplificar a expressão
acima para:
à N = (860 x 10) à Daí: à N = 8.600,00 à Resposta!

# Que tal uma da FCC?

(FCC) Dois títulos com valores nominais iguais são descontados, na data de
hoje, em um banco que utiliza uma taxa de desconto comercial simples de
4,5% ao mês. Sabe-se que o primeiro título foi descontado 45 dias antes de
seu vencimento e o segundo 60 dias antes de seu vencimento. Se a soma
dos valores correspondentes aos descontos dos dois títulos foi igual a R$
630,00, tem-se que o valor nominal de cada título é igual a
(A) R$ 3 000,00
(B) R$ 3 150,00
(C) R$ 3 500,00
(D) R$ 4 000,00
(E) R$ 4 500,00
Sol.: Temos aqui duas operações simultâneas de desconto simples comercial (por
fora), ambas sujeitas a uma mesma taxa. Sabemos que os dois títulos possuem o
mesmo valor nominal. Assim, em vez de chamá-los de N1 e N2, vamos chamá-los
apenas de N. São também conhecidos os prazos de antecipação e a soma total dos
descontos. Anotemos os dados:
à N1=N=? ; i1=4,5% ao mês ; n1=45 dias = 1,5 mês ; D1=?
à N2=N=? ; i2=4,5% ao mês ; n2=60 dias = 2 meses ; D2=?
à D1 + D2 = 630,00
Aplicando a fórmula básica do desconto simples por fora, teremos:
à D1= N . i1 . n1 à D1 = N . 0,045 . 1,5 à D1= 0,0675 . N
E para a segunda operação:
à D2= N . i2 . n2 à D2 = N . 0,045 . 2 à D1= 0,09 . N
Finalmente, sabendo que a soma dos descontos é igual a 630, então, teremos:
à D1 + D2 = 630,00
à 0,0675.N + 0,09.N = 630
à 0,1575.N = 630
Finalmente, teremos que:
à N = 630 / 0,1575 à N=4.000,00 (Resposta)

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Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que operação de desconto consiste em projetar um valor conhecido para uma
data anterior;
2) Que a operação de desconto, a exemplo da de juros, também pode ocorrer
no regime simples ou no composto;
3) Que existem duas modalidades (dois tipos) de desconto em cada regime: o
desconto racional (por dentro) e o desconto comercial (por fora);
4) Que o tipo de desconto que é irmão dos juros é o desconto por dentro;
5) Que a equação curinga do desconto é sempre aplicável, seja qual for o regime
ou a modalidade de desconto adotados na resolução.
6) Que podemos trabalhar operações de desconto simples por dentro (racional)
pelas fórmulas ilustradas abaixo:

Fórmulas:
Equação Curinga:
D=N–A
Desconto Simples Racional:
D=A.i.n
Valor Nominal:
N=A.(1+i.n)

7) Que podemos trabalhar operações de desconto simples por fora (comercial)


pelas fórmulas ilustradas abaixo:

Fórmulas:
Equação Curinga:
D=N–A
Desconto Simples Comercial:
D=N.i.n
Valor Atual:
A=N.(1-i.n)

8) Fórmula de atalho que fornece a relação entre os valores dos dois tipos de
desconto, mantidas a mesma taxa e o mesmo tempo de antecipação:
Df=Dd(1+i.n)
9) Fórmula de atalho que fornece a relação entre as taxas de desconto simples
por dentro e por fora, mantido o mesmo valor do Desconto: (100/if)-
(100/id)=n
10) Fórmula de atalho para cálculo do valor nominal, quando são conhecidos os
valores dos dois descontos simples (por dentro e por fora): N=(Df x Dd)/(Df
– Dd)
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho

# DESCONTO SIMPLES
01. (CLÁSSICA) Utilizando o desconto simples racional, de quanto será o
valor que devo pagar por um título com vencimento daqui a 5 meses, se o
seu valor nominal for de R$ 30.000,00, considerando uma taxa de 48% ao
ano?
a) R$ 22.000,00
b) R$ 23.000,00
c) R$ 24.000,00
d) R$ 25.000,00
e) R$ 26.000,00

02. (CLÁSSICA) O valor que irei pagar hoje por um título que vence daqui
a três meses, se seu valor nominal é de R$10.000,00, considerando uma
taxa de juros simples de 5% ao mês, é maior que R$ 8.700,00.
( ) CERTO
( ) ERRADO

03. (CESPE) Um título de valor nominal igual a R$ 20.800 foi descontado


6 meses antes do vencimento, à taxa de desconto racional simples de 5%
ao mês. Nesse caso, o valor descontado foi igual a R$ 16.000.
( ) CERTO
( ) ERRADO

04. (CESPE) Um título de valor nominal igual a R$ 5.300 foi descontado 3


meses antes do vencimento, à taxa de desconto comercial simples de 24%
ao ano, sem cobrança de taxas administrativas. Nesse caso, o valor
descontado foi de R$ 5.000.
( ) CERTO
( ) ERRADO

05. (VUNESP) O valor atual de um título descontado 3 meses antes de


seu vencimento foi igual a R$ 19.100,00. A taxa de desconto utilizada foi
de 18% ao ano, segundo uma operação de desconto comercial simples.
Se a taxa de desconto tivesse sido de 14,4% ao ano, então o valor atual
desse título seria de
a) R$ 19.160,00
b) R$ 19.250,00
c) R$ 19.120,00
d) R$ 19.280,00
e) R$ 19.200,00

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06. (FCC/SEMEF/MANAUS/2019) O valor atual de um título descontado
4 meses antes de seu vencimento, a uma taxa de desconto de 24% ao
ano, é igual a R$ 19.320,00. Sabe-se que para esta operação utilizou-se
o critério do desconto comercial simples. Se fosse considerada uma taxa
de desconto igual a 75% da taxa anterior, o valor do desconto deste título
seria de
a) R$ 1.260,00. c) R$ 1.470,00. d) R$ 1.575,00.
b) R$ 1.680,00. e) R$ 1.365,00.

07. (CLÁSSICA) Marcos descontou um título 45 dias antes de seu


vencimento e recebeu R$ 370.000,00. A taxa de desconto comercial
simples foi de 60% ao ano. Assim, o valor nominal do título e o valor mais
próximo da taxa efetiva da operação são, respectivamente, iguais a:
a) R$ 550.000,00 e 3,4% ao mês d) R$ 400.000,00 e 60% ao ano
b) R$ 400.000,00 e 5,4% ao mês e) R$ 570.000,00 e 5,4% ao mês
c) R$ 450.000,00 e 64,8% ao ano

08. (CESPE/2018) Um comerciante contratou um estagiário, estudante


universitário, para cuidar dos registros das informações financeiras no
sistema da loja. O banco do qual o comerciante é cliente oferece o serviço
de desconto de cheques, cobrando a taxa de desconto comercial simples
de 7,5% ao mês. Todavia, o sistema da loja só registra a taxa efetiva
dessas operações. Nessa situação, se o comerciante depositar um cheque
no valor de R$ 100 para ser descontado com antecedência de 1 mês, a
taxa efetiva registrada pelo sistema da loja será
a) inferior a 6,5%.
b) superior a 6,5% e inferior a 7,5%.
c) superior a 7,5% e inferior a 8,5%.
d) superior a 8,5% e inferior a 9,5%.
e) superior a 9,5%.

09. (FCC) Em uma mesma data, uma empresa desconta dois títulos da seguinte
maneira:
I. O primeiro título, de valor nominal igual a R$ 25.000,00, foi descontado 4
meses antes de seu vencimento, a uma taxa de desconto de 2% ao mês.
II. O segundo título foi descontado 2 meses antes de seu vencimento, a uma
taxa de desconto de 2,5% ao mês.
Sabe-se que para o primeiro título considerou-se a operação de desconto
comercial simples e para o segundo título a de desconto racional simples. Se a
soma dos respectivos valores atuais foi igual a R$ 43.000,00, então o valor
nominal do segundo título é igual a
a) R$ 21.000,00.
b) R$ 21.500,00.
c) R$ 22.000,00.
d) R$ 22.500,00.
e) R$ 23.000,00.

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10. (VUNESP) Um título de valor N será descontado 4 meses antes do
vencimento à taxa de desconto simples de 3% ao mês. Considere Vr o
valor líquido do resgate se a modalidade da operação for de desconto
racional; e Vc o valor líquido do resgate se a modalidade da operação for
de desconto comercial. Comparando os valores de Vr e Vc, assinale a
alternativa que melhor representa a relação entre eles.
a) Vc = 1,50 Vr.
b) Vc = 1,25 Vr.
c) Vc = 0,98 Vr.
d) Vc = 0,87 Vr.
e) Vc = 0,45 Vr.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D errado certo errado D A B C A C


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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho

Capítulo IV: Equivalência Simples de Capitais


4.1. Conceito:
Ingressamos neste momento no assunto mais prático da Matemática Financeira.
Prático por quê, professor?
Porque é o tipo do assunto que se você souber resolver uma questão, saberá resolver
todas, pois são todas elas, sem exceção, resolvidas da mesma maneira, seguindo
rigorosamente o mesmo passo a passo.
Eu costumo chamar a Equivalência de Capitais de receita de bolo. Se você nunca fez
um bolo na vida, mas seguir os passos da receita, vai conseguir fazer o primeiro.
Pode até não ficar assim tão gostoso, mas com o treino e a prática, você irá se
aperfeiçoando.
Aqui também é assim: com um pouco de dedicação, você vai conseguir resolver
questões de Equivalência numa velocidade impressionante, apenas seguindo os
passos da receita que vai aprender.
Antes, porém, você tem que saber como identificar que está diante de uma questão
de Equivalência de Capitais. E é facílimo. Veja:
Suponhamos que você fez uma compra no dia de hoje, comprometendo-se a pagar
R$ 1.000 (mil reais) daqui a 30 dias, e mais R$ 2.000 (dois mil reais) daqui a 60
dias. Tudo bem? Esta é sua forma de pagamento originalmente contratada.
O tempo foi passando, e quando chegamos à data 29 dias, véspera do pagamento
daquela primeira parcela, a de R$1.000, você verificou que estava completamente,
como direi, financeiramente desprovido.
Liso, professor!
Exatamente. Assim, você pegou o telefone e ligou para seu credor, dizendo: "Olha,
eu estou sem condições de honrar o nosso compromisso... Mas eu quero pagar! Só
que quero pagar de outro jeito! Eu quero substituir aquela forma original de
pagamento por uma outra!
"Como é que você quer pagar?", perguntará o credor.
Ao que você lhe dirá: "Quero pagar por meio de duas parcelas iguais, nas datas 90
dias e 120 dias".
Está acompanhando até aqui? Havia uma forma original de pagamento (um
compromisso original) que será substituída por uma nova forma de pagar pela
mesma compra que fora feita.
Ora, sempre que o enunciado apresentar duas formas diferentes de pagamento
para a mesma compra, uma nova que substituíra a primeira, estaremos diante do
assunto Equivalência de Capitais.
Por quê, professor?
Porque, já que está havendo uma mudança na forma original de pagamento, para
que ninguém saia perdendo com esta alteração, é preciso que a nova forma de
pagamento seja equivalente à primeira. Daí o nome “Equivalência”.

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Em suma: identificar que estamos diante de uma questão de equivalência de capitais
é algo quase que imediato. Normalmente, as duas primeiras frases do enunciado já
revelam o assunto. A primeira delas, via de regra, apresenta como seria o contrato
original (a forma original de pagamento). A segunda frase começa a falar que a
pessoa devedora (que também pode ser uma empresa) está em situação financeira
difícil, e que deseja substituir, alterar, modificar, renegociar, refinanciar (são todos
verbos muito comuns neste tipo de questão) aquele contrato original, por uma nova
forma de pagamento.
Basta isso para que você tenha certeza absoluta que está diante da Equivalência de
Capitais.
E agora, professor?
Agora, apresentarei a receita de bolo, o passo a passo de resolução, que se aplica,
como já disse, a todas as questões de equivalência.
4.2. Receita de Bolo da Equivalência de Capitais:
Vamos dividir nossos passos em preliminares e efetivos.
Serão ditos preliminares porque se prestam a preparar a resolução. Após seguir estes
primeiros passos, torna-se praticamente impossível errar alguma coisa depois.
Vamos a eles.
I) Passos Preliminares de Resolução:
1º Passo) Desenhar a questão.
Ora, desenhar a questão é nada mais que passar a linha do tempo, e sobre ela colocar
as setas de todos os valores monetários, conhecidos ou não, que a questão revelar,
sobre as datas respectivas.
Atente para o fato de que o desenho da questão precisa ser um reflexo fiel do que
está dito no enunciado. Se você não estiver atento e errar o desenho da questão, aí
um abraço: sua questão está prejudicada.
Assim, só há uma coisa a ser feita: ficar concentrado na hora da leitura. No caso do
exemplo que eu citei, nosso desenho será o seguinte:

2000,
X X

1000,

0 30d 60d 90d 120d

Reparem que as duas parcelas referentes à nova forma de pagamento foram


chamadas de X, pois ambas são iguais e são também desconhecidas.
Vamos em frente.
2º Passo) Identificar quais são as parcelas de 1ª obrigação e de 2ª obrigação!
O que significam 1ª e 2ª obrigação, professor?
O que eu chamo de 1ª obrigação são as parcelas da forma original de pagamento.
Ou seja, são aqueles valores que correspondem ao contrato original.

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Já as parcelas de 2ª Obrigação são as que se referem à nova forma de pagamento,
que irá substituir a primeira.
Assim, em nosso desenho, faremos a anotação (I) para parcelas de 1ª obrigação e
(II) para parcelas de 2ª obrigação. Teremos:

2000,
X X

1000,

0 30d 60d 90d 120d


(I) (I) (II) (II)
Veja que até aqui não tivemos absolutamente nenhuma dificuldade. E também não
há demora nenhuma na realização destes primeiros passos.
A propósito, quando esta receita de bolo estiver totalmente gravada na sua mente,
você conseguirá cumprir todos os passos numa velocidade que talvez jamais
imaginasse.
Vamos em frente!
3º Passo) Colocar taxa e tempos na mesma unidade.
Reparem que a palavra tempos aparece mesmo no plural. Não foi erro de digitação.
Como temos várias parcelas no desenho, todas elas devem estar assinaladas com o
tempo na mesma unidade da taxa.
Suponhamos que esta nossa questão nos disse que a operação está sujeita a uma
taxa de 10% ao mês.
Assim, se a taxa é mensal, não teremos praticamente nenhum trabalho em passar a
chamar 30 dias de 1 mês, 60 dias de 2 meses, 90 dias de 3 meses, e 120 dias de 4
meses.
Nosso desenho agora ficará assim:

2000,
X X

1000,

0 1m 2m 3m 4m
(I) (I) (II) (II)

E o terceiro passo está cumprido. Adiante.


4º Passo) Identificar o regime e a modalidade de desconto que serão adotados nesta
resolução.

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Não entendi nada, professor...
Vai entender.
O que vou dizer agora é, possivelmente, a informação mais importante do assunto
inteiro.
Guarde isto:
Toda questão de equivalência é resolvida por meio de operações de
desconto!
Sendo assim, antes de começar a resolver a questão de equivalência, teremos que
atentar para as mesmíssimas duas preocupações que tínhamos quando íamos
começar a resolver uma questão de desconto, quais sejam: identificar o regime do
desconto (simples ou composto), e identificar a modalidade do desconto (por dentro
ou por fora).
Questões de Equivalência Simples podem ser resolvidas tanto por meio de operações
de Desconto Simples por Dentro, quanto por meio de operações de Desconto Simples
por Fora.
E não é você quem definirá isso: é o enunciado.
Suponhamos que, no nosso exemplo, o enunciado falou que usaremos o desconto
simples comercial.
Desconto comercial é por dentro ou por fora? Já vimos isso.
É por fora, professor!
Muito bem. Agora só falta o último passo preliminar.
Vamos a ele.
5º Passo) Localizar a data focal.
O que é data focal, professor?
Data focal é uma data de referência para a resolução da questão. É para ela que
teremos que transportar todas as parcelas do desenho.
E o faremos por meio de quê? Você já sabe.
Por meio de operações de desconto, não é, professor?
Sim! Sempre por desconto.
Você só vai entender bem o que é a data focal quando resolvermos este primeiro
exemplo.
Neste momento, importa muitíssimo conhecer as duas próximas observações, acerca
da data focal:
Obs.1) Na equivalência simples de capitais, quem manda na data focal é a questão.
Ou seja, você não tem liberdade de escolha. Quem determina a localização da data
focal (na equivalência simples) é o próprio enunciado. Qualquer data focal que ele
sugerir terá que ser imediatamente aceita.
Obs.2) Se a questão de equivalência simples nada disser acerca da data focal,
adotaremos, obrigatoriamente, a data zero.
Trata-se de uma convenção e estamos obrigados a cumpri-la, quando for o caso.
Atente para o fato de que estas duas observações são fundamentais para que você
consiga acertar a questão.

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Aqui na equivalência simples, se você erra a escolha da data focal, você chega à
resposta errada. Exatamente por isso não podemos deixar de lado estas duas
observações.
Suponhamos que nosso exemplo disse que temos que escolher, como data focal, a
data 4 meses. Assim, anotaremos esta informação no desenho, colocando, na data
4 meses, as iniciais DF (de data focal).
Teremos:

2000,
X X

1000,

0 1m 2m 3m 4m
(I) (I) (II) (II)
DF

Nosso desenho está concluído, assim como os passos preliminares de resolução.


Recapitulando:
1º) desenhar a questão;
2º) dizer quem é 1ª e 2ª obrigação;
3º) colocar taxa e tempos na mesma unidade;
4º) saber qual é o regime e a modalidade de desconto a ser adotado;
5º) localizar a data focal.
Tudo isso, repito, é feito de forma contínua e muito rápida quando você está
resolvendo a questão. Basta que estes passos estejam gravados em sua mente.
Se você chegou até aqui, parabéns! Não tem mais como errar, por mais que você se
esforce para isso... E penso que ninguém fará tal esforço, não é mesmo?
E agora, professor?
Agora vamos aos passos efetivos de resolução.
Vou reduzi-los a apenas dois. Veja:

II) Passos Efetivos de Resolução:

1º Passo) Levar para a data focal todas as parcelas do desenho.


E como faremos isso, professor?
Por meio de operações de desconto! Não esqueçam o que foi dito agora há pouco:
toda questão de equivalência é resolvida por meio de operações de
desconto.
Mas que tipo de desconto será adotado, professor?
Exatamente aquele que ficou definido no 4º passo preliminar.

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Repito: não é você quem definirá isso, e sim a própria questão.
Neste presente exemplo, usaremos o desconto simples comercial, como previu o
enunciado.
Vejamos novamente o desenho da questão, para fazermos isso com mais facilidade:

2000,
X X

1000,

0 1m 2m 3m 4m
(I) (I) (II) (II)
DF
Vamos começar levando para a data focal a primeira parcela do desenho, R$ 1000,
que está localizada na data 1 mês.
Teremos:

1000,

0 1m 4m
(I) DF

Veja que a data focal fica à direita da parcela 1000, de sorte que quando projetarmos
estes 1000 para lá, ele se transformará numa quantia necessariamente maior que
1000.
Quanto? Não sabemos ainda. Por isso, chamaremos este valor sobre a data focal de
E. (Poderíamos chamá-lo do que quiséssemos..., mas resolvemos chamá-lo assim,
Ok?).
Professor, como é que vou fazer uma operação de desconto, se vou
projetar a parcela R$ 1000 para uma data posterior?
Não importa que a data focal esteja no futuro! Você vai fazer, sim, uma
operação de desconto.
Como, professor?
Ora, basta que você trate este desenho como sendo de desconto.
Neste caso, o valor 1000 funcionará como valor atual, e o E funcionará como valor
nominal.
E se a questão mandou adotar o desconto simples por fora, aplicaremos a fórmula já
nossa conhecida. Teremos:
à A=N(1–i.n) à 1000=E.(1-0,10x3) à 1000 = 0,7.E à E=1000/0,7

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à E=1.428,00
Este valor E ficará guardado para daqui a pouco!
Você deve ter reparado que a parcela 1000 avançou 3 meses até chegar à data focal.
Exatamente por isso o tempo n aí nas contas foi igual a 3.
Falta levar mais alguém para a data focal?
Sim, professor, ainda falta muito!
Quem levaremos agora? Na sequência do desenho, trabalharemos agora com a
parcela R$ 2000.
E o que faremos com ele, professor?
Ora, seguindo a ordem do 1º passo efetivo de nossa receita de bolo, nós o
transportaremos para a data focal, por meio de uma operação de desconto.
Que tipo de desconto, professor?
Aquele que ficou previamente definido, lá no 4º passo preliminar. Neste caso, o
desconto simples por fora!
Teremos:
F
2000,

0 2m 4m
(I) DF

Aplicando a fórmula do desconto simples por fora, teremos:


à A=N(1–i.n) à 2000=F.(1–0,10x2) à 2000 = 0,8.F à F=2000/0,8
à F=2.500,00
Este valor F também ficará guardado para mais adiante.
Atente outra vez: não importa se a data focal é posterior, e que você vai levar a
parcela para uma data futura. Será tratado o desenho como se fosse de uma
operação de desconto.
Veja que quando projetamos a parcela 2000 para a data focal, ele avançou 2
períodos, ou seja, 2 meses, e se transformaria, necessariamente, num valor maior
que 2000. Como não sabíamos que valor seria esse, nós o chamamos de valor F
(poderia ter sido dado qualquer outro nome).
E agora, falta levar ainda alguma parcela do desenho para a data focal?
Sim, professor! Temos a parcela X que está na data 3 meses.
E como faremos esse transporte?
Por meio de uma operação de desconto, exatamente do tipo que ficou
definido no 4º passo preliminar!
Exatamente.

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Teremos:

X G

0 3m 4m
(II) DF

Aplicando o desconto simples por fora, teremos:

à A=N(1–i.n) à X=G.(1–0,10x1) à X = 0,9.G à G=X/0,9


à G=1,1.X

E agora, será que ainda falta levar mais alguma parcela do desenho para a data
focal?
Olha, professor, o desenho da questão ainda traz a parcela X da data 4
meses... Mas ela já está sobre a data focal, não é mesmo?
Sim! E já estando sobre a data focal, não precisaremos levá-la para lugar nenhum.
Ou seja, ele, o X da data 4 meses, já está onde queremos que esteja.
E sobre a data focal, quanto é que ele vale? Ora, vale ele próprio: X.
Assim, concluímos o primeiro passo efetivo, restando-nos agora apenas o arremate
da questão. Vamos aprender.
2º Passo) Aplicar a equação de equivalência de capitais!
Como é esta equação, professor?
É a seguinte:

(𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅

Traduzindo:

A soma das parcelas da 1ª obrigação, depois de levadas para a data focal,


é igual à soma das parcelas da 2ª obrigação, também depois de levadas
para a data focal.

Na primeira parte da equação, somaremos os valores da 1ª obrigação, aqueles


valores que encontramos depois de transportá-los para a data focal.
No caso da parcela R$ 1000, ela transformou-se em R$ 1.428.
No caso da parcela R$ 2000, transformou-se em R$ 2.500.
São estes valores, R$ 1428 e R$ 2500, que vão para a primeira parte da equação.
Já na segunda parte da equação, somaremos os valores da 2ª obrigação, aqueles
que encontramos depois de transportá-los para a data focal.
No caso do X que estava na data 3 meses, ele transformou-se em 1,1X.

