Você está na página 1de 38

1 COMPONENTES DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-

PEDAGÓGICA

1.1 FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO –


PEDAGÓGICA TURMA - PDE/2016

Título: Discutindo gênero no âmbito escolar: as nuances das


personagens femininas de Jorge Amado no contexto histórico-social
da obra Gabriela, Cravo e Canela

Autor: Lúcia Regina Martins Ferreira Kosinski

Disciplina/Área: Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Colégio Estadual Barão do Cerro Azul


Projeto e sua localização:

Município da escola: Ivaiporã – Paraná

Núcleo Regional de Ivaiporã – Paraná


Educação:

Professor Orientador: Dra. Maria Carolina de Godoy

Instituição de Ensino Superior: UEL – Universidade Estadual de


Londrina

Relação Interdisciplinar: História – Sociologia

Resumo: Este projeto pretende expor as questões de


gênero por meio das condições de vida das
personagens femininas em Jorge Amado e
suas superações, ou não, levando em
consideração o contexto histórico-social da
época de ouro do cacau e a ideologia da
dominação. Serão discutidos
encaminhamentos para que a abordagem de
gênero, por meio da literatura, se torne um
processo social no âmbito escolar e seja
considerada um meio de transformação e
mudanças contínuas entre educadores e
funcionários e, assim, propagar a questão da
valorização da mulher na sociedade. As
estratégias que serão utilizadas estão
evidenciadas numa perspectiva de ação, na
qual o processo de aprendizagem se
consolida aliado a um procedimento de
investigação teórica. Será realizada uma
pesquisa bibliográfica para compreender o
processo de construção do conhecimento por
meio da leitura e da Literatura.

Palavras-chave: Gênero; Jorge Amado; Gabriela, Cravo


e Canela

Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico


Público: Professores e funcionários

1.2 APRESENTAÇÃO

Este caderno pedagógico é uma produção didático-pedagógica, direcionado


aos professores e funcionários das Escolas Estaduais jurisdicionadas ao Núcleo
Regional de Educação de Ivaiporã – PR, em virtude do afastamento de sala de aula
do professor PDE, em 2017, por problemas de saúde. Foi selecionado por ser
composto de várias unidades didáticas, apresentar abordagem teórica e sugerir
atividades. Além disso, é centrado em conteúdos disciplinares específicos, o que
torna o projeto mais acessível ao professor.
Diante do vivenciado no dia-a-dia escolar e na sociedade, o caderno
apresenta estratégias que pretendem atender às dificuldades na abordagem das
questões de gênero, analisando as condições de vida das personagens femininas na
obra Gabriela,Cravo e Canela (1958, 2ª ed.), de Jorge Amado, partindo da literatura
até a construção das relações com a realidade, por meio de dinâmicas, leitura de
textos, filmes, músicas, poemas e situações problemas.
O tratamento das questões de gênero, por meio dessa obra, tem a intenção
de despertar nos professores/as e funcionários/as a concepção de que a escola, por
ser um local onde acontece a maioria das relações sociais e onde os jovens passam
a maior parte de sua vida, necessita desta formação. Esta temática pode e deve ser
abordada no ambiente escolar de forma natural e sem preconceitos e tabus, de
forma que contribua para a formação de uma sociedade mais justa e igualitária.
Ao conceituar a escola de hoje constituída por um público e por pedagogias
muito diferentes nas quais a maioria dos profissionais da educação foi formada, e
visualizar que existem diferenças nítidas não só nos alunos, mas também na forma
como o ensino é realizado, verifica-se que é necessário abrir espaços para diálogos
e vencer os obstáculos determinados pela época em que estamos vivendo.
Porém, mesmo com todas as mudanças na tecnologia, na informação, na
formação dos profissionais da educação, encontram-se vários resquícios de um
ensino tradicional, elitista e marginalizador. Infelizmente, tornaram-se situações
naturalizadas, visto como sempre foram abordadas e quase nunca discutidas. Uma
grande maioria de profissionais da educação tem procurado melhorar a cada dia por
meio de formação continuada.
A escola é constituída por diversidades e complexidades e o que percebemos
é que a maioria dos profissionais vem buscando formas de atualizações coerentes
com seu tempo, que forneçam o conhecimento historicamente produzido. Sendo
assim, aprofundar conhecimentos acerca das questões de gênero torna-se muito
importante no atual momento.
O cotidiano feminino, durante muito tempo, foi caracterizado pela passividade
que é uma marca que carregamos desde muito cedo, ou seja, é um destino que a
sociedade nos impõe. Não é tão simples mudar essa realidade quando o meio em
que vivemos não nos oferta muitas possibilidades. De acordo com Beauvoir (1980,
p.364) “A própria mulher reconhece que o universo em seu conjunto é masculino; os
homens modelaram-no, dirigiram-no e ainda hoje o dominam [...]”.
Apesar de o quadro escolar ter mudado bastante, algumas sociedades ainda
menosprezam os esforços realizados para acabar com o sexismo (discriminação a
um determinado gênero) existente. Há uma conformidade com o que é considerado
tradicional, ou seja, a mulher é vista como o sexo inferior e o homem, aquele que
manda. Para Louro (2007, p.119) “a construção de uma prática educativa não
sexista necessariamente terá de se fazer a partir de dentro dos jogos de poder.” É
preciso compreender as práticas educativas como parte do processo de relações
sociais e de poder.
Ao disponibilizar este estudo para professores e funcionários, oferta-se a
possibilidade de conhecimento do universo feminino da obra selecionada, em
contraste com a época atual, além de exibir o contexto histórico-social em que está
inserida; tudo sob a perspectiva de um autor considerado um dos mais famosos e
traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos.
As metodologias e recursos utilizados foram selecionados com a finalidade de
despertar nos participantes a concepção das relações do ser humano com o meio
em que vive, traçando um paralelo com a literatura desse autor que retratava a
figura feminina despindo-a de seus pudores e crenças, ou seja, a literatura de Jorge
Amado desnuda a mulher de uma forma que podemos enxerga-la sem preconceitos.
Neste contexto, os/as professores/as e funcionários/as terão a oportunidade
de repensar sobre seus conhecimentos e refletir sobre suas atitudes de forma mais
natural e igualitária e, assim, ao realizar a abordagem e/ou tratamento em sala de
aula, possam ter condições de contribuir para a formação de um adolescente/jovem
reflexivo, autônomo e crítico.
Portanto, as atividades foram abordadas e elaboradas de acordo com os
novos modos de pensar e agir da humanidade, pois a cada tempo a própria
sociedade estabelece o que é certo ou errado de acordo com o momento histórico,
político, social e econômico que está vivendo de forma com que professores/as e
funcionários/as estabeleçam novas maneiras de pensar e agir no ambiente escolar.
1.3 MATERIAL DIDÁTICO e ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

