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FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS

CURSOS DE 2ª LICENCIATURA E R2 EM MATEMÁTICA


MARCOS WILKER MARINHO DE MORAIS

MODELAGEM MATEMÁTICA PARA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E


DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS.

São Paulo
2023
MARCOS WILKER MARINHO DE MORAIS

MODELAGEM MATEMÁTICA PARA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E


DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS.

Monografia apresentada à Faculdade


Campos Elíseos como exigência
parcial à obtenção do título
de Licenciado em matemática
sob a orientação do…

São Paulo
2023
MARCOS WILKER MARINHO DE MORAIS

MODELAGEM MATEMÁTICA PARA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E


DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS.

Monografia apresentada à Faculdade


Campos Elíseos como exigência
parcial à obtenção do título
de Licenciado em matemática
sob a orientação do…

Aprovado pelos membros da banca examinadora em ___/___/___, com


menção ____(_____________________________)

Banca Examinadora
_______________________________
_______________________________

São Paulo
2023
MODELAGEM MATEMÁTICA PARA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E
DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS.

Dedico à minha esposa


e aos meus filhos.
Agradeço a Deus por abrir
portas e me dar forças em
tempos de vacas magras.
“...Só uma coisa morta
segue a correnteza.
Tem que se estar
vivo para contrariá-la…”
G. K. Chesterton
RESUMO

A modelagem matemática consiste na estratégia de ensino que relaciona


conceitos matemáticos com fenômenos reais, dessa forma, a ideia é trazer
uma abordagem prática para o tema, aplicando na elaboração de projetos e
resolução de problemas. A matemática não se limita somente à sala de aula,
mas na aplicação dela como ferramenta que favorece a construção do
conhecimento, a produção de soluções cotidianas.

Palavras chave: Educação Matemática. Modelagem Matemática. Projetos.

SUMMARY

Mathematical modeling consists of the teaching strategy that relates


mathematical concepts with real phenomena, thus, the idea is to bring a
practical approach to the subject, applying it in the elaboration of projects and
problem solving. Mathematics is not limited only to the classroom, but in its
application as a tool that favors the construction of knowledge, the production of
everyday solutions.

Keywords: Mathematics Education. Mathematical Modeling. Projects.


Materiais para pesquisar:

Uma página da obra Álgebra de Alcuarismi

símbolo padrão em numerais maias.


tabuleta Plimpton
Os nove capítulos da arte matemática.

Osso de Ishango

Representações pictóricas de desenhos geométricos pelos egípcios pré-

dinásticos (5.º milênio a.C).

Monumentos megalíticos na Inglaterra e na Escócia (3.º milênio a.C)

idéias geométricas (círculos, elipses e ternos pitagóricos).

Tabuleta de argila babilônica

Tabuleta Plimpton

Matemática Assírio-Babilônica
Textos matemáticos da Mesopotâmia

Rótulos de marfim (Tumba U-j em Abidos).

Sistema numérico decimal encontrado no Narmer Macehead

Desenhos de geometria fractal da África Subsaariana

Arquitetura egípcia

Signos cosmológicos

Papiro de Moscou

Rolo de Couro Matemático Egípcio

Papiro de Lahun

Papiros de Kahun

Papiro 6619 de Berlim

Papiro de Rhind

Papiro de Anastasi I

Papiro de Wilbour

Egípcios, babilônicos e chineses, muito antes do século VI a.C., já eram já

capazes de efetuar cálculos e medidas de ordem prática com grande

precisão.

Método axiomático grego

• O livro sobre o cálculo de álgebra e almuqabala Al-Khwarizmi (780-850).


• Equação envolvendo cubos, quadrados e números Al-Mahani (820-880).

• O Livro sobre álgebra e almuqabala Abu Kamil Shuja (850-??).

• Tratado algébrico Al-Fakhri Al-Karaji (953-1029).

• Tratado sobre as demonstrações dos problemas da álgebra e

almuqabala.

A palavra "matemática" (μαθηματική), que é de origem grega, englobava o

que hoje se chama de aritmética, geometria, astronomia e mecânica.

Concepção dos pitagóricos: aritmética, geometria, astronomia, e música.

Concepção de Aristóteles: aritmética e a geometria (matemática pura).

China (números grandes, negativos, decimais, sistema decimal de valor

posicional, sistema binário, álgebra, geometria e trigonometria).

Método das 4 incógnitas.

Manuscrito Bakhshali

Al-Kitāb al-muḫtaṣar fī ḥisāb al-ğabr wa-l-muqābala ("livro do cálculo


Algébrico e confrontação")

Escola de Querala - funções trigonométricas desenvolvida pelos indianos.

Modelagem matemática: Biembengut, Barbosa e Burak


Framework de modelagem matemática.
Para se estudar um modelo matemático de equações diferenciais, de uma
maneira geral, devem ser seguidos alguns passos:
1) Obtenção dos pontos de equilíbrio;
2) Obter a Matriz jacobiana do sistema;
3) Calcular a Matriz jacobiana nos pontos de equilíbrio obtidos acima;
4) Obter os autovalores da matriz; O ponto será estável se todos os
autovalores forem menores que zero, instável se todos forem
maiores que zero e ponto cela se apresentarem ambas as
situações;

Para autovalores complexos, o ponto será uma espiral estável se os


autovalores tiverem a parte real negativa, espiral instável se a parte real
for positiva e um centro se a parte real for nula.
Analisar o retrato de fase do sistema.
traz também aspectos como a possibilidade de confirmar ou rejeitar
determinadas hipóteses relacionadas a complexos sistemas, revelar
contradições em dados obtidos e/ou hipóteses formuladas, prever o
comportamento de um sistema sob condições não testadas ou ainda não
“testáveis”, dentre outros [5].