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E no caso do X que já estava sobre a data focal, ele ficou sendo X mesmo, já que
não teve que ser transportado para parte alguma.
Finalmente, meus amigos, nossa equação de equivalência ficou a seguinte:

(𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅 ∴ 𝟏𝟒𝟐𝟖 + 𝟐𝟓𝟎𝟎 = 𝟏, 𝟏𝑿 + 𝑿


E é assim que terminam todas as questões de equivalência: com uma equação e
uma variável. A variável é aquela que a questão está perguntando.
Isolando o X, teremos: à 2,1X = 3.928
Daí: à X=1.870 à Resposta!
Ou seja: tanto faz pagar 1000 na data 1 mês, e mais 2000 na data 2 meses, como
pagar duas parcelas de R$ 1870, nas datas 3 e 4 meses, considerando uma taxa de
10% ao mês e o desconto simples comercial.
Professor, você gastou muitas páginas para resolver esse exemplo...
Claro. Eu estava lhe apresentando o assunto. Não podia fazer isso às pressas. Mas
na hora da prova, com bastante treino realizado em casa, mesmo uma resolução
como esta acima não demandará mais que alguns poucos minutos.
Para não seguir adiante sem uma rápida revisão, segue, adiante, toda a receita de
bolo da equivalência de capitais.
Passo a Passo da Equivalência de Capitais:
I) Passos Preliminares de Resolução:
1º Passo) Desenhar a questão;
2º Passo) Identificar parcelas de 1ª e de 2ª obrigação;
3º Passo) Colocar taxa e tempos na mesma unidade;
4º Passo) Identificar o regime e a modalidade de desconto;
5º Passo) Localizar a data focal.
II) Passos Efetivos de Resolução:
1º Passo) Transportar todas as parcelas do desenho para a data focal;
2º Passo) Aplicar a equação de equivalência.
Se você entendeu como foi feita a questão acima, meus parabéns: você já sabe
resolver qualquer questão de equivalência de capitais. Absolutamente qualquer uma.

Vamos treinar?

Um negociante tem duas dívidas a pagar, uma de $3.000,00 com um mês e


meio de prazo, e outra de $8.400,00 , pagável em 60 dias. O negociante quer
substituir essas duas dívidas por uma única, com 30 dias de prazo. Sabendo-
se que a taxa de desconto simples comercial é de 12% a.a. e usando a data
focal zero, de quanto será o valor dessa nova dívida?
Sol.: De início, devemos fazer o desenho da questão (1º passo preliminar),
juntamente com a identificação de quem é 1ª e 2ª obrigação (2º passo preliminar).

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Teremos:

X
8400,

3000,

0 30d 1,5m 60d


(II) (I) (I)

Daí, a questão disse que a taxa é de 12% ao ano, e os prazos estão em meses (1,5m)
e em dias (30 dias e 60 dias). Passando todo mundo para a unidade mensal, teremos:
i=1%a.m. e prazos de 1m, 1,5m e 2m. Perceba que a alteração da unidade da taxa
(de 12% ao ano para 1% ao mês) se deu pelo conceito de taxas proporcionais, já
que estamos trabalhando no regime simples.
Nosso novo desenho será:

X
8400,

3000,

0 1m 1,5m 2m
(II) (I) (I)

Na sequência, vemos que o enunciado indicou que a questão será trabalhada por
meio de operações de desconto simples comercial, que é o desconto por fora.
E agora? Falta definir somente a localização da data focal. Nosso enunciado foi
expresso: "usando a data focal zero", foi o que ele disse na última linha. Nosso
desenho completo, portanto, é o seguinte:

X
8400,

3000,

0 1m 1,5m 2m
DF (II) (I) (I)
Agora, que todos os passos preliminares foram cumpridos, passemos aos passos
efetivos.
Comecemos levando para a data focal a parcela R$ 3000.
Teremos:

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3000,
E

0 1,5m
DF (I)

Usando a fórmula do desconto simples por fora, teremos:
à A=N.(1-i.n) à E=3000.(1 – 0,01 x 1,5) à E = 3000 . 0,985 à E=2.955,00
Levando a parcela R$ 8.400 para a data focal, teremos:
8400,

0 2m
DF (I)

Novamente aplicando o desconto simples por fora, nossas contas serão as seguintes:
à A=N.(1-i.n) à F=8400.(1 – 0,01 x 2) à E = 8400 . 0,98 à E=8.232,00

Levando, desta vez, a parcela X para a data focal, teremos:


X

0 1m
DF (II)

Fazendo as contas, de acordo com o desconto simples por fora, teremos:

à A=N.(1-i.n) à G=X.(1 – 0,01 x 1) à G=0,99.X

Finalmente, aplicando a equação de equivalência, teremos:

(𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅

𝟐𝟗𝟓𝟓 + 𝟖𝟐𝟑𝟐 = 𝟎, 𝟗𝟗𝑿 ∴ 𝟎, 𝟗𝟗𝑿 = 𝟏𝟏𝟏𝟖𝟕 ∴ 𝑿 = 𝟏𝟏. 𝟑𝟎𝟎, 𝟎𝟎 (𝑹𝒆𝒔𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂!)

A receita de bolo não falha. Vamos para mais um pouco de treino.

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José deve a um banco a quantia de $190.000 a ser devolvida daqui a um
mês. Como está inteiramente desprovido de recursos, propõe a prorrogação
da dívida por mais três meses. Considerando-se a data focal zero e que a
operação esteja sujeita a uma taxa de desconto comercial simples de 72%
a.a., de quanto será o valor do novo título?

Sol.: Este enunciado apresenta uma pequena casca de banana. E é justamente no


desenho da questão. Se o José tinha uma dívida para pagar daqui a 30 dias, e propõe
prorrogá-la por mais 90 dias, para qual data irá o novo pagamento?
Na hora da prova, agindo precipitadamente, você poderia dizer que o novo
pagamento iria para a data 90 dias, o que seria um erro.
Prorrogar por mais 90 dias significa lançar o novo pagamento para a data 120 dias,
já que 30+90=120.
De resto, nenhuma novidade. Vamos aos passos preliminares de resolução.
Desenhando a questão e definindo os valores de 1a e 2a obrigação, teremos:
X
190.000,

0 1m 4m
DF (I) (II)

A data focal é a zero, conforme especificou o enunciado.


A taxa de 72% ao ano será convertida para mensal, pelo conceito de taxas
proporcionais, e teremos: (72/12) = 6% ao mês. Daí, chamamos 120 dias de 4
meses.
Trabalharemos com o desconto simples por fora, como indicou a questão.
Passos preliminares concluídos. Passemos aos passos efetivos.
Levando a parcela 190.000 para a data focal com o desconto simples comercial,
teremos:

190.000,
E

0 1m 4m
DF (I) (II)
Aplicando o desconto simples por fora, e fazendo as contas, teremos:
à A=N.(1-i.n) à E=190000.(1 – 0,06 x 1) à E = 190000 . 0,94 à E=178.600,00

E agora, levando o X para a data focal, teremos:

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X

0 4m
DF (II)

Pelo desconto simples por fora, nossas contas serão as seguintes:


à A=N.(1-i.n) à F=X.(1 – 0,06 x 4) à F = X . 0,76 à F=0,76.X

Finalmente, aplicando a equação de equivalência, teremos: (𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅

𝟏𝟕𝟖𝟔𝟎𝟎 = 𝟎, 𝟕𝟔𝑿 ∴ 𝑿 = (𝟏𝟕𝟖𝟔𝟎𝟎 / 𝟎, 𝟕𝟔) ∴ 𝑿 = 𝟐𝟑𝟓. 𝟎𝟎𝟎, 𝟎𝟎 (𝑹𝒆𝒔𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂!)

~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que a equivalência de capitais se configura sempre em que estiverem
presentes duas formas de pagamento para um mesmo bem;
2) Que operações de equivalência de capitais, a exemplo das de juros e de
desconto, também podem ocorrer no regime simples ou no composto;
3) Que as operações de equivalência se resolvem todas seguindo um mesmo
passo a passo, a mesma receita de bolo;
4) Que esta receita consiste em passos preliminares e passos efetivos;
5) Que os passos preliminares de resolução são os seguintes:
1º Passo) Desenhar a questão;
2º Passo) Identificar parcelas de 1ª e de 2ª obrigação;
3º Passo) Colocar taxa e tempos na mesma unidade;
4º Passo) Identificar o regime e a modalidade de desconto;
5º Passo) Localizar a data focal.

6) Que os passos efetivos de resolução são os seguintes:


1º Passo) Transportar todas as parcelas do desenho para a data focal;
2º Passo) Aplicar a equação de equivalência.

~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho

01. (FCC/Adaptada) Uma pessoa deve a um credor três parcelas


mensais consecutivas de mesmo valor nominal R$ 1.000,00 cada, a
primeira a vencer daqui a 30 dias. Deseja hoje substituí-las por dois
pagamentos iguais entre si, um com vencimento para daqui a 2 meses
e outro para daqui a 4 meses. Utilizando o critério do desconto racional
simples, com taxa de 10% ao mês, e adotando a data focal 4 meses,
calcule o valor X de cada uma dessas duas novas prestações, em reais,
desprezado os centavos:
a) 1.600,00
b) 1.636,00
c) 1.648,00
d) 1.652,00
e) 1.665,00

02. (CLÁSSICA) Um negociante tem duas dívidas a pagar, uma de


$3.000,00 com 45 dias de prazo, e outra de $8.400,00, pagável em 60
dias. O negociante quer substituir essas duas dívidas por uma única,
com 30 dias de prazo. Sabendo-se que a taxa de desconto comercial é
de 12% a.a. e usando a data zero, o valor nominal dessa dívida será:
a) $11.287,
b) $8.232,
c) $9.332,
d) $11.300,
e) $8.445,

03. (FGV) Um investidor deseja depositar uma determinada quantia em


um banco, para ter o direito de retirar R$ 22.000,00 no prazo de cinco
meses e R$ 30.000,00 no prazo de dez meses. Sabendo­se que o
banco remunera seus depósitos com uma taxa de juros simples de 2%
ao mês, o menor valor a ser depositado por esse investidor é
a) 38 750,00.
b) 20 000,00.
c) 45 000,00.
d) 60 200,00.
e) 48 500,00.

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04. (FCC/Adaptada) Para quitar uma dívida que apresenta na data
de hoje o valor de R$ 77.000,00, um empresário deverá efetuar um
pagamento de P reais daqui a um ano e outro de 2P reais daqui a 2
anos. Considerando o critério do desconto comercial simples a uma
taxa de 2% ao mês, obtém-se que P, desprezando os centavos, é
igual a:
a) R$ 42.333,
b) R$ 42.444,
c) R$ 42.555,
d) R$ 42.666,
e) R$ 42.777,

GABARITO

01 02 03 04
B D C E

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho

Capítulo V: Juros Compostos

5.1. Conceitos Iniciais:


Ingressamos no estudo do regime composto de uma forma bastante confortável.
Por que diz isso, professor?
Ora, já sabemos exatamente o que são operações de juros, de desconto e de equivalência
de capitais.
Sendo assim, praticamente agora só teremos que nos adaptar às fórmulas próprias do
regime composto, e conhecer um ou outro conceito complementar.
Já é do nosso conhecimento que operação de juros é aquela na qual projetamos para uma
data futura um valor monetário conhecido no dia de hoje.
Os elementos de uma operação de juros compostos são aqueles mesmos cinco elementos
que vimos no regime simples: Capital (C), tempo (n), Montante (M), Juros (J) e Taxa (i).
A diferença entre as operações de juros simples e de juros compostos já foi objeto de
nosso estudo, lá nos idos do capítulo 2.

5.2. Equação Fundamental dos Juros Compostos:


Sendo assim, sem mais delongas, apresento-lhe a equação fundamental dos juros
compostos, qual seja:

M = C .(1+i)n
Vamos falar sobre seus elementos:
- M é o Montante. É o resultado final da operação.
- C é o Capital, o elemento que dá início à operação de juros;
- i é a taxa de juros compostos (que será representada pela notação unitária);
- n é o tempo que durou a operação de juros.
Este parêntese que aparece na fórmula, (1+i)n, é de suma importância dentro de todo o
regime composto. Ele aparecerá em fórmulas de juros compostos, de desconto composto,
de equivalência composta, de rendas certas, de amortização... Enfim, este parêntese é um
verdadeiro rei no regime composto.
Por isto, vamos dar a ele um apelido. Doravante, o parêntese (1+i)n será chamado por
nós de parêntese famoso da matemática financeira.
Atente para o fato de que a nossa já tão comentada exigência universal (taxa e tempo na
mesma unidade) continua valendo aqui no regime composto, da mesma forma que valeu
no regime simples.
Resolvi que a maneira mais fácil de apresentar conceitos importantes de juros compostos
é exatamente por meio de exemplos. Vamos a eles, portanto.
Um capital de R$ 1000 é aplicado a uma taxa de juros compostos de 3% ao mês,
durante o prazo de 1 ano e 3 meses. Qual o valor do montante obtido nesta
operação?

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Sol.: A questão nos fala em capital, taxa, tempo de aplicação e montante. Ou seja,
elementos próprios da operação de juros. Diz-nos também que a taxa é de natureza
composta. Assim, estamos diante dos juros compostos.
Imediatamente, poremos no papel a equação fundamental, que diz assim:

M = C .(1+i)n
Só podemos aplicá-la se taxa e tempo já estiverem na mesma unidade.
Ora, a taxa fornecida foi mensal (3% a.m.). Já o tempo está “quebrado”: 1 ano e 3 meses.
Neste caso, não há nenhuma dificuldade em dizer que 1 ano e 3 meses é o mesmo que 15
meses. Confere? Assim, já estando cumprida a exigência universal da matemática
financeira, podemos imediatamente aplicar a equação acima.
Teremos:

M = C .(1+i)n ∴ M = 1000 .(1+0,03)15


Repare que eu deixei em destaque (cor vermelha) o parêntese famoso acima, para lhe
mostrar que é exatamente aí que nasceu uma dificuldade para nós. Uma dificuldade de
cunho prático. Como é que nós vamos conseguir fazer este cálculo, elevando 1,03 à décima
quinta potência?
Na impossibilidade de uso de uma máquina calculadora, trata-se de uma conta
inteiramente inviável. Ora, quando nos depararmos com o cálculo do parêntese famoso,
há um auxílio que nos é normalmente fornecido na prova.
Este auxílio poderá vir no formato de uma tabela financeira. Trata-se de algo muito fácil
de ser compreendido. Esta tabela trará, na linha de cima, as diversas taxas (i); e na coluna
da esquerda, os valores do tempo (n).
Mais ou menos assim:
Tabela Financeira – (1 + i)n

i
n 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% ... ... ... ... 18%
1 1,010000 1,020000 1,030000 1,040000 1,050000 1,060000 1,070000 1,080000 1,180000
2 1,020100 1,040400 1,060900 1,081600 1,102500 1,123600 1,144900 1,166400 1,392400
3 1,030301 1,061208 1,092727 1,124864 1,157625 1,191016 1,225043 1,259712 1,643032
4 1,040604 1,082432 1,125508 1,169858 1,215506 1,262476 1,310796 1,360488 1,938777
5 1,051010 1,104081 1,159274 1,216652 1,276281 1,338225 1,402552 1,469329 2,287758
6 1,061520 1,126162 1,194052 1,265319 1,340095 1,418519 1,500730 1,586874 2,699554
7 1,072135 1,148685 1,229873 1,315931 1,407100 1,503630 1,605781 1,713824 3,185474
8 1,082856 1,171659 1,266770 1,368569 1,477455 1,593848 1,718186 1,850930 3,758859
9 1,093685 1,195092 1,304773 1,423311 1,551328 1,689478 1,838459 1,999004 4,435454
10 1,104622 1,218994 1,343916 1,480244 1,628894 1,790847 1,967151 2,158925 5,233835
11 1,115668 1,243374 1,384233 1,539454 1,710339 1,898298 2,104852 2,331639 6,175926
12 1,126825 1,268242 1,425760 1,601032 1,795856 2,012196 2,252191 2,518170 7,287592
13 1,138093 1,293606 1,468533 1,665073 1,885649 2,132928 2,409845 2,719623 8,599359
14 1,149474 1,319479 1,512589 1,731676 1,979931 2,260903 2,578534 2,937193 10,147244
15 1,160969 1,345868 1,557967 1,800943 2,078928 2,396558 2,759031 3,172169 11,973748

No miolo da tabela, nós encontraremos aquilo que nos interessa, ou seja, o resultado do
parêntese famoso. Para isso, basta fazer o cruzamento de uma linha específica (o tempo
da aplicação) com uma coluna específica (a taxa composta da operação). Do resultado
deste cruzamento, encontraremos, no miolo, o resultado do parêntese famoso. Entendido?
Então que tal descobrir quanto vale (1+0,03)15 ?
Já usando a tabela fornecida na prova pela banca, faremos:

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Tabela Financeira – (1 + i)n

i
n 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% ... ... ... ... 18%
1 1,010000 1,020000 1,030000 1,040000 1,050000 1,060000 1,070000 1,080000 1,180000
2 1,020100 1,040400 1,060900 1,081600 1,102500 1,123600 1,144900 1,166400 1,392400
3 1,030301 1,061208 1,092727 1,124864 1,157625 1,191016 1,225043 1,259712 1,643032
4 1,040604 1,082432 1,125508 1,169858 1,215506 1,262476 1,310796 1,360488 1,938777
5 1,051010 1,104081 1,159274 1,216652 1,276281 1,338225 1,402552 1,469329 2,287758
6 1,061520 1,126162 1,194052 1,265319 1,340095 1,418519 1,500730 1,586874 2,699554
7 1,072135 1,148685 1,229873 1,315931 1,407100 1,503630 1,605781 1,713824 3,185474
8 1,082856 1,171659 1,266770 1,368569 1,477455 1,593848 1,718186 1,850930 3,758859
9 1,093685 1,195092 1,304773 1,423311 1,551328 1,689478 1,838459 1,999004 4,435454
10 1,104622 1,218994 1,343916 1,480244 1,628894 1,790847 1,967151 2,158925 5,233835
11 1,115668 1,243374 1,384233 1,539454 1,710339 1,898298 2,104852 2,331639 6,175926
12 1,126825 1,268242 1,425760 1,601032 1,795856 2,012196 2,252191 2,518170 7,287592
13 1,138093 1,293606 1,468533 1,665073 1,885649 2,132928 2,409845 2,719623 8,599359
14 1,149474 1,319479 1,512589 1,731676 1,979931 2,260903 2,578534 2,937193 10,147244
15 1,160969 1,345868 1,557967 1,800943 2,078928 2,396558 2,759031 3,172169 11,973748

Daí, dando sequência à nossa resolução, teremos:


→ M = C .(1+i)n ∴ M = 1000 . (1+0,03)15 ∴ M = 1000 x 1,557967
E: → M = 1.557,96 (Resposta)

Professor, eu tenho uma pergunta: a banca elaboradora sempre irá fornecer a


tabela financeira na prova?
Excelente pergunta. E a resposta é: não necessariamente. A Fundação Carlos Chagas, por
exemplo, não costuma fazê-lo. Em vez disso, ela certamente trará aquele auxílio que
necessitamos em outro formato.
Qual formato, professor?
O auxílio virá como um dado adicional da questão. No caso do nosso exemplo, a FCC
provavelmente diria apenas assim:
“Considere ainda que: (1,03)15=1,557967.”
Ou seja, a FCC nos daria exatamente a mesma informação que nós encontraríamos na
tabela financeira. Entendido?
Vamos treinar?
Um capital de R$ 1000 é aplicado a uma taxa de juros compostos de 21% ao
bimestre, durante o prazo de 5 meses. Qual o valor do montante obtido nesta
operação?
Sol.: A fórmula, neste momento, já deve estar posta no papel:

M = C .(1+i)n
Contudo, só podemos aplicá-la se a exigência universal já estiver cumprida. E não é o
caso: aqui nós temos uma taxa bimestral (21% a.b) e o tempo em meses (n=5m).
Guarde isto:
Sempre que, no regime composto, taxa e tempo estiverem em unidades diferentes,
faremos duas tentativas, nesta ordem:
1ª Tentativa) Recorrer ao tempo, e tentar transformá-lo para a mesma unidade
da taxa;
Esta tentativa só logrará êxito se encontrarmos, como resultado, um tempo com valor
inteiro. Do contrário:

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2ª Tentativa) Recorrer à taxa, e tentar transformá-la para a mesma unidade do
tempo.

No presente exemplo, temos i=21%a.b. e n=5m.


Façamos a primeira tentativa: 5 meses são quantos bimestres? Dois e meio (5m=2,5b).
Veja que encontramos, após esta transformação, um tempo quebrado, ou seja, um valor
que não é inteiro. Não é um valor redondo. Daí, que quando você fosse colocar este 2,5
na equação dos juros compostos, onde é que ele apareceria? No expoente do parêntese
famoso.
Ora, não há como calcularmos o valor do parêntese famoso, caso o expoente não seja um
valor redondo.
E a tabela financeira, professor?
A tabela financeira só trabalha com expoentes inteiros. Ou seja, nem ela nos socorrerá se
o tempo da operação for um valor quebrado.
Resta-nos, então, fazer a segunda tentativa. Ou seja, agora você recorrerá à taxa
(composta) e alterará a sua unidade, passando-a para a mesma unidade do tempo.
Como o tempo está em meses, meu objetivo agora será transformar 21% ao bimestre para
uma taxa mensal.
No Regime Composto, alteraremos a unidade das taxas mediante o conceito de Taxas
Equivalentes.

5.4. Taxas Equivalentes:


Este conceito se traduz pela seguinte fórmula:

1 + I = (1+i)k
Onde:

- I (izão) é a taxa de unidade maior;


- i (izinho) é a taxa de unidade menor;
- K é o número de vezes que a unidade menor cabe na unidade maior.

Se eu quiser, por exemplo, transformar uma taxa anual (de juros compostos) em uma taxa
mensal, como analisarei?
A transformação que eu pretendo é de taxa ao ano para taxa ao mês. Ano é maior do que
mês. Logo, I (izão) é a taxa ao ano, i (izinho) é a taxa ao mês. E quantos meses cabem
no ano? Doze. Então k=12.
Outro exemplo: se eu quiser transformar uma taxa semestral (de juros compostos) numa
taxa bimestral, como será?
Ora, queremos transformar uma taxa ao semestre numa outra taxa ao bimestre. Semestre
é maior que bimestre. Logo, I (izão) é a taxa ao semestre, enquanto i (izinho) é a taxa ao
bimestre. E quantos bimestres cabem em um semestre? Três. Assim, k=3.
No caso do exemplo que estamos resolvendo, queremos transformar a taxa de juros
compostos de 21% ao bimestre em uma taxa composta mensal. Como fazer?
De taxa bimestral para taxa mensal: bimestre é maior do que mês. Logo: I=21%a.b. e
i=?%a.m. Cabem 2 meses em um bimestre, de sorte que k=2.

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Aplicando o conceito de taxas equivalentes, teremos:
1 + I = (1 + i)K → 1 + 0,21 = (1 + i)2 → (1 + i)2 = 1,21
Agora você vai olhar bem para o parêntese que aparece na primeira parte da igualdade, e
vai me responder: ele se parece ou não com alguém que você já conhece?
É o parêntese famoso, professor!
Exatamente. E assim sendo, temos condições de nos socorrer da tabela financeira, caso
ela seja fornecida. Ou de algum dado adicional, no caso da questão ser da lavra da FCC.
Assim, o elaborador nos dirá: “Dado: (1,10)2=1,21”.
Ora, se temos que (1+i)2=1,21 e a questão nos diz que (1,10)2=1,21 , então deduzimos
que:
→ (1+i) = √1,21 → (1+i) = 1,10
Daí, isolando a taxa i, teremos que: i = 0,10 = 10% ao mês
Ou seja: no regime composto, teremos que: 21% ao bimestre = 10% ao mês.
Com isso, os dados do nosso exemplo agora ficam assim:
C=1000 ; n=5 meses ; i=10% a.m. (taxa composta); M=?
Aplicando a equação fundamental dos juros compostos, teremos:

M = C .(1+i)n ∴ M = 1000 .(1+0,10)5


Outro dado adicional da questão seria: (1,10)5=1,610510.
Daí, teremos que: M = 1000 x 1,610510 ∴ M = 1.610,51 (Resposta)
E se esta mesma questão perguntasse também pelo valor dos juros? O que faríamos?
Aplicaríamos a equação curinga dos juros. E diríamos que:
J=M-C ∴ J = 1.610,51 - 1000 ∴ J = 610,51 (Resposta)

Eu só tenho uma perguntinha, professor?


Já sei qual é. Você quer saber como foi que eu descobri que a raiz quadrada de 1,21 era
igual a 1,10. Certo?
Era isso mesmo!
Então, vamos lá. Todo estudante de matemática financeira (que se preza) precisa conhecer
os quadrados perfeitos, pelo menos até o 20. Veja:
112=121 ; 122=144 ; 132=169 ; 142=196 ; 152=225
162=256 ; 172=289 ; 182=324 ; 192=361 ; 202=400
Assim, se alguém lhe perguntar quanto vale a raiz quadrada de 169, o que você dirá?
Dirá que é 13, já que 132=169. Confere?
E se alguém lhe perguntar agora quanto vale a raiz quadrada de 1,69? Ora, basta colocar
uma vírgula no meio do 13 e responder: a raiz de 1,69 é 1,3.
No mesmo raciocínio, você dirá que a raiz de 3,61 é 1,9. Que a raiz de 2,56 é 1,6. E assim
por diante. Daí, a raiz de 1,21 é 1,1. Ou 1,10, tanto faz. E vamos em frente.