UNIDADE I – O AUTOR JORGE AMADO E SUA


LITERATURA

Figura 1 – Jorge Amado

Fonte:http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=644&evento=9

ATIVIDADE - 1

Dinâmica para reflexão e debate:


Pessoas que admiro
Fonte: AUAD, Daniela. Feminismo: que história é essa? Rio de Janeiro, RJ: Editora DP&A, 2003.

Objetivo:
Identificar as qualidades mais indicadas para ambos os gêneros de acordo com o
grande grupo.

Material:
Papel sulfite, caneta, lousa e giz escolar.

Procedimento:

1. Cada participante individualmente escreve sobre um homem e sobre uma mulher


que admira (personalidades públicas), enfatizando as qualidades da pessoa
escolhida. Também são válidos personagens de romances, filmes, novelas.
2. Em seguida, em uma lousa (para que todo grupo veja), cada participante escreve
os homens admirados e a sua descrição, de um lado, e as mulheres admiradas e
a sua descrição, de outro lado.
3. Serão tema do debate as seguintes questões:

Quais as qualidades mais indicadas para os homens

admirados e por quê? Quais as qualidades mais

indicadas para as mulheres admiradas e por quê?

ATIVIDADE - 2

Dinâmica:
Leitura de texto e apresentação de vídeo

Objetivo:
Aprofundar o conhecimento sobre o autor, suas convicções e a importância de sua
obra para a literatura brasileira.

Vídeo:
Jorge Amado fala sobre o povo brasileiro
https://www.youtube.com/watch?v=7nbMDJImr0o

Neste vídeo Jorge Amado fala da opressão ao povo brasileiro e seu otimismo em
relação ao Brasil, mesmo nos momentos de maior dificuldade. Segundo ele, “o povo
brasileiro é tão forte que é capaz de viver, lutar e fazer festa, em um país onde se é
tão sacrificado.”

Texto:
CALIXTO FERNANDES, Carolina. Jorge Amado e a identidade nacional –
Diálogos político-culturais. Niterói: UFF, 2011. 171 págs. Dissertação de mestrado –
Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense,
Niterói, 2011. P. 14 – 42.

O texto em questão foi selecionado por tratar, a partir da página 14, capítulo 1 – A
celebração de um mito, do processo que levou à socialização da imagem de Jorge
Amado como intérprete e ícone de uma brasilidade popular e mestiça. É necessário
oportunizar leitura sobre o autor para que o público alvo deste trabalho possa
transmitir o conhecimento indispensável ao aluno.

Na sequência, após a leitura, promover um debate para análise


e discussões acerca da temática, do vídeo e do texto
apresentados.
UNIDADE II - A OBRA
GABRIELA, CRAVO
E CANELA

ATIVIDADE

Dinâmica:
Leitura de textos e apresentação de vídeos.

Objetivo:
Aprofundar o conhecimento sobre a obra Gabriela, Cravo e Canela e verificar a
construção da personagem Gabriela.

Vídeos:
Os vídeos abaixo retratam cenas do filme (1983) e da novela (2012) inspirados na
obra de Jorge Amado, além de exibir uma reportagem em que o próprio autor
descreve sua criação (1988). Os conteúdos auxiliarão no planejamento de novas
formas de abordagem/tratamento das questões relacionadas ao tema.

Reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, sobre o


romance Gabriela, Cravo e Canela de Jorge Amado (1988).
https://www.youtube.com/watch?v=6UDNrmhjIJM
Cenas de Sônia Braga, como Gabriela, no filme de 1983.
https://www.youtube.com/watch?v=3nL4TjgjOqM

Cena de Juliana Paes – novela de 2012.


https://www.youtube.com/watch?v=wpFnYSE2dGY

Textos:
No artigo de Carolina Fernandes, a partir da página 98, encontramos uma descrição
do que foi o romance Gabriela, sendo um verdadeiro sucesso de público e crítica.
Em entrevista, Amado afirmou que ao elaborar a personagem Gabriela, procurou
“criar uma mulher que fosse símbolo da mulher brasileira.”

1. CALIXTO FERNANDES, Carolina. Jorge Amado e a identidade nacional –


Diálogos político-culturais. Niterói: UFF, 2011. 171 f. Dissertação de mestrado –
Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense,
Niterói, 2011. P. 98 – 123.

“Modinha para Gabriela” foi incorporada neste trabalho porque, por meio de poesia e
música, também podemos compreender como foi a existência da personagem. É
preciso oportunizar ao aluno diferentes formas de apresentação de um conteúdo.

2. Letra e música “Modinha para Gabriela”, de Dorival Caymmi, interpretada por Gal
Costa.
https://som13.com.br/gal-costa/gabriela-cravo-e-canela

Identifique e escreva a ideia central do texto


(letra da música). Destaque o verso ou estrofe
que mais lhe chama a atenção e justifique sua
resposta.

Após as questões serem respondidas, sugere-se a formação de um grande grupo


para a socialização e discussão das respostas.

UNIDADE III – O GÊNERO FEMININO


Figura 2 – Turma da USP

Fonte: http://www.usp.br/espacoaberto/?p=6395

ATIVIDADE - 1

Dinâmica para reflexão e debate:


A história de João e Joana
Fonte: AUAD, Daniela. Feminismo: que história é essa? Rio de Janeiro, RJ: Editora DP&A, 2003.

Objetivo:
Discutir as diferenças e semelhanças entre os gêneros, e os papéis e as conquistas
atribuídas a eles.

Material:
Bola, sulfite e caneta.

Procedimentos:

1. As pessoas participantes devem formar um círculo e criar histórias de vida,


biografias, de duas pessoas imaginárias, primeiro Joana e depois João.
2. Com uma bola, alguém do grupo começará contando como foi o nascimento de
Joana. Em seguida, essa pessoa jogará a bola rapidamente para outra(o)
participante, que deverá descrever a infância de Joana. A bola deve ir sendo
jogada no círculo, e as pessoas devem descrever as atividades que Joana
desempenhou em sua vida, seus desejos, seus sonhos, suas possíveis
conquistas e fracassos. Finalmente, alguém deverá contar o modo como Joana
morreu.
3. O grupo deve repetir o jogo e criar a vida de João.
4. Enquanto as pessoas falam, alguém de fora do círculo deve anotar os elementos
importantes das vidas de Joana e de João para debater posteriormente.
5. A pessoa responsável por anotar deve apresentar para o grupo as vidas de Joana
e João.

Ao final da dinâmica, discutir as diferenças e semelhanças, os papéis e as


conquistas que foram atribuídos a Joana e a João.

ATIVIDADE - 2

Dinâmica:
Leitura de textos

Objetivo:
Aprofundar os conhecimentos acerca das relações de gênero e suas origens.

Texto 1:
Neste texto, páginas 129 a 142, Amílcar Filho nos apresenta uma explanação sobre
a importância dos estudos de gênero para a história, recuperando algumas de suas
principais discussões e revendo o seu aparecimento na historiografia da segunda
metade do século XX. É importante exibir essa evolução histórica sobre as questões
de gênero.

TORRÃO FILHO, Amílcar. Uma questão de gênero: onde o masculino e o feminino


se cruzam. Campinas: IFCH-UNICAMP, 2004. Tese de doutorado-IFCH-UNICAMP
História, Campinas-SP, 2004. P. 129-142.

Texto 2:
SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. As origens do conceito de gênero. In:
________. Gênero, patriarcado, violência. 2ª reimp. São Paulo, SP: Editora
Fundação Perseu Abramo, 2004. P. 107-113.

A autora Iara Saffioti retrata, nas páginas 107 a 113 que, diferentemente do que se
pensa, não foi uma mulher a formuladora do conceito de gênero. Faz-se necessário
expor as origens desta concepção para que se compreenda todo o processo que
envolve a questão.

Após a leitura dos textos, solicitar aos participantes que retirem e anotem
os pontos que considerarem mais importantes em relação ao tema, para
socializarem.

ATIVIDADE - 3

Dinâmica:
Apresentação de vídeo.

Objetivo:
Discutir as possibilidades de uso do filme em sala de aula e suas justificativas com
os/as participantes
Vídeo:
Filme: Acorda, Raimundo... Acorda!

Ficha técnica:
Ano de produção – 1990
Duração – 16 minutos
Gênero – comédia/drama/família
País de origem – Brasil
Elenco – Eliane Giardini (Marta) e Paulo Betti (Raimundo)
Essa escolha se deu levando em consideração que o filme trata das relações de
gênero e papéis que a sociedade impõe para ambos os sexos, o que percebemos
claramente em Gabriela, Cravo e Canela. Na obra temos personagens femininas
frustradas com a vida que levam. Por outro lado, encontramos mulheres que se
rebelam contra seus pais/maridos.

