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APLICADA AO
ENSINO DO INGLÊS
Dayse Cristina
Aquisição de segunda
língua: teorias e
abordagens
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A aquisição de uma segunda língua pode acontecer de maneira formal
ou informal. São muitas as teorias e as abordagens sobre aquisição de
segunda língua, e elas variam de acordo com o pensamento de cada
autor. Ao falar e escrever usando a segunda língua, por exemplo, você
considera, inevitavelmente, o contexto para se comunicar.
Neste capítulo, você vai estudar as principais abordagens sobre aqui-
sição de segunda língua e seus conceitos teóricos, além de aprender a
desenvolver um pensamento crítico em relação às diferentes teorias e
abordagens sobre o tema.
Para Chomsky, as crianças, por exemplo, são criativas, ou seja, elas não só
reproduzem as frases que ouvem, mas internalizam as regras que aprendem
para criar novas combinações de frases e estruturas. Chomsky, então, propõe
a existência de uma gramática universal com uma perspectiva linguística
para compreender a aquisição da L2 (BEZERRA, 2003, p. 32), porque para
ele é preferível:
Aquisição de segunda língua: teorias e abordagens 3
Observe o exemplo: Give me some more time, please (Dê-me mais tempo,
por favor). Em inglês, a posição do pronome oblíquo (nesse caso, me) é sempre
depois de um, principalmente quando esse verbo começa uma frase imperativa.
Em português, a regra é a mesma, caracterizando uma fala mais formal, pois
é mais comum dizer oralmente: “me dê mais tempo, por favor”. Em inglês,
Give me some more time, please é a única forma de se dizer essa frase. Então,
na aquisição do inglês como L2, aprende-se, subsequentemente, que não é
possível dizer me give, mas somente give me — enquanto, por aproximação
de sintaxe, diz-se naturalmente some more time, please.
Os estudos em linguística também procuram analisar se há semelhança entre
aquisição de L1 e L2, e esse é um tema recorrente na aquisição de L2. Como
exemplo (SILVA, 2005), é possível apontar o fato de estudos diversos revelarem
que os falantes de inglês como L1 cometem o mesmo tipo de erro morfológico e
sintático que os falantes de inglês como L2. Silva (2005, p. 103) também diz que
[...] uma questão subjacente a esta consiste em procurar perceber até que ponto
o processo de aquisição de L2 é, ou não, mais bem-sucedido do que o processo
8 Aquisição de segunda língua: teorias e abordagens
Mais uma vez, o interesse dos estudos relacionados a L2 não reside nos dados,
como nas explicações que nos oferecem quanto ao processo de aquisição de
L2 e, no que se refere à questão da idade, parece claro que esse é um fator
determinante, mas qual é sua real dimensão e de que forma os seus efeitos ope-
ram sobre o processo de aquisição de segunda língua? (SILVA, 2005, p. 104).
Essa questão, como apresenta Silva (2005), está relacionada à idade, que, por
sua vez, inevitavelmente, levanta outra indagação: “[...] qual é o estágio final
que os falantes de L2 atingem quanto ao conhecimento de uma L2”? A resposta
para essa indagação deve ser direcionada à competência que o falante de L2
desempenhará. Logo, outra indagação surge em relação a até que ponto a com-
paração com o desempenho do falante nativo constitui uma medida apropriada
para avaliar o nível de desempenho de um falante de L2 (SILVA, 2005, p. 104).
O que se pode afirmar é que há influência da L1 no processo de aquisição
de L2, como garante Silva (2005, p. 105), e esse estudo tem sofrido influência
desde a década de 1950. Essa influência é denominada transferência, “[...]
termo que identifica a transposição de formas e significados de uma língua
para outra, resultando em interferência”.
Silva (2005, p. 106) ainda coloca que “[...] outro dos aspectos em que se
torna evidente a transferência de propriedades da L1 para L2 dizem respeito aos
erros ortográficos cuja origem podemos atribuir a dificuldades na articulação
de determinados sons”, fazendo parecer que a questão aqui lançada parece
poder admitir que a noção de transferência, entendida enquanto relação entre
duas línguas, constitui a essência da aquisição de uma L2 e, de fato, caso o
processo de aquisição de L2 fosse idêntico ao da aquisição de L1, não haveria
necessidade de uma disciplina distinta dedicada à investigação em aquisição
de L2”. Observe a Figura 2, que apresenta um modelo para o processamento
cognitivo relacionado à produção em L2.
[...] uma língua seria assim adquirida mediante um esforço natural para atingir
a compreensão em comunicação: o sucesso das situações de imersão linguística
e das aprendizagens bilíngues, bem como o fato de alguns falantes passarem
por um período silencioso inicial, durante o qual preferem não falar, mas aos
poucos avançam no seu desenvolvimento linguístico, parecem assim constituir
evidência do papel privilegiado que o input linguístico desempenha.
Acesse o link a seguir para ler o texto Abordagens de ensino de línguas: comunicativa e
intercultural, que discute as abordagens comunicativa e intercultural para o ensino e
aprendizagem de línguas.
https://goo.gl/75bnXa
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Leituras recomendadas
GADIOLI, I. Aquisição de segunda língua: metodologia do ensino-aprendizagem de inglês
I – Aula 2. 2017. Disponível em: <http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCata
lago/11093606012017Metodologia_do_Ensino_Aprendizagem_de_Ingles_I._Aula_2.
pdf>. Acesso em: 12 ago. 2018.
LARSEN-FREEMAN, D.; LONG, M. An introduction to second language acquisition research.
London: Longman, 1994.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.