5.5. Taxa Nominal:


Um tipo de taxa muito frequente em provas de matemática financeira é a taxa nominal.
Vamos agora conhecê-la e ver como se trabalha com ela.

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Se a questão trouxer uma taxa de 36% ao ano, com capitalização mensal, você
imediatamente saberá que está diante de uma taxa nominal.
Por quê, professor?
Porque a taxa nominal traz consigo a palavra capitalização. E, além disso, a unidade da
taxa tem que ser diferente da unidade da capitalização.
No exemplo acima, a unidade da taxa é anual (36%a.a.), e a unidade da capitalização é
mensal.
Mais um exemplo de taxa nominal: 12% ao semestre, com capitalização bimestral.
Novamente está presente a palavra capitalização, e a unidade da taxa (semestral) é
diferente da unidade da capitalização (bimestral). Ou seja, trata-se de outra taxa nominal.
Guarde isto:
A taxa nominal é sinal indicativo de Regime Composto.
Em outras palavras: a mera presença de uma taxa nominal no enunciado já indica que
estamos trabalhando no regime composto, mesmo que a questão não o diga
expressamente.
Assim, se estivermos trabalhando numa operação de juros e surgir uma taxa nominal,
então será uma questão de juros compostos.
Se aparecer uma taxa nominal numa questão de desconto, então será de desconto
composto.
Se ocorrer o mesmo numa questão de equivalência de capitais, então será equivalência
composta.
Agora muita atenção: a taxa nominal não serve para ser aplicada diretamente nas
fórmulas do regime composto. Em nenhuma delas.
Assim, a primeira providência a ser tomada, tão logo nos deparemos com uma taxa
nominal, será transformá-la imediatamente em uma taxa efetiva.
E isso é algo facílimo de ser feito. Só precisaremos nos lembrar de duas observações:
1a) Na transformação de taxa nominal em taxa efetiva, a unidade desta última
(da taxa efetiva) será sempre a mesma unidade da capitalização.
Ou seja, se vou transformar a taxa 36% ao ano, com capitalização mensal, a taxa
efetiva correspondente será uma taxa mensal, pois mensal era a capitalização na taxa
nominal.
Se eu quero transformar a taxa nominal de 24% ao semestre, com capitalização
bimestral, então a taxa efetiva será, neste caso, uma taxa bimestral, pois bimestral era
a capitalização da taxa nominal.
2a) Embora estando no regime composto, para transformar Taxa Nominal em
Taxa Efetiva, utiliza-se um conceito próprio do regime simples, que é o de Taxas
Proporcionais.
Sabendo disso, na hora de transformar 36% ao ano, com capitalização mensal,
pensaremos assim:
- Trata-se de uma taxa nominal, já que está presente a palavra capitalização e que a
unidade da taxa (anual) é diferente da unidade da capitalização (mensal).
- Terei que transformá-la imediatamente em uma taxa efetiva, cuja unidade será mensal,
já que temos capitalização mensal na taxa nominal.
- Vou usar o conceito de taxas proporcionais para fazer essa transformação. É sempre
assim, para passar de taxa nominal para taxa efetiva, usarei sempre o conceito de taxas
proporcionais.

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- Daí, por este conceito, de taxa ao ano para taxa ao mês, ano para mês, maior para o
menor, eu vou dividir. Por quanto? Por 12, já que o ano tem 12 meses.
Teremos: 36% a.a., com capitalização mensal = (36/12) = 3% ao mês
Outro exemplo: vamos transformar 12% ao semestre com capitalização bimestral
em sua taxa efetiva correspondente.
- Trata-se de uma taxa nominal, já que traz a palavra capitalização e que a unidade da
taxa é diferente da unidade da capitalização.
- Na transformação, a unidade da taxa efetiva será bimestral, já que a capitalização
também o é na taxa nominal.
- Usarei o conceito de taxas proporcionais. Daí, de taxa ao semestre para taxa ao bimestre,
semestre para bimestre, maior para menor, eu vou dividir. Por quanto? Por 3, já que um
semestre tem 3 bimestres.
Teremos: 12% a.s, com capitalização bimestral = (12/3) = 4% ao bimestre
E vamos em frente.
Um capital de R$ 1.000 será aplicado a uma taxa de 42% ao quadrimestre com
capitalização bimestral, durante o período de tempo de 3 meses. Qual o valor do
montante apurado nesta operação?
Sol.: Começo com uma pergunta: o enunciado, em algum momento, falou expressamente
se estamos trabalhando no regime simples ou no composto? Leia lá de novo. A resposta é
negativa. Porém, está implícito que o regime é o composto, pela mera presença de uma
taxa nominal.
Sempre que aparecer uma taxa nominal no enunciado, nossa primeira providência será
transformá-la em taxa efetiva.
Neste caso, já que a taxa nominal traz uma capitalização bimestral, a taxa efetiva também
terá esta unidade (bimestral). Daí, aplicando o conceito de taxas proporcionais,
pensaremos assim: taxa quadrimestral para taxa bimestral; quadrimestre para bimestre;
maior para o menor; dividiremos. Por quanto? Por 2, já que um quadrimestre tem dois
bimestres. E teremos:
42% a.q. com capitalização bimestral = (42/2) = 21% ao bimestre
Uma vez que a taxa nominal foi transformada para taxa efetiva, aquela primeira já não
nos serve para mais nada. Está morta e será portanto excluída do restante da resolução.
Agora, só falaremos na taxa efetiva. Os novos dados da nossa questão são, pois, os
seguintes:
- Capital = C=1.000,00
- Taxa = i = 21% ao bimestre (juros compostos).
- Tempo = n = 3 meses.
- Montante = M = ? (É isso o que a questão quer saber).
Ora, se a questão é de Juros Compostos, colocaremos no papel a equação fundamental,
que diz:

M = C . (1+i)n.
Já sabemos que existe uma exigência a ser observada, a fim de podermos aplicar a
equação acima: taxa e tempo têm que estar na mesma unidade. Já estão? Ainda não.
Neste caso, temos taxa bimestral (21% a.b.) e tempo em meses (3 meses).
É preciso providenciar, previamente, para que ambos, taxa e tempo, fiquem na mesma
unidade. Poderíamos dizer que 3 meses é 1 bimestre e meio, ou seja, 3 meses = 1,5
bimestre. Está certo isso? Sim, está certo. Mas na hora de aplicar a fórmula, este 1,5 ficaria
no expoente do parêntese famoso. Veja:

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M = 1000.(1+0,21)1,5.
E, conforme já dissemos, não há como, sem calculadora na mão, consiguir fazer esta conta.
Assim, a alternativa que nos restou foi deixar o tempo permanecer em meses (n=3 meses)
e irmos alterar a unidade da taxa, de bimestral para mensal. Ou seja, vamos fazer nossa
segunda tentativa. E como é que se altera a unidade de uma taxa efetiva de juros
compostos? Por meio do conceito de Taxas Equivalentes.
Teremos: 1 + I = (1 + i)K
Neste exemplo, queremos transformar uma taxa bimestral em taxa mensal. Bimestre é
maior que mês, daí I (izão) será a taxa bimestral. Mês é menor que bimestre, daí i (izinho)
será a taxa mensal. Quantos meses cabem em um bimestre? Dois. Daí, k=2. Assim,
faremos:
1+0,21 = (1+i)2 → (1+i)2 = 1,21 → (1+i)=√𝟏, 𝟐𝟏 → 1+i =1,1
Daí: i = 0,10 = 10% ao mês (taxa efetiva).
Finalmente, após isso, cumprimos a exigência universal da matemática financeira, de sorte
que, agora sim, poderemos aplicar a equação fundamental dos juros compostos. Vamos
ter que:
M = C.(1+i)n → M = 1000.(1+0,10)3 → M = 1000 . 1,331
E: M = 1.331,00 (Resposta)

Guarde isto: Um esquema mnemônico que pode ajudar muitíssimo na hora de trabalhar
com os conceitos de taxa no regime composto é o seguinte:

Taxa Taxa Taxa Efetiva


Nominal Efetiva (em outra unidade)

Taxas Taxas
Proporcionais Equivalentes

Multiplica-se ou 1+I=(1+i)k
Divide-se

Um financiamento externo é contratado a uma taxa nominal de 12% ao ano com


capitalização semestral. Qual a taxa efetiva anual desse financiamento?

Sol.: Vamos começar transformando a taxa nominal em taxa efetiva. Assim, na hora de
transformar 12% ao ano, com capitalização semestral, pensaremos assim:
- Trata-se de uma taxa nominal, já que traz a palavra capitalização e que a unidade da
taxa é diferente da unidade da capitalização.
- Nesta transformação, a unidade da taxa efetiva será semestral, já que a capitalização
também o é na taxa nominal.
- Usarei o conceito de taxas proporcionais. Daí, de taxa ao ano para taxa ao semestre, ano
para semestre, maior para menor, eu vou dividir. Por quanto? Por 2, já que um ano tem 2
semestres.

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Teremos: 12% a.a, com capitalização semestral = (12/2) = 6% ao semestre.
O que fizemos até aqui foi a primeira parte do desenho abaixo. Veja:

Taxa Taxa Taxa Efetiva


Nominal Efetiva (em outra unidade)

Taxas Taxas
Proporcionais Equivalentes

Multiplica-se ou 1+I=(1+i)k
Divide-se

Até aqui, chegamos a uma taxa efetiva semestral (6% a.s.). Mas não é isso o que a
questão quer de nós. O que é pedido é uma taxa efetiva anual. Assim, teremos que cumprir
a segunda etapa do desenho acima, transformando agora de taxa efetiva para taxa efetiva
em outra unidade. E como o faremos?
Ora, basta olhar para o desenho:

Taxa Taxa Taxa Efetiva


(em outra unidade)
Nominal Efetiva

Taxas Taxas
Proporcionais Equivalentes

Multiplica-se ou 1+I=(1+i)k
Divide-se

Para uso do conceito das taxas equivalentes, pensaremos assim: de taxa semestral para
taxa anual; ano é maior que semestre. Logo: I=?%a.a. e i=6%a.s. Cabem 2 semestres
em um ano, de sorte que k=2. Aplicando o conceito de taxas equivalentes, teremos:
1 + I = (1 + i)K → 1 + I = (1 + 0,06)2
Atente que se o expoente do parêntese famoso é baixo (até 4, por exemplo), a banca
elaboradora não se verá na obrigação de fornecer nenhum auxílio, seja na forma de uma
tabela ou de um dado adicional. Por isto, é essencial estar com a tabuada em dia.
Daí, teremos que: 1 + I = 1,1236
E: I = 0,1236 = 12,36% ao ano (Resposta)

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A taxa nominal de 12% ao semestre com capitalização mensal é equivalente a
uma taxa de:
a) 6% ao trimestre.
b) 26,82% ao ano.
c) 6,4% ao trimestre.
d) 11,8% ao semestre.
e) 30% ao ano.

Sol.: Temos que 12% ao semestre, com capitalização mensal = (12/6) = 2% ao


mês.
A questão agora quer que você marque, como resposta, aquela que trouxer uma taxa
equivalente a 2% ao mês.
Se essa taxa, 2% a.m., fosse uma taxa simples, como faríamos para transformá-la numa
taxa trimestral? Ora, se ela fosse de juros simples, usando o conceito de taxas
proporcionais, nós a multiplicaríamos por 3, chegando a 6% ao trimestre.
Daí, já podemos descartar a opção de resposta trazida na letra (a). Só chegaríamos a 6%
a.t. se o regime fosse o simples.
Como é o composto, a taxa efetiva semestral teria que ser, necessariamente, maior que
6% ao trimestre. Veja que nós estamos o truque do se fosse.
Mesmo truque podemos aplicar para a unidade semestral. Diremos assim: se a taxa
composta de 2% a.m., se ela fosse simples, para chegar à taxa semestral, multiplicaríamos
por 6, e teríamos 12% ao semestre.
Porém, sabemos que o regime aqui é o composto. Então a taxa semestral equivalente teria
que ser, necessariamente, maior que 12%a.s. Com isso, também descartamos a
alternativa (d).
Que tal agora se tentarmos alterar essa taxa composta, 2% ao mês, pelo conceito de taxas
equivalentes, para uma taxa anual?
Teremos: 1 + I = (1 + i)K
Neste exemplo, queremos transformar taxa mensal em taxa anual. Ano é maior que mês,
daí I (izão) será a taxa anual. Mês é menor que ano, daí i (izinho) será a taxa mensal.
Quantos meses cabem em um ano? Doze. Daí, k=12. Assim, faremos: 1+I = (1+0,02)12
Com expoente 12 não há como o dado adicional não ser fornecido. A questão, portanto,
nos dirá que: (1,02)12=1,268242.
Daí, teremos:
1+I = 1,268242 ∴ I=0,268242 = 26,82% ao ano (Resposta)

5.6. Juros Compostos Pelo Método da Convenção Linear:


Convenção linear é um método alternativo para se fazer uma operação de juros compostos.
É uma outra fórmula, apenas isso.
Resolver os juros compostos pela convenção exponencial (M=C.(1+i)n) é o caminho da
regra. Não precisa a questão pedir que você resolva desse jeito. Repito: já é o caminho da
regra.
Assim, concluiremos que a convenção linear, por sua vez, é o caminho da exceção. Ou
seja: só resolveremos uma questão de juros compostos pelo método da convenção linear,
se o enunciado o exigir expressamente.
É a seguinte a fórmula da convenção linear:

M = C .(1+i)INT.(1+i.Q)

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Em destaque, temos INT, que representa a parte inteira do tempo; e Q, que representa
a parte quebrada do tempo. Ora, se a questão disser que a operação de juros compostos
durou 2 meses e 10 dias, então a parte inteira do tempo será 2 meses, e a parte
quebrada, 10 dias.
Para fechar o estudo deste conceito, resta saber que a fórmula aí acima faz uma única
exigência: é preciso que as duas partes do tempo, inteira e quebrada, estejam
ambas na mesma unidade da taxa. Uma vez cumprida esta exigência, a questão se
resumirá a uma mera aplicação da fórmula.

Um capital é aplicado a juros compostos durante seis meses e dez dias, a uma
taxa de juros de 6% ao mês. Qual o valor que mais se aproxima dos juros obtidos
como porcentagem do capital inicial, usando a convenção linear?
Sol.: Veja que a questão não nos disse o valor do Capital. Todavia, a pergunta foi feita
segundo um modelo já nosso conhecido: qual o valor dos juros, como porcentagem do
capital? Assim, sempre que a questão perguntar pelo valor de um elemento, como
porcentagem de outro elemento, então você pegará esse outro, e lhe atribuirá o valor
100.
Neste nosso caso, o outro elemento era o Capital. Por isso, diremos que C=100. Pois bem.
A taxa é composta e é de 6% ao mês. O tempo de aplicação é de 6 meses e 10 dias. E a
questão nos manda usar a convenção linear.
6 meses é a parte inteira do tempo, e já está na mesma unidade da taxa. Mas teremos
que transformar 10 dias na unidade mensal. Ora, na matemática financeira, o mês tem 30
dias. Assim, 10 dias é uma fração de mês. Que fração é essa? Um terço (1/3). Assim,
trataremos as duas partes do tempo da seguinte forma:
INT = 6 meses e Q = (1/3) de mês.
Convém deixar mesmo em termos de fração a parte quebrada do tempo.
Daí, aplicando a fórmula da convenção linear, teremos:

M = C .(1+i)INT.(1+i.Q)
𝟏
𝑴 = 𝟏𝟎𝟎. (𝟏 + 𝟎, 𝟎𝟔)𝟔 . (𝟏 + 𝟎, 𝟎𝟔 . )
𝟑
Sem maiores dificuldades, você percebe que o primeiro parêntese acima é o famoso. E seu
valor, portanto, será buscado na tabela financeira. Neste caso, encontraremos 1,418519.
Já o segundo parêntese é uma conta fácil de ser feita. Senão, Vejaos: 0,06 dividido por 3,
dá 0,02. Com mais 1, fica 1,02.
Daí, concluindo as contas, teremos: M = 100 x 1,418519 x 1,02
E: M = 144,69
Mas a questão não quer saber montante. Ela quer saber dos juros. Assim, pela equação
curinga dos juros, teremos que: J = M - C
E: J = 144,69 - 100 ∴ J = 44,69
A questão não quer saber simplesmente juros. Ela quer juros como porcentagem do capital.
Ora, foi por isso que chamamos o capital de 100: para, ao final, quando descobríssemos
os juros, apenas lhe acrescermos do sinal de porcentagem.
Assim: J=44,69% (Resposta)

5.7. Taxa Real x Taxa Aparente

Este é o assunto mais fácil de toda a matemática financeira. Vamos aprendê-lo por meio
de um exemplo bem simples.

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Dois amigos empresários estão conversando, e um diz ao outro: "Olha, esse ano tive lucros
fantásticos. Meus ganhos chegaram a 80%." O outro, conhecendo a mania de grandeza do
amigo, pergunta-lhe: "Mas, me diz uma coisa: quanto foi a inflação acumulada neste
ano?"

"A inflação?", retruca o primeiro, "foi de 50%".

Daí, o balde de água fria: "Amigo, você pensa que ganhou 80%. Esse seu ganho de 80%
é apenas aparente. Seu ganho real foi outro, menor que 80%."

Com esse diálogo, entendemos que Taxa Aparente é aquela que não leva em conta a
inflação acumulada no período. Se levarmos em consideração esta inflação acumulada,
então chegaremos à Taxa Real.

A fórmula correta para cálculo da Taxa Real é a seguinte:

(𝟏+𝑻𝑨𝑿𝑨 𝑨𝑷𝑨𝑹𝑬𝑵𝑻𝑬)
Taxa Real = [ ]−𝟏
(𝟏+𝑰𝑵𝑭𝑳𝑨ÇÃ𝑶)

No nosso exemplo, temos que: taxa aparente = 80% = 0,8 e inflação = 50% = 0,5.

Daí: Taxa Real = [(1+0,8) / (1+0,5)] - 1

E: Taxa Real = 1,20 - 1 = 0,20 = 20% → Resposta

Para tornar-se mais exigente, a questão poderá fornecer elementos mediante os quais
você terá como descobrir qual é a taxa aparente, e qual é a inflação acumulada. Ou seja,
em vez de lhe dar essas informações "de bandeja", vai querer que você as descubra.
O enunciado vai dizer assim: "O José aplicou R$ 1000 hoje, e resgatou R$ 1200 dois meses
após". Basta isso para que você descubra qual é a taxa aparente.
Guarde isto:
Não importa se a questão disse que a aplicação durou 2 meses: no cálculo da taxa
aparente, você irá considerar sempre como se aplicação tivesse sido de apenas 1 período.
Entendido? Podiam ter sido 3 meses, 5 meses, 8 meses, não importa: você considerará
sempre como sendo 1 período apenas, para determinação da taxa aparente.
Faremos: MONTANTE = CAPITAL . (1+i)
Atenção: o expoente do parêntese acima é 1, pois estamos considerando 1 período
(conforme acabei de explicar). Como o expoente é 1, não precisa aparecer.
Teremos: 1200 = 1000 . (1+i)
Daí: 1+i = 1,2 → E: i = 0,2
Ou seja: a taxa aparente é 0,2 (ou 20%, em termos percentuais).
Depois disso, a questão dirá assim: "No primeiro mês, a inflação foi de 5%, e no segundo
mês, foi de 4%".
Com essas informações, você descobrirá a inflação acumulada no período inteiro. Para
tanto, usaremos a seguinte fórmula:
INFLAÇÃO = [(1+INFLAÇÃO1).(1+ INFLAÇÃO2)] - 1
Onde: INFLAÇÃO1 = inflação no primeiro mês; INFLAÇÃO2 = inflação no segundo mês; etc.
Se houvesse informação para outros períodos, além dos dois primeiros, a fórmula
continuaria: (1+INF.3).(1+INF.4)... etc.

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Daí, faremos:
→ INFLAÇÃO = [(1+0,05).(1+0,04)]-1
E: → INFLAÇÃO = 1,092 - 1 = 0,092
Finalmente, já conhecedores da taxa aparente e da inflação acumulada no período,
podemos agora aplicar a equação lá de cima, e descobrir qual é a taxa real desta aplicação.
Teremos: Taxa Real = [(1+0,2) / (1+0,092)] - 1
E: Taxa Real = 1,0989 - 1 = 0,0989 = 9,89% → Resposta

Um capital de R$ 10.000 foi aplicado no dia primeiro de junho e no último dia de


julho foi resgatado todo o montante de R$ 11.082,30. Nesse período, as taxas de
inflação foram, respectivamente: Junho: 2%; Julho: 2,5%. A taxa real desse
investimento, nesse período, foi de quanto?
Sol.: Com os dados da primeira frase do enunciado, descobriremos quanto vale a taxa
aparente. Lembrando que neste cálculo consideraremos sempre como sendo de apenas
um período a aplicação. Faremos:
→ M = C . (1+i) → 11.082,30 = 10.000 . (1 + i)
→ (1 + i) = 1,10823 → i = 0,10823
Ou seja: Taxa Aparente = 10,823%
Com os demais elementos fornecidos pela questão, calcularemos qual a inflação acumulada
no período. Faremos:
→ INFLAÇÃO = [(1+0,02).(1+0,025)] – 1 → INFLAÇÃO = 0,0455
Finalmente, aplicando agora a fórmula da Taxa Real, teremos:
→ TAXA REAL = [(1 + taxa aparente) / (1 + inflação)] – 1
→ TAXA REAL = [(1 + 0,10823) / (1 + 0,0455)] - 1
→ TAXA REAL = 1,06 – 1 → Taxa Real = 6% → Resposta

5.8. Capitalização Contínua:

Suponha que você abriu uma conta de poupança no banco, e aplicou, no dia de hoje,
digamos, a quantia de mil reais. A pergunta é: daqui a exatamente vinte e nove dias,
quanto haverá naquela conta?
Acredito que em 29 dias haverá os mesmos mil reais que apliquei.
Certíssimo! E por que é assim? Porque a poupança só capitaliza seu dinheiro de 30 em 30
dias. Daí, no trigésimo dia, aquele seu capital cresce, e vira um montante, maior que o
valor que fora aplicado.
Este montante, por sua vez, torna-se o capital do segundo período, e sobre ele incidirá a
taxa da poupança, e recomeça todo o ciclo. Ou seja, daqui a mais trinta dias, esse novo
capital será mais uma vez capitalizado, crescendo novamente, e assim por diante.
Até aqui, tudo bem?
Vamos lá. Nova pergunta: você acha que seria melhor que, em vez de 30 dias após (como
é no caso da poupança), seu dinheiro capitalizasse de 15 em 15 dias?
Claro que sim, professor! Se assim fosse, a taxa de juros passaria a incidir sobre
um novo montante em menos tempo, e isso resultaria em mais dinheiro na
minha conta, ao fim de determinado prazo.
Perfeitamente!