Sinopse: E se as mulheres saíssem para o trabalho enquanto os


homens cuidassem dos afazeres domésticos? Essa é a história de
Marta e Raimundo, uma família operária, seus conflitos familiares e o
machismo, vividos num mundo onde tudo acontece ao contrário.
https://www.youtube.com/watch?v=HvQaqcYQyxU

UNIDADE IV – O GÊNERO E
AS PERSONAGENS
FEMININAS DA OBRA
GABRIELA, CRAVO E
CANELA
ATIVIDADE

Dinâmica:
Leitura de texto e apresentação de recortes de telenovela.

Objetivo:
Relacionar as questões de gênero e submissão com as personagens femininas da
obra estudada.

Apresentando as personagens:
Fonte: AMADO, Jorge. Gabriela, Cravo e Canela: crônica de uma cidade do interior. 2ª ed. São Paulo, SP:
Editora Companhia das Letras, 2012.

No início da narrativa encontramos a personagem Sinhazinha vivendo um casamento com


um coronel, sendo subjugada, numa relação de submissão e servidão sexual. Esta
personagem se entrega a um relacionamento clandestino com um homem estudado, de fora
da cidade e mais jovem. Isso tudo, somado à traição, leva o marido a assassinar os
amantes.
Em outro cenário, encontramos a estudante Malvina, filha de coronel, mas com ideias
liberais. Não aceita as imposições à mulher na sociedade de seu tempo. Quando a
personagem se apaixona por um engenheiro forasteiro, casado é enviada ao colégio interno,
em Salvador. Logo foge e vai para São Paulo trabalhar e estudar por conta própria.
A personagem Olga é ciumenta, muito faladeira, casada com o filho mulherengo do coronel
mais respeitado da história e, apesar de estar fora dos padrões de beleza que a sociedade
impõe, sua autoestima é elevada, fazendo com que acredite na fidelidade do marido.
A filha de Olga, Gerusa, é a neta preferida do coronel. Moça romântica, bonita e delicada,
mas que enfrentará a ira do avô para viver um grande amor.
A história conta, também, com a personagem Glória, uma prostituta, que vive como amante
de coronel. Proibida de sair de casa para que ninguém a veja costuma passar os dias na
janela observando o movimento da rua para se distrair.
Por fim, a protagonista das protagonistas: Gabriela. Retirante que chega a Ilhéus fugindo da
seca e vai trabalhar na casa do “turco'' Nacib. Não passará muito tempo antes que ele se
apaixone pela liberdade, beleza e sensualidade dessa emigrante sertaneja e mais cedo
ainda perceberá o fascínio que ela desperta em todos que dela se aproximam. É criticada
pelas mulheres da sociedade, mas ao mesmo tempo invejada por elas. Não é mulher de
relacionamentos mais sérios, como o casamento, porque se sente encarcerada. A traição na
sua relação com Nacib ocorre devido a este fato.

Texto:

Nas páginas 9 a 33 da obra abaixo, nos deparamos com um quadro que retrata o
papel feminino, casamento, família, tradição e história. Ao traçarmos um paralelo
com Gabriela, notamos que as figuras femininas do exemplar de Jorge Amado se
encaixam perfeitamente nas questões levantadas por Mary Del Priore, quando
analisamos as relações entre elas e os itens citados.

PRIORE, Mary Del. Da mulher na família à família da mulher. In: ________ .


Histórias e conversas de mulher: amor, sexo, casamento e trabalho em mais de
200 anos de história. 2ª ed. São Paulo, SP: Editora Planeta, 2014. P. 9-33.

Vídeos:
Todos os recortes abaixo fazem parte da novela Gabriela, Cravo e Canela,
apresentada pela Rede Globo de Televisão, no ano de 2012 e exemplificam muito
bem qual foi a intenção de Jorge Amado ao construir as figuras femininas de
Gabriela. Durante as apresentações poderão ser realizadas interferências por parte
da professora e/ou dos alunos.

O coronel e a frase “Vou lhe usar”


http://globotv.globo.com/rede-globo/memoria-
globo/v/gabriela-2a-versao-hoje-eu-vou-lhe-
usar/3496827/

A morte de Sinhazinha e o amante


https://globoplay.globo.com/v/2078762/
Nacib tenta fazer de Gabriela uma “dama”

https://globoplay.globo.com/v/2117769/

Nacib repreende Gabriela por brincar com as


crianças.
https://globoplay.globo.com/v/2091794/

Gabriela se entristece com as proibições de Nacib.


https://globoplay.globo.com/v/2157618/

Nacib flagra Gabriela com outro.

https://globoplay.globo.com/v/2163447/

https://globoplay.globo.com/v/2169021/

Nacib vê Gabriela brincando

https://globoplay.globo.com/v/2174935/
Nacib perdoa Gabriela

https://globoplay.globo.com/v/2211106/

Gloria e o coronel
https://globoplay.globo.com/v/2101042/

Malvina é agredida pelo pai coronel

https://globoplay.globo.com/v/2089886

Mãe flagra Gerusa

https://globoplay.globo.com/v/2111769/

Olga acusa Fabiana de seduzir o marido

https://globoplay.globo.com/v/2136670/
UNIDADE V – O FEMINISMO NA
HISTÓRIA

ATIVIDADE - 1

Dinâmica para reflexão e debate:


Fonte: AUAD, Daniela. Feminismo: que história é essa? Rio de Janeiro, RJ: Editora DP&A, 2003.]]