Modelagem Matemática: perspectivas, experiências, reflexões e


teorizações
Organizer:Brandt, Celia Finck; Burak, Dionísio; Klüber, Tiago Emanuel
Publisher:Editora UEPG
Edition:2nd ed. rev. and Year:2016
modelagem segundo Biembengut e Hein (2007):
Interação – reconhecimento da situação problema
1.1 A proposta da aula visa identificar o melhor plano de celular para
adolescentes de hoje do Ensino Fundamental.
1.2 Familiarização com o assunto a ser modelado; pedir aos alunos para
pesquisarem duas empresas de telefonia celular para saberem os valores
das taxas cobradas por minuto e taxas fixas. Foram pesquisadas as
empresas Vivo e Oi celular e encontradas as seguintes taxas:
Plano 1: Vivo; Taxa fixa R$ 42,00 com direito a 50 minutos de ligação,
cada minuto de ligação excedente, será cobrado um valor de R$ 0,72 por
minuto de ligação.
Plano 2: Oi; Taxa fixa R$ 51,90 com direito a 60 minutos de ligação, cada
minuto de ligação excedente será cobrado um valor de R$ 0,69 por minuto
de ligação.
Matematização
2.1 Formulação do problema – Hipóteses.
2.2 Resolução do problema em termo do modelo. Com a avaliação das
taxas e perfis, construímos a seguinte fórmula para identificar o melhor
plano.
Plano 1. Vivo: f(x)= 42+(x-50).0,72
Plano 2. Oi: f(x)= 51,90+(x-60).0,69
Na fórmula, chamamos a variável x de minutos de ligação.
A variável y ou f(x), chamamos do valor total a ser pago.
Identificamos uma função de 1º grau para cada operadora, pois o valor
total a ser pago está em função da quantidade de minutos gastos (x).
Modelo matemático
a. Interpretação do modelo. Através da comparação entre as duas
funções, como:
1º) Quando o plano 1 da Vivo terá o menor custo-benefício.
Vivo Oi
42+(x-50).0,72 < 51,90+(x-60).0,69
42+0,72x-36 < 51,90+0,69x-41,40
0,72x-0,69x < 51,90+36-41,40-42
0,03x < 4,50
X < 150
2º) Quando o plano 2 da Oi terá o menor custo-benefício.
Oi Vivo
51,90+(x-60).0,69 < 42+(x-50).0,72
51,90+0,69x-41,40 < 42+0,72x-36
0,69x-0,72x < 42+41,40-36-51,90
-0,03x < -4,50 . (-1)
X > 150
1 INTRODUÇÃO
A modelagem possibilita o ensino da matemática de modo que os alunos
percebam que ela está no seu cotidiano, bem como sua aplicação para
solucionar problemas reais. Além disso, a modelagem matemática capacita o
estudante a explicar o problema de forma detalhada e apresentar argumentos
que justifiquem a solução. Muito mais importante do que a memorização de
fórmulas são as ideias desenvolvidas para alcançar a solução de um problema.
Parte-se da premissa de que primeiro surge o problema e os
procedimentos da resolução que resultam no modelo matemático como modelo
da solução inicial. Para resolver problemas, o modelo matemático precisa ser
significativo e útil o suficiente para para simular a realidade.
Este presente trabalho tem o intuito de discorrer sobre o tema
Modelagem Matemática, descrevendo, em fatos históricos, problemas reais, de
acordo com o contexto da época, que deram origem aos conceitos
matemáticos da atualidade. Fatos históricos também são constituídos de
problemas cotidianos relevantes do passado que dão origem aos modelos de
solução matemática.
A modelagem matemática tem muito a ver com a contextualização do
problema. A história da matemática traz subsídios para entender, dentro do
contexto histórico, quais problemas resultaram nos modelos matemáticos de
determinadas épocas. O detalhamento do problema em um determinado
contexto ajuda a compreender o modelo de solução.
O contexto ajuda a ilustrar o desenvolvimento de um modelo de solução
matemática, por isso o autor propõe uma questão para direcionar o caminho a
ser trilhado ao longo dessa pesquisa: Porque é possível solucionar problemas
humanos com base na modelagem matemática?
Os modelos matemáticos geralmente são bem sucedidos porque são
relevantes o suficiente para gerar impactos diretos ou indiretos sobre o
comportamento da humanidade e a ciência. A maior contribuição na ciência é
ajudar a evitar ou reduzir a necessidade de gastos excessivos em
experimentos, ou até mesmo simular experimentos impossíveis de serem
realizados na prática, pois a modelagem serve, de maneira satisfatória, à tarefa
de descrever e predizer os fenômenos físicos, naturais e sociais de acordo com
interesses e objetivos estabelecidos.
Independente da faixa etária dos estudantes, se as atividades propostas
em sala de aula forem desenvolvidas, partindo da solução de um problema que
corresponda à realidade deles, o conteúdo se torna mais assimilável e a aula
mais engajante para que sejam capazes de conduzir uma investigação.
O conteúdo deste trabalho segue uma estrutura específica que passa
pelas etapas de definição do a) problema, b) tradução do modelo matemático,
c) análise, d) interpretação, e) decisão, nessa ordem. O problema é definido
com base em situações reais. Nessa fase, são planejados quesitos e requisitos
com o intuito de reconhecer e se familiarizar com o problema. São elaboradas
questões de interesse, buscando variáveis e estabelecendo critérios que
projetam uma possível solução ideal.
Na tradução do modelo matemático, são identificados quais princípios e
axiomas poderão ser aplicados com premissas simplificadas que auxiliarão na
elaboração das hipóteses. Após a formulação, o modelo matemático será
analisado através de testes que consistem em selecionar as ferramentas
matemáticas mais adequadas para a validação da resolução do problema, de
acordo com critérios preestabelecidos.
Após a escolha e validação da solução, obtida nos testes, os dados
serão interpretados de maneira que se possa visualizar a solução, de forma
concreta e clara, o suficiente para obter conclusões apropriadas e consistentes
que tragam elementos para a tomada de decisão.

2 MODELAGEM AO LONGO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA

A assimilação de um conteúdo se torna mais eficaz quando se dá alguns


passos para trás para entender qual problema original resultou em determinado
modelo de solução. Se a base de todo conhecimento resulta de uma aplicação
prática para a solução a um problema do cotidiano, na história da matemática
isso não é diferente, uma vez que fatos históricos auxiliam na forma de
raciocínio, analisando as circunstâncias da época que deram origem às
descobertas matemáticas e à criação de métodos. O pensamento matemático
deriva de problemas que requerem análises, usando conceitos de número,
padrões da natureza, magnitude e forma. Basicamente, a existência da idéia de
“números” surgiu da necessidade de utilizar a linguagem para contar coisas e
pessoas.
Fazia parte do cotidiano de civilizações antigas (sumérios, acádios, assírios e
egípcios) a resolução de problemas relacionados a comércio, tributação e
escambo, daí surgiu modelos matemáticos do campo da aritmética. Da mesma
maneira, eles analisavam os astros, registravam o tempo e construíam
calendário. Esses problemas resultaram em modelos matemáticos de álgebra e
geometria. Essas descobertas partiram da tentativa contínua de solucionar um
problema através da experimentação tentativa e erro, e depois foram
transmitidas como tradição histórica.
A análise da história da matemática consistirá em analisar o processo da
solução de problema desde a origem do problema, as premissas usadas para a
resolução até a conclusão de forma que se reproduza o padrão histórico para
alcançar novas soluções.