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E se, em vez de quinzenalmente, seu dinheiro capitalizasse diariamente?
Puxa, professor! Está ficando cada vez melhor! Se fosse desse jeito, todo dia
minha conta cresceria um pouquinho!
Ótimo! Agora a pergunta fatal: e se seu dinheiro, em vez de ter capitalização diária, tivesse
capitalização contínua? Ou seja, se ele capitalizasse a cada fração infinitesimal de
tempo?
Ah, professor! Agora estou começando a entender! Quer dizer então que
capitalização contínua é uma capitalização composta, na qual o dinheiro
capitaliza a cada instante, a cada novo momento? É isso mesmo?
Sim. É isso!
Professor, e quando é que trataremos uma questão de juros compostos como
sendo deste tipo de capitalização?
Ora, somente quando o enunciado falar expressamente que assim deva ser. Ou seja,
precisa vir expresso na leitura da questão que se deve considerar a capitalização
contínua naquela operação.
E finalmente, professor, como é que se resolve uma questão dessas?
É fácil. Basta aplicar a seguinte fórmula:

M = C . ei.n
Falemos sobre os elementos da fórmula:
→ M é o Montante, ou seja, o resultado final da operação de juros;
→ C é o Capital, aquele valor que inicia a operação de juros;
→ e é o número neperiano. Trata-se de uma constante, um número irracional (a exemplo
do famosíssimo “pi”). Temos que e=2,718...
→ i é a taxa de juros compostos;
→ n é o tempo quanto durou a aplicação.
Nem preciso dizer que a exigência da fórmula é que taxa e tempo estejam na mesma
unidade. Ou seja, continua vigorando a exigência universal.
E antes que você pergunte, a resposta é não: você não terá que decorar o número
neperiano.
Há um histórico bastante reduzido de questões deste assunto em provas passadas. Vamos
aprender resolvendo uma delas.
Vamos treinar?
(FCC) Um capital de R$ 50.000,00 foi aplicado à taxa semestral i, durante 2 anos,
com capitalização contínua, apresentando, no final do período, um montante
igual a R$ 200.000,00. Utilizando ln 2 = 0,69 (ln é o logaritmo neperiano), tem-
se que i é igual a
(A) 14,02%
(B) 17,25%
(C) 30%
(D) 34,5%
(E) 69%
Sol.:
O enunciado fala expressamente em capitalização contínua. Ou seja, o assunto da
questão é revelado de forma inequívoca!
Anotando os dados fornecidos, teremos:

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→ C = 50.000,00
→ i = ? % ao semestre
→ n = 2 anos = 4 semestres (já pondo taxa e tempo na mesma unidade!)
→ M = 200.000,00
Aplicando a fórmula da capitalização contínua, teremos que:
→ M = C . ei.n
→ 200.000 = 50.000 . e 4.i
→ 4 = e 4.i
O que temos aí? Ora, temos uma equação. Uma igualdade. Para que esta igualdade
permaneça, qualquer coisa que se faça com o lado esquerdo terá que ser feito, igualmente,
com o lado direito da equação.
Assim, acrescentaremos dos dois lados um ln. E então teremos:
→ ln 4 = ln e 4.i
Ih, professor! Agora complicou! Eu nem me lembro mais do que é este tal de
ln...
O ln nada mais é que o logaritmo neperiano. Sobre ele, precisamos saber só o mínimo
necessário. Só o que é preciso para matar essa questão. Então, nada de desespero.
Vejamos. Há uma propriedade de logaritmo que diz assim:

ln ab = b. ln a
Ou seja, o expoente desce e vai para antes do ln. Entendido?
Outra informação necessária é a seguinte:

ln (e) = 1
De posse desse conhecimento, daremos sequência à resolução, fazendo o seguinte:
→ ln 4 = ln e 4.i
→ ln 4 = 4.i (ln e)
→ ln 4 = 4.i
Ao chegar neste ponto, temos que dar uma nova olhada nos dados da questão. O mais foi
dito pelo enunciado? Ora, foi dito que ln 2 = 0,69. Nesse momento vem o pulo do gato.
É agora que você teria que ter alguma presença de espírito, para dizer que 4 = 22.
Fazendo isso, teremos:
→ ln 22 = 4.i
Daí, aplicando a propriedade já comentada acima, faremos:
→ 2. ln 2 = 4.i
→ 2. 0,69 = 4.i
Daí:
→ i = (2. 0,69) / 4 → i = 0,69 / 2 → i = 0,345 = 34,5% a.s. → Resposta

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho

01. (VUNESP) Joana D’Arc aplicou R$ 10.000,00 em um investimento de curto


prazo (3 meses), a uma taxa de juros compostos mensal de 3%. Ao final do 2°
mês ela terá

a) R$ 10.309,00.

b) R$ 10.390,00.
c) R$ 10.600,00.
d) R$ 10.609,00.
e) R$ 11.330,00.

02. (FGV) Sabendo-se que (1,013)9 =1,12327, o valor inicial dado que um
indivíduo retirou R$ 15.000 após 9 meses, a uma taxa de juros de 1,3% ao mês,
juros compostos, é
a) R$ 12.878,96.
b) R$ 13.353,87.
c) R$ 13.567,34.
d) R$ 13.769,25.
e) R$ 13,975,00.

03. (CESPE) Situação hipotética: Para adquirir uma casa feita pelo robô, um
cliente contratou em um banco um financiamento no valor de R$ 50.000,00,
com capitalização mensal a regime de juros compostos com taxa de juros de
0,5% ao mês, que deverá ser pago integralmente somente ao final do prazo do
financiamento, que é de 20 anos. Assertiva: Nessa situação, assumindo-se 3,31
como valor aproximado de (1,005)240, ao final dos 20 anos, o comprador pagará
mais de R$ 170.000,00 reais ao banco.
( ) CERTO ( ) ERRADO

04. (VUNESP) Uma pessoa aplicou 8% do seu capital de R$ 187.500,00,


a juros compostos, por um período de 6 meses a uma taxa de 2% ao mês.
Ao final desse período, somente os juros apurados totalizaram a soma
entre as seguintes faixas:

a) de R$ 1.890,00 a R$ 1.892.44.
b) de R$ 1.940,00 a R$ 1.943,18.

c) de R$ 1.979,00 a R$ 1.981,12.

d) de R$ 16.895,00 a R$ 16.898,41.
e) de R$ 16.915,00 a R$ 16.918,12.

05. (CESPE) Pedro aplicou R$ 10.000 em uma instituição financeira pelo


prazo de 3 meses consecutivos. A taxa de juros compostos dessa

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aplicação no primeiro mês foi de 5%; no segundo mês, de 10%; e no
terceiro, de 8%. Nessa situação, Pedro, ao final do terceiro mês, recebeu
de juros mais de R$ 2.400.
( ) CERTO ( ) ERRADO

06. (FCC) Em uma loja, um computador, cujo preço é R$ 2.200,00, pode


ser vendido nas seguintes condições: - à vista, com abatimento de 10%
no preço ou - em duas parcelas, sendo a primeira delas dada como
entrada, correspondendo a 25% do preço. A segunda, que corresponde
ao restante financiado a juros compostos à taxa de 4% ao mês, deve ser
paga ao completar 2 meses da data da compra. Se R e S são,
respectivamente, os totais pagos no primeiro e no segundo casos, é
verdade que:
a) S = R + R$ 354,64.
b) S + R = R$ 4.312,00.
c) R = S - R$ 179,52.
d) S - R = R$ 99,52.
e) S = 2R.

07. (CESPE) Julgue o item subsequente considerando que um investidor


tenha aplicado R$ 10.000,00 a juros compostos por um semestre e que
1,1 e 1,34 sejam, respectivamente, os valores aproximados para 1,0482 e
1,056. Se o valor dos juros for capitalizado trimestralmente e se, ao final
do semestre, o montante apurado for de R$ 10.600,00, então a taxa de
juros compostos trimestral do investimento será superior a 5%.
( ) CERTO ( ) ERRADO

08. (CESGRANRIO) Uma loja de eletrodomésticos está realizando uma


promoção em que na compra de qualquer artigo até R$ 1.000,00, o
pagamento será em uma única prestação, 6 meses depois. Um
consumidor adquiriu mercadorias no valor de R$ 800,00, sendo informado
de que a prestação a ser paga, dentro de 6 meses, seria de R$ 1.000,00.
Dados:
(1,02)6= 1,126 ; (1,03)6= 1,194 ; (1,04)6= 1,265
(1,05)6= 1,340 ; (1,06)6= 1,419 ; (1,07)6= 1,501
A taxa mensal de juros composta cobrada pela loja está situada entre:
a) 6% e 7% d) 3% e 4%
b) 5% e 6% e) 2% e 3%
c) 4% e 5%
09. (CESPE) Considerando que 0,7, 0,05 e 1,8 sejam os valores
aproximados, respectivamente, de ln2, ln1,05 e 1,0512, julgue o item a
seguir, referente a juros. Se, no regime de juros compostos, a taxa de

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juros efetiva for de 5% ao mês, será necessário um período superior a 15
meses para que o valor de um capital inicial dobre.
( ) CERTO ( ) ERRADO

# Taxa Nominal, Efetiva e Equivalente

10. (FGV) Uma taxa de juros de 12% ao bimestre é equivalente, no


sistema de juros compostos, à taxa semestral de, aproximadamente:
a) 36,0%
b) 37,4%
c) 38,2%
d) 39,6%
e) 40,5%.

11. (CESPE) Um indivíduo investiu a quantia de R$ 1.000 em


determinada aplicação, com taxa nominal anual de juros de 40%, pelo
período de 6 meses, com capitalização trimestral. Nesse caso, ao final do
período de capitalização, o montante será de
a) R$ 1.200. d) R$ 1.400.
b) R$ 1.210. e) R$ 1.100.
c) R$ 1.331.

12. (FGV) Suponha uma taxa de juros nominal de 10%. Considerando uma
capitalização semestral, assinale a opção que indica a taxa efetiva anual
equivalente.
a) 5%
b) 9,76%
c) 10%
d) 10,25%
e) 10,5%

13. (CLÁSSICA) Em uma campanha promocional, o Banco A anuncia uma taxa


de juros de 60 % ao ano com capitalização semestral. O Banco B, por sua vez,
anuncia uma taxa de juros de 30% ao semestre com capitalização mensal.
Assim, os valores mais próximos das taxas de juros efetivas anuais dos Bancos
A e B são, respectivamente, iguais a:
a) 69 % e 60 % d) 60 % e 69 %
b) 60 % e 60 % e) 120 % e 60 %
c) 69 % e 79 %
14. (CESPE) Um banco faz empréstimos, no regime de juros compostos, à taxa
de 48% ao ano com capitalização mensal. Nessa situação, considerando 1,26
como valor aproximado para 1,046 , é correto afirmar que a taxa efetiva anual
desses empréstimos será inferior a 55%.
( ) CERTO
( ) ERRADO

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15. (FCC) Um capital é aplicado a juros compostos, durante um ano, com
uma taxa de 4% ao semestre. O valor dos juros desta aplicação foi igual
a R$ 1.020,00. Caso este capital tivesse sido aplicado a juros compostos,
durante dois anos, com uma taxa de 10% ao ano, então o montante no
final deste período apresentaria um valor igual a:
a) R$ 15.125,00.
b) R$ 15.000,00.
c) R$ 14.750,00.
d) R$ 14.500,00.
e) R$ 14.225,00.

16. (FCC) Um capital aplicado sob o regime de capitalização composta, durante


1 semestre, apresentou, no final deste prazo, um total de juros de R$ 580,00.
Caso esse capital fosse aplicado sob o regime de capitalização composta,
durante 1 ano, apresentaria no final deste prazo um total de juros de R$
1.183,20. Sabe-se que em ambos os casos considerou-se a taxa de i ao
semestre (i > 0). Um outro capital, no valor de R$ 15.000,00, aplicado, durante
1 ano, sob o regime de capitalização composta a uma taxa de i ao semestre,
apresentará no final deste prazo um montante de
(A) 16.242,
(B) 16.200,
(C) 16.212,
(D) 16.224,
(E) 16.236,

# JC – Convenção Linear

17. (CLÁSSICA) Um capital é aplicado a juros compostos durante seis


meses e dez dias, a uma taxa de juros de 6% ao mês. Qual o valor que
mais se aproxima dos juros obtidos como porcentagem do capital inicial,
usando a convenção linear?
a) 46,11% d) 44,69%
b) 48,00% e) 50,36%
c) 41,85%

18. (CESGRANRIO) Augusto emprestou R$ 30.000,00 a César, à taxa de


juros de 10% ao mês. Eles combinaram que o saldo devedor seria
calculado a juros compostos no número inteiro de meses e, a seguir,
corrigido a juros simples, com a mesma taxa de juros, na parte fracionária
do período, sempre considerando o mês com 30 dias. Para quitar a dívida
2 meses e 5 dias após o empréstimo, César deve pagar a Augusto, em
reais,
a) 39.930,00 d) 36.905,00

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b) 39.600,00 e) 36.300,00
c) 37.026,00

JC – Taxa Real, Aparente e de Inflação

19. (FCC) Um investidor aplicou um capital de R$ 5.000,00, resgatando o


total de R$ 5.800,00 ao final de um quadrimestre. Nesse período, a taxa
de inflação foi de 2%. Das taxas abaixo, a que mais se aproxima da taxa
real de juros desse período é:
a) 14,0% b) 13,8% c) 13,7% d) 13,6% e)13,5%

20. (FCC) Um investimento no valor de R$ 200.000,00 é realizado no


início de um determinado ano. No final deste ano, o montante referente a
este investimento é resgatado totalmente, e o seu valor foi de R$
238.560,00. Se a taxa de inflação no período deste investimento foi de
12%, então a taxa aparente e a taxa real correspondentes no mesmo
período foram iguais a, respectivamente,
a) 18,50% e 7,28%.
b) 18,50% e 6,50%.
c) 19,28% e 7,28%.
d) 19,28% e 6,78%.
e) 19,28% e 6,50%.

21. (CESPE/2018) Ao verificar que o volume de vendas, em reais,


aumentou 8,02%, o gerente de uma fábrica quis publicar no relatório que
a produção havia aumentado 8,02%, o que refletiria melhora na
produtividade das instalações. Porém, ao ser informado de que os preços
dos produtos (inflação), no mesmo período, aumentaram 10%, o gerente
percebeu que, na realidade, no período, a produção
a) aumentou 7,218%.
b) caiu 9,82%.
c) caiu 1,80%.
d) aumentou 0,982%.
e) caiu 1,98%.
# JS x JC

22. (VUNESP) Um investidor tem duas opções para aplicar um


determinado capital no mercado financeiro:

Primeira opção: aplicar todo o capital, durante 1 semestre, a juros
compostos, à taxa de 2% ao trimestre, e resgatar todo o montante,
correspondente de R$ 13.005,00, no final do período de aplicação.
Segunda opção: aplicar todo o capital, durante 8 meses, a juros simples,
à taxa de 8,4% ao ano.

O total de juros auferidos, caso decida escolher a segunda opção, é igual

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a
:
a) R$ 728,00 d) R$ 714,00
b) R$ 750,00 e) R$ 672,00
c) R$ 700,00

23. (FCC/SEMEF/MANAUS/2019) Rodrigues recebeu uma quantia em


dinheiro em uma determinada data. A metade dessa quantia ele aplicou
sob o regime de capitalização simples, a uma taxa de 9,6% ao ano,
durante 6 meses. A outra metade ele aplicou sob o regime de
capitalização composta, a uma taxa de 2% ao trimestre, durante 1
semestre. Se o montante correspondente à aplicação sob regime de
capitalização simples apresentou um valor igual a R$ 13.100,00, então, a
soma dos valores dos juros das duas aplicações foi de
a) R$ 1.000,00.
b) R$ 990,00.
c) R$ 1.105,00.
d) R$ 1.200,00.
e) R$ 1.120,00.

# Capitalização Contínua:

24. (FCC) Um capital de R$ 15.000,00 é aplicado, durante 2 anos, à taxa


de 5% ao semestre com capitalização contínua. Dos valores abaixo, o
mais próximo do valor dos juros desta aplicação é:
Dados: ln(1,051271) = 0,05; ln(1,105171) = 0,10; ln(1,161834) = 0,15 e ln(1,221403) = 0,20;
em que ln é o logarítmo neperiano, tal que ln(e) = 1.
(A) R$ 3.653,00
(B) R$ 3.076,00
(C) R$ 3.155,00
(D) R$ 3.321,00
(E) R$ 3.487,00

25. (FCC) Um capital de R$ 50.000,00 foi aplicado à taxa semestral i,


durante 2 anos, com capitalização contínua, apresentando, no final do
período, um montante igual a R$ 200.000,00. Utilizando ln 2 = 0,69 (ln é
o logaritmo neperiano), tem-se que i é igual a
(A) 14,02%
(B) 17,25%
(C) 30%
(D) 34,5%
(E) 69%

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GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D B Errado A Certo A Errado D Errado E

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
B D C Errado A D D D C E

21 22 23 24 25
C C C D D

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho

Capítulo VI: Desconto Composto

6.1. Conceitos Iniciais:


Trata-se de um dos estudos mais rápidos e fáceis de toda a matemática financeira. E torna-
se ainda mais rápido e fácil se você dominar o trabalho que já aprendemos com as taxas
do regime composto (nominal e efetiva).
A respeito dos elementos de uma operação de desconto, já os conhecemos todos.
E só para relembrar: operação de desconto é aquela na qual projetamos um valor
monetário conhecido (Valor Nominal), de uma data futura para uma data anterior.
A exemplo do Desconto Simples, também aqui no composto teremos duas modalidades: o
Desconto Composto Racional (ou Por Dentro), e o Desconto Composto Comercial (ou Por
Fora).

6.2. Desconto Composto Racional ou Por Dentro:


Você se recorda qual o tipo de Desconto que é irmão dos Juros?
É o Desconto Racional, professor!
Exatamente. Já foi dito aqui que Juros e Desconto por Dentro são operações irmãs.
Daí, se tomarmos a Equação Fundamental dos Juros Compostos, e trocamos os elementos
de uma operação de Juros (Montante e Capital) por seus elementos correspondentes de
uma operação de Desconto (Nominal e Atual), chegaremos à equação do Desconto
Composto Racional.

Teremos, portanto, que:

M
Nos Juros Compostos:
C
M=C.(1+i)n

N
No Desconto Composto
Por Dentro (ou Racional):
A
N=A.(1+i)n

É esta, pois, a equação fundamental do Desconto Composto Racional: N=A.(1+i)n.

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E para podermos aplicá-la, temos antes que cumprir a exigência universal: taxa e tempo
na mesma unidade. Na hora de cumprir esta exigência, podemos, obviamente, ter que
alterar a unidade da taxa composta. Conforme sabemos, em se tratando de uma taxa
efetiva, usaremos o conceito de Taxas Equivalentes.
Por fim, se a equação do Desconto Composto Racional não conseguir resolver a questão
sozinha, usaremos então a equação curinga do Desconto, segundo a qual:

D=N-A
E as duas, juntas, certamente darão conta do recado.

Recapitulemos, pois, as fórmulas do Desconto Composto Racional (ou Por Dentro):


DESCONTO COMPOSTO RACIONAL: EQUAÇÃO 1

N = A.(1+i)n
E a equação curinga do desconto, sempre verdadeira e sempre aplicável:
DESCONTO COMPOSTO RACIONAL: EQUAÇÃO 2

D=N–A

Professor, pode aparecer uma taxa nominal numa questão de desconto


composto por dentro?

Claro que sim. E automaticamente saberemos que o regime daquele desconto é o


composto. No mais, já aprendemos também como agir diante de uma taxa nominal. Vamos
transformá-la em taxa efetiva, mediante o conceito de taxas proporcionais.

6.3. Desconto Composto Comercial ou Por Fora:


Sobre o desconto composto por fora, para efeitos de memorização mais rápida,
guardaremos na memória a seguinte informação:
“o Desconto Por Fora é o desconto trocado”
Primeiramente, vamos colocar no papel a equação do Desconto Composto por Dentro.
Depois, basta trocar tudo. Troca-se o Nominal por Atual; troca-se o Atual por Nominal; e
troca-se o sinal de mais pelo sinal de menos.
Assim, teremos:

- Desconto Composto Por Dentro (Racional): N = A . (1 + i)n

Trocando tudo, teremos:

- Desconto Composto Por Fora (Comercial): A = N . (1 - i)n

Eis, pois, a equação do Desconto Composto ou Comercial: A = N .(1 - i)n.

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Da mesma sorte que em todas as demais fórmulas da Matemática Financeira, também
nesta teremos que observar a exigência universal, que manda que taxa e tempo estejam
na mesma unidade. Se preciso, usaremos o conceito de Taxas Equivalentes para alterar a
unidade de alguma taxa composta efetiva.

E se houver alguma taxa nominal no enunciado da questão de Desconto Composto por


Fora, já sabemos exatamente como agir, transformando-a em taxa efetiva, mediante o
conceito de Taxas Proporcionais. Por fim, se necessário, usaremos também a equação
curinga do desconto para matar alguma questão mais teimosa.

Recapitulando as fórmulas do Desconto Composto Comercial (ou Por Fora), teremos:

DESCONTO COMPOSTO COMERCIAL: EQUAÇÃO 1

A = N.(1–i)n

E a equação curinga do desconto, sempre verdadeira e sempre aplicável:

DESCONTO COMPOSTO COMERCIAL: EQUAÇÃO 2

D=N–A

Vamos treinar?

Um título é descontado por R$ 10.000,00 quatro meses antes de seu vencimento


a uma taxa de 3% ao mês. Calcule o valor nominal do título considerando que o
desconto usado foi o desconto racional composto. Considere ainda que
(1,03)4=1,125508.

Sol.: Quando a questão diz que um titulo é descontado por tanto, esse tanto é o valor
descontado, e valor descontado é sinônimo de valor atual. Assim, sabemos que
A=10.000, e que n=4 meses, e que i=3%a.m., e que vamos trabalhar com o desconto
racional composto.

Considerando que taxa e tempo já se encontram na mesma unidade, podemos de pronto


aplicar a fórmula do desconto por dentro, que diz:

à N=A.(1+i)n ∴ N = 10000. (1+0,03)4

Utilizando o dado adicional fornecido pela questão, acerca do valor do parêntese famoso,
teremos que:
à N=10000x1,125508 ∴ N = 11.255, (Resposta)

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Um título com valor de face de $1.000.000,00 e vencimento daqui a três anos
deve ser resgatado hoje a uma taxa de juros compostos de 10% ao ano e
considerando o desconto racional. Obtenha o valor do resgate, considerando
ainda que (1,10)3=1,331.

Sol.: Sabemos que valor de face é sinônimo de valor nominal. Logo, a questão nos revela
que: N=1.000.000, n=3 anos, i=10% ao ano, e ainda que estamos trabalhando no
regime composto, e que usaremos o desconto racional.

Agora repare na pergunta da questão: obtenha o valor de resgate. O que vem a ser valor
de resgate?

Era esta a minha pergunta, professor: o que é valor de resgate?

A resposta depende do tipo de operação que está sendo realizada.

Como assim?

Valor de resgate é aquele que você pega para si quando vai ao banco (ou outra instituição
financeira). No caso de uma operação de juros, você deposita hoje o seu capital, e algum
tempo depois você retorna ao banco para resgatar o montante.

Daí, fica claro que, em operações de juros, o montante será o valor de resgate.

Já numa operação de desconto, em que você vai ao banco com um título de vencimento
futuro na mão, o que você sai levando no bolso é o valor atual. Ou seja, em operações
de desconto, valor de resgate é sinônimo de valor atual.

A propósito, o valor atual tem muitos sinônimos: valor líquido, valor descontado, valor
resgatado, valor de resgate.

Vemos aqui que taxa e tempo já estão na mesma unidade. Assim, podemos de imediato
aplicar a fórmula do desconto composto racional.

Teremos: à N=A.(1+i)n ∴ A = 1000000 / (1+0,10)3

Usando o dado adicional fornecido, teremos:


à A=1000000/1,331 ∴ A = 751.314, (Resposta)

Um título no valor de face de $ 2.000,00 é descontado dois meses antes do


vencimento, sob o critério de desconto comercial composto. Considerando uma
taxa de desconto de 10% ao mês, calcule, respectivamente, o valor descontado
e o valor do desconto.

Sol.: De acordo com o enunciado, o valor nominal do título é de R$ 2.000,00 , o tempo


de antecipação é de 2 meses, a taxa é de 10% ao mês e o desconto a ser utilizado é o
composto por fora.

São duas respostas que a questão nos pede: o valor descontado, sinônimo de valor atual,
e o valor do desconto, que é a diferença entre os valores nominal e atual.

Como taxa e tempo já se encontram na mesma unidade, aplicamos a fórmula do desconto


trocado.