Letra e música “Mulheres do Brasil”, escrita e interpretada por Joyce.


https://www.youtube.com/watch?v=lRo01i0H8BE

Objetivo:
Verificar a distinção de gênero, cor, raça e etnia.

Material:
Livros de História (Geral e do Brasil) e jornais.

Apresentar as seguintes questões:


1. Quais mulheres aparecem nos livros de História como figuras importantes e
realizadoras de grandes feitos?
2. Das mulheres que aparecem nesses livros, quantas e quais são negras, brancas,
indígenas e orientais?
3. Ao fazer a leitura de um jornal, quantas mulheres e quantos homens aparecem
nas notícias? De quais assuntos tratam as notícias em que estão os homens? De
quais assuntos tratam as notícias em que estão as mulheres?
4. Você sabe quantas mulheres em sua cidade são vereadoras e quantas são
deputadas em seu estado?

Após as questões serem respondidas,


sugere-se a formação de um grande
grupo para a socialização e discussão
das respostas.

ATIVIDADE - 2

Dinâmica:
Leitura de textos e apresentação de um vídeo.

Objetivo:
Aprofundar conhecimentos sobre o feminismo, os direitos da mulher e sua história.

Textos e vídeo:
Os textos selecionados para esta atividade foram retirados da obra de Daniela Auad,
“Feminismo: que história é essa?”. São capítulos que nos mostram bem como o
feminismo foi e é importante para a sociedade. E, principalmente, desfaz a ideia do
mito da mulher feminista. Temos personagens femininas em Gabriela que
apresentam uma necessidade de abraçar o feminismo e se livrar da opressão do pai
ou do marido. Já o vídeo é uma volta à idade da pedra, mas com a personagem
Vilma se rebelando contra o marido Fred Flintston.
AUAD, Daniela. E Deus criou a mulher... In: __________.
Feminismo: que história é essa? Rio de Janeiro, RJ:
Editora DP&A, 2003. P. 17-19.

AUAD, Daniela. Revisitando Pedrita e Bam-Bam, em “Os


Flintstones” – Em busca do elo perdido da submissão
feminina. In: __________. Feminismo: que história é
essa? Rio de Janeiro, RJ: Editora DP&A, 2003. P. 21-23.

Os Flintstones – 1ª temporada (1960-1966)


https://www.youtube.com/watch?v=T2Xgiuz5BzA

AUAD, Daniela. Entre santas e bruxas – a dificuldade


de ser mulher na Idade Média. In: __________.
Feminismo: que história é essa? Rio de Janeiro, RJ:
Editora DP&A, 2003. P. 33-37.
AUAD, Daniela. Burguesas e socialistas – diferentes
feminismos para diferentes mulheres. In:
__________. Feminismo: que história é essa? Rio
de Janeiro, RJ: Editora DP&A, 2003. P. 61-65.

ATIVIDADE - 3

Dinâmica:
Questões para reflexão e debate

Objetivo:
Refletir sobre o conteúdo apresentado nesta unidade.

Texto:
Fonte: AUAD, Daniela. Feminismo: que história é essa? Rio de Janeiro, RJ: Editora DP&A, 2003.

Trecho do editorial da edição nº 1 do Jornal “Nós Mulheres”, publicado no Brasil em


1976, e que teve o seu primeiro número financiado pela cantora Elis Regina, falecida
em 19 de janeiro de 1982.

Achamos que nós mulheres devemos lutar para que possamos nos preparar, tanto
quanto os homens, para enfrentar a vida. Para que tenhamos o direito à realização.
Para que ganhemos salários iguais fazendo trabalhos iguais. Para que a sociedade
como um todo reconheça que nossos filhos são a geração do amanhã e que o
cuidado deles é um dever de todos e não só das mulheres. É possível que nos
perguntem: “Mas se as mulheres querem tudo isto, quem vai cuidar da casa e dos
filhos?”. Nós responderemos: o trabalho doméstico e o cuidado dos filhos é um
trabalho necessário, pois ninguém como comida crua, anda sujo ou pode deixar os
filhos abandonados. Queremos, portanto, boas creches e escolas para os nossos
filhos, lavanderias coletivas e restaurantes a preços populares para que possamos
junto com os homens assumir as responsabilidades da sociedade. Queremos
também que nossos companheiros reconheçam que a casa em que moramos e que
os filhos que temos são deles e que eles devem assumir conosco as
responsabilidades caseiras. Nossa luta é por torna-las sociais. Mas não é só, Nós,
mulheres, queremos junto com os homens, lutar por uma sociedade mais justa, onde
todos possam comer, estudar, trabalhar em atividades dignas, se divertir, ter onde
morar, ter o que vestir e o que calçar. E, por isso, não separamos a luta da mulher da
de todos, homens e mulheres, pela sua emancipação.

 Das reivindicações expostas, quais foram plenamente alcançadas?


