Você está na página 1de 39

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

Luciana Garagnani de Oliveira

UNIDADE DIDÁTICA DE HISTÓRIA


Gênero e sexualidade na perspectiva da diversidade sexual.

CURITIBA
2016
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

Luciana Garagnani de Oliveira

UNIDADE DIDÁTICA DE HISTÓRIA


Gênero e sexualidade na perspectiva da diversidade sexual.

Material Didático-Pedagógico – Unidade


Didática apresentado ao Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE da
Secretaria Estadual de Educação do
Paraná – SEED.

Orientadora: Prof. Ana Claudia Urban

CURITIBA
2016
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título: Gênero e Sexualidade na Perspectiva da Diversidade Sexual

Autor Luciana Garagnani de Oliveira


Disciplina/Área História
Escola de Colégio Estadual Presidente Abraham Lincoln
Implementação R. Zacarias de Paula Xavier, 561 - Centro,
do Projeto e sua Colombo - PR, 83414-000
localização
Município da escola Colombo-Pr
Núcleo Regional
de Educação Área Metropolitana Norte
Professor Orientador Ana Claudia Urban
Instituição de
Ensino Superior Universidade Federal do Paraná
Esta Unidade Didática foi realizada com a intenção
Resumo de produzir subsidio para os docentes buscando
uma mudança de olhar para as questões de gênero
e sexualidade na perspectiva da diversidade
sexual, no cotidiano escolar do Colégio Presidente
Abraham Lincoln. Quanto à temática, esta
Unidade tem dentre outros, o objetivo de promover
o debate e apresentar propostas de atividades para
a busca de respostas a problemas vivenciados na
escola e na sociedade. Na perspectiva de
contribuir para essa discussão, a proposta é uma
metodologia que busca através de uma
fundamentação e de suas atividades elaborar um
conjunto de ações para auxiliar o trabalho em sala
de aula e articular o pensar sobre a temática,
aguçando então o olhar discente em relação a esse
processo.
Palavras-chave Sexualidade, gênero, Identidade de gênero,
orientação sexual.
Formato do
Material Didático Unidade Didática
Público Alvo Professores do Ensino Médio
APRESENTAÇÃO

Esta unidade didática apresenta conceitos gerais acerca das relações de


gênero, sexualidade e diversidade sexual. Ela foi elaborada especialmente para