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Teremos:

à A=N.(1-i)n ∴ A=2000.(1 - 0,10)2 ∴ A=2000x0,81 ∴ A=1620,00 (Resposta)

Daí, se N=2000 e A=1620, pela equação curinga do desconto, diremos que:

D=N-A ∴ D=380,00 (Resposta)

~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que também existem duas modalidades (dois tipos) de desconto no regime
composto: o desconto racional (por dentro) e o desconto comercial (por fora);
2) Que a equação curinga do desconto continua sendo aplicável também no regime
composto.
3) Que podemos trabalhar operações de desconto composto por dentro (racional)
pelas fórmulas ilustradas abaixo:

Fórmulas:
Equação Curinga:
D=N–A
Desconto Composto Racional:
N=A.(1+i)n

4) Que podemos trabalhar operações de desconto composto por fora (comercial) pelas
fórmulas ilustradas abaixo:

Fórmulas:
Equação Curinga:
D=N–A
Desconto Simples Comercial:
A=N.(1-i)n

~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho

# Desconto Composto Racional:

01. (CLÁSSICA) Um “comercial paper” com valor de face de


$1.000.000,00 e vencimento daqui a três anos deve ser resgatado hoje a
uma taxa de juros compostos de 10% ao ano e considerando o desconto
racional. Obtenha o valor do resgate:
a) $751.314,80
b) $750.000,
c) $748.573,
d) $729.000,
e) $700.000,

02. (FCC) O valor presente de um título descontado 2 (dois) anos antes


de seu vencimento é igual a R$ 25.000,00. Utilizou- se o critério do
desconto composto real a uma taxa de 8% ao ano. O valor do desconto
correspondente é de:
a) R$ 3.120,00
b) R$ 3.160,00
c) R$ 3.200,00
d) R$ 4.000,00
e) R$ 4.160,00

03. (FCC/SEFAZ/BA/2019) Uma empresa obteve um financiamento para


ser liquidado em cinco parcelas anuais de mesmo valor, com a primeira
parcela vencendo um ano após a data da obtenção do financiamento, e
as demais parcelas a cada ano considerando a mesma data inicial. O
valor de cada parcela é R$ 10.000,00 e a empresa pagou normalmente
as três primeiras parcelas. Na data do vencimento da quarta parcela, a
empresa optou por liquidar integralmente o financiamento. Se a taxa de
juros compostos negociada para o empréstimo era 10% ao ano, o valor
que a empresa desembolsou para liquidar integralmente o financiamento
na data de vencimento da quarta parcela foi, arredondando o valor para
um número inteiro, em reais,
a) 19.091. d) 17.355.
b) 19.000. e) 18.182.
c) 20.000.

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# Desconto Composto Comercial:

04. (FGV) Suponha um título com valor de R$ 100,00, cujo prazo de


vencimento é de 2 meses. Assuma que a taxa de desconto “por fora” seja
igual a 5% ao mês. O valor presente do título e o valor do desconto sob o
regime de juros compostos são (em R$), respectivamente, de:
a) 90 e 10. d) 95 e 5.
b) 90,25 e 9,75. e) 
105 e ­5
c) 85,74 e 14,26.

05. (CLÁSSICA) Uma duplicata no valor de $ 2.000,00 é resgatada dois


meses antes do vencimento, obedecendo ao critério de desconto
comercial composto. Sabendo-se que a taxa de desconto é de 10% ao
mês, o valor descontado e o valor do desconto são, respectivamente:
a) $1.600,00 e $400,00
b) $1.620,00 e $380,00
c) $1.640,00 e $360,00
d) $1.653,00 e $360,00
e) $1.666,67 e $333,33

06. (FGV) Considere uma operação em que um título com prazo de


vencimento de dois meses é descontado no regime composto. No caso
de o valor do desconto composto ser exatamente igual ao valor presente
do título, assinale a opção que indica o valor mais próximo da taxa de
desconto por fora. (Obs.: considere (2)0,5=1,4)
a) 21% d) 41%
b) 29% e) 50%
c) 33%

Dsimples x Dcomposto

07. (FCC) Um agente deseja descontar hoje um título com vencimento


para daqui a 30 dias e tem as seguintes opções:
Banco I: taxa de 3% ao mês, operação de desconto simples racional.
Banco II: taxa de 3% ao mês, operação de desconto simples comercial.
Banco III: taxa de 4% ao mês, operação de desconto composto racional.
Banco IV: taxa de 3,5% ao mês, operação de desconto simples racional.
Para obter o maior valor líquido, ele deve optar pelo Banco:
a) III ou IV d) II
b) IV e) I
c) III

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08. (FCC) Uma duplicata é descontada 6 meses antes de seu vencimento


em um banco que adota uma taxa de desconto de 5% ao trimestre para
qualquer operação de desconto. Verifica-se que o valor do desconto com
a utilização do desconto racional composto supera o valor do desconto
com a utilização do desconto racional simples em R$ 50,00. Caso a opção
seja pela utilização do desconto comercial simples, o valor do desconto
será, então,
a) R$ 2.200,00.
b) R$ 2.425,50.
c) R$ 2.275,50.
d) R$ 2.505,75.
e) R$ 2.250

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08
A E A B B B E B

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho

Capítulo VII: Equivalência Composta de Capitais

7.1. Conceitos Iniciais:

Parece inacreditável, mas eis aqui um assunto que, mesmo antes de começar o seu estudo,
você já sabe praticamente tudo sobre ele.

Você se recorda de quando estudamos a Equivalência Simples de Capitais, e eu lhe


apresentei uma receita de bolo, um passo a passo, por meio do qual resolveríamos todas
as questões de equivalência simples? Pois bem. A boa notícia é: aquela mesmíssima receita
se aplica também aqui, na Equivalência Composta.

Só que com alguns facilitadores. Ou seja, a equivalência composta é ainda mais fácil que
a simples. Vamos relembrar os passos da receita de bolo?

I) Passos Preliminares de Resolução:


1º Passo) Desenhar a questão;
2º Passo) Identificar parcelas de 1ª e de 2ª obrigação;
3º Passo) Colocar taxa e tempos na mesma unidade;
4º Passo) Identificar o regime e a modalidade de desconto;
5º Passo) Localizar a data focal;
II) Passos Efetivos de Resolução:
1º Passo) Transportar todas as parcelas do desenho para a data focal;
2º Passo) Aplicar a equação de equivalência.

Os facilitadores a que me referi acima, que aparecem aqui na equivalência composta (em
relação à equivalência simples), são os seguintes:

1o Facilitador) Toda questão de equivalência composta só se resolve pelo


desconto composto por dentro.

Ou seja, não existe equivalência composta com desconto composto comercial.

Assim, se você identificar que está diante de uma questão de equivalência no regime
composto, já sabe que vai trabalhar com a fórmula: N=A.(1+i)n.

2o Facilitador) Na equivalência composta, a escolha da data focal é livre.

Ou seja, diferentemente do que havia lá na equivalência simples, aqui, na composta,


qualquer data focal que você adotar vai conduzi-lo ao mesmo resultado. Todavia, embora
sabendo disso, não posso me furtar a lhes oferecer uma sugestão.

Qual é a sugestão, professor?

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A sugestão é a seguinte: diante da questão de equivalência composta, convém (não é
obrigatório, apenas conveniente) escolher, como data focal, aquela data mais à direita
do desenho.

E por que isso, professor?

Ora, sabemos que, feita a escolha da data focal, teremos que transportar todas as parcelas
do desenho para ela. Assim, escolhendo aquela mais à direita do desenho, levaremos as
parcelas sempre para uma data futura. E como isso é feito? Multiplicando-as, uma a uma,
pelo parêntese famoso. Veja:

N = A .(1+i)n
Cada parcela funcionará como valor atual. E sua projeção para a data focal será, por sua
vez, o valor nominal. Acreditando que você prefira multiplicar a dividir, então convém, de
fato, seguir a sugestão que estou lhe oferecendo.

De resto, só precisamos observar os passos da receita de bolo, e chegaremos


invariavelmente à resposta correta.

Vamos treinar?

Pedro fez uma compra no dia de hoje, comprometendo-se a pagar, por ela, R$
1.000 daqui a 30 dias, e mais R$ 2.000 daqui a 60 dias. Por não dispor de recursos
suficientes, propôs ao credor substituir aquela forma original de pagamento por
uma outra, que consiste em duas parcelas iguais, com vencimentos em 90 dias e
120 dias. Considerando a taxa de juros compostos de 10% ao mês, calcule o valor
das novas prestações.

Obs.: Considere ainda que: (1,10)2=1,21 e (1,10)3=1,331.

Sol.: Já sabemos como identificar uma questão de equivalência de capitais: basta que nos
sejam apresentadas duas formas de pagamento para a mesma compra. A segunda forma
irá substituir a primeira. É sempre assim.

Comecemos a desenvolver o passo a passo de resolução.

1º Passo) Desenhar a questão. Teremos:

2000,
X X

1000,

0 30d 60d 90d 120d


2º Passo) Identificar quais são as parcelas de 1ª Obrigação e de 2ª Obrigação.
Já sabemos que 1ª obrigação são as parcelas do contrato original. E 2ª obrigação, parcelas
da nova forma de pagamento. Assim, teremos:

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2000,
X X

1000,

0 30d 60d 90d 120d


(I) (I) (II) (II)

3º Passo) Colocar taxa e tempos na mesma unidade.


Como a taxa é mensal, trabalharemos com tudo em meses. Teremos:

2000,
X X

1000,

0 1m 2m 3m 4m
(I) (I) (II) (II)

4º Passo) Identificar o regime e a modalidade de desconto que serão adotados nesta


resolução.
Aqui surge o primeiro facilitador. Uma vez que o enunciado falou em juros compostos,
evidencia-se que estamos trabalhando no regime composto. E assim sendo, não há outra
alternativa: trabalharemos com o desconto composto por dentro, o desconto racional.
Sem demora, seguimos ao passo seguinte.

5º Passo) Localizar a data focal.


Aqui vem o segundo facilitador. Se a equivalência é composta, a escolha da data focal é
livre.
Não esqueça a minha sugestão. Convém, portanto, escolher como data focal aquela mais
à direita do desenho.

Fazendo isso, teremos:

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2000,
X X

1000,

0 1m 2m 3m 4m
(I) (I) (II) (II)
DF

Agora, você irá de fato constatar como é fácil concluir a resolução de um problema de
equivalência composta.
Se, para projetar uma parcela para uma data posterior, no regime composto, basta
multiplicá-la pelo parêntese famoso, então não há realmente muito segredo. Veja:
- Levando a parcela de R$ 1000 para a data focal, avançaremos com ela 3 períodos. Assim,
teremos: 1000.(1+0,10)3.
- Levando a parcela de R$ 2000 para a data focal, avançaremos com ela 2 períodos. Assim,
teremos: 2000.(1+0,10)2.
- Levando a primeira parcela X para a data focal, avançaremos com ela 1 período. Assim,
teremos: X.(1+0,10)1.
A segunda parcela X não precisará ser levada para lugar nenhum, pois já se encontra sobre
a data focal.
Assim, finalmente, podemos aplicar a equação de equivalência de capitais, e teremos:

(𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅

à 1000.(1+0,10)3 + 2000.(1+0,10)2 = X.(1+0,10)1 + X

Uma equação e uma variável: é sempre assim que terminam todas as questões de
equivalência de capitais.
Usando os dados adicionais fornecidos pela questão, faremos as contas e teremos que:
à 1000x1,331 + 2000x1,21 = 1,1X + X
Daí:
à 2,1X = 3751 ∴ X=3751/2,1 ∴ X=1.786 (Resposta)

E é só isso.
Sabendo resolver uma questão de equivalência composta, você sabe resolver todas elas.

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José obteve um empréstimo de $ 10.000 à taxa de 120% ao ano capitalizados
mensalmente. De devolução, ele pagou $ 6.000 ao final do primeiro mês e $ 3.000
ao final do segundo mês. Qual o valor que José deverá pagar ao final do terceiro
mês para liquidar o financiamento é?

Sol.: Vamos usar esta questão para aprender algo muito importante: toda situação de
empréstimo recai numa questão de equivalência de capitais.

E por que é assim, professor?

Por uma razão bem simples: se você pegou emprestado uma quantia hoje, há de se supor
que vai devolvê-la no futuro. Assim, para que ninguém saia perdendo, nem você que pegou
emprestado e nem a pessoa que lhe emprestou o dinheiro, é preciso que o que você vai
devolver seja equivalente ao que você pegou emprestado. Daí, na questão de
equivalência que nasce de uma situação de empréstimo, se chamarmos o que foi tomado
emprestado de 1ª obrigação, todas as demais parcelas do desenho, referentes à devolução,
vão ser parcelas de 2ª obrigação. Entendido? No nosso caso, José vai tomar emprestada a
quantia de R$ 10.000 no dia de hoje, para devolver por meio de 3 parcelas, sendo que
duas delas são conhecidas, e a terceira é aquilo que a questão pergunta. Sigamos o passo
a passo da receita de bolo.

1º Passo) Desenhar a questão. Teremos:


10.000,
6000,

3000,
X

0 1m 2m 3m
2º Passo) Identificar quais são as parcelas de 1ª Obrigação e de 2ª Obrigação.
Acabamos de aprender: o que tomei emprestado é 1ª obrigação; o que vou devolver no
futuro, 2ª. Teremos:

10.000,
6000,

3000,
X

0 1m 2m 3m
(I) (II) (II) (II)

3º Passo) Colocar taxa e tempos na mesma unidade.
Ora, vemos aí que a questão nos apresentou uma taxa nominal. Assim, de imediato,
teremos que convertê-la em taxa efetiva. Faremos:

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à 120% a.a., com capitalização mensal = (120/12) = 10% ao mês.
Assim, chegamos a uma taxa mensal. E os prazos já estão todos fornecidos também em
meses. Ou seja, o terceiro passo já está cumprido.

4º Passo) Identificar o regime e a modalidade de desconto que serão adotados nesta


resolução.
E vem o primeiro facilitador. A taxa nominal que apareceu indicou que estamos no regime
composto. Assim, toda e qualquer operação que faremos será de desconto composto por
dentro. Sem demora, seguimos ao passo seguinte.

5º Passo) Localizar a data focal.


Eis o segundo facilitador: é livre a escolha da data focal. Adotando a sugestão que lhes
dei, escolheremos a mais à direita do desenho. Teremos:

10.000,
6000,

3000,
X

0 1m 2m 3m
(I) (II) (II) (II)
DF

Agora, passemos a projetar todas as parcelas do desenho para a data focal, multiplicando
cada uma delas pelo parêntese famoso. Teremos:
- Levando a parcela de R$ 10.000 para a data focal, avançaremos com ela 3 períodos.
Assim, teremos: 10000.(1+0,10)3.
- Levando a parcela de R$ 6000 para a data focal, avançaremos com ela 2 períodos. Assim,
teremos: 6000.(1+0,10)2.
- Levando a primeira parcela R$ 3000 para a data focal, avançaremos com ela 1 período.
Assim, teremos: 3000.(1+0,10)1.
A parcela X não precisará ser levada para lugar nenhum, pois já se encontra sobre a data
focal.
Assim, aplicando a equação de equivalência de capitais, e teremos:

(𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅

à 10000.(1+0,10)3 = 6000.(1+0,10)2 + 3000.(1+0,10)1 + X


Uma equação e uma variável, como já era de se esperar. Utilizando-se dos dados adicionais
fornecidos pela questão, faremos as nossas contas, e teremos:
à 10000x1,331 = 6000x1,21 + 3000x1,1 + X
Daí:
à 13310 = 7260 + 3300 + X ∴ X=2.750 (Resposta)

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(FCC) Um comerciante deve dois títulos, ambos com o mesmo valor nominal de $
100.000,00. O vencimento do primeiro ocorre dentro de 2 meses e o do segundo,
em 4 meses, mas ele deseja substituir ambos os títulos por um outro, com
vencimento em 3 meses. Se o banco que realizará esta transação opera com uma
taxa racional composta de 25% a.m., qual será o valor do novo título?
a) $ 200.000,00
b) $ 205.000,00
c) $ 210.000,00
d) $ 215.000,00
e) $ 220.000,00
Sol.: É realmente muito fácil identificar o assunto desta questão, já que o enunciado
descreve uma forma original de pagamento de uma obrigação, a qual deverá ser
substituída (confira a presença do verbo substituir) por outra nova maneira de pagamento.
Ou seja, estamos diante da equivalência de capitais.
Também fica expressamente revelado o regime composto da operação, com a expressão
taxa racional composta.
Assim, em se tratando da equivalência composta de capitais, é livre a escolha da data
focal. Podemos, pois, adotar como sendo a data 3 meses.
Confira o desenho da questão:

100.000, 100.000,

0 2m 3m 4m
(I) (II) (I)
DF

Professor, não estávamos obrigados a escolher a data focal mais à direita do


desenho?
De jeito nenhum! A escolha da data focal mais à direita, quase sempre, é mais eficiente
para efeitos de resolução. Mas não se trata de uma escolha obrigatória.
Aqui mesmo vamos adotar uma data focal que não está mais à direita do desenho, e ainda
assim chegaremos facilmente à resposta.
Assim, dando sequência à resolução, teremos que avançar um período com a parcela R$
100.000 que está na data 2 meses. E depois teremos que recuar também um período com
a outra parcela R$ 100.000 que está na data 4 meses.
Fazendo isso, teremos:
à 100000 . (1+0,25)1 = 125.000,00
à 100000 / (1+0,25)1 = 80.000,00
Daí, aplicando agora a equação de equivalência de capitais, teremos:
à (𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅
à 125.000 + 80.000 = X à X = 205.000,00 (Resposta)

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~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que as operações de equivalência composta de capitais também se resolvem por
meio do mesmo passo a passo da equivalência simples;
2) Que ainda existem dois facilitadores na equivalência composta: 1o) Só se resolve a
equivalência composta por meio do desconto racional composto (nunca pelo
desconto comercial); 2o) A escolha da data focal é livre.
3) Que muitas vezes é conveniente escolher, como data focal, aquela mais à direita
do desenho.
4) Que os passos preliminares de resolução são os seguintes:
1º Passo) Desenhar a questão;
2º Passo) Identificar parcelas de 1ª e de 2ª obrigação;
3º Passo) Colocar taxa e tempos na mesma unidade;
4º Passo) Identificar o regime. Se for o composto: desconto composto racional;
5º Passo) Escolher a data focal.

5) Que os passos efetivos de resolução são os seguintes:


1º Passo) Transportar todas as parcelas do desenho para a data focal;
2º Passo) Aplicar a equação de equivalência.

~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~



MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho

# Equivalência Composta de Capitais:

01. (FGV) Um indivíduo precisa pagar três parcelas para quitar a compra
de um terreno. São cobrados juros compostos de 30% ao semestre. As
parcelas são de R$ 120.000,00; R$ 180.000,00 e R$ 338.000,00 e
vencem em seis meses, um ano e dois anos, respectivamente.
 Esses três
pagamentos podem ser substituídos por um único pagamento, daqui a um
ano, no valor, em reais, de:
a) 458.461,54
b) 518.461,54
c) 536.000,00
d) 596.000,00
e) 638.000,00.

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02. (FCC) Uma pessoa tem uma dívida a ser cumprida que é composta
das seguintes parcelas: − Uma parcela de R$ 2.000,00 que vence daqui
a um mês. − Uma parcela de R$ 3.000,00 que vence daqui a 2 meses. −
Uma parcela de R$ 4.000,00 que vence daqui a 3 meses. A taxa de juros
compostos que está sendo cobrada é 4% ao mês. Se a pessoa decidir
liquidar integralmente o empréstimo na data de vencimento da parcela de
R$ 2.000,00, o valor total que deve ser pago nesta data, desprezando-se
os centavos, é em reais:
a) 8.583,00.
b) 8.001,00.
c) 8.560,00.
d) 8.588,00.
e) 8.253,00.

03. (FCC) Fábio contraiu hoje um empréstimo. Vai devolvê-lo em duas


parcelas, uma no valor de R$ 2.142,40, vencível daqui a um mês, e outra,
no valor de R$ 2.970,52, vencível daqui a 2 meses. Nesse empréstimo
foram utilizados juros compostos, à taxa de 3% ao mês. Nessas
condições, o valor do empréstimo foi de:
a) R$ 4.320,
b) R$ 4.930,92.
c) R$ 4.880,00.
d) R$ 5.004,
e) R$ 5.112,92.

04. (FCC/SEMEF/MANAUS/2019) Sérgio recebeu um adiantamento e


negociou que a devolução seria paga em duas parcelas iguais de R$
1.210,00, a primeira, um mês após o recebimento do adiantamento, e a
segunda, um mês depois do pagamento da primeira parcela. Sabendo
que foram cobrados juros compostos de 10% ao mês, o valor que Sérgio
recebeu pelo adiantamento foi de
a) R$ 2.420, 00
b) R$ 2.010, 00
c) R$ 2.100, 00
d) R$ 2.200, 00
e) R$ 2.210, 00

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05. (FCC/SEFAZ/BA/2019) Uma empresa tem uma dívida para cumprir


que é composta das seguintes parcelas: - Parcela de R$ 5.000,00 que
vence na data de hoje; - Parcela de R$ 8.000,00 que vence de hoje a um
mês. A empresa está com problemas no seu fluxo de caixa e deseja
renegociar o pagamento da dívida, propondo ao credor a seguinte forma
de pagamento: - Pagar uma parcela de R$ 2.000,00 na data de hoje; -
Liquidar o saldo remanescente da dívida em uma única parcela que será
paga de hoje a três meses. Se a taxa de juros compostos cobrada pelo
credor é 3% ao mês, o valor da parcela a ser paga no final de três meses,
desprezando-se os centavos, será, em reais,
a) 12.020.
b) 11.990.
c) 11.736.
d) 11.000.
e) 11.765.

GABARITO

01 02 03 04 05
C A C C E

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
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Capítulo VIII: Rendas Certas



8.1. Conceitos Iniciais:
Entre os assuntos do regime composto, Rendas Certas costuma ser o menos explorado em
provas da lavras da FCC. Todavia, faz parte do nosso estudo e se trata de um tema
facilmente compreensível.
Até o momento, aprendemos como se faz para movimentar uma única parcela no regime
composto: basta multiplicá-la pelo parêntese famoso, caso queiramos projetá-la para uma
data posterior, ou dividi-la pelo parêntese famoso, caso queiramos projetá-la para uma
data anterior. Isso não é novidade para nós.
Em todo caso, para melhorar nossa fixação, grave bem este desenho a seguir:

X / (1+i)n X . (1+i)n

Parcela isolada no regime composto

Mas, se em vez de apenas uma, houvesse várias parcelas, será que haveria como projetá-
las de uma vez só para uma data posterior? Sim. Há como fazer isso, desde que:
1º) As parcelas sejam todas de mesmo valor;
2º) As parcelas tenham a mesma distância de tempo entre si, ou seja, que exista o
mesmo intervalo de tempo entre uma e outra (ou parcelas mensais, ou bimestrais, ou
trimestrais etc); e
3º) A operação esteja sujeita ao regime composto.
Se assim for, ou seja, se estiverem presentes estas 3 características, então ganharemos
tempo - e muito - na hora de resolver uma questão, deixando de transportar uma parcela
de cada vez, e levando-as todas, de uma vez só, para uma data posterior.
O nome desta operação é rendas certas.
Mas fique atento: só é possível trabalhar com as rendas certas, se o pacote completo
(vamos chamar assim) das 3 características acima estiver presente. Faltando uma das
características, já não funciona.
Então, para que fique bem gravado na sua mente, vamos repetir:

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PACOTE COMPLETO DAS RENDAS CERTAS:
1º) Parcelas iguais;
2º) Parcelas com mesmo intervalo de tempo entre si;
3º) Regime composto.

E agora, professor, como é que se trabalha com as rendas certas?

É o que vamos aprender agora.


8.2. Resolvendo Questões de Rendas Certas:
São dois casos distintos:
1º Caso: Queremos projetar todas as parcelas para a data da última delas.
Vejamos:

P P P P P P P P

Na prática, é como se você estivesse fazendo aplicações periódicas, de parcelas de mesmo


valor (P), e fosse resgatar o total (T) na data da última aplicação.

Estranho isso, não é professor? Quem é que aplica um valor e o resgata na


mesma data?

Você está falando da última parcela do desenho, não é? Realmente, ninguém – em são
juízo – faria isso. Em todo caso, é assim mesmo que funciona, para efeito de aplicação da
fórmula das Rendas Certas.
E a fórmula é a seguinte:

T = P . Sn,i
Vamos falar sobre seus elementos:
- T é o valor total que você irá resgatar, em decorrência de todas aquelas aplicações, na
data da última parcela.
Esta é a informação mais importante do assunto, portanto, ...

Guarde isto:
Para efeito de aplicação desta fórmula acima, a data do resgate coincide com a
data da última aplicação.

