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Antonia.
Formatação: Lola
SINOPSE
Um encontro casual iria acender uma
Oeste.
Exceto Blaze.
o MC?
PRÓLOGO
Eu escutei seu coração bater, senti sua respiração na
escuridão, sabendo que ele era meu. Este homem tinha
jurado me proteger, este homem que agora me possuía, de
corpo e alma. Eu sabia, dentro de mim, que este era o homem
de que eu seria dona desde o momento em que olhou para
mim, seu olhar irritado e inflexível. Eu não me arrependo de
qualquer parte do sinuoso percurso em que nosso amor nos
levou. Meu único arrependimento era que ele iria nos matar.
CAPÍTULO 1
Indo para casa
Dani
Junho/2009
—Eu não faço esse tipo de coisa, Billy. Eu acho que você
deveria me soltar. — Sua presença aqui foi uma má ideia,
fazer isso era uma má ideia.
Ele é louco.
Meu coração pulou. Será que ele já sabe sobre Billy? Ele
não podia, podia? Meu pai era onipresente, estava em todos
os lugares. Eu nunca iria escapar de seu alcance.
—Papai, eu...
1
A Pacific Coast Highway é o nome dado ao trecho da auto estrada State Route 1 ou Highway 1, a maior
estrada costeira da Califórnia, Estados Unidos, que liga as localidades de Dana Point e Oxnard na linha
costeira do sul do estado americano, famosa por cortar deslumbrantes paisagens praianas em sua
extensão.
CAPÍTULO 2
Para cima
Blaze
—Levante-se, Blaze.
Eu sorri.
—Nenhum problema.
—Eu tenho que tomar banho e ir. Preciso voltar para LA.
Calma. Eu respirei.
Porra de vida.
—Blaze.
—Sim?
—Algumas vezes.—
2
CAPÍTULO 4
Surpreso
Blaze
3
Praia Californiana.
estava muito ensolarado e isso foi bom demais para um
passeio mais curto pela interestadual.
Suspirei.
—Ok, então—, disse ele. —Você quer uma carona até o
posto de gasolina? Eu tenho certeza que há um a um par de
quilômetros abaixo da estrada aqui.
—Blaze, — eu digo.
—Blaze?
—Sim?
—Algumas vezes.
Eu balancei a cabeça.
—Há um telefone público lá, eu tenho certeza. Ou já
deve ter sinal aqui, se você quiser ligar para alguém.
Dani sorriu.
Dei de ombros.
Dani sorriu.
—Tem certeza?
Deus, ela era ainda mais linda com seu cabelo solto
assim. Eu me senti estranho sentado na frente dela. Este
lugar não parecia adequado para ela – garota rica em uma
lanchonete de merda com um motociclista sujo. Ela era
beleza, e eu era a besta.
Dani dá de ombros.
—Faculdade. Stanford.
4 1%er (abreviação do inglês de one percenter, daí o 1% + er) ou outlaw bikers. O nome veio de
uma das histórias mais manjadas do motociclismo, quando um grupo de motoqueiros fez
arruaça em uma cidadezinha e a AMA (American Motorcyclist Association) correu para dizer ao
público que 99% dos motociclistas respeitavam a lei. O pessoal da arruaça quis fazer graça com
isso e passaram a se auto intitular de 1%.
Ela sorri, condescendente.
Eu rio.
Limpei a garganta.
5
No inglês “Murder” por isso assassinato.
—Está ficando tarde—, eu digo. Era fim de tarde, e ia
ficar escuro em breve. Eu precisava pegar a estrada. —Você
está pronta para voltar?
CAPÍTULO 5
A primeira vez
Dani
Oh inferno.
—Então, — eu digo.
—Eu não vou dirigir para Los... uh, San Diego esta
noite—, eu digo. —Está começando a ficar escuro. Há um
hotel na estrada, não muito longe daqui, não me lembro o
nome, mas é o único por aqui, eu acho. Se você quiser se
juntar a mim...— Minha voz some, um convite claro.