 Como e por quem os trabalhos domésticos e o cuidado com as crianças têm sido
feitos nas famílias conhecidas por você?
 No mercado de trabalho, as mulheres são tratadas com dignidade ou sofrem
discriminações e explorações específicas pelo fato de serem mulheres?

Sugestão:

Pesquisar dados sobre as


distinções entre o tratamento
dado à profissional feminina
e ao profissional masculino.

UNIDADE VI – A MULHER E O
PATRIARCADO
ATIVIDADE - 1

Dinâmica:
Leitura de textos.

Objetivo:
Aprofundar o conhecimento sobre gênero e verificar a origem da submissão
feminina.

Textos:
Os textos em questão (abaixo) expõem os conceitos de gênero e patriarcado
mostrando que o caráter masculino do contrato social é um tratado entre homens,
cujo objeto são as mulheres. Em Gabriela, as personagens femininas são tratadas
como posse, meros instrumentos de prazer sexual, cozinheiras, empregadas do lar,
etc.

SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. O conceito de patriarcado. In: ________.


Gênero, patriarcado, violência. 2ª reimp. São Paulo, SP: Editora Fundação Perseu
Abramo, 2004. P. 53-62.

SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. Gênero e patriarcado. In: ________. Gênero,


patriarcado, violência. 2ª reimp. São Paulo, SP: Editora Fundação Perseu Abramo,
2004. P.118-123.

ATIVIDADE - 2

Dinâmica:
Apresentação de recorte de telenovela.

Objetivo:
Relacionar o conteúdo às personagens femininas de Gabriela, Cravo e Canela.
Vídeos:
Os recortes da telenovela baseada na obra de Jorge Amado apontam como
acontece a relação de gênero e patriarcado, expondo uma sociedade machista e
sexista.

Dona Sinhazinha e coronel Jesuíno

https://www.youtube.com/watch?v=8UruP0t7AgE

Coronel Melk e a filha Malvina

https://globoplay.globo.com/v/2181208/

Lindinalva e o noivo Berto

https://globoplay.globo.com/v/2045849/

Sugestão: Após assistir aos vídeos e ler os textos da atividade 1, realizar uma
exposição oral dialogada acerca das relações de gênero e patriarcado.

ATIVIDADE - 3
Dinâmica:
Descontruindo o texto machista.

Objetivo:
Mostrar como funciona o machismo e a submissão, e como isto pode ser
desconstruído.

Texto:
Fonte: DOLORES. Guia da esposa perfeita. Disponível em:
http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/01/guia-da-esposa-perfeita.html. Acesso em: 03 Nov. de 2016.

A melhor qualidade do passado é nos mostrar como mudamos, que rumos tomamos
e se essas coisas foram boas ou não. Em maio de 1955, a revista Housekeeping
Monthly publicou um artigo chamado “o guia da esposa perfeita”, que ditava o que
a mulher deveria fazer para ser boa com seu marido e filhos. Pode ser até difícil de
acreditar nessas “regras” hoje em dia, mas ainda assim é interessante olhar para o
passado e ver como nossa mentalidade continua a mudar.

11 regras para manter o marido feliz

1. Faça um delicioso jantar para receber seu esposo depois de um dia de trabalho;
2. Descanse 5 minutos antes de ele chegar, para que possa encontra-la relaxada e “fresca”;
3. Seja doce e interessante afinal, uma de suas obrigações é distraí-lo;
4. Arrume a casa e dê uma última olhada para ver se tudo está no devido lugar;
5. Faça com que ele se sinta no paraíso: crie um clima bom afinal, cuidando dele, você
também ficará bem;
6. Prepare as crianças, arrume-as para recebê-lo;
7. Minimize os ruídos, desligue os aparelhos domésticos;
8. Procure mostrar-se feliz afinal, sua felicidade é a recompensa por seu esforço diário;
9. Escute seu esposo, deixe-o contar sobre o dia dele;
10. Coloque-se no lugar dele e deixe-o divertir-se sem você afinal, ele merece;
11. Não se queixe, não o sature com seus problemas insignificantes;

EXTRA: Deixe-o sentar-se, arrume a almofada para ele, sirva-lhe uma bebida e fale com
voz suave.
Dica: “UMA BOA ESPOSA SEMPRE SABE QUAL É O SEU LUGAR!”

Após a leitura do texto acima, divida a turma em grupos para


que sejam escritas as “11 regras para o casal ser feliz”. Depois,
os grupos devem socializar suas repostas.

UNIDADE VII – A
MULHER E A
ATUALIDADE

ATIVIDADE - 1

Dinâmica:
Leitura de textos de revista.

Objetivo:
Situar o pensamento da mulher feminista e do homem no momento atual.

Textos:
A revista adotada para esta atividade exibe assuntos muito atuais ao publicar
matérias que tratam de temas como o feminismo, o machismo e as questões de
comportamento.

PIRES, Cléo. Cléo Pires contra o machismo. Revista Marie Claire, São Paulo,
edição 304, P. 52-56, jul.2016. Entrevista concedida a Inês Garçoni e Mariana
Amaro.

ANGELO, Lu. Em busca do hétero perdido. Revista Marie Claire, São Paulo,
edição 304, P. 76-80, jul. 2016. Comportamento.