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- P é o valor da parcela. E tem que ser todas iguais, conforme a primeira característica do
pacote completo das rendas certas;
- S sozinho não é ninguém. Ele está aí para indicar que estamos trabalhando como fator
de rendas certas: Sn,i.
- Sn,i é, conforme acabamos de dizer, o fator de rendas certas. Seu nome de batismo é
fator de acumulação de capital para uma série de capitais. Muito grande. Vamos ficar
mesmo só com fator de rendas certas.
E quando é que usaremos este fator, professor?
Ora, quando estivermos diante do pacote completo e quisermos levar várias parcelas de
uma só vez para uma data futura. Ou seja, usaremos o Sn,i quando formos realizar uma
operação de rendas certas.
Mas, professor, e como é que se determina o valor deste fator de rendas certas?
Algumas bancas, a exemplo da ESAF, fornecem uma tabela financeira própria para o Sn,i.
Outras, como a nossa FCC, não costumam fazer isto. Neste caso, é realmente necessário
conhecer a fórmula do Sn,i, para o caso de termos que fazer o seu cálculo. Vejamos:

(𝟏 + 𝒊)𝒏 − 𝟏
𝑺𝒏, 𝒊 =
𝒊
Preciso decorar esta fórmula, professor?
Obviamente que sim. E não é difícil: basta colocar o parêntese famoso no numerador, e
depois disso fazer mais duas coisas: menos 1 e sobre i. E a fórmula do fator de rendas
certas está pronta.
A FCC pode fornecer o fator de rendas certas como dado adicional da questão,
professor?
Sim, ela pode fazer isso. Neste caso, tudo ficaria bastante simplificado para nós.
Em outras situações, a FCC irá fornecer, na questão de rendas certas, apenas o valor do
parêntese famoso. Isso já nos ajudará, pois ele aparece no numerador da fórmula do Sn,i.
Faltou ainda falar sobre o significado do termo n na fórmula das rendas certas.
- n significa número de parcelas.
Só isso. Se você vai aplicar 5 parcelas, então n=5. Se vai aplicar 10 parcelas, n=10. E
assim por diante.
E finalmente:
- i é a taxa de juros compostos.
Não esqueça que só haverá operação de rendas certas se o regime for o composto. Esta é
a terceira característica do pacote completo.

Vamos treinar?
Você acabou de passar no concurso dos seus sonhos. Daí, você quer aproveitar o
primeiro salário que ganhou, e gastar tudo com presentes (para você mesmo,
obviamente! Afinal de contas, foi você quem se matou de estudar)! E assim você
fez: trocou o carango por um carro zero, fez viagens de fim de semana, no carro
novo, e com sua nova namorada; trocou todo o seu guarda-roupa; enfim: você fez
todo tipo de extravagância... E de nada adiantou: no fim do mês, ainda sobravam
R$ 1000 na sua mão.
Puxa, professor... Que situação degradante!
É verdade! Mas, continuemos nossa questão.

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Então, diante desta situação degradante, você decidiu que todo mês, exatamente
no mesmo dia, iria depositar aquele valor de R$ 1000 numa conta de poupança,
que você acabou de abrir no banco.
E assim você fez 8 (oito) aplicações mensais de R$ 1000 cada uma, a uma taxa
de juros compostos de 2% ao mês. Qual será o valor a ser resgatado, em
decorrência de todas estas aplicações, na data da última parcela?
Ora, apesar do tom de brincadeira, a questão é séria, e vamos aprender com ela.
Primeiramente vamos fazer o desenho da questão. Teremos:

1000 1000 1000 1000


Uma vez feito isso, só poderemos começar a resolver a questão se identificarmos a
presença das 3 características do pacote completo. É imprescindível que você faça esta
verificação preliminar. Basta fazer as 3 perguntas:
1ª) As parcelas são todas iguais? Sim.
2ª) As parcelas têm o mesmo intervalo de tempo entre si? Sim.
3ª) Estamos trabalhando no regime composto? Sim.
Diante destas 3 respostas afirmativas, podemos então dizer que é possível trabalhar com
rendas certas, desde que nosso objetivo seja projetar as parcelas iguais para uma data
futura.
É isso o que queremos?
Sim, professor.
E para onde queremos transportar todas estas parcelas de R$ 1000?
Para a data da última parcela, professor!
Ótimo. Se é assim, podemos aplicar diretamente a fórmula das rendas certas.
Teremos:

à T = P . Sn,i ∴ T = 1000 . S8,2%


Aplicando a fórmula do fator de rendas certas, teremos:
(𝟏,𝒊)𝒏 -𝟏 (𝟏,𝟎,𝟎𝟐)𝟖 -𝟏
à 𝑺𝒏, 𝒊 = à S8,2% =
𝒊 𝟎,𝟎𝟐

Considerando que o enunciado nos tenha dito que (1,02)8=1,1716, teremos:


𝟏,𝟏𝟕𝟏𝟔-𝟏 𝟎,𝟏𝟕𝟏𝟔
à S8,2% = = = 𝟖, 𝟓𝟖𝟐𝟗𝟔𝟗
𝟎,𝟎𝟐 𝟎,𝟎𝟐

Dando sequência à resolução, diremos que:


à T = P . Sn,i ∴ T = 1000 . S8,2% ∴ T = 1000 . 8,582969
E, finalmente:
T = 8.582,96 (Resposta)

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8.3. Exigência da Fórmula das Rendas Certas:


É preciso que a taxa esteja na mesma unidade que o intervalo entre as parcelas.
Ou seja, se você tem parcelas mensais, terá então que trabalhar com uma taxa mensal;
se as parcelas forem semestrais, terá que trabalhar com taxa semestral. E assim por
diante.
Na questão que fizemos acima, a taxa era mensal (2% a.m.) e as parcelas também eram
mensais, de sorte que pudemos aplicar a fórmula sem precisar fazer adaptações
preliminares.
No mais das vezes, a elaboradora já traz cumprida esta exigência no enunciado da questão.
Mas nem sempre.
E se a taxa vier numa unidade diferente da do intervalo entre as parcelas,
professor? O que faremos?
Neste caso, só há um caminho: alterar a unidade da taxa, transformando-a para a mesma
unidade do intervalo entre as parcelas. Você já sabe fazer isso?
Sei, professor: usando aqueles conceitos de taxas compostas que já
aprendemos aqui em nosso Curso!
Muito bem! Só para não dizer que não falei das flores, ei-los:

Taxa Taxa Taxa Efetiva


Nominal Efetiva (em outra unidade)

Taxas Taxas
Proporcionais Equivalentes

Multiplica-se ou 1+I=(1+i)k
Divide-se

Se for trazida uma taxa nominal, vamos transformá-la em efetiva, mediante o conceito de
taxas proporcionais. Se já estivermos com uma taxa composta efetiva, e ainda assim
tivermos que alterar sua unidade, usaremos o conceito de taxas equivalentes.

Passemos ao segundo caso.

2º Caso: Queremos projetar todas as parcelas para a uma data posterior à da


última parcela.

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Vejamos o desenho:

P P P P P P P P

E agora, professor? Como é que funciona?

Antes de mais nada, precisamos saber que o pacote completo das rendas certas, as 3
características, têm que estar igualmente presentes.
Para não perder a viagem:
1º) Parcelas iguais;
2º) Parcelas com mesmo intervalo de tempo entre si;
3º) Regime composto.
Já sabemos que se o resgate das parcelas estiver na data da última parcela, a fórmula que
usamos é aquela já vista por nós:

T=P.Sn,i
Mas se o resgate desejado estiver numa data futura, posterior à da última parcela,
então usaremos uma solução em dois passos. Vamos entender.
Suponhamos que você vai fazer 8 aplicações mensais de R$ 1000 cada uma, sujeitas a
uma taxa composta de 2% ao mês.
Até aqui está tudo igual ao exercício anterior, professor!
Exatamente. Vai mudar só o seguinte: você agora quer saber qual será o valor a ser
resgatado, em decorrência de todas estas aplicações, 4 meses após a data da última
parcela.
O desenho será este:

1000 1000 1000 1000

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1o Passo) Aplicaremos a fórmula básica das rendas certas, e encontraremos o resultado
das parcelas iguais na data da última delas. Foi exatamente o que fizemos na resolução
anterior. Teremos:
à T = P . Sn,i ∴ T = 1000 . S8,2% ∴ T=1000 . 8,582969 = 8.582,96
Este resultado, R$ 8.582,96, representa, sozinho, todas aquelas parcelas de R$ 1000. O
novo desenho da questão agora passou a ser o seguinte:

X
8.582,96

Fica claro, pelo desenho acima, que este resultado (R$ 8.582,96) ainda não é a resposta
que estamos procurando. Ele representa apenas o resultado das parcelas de R$ 1000 na
data da última delas. Vamos em frente.
2o Passo) Precisamos agora projetar este valor encontrado (R$ 8.582,96) para a data
futura do resgate, indicado pela questão. E o faremos por meio de uma operação de juros
compostos. Quantos meses após a última parcela teremos o resgate? 4 meses após. Assim,
teremos:
à X = 8.582,96 .(1+0,02)4 = 9,290,50 (Resposta)

~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que as rendas certas existem para transportar, de uma só vez, várias parcelas do
desenho para uma data posterior.
2) Que as rendas certas só podem ser aplicadas quando estiverem presentes as 3
características do pacote completo, quais sejam: parcelas iguais, mesma
periodicidade e taxa composta.
3) Que a fórmula das rendas certas é: T=P.Sn,i
4) Que o desenho modelo das rendas certas não admite pagamento de entrada.
5) Que a aplicação da fórmula exige que a taxa esteja na mesma unidade que o
intervalo entre as parcelas.
(𝟏,𝒊)𝒏 -𝟏
6) Que a fórmula do fator de rendas certas é: 𝑺𝒏, 𝒊 =
𝒊

~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
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# Rendas Certas:

01. (CESPE) Considere que Maria deseje comprar um bem por R$


100.000,00 à vista daqui a 4 anos e, para conseguir esse valor, ela
pretenda fazer depósitos anuais, consecutivos e iguais, que serão
corrigidos à taxa de juros compostos de 10% ao ano. Suponha ainda que,
com esse objetivo, Maria tenha feito o primeiro depósito na data de hoje.
Nessa situação, considerando 1,61 como valor aproximado para 1,15 , é
correto afirmar que, para obter o valor necessário juntamente com o último
depósito, a quantia que Maria deverá depositar anualmente é inferior a
R$ 16.400,00.

( ) CERTO 
 ( ) ERRADO

02. (SC) Ana comprou um apartamento financiado em 20 parcelas
mensais de R$ 5.000,00. Imediatamente após pagar a oitava prestação,
decidiu repassar o contrato para Beatriz, sua amiga, que assumiu as
parcelas não pagas do imóvel. Nessa situação, considerando que o
financiamento está sujeito a uma taxa de juros compostos de 3% ao mês,
o valor que Beatriz deverá pagar a Ana por ocasião do repasse é:

Obs.: (1,08)3=1,24

a) R$ 37.000,00 d) R$ 45.000,00
b) R$ 40.000,00 e) R$ 47.000,00
c) R$ 42.000,00


03. (CLÁSSICA) Uma aplicação consiste em 6 depósitos consecutivos,


mensais e iguais no valor de R$ 300,00 (trezentos reais) cada um. Se a
taxa de juros compostos utilizada é de 5% ao mês, o montante, em reais,
um mês após o último dos 6 depósitos, é: 
 Obs.: (1,05)6=1,34.
a) 2.040,00
 d) 2.304,00
b) 2.142,00
 e) 2.442,00
c) 2.240,00

GABARITO
01) Certo 02) B 03) B

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Capítulo IX: Sistemas de Amortização – Sistema Francês



9.1. Noções Iniciais:
De início, temos que entender o que significa amortizar, na linguagem da matemática
financeira. Nada mais simples: amortizar é o mesmo que diluir em parcelas.
Veja um exemplo:
Imagine que você viu um computador na vitrine de uma loja, e ficou encantado com o
aparelho. Entrou na loja, assim como quem não quer nada. O vendedor chegou perto e
disse: “Pois não! Posso ajudar?” Ao que você prontamente responde: “Eu estou só
olhando...”
Daqui a alguns minutos, você cria coragem, chama o vendedor e pergunta: “Quanto é
mesmo que está custando aquele computador?” Ele diz: “É baratinho. Está até na
promoção. Custa apenas dez mil reais!”
Você torce o nariz... Não tem esse dinheiro para pagar de uma vez só. Ou seja, o
pagamento à vista não cabe no seu bolso.
Mas, e se você diluir esse valor do bem em várias parcelas? Talvez assim o valor das
prestações esteja ao seu alcance e você possa levar o computador para casa.
Ora, o que você está pensando em fazer é uma amortização.
Ocorre, porém, que existem diversas maneiras diferentes de amortizar o valor de um bem.
Como assim, professor?
A maneira clássica, a que mais se vê no comércio, por exemplo, é a amortização por meio
de parcelas de mesmo valor e de mesma periodicidade. Em outras palavras, parcelas iguais
e com o mesmo intervalo de tempo entre si.
E não será sempre assim?
Não necessariamente. Quando se vai amortizar o valor de um imóvel, por exemplo,
costuma-se utilizar uma outra maneira de pagar, com o uso de parcelas de valor
decrescente.
Essas diversas formas de amortizar, cada uma delas com suas características próprias,
consistem no que chamamos de sistemas de amortização.
Aquele mais comum, das parcelas iguais e periódicas, é conhecido como sistema francês.
Já o outro, o das parcelas decrescentes, mais usado em transações imobiliárias, é chamado
sistema de amortização constante (SAC).
Só existem esses dois sistemas de amortização, professor?
Não. Existem outros vários. Porém, para efeito de concursos, dedicaremos nossa atenção
àqueles que são normalmente cobrados em prova: o sistema francês, o SAC e o sistema
misto de amortização.
Estudaremos cada um deles detalhadamente, pois se trata de questão certa em qualquer
prova de matemática financeira.

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9.2. Sistema Francês de Amortização:


Estamos falando agora de uma compra realizada a prazo. O valor do bem que lhe interessa
é muito caro para ser pago à vista, e você decidiu que irá pagar em prestações.
Pois bem. Para que esta amortização se caracterize como sendo realizada pelo sistema
francês, é preciso que estejam presentes as seguintes três características:
1a) Prestações de mesmo valor;
2a) Mesmo intervalo de tempo entre as prestações;
3a) Taxa de juros compostos.
Estou certo de que você agora está pensando assim: “Eu acho que já vi isso em algum
lugar...”
Viu sim. Estas aí acima são as mesmas três características que formavam o pacote
completo das rendas certas.
Professor, então, se as características são iguais, como eu saberei se estou
diante de uma questão de rendas certas ou de amortização?
O que irá definir o assunto será exatamente o objetivo das parcelas.
Se aquelas parcelas estiverem servindo para você acumular, acumular, e resgatar ao final,
então será uma aplicação de rendas certas. De outra sorte, se as parcelas servirem para
diluir um valor qualquer, então se trata de uma operação de amortização. Não há nenhuma
dificuldade em discernir um assunto do outro.
Sigamos adiante.
Veja, abaixo, o desenho modelo de uma operação de amortização pelo sistema francês:

P P P P P P P
Este é o desenho que será adotado para a aplicação da fórmula do sistema francês de
amortização.
A característica marcante dele, além do fato de as prestações serem iguais e periódicas, é
que ele não admite pagamento de entrada. Repare que a primeira parcela está ao final do
primeiro período.
Atente bem para este fato, pois é a informação mais importante deste assunto. Veja:
De acordo com o desenho modelo da amortização, a primeira parcela terá que
estar ao final do primeiro período.
Ou seja, se as prestações forem mensais, a primeira ficará no final do primeiro mês; se as
parcelas forem trimestrais, a primeira ficará no final do primeiro trimestre; e assim por
diante.
Será sempre assim, para efeito de aplicação da fórmula do sistema francês.
E qual é esta fórmula do sistema francês, professor?

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É a seguinte:

T = P . An,i
Vamos falar sobre seus elementos:
- T é o valor total que está sendo amortizado, ou seja, que está sendo diluído nas parcelas;
- P é o valor das parcelas ou prestações, as quais precisam ser todas iguais, conforme a
1a característica;
- An,i é o “fator de amortização”. O “A” serve apenas para indicar qual é o fator com o
qual estamos trabalhando, diferenciando este daquele outro fator de rendas certas (Sn,i);
E quando é que usaremos este fator An,i , professor?
Sempre que estivermos diante de uma operação de amortização pelo sistema francês.
Guarde isto:
A Fundação Carlos Chagas costuma chamar o fator de amortização (An,i) de fator de valor
atual – FVA.
E, professor, como é que se calcula este fator?
A banca ESAF costuma revelar o valor do An,i por meio de mais uma tabela financeira.
Outras elaboradoras, a exemplo da FCC, não costumam fazer isso. O mais comum é que o
An,i seja fornecido como um dado adicional da questão. Em casos mais raros, contudo, já
foi preciso aplicar a fórmula do An,i para chegar ao seu valor.
Assim, como forma de prevenção, convém conhecer a fórmula do An,i:

(𝟏 + 𝒊)𝒏 − 𝟏
𝑨𝒏, 𝒊 =
(𝟏 + 𝒊)𝒏 . 𝒊
Uma vez que já conhecíamos a fórmula do fator de rendas certas (Sn,i), fica fácil decorar
esta aí de cima: basta acrescentar à primeira um parêntese famoso no denominador.
Ou seja: An,i = Sn,i / (1+i)n.

Continuemos falando dos elementos da fórmula do sistema francês:


- n significa número de parcelas ou prestações;
- i é a taxa de juros compostos (3a característica).
Guarde isto:
A exigência da fórmula do sistema francês de amortização é a mesma que vimos para a
fórmula das rendas certas, qual seja: é preciso que a taxa esteja na mesma unidade que
o intervalo entre as parcelas.
Ou seja, se as prestações são mensais, a taxa terá que ser mensal; se as prestações forem
semestrais, a taxa terá que ser trimestral. E assim por diante.

9.3. Resolvendo Questões de Sistema Francês:

São dois casos distintos:


1º Caso: Desenho da questão compatível com o desenho modelo.
Ou seja, neste caso, já teremos a primeira prestação ao final do primeiro período.

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Vamos treinar?
José quer comprar um computador novo, que custa R$ 10.000,00 à vista. Vai
pagar uma entrada de R$ 3.000,00 e o saldo será parcelado em 7 prestações
iguais, mensais e sucessivas, vencendo a primeira um mês após a compra.
Considerando uma taxa de juros compostos de 2% ao mês, qual será o valor das
prestações?
Considere ainda que o fator de valor atual para este caso é de 6,472.
Sol.: Como primeiro passo devemos identificar o assunto da questão. Há uma compra que
será realizada por meio de várias parcelas iguais e periódicas (mensais), e a operação está
sujeita ao regime composto. Logo, temos aí as 3 características do pacote completo, que
serve tanto para rendas certas quanto para amortização.
Todavia, o objetivo destas parcelas é cristalino: diluir o valor de um bem. Daí, concluímos:
trata-se de uma questão de amortização pelo sistema francês.
A respeito daquela última informação do enunciado, o dado adicional fornecido foi, em
outras palavras, que A7,2% =6,472.
Já podemos fazer o desenho da questão. Atente para o fato de que existe um pagamento
de entrada. Teremos:

10.000,00

P P P P P P P
3.000,00
Ora, aprendemos que o desenho modelo do sistema francês não admite parcela de entrada.
Daí, temos que fazer com que esta entrada desapareça. Para isso, basta fazer uma conta
de subtração: valor à vista menos valor da entrada.
Teremos: 10.000 – 3.000 = 7.000,00.
Ou seja, após o pagamento da entrada, o valor que realmente será amortizado, que será
efetivamente diluído nas parcelas, é a diferença encontrada (R$ 7.000,00). Assim, o nosso
novo desenho da questão passa a ser o seguinte:

7.000,00

P P P P P P P

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E agora sim, temos o desenho da nossa questão perfeitamente de acordo com o desenho
modelo do sistema francês, ou seja, com a primeira parcela ao final do primeiro período.
A respeito da exigência da fórmula da amortização, vemos que a taxa da operação é mensal
(2% a.m.) e as prestações também têm periodicidade mensal. Tudo certo e tudo pronto
para fazermos as contas.
Teremos:
à T = P . An,i à 7.000 = P . A7,2% à 7.000 = P . 6,472
Daí:
à P = 7.000 / 6,472 à P = 1.081,58 (Resposta)

Há algo muito importante a ser aprendido agora, e se refere à fórmula que aplicamos
acima.
E o que é, professor?
Veja: a princípio, podemos pensar que quando o enunciado pedir de nós o cálculo do valor
das prestações, nossa última conta será sempre uma divisão. Você concorda?
Senão, vejamos:
à T = P . An,i
Daí, isolando P, teremos:

𝑻
𝑷=
𝑨𝒏, 𝒊

É, professor, eu concordo sim! Terminará sempre com uma divisão!


Será mesmo? Será que uma divisão não pode ser expressa como uma multiplicação sempre
que quisermos?
Como assim?
Veja: dividir “a” por “b” é o mesmo que multiplicar “a” pelo “inverso de b”.
Confira:
𝒂 𝟏
= 𝒂 .
𝒃 𝒃

É verdade, professor. Eu não havia pensado nisso!

Voltemos então para o cálculo do valor das prestações. Vamos tentar transformar aquela
divisão em um produto?
Teremos que:

𝑻 𝟏
𝑷= ∴ 𝑷 = 𝑻 .
𝑨𝒏,𝒊 𝑨𝒏,𝒊

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Finalmente consegui chegar onde eu queria: este parêntese acima, que representa o
inverso do fator de valor atual, pode ser chamado de fator de recuperação de capital –
FRC. Assim, reescrevendo a fórmula acima, teremos:

𝑷 = 𝑻 . (𝑭𝑹𝑪)

E este fator de recuperação de capital (FRC) pode ser dito na questão,


professor?
Claro que sim. Particularmente, a FCC gosta muito de fazer isso.

2º Caso: Compra a prazo com “período de carência”.
De início, precisamos entender o que é esta tal de carência.
Você certamente já viu algum comercial de TV em que a loja anunciava um bem qualquer
e dizia assim: “... e a primeira prestação você só paga daqui a 3 meses.”
Já vi sim, professor!
Isto é o que chamamos de compra com período de carência: você leva a mercadoria hoje
para casa e a primeira prestação fica diferida para uma data futura.
Vamos treinar?
José quer comprar um computador novo, que custa R$ 10.000,00 à vista. Vai
pagar uma entrada de R$ 3.000,00 e o saldo será parcelado em 7 prestações
iguais, mensais e sucessivas, vencendo a primeira 3 meses após a compra.
Considerando uma taxa de juros compostos de 2% ao mês, qual será o valor das
prestações? Considere ainda que (1,02)2=1,0404 e que o fator de recuperação
de capital (FRC) para 7 prestações e taxa de 2% é de 0,1545.
Sol.: Temos logo que identificar o assunto da questão. Um jeito fácil de fazer isso é por
meio das 3 perguntas:
1a) Existem parcelas iguais? Sim.
2a) Estas parcelas iguais têm o mesmo intervalo de tempo entre si? Sim, são mensais.
3a) A taxa é composta? Sim.
Então, temos diante de nós o pacote completo, para trabalhar ou rendas certas ou
amortização (pelo sistema francês). Qual vai ser, nesse caso?
Pelo objetivo das parcelas, só pode ser amortização, professor!
Exatamente. Já estamos prontos para fazer o desenho da questão.