Ele geme.
—Eu...— Ele começa a dizer algo, mas para. Eu não
podia ler a expressão em seu rosto.
Cadela.
—Sim?
—Tem um— Aham. —Um senhor que diz que está aqui
para vê-la.
Oh merda, eu penso.
Eu desligo o telefone.
—Merda.
—Sua água vai ficar fria. — Ele está perto de mim, com
a cabeça perto da minha orelha, e eu posso sentir meus
lábios inchados por seus beijos anteriores. Eu o quero.
—Quem fez isso com você? — Então ele olha para seus
dedos em meu pulso, os vergões vermelhos irritados da corda
na minha pele pálida. Seus olhos brilham, irritados, e isso me
assusta, não porque ele estava chateado comigo, mas por
causa da intensidade que queimava neles.
Eu rio.
—Cale-se e entre.
Blaze ri.
—Sim, claro.
—Dani?
—Merda.
~ Dani
Eu rio.
—Pres!
A ouço se lamentar.
—O que, você quer que eu faça, peça o RG? Ela diz que
tem dezoito anos, ela tem dezoito anos. — Mad Dog dá de
ombros. Ele sabia que eu não gostava desse tipo de merda.
Eu não poderia deixar para lá. Crescer com uma mãe viciada
e seus namorados de merda, ser espancado em um orfanato,
faz você ficar muito bravo quando via pessoas se
aproveitando de crianças. Era pessoal.
—Então eu ouvi.
Dou de ombros.
—Boceta, homem.
—Terça-feira.
—Certo.
—Nós podemos.
Eu balanço a cabeça.
—Qualquer coisa.
Mad Dog.
Guillermo interrompe.
—Dani—, eu digo.
Eu rio amargamente.
—Como assim, tudo é para o meu próprio bem? Eu
estou de saco cheio de ouvir isso. Estou de saco cheio de tudo
isso—
—Eu não quero que ele lide com isso. — Eu digo. —Eu
não voltei para casa para você matá-lo. Diga-me que você não
irá matá-lo!
—Está errado!
Ele bufa.
—Não.
Foi uma noite em que você ficou com alguém que não
conhecia. Tire-o da cabeça. Não significou nada!
—Dani, Dani—.
—É coisa demais. Você vai ter que deixar algo para trás.
Blaze suspira.
—Sério?
—Não.
—Só é velho.
Blaze acena.
Eu concordo.
Eu encolho os ombros.
—Eu imagino que tenha alguma coisa na vida que você
deve saber como fazer sozinho. — Eu amava meu clube, mas
crescendo do jeito que eu cresci, você aprende bem rápido
que guardar os planos conforme a necessidade era uma
forma de sobreviver. Esse lugar era o meu backup. Se a
merda toda desse errado, eu sempre poderia vir para cá. Eu
não tinha que confiar em ninguém mais.
—É um trabalho, querida.
Blaze assente.
Blaze dá de ombros.
—Sim, e?
—Não, você não quer, verdade? Você acha que seu pai é
algum tipo de cara inocente?
—Sou eu.
Silêncio. Então:
—Porra, cara.
—Quer dizer que ele pode nos usar para fazer o golpe, e
deixar que o contragolpe caia na merda do clube? —,
Pergunta Mad Dog. —Não faz sentido. Por que ele iria se
aproximar de nós, pedir proteção e só mencionar o acerto
mais tarde?
—Sim.
—Casa—, diz ela, rindo. —Eu tenho certeza que ele vai
para Ibiza ou qualquer outro lugar que tenha as meninas
mais quentes.
Dani ri.
—Sim, bem, mas eu dei o fora de lá, não foi? Não é como
se eu fosse voltar para ele.
Dani dá de ombros.