2.1 MESOPOTÂMIA

Em 1700 aC, Hammurabi, governante da Babilônia, havia instituído um sistema


legal para ajudar a governar seu império. Aos escribas era atribuída a tarefa de
administrar os bens (grandes extensões de terras agricultáveis e vastos
rebanhos de ovelhas e cabras) pertencentes ao templo que abrigava os deuses
da época para prover o bem-estar aos deuses e seus adoradores, daí
necessidade de que eles fossem capazes de contabilizar, registrar, gerenciar a
força de trabalho e controlar o fluxo de mercadorias. A figura a seguir mostra
pictogramas escritos em tábuas de argila no templo da deusa Inana em Uruk,
que representavam unidades de medida para 5 potes de óleo que estavam
sendo contados:
Cada bolinha preta representava 10 hastes; Os símbolos em forma de D
representavam uma unidade de 60 hastes; Assim, as bolinhas pretas dentro da
letra D representavam o cálculo 60 × 10 = 600 hastes. Nesta tabuleta, há
outros sinais: a linha horizontal que representa a largura e uma linha vertical
que representava o comprimento.

Deste modo, as duas larguras medem 2 × 600 = 1200. Os dois comprimentos


medem respectivamente (60 × 10) + (5 × 60) + (3 × 10) = 930 e
(60×10)+(4×60)+(3×10) = 870.

A estimativa da área poderia ser encontrada através do método largura média


pelo comprimento médio muito usado na antiguidade: A = ((w1 + w2)/2)((l1 +
l2)/2). Obtendo assim, a resposta foi 1200 × 885 = 1.062.000.

Outro sistema de cálculo muito usado pelos babilônios foi o sistema de valor
posicional de base 60, junto com um sistema de agrupamento de base 10, para
representar números até 59. Pictogramas eram usados para representar
números de acordo com a tabela a seguir:

Dessa forma, o número 37 é representado pelo agrupamento de pictogramas


abaixo:

Aos números maiores que 59, os babilônios usavam um sistema de valor


posicional que consistia em representar em “casas”, Os babilônios usavam um
espaço interno entre os números, ao invés do zero, exceto ao final deles. Ao
invés de símbolos, as potências de 60 conforme demonstrado na tabela a
seguir:
Foram extraídas dos documentos do departamento de Arqueologia da
Universidade da Pensilvânia Nestas as figuras com pictogramas que
representam uma sequência de números multiplicados por 9. Também foram
reproduzidas para traduzir os símbolos.

2.2 EGITO
O contexto no Egito envolveu a construção de arquiteturas monumentais,
incluindo pirâmides, templos e tumbas. O desenvolvimento da escrita
possibilitou vários feitos usando a matemática. Havia dois estilos: a escrita
hieroglífica e a escrita hierática. (KATZ 2009 )No sistema hieroglífico, cada uma
das primeiras potências de base 10 era representada por um símbolo diferente:

● 1 para representar: |;

● 10 para representar: ;

● 100 para representar: ;

● 1.000 para representar: ;

● 10.000 para representar: .


Por exemplo, para representar 12.643, os egípcios escreveriam:

A prática usual dos valores posicionais da época era escrever os algarismos


começando pelas unidades.

Esse sistema de numeração era usado nos papiros de contabilidade em que


eram feitas as escriturações de balanços para indicar que os gastos e as
receitas são iguais.

Uma operação de soma com esses símbolos, usando por exemplo os números
783 e 275, se daria da seguinte maneira:

+ =

783 + 275 = 1058

Os símbolos são somados para depois simplificá-los, usando grupos de 10


para substituí-los pelos seguidos que vale 10 vezes mais. Neste exemplo, tem

15 unidades de , sendo que 10 podem ser substituídas por ,

completando 10 unidades desse símbolo, podendo ser substituídas por que

resulta em .

Na subtração é feita da mesma maneira. Para “pegar emprestado” ou fazer a


subtração com reserva, basta converter o símbolo em outro dez vezes inferior.

Nessa época, era costumeira a memorização de tabelas para efetuar os


cálculos.

A multiplicação usava um algoritmo de duplicação contínua em que se


multiplicava dois números (a) e (b). Primeiro se escrevia o par 1, (b) para
depois ir dobrando sucessivamente até que na próxima multiplicação, o
resultado excedesse o valor de (a).
Após determinar as potências de 2 que somam a (a), eram somados os
múltiplos correspondentes de (b) para obter a resposta.

Na multiplicação de 12 por 13, visto que (a) é 12 e 13 é (b), eram escritas as


seguintes linhas:

● Linha 1 - 1, 12 - 1, (b);

● Linha 2 - 2, 24 – dobro da linha 1;

● Linha 3 - 4, 48 – dobro da linha 2;

● Linha 4 - 8, 96 – dobro da linha 3.

Na linha 5 a multiplicação de (a) daria 16 que é maior do que 13, o que não
satisfaria o resultado, portanto, o processo se encerra na linha 4. Após isso são
somados os multiplicadores de (a) das primeiras linhas até que o resultado
desse o número (b) que é 13: 1+4+8=13. Somando os multiplicadores de (b)
correspondentes ao (a) obtém-se o resultado da multiplicação 12x13:
12+48+96=156. Assim o resultado seria escrito da seguinte forma: 13, 156.
Nessa forma de cálculo, os escribas egípcios partiram do princípio de que todo
número inteiro positivo poderia ser expressado exclusivamente como a soma
de potências de dois.Eles também conceberam que a divisão é o inverso da
multiplicação, dessa forma, a resolução desse cálculo 156 ÷ 12 seria
equivalente a multiplicar um número por 12 para obter 156. Era possível até
recorrer à mesma forma de resolver a multiplicação apenas deduzindo que o
produto da multiplicação dividida por um dos múltiplos resultaria no dividendo
que é o outro múltiplo, mas nem sempre funcionava por causa dos restos,
dessa maneira, na maioria das vezes, os egípcios recorriam às frações. Com
exceção de 2/3, Eram utilizadas frações com numerador 1, por entenderem que
elas eram as mais “naturais”. A fração 1/n era representada em hieróglifos pelo

símbolo (n) para número inteiro n e o símbolo em cima.

O Papiro Rhind Mathematical demonstra o problema da divisão de 6 pães


entre 10 homens. A resposta para esse problema é que cada homem recebe 2
10 pães, ou seja, 1/2 + 1/10. O escriba verificava a prova dessa resolução
multiplicando o valor por 10. O raciocínio dos egípcios quanto a esse problema
problema consistia em dividir 5 dos pães ao meio (5/2), o 6º pão era dividido
em décimos (6/10), dessa forma, a porção de pão dada a cada homem era a
metade mais um décimo (1/2+1/10). Este método foi usado em toda a bacia do
Mediterrâneo por mais de 2.000 anos.