10.000,00









P P P P P P P

3.000,00

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A primeira providência que faremos agora é eliminar a parcela de entrada do desenho, por
meio de uma simples subtração. Já sabemos que o desenho modelo do sistema francês
não admite entrada.
Fazendo isso, nosso novo desenho da questão passará a ser o seguinte:

7.000,00









P P P
P P P P

E agora teremos uma solução em dois passos. Vamos aprender.
1o Passo: Projetaremos o valor R$ 7.000,00 para a “data correta”, aquela do desenho
modelo.
Que data é esta mesmo, professor?
Um período antes da primeira prestação.
Para tanto, o valor R$7000 avançará 2 períodos, de acordo com o desenho acima.
Aplicando juros compostos, teremos:
à 7000.(1+0,02)2 à 7000 . (1,02)2
Usando o dado adicional da questão, teremos:
à 7000 x 1,0404 = 7.282,80
Feito isso, o novo desenho da questão passou a ser o seguinte:

7.282,80

P P P P P P P

2o Passo: Agora estamos plenamente de acordo com o desenho modelo do sistema


francês: primeira parcela ao final do primeiro período. Ou seja, o segundo passo consiste
numa operação direta de amortização.
Atente para o fato de a exigência já se encontrar cumprida: taxa mensal (2%a.m.) e
prestações mensais.
Teremos:
à T = P . An,i à P = T / An,i à P = T . (1/An,i) à P = T . (FRC)

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O enunciado nos disse quanto vale este fator de recuperação de capital: 0,1545.
Daí, teremos:
à P = 7.282,80 . 0,1545 à P = 1.125, (Resposta)

9.4. Partes Componentes de uma Prestação no Sistema Francês:


Ingressamos agora em um estudo importantíssimo, já inúmeras vezes cobrado em provas
de concurso. Diz respeito aos componentes de uma parcela de amortização.
Vou apresentar o assunto da forma mais clara possível.
Suponhamos que no dia de hoje (data zero) você contraiu uma dívida de R$ 100,00 (cem
reais) para pagar no futuro, por meio de parcelas. E que taxa de juros de que estamos
tratando seja de 10% ao mês.
A minha pergunta é: daqui a exatamente um mês, qual será o valor da sua obrigação?
Será que continuou a ser de cem reais?
Claro que não, professor. Daqui a um mês a minha dívida aumentou por causa
dos juros!
Perfeitamente. Se a taxa de juros é de 10% ao mês, em um mês a sua dívida aumentou
em 10%, e 10% de R$ 100 é igual a R$ 10,00 (dez reais).
Assim, na data 1 mês, a dívida pulou de R$ 100 para R$ 110,00.
Ora, nesta data (1 mês) você fará o pagamento da primeira parcela de devolução. E então
lhe faço agora outra pergunta: o que acontecerá se o valor desta parcela for de apenas R$
10,00 (dez reais)?
Eu mesmo respondo: se a parcela for de apenas R$ 10,00, ela só será suficiente para pagar
os juros produzidos naquele período, de sorte que o valor principal da dívida (R$100)
permanecerá o mesmo.
Ou seja, uma parcela que seja exatamente igual aos juros produzidos no período não serve
para amortizar o valor de uma obrigação. O sujeito continuaria o resto da vida pagando
aqueles R$ 10,00 por mês e continuaria devendo os mesmo R$ 100 do início.
Daí, para que as parcelas de devolução consigam um dia dar fim àquela dívida de
R$100,00, é preciso que elas tenham um valor tal, capaz de cumprir duas missões: 1a)
pagar os juros produzidos no último período e 2a) amortizar uma parte do principal (ou
seja, da dívida em si).
Exatamente por isso, diremos que cada parcela usada em uma operação de amortização é
composta por duas partes: juros (J) e cota de amortização (A).
Guarde isto:
Parcela = Juros + Cota de Amortização à P = J + A
Voltemos ao nosso exemplo: a dívida original é de cem reais. A taxa mensal de juros é de
10%. Em um mês, foram produzidos juros de R$ 10,00 (dez reais).
Se dissermos que a parcela valerá, por exemplo, R$ 15,00 (quinze reais), como será
exatamente a composição?
Ora, R$ 10 servirão para pagar os juros do período, e o restante (apenas R$ 5,00) servirá
para amortizar (abater) a dívida.
Assim, imediatamente após o pagamento desta primeira parcela de R$ 15, para quanto foi
o valor da sua obrigação? (É preciso pensar antes de responder).
Ora, professor... eu devia 100. Paguei 15. Então estou agora devendo R$ 85.
Certo?

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Errado.
Errado por quê?
Porque somente uma parte daqueles R$ 15 que você pagou serviu para abater da dívida.
Sua obrigação original foi reduzida em apenas R$ 5,00 (cinco reais).
Os outros R$ 10,00 (dez reais) da parcela foram totalmente usados para pagamento de
juros.
Ou seja, se apenas R$ 5,00 foram usados (na parcela 1) para amortizar a dívida, então
agora passo a dever R$ 95,00.
Podemos representar todas estas informações por meio de uma tabela.
Veja:
Valor da Juros Cota de Saldo Devedor
Parcela Amortização
100,00

Iremos completando-a aos poucos, e explicando cada passo, para que fique tudo muito
bem compreendido.
O que está representado, por enquanto, é que existe um saldo devedor original, de R$
100,00. Ou seja, por enquanto nada foi pago, de sorte que este primeiro saldo devedor
representa toda a nossa obrigação (o total da dívida).
Agora vamos fazer o pagamento da primeira parcela (P1), que será de R$ 15, e
preencheremos a tabela com esta informação, discriminando também os componentes
desta P1. Teremos:
Parcela Valor da Juros Cota de Saldo Devedor
Parcela Amortização
100,00
P1 15,00 10,00 5,00 95,00

Agora vamos pensar juntos sobre o que irá acontecer ao longo do segundo mês. Serão
produzidos juros (de 10%) sobre o valor da minha nova obrigação (R$ 95,00).
Daí, numa conta óbvia, descobrimos que haverá neste segundo período juros de R$ 9,50.
Repare que estamos trabalhando ainda com o sistema francês de amortização, de sorte
que todas as parcelas são iguais. Assim, se a primeira parcela foi de R$ 15,00, as demais
também o serão.
Ora, se a segunda parcela (P2) é de R$ 15,00 e deste valor R$ 9,50 foram usados para
pagar os juros, então, o restante (R$ 5,50) será a quantia a ser amortizada da dívida.
Se o saldo devedor era de R$ 95,00, e estamos amortizando agora mais R$ 5,50, o novo
saldo devedor, após o pagamento da P2, será de R$ 89,50.
Nossa tabela, ficará assim:
Parcela Valor da Juros Cota de Saldo Devedor
Parcela Amortização
100,00
P1 15,00 10,00 5,00 95,00
P2 15,00 9,50 5,50 89,50

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Para finalizar este nosso entendimento, vamos ver como vão ficar as coisas com mais um
mês de operação.
A terceira parcela que pagaremos será também de R$ 15,00 (pois estamos no sistema
francês: parcelas iguais).
Os juros produzidos neste período são calculados da mesma forma que o fizemos para os
meses anteriores: multiplicando a taxa de juros pelo saldo devedor (J = i . SD).
Assim, se o saldo devedor era de R$ 89,50, temos que 10% deste valor será igual a R$
8,95.
Ora, se esta terceira parcela (P3) é de R$ 15,00, e se R$ 8,95 servem apenas para o
pagamento dos juros, quanto servirá de fato para amortizar a dívida?
A diferença, professor!
Isso mesmo. Na parcela P3 será amortizado da obrigação o valor de R$ 6,05 (=15–8,95).
E o que dizer sobre o novo saldo devedor, posterior ao pagamento da P3? Ora, basta
subtrair o saldo devedor “antigo” da cota de amortização (A3). E teremos que o novo saldo
devedor será de R$
Nossa tabela agora será a seguinte:
Parcela Valor da Juros Cota de Saldo Devedor
Parcela Amortização
100,00
P1 15,00 10,00 5,00 95,00
P2 15,00 9,50 5,50 89,50
P3 15,00 8,95 6,05 83,45

E assim por diante. Vamos parar a construção da tabela por aqui, pois o objetivo é apenas
que você compreenda acerca da composição das parcelas.
E para deixar absolutamente claro os cálculos que fizemos, veja o esquema abaixo:

Valor da Juros Cota de Saldo Devedor


Parcela Amortização
P=T/An,i Taxa vezes Parcela menos 100,00
Saldo Juros
Como Ou
Devedor
calcular? A=P–J
P=T.(FRC) Anterior
J=i. SDANT.

A sequência lógica de construção desta tabela deve ser a seguinte:


1o) Calcula-se o valor das prestações, que serão todas iguais, já que estamos no sistema
francês. Como? Fazendo P=T/An,i ou P=T.(FRC).
2o) Calcula-se os juros da primeira prestação. Como? Fazendo J1 = i . SDANTERIOR.
Obviamente que o saldo devedor anterior, no caso da P1, será o próprio valor da dívida,
já que nada foi pago ainda.
3o) Calcula-se a cota de amortização da primeira parcela (A1). Como? Fazendo A1=P1-J1.
4o) Calcula-se o novo saldo devedor. Como? Fazendo a diferença entre o saldo devedor
anterior e a cota de amortização. Ou seja: SDNOVO=SDANTERIOR – A.

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Na sequência, repetem-se os cálculos para cada nova linha da tabela, a partir do 2o passo
acima. (Não precisa repetir o 1o passo, uma vez que o valor das prestações já é nosso
conhecido). Com certa frequência, tabelas semelhantes à que fizemos acima estão
presentes em questões de prova de concurso. E você já não terá nenhuma dificuldade.

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Neste Capítulo, Aprendi...

1) Que amortizar é o mesmo que diluir em parcelas algum valor.

2) Que existem diferentes formas de realizar uma amortização: são os chamados


sistemas de amortização, cada um deles com suas características próprias.

3) Que no sistema francês as parcelas têm mesmo valor, mesma periodicidade e estão
sujeitas a uma taxa composta.

4) Que a fórmula do sistema francês é: T=P.An,i

5) Que a FCC costuma chamar o fator An,i de fator de valor atual.

6) Que o inverso do fator de valor atual pode ser chamado de fator de recuperação de
capital (FRC).

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho

# SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS:

01. (CLÁSSICA) Uma financiamento no valor de R$ 50.000,00 deverá ser


liquidado em 12 prestações mensais e iguais com carência de quatro
meses, ou seja, o primeiro pagamento só se efetuará ao final do quarto
mês. Sabendo que foi contratada uma taxa de juros compostos de 4% ao
mês, então o valor de cada uma das prestações, desprezando os
centavos, será igual a:

Dados: (1,04)3 = 1,12


(1,04)12 = 1,6

a) R$ 5.856, d) R$ 6.540,
b) R$ 5.973, e) R$ 7.200,
c) R$ 6.230,

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02. (CESPE) Situação hipotética: Um empréstimo de R$ 18.000 foi


quitado, com base no sistema de amortização francês — tabela Price —,
em 10 prestações mensais, consecutivas e iguais, à taxa de juros de 24%
ao ano, tendo a primeira prestação sido paga 1 mês após a contratação
do empréstimo. Assertiva: Nessa situação, se 0,82 tiver sido considerado
o valor aproximado de 1,02-10, então o valor da prestação foi superior a
R$ 1.950.
( ) CERTO
( ) ERRADO

03. (FCC/Adaptada) Uma dívida de R$ 26.000,00 deverá ser liquidada


por meio de 30 prestações mensais, iguais e consecutivas, vencendo a
primeira prestação 1 mês após a data da realização do empréstimo.
Considerou-se o Sistema de Amortização Francês (Tabela Price) a uma
taxa de juros compostos de 2% ao mês, utilizando o Fator de
Recuperação de Capital (FRC) correspondente para 30 períodos igual a
0,045. Neste caso, o valor de cada prestação deste plano é:
a) R$ 1.134,00.
b) R$ 1.143,00.
c) R$ 1.152,00.
d) R$ 1.161,00.
e) R$ 1.170,00.

04. (FGV) Um empréstimo no valor de R$ 163.982,69 deve ser pago em


18 prestações iguais de R$ 10.000,00, vencendo a primeira um período
após a liberação dos recursos seguindo o Sistema francês de amortização
­ tabela Price. Os juros são de 1% ao período. Após o pagamento da 9a
prestação, o estado da dívida é, em reais, de: (Utilize: 1,01­9 = 0,91)
a) 81.000
b) 81.990
c) 82.800
d) 90.000
e) 94.710

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05. (VUNESP) Um plano de amortização corresponde a um empréstimo


no valor de R$ 40.000,00 para ser liquidado por meio de 96 prestações
mensais, iguais e consecutivas, vencendo a primeira ao final do 1° mês.
Considerou-se o sistema francês (tabela Price) de amortização, à taxa
de juros compostos de 1% ao mês, obtendo-se o valor de R$ 650,00 para
cada prestação. Conforme essas informações, o saldo devedor da dívida,
imediatamente após o pagamento da 2a prestação, é de:
a) R$ 39.295,50
b) R$ 39.497,50
c) R$ 39.209,00
d) R$ 39.202,50
e) R$ 39.500,00

06. (CESPE) João é credor de uma dívida a taxa de juros de 5% ao mês


que lhe pagará R$ 1.200 por mês nos próximos 12 meses. O devedor lhe
propõe refazer o parcelamento para 18 vezes, oferecendo pagar 6,2% de
juros por mês. Considerando-se 0,56 e 0,34 como aproximações para
(1,05)-12 e (1,062)-18, respectivamente, é correto afirmar que João terá um
fluxo de recebimentos equivalente ao que tem hoje se a nova parcela
mensal for:
a) inferior a R$ 600.
b) superior a R$ 600 e inferior a R$ 800.
c) superior a R$ 800 e inferior a R$ 1.000.
d) superior a R$ 1.000 e inferior a R$ 1.200.
e) superior a R$ 1.200.

GABARITO

01 02 03 04 05 06
B Certo E D B C

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho

Capítulo IX: Sistemas de Amortização – SAC e SAM



9.5. Sistema de Amortização Constante (SAC):
Bem mais fácil que o sistema francês, temos aqui o SAC: sistema de amortização
constante.
Veja o desenho modelo, que caracteriza esta nova forma de amortizar uma obrigação:

P5
P4
P3
P2
P1
Salta aos olhos a principal característica deste sistema: as parcelas têm valor decrescente.
Se as parcelas diminuem, professor, então porque ele se chama sistema de
amortização constante?
A resposta é simples: cada parcela irá amortizar exatamente o mesmo valor do principal.
Se a dívida, por exemplo, é de R$ 5.000 (cinco mil reais) e será paga por meio do SAC em
5 parcelas, então você fará uma conta de divisão (5000/5) e dirá que cada uma dessas
parcelas irá amortizar R$ 1.000 (mil reais) da obrigação.
Entenda melhor no desenho abaixo:

Cota de Amortização
P5
P4
P3
P2
P1

Traduzindo o desenho acima: a quantia amortizada do principal é a mesma para cada


parcela do SAC.

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Daí, também fica claro que o que torna estas parcelas com valores diferentes é o valor dos
juros que cada uma delas terá que suportar.
A primeira parcela pagará mais juros que todas, uma vez que o saldo devedor anterior é
a própria dívida.
Daí, à medida que cada parcela for sendo paga, reduzir-se-á o valor do próximo saldo
devedor e, consequentemente, reduzir-se-á também o valor dos juros pagos pela próxima
parcela.

9.6. Receita de Bolo do SAC:


Mais uma “receita de bolo”, professor?
Exatamente. Já tínhamos a primeira receita, lá na equivalência de capitais, e agora uma
nova, um novo passo a passo, só que bem menor e mais fácil ainda.
Seguindo os 4 passos que apresentarei a seguir, você conseguirá desvendar qualquer
operação de SAC.
Teremos:
1o Passo: Calcularemos o valor da cota de amortização das parcelas, que será o mesmo
para todas elas, já que estamos no SAC.
Como fazer isso? Dividindo o valor total (T) que será amortizado pelo número de prestações
(n) que serão pagas. Ou seja:

A=T/n
o
2 Passo: Calcularemos os juros da primeira parcela (J1).
Como fazer isso? Multiplicando o saldo devedor anterior (que é toda a dívida: T) pela taxa
de juros da operação. Ou seja:

J1 = T . i
3o Passo: Calcularemos o valor da primeira parcela (P1).
Como fazer isso? Somando os resultados dos dois primeiros passos, uma vez que a parcela
é composta por juros e cota de amortização. Ou seja:

P1 = J1 + A
o
4 Passo: Calcular a constante de redução (K).
Que constante de redução é esta, professor?
Aqui é preciso saber que, no sistema de amortização constante (SAC), as parcelas
decrescem linearmente. Ou seja, cada próxima parcela será igual à anterior, subtraída de
uma constante.
Como já conhecemos o valor da primeira prestação P1 (resultado do 3o passo), basta agora
fazermos descobrirmos o quanto vale a constante de redução K, e saberemos o valor de
todas as demais prestações.
Como fazer isso? Multiplicando o valor da cota de amortização A (resultado do 1o passo)
pela taxa de juros da operação. Ou seja:

K=A.i
E está completa a nossa pequena receita de bolo.

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Atente para o fato de que, aqui no SAC, já que todas as parcelas têm valores diferentes
umas das outras, a questão terá que especificar, na pergunta, qual das parcelas ela quer
que seja calculada.
Guarde isto:
Para podermos iniciar o passo a passo do SAC, é preciso verificar se a unidade da taxa de
juros compostos da operação coincide com a unidade do intervalo de tempo entre as
parcelas.
Ou seja, se as parcelas são mensais, teremos – necessariamente – que trabalhar com uma
taxa mensal. Se as parcelas são trimestrais, taxa trimestral. E assim por diante.
Havendo necessidade de alterar a unidade da taxa fornecida, a fim de cumprir esta
adequação, usaremos os conhecimentos dos conceitos já estudados anteriormente.
Vamos a um exemplo.
José quer comprar uma casa pelo valor R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), por
meio do SAC (sistema de amortização constante), em 10 prestações mensais e
sucessivas, vencendo a primeira delas um mês após a compra. Considerando a
taxa de juros compostos de 2% ao mês, calcule o valor da sétima prestação.
Sol.: O assunto da questão já está expressamente revelado: SAC. A propósito, sempre
que o elaborador quiser criar uma questão de amortização para ser resolvida pelo SAC, ele
terá que trazer esta informação de forma expressa no enunciado. Em outras palavras: a
questão de amortização só será de SAC se questão o disser expressamente.
Na sequência, vemos que a primeira parcela está ao final do primeiro período, de sorte
que não há nenhum pagamento de entrada nesta compra. Perceba que o desenho modelo
do SAC também não admite a presença de uma entrada, a exemplo do desenho modelo
do sistema francês.
A verificação preliminar da compatibilidade entre a unidade da taxa e a periodicidade das
parcelas também está cumprida, haja vista que temos taxa mensal (2% a.m.) e parcelas
mensais.
Já podemos, pois, dar início ao passo a passo do SAC. Teremos:
1o Passo) T / n = A à 50.000 / 10 = 5.000 à A = 5.000,00
2o Passo) T . i = J1 à 50.000 . 0,02 = 1.000,00 à J1 = 1.000,00
3o Passo) A + J1 = P1 à 5.000 + 1.000 = 6.000 à P1 = 6.000,00
4o Passo) A . i = K à 5.000 . 0,02 = 100,00 à K = 100,00
Descobrimos, portanto, que a primeira parcela (P1) vale R$ 6.000,00, e que cada próxima
parcela será reduzida da constante K=100.
Assim, teremos:
à P1 = 6.000,00
à P2 = 5.900,00 (=6.000-100)
à P3 = 5.800,00 (=5.900-100)
à P4 = 5.700,00 (=5.800-100)
à P5 = 5.600,00 (=5.700-100)
à P6 = 5.500,00 (=5.600-100)
à P7 = 5.400,00 (=5.500-100)
à P8 = 5.300,00 (=5.400-100)
à P9 = 5.200,00 (=5.300-100)

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à P10 = 5.100,00 (=5.200-100).
Como a questão quer saber o valor da sétima prestação, encontramos que:
à P7 = 5.400,00 (Resposta).

Professor, haveria uma maneira de chegar ao valor da P7 sem ter que ficar
subtraindo de uma por uma?
Claro que sim. Veja que, no SAC, as parcelas decrescem, formando entre si uma
progressão aritmética de razão negativa.
Assim, basta conhecer o valor da primeira prestação (3o passo da receita de bolo) e o valor
da constante de redução (4o passo da receita de bolo), e descobriremos o valor de qualquer
das demais prestações, aplicando a fórmula abaixo:

Pn = P1 – (n-1).K
Onde:
à Pn é a enésima prestação, ou seja, é aquela que desejemos calcular;
à P1 é a primeira prestação (resultado do 3o passo);
à n é o número da prestação que queremos descobrir;
à K é a constante de redução das parcelas (resultado do 4o passo).

Na questão acima, por exemplo, sabíamos que P1=6.000,00 e que K=100. Assim, se
quiséssemos chegar ao valor de P7 diretamente, faríamos assim:
à Pn=P1-(n-1).K à P7=6000-(7-1).100 à P7=6000-600 à P7=5.400,00 (Resposta)
É muito importante conhecer esta técnica acima, pois pode ocorrer, na sua prova, de a
questão de SAC pedir o cálculo de uma parcela muito à frente. A 57a parcela, por exemplo,
de um total de 80.
Seria inviável fazer tantas subtrações até chegar à resposta. Não daria tempo. Daí, a
solução imediata seria fazer: P57 = P1 – 56.K
Entendido?
Uma última observação sobre o SAC, ainda usando o exemplo do José que fizemos acima.
Peço que você repare no valor da décima e última prestação que ele pagou pela casa. E
veja se este valor coincide com a soma de dois passos da nossa receita. Tente descobrir.
Professor, a última parcela (P10) foi de R$ 5.100,00. Este valor coincidiu com a
soma dos resultados do 1o e do 4o passo, ou seja, cota de amortização (A) mais
a constante de redução (K). Isso foi uma mera coincidência?
Não. Será sempre assim.
Portanto, não custa nada guardar mais esta informação.
Guarde isto:
No SAC, sistema de amortização constante, teremos que:

PÚLTIMA = A + K
Já houve questão de concurso em que este conhecimento se fez necessário.

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9.7. Sistema de Amortização Misto (SAM):
O sistema misto ganha este nome exatamente porque ele mistura os dois outros sistemas
que já estudamos: o francês e o SAC.
O enunciado criará uma situação de venda, fornecerá os dados necessários, e perguntará
pelo valor de uma determinada prestação, pelo sistema de amortização misto.
Daí, nosso trabalho consistirá em:
1o) Calcular o valor da referida prestação pelo sistema francês;
2o) Calcular o valor daquela mesma prestação pelo sistema de amortização constante
(SAC);
3o) Calcular, finalmente, o valor da prestação questionada, fazendo assim:

[𝑷𝒏 𝑭𝑹𝑨𝑵𝑪Ê𝑺 + 𝑷𝒏 𝑺𝑨𝑪 ]


𝑷𝒏(𝑺𝑨𝑴) =
𝟐

Ou seja, somaremos os dois valores obtidos para aquela específica prestação – pelo
sistema francês e pelo SAC – e depois dividiremos este resultado por 2. A resposta da
divisão será também a resposta da questão.
Não se torna muito demorada uma questão de sistema misto, professor?
De fato. É preciso treinar bastante para ganhar velocidade.
Vamos treinar?
José quer comprar uma motocicleta, que custa, à vista, R$ 10.000,00.
Considerando uma taxa de juros compostos de 2% ao mês, e que a compra se
dará por meio de 20 prestações mensais postecipadas, calcule o valor da sétima
prestação, considerando o sistema de amortização misto.
Dados adicionais: FRC=0,061157.
Sol.: A única novidade deste enunciado foi a expressão “prestações postecipadas”.
O que significa isso, professor?
Significa, simplesmente, que a primeira prestação será paga ao final do primeiro período.
Daí, se tivermos “prestações mensais postecipadas”, a primeira delas será paga ao final
do primeiro mês.
Se a questão tivesse dito “prestações trimestrais postecipadas”, a primeira delas seria paga
ao final do primeiro trimestre.
Se fossem “prestações semestrais postecipadas”, a primeira delas seria paga ao final do
primeiro semestre.
E assim por diante.
A expressão “prestações postecipadas”, portanto, só diz respeito à data da primeira
prestação, que será paga sempre ao final do primeiro período.
De outra sorte, se a questão falasse em “prestações antecipadas”, significaria que a
primeira delas seria paga no início do primeiro período, ou seja, na data da compra.
Em outras palavras, prestações antecipadas indica que a primeira parcela funciona como
um pagamento de entrada.
Se estivermos, em vez disso, diante de uma compra a prazo com carência, ou seja, em
que há um intervalo de tempo maior que um período entre a data da compra e a da
primeira prestação, diremos que as prestações são diferidas.