—Eu fui para o internato com os caras ricos
entediados—, diz ela, como se isso explicasse tudo. —Você
tem um bando de adolescentes juntos, crianças com muito
dinheiro e pais fodidos, o que você acha que acontece? Eles
tomam Adderall6, cheiram cocaína e fazem sexo a três. Você
não encontra namorados na escola. Você tem controle. Todo
mundo dorme com todo mundo. É meio difícil de ir de orgias
a uma relação de baunilha namorado-namorada na faculdade
de repente.
—Nossa.
Eu rio.
6
Medicação para TDAH com anfetaminas na sua composição.
—Sim, você com certeza é.— Eu digo sarcasticamente,
mas ela realmente estava em uma classe completamente
diferente da que eu era.
Dou de ombros.
—Eu não tenho nenhuma maneira de saber com
certeza. — Por que eu não podia dizer que tinha ficado
zangado e disse isso para machucá-la?
Não sei por que, mas continuei dizendo a ela sobre mim.
—Por quê?
Sacudi a memória.
Ela ri.
—Diga.
—Não, só imprudente.
Dou de ombros.
—Não. Eu acho que não—, diz ela. —Meu pai eu não sei,
não com certeza. Provavelmente não é nada. No ano passado,
eu contratei um detetive particular para investigar sua morte.
Meu pai sempre disse que era um rival de negócios que a
matou, mas ele não quis me dizer nada mais do que isso. Ele
apenas disse que estava cuidado disso. Eu queria respostas.
—Eu não sou tão livre quanto você pensa que eu sou.—
Eu queria impedi-la, dizer-lhe que tínhamos mais em comum
do que ela pensava. Nós dois estávamos presos de nossas
próprias maneiras. Eu amava o clube. Foi o único lugar ao
qual já pertenci, o único grupo de pessoas que me fez sentir
em uma família. Mas Mad Dog? Ele era o presidente, e tanto
quanto eu respeito à posição que ocupava e mais eu sabia
sobre ele, menos certeza tinha de pertencer aquele lugar. Ele
tinha uma veia cruel da qual não gosto, que me lembrava
daquelas crianças crescendo no reformatório, você tinha que
olhar para fora. Mad Dog era um bom homem de negócios e
tinha a melhor política ele manteve essa veia escondida a
maior parte do tempo, mas depois me deu uma pausa. Era a
mesma coisa que eu tinha visto em Guillermo. Fodendo
pessoas apenas porque elas pareciam não fazer sentido para
outras pessoas.
Ele não é bom para você. Talvez não, mas ele é tão sexy.
—Eu não sou tão livre quanto você pensa que eu sou—,
diz ele. A maneira como ele disse, com pesar, me fez pensar
que ele quis dizer isso, não que isso era besteira que estivesse
dizendo para entrar em minhas calças. Tive a sensação mais
uma vez que podíamos ser almas gêmeas depois de tudo. Era
a mesma sensação que tive quando estávamos pescando hoje
cedo, ouvi-lo falar sobre sua infância e sobre como tinha
perdido sua mãe adotiva.
—Não é como pensei que seria, até aqui com você—, diz
ele, sorrindo.
Corro minhas mãos sobre ele, sobre seu peito duro, seus
ombros, seus braços. Cada polegada, me molda ao longo de
seu corpo e me faz lembrar a última vez que o toquei no
hotel. Ele geme, o som profundo parecia arrancado das
profundezas e depois fomos tirando as roupas, e jogando-as
no chão. Tudo desapareceu quando ele me beijou, beijou meu
rosto, meu pescoço, os lugares onde Billy tinha colocado as
mãos, as contusões desbotadas agora.
—Blaze, — eu gemo.
—Dani.
—O que?
—Nós vamos ficar bem—, ele diz com sua voz grossa.
Então, me puxa para baixo em seu pênis, duro, com as mãos
na minha cintura. Ele passa as mãos em cima de mim
quando começo a o montar, ganhando impulso. Eu não me
importava com mais nada. Eu só queria estar aqui com ele.