Tanto na multiplicação de números inteiros quanto na de frações, os escribas


egípcios tinha que proceder com a duplicação para verificar a solução:
_ __
1- 2 10
_
2-15
_ __
4 - 2 3 15

5- 8 4 3 10 30
__ ________
10 6

_ __
Sendo a dupla 2 10 números pares, podem ser facilmente divididos pela
_ __
metade, ao contrário do número 5 que necessita ser dobrado. A resultado 3 15,
conforme mostrado na tabela, pode ser explicado por essa igualdade: 2.1/5 =
1/3 + 1/15.

2.3 CHINA

A primeira evidência sobre o sistema de numeração chinês foi encontrada nas


escavações próximas do Rio Huang que é um casco de tartaruga com
inscrições de numerais usadas em práticas religiosas de adivinhação, datado
de 1600 BC, que ficou conhecido como “Oráculo dos ossos de Shang”. No
quadro abaixo constam alguns dos numerais de Shang:

Na figura acima contém um fragmento de um dos ossos do oráculo, e nele,


foram identificados alguns numerais de Shang.
Os Ossos do Oráculo deu origem ao sistema numérico usado na antiga China,
e da mesma maneira, autores como Zhou Bi Suan Jing e Jiu Zhang Suan Shu
iniciaram o sistema educacional da época que contribuiu de forma significativa
para o trabalho dos escribas.

Abaixo estão duas figuras que mostram as páginas da obra de Zhoubi


(Arithmetical Classic of the Gnomon and the Circular Paths of Heaven) com o
teorema de Gougu que deu origem ao teorema de Pitágoras:

O diagrama à direita hoje é conhecido como "diagrama de hipotenusa" que


ilustra a prova do teorema de Pitágoras e o diagrama à esquerda mostra como
um quadrado de 3 lados se encaixa em outro de 5 lados.
Esta figura ilustra um diagrama com um quadrado de 4 lados se encaixando
em outro de 5 lados.

2.4 GRÉCIA

Desde o século VI aC, os gregos representavam números em um sistema


cifrado usando o alfabeto conforme se demonstra na tabela abaixo:
A forma como os números são escritos seguem os valores posicionais, por
exemplo, usa-se ψνδ para representar o número 754 porque ψ (psi) vale 700, ν
(nu) vale 50 e δ (delta) vale 4. O sinal de apóstrofe ao lado esquerdo da letra
era usado para representar as unidades de milhar, por exemplo, ‘θ (9000),
uma vez que θ (teta) vale 9 e (‘) vale 1000. A letra M era usada para
representar uma miríade (grandeza correspondente a 10.000), desta forma
escreve-se Mδ para representar 40.000, sendo 10.000 para M (miríade) e 4
para δ (delta). Ou ainda, o número 71.750.000 sendo representado pelo

símbolo . Basicamente, constam uma miríade (M) de milhares (‘),


ficando 10.000x1.000=10.000.000 seguida de 7 (zeta) , 100 (rho), 70
(Ômicron), 5 (epsilon) constituindo 7175 que ocupam as primeiras casas
posicionais.

Todo modelo matemático deriva da resolução de problemas, e a construção


civil é o ponto em comum entre as civilizações antigas que demandou o
desenvolvimento de técnicas matemáticas, e neste caso da antiga Grécia, para
alinhar marcações para otimizar escavações. Nos registros arqueológicos se
constatam números escritos nas paredes, 10, 20, 30, . . . , 200 (da entrada sul)
e 10, 20, 30, . . . , 300 (da entrada norte) para manter o controle das distâncias
cavadas e se elas estavam indo na direção certa. O objetivo dessa escavação
era construir um túnel na ilha de Samos para trazer água para dentro da capital
através de uma nascente na montanha até um ponto dentro das muralhas da
cidade. A figura a seguir mostra a rota de escavação desse túnel que foi
construído por Eupalino por volta de 550 aC:

Os gregos eram muito peculiares na sua forma de utilizar os números. No


desenvolvimento do túnel, Eupalinus fez uso dos números inteiros, enquanto
que comerciantes e contadores, inspirados no sistema egípcio de partes para
contar, faziam as escriturações com frações.

A tabela abaixo mostra a tradução dos símbolos usados:


O símbolo (‘) significava um sobre o número correspondente à letra grega.

Esta sequência de caracteres gregos:

representa as sucessivas somas de frações:

12
que quando simplificadas pelo MMC representa a fração
17
(doze

dezessete avos).

2.5 ÍNDIA

A ornamentação era uma prática muito peculiar na cultura indiana em que


materiais didáticos e cadernos com resoluções e problemas aritméticos eram
transcritos em padrão poético e com um visual atrativo que consistia em um
quebra-cabeças para entretenimento popular de forma que despertasse o
interesse nos jovens e leigos no assunto.

Os indianos usavam o sistema de base 10, e dessa forma, o sistema hindu-


árabe que deu origem aos numerais atuais, com os dígitos de 1 a 9 e seus
valores posicionais, tiveram sua origem na Índia para, posteriormente, ser
transmitidos aos árabes.

A seguir, o quadro mostra a evolução do sistema numeral:


Os algarismos de 1 a 9 têm sua origem no sistema Brahmi de escrita na Índia
que remete à época do rei Ashoka (Século III aC). Os números aparecem em
vários decretos do rei inscritos em pilares por toda a Índia.

Os algoritmos aritméticos mesmo antes de o sistema decimal ser desenvolvido,


os indiano eram adeptos dos cálculos. Aryabhatiya era muito devoto ao deus
Brahman a quem o considerava como criador do universo, diante disso,
Aryabhata adotava três premissas de pensamento: a matemática [gat, IIita], o
tempo [Kiilakriya] e a esfera [Gola]. Essas premissas inspiraram o
desenvolvimento de métodos de cálculo, entre eles, a raíz quadrada e a raíz
cúbica.

Aryabhata criou um método para extrair a raiz quadrada. Os valores posicionais


usavam os termos “varga” e “avarga”. Varga significava números quadrados, a
área de um quadrado e o produto de duas quantidades iguais, enquanto que
avarga eram números não quadrados. A contagem quando feita da direita para
a esquerda, as posições ímpares eram chamadas de varga e pares são
chamados de avarga.

Nesse método eram utilizadas letras que representava valores: a sequência de


k a m têm os valores de 1 a 25 que ficava na casa das centenas, multiplicando
os números por 100. Os números de y a h são valores de 3 a 10 ficava no lugar
dos milhares, multiplicando os números por 1.000.

BAGDÁ
Abu Abedalá Maomé ibne Muça ibne Alcuarismi, Bagdá, por volta de 780 ac,
mais conhecido como Alcuarismi (que resultou nas palavras algarismo e
algoritmo que vêm de algoritmi, que é a forma latina de seu nome) foi um
matemático, astrônomo, astrólogo, escritor persa e um erudito na Casa da
Sabedoria em Bagdá, na qual foram reunidas todas as obras científicas da
matemática. Foi considerado o fundador da Álgebra. Suas obras trouxeram as
primeiras soluções sistemáticas para as equações lineares e quadráticas.