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Guarde isto:
à Prestações postecipadas: primeira parcela ao final do primeiro período;
à Prestações antecipadas: primeira parcela no início do primeiro período;
à Prestações diferidas: compra com carência (mais de um período).
Retornando ao nosso exemplo, vemos que ele fala expressamente que temos que trabalhar
com o sistema de amortização misto (SAM).
Assim, vamos dividir nossa resolução em três partes.
1a Parte: Sistema Francês.
Já sabemos que no sistema francês todas as parcelas são iguais. Teremos, pois, que:
à T = P . An,i à P = T / An,i à P = T . (FRC)
A questão forneceu um dado adicional, considerando o FRC=0,061157
Daí:
à P = 10.000 . 0,061157 = 611,57
Deixemos guardado este resultado para daqui a pouco: PFRANCÊS=611,57
2a Parte: Sistema de Amortização Constante (SAC).
Basta seguir a receita de bolo:
1o) T/n=A à 10.000 / 20 = 500,00 à A=500,00
2o) T.i=J1 à 10.000 . 0,02 = 200,00 à J1=200,00
3o) A+J1=P1 à 500+200=P1 à P1=700,00
4o) A.i=K à 500 . 0,02 = K à K=10,00
Daí, se queremos o valor da P7, teremos:
à Pn = P1 – (n-1).K à P7 = P1 – (7-1).K
E:
à P7 = 700 – 6x10 = 700 – 60 à P7=640,00
Ou seja: PSAC=640,00
3a Parte: Sistema de Amortização Misto (SAM).
Agora basta somar os valores encontrados nos passos anteriores, e dividir o resultado
desta soma por 2.
Teremos:
à PSAM = (PFRANCÊS + PSAC) / 2
à PSAM = (611,57 + 640,00) / 2 à PSAM =625,78 (Resposta)
Uma questão que deveria valer três pontos, em vez de um só...

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Neste Capítulo, Aprendi...


1) Que no sistema de amortização constante, SAC, as parcelas têm valor decrescente,
e que elas decrescem linearmente, formando entre si uma P.A. de razão negativa.
2) Que existe um passo a passo para resolver operações de SAC: 1o) T/n=A ; 2o) T.i=J1
; 3o) A+J1=P1 ; 4o) A.i=K

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3) Que a última parcela do SAC é sempre dada por: PÚLTIMA=A+K


4) Que o sistema de amortização misto (SAM) mistura o sistema francês e o SAC.
5) Que o valor da parcela pelo sistema misto é a média aritmética das respectivas
parcelas nos sistemas francês e SAC.
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho

# SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC):

01. (CESPE) Situação hipotética: Um banco emprestou R$ 12.000 para


Maria, que deve fazer a amortização em doze parcelas mensais
consecutivas pelo sistema de amortização constante sem carência. A taxa
de juros contratada para o empréstimo foi de 1% ao mês, e a primeira
parcela deverá ser paga um mês após a tomada do empréstimo. Assertiva:
O valor da quarta parcela a ser paga por Maria é de R$ 1.090.
( ) CERTO
( ) ERRADO

02. (VUNESP) Um financiamento de R$ 5.000,00 foi feito pelo Sistema de


Amortização Constante em 10 meses a uma taxa de 4% a.m. O valor da
última prestação será de

a) R$ 700,00.

b) R$ 620,00.
c) R$ 600,00.
d) R$ 550,00.
e) R$ 520,00.

03. (FCC) Uma dívida no valor de R$ 10.000,00 foi liquidada pelo Sistema
de Amortização Constante (SAC) por meio de 50 prestações mensais
consecutivas, vencendo a primeira delas um mês após a data do
empréstimo. Se a taxa foi de 2% ao mês, é verdade que:
a) a cota de amortização paga na 5a prestação foi de R$ 250,00.
b) a cota de juro paga na 10a prestação foi de R$ 164,00.
c) o valor da 15a prestação foi R$ 340,00.
d) o saldo devedor após ser paga a 20a prestação foi de R$ 6.200,00.
e) a cota de juro paga na última prestação foi de R$ 5,00.

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04. (FCC/SEFAZ/BA/2019) Uma empresa obteve um empréstimo de R$
1.000.000,00 para ser liquidado em quatro parcelas anuais, sendo
obrigatório o pagamento de juros e principal em cada parcela. A taxa de
juros compostos negociada foi 10% ao ano e foi adotado o sistema de
amortização constante (SAC). O saldo devedor remanescente do
empréstimo no final do segundo ano, após o pagamento da segunda
parcela, era, em reais,
a) 685.000,00 d) 700.000,00.
b) 800.000,00 e) 710.000,00.
c) 500.000,00.

05. (FCC/SEMEF/MANAUS/2019) Para liquidar uma dívida referente a


um empréstimo, por meio de 30 prestações mensais e consecutivas,
considerou-se o sistema de amortização constante a uma taxa de 1,5%
ao mês. Se o vencimento da 1ª prestação se deu 1 mês após a data da
contração da dívida e o valor da 10ª prestação foi igual a R$ 2.630,00,
obtém-se que o valor da 1ª prestação supera o valor da última prestação
em
a) R$ 810,00. d) R$ 870,00.
b) R$ 780,00. e) R$ 840,00.
c) R$ 900,00.

# SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO (SAM):

06. (CESPE) Um empréstimo de R$ 240.000 deverá ser quitado, no


sistema Price, em 12 parcelas mensais iguais, com a primeira parcela
programada para vencer um mês após a contratação do empréstimo. A
taxa de juros nominal contratada foi de 12% ao ano e, com isso, cada
prestação ficou em R$ 21.324. Nessa situação, se a pessoa que contratou
o empréstimo tivesse optado pelo sistema de amortização misto, com a
mesma taxa de juros, a terceira prestação seria igual a:
a) R$ 21.133. d) R$ 21.662.
b) R$ 22.000. e) R$ 21.410.
c) R$ 21.815.

GABARITO
01 02 03 04 05 06
Certo E B C D D

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho

Capítulo X: Fluxo de Caixa, Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno




10.1. Fluxo de Caixa:

Trata-se tão somente de uma linha do tempo, sobre a qual estarão dispostos valores
positivos e valores negativos.
Valores positivos são todos aqueles que representam ingresso de recursos, ou seja,
dinheiro entrando no bolso. A questão pode falar em receitas, em ingressos, em ganhos,
em entradas, ou qualquer outro termo de mesmo significado.
Na linha do tempo do fluxo de caixa, desenharemos os valores positivos com setas para
cima.
Valores negativos, por sua vez, são aqueles que representam que o dinheiro está saindo
do bolso. São normalmente chamadas de despesas, retiradas, desembolsos, ou qualquer
outro sinônimo.
Desenharemos os valores negativos com setas para baixo.
E como é uma questão de fluxo de caixa, professor?
Ora, o enunciado dirá tudo a respeito das parcelas (positivas e negativas), seus valores e
respectivas datas, e dirá também qual é a taxa de juros compostos envolvida. Daí, ela, a
questão, escolherá uma data qualquer, e pedirá que você calcule o resultado do fluxo de
caixa naquela data específica.
E como faremos isso, professor?
Faremos isso transportando para a data requerida todas as parcelas do desenho. Daí,
encontraremos, ao final, uma seta para cima, representando o resultado da soma de todas
as parcelas positivas naquela data, e uma seta para baixo, com o resultado de todas as
parcelas negativas.
E a última conta será uma simples subtração.

Vamos treinar?
Considere o seguinte fluxo de caixa: um desembolso de R$1.000 na data zero,
uma despesa de R$ 5.000 na data 1 mês, e cinco receitas mensais e consecutivas,
de R$2.000, a partir da data 2 meses. Se a taxa de juros compostos da operação
é de 2% ao mês, calcule o resultado deste fluxo de caixa na data da última parcela
de R$2.000.
Dados adicionais: (1,02)5=1,104 e (1,02)6=1,126
Sol.: Nossa resolução deve começar sempre pelo desenho. Teremos:

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2.000 2.000

1.000

5.000

Veja que as duas parcelas negativas foram designadas por desembolso e despesa,
enquanto as parcelas positivas, por receitas.
Atente para o fato de que o desenho da questão deve ser um retrato fiel do que está
previsto no enunciado. Uma seta colocada no local errado, e tudo já irá por água abaixo.
Uma vez feito (e conferido) o desenho, relemos o enunciado à procura da data de
referência, escolhida pela questão, para a qual projetaremos todas as parcelas, positivas
e negativas.
Vemos, então, que a questão nos pediu o resultado do fluxo de caixa na data da última
parcela de R$ 2.000,00. É como se ela passasse a ser, para nós, como uma data focal.
Vamos assinalar isto no desenho? Teremos:

2.000 2.000

DF

1.000

5.000

Nosso trabalho agora consiste em transportar para esta data focal tanto as parcelas
positivas quanto as negativas.
Comecemos por estas últimas:
Veja que a parcela negativa de R$1000 vai avançar 6 períodos. Logo, multiplicando-a pelo
parêntese famoso, teremos:
à 1000 . (1+0,02)6 = 1000 . 1,126 = 1.126,00

A parcela negativa de R$5000, por sua vez, avançará 5 períodos até chegar à data focal.
Daí, teremos:
à 5000 . (1+0,02)5 = 5000 . 1,104 = 5.520,00

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Somando estes dois resultados, teremos o somatório negativo do fluxo de caixa na data
focal. Assim, teremos:
à Somatório Negativo Total = 1.126 + 5520 = 6.646,00

Vamos deixar este resultado guardado para daqui a pouco: 𝚺 − = 𝟔. 𝟔𝟒𝟔, 𝟎𝟎

Trabalhemos agora com as parcelas positivas. Olhando bem para o desenho, enxergamos
facilmente três características:
1a) Parcelas iguais (R$2000);
2a) Mesmo intervalo de tempo entre as parcelas (são mensais);
3a) Taxa de juros compostos.
Ou seja, estamos diante daquele pacote completo, que se aplica tanto a operações de
rendas certas quanto a operações de amortização (pelo sistema francês).
Daí, claramente percebemos que podemos transportar todas as parcelas positivas de uma
vez só, o que tornará nossa missão bem mais rápida e ágil.
Para onde vamos transportar as parcelas positivas, professor?
Para a data escolhida pela questão. Lembre-se de que estamos buscando o resultado do
fluxo de caixa. E a data que o enunciado escolheu foi a da última parcela positiva.
Assim, diante deste objetivo, você acha que usaremos que tipo de operação?
Seriam rendas certas, professor?
Exatamente. Por meio de uma operação de rendas certas, projetamos de uma só vez várias
parcelas – iguais, de mesma periodicidade e regime composto – para a data da última
delas.
Isso já foi aprendido por nós no capítulo 8 deste Curso.
Daí, teremos:
à T = P. Sn,i à T = 2000 . S5,2%
A questão não forneceu o valor do fator de rendas certas para esta operação. Teremos,
pois, que fazer este cálculo.
Assim:
(𝟏.𝒊)𝒏 0𝟏 (𝟏.𝟎,𝟎𝟐)𝟓 0𝟏
à 𝑺𝒏, 𝒊 = à S5,2% =
𝒊 𝟎,𝟎𝟐
𝟏,𝟏𝟎𝟒0𝟏 𝟎,𝟏𝟎𝟒
à S8,2% = = = 𝟓, 𝟐
𝟎,𝟎𝟐 𝟎,𝟎𝟐

Daí:
à T = 2000 . 5,204 = 10.408,00
Eis, então, o nosso somatório positivo do desenho na data requerida: 𝚺 + = 𝟏𝟎. 𝟒𝟎𝟖, 𝟎𝟎
Finalmente, dispondo dos resultados finais positivos e negativos do fluxo na data indicada
pela questão, resta-nos confrontá-los:

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10.408,

6.646,

E como já foi dito, a questão terminará com uma conta de subtração.


Teremos:
à 10.408 – 6.646 = 3.762,00 (Resposta)
Diremos, pois, que o resultado final deste fluxo de caixa foi positivo na data especificada
pela questão.

10.2. Valor Presente Líquido (VPL):


Uma vez sabendo o que é um fluxo de caixa e como trabalhar com ele, não há mais nenhum
segredo no estudo do valor presente líquido (VPL).
Por quê, professor?
Porque o VPL nada mais é do que o resultado de um fluxo de caixa na data zero do desenho.
Em outras palavras, na questão de VPL haverá um fluxo de caixa, com valores positivos e
negativos, e o enunciado pedirá o resultado do desenho na data zero, ou data atual, como
também é chamada. Este resultado será o valor presente líquido.
Vamos treinar com o mesmo desenho da questão passada? Vamos lá.
Considere o seguinte fluxo de caixa: um desembolso de R$1.000 na data zero,
uma despesa de R$ 5.000 na data 1 mês, e cinco receitas mensais e consecutivas,
de R$2.000, a partir da data 2 meses. Se a taxa de juros compostos da operação
é de 2% ao mês, calcule o resultado deste fluxo de caixa na data zero, ou seja, o
valor presente líquido.
Dado adicional: (1,02)6=1,126
Sol.: O desenho desta questão é praticamente idêntico ao da anterior, com uma única
diferença: a data focal. Ou seja, é outra a data de referência para a qual teremos que
transportar todas as parcelas.
A data de interesse da questão agora é a data zerto.
Colocando isto no desenho, teremos:

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2.000 2.000

DF

1.000

5.000

Podemos começar nosso trabalho agora com as parcelas positivas. Veja que na resolução
passada, usamos rendas certas e encontramos o resultado das parcelas de R$2000 na data
da última delas.
O que fizemos lá foi o seguinte:
à T = P. Sn,i à T = 2000 . S5,2% à T = 2000 . 5,204 = 10.408,00
Assim, na data 6 meses, o resultado positivo era R$10.408. Veja:

10.408

DF

1.000

5.000

Ocorre, porém, que nosso interesse agora não é no resultado da data 6, e sim da data
zero.
Daí, projetando aquele resultado positivo para a data atual, teremos:
à 10.408 / (1+0,02)6 = 10.408 / 1,126 = 9.243,33
Eis aí o nosso resultado positivo na data zero: 𝚺 + = 𝟗. 𝟐𝟒𝟑, 𝟑𝟑
No tocante aos valores negativos, vemos que a parcela R$ 1000 já está sobre a data de
nosso interesse, de sorte que não terá que ser transportada para nenhum lugar.
Assim, resta apenas projetarmos para a data zero a parcela R$ 5.000, fazendo-a recuar
de um período.
Teremos:

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à 5.000 / (1+0,02)1 = 5.000 / 1,02 = 4.901,96
Para compor o somatório negativo do desenho, teremos que somar este valor encontrado
acima com o da parcela negativa que já estava sobre a data zero (R$1000).
E teremos, então:
à 4.901,96 + 1.000 = 5.901,96
Ou seja, o resultado final negativo na data zero é este: 𝚺 − = 𝟓. 𝟗𝟎𝟏, 𝟗𝟔
Finalmente, fazendo o confronto entre dois somatórios (positivo e negativo), chegaremos
ao último desenho da questão:
9.243,33

5.901,96

Realizando a subtração final, teremos, pois, que o valor presente líquido procurado será:
à VPL = 9.243,33 – 5.901,96 à VPL = 3.341,37 (Resposta)

Guarde isto:
O valor presente líquido também costuma ser bastante utilizado como técnica de decisão
entre dois ou mais investimentos possíveis. Ou seja, diante de duas ou mais opções de
investimento, a melhor será aquela que apresentar o maior VPL.

10.3. Taxa Interna de Retorno (TIR):
Ainda relacionado à ideia de fluxo de caixa, temos aqui mais um conceito importante da
matemática financeira – a taxa interna de retorno (TIR) – frequentemente cobrado em
questões de provas de concurso, particularmente nos certames elaborados pela Fundação
Carlos Chagas. É mais um assunto de fácil entendimento e aplicação.
Taxa interna de retorno é aquela taxa que irá anular o fluxo de caixa na data zero.
Ora, vimos que um fluxo de caixa contém valores positivos e valores negativos. Caso
projetemos as parcelas positivas e negativas para a data zero, chegaremos a um desenho
assim:
𝚺(+)






𝚺(−)

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Só existe uma única taxa de juros compostos que, aplicada no transporte das parcelas
positivas e negativas para a data zero, irá tornar o somatório final positivo exatamente
igual ao somatório final negativo.
É a taxa interna de retorno, professor?
Ela mesma. E agora que você já entendeu do que se trata, vai aprender como ela é
descoberta.
O que iremos fazer, tão somente, é tratar a questão que pede o cálculo da TIR como sendo
uma questão de equivalência composta de capitais. (Lembra-se da receita de bolo?)
A única diferença virá na hora de aplicarmos a equação de equivalência, que será agora
adaptada para o seguinte:

(+)𝐃𝐅 = (−)𝐃𝐅

Ou seja: o somatório das parcelas positivas, após levadas para a data focal, é igual ao
somatório das parcelas negativas, também depois de levadas para a data focal.
O elemento desconhecido desta equação será justamente a taxa, a qual será exatamente
a TIR.

Vamos treinar?

José fez um investimento, mediante um aporte de capital de R$ 48.160,00, o qual


lhe trará retornos de R$10.000, R$20.000 e R$30.000 em 30, 60 e 90 dias,
respectivamente. Calcule a taxa interna de retorno desta operação.
a) 10%
b) 15%
c) 20%
d) 25%
e) 30%

Sol.: Ora, sempre que a questão falar em taxa interna de retorno, já se sabe que o desenho
trará, necessariamente, parcelas positivas e negativas, mesmo que seja uma só de cada
tipo.

Neste enunciado, é dito que o José vai retirar uma quantia em dinheiro do próprio bolso a
fim de realizar o tal investimento. Daí, este aporte de capital de que a questão nos fala é,
na verdade, um valor negativo.
Com o passar dos meses, José terá o seu retorno: as receitas do seu investimento. Assim,
os R$10.000 na data 1 mês, os R$20.000 na data 2 meses, e os R$30.000 na data 3 meses
são as parcelas positivas deste fluxo de caixa.
O desenho da questão, portanto, é o seguinte:

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30.000

20.000

10.000



1m 2m 3m







48.160

E já que vamos tratar esta questão (de TIR) como sendo uma operação de equivalência
de capitais composta, lembraremos que na equivalência composta a escolha da data focal
é livre.
Podemos, pois, adotar como data focal aquela mais à direita do desenho, qual seja, a data
3 meses.
Teremos:

30.000
20.000

10.000



1m 2m 3m
DF






48.160


Temos agora que projetar todas as parcelas do desenho para esta data focal escolhida.
Comecemos com as parcelas positivas:
A parcela R$10.000 vai avançar 2 períodos. Logo:
à 10.000 . (1+i)2
A parcela R$20.000 vai avançar 1 período: Logo:
à 20.000 . (1+i)1
A parcela R$30.000 já está sobre a data focal, e não precisará ser transportada para lugar
nenhum. Na data focal, ela vale os próprios R$30.000.

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De parcela negativa só existe uma: a de R$48.160. Para chegar à data focal, ela terá que
avançar 3 períodos. Logo:
à 48.160 . (1+i)3
Finalmente, aplicando a equação de equivalência, adaptada à questão de taxa interna de
retorno, teremos:

(+)𝐃𝐅 = (−)𝐃𝐅

à 10.000.(1+i)2 + 20.000.(1+i)1 + 30.000 = 48.160.(1+i)3


Veja que o elemento desconhecido da equação acima é a taxa. E só haverá uma, no mundo
inteiro, capaz de confirmar esta igualdade.
E como é que eu vou adivinhar que taxa é essa, professor?
Quem disse que é preciso adivinhar?
Ela está bem ali, entre as cinco alternativas de resposta. Só precisamos testá-las.
Comecemos pela letra a: 10%.
Substituindo a taxa desconhecida i da equação acima por 10%, como ficam as nossas
contas?
à 10.000.(1+i)2 + 20.000.(1+i)1 + 30.000 = 48.160.(1+i)3
à 10.000.(1+0,10)2 + 20.000.(1+0,10)1 + 30.000 = 48.160.(1+0,10)3
à (10.000 . 1,21) + (20.000 . 1,10) + 30.000 = (48.160 . 1,331)
à 12.100 + 22.000 + 30.000 = 64.100
à 64.100 = 64.100 (Ok! Confirmou-se a igualdade!)

E como a igualdade foi confirmada, encontramos a taxa interna de retorno que estávamos
procurando:
à TIR = 10%a.m. (Resposta)

# QUE TAL UMA DA FCC?


(FCC/SEFAZ/PI) No fluxo de caixa abaixo, a taxa interna de retorno é de 20% ao
ano.

4K – 128
3K

1 2 ANOS

5K + 1300

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O valor de K é:
a) R$ 3.896,00
b) R$ 5.000,00
c) R$ 117,84
d) R$ 260,00
e) R$ 714,00
Sol.: Aprendemos que a questão de taxa interna de retorno (TIR) é uma questão de
equivalência composta de capitais, em que teremos uma equação de equivalência
adaptada. Apenas isso. Assim, é livre a escolha da data focal. Optaremos aqui pela data
mais à direita do desenho.
Assim, projetando para lá todas as parcelas do desenho, teremos:
à (5K + 1300).(1+0,20)2 = (5K + 1300).(1,44) = 7,2.K + 1872
à (3K).(1+0,20)1 = 3k . 1,2 = 3,6.K
A parcela positiva (4K-128) não precisou ser transportada para lugar nenhum, pois já se
encontra sobre a data focal.
Assim, aplicando a equação de equivalência adaptada para a TIR, teremos:
à (Somatório Positivo na data focal) = (Somatório Negativo na data focal)
à 3,6.K + 4K – 128 = 7,2.K + 1872
à 7,6.K – 128 = 7,2.K + 1872
Daí, isolando a variável, teremos:
à 0,4.K = 2000
à K = 2000 / 0,4 à K = 5.000,00 (Resposta)

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Neste Capítulo, Aprendi...

1) Que em um fluxo de caixa estarão presentes valores positivos (que implicam ingressos)
e negativos (que implicam retiradas).

2) Que a questão de fluxo de caixa escolherá uma data, para a qual serão transportadas
todas as parcelas do desenho. Após isso, confronta-se o somatório total positivo com o
somatório total negativo, e determina-se, naquela data específica, o resultado do fluxo.

3) Que valor presente líquido (VPL) é o resultado do fluxo de caixa na data zero (data
atual).

4) Que taxa interna de retorno (TIR) é a única taxa capaz de anular o fluxo de caixa na
data zero.

5) Que questões de TIR são resolvidas como sendo de equivalência composta de capitais,
adaptando-se a equação de equivalência para: + 𝐃𝐅 = − 𝐃𝐅

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Prof. Sérgio Carvalho

# VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL):

01. (CLÁSSICA) Considere o fluxo de caixa representado a seguir:

Ano 0 1 2 3
Valor (R$) – 30.000,00 8.800,00 16.940,00 19.965,00

O valor presente líquido desse fluxo de caixa, na data zero, à taxa de atratividade de
10% ao ano, a juros compostos, em reais, é
a) 6.000
b) 7.000
c) 11.800
d) 12.000
e) 15.705

02. (CESPE/2018) Um aplicador possui duas opções para investir R$ 500.000 e, em


ambas as opções, ele começará a receber os rendimentos um ano após a aplicação.
Na opção A, os rendimentos serão anuais, iguais a R$ 150.000 e por 5 anos
consecutivos. Na opção B, os ganhos serão anuais, iguais a R$ 126.000 e por 6 anos
consecutivos. A taxa de desconto do investidor em ambos os casos será de 10% ao
ano. Nessa situação, considerando-se que 0,62 e 0,56 sejam os valores aproximados,
respectivamente, para 1,1-5 e 1,1-6, a análise das opções pelo valor presente líquido
(VPL) permite concluir que a opção mais vantajosa e a diferença entre os VPLS das
duas opções são, respectivamente,
a) A e R$ 14.400.
b) A e R$ 22.440.
c) B e R$ 100.000.
d) A e R$ 15.600.
e) B e R$ 6.000.

03. (FCC) Na tabela abaixo, têm-se os fluxos de caixa de dois projetos, A e B.

Sabe-se que a taxa mínima de atratividade é de 20% e os valores presentes líquidos


dos dois projetos são iguais. Nessas condições, o valor de E é, em reais,
(A) 5.170,00
(B) 5.832,17
(C) 4.485,60
(D) 4.533,00
(E) 4.965,00

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# TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR):

04. (VUNESP) A tabela a seguir exibe o fluxo de caixa nos 3 primeiros meses de um
investimento:

Mês Fluxo de caixa


0 -2.300
1 X
2 1.210
3 1.331

Sabendo-se que a taxa interna de retorno é de 10%, o valor referente ao mês 1 é de


a) R$ 1.100,00

b) R$ 1.000,00

c) R$ 500,00.
d) R$ 330,00.
e) R$ 120,00.

05. (CESPE) A taxa interna de retorno de um projeto resultante do investimento inicial


de R$ 2.000 e de uma única entrada de caixa, em dois anos, de R$ 2.420 é de 10%
ao ano.
( ) CERTO
( ) ERRADO

GABARITO

01 02 03 04 05
B D C D Certo

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