Formar um grande círculo para leitura e


discussão das matérias da revista

Sugestão

ATIVIDADE - 2

Dinâmica:
Leitura de contos às avessas.

Objetivo:
Relacionar os contos de fadas com os contos feministas.

Textos:
Fonte: CRUZ, Toninho. Contos feministas. Disponível em: https://toninhocruz.blogspot.com.br/2010/12/contos-
feministas.html. Acesso em: 10 de nov. de 2016.
1º Conto
Era uma vez uma linda moça que perguntou a um lindo rapaz:
Você quer casar comigo?
Ele respondeu: Não!
E a moça viveu feliz para sempre, foi viajar, fez compras, conheceu muitos outros
rapazes, visitou muitos lugares, foi morar na praia, comprou outro carro, mobiliou sua
casa, sempre estava sorrindo e de bom humor, nunca lhe faltava nada, bebia cerveja
com as amigas sempre que estava com vontade e ninguém mandava nela.
O rapaz ficou barrigudo, careca, o pinto caiu, a bunda murchou, ficou sozinho e
pobre, pois não se constrói nada sem uma MULHER.

2º Conto
Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa independente e cheia de
autoestima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o
maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas,
se deparou com uma rã.
Então, a rã pulou para o seu colo e disse:
Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito, mas uma bruxa má lançou-me um
encanto e eu transformei- me nesta rã asquerosa.
Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e
poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo.
A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias
as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre...
E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à saute, acompanhadas de
um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e
pensava:
Nem fo...den...do.

Escolher um conto de fadas e “transformá-


Sugestão: lo” em um conto feminista

ATIVIDADE - 3
Dinâmica:
Apresentação de vídeo.

Objetivo:
Apresentar a história da mulher no decorrer dos tempos.

Vídeo:
Este documentário, organizado por alunos do curso de História da Universidade
Estadual de Ponta Grossa (2009), apresenta breve história das mulheres no
ocidente, descrevendo suas lutas em favor de seus direitos. Interessante
observarmos a evolução da personagem Gabriela, na obra de Jorge Amado, que
tem um final feliz, no sentido de viver como sempre quis: ao lado do homem que
ama, porém sem “amarras” e livre como um passarinho para fazer tudo o que tem
vontade, sem dar explicações de seus atos à sociedade.

História das mulheres

https://www.youtube.com/watch?v=_PJ0zyTF414

UNIDADE VIII – A VIOLÊNCIA CONTRA A


MULHER
ATIVIDADE - 1

Dinâmica:
Leitura de textos.

Objetivo:
Refletir sobre os casos de violência contra a mulher brasileira e suas constantes
lutas no dia a dia.

Textos:
Os textos em destaque nesta unidade tratam da violência e abuso contra a figura
feminina. Embora muitos avanços tenham sido alcançados com a Lei Maria da
Penha (Lei nº 11.340/2006), ainda assim, hoje, são contabilizados 4,8 assassinatos
a cada 100 mil mulheres, número que coloca o Brasil no 5º lugar no ranking de
países nesse tipo de crime. Esta violência está presente na obra Gabriela, Cravo e
Canela nos momentos em que os homens são contrariados, quando eles não são
bem servidos, são abandonados ou pelo simples fato de sentirem vontade de
mostrar que são os donos das mulheres e, portanto, podem tudo.

AUAD, Daniela. Sandras e Patrícias – a violência contra a mulher no Brasil. In:


__________. Feminismo: que história é essa? Rio de Janeiro, RJ: Editora DP&A,
2003. P. 77- 82.

NEVES, Maria Laura. Estupro de gangue. Revista Marie Claire, São Paulo, edição
304, P. 60-64, jul. 2016. Sociedade.

PASINATO, Wânia. “Femicídios” e a morte de mulheres no Brasil. Periódicos


Sistema de Bibliotecas da Unicamp. Cadernos Pagu. Campinas, SP: Unicamp, nº
37, 2011.

ATIVIDADE - 2
Dinâmica:
Apresentação de vídeos.

Objetivo:
Apresentar a realidade sobre a violência contra a mulher, traçando um paralelo com
a obra Gabriela, Cravo e Canela.

Procedimento:
 Assistir aos vídeos;
 Abrir espaço para discussão sobre a violência sofrida pelo gênero feminino.

Vídeos:
A violência contra mulheres e meninas é uma grave violação dos direitos humanos e
não tem consequências negativas apenas para as figuras femininas, mas também
para suas famílias, para a comunidade e para o país em geral. Nos vídeos que
seguem, são apresentados os tipos mais comuns de agressões sofridas, que vão
desde palavras que torturam, passando por dores físicas, sexuais e mentais, até a
morte.

Programa Fantástico – Violência contra a mulher


https://www.youtube.com/watch?v=rxm3tufdXvQ

Pai, me ajude: Nasci menina


https://www.youtube.com/watch?v=Y9WPEZYhEuo
Programa A Liga – Violência doméstica – parte 1
https://www.youtube.com/watch?v=Ud6eOxtpiLg

Programa A Liga – Violência doméstica – parte 2


https://www.youtube.com/watch?v=pMOa1zXq5FU

Sátira de contos de fadas


https://www.youtube.com/watch?v=Z6qNIcSFgBA

ATIVIDADE - 3

Dinâmica:
Trabalhar com as frases que as pessoas utilizam em seu dia a dia (popular).