Alcuarismi traduziu para o latim as obras indianas sobre numerais,


apresentando notações posicionais decimais para o Mundo Ocidental, bem
como revisou a geografia de Ptolomeu e escreveu sobre astronomia e
astrologia.

Seus trabalhos de Alcuarismi contribuíram para o aperfeiçoamento das


resoluções das equações quadráticas. Ele estabeleceu seis tipos de equações
algébricas que ele mesmo solucionou em seu livro, tempos depois grandes
matemáticos do oriente muçulmano aumentaram o número de equações de
seis para vinte, e acharam soluções fundadas em sólidas demonstrações
geométricas.

A grande contribuição de Brahmagupta, matemático e astrônomo indiano, foi


criar regras para calcular com zero além de ter definido regras para a aritmética
com números negativos.

Em astronomia, Brahmagupta estudou os movimentos dos planetas, as


conjunções planetárias e os problemas de espaço, tempo e distância
relacionados aos astros. Ele descreveu corretamente os fenômenos de
eclipses solares e lunares como sendo projeções das sombras do Sol e da Lua.

Em 628, Brahmagupta forneceu a primeira solução geral para a equação


quadrática:
ax²+bx+c=0 que deu origem à fórmula de Bhaskara que o considerou como
uma joia no círculo dos matemáticos. Além disso, foram influenciados por
Brahmagupta muitos sábios e estudiosos da matemática como AlKhwarizmi,
Omar Khayyam, Al-Mahani, Abu Kamil e Al-Karaji.

ÁLGEBRA ISLÂMICA

Em meados de 780 a 850 da era cristã, havia um sábio chamado AlKhwarizmi


que foi reconhecido como um dos primeiros estudiosos de álgebra das
equações lineares e quadráticas.

Pesquisar sobre BRAHMA-SPHUTA S1DDHANTA página 204


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COMO SURGIU E QUAL A FINALIDADE DA MODELAGEM MATEMÁTICA?


De acordo com investigações, os primeiros modelos matemáticos
surgiram há séculos por meio de conceituados matemáticos, filósofos, físicos e
entre outros. Para ilustrar esta afirmação, torna-se oportuno a menção de três
nomes importantes para a história de teorias e com isto podem ser
considerados os pais da modelagem: Pitágoras, Galileu Galilei e Isaac Newton.
Por volta do século VI a.C, Pitágoras fundou uma escola na Grécia em que
seus membros acreditam nos mistérios do mundo por meio de números.
Certo dia, Pitágoras percebeu que as figuras do chão formavam
triângulos retângulos em que: a área de um quadrado sobre o lado oposto ao
ângulo reto (hipotenusa) era igual à soma dos outros dois lados (quadrados).
Desta forma, temos a fórmula: c²=a²+b² que até hoje é usada para diversas
áreas de atuação no cotidiano humano, a saber, a área de transportes é uma
das que mais a utiliza esse modelo no desenvolvimento de sua logística.
Galileu Galilei desenvolveu a matemática aplicada por meio de teorias
físicas por volta do século XV d.C, seu primeiro contato com a modelagem
ocorreu quando ele se deparou com uma lâmpada que pendurada por um fio
preso no teto, balançava incansavelmente. A sua curiosidade sobre como este
fenômeno o levou a fazer um experimento em que construiu um pêndulo com
um pedaço de corda e um chumbo (como um peso). Com vários pesos e
cordas de comprimentos diferentes, descobriu que um pêndulo poderia ser
usado para mensurar o batimento de pacientes. Pelo fato de ser estudante de
medicina, apresentou seu projeto ao departamento médico da Universidade
Piza que fora aceito. Com isto, não parou mais de utilizar as regras
matemáticas para suas diversas teorias. Uma dessas teorias se deu ao se
tornar professor em Pisa, em que no alto da torre de Pisa, Galileu lançava
objetos feitos do mesmo material, porém de pesos diferentes, que caíam na
mesma velocidade. Desta forma, compôs as três leis do movimento (que mais
tarde fora adaptada por Isaac Newton) que são: a) todos os corpos caem da
mesma altura no mesmo tempo; b) as velocidades finais são proporcionais ao
tempo na queda; c) os espaços percorridos são iguais aos quadrados dos
tempos. Estas leis formam a fórmula física: s=s+vt² usada para obtenção de
tempo e velocidade até os dias atuais. Por fim, o terceiro era um físico inglês
que aperfeiçoou os estudos de Galileu e executou inúmeras descobertas para
a ciência. Na matemática, inseriu o binômio de Newton que permite o cálculo
do valor de um número binomial, como por exemplo, (a + b) n. Além de física e
matemática, estudou filosofia, astronomia, alquimia, teologia, astrologia e etc.
Seguindo a linha de pensamento de Galileu Galilei em conjunto com outros
pensadores e cientistas, Newton aprofundou o estudo dos fenômenos naturais
por meio destas ciências, dentre os quais podem ser citadas: a) A criação e
desenvolvimento do cálculo diferencial e cálculo integral, cujo é um mecanismo
muito importante para o estudo dos fenômenos físicos até a atualidade. Além
de ser ele o criador dessa ferramenta, ele também a utilizou pela primeira vez;
b) Estudo sobre os fenômenos óticos que possibilitaram a elaboração da teoria
sobre a cor dos corpos; c) Estudo das leis dos movimentos, lançando as bases
da Mecânica; d) O desenvolvimento das primeiras ideias sobre a Gravitação
Universal em que a aceleração da gravidade tem valor 9,87 m/s². Finalmente,
temos as três leis de Newton que seguem: 1ª lei: Inércia (aquela em que todo
corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento em percurso
retilíneo a menos que seja obrigado a mudar suas forças por interferências. Por
exemplo, um foguete pode se movimentar apenas por Inércia quando os
propulsores são desligados, pois continua sua trajetória em linha reta com
velocidade constante.); 2ª lei: A Força: (aquela em que um corpo em repouso
necessita da aplicação de uma força para que possa se movimentar, como por
exemplo, os carros podem aumentar e diminuir sua velocidade de acordo com
a força motriz); 3ª lei: Ação e Reação (aquela em que uma ação sempre se
opõe a uma reação, ou seja, a ação de dois corpos é igual e se dirigem em
partes inversas, um exemplo desta lei é a força que a água realiza no
movimento do nadador que a empurra para trás sendo este oposto à água.
Percebe-se que a modelagem matemática surgiu há séculos, mas sua
consolidação foi em meados do século XX, que em princípio, foi trabalhada em
Biomatemática. Nesse primeiro momento, os estudos envolviam modelos de
crescimento de processos cancerígenos. Entretanto, a proposta da modelagem
com fins educacionais consolidou-se no Brasil por volta da década de 1970 e
desde então, vem despertando maior interesse de professores e
pesquisadores. Em meados dos anos 80, foi usada no Brasil como uma
alternativa no ensino da matemática. Entretanto, as modelagens matemáticas
eram elaboradas por meio de dissertações e artigos no ano de 1987.  Esse
fortalecimento deu margem à criação de eventos específicos com o intuito de
aprofundar os debates sobre o tema. Assim, em novembro de 1999, foi
realizada a primeira Conferência Nacional sobre Modelagem e Educação
Matemática promovida pelo Programa de Pós-Graduação em Educação
Matemática da UNESP/Rio Claro com o tema “Modelagem no Ensino de
Matemática”. Esse encontro, considerado como a primeira iniciativa de reunir
os envolvidos com a pesquisa em Modelagem e Educação Matemática no
Brasil, permitiu a criação de um espaço próprio de discussão sobre o tema que
até hoje se reúnem para debates.
Sobre o conceito de modelagem (não atrelada à matemática), é possível
defini-la de modo simples pelo seguinte exemplo: quando um estilista pretende
criar um vestido, ele a cria por meio de uma tendência de acordo com o tecido
da época do ano. As medidas são produtos desenvolvidos com base em
conhecimentos matemáticos. A forma como o estilista o faz é o modelo que
pode servir de base para a manufatura de todas as outras peças. Este é o
modelo, pois criou se uma peça para dar ênfase à outras. Se o estilista resolve
mudar o tecido, por exemplo, de linho para lã, temos uma modelagem, pois o
vestido de lã pode ser usado como blusa. Portanto, a modelagem, de acordo
com esta concepção, significa uma atividade de criação, partindo de premissas
para o desenvolvimento de uma ação.
Acerca da modelagem matemática, segue algumas definições de
grandes autores:
“O modelo matemático é uma imagem que se forma na mente, momento
em que o espírito racional busca compreender e expressar de forma
intuitiva uma sensação, procurando relacionar com algo já conhecido,
efetuando deduções." (BIEMBENGUT, 1999 p.78 )