—Dani—, diz ele. —Eu - oh, Deus, você é tão boa. — Ele
agarra a minha nuca, puxando meu cabelo, puxando minha
cabeça para ele enquanto empurrava dentro de mim mais
duro, e eu contra ele, sentindo as ondas de prazer enquanto
chegava mais perto do clímax.
Blaze sorri.
—O que?
—O número sete?
—Sim, o mais jovem. — Ele sorri.
Eu rio.
Blaze congela.
Blaze dá de ombros.
Eu rio.
—Isso é legal.
—Não caia!
Blaze geme e vejo seu rosto quando ele chega mais perto
e mais perto. Eu gosto dele, penso. Muito. Quando ele faz um
pouco de barulho grunhindo, eu sabia que ele estava perto, e
paro de segurá-lo.
—Está tudo bem—, diz ele, sua voz calma e firme. Olho
para cima para ver dois sedans negros e cinco homens
usando ternos, as armas apontadas para nós.
—Blaze?
—Sim.
—Sem conversa.
—Quem é Você?
—Não, obrigado.
—Sim, acho que foi isso que seu pai lhe disse—, diz ele.
—Mas posso lhe garantir, eu sou o irmão dele.
Benicio suspira.
Benicio assente.
—Claro—, eu digo.
Benicio assente.
—Como? — Pergunto.
—Sua mãe—, ele começa. —Seu pai esteve com ela por
um ano antes de nos apaixonarmos. Eles se casaram, e sua
mãe conheceu o lado dele que eu sabia que existia desde que
éramos crianças. Seu pai é um empresário astuto, mas ele
também é um homem cruel.
Benicio assente.
—E com uma reserva enorme de dinheiro. Nós tínhamos
canalizado milhões e milhões de dólares em contas
fantasmas. Nós havíamos dividido e ele não podia tocar a
minha parte. Essa foi provavelmente a única razão pela qual
ele não me matou quando descobriu sobre sua mãe e eu. Até
mesmo seu pai não poderia resistir a oportunidade
conquistar meio bilhão de dólares, eventualmente.
—O que, então?
—Eu não entendo. Foi um caso. Até meu pai não é tão
possessivo—, falo, embora isso estivesse me fazendo começar
a questionar. —Ele quer seu dinheiro, porque você teve um
caso com a minha mãe há vinte anos?
—Claro que não—, diz ele. —Eu queria dizer a ele que
fui libertado da prisão, não me aproximar dele como algum
tipo de covarde. Mas eu ia deixá-lo saber que ele poderia ter o
conteúdo do banco, das contas que ele queria, em troca eu
teria você.
“Mi vida”
fui. Você deve saber que eu tentei o meu melhor. Eu te protegi por
plano para fugir com você. Se você está lendo isso, então você sabe
—Escute, Mi Vida.
verdadeiro pai. Ele morreria para protegê-la, como ele faria por
mim.
corpo e alma. Este era o homem que seria o meu dono do momento
que nos conduziu. Meu único arrependimento foi que ele estava
mataria se ele descobrisse sobre Benicio e eu. Ele mataria nós dois
do outro. Tentei dizer ao meu coração que ele não poderia ser bom
quebrar você.
custo. Meu desejo para você é que você possa encontrar alguém
Mamãe
—Dani, você não sabia. Você era uma criança. Você não
tinha ideia que ele matou sua mãe. — Ele parecia tão calmo e
racional.
—Dani.
—Não.
—Eu não vou prometer que não irão para ferrar com
ele—, diz Blaze. —Ele precisa aprender a tratar as outras
pessoas. Mas não vamos matá-lo.
—Eu não sou como ele. Eu nunca vou ser como ele.
—Dani.
—É óbvio que você ama meu pau. Isso não precisa ser
dito. — Ele sorri. —Agora, é óbvio que você também me ama.
—Blaze?
Ele assente.
Benicio assente.