Objetivo:
Identificar a diferença do discurso entre os gêneros.

Procedimento:

1. Dividir os participantes em dois grupos:


A) frases machistas
B) frases feministas
2. Distribuir aos grupos as frases abaixo:

FRASES FEMINISTAS

 Somos as netas das bruxas que vocês não conseguiram queimar.


 Será que posso andar sem medo, à noite, sozinha? A rua também é minha.
 Feminismo é uma ideia radical de que mulheres são gente.
 Quem ri por último é porque sofreu por mais tempo.
 Estupro é sobre violência, não sexo. Se uma pessoa te bate com uma pá, você
não chama isso de jardinagem.
 A única pessoa que pode te fazer feliz é você mesma, mulher! Empodere-se!
Ame-se! Faça revolução!
 Não ensine mulheres como não ser estupradas. Ensine homens a não estuprar.
 Mulher bonita é a que luta.
 E se não tiver outra vida, essa você viveu?
 Eu não posso ser a mulher da sua vida porque já sou a mulher da minha.
 Não é que eu te esqueci, eu te saquei.
 Um homem sem camisa:
( ) Está com calor
( ) Vai jogar bola

( X ) Quer ser estuprado, é claro

FRASES MACHISTAS

 Se ela saiu com essa saia na rua é porque queria ser assediada.
 Mulheres são muito emotivas, por isso perdem a razão mais facilmente.
 A única coisa que mulher sabe pilotar bem é o fogão.
 Você até que é bem inteligente para uma mulher.
 Mulher que diz „não‟ para mim está só se fazendo de difícil.
 Na verdade, toda mulher gosta de um cafajeste.
 Uma mulher só fica completa quando casa e tem filhos.
 Está nervosa por quê? Está na TPM?
 Ela não quis ficar comigo, então provavelmente é lésbica.
 Ela é brava assim porque é mal-amada.
 Mulher que vai para cama no primeiro encontro não serve para casar.
 Não tem problema a mulher trabalhar fora, desde que não atrapalhe nas tarefas
domésticas.
3. Solicitar aos grupos, após a leitura, que realizem um debate.
4. A ideia central é discutir com o aluno sobre o quanto essas frases ditas no dia
a dia podem representar a personalidade de cada um.

PARA REFLETIR

Evolução das mulheres


https://www.youtube.com/
watch?v=IEusYw9pSWw
1.4 BIBLIOGRAFIA

AMADO, Jorge. Gabriela, Cravo e Canela: crônica de uma cidade do interior. 2ª


ed. São Paulo, SP: Editora Companhia das Letras, 2012.

AUAD, Daniela. Feminismo: que história é essa? Rio de Janeiro, RJ: Editora
DP&A, 2003.

BEAUVOIR, Simone de. Tradução de Sérgio Milliet. O segundo sexo. Rio de


Janeiro, RJ: Editora Nova Fronteira, 1980.

BRUSCHINI, Cristina; COSTA, Albertina de Oliveira (Orgs.). Uma questão de


gênero. Rio de Janeiro, RJ: Editora Rosa dos Tempos, 1992.

CALIXTO FERNANDES, Carolina. Jorge Amado e a identidade nacional –


Diálogos político-culturais. Niterói: UFF, 2011. 171 págs. Dissertação de mestrado –
Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense,
Niterói, 2011.

CRUZ, Toninho. Contos feministas. Disponível em:


https://toninhocruz.blogspot.com.br/2010/12/contos-feministas.html. Acesso em: 10
de novembro de 2016.

DOLORES. Guia da esposa perfeita. Disponível em:


http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/01/guia-da-esposa-perfeita.html.
Acesso em: 03 Nov. de 2016.

FUNDAÇÃO CASA DE JORGE AMADO. Biografia de Jorge Amado. Disponível


em: http://www.jorgeamado.org.br/?page_id=75. Acesso em: 03 de julho de 2016.

GONÇALVES, Andréa Lisly. História & Gênero. Belo Horizonte, MG: Autêntica,
2006.
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-
estruturalista. 9ª ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2007.

PASINATO, Wânia. “Femicídios” e a morte de mulheres no Brasil. Periódicos


Sistema de Bibliotecas da Unicamp. Cadernos Pagu. Campinas, SP: Unicamp, nº
37, 2011.

PRIORE, Mary Del. Histórias e conversas de mulher: amor, sexo, casamento e


trabalho em Mais de 200 anos de história. 2ª ed. São Paulo, SP: Editora Planeta,
2014.

PRIORE, Mary Del (Org.). História das mulheres no Brasil. 2ª ed. São Paulo, SP:
Editora Contexto, 1997.

Revista Marie Claire, São Paulo, edição 304, jul. 2016.

SAFFIOTI, Iara Bongiovani. Gênero, patriarcado, violência. 2ª reimp. São Paulo,


SP: Editora Fundação Perseu Abramo, 2004.

TORRÃO FILHO, Amílcar. Uma questão de gênero: onde o masculino e o feminino


se cruzam. Campinas: IFCH-UNICAMP, 2004. Tese de doutorado-IFCH-UNICAMP
História, Campinas-SP, 2004.

Você também pode gostar