“Modelagem é um ambiente de aprendizagem no qual os alunos são


convidados a indagar e/ou investigar, por meio da matemática e situações
oriundas de outras áreas da realidade.” (BARBOSA, 2004 p.66)

“Modelagem Matemática na Matemática Aplicada constitui-se em um


conjunto de procedimentos cujo objetivo é construir um paralelo para
tentar explicar, matematicamente, os fenômenos presentes no cotidiano
do ser humano, ajudando-o a fazer predições e a tomar decisões”
(BURAK, 1992, p.62).
Desta forma, pode-se definir a modelagem matemática como um
processo criação de modelos por meio de hipóteses, axiomas, premissas e
princípios a fim de obter múltiplas respostas com suas respectivas justificativas.
Em outras palavras, ela está associada a um problema e uma investigação. Um
exemplo que ilustra esta definição além dos supracitados é a criação da roda
pela primeira civilização do mundo, os Sumérios. Como tinham que carregar
cargas pesadas sobre os ombros (problema), ao visualizarem um tronco de
árvore rolando ao chão, apoiaram os objetos em cima dela (solução) e hoje
temos a roda (em sua forma geométrica, o círculo).
Em suma, a Modelagem Matemática soluciona um problema de qualquer
natureza e ainda serve como instrumento de controle social já que os números
permeiam o mundo e seus vereditos afetam as vidas de todos aqueles que a
elas se submete.

3 OS MODELOS MATEMÁTICOS MAIS COMUNS

Os modelos matemáticos como enfatizado anteriormente, são usados


em tomadas de decisões nas mais diversas áreas humanas. Os modelos mais
comuns são os seguintes:
1) Probabilidade e Distribuições de probabilidade: São usados como
analisadores estatísticos em problemas de risco. Por não possuírem um valor
previsível, trabalham sob uma linha estatística e probabilística.
2) Programação Linear Simples: É um dos modelos mais usados na
prática, pois trata-se de uma hipótese fundamental em que suas variáveis são
lineares.
3) Programação Linear Inteira: Semelhante a anterior, porém a diferença
é que uma das variáveis deve obrigatoriamente assumir os valores inteiros.
4) PERT (Program Evaluation and Review Techinique) e COM (Critical
Path Method): Ambas são usadas em processos complexos em suas
programações e exceções;
5) Previsão: É usada no planejamento de diversos níveis sendo
considerada assim como uma série de modelos. As ações passadas formam as
ocorrências futuras.
6) Teoria da Decisão: São um conjunto de modelos variados com graus
de estruturação, de acordo com as informações do tomador de decisões.
7) Modelos de Rede: São utilizados para Pesquisas de
Desenvolvimento, como por exemplo os aplicáveis aos estudos de sistemas
rodoviários, trens e metros.
8) Modelos de Linhas de Espera: São variáveis caracterizadas por
incertezas para a melhoria de processo de instalações.
9) Simulação: é muito utilizada pelo auxilio da tecnologia. Esta envolve a
construção de um modelo e o seu teste.
10) Teoria dos jogos: Desenvolvem teorias competitivas. Em situações
de tomadas de decisões.
11) Análise de Regressão: Determina a relação entre o conjunto de
variáveis independentes e dependentes.
Estes são alguns dos modelos matemáticos utilizados por diversas áreas
humanas para tomadas de decisões. No entanto, o foco deste trabalho será no
modelo matemático focado à sala de aula com base nos autores mais
conceituados no tema.

4 A FINALIDADE DA MODELAGEM MATEMÁTICA EM SALA DE AULA.

Se em todas às áreas humanas, a modelagem matemática é tida como


decisiva, por que então realizá-la em sala de aula?
Com base em pesquisas feitas para a execução desta obra, a resposta
torna-se simples: A modelagem matemática prepara o aluno para a vida, além
de ser benéfica tanto a eles quanto ao professor. Os benefícios são:
a) motivação dos alunos e do professor; b) facilitação da aprendizagem
ao aluno, pois o conteúdo matemático passa a ter maior significação, deixando
assim de ser abstrato, e passando a ser concreto e pratico; c) preparação para
futuras profissões nas mais diversas áreas do conhecimento, devido à
interatividade do conteúdo matemático com outras disciplinas;
d) desenvolvimento do raciocínio lógico, dedutivo e crítico;
e) compreensão da matemática na sociedade, sendo assim uma ciência
heterogênea em que sua finalidade não seja apenas para resolver problemas
matemáticos.
Como percebido, a modelagem matemática não tem restrição quanto a
seu uso na rede de ensino. Sua eficácia é de tamanha comprovação que pode
ser uma metodologia alternativa para o ensino da disciplina matemática nos
ensinos fundamental e médio. É evidente que a Modelagem Matemática não
deve ser usada como uma única metodologia de ensino e sim uma alternativa
já que o professor no exercício das suas atividades, deve sempre buscar a
inovação, com base na procura da melhor metodologia de ensino, por exemplo:
jogos, brincadeiras, discussões acerca da história da matemática, entre outros,
enfim usufruir todos os seus recursos possíveis para obter o melhor
resultado no ensino desta disciplina. A partir de conceitos gerais, procura-se
mostrar a importância da Matemática para o conhecimento e compreensão do
real, conforme suprarrelacionado.