—Eu posso ver isso. Você olha para ela da mesma forma
que eu costumava olhar para a mãe dela. Dani é muito
parecida com a mãe, eu acho - não apenas na aparência. Sua
mãe era muito forte, apesar de tudo. Tão ardente. Você
deveria tê-la visto antes. Guillermo tirou um pouco disso
dela, antes mesmo de...— Sua voz some.
—O Inferno MC.
Eu balanço a cabeça.
—Sim.
—Eu queria que você visse o lugar, mas você não pode
ficar aqui enquanto nos reunimos. — Já tínhamos discutido
isso no carro, mas eu não sabia se ela levaria calmamente
dizer que ela não podia estar lá, especialmente desde que isto
envolvia tanto.
Eu aceno a cabeça.
Eu a beijo na testa.
8
Ok Corral era um saloon em Tombstone, Arizona, EUA, que foi o local de um breve, porém, sangrento e
lendário tiroteio em 1881. Termo frequentemente usado para lugares onde ocorrem tiroteio, brigas de
gangs.
Eu não posso evitar, de sentir uma onda de orgulho
quando Dani abre a boca, interpretando sua parte muito
bem.
Guillermo assente.
Guillermo dá de ombros.
—Ela está aqui. Ela provavelmente sabe agora.
—Ele tomou o que era meu por direito. Sua mãe. Você
sempre foi dele, não minha. Sua mãe pensou que ela poderia
simplesmente ir embora.— Eu escutei o homem que eu
sempre tinha pensado que era meu pai, o homem que eu
sempre temi que me tornaria, discursar sobre como ele tinha
razão em matá-la. Ele acabou por ser exatamente o monstro
que eu sempre soube que ele era.
—Sério?
Blaze assente.
Propriedade de Blaze
Inferno MC
—Puta merda—, eu digo. —Eu estava preocupada que
seria parecida com uma tatuagem de prisão ou algo assim.
Sem ofensa.
Picasso ri.
—Eu acho que o meu nome fica bem em você—, diz ele.
Blaze geme.
Eu rio.
Blaze geme.
—Blaze, — eu sussurro.
—Agora, me fode.
—É assim mesmo?
Eu rio.
—Você tem uma cara feia, cara. Você pode culpá-la por
pensar que você é um homem velho? — Blaze dá um gole em
sua cerveja.
9
Uma maneira ignorante de dizer "educação", acrescentando "ma" no meio.
—Qualquer garota teria a sorte de tê-lo, Axe, — Eu digo,
olhando para Blaze, que levanta as mãos em um gesto —o
que eu posso dizer?
—Fuzileiros navais.
Axe concordou.
Axe ri.
—Não é nada.
Isso foi tão bom quanto ele iria ficar para mim. Eu não
tinha ilusões de Benicio jamais tornar-se algo que ele não
era, que ele trocaria um estilo de vida criminal por um civil.
Foi o mesmo com Blaze. Eram homens fortes que sabiam
quem eles eram. Eu amava Blaze por isso, e eu respeitava
Benicio por isso. Não vou dizer que eu amava Benicio como
um pai. Nós não estávamos lá ainda, e eu não tinha certeza
se nós jamais chegaríamos lá. Mas eu respeitava-o.
Junho 2010
Eu odeio isso.
Reviro os olhos.
—É horrível, não é?
Eu rio.
Blaze dá de ombros.
—Você tem um gosto tão bom—, diz ele. Ele lambe entre
as minhas dobras, sondando. Sua língua entrando e saindo
de mim. Ele me levava ao limite e parava, em seguida,
começava tudo de novo, ele olha para mim, com sua boca
brilhando. —Diga-me que você quer que eu te faça gozar com
você usando esse vestido de casamento.
—Você não viu nada ainda, querida—, diz ele. Ele não
sai do meio das minhas pernas, fica lá, de joelhos, me
acariciando por dentro com os dedos.
—Não nesta vida—, diz ele. —Você não vai escapar tão
fácil. Estou prestes a fazer coisas ruins com você.