5 OBJETIVOS PARA FAZER MODELAGEM MATEMÁTICA NA SALA DE


AULA
Com base nas reflexões de alguns estudiosos, segue abaixo um quadro
comparativo sobre os objetivos da modelagem matemática e um comentário
acerca:

Estudioso Objetivos da Modelagem


Biembengut
● Ministrar conteúdos matemáticos;

● Incentivar o aluno a realizar

pesquisas sobre assuntos de seu


interesse;

● Promover a criatividade e um ótimo

conhecimento matemático com


maior aplicabilidade da
matemática;

● Integrar a Matemática a outras

áreas do conhecimento;

● Despertar maior interesse pelo

ensino e aprendizagem nos


estudantes.
Burak
● Integrar a Matemática com outras

disciplinas;

● Contextualizar os conteúdos

matemáticos em relação aos


conteúdos e temas nos diversos
contextos sejam eles, o social, o
econômico ou o cultural;

● Favorecer o trabalho equipe;


● Mostrar que a Modelagem

Matemática, não são os conteúdos


que determinam o problema, mas
o contrário;

● Despertar nos estudantes a

habilidade de comparar e
relacionar os fenômenos do
cotidiano com a Matemática e
assim fazer uso de suas
ferramentas, de suas linguagens,
fazer predições e tomar decisões.
Barbosa
● Maximizar a intervenção dos

estudantes nos debates e nas


tomadas de decisões sociais que
envolvam aplicações matemáticas;

● Aumentar as possibilidades de

construção e consolidação de
sociedades democráticas a partir
da análise sobre o papel dos
modelos matemáticos nas ciências
e na sociedade, de onde extraem
implicações para as práticas
pedagógicas;

● Desenvolver nos estudantes

habilidades para reconhecer,


compreender, analisar e avaliar
exemplos de usos da Matemática
na sociedade;

● Desenvolver nos estudantes a


percepção do caráter cultural da
Matemática;

● Teorizar as implicações dos

estudos críticos sobre o papel da


Matemática na sociedade, ou seja,
oportunizar a reflexão sobre o
poder formatador da Matemática
na vida.
Realizando um comparativo entre os três estudiosos, torna-se nítido que
Biembengut, Burak e Barbosa, têm muito em comum em relação à aplicação
da modelagem matemática, pois suas concepções as diferenciam de outros
estudiosos que possuem trabalhos voltados e orientados para os Ensinos
Fundamental e Médio. Portanto, levam-se em conta alguns tópicos em comum:
Primeiramente, todos acreditam que a modelagem matemática pode ser uma
alternativa para a relação da matemática com outras áreas de conhecimento,
bem como seu uso na sociedade na estruturação da maneira de pensar e agir
do aluno. Biembengut objetiva a modelagem matemática com maior enfoque
no ensino da disciplina, pois para ele, a modelagem é um método de ensino. Já
Burak enfatiza que o papel dos modelos matemáticos na sociedade é
amplamente reconhecido devido às suas aplicações bem sucedidas, que têm
impactos diretos ou indiretos sobre o comportamento das pessoas. Isto torna-
se evidente pois o mesmo incentiva o trabalho em equipe, já que isto pode ser
uma alternativa para romper laços culturais. Por fim, para Barbosa o modelo
matemático tem qualquer representação matemática da situação em estudo.
Portanto, incentiva que o aluno faça o papel de investigador e que tenha ânsia
pelo novo (sendo o mais importante nas atividades de Modelagem Matemática
chegar a um processo de investigação por meio desta disciplina).
Conclui-se com este quadro que todos dentro de suas formas de pensar,
a favor da modelagem matemática na sala de aula desde que haja
engajamento não só com a matemática, mas com outras disciplinas, e que o
centro seja a investigação da solução para um problema.
6 O DESENVOLVIMENTO DA MODELAGEM MATEMÁTICA EM SALA DE
AULA

Conforme supracitado, a modelagem vem de certa forma, aguçar o


senso de investigação do aluno. O professor deve lançar uma problemática ao
mesmo que deve desenvolver uma ou várias soluções através da busca,
desenvolvendo seu âmbito reflexivo e crítico.
Desta forma, é conveniente desenvolver o trabalho da modelagem em
sala de aula com base novamente em Biembengut, Barbosa e Burak, 1992.

Para Biembengut, o desenvolvimento da modelagem procede da


seguinte maneira: 1) O professor pode usar outro modelo e ajustá-lo ao
contexto em questão (recriar o modelo), ou então criar modelos a partir de uma
situação problemática; 2) Pressupor o estudo e interpretação de um tema de
alguma área do conhecimento com base em três etapas, sendo a primeira a
Interação (reconhecimento da situação-problema e familiarização com o
assunto a ser modelado) a segunda a Matematização (formalização do
problema e resolução deste com os termos do modelo) e a terceira o Modelo
Matemático (interpretação da solução e validação do modelo).
Como sempre podem ocorrer dificuldades e inseguranças pelo caminho,
Biembengut aconselha que inicie o processo através de uma Pré-Modelação
que consiste em apresentar cada um dos conteúdos do programa a partir de
modelos já existentes e aplicar trabalhos ou projetos realizados por colegas,
por curto prazo, com uma única turma e de preferência com aquela que melhor
domínio tem da Matemática. O estudioso ainda informa que um curso, uma
palestra ou um artigo contendo definições e resultados positivos de trabalhos
realizados são insuficientes para se colocar em prática. Habilidade e segurança
só se adquirem ao longo da experiência que deve ser feita gradualmente.
Do ponto de vista pedagógico, Barbosa sugere o desenvolvimento da
Modelagem Matemática através de um programa de ensino nas escolas de
maneira que o docente trabalhe em equipe, mas que não seja estabelecida de
forma obrigatória, mas de forma produtiva e compensatória. Não existe um
caminho predeterminado já que o professor pode começar pela forma na qual
for mais conveniente de acordo com o ambiente, público e momento.
O autor ainda destaca que a inserção curricular da modelagem
matemática pode acontecer em três situações distintas: na primeira o professor
apresenta um problema com seus dados qualitativos e quantitativos, cabendo
aos alunos à investigação e solução; na segunda o professor apresenta um
problema, cabendo aos alunos à coleta de dados e a resolução; na terceira e
última, o professor solicita que os alunos formulem problemas, coletem dados e
os solucionem.
Para Burak, o desenvolvimento da modelagem matemática é similar a
de Barbosa, contudo, deve ser feita em equipe e não deve ser obrigado a criar
modelos, entretanto, é necessário a resultante nas tomadas de decisões. O
estudioso acredita que a liberdade de escolha ao tema pelos alunos pode
desenvolver uma modelagem satisfatória. O processo de modelagem ocorre
em cinco etapas: 1) escolha do tema; 2) pesquisa exploratória; 3) levantamento
dos problemas (investigação); 4) resolução dos problemas e desenvolvimento
da matemática relacionada ao tema; 5) análise crítica das soluções.
Com base nos conselhos de como desenvolver uma modelagem
matemática, conclui-se que como trabalho extra para a classe, o professor
deve orientar os alunos que busquem ou criem exemplos a partir de um fato
real. Desta forma, o papel do professor é o de mediador na busca de soluções
já que os alunos devem criar modelos de forma crítica. Em seu cotidiano,
poderá observar os aspectos no mundo de alguma forma que por meio de uma
reflexão crítica, podem ser matematizados ou não. Para tanto, cabe ao
professor criar um clima de descontração estimulado a participação e a
criatividade individual.

7 ATIVIDADES DE MODELAGEM PARA A SALA DE AULA

Com base na pesquisa realizada, passa-se neste momento da teoria


para a prática.
Abaixo, segue uma atividade lançada como desafio aos alunos.
Atividade 1: Foi solicitado que os alunos formassem grupos de 04
membros. A proposta é a seguinte: Os amigos querem ir ao shopping passar à
tarde. Porém, todos moram longe um do outro: um no centro da cidade, outro
na zona sul e dois na zona oeste. O amigo que mora na zona sul, irá de carro e
buscará os amigos na zona central. Entretanto, terá que deixar o carro no
estacionamento do shopping. O problema é que não sabem em que shopping
da cidade que irão. Um deles pesquisou uma tabela com os seguintes valores:

Shopping Valor até 4 horas Após 04 horas Perda do ticket


Eldorado R$ 10,00 R$ 3,00/hora R$ 25,00
Villa Lobos R$ 16,00 R$ 3,00/hora R$ 19,00
Ibirapuera R$ 10,00 R$ 4,00/hora R$ 32,00

A partir disto, pergunta-se:

1) Se decidirem ficar 05 horas no shopping, qual é mais viável?

2) Se optarem à ida para o Eldorado apenas para ficar 01 hora compensará?

3) Qual é o estacionamento mais rentável? Por quê?

4) Você acha que é justo o valor cobrado pelo público que frequenta?

5) Se acontecer de perder o ticket em alguns deles, qual seria mais viável


incluindo 05 horas de estadia?

6) Sabendo que a função afim determina a taxa de variação e valor inicial


(dada por: y=ax+b), determine:
a) O preço do estacionamento pago por cada estacionamento em 06 horas no
shopping.
b) Construa o gráfico das variantes dos valores.
Esta atividade tem o intuito de comprar preços e verificar a melhor opção
juntamente com prós e contras, através de formulas matemáticas, gráficos e
visão crítica.

8 METODOLOGIA

A metodologia foi feita por pesquisa bibliográfica entende-se um


apanhado geral sobre os principais trabalhos realizados, capazes de fornecer
dados atuais e relevantes relacionados ao tema. Nesta pesquisa serão
consultados autores com reconhecida contribuição no que se referem à
temática da pesquisa, tais como: Biembengut, Barbosa e Burak.

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através desta pesquisa, é perceptível que o papel dos professores,


embora esteja sendo amplamente discutido atualmente, é o de transmissor de
conteúdos, o que na maioria das vezes resulta na formação de alunos
passivos. Desta forma, torna-se minimizada a participação dos alunos como
futuros cidadãos na evolução da sociedade.
Através da Modelagem Matemática é possível que haja o
desenvolvimento do docente no que diz respeito à criatividade postura crítica e
reflexiva dos alunos. Através dos fundamentos da modelagem matemática dos
autores aqui mencionados, foi possível escolher qual a melhor forma de
trabalhá-las. Cada um defende de sua maneira e resumidamente, pode-se
perceber que para Biembengut modelagem é um método de ensino, para
Burak uma metodologia e para Barbosa um ambiente de aprendizagem.
Por fim, enfatiza-se que são diversas as tentativas e os estudos para
solucionar o problema que envolve o ensino-aprendizagem da disciplina
matemática na rede de ensino. As soluções a estas deficiências poderão
apenas ocorrer com muitos estudos e pesquisas e o docente deve deixar a
ideia ao aluno que seu papel na sociedade é como agente transformador.

REFERÊNCIAS

KATZ, Victor J. A History of MATHEMATICS An Introduction. 3rd ed. District of


Columbia, Pearson Education, 2009.

https://beyond-calligraphy.com/2010/03/05/oracle-bone-script/ - 16/02/2023
https://cudl.lib.cam.ac.uk/view/MS-CUL-00001-00155/4 - 16/02/2023

https://www.maa.org/press/periodicals/convergence/mathematical-treasures-
zhoubi-suanjing

THE ARYABHATIYA • of ARYABHATA


An Ancient Indian Work on Mathematics and Astronomy
TRANSLATED WITH NOTES BY WALTER EUGENE CLARK
THE UNIVERSITY OF CHICAGO PRESS CHICAGO, ILLINOIS 1930
_______________________________________________________________

ARAÚJO, J. L.; BARBOSA, J. C. Face a face com a Modelagem Matemática:


como os alunos interpretam e conduzem esta atividade? 2002. 22 p. No prelo.

BARBOSA, J. C., 2004, em Cury, H. N (Ed.); Disciplinas Matemáticas em


cursos superiores: Reflexões, relatos, propostas. 1º ed. Rio Grande do Sul, RS,
2004, p.66.
BIEMBENGUT, M. S. Modelagem Matemática e Implicações no Ensino -
Aprendizagem de Matemática. São Paulo. Câmera Brasileira do Livro. 21p.
1999.

BURAK, D. Modelagem Matemática: ações e interações no processo de


ensino- aprendizagem. Campinas-SP, 1992. Tese (Doutorado em Educação)-
Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP.

BURAK, D. Modelagem Matemática: uma metodologia alternativa para o ensino


de matemática na 5ª série. Rio Claro-SP, 1987. Dissertação (Mestrado em
Ensino de Matemática) - IGCE, Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita
Filho-UNESP.
OLIVEIRA. J. 2004, em Cury, H. N (Ed.); Disciplinas Matemáticas em cursos
superiores: Reflexões, relatos, propostas. 1º ed. Rio Grande do Sul, RS, 2004,
430 p.

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