—Bem, eu acho que eu vou ter que provar que você está
errada—, diz Blaze. Ele tira seus dedos de dentro de mim, e
se levanta, puxando sua camiseta sobre a cabeça. Eu queria
que seus dedos ficassem dentro de mim. Claro, eu queria ele
nu e dentro de mim, mais do que eu queria seus dedos.
Então, eu estava lá, minha cabeça contra a parte de trás do
sofá, pernas abertas, olhando como se eu tivesse acabado de
me casar em Vegas no meu vestido de noiva de couro como
uma stripper.
—Vamos noivo.
—Qual é Blaze!
—Eu sei—, diz ele. —Olha o que eu fiz para você. Isso foi
só uma amostra do que estar por vir.
Reviro os olhos.
Blaze ri.
Jesus.
Bato na porta.
Porra.
Respire profundamente.
Inspira.
Porra Zen, baby.
Expira.
Eu balanço a cabeça.
Dou de ombros.
—Eu sei que você é leal ao clube, Blaze—, diz Mad Dog.
—Porque eu sei que se você não fosse, seria prejudicial para a
sua saúde. E para Dani.
—Recruta.
Ele se vira.
—Sim senhor?
Será que seu estado decadente o faria ser fiel a tudo que
Mad Dog estava planejando? Eu tinha me afastado muito ao
longo do ano passado. Eu podia confiar nele?
—Então o que?
—Quase tarde.
—O que? — Me levanto e me encosto na cabeceira da
cama. —Como diabos eu dormi até tão tarde?
Ele me ignora.
Blaze ri.
Eu sorrio.
Eu balanço a cabeça.
—Está?
Blaze ri.
—Sim, eu tenho certeza que eu iria ser atingido por um
raio se eu cruzasse a porta de uma igreja.
—Onde, então?
Sem drama.
—Quando? — Eu pergunto.
Parte de mim queria lhe dar uma surra, dizer para ele
entrar nos trilhos. A outra parte de mim pensava que ele não
tinha mais volta.
—Por que ele está trazendo isso a votação? Ele sabe que
eu vou votar contra.
—Mentira!
Merda.
Merda.
Merda.
Merda.
Tento focar na voz de Mad Dog, falando sobre a
oportunidade de nos associar ao cartel.
—Sim.
Eu o encaro.
Axe repete.
Axe dá de ombros.
Mas eu sabia.
Dani
Blaze.
Eu balanço a cabeça.
Benicio assente.
—Obrigada, Benicio.
Blaze
Eu poderia ir embora.
A porta da frente se abre, e Dani entra no quarto, indo
direto para mim, serpenteando seus braços em volta de mim.
Como ela sabia que eu não queria falar, eu só precisava
segurá-la. Ela fica ali, com o rosto enterrado no meu peito, e
eu sinto o meu ritmo cardíaco começar a voltar ao normal,
como uma espécie de simbiose estranha ou algo assim. Eu
estava absorvendo a sua energia calma. Era a minha versão
de gerenciamento da raiva.
—Camboja.
—Camboja.
Dani assente.
E casar comigo.
Esta menina, que poderia ter qualquer um, ela tinha me
escolhido.
Dani
Meu marido.
Meu marido.
Eu balanço a cabeça.
Blaze sorri.
—Isso. Exatamente.
—Tem certeza que você pode ficar longe do clube por
algum tempo? — Eu pergunto. Devo ter perguntado isso uma
centena de vezes. Ele não tinha me falado o que tinha
acontecido, mas eu sentia que algo ruim aconteceu naquele
dia, algo que tinha abalado sua fé no clube. E eu não tinha
contado a ele sobre minha impressão de Mad Dog, ou
qualquer coisa assim. Eu sei que tenho que falar, mas, eu
não quero estragar a beleza deste lugar. Estávamos longe de
tudo, com estresse zero. E eu queria que ficasse desse jeito.
Eu queria manter este lugar lindo que nós desfrutamos, essa
paz, o máximo de tempo possível.
Blaze
Foda-se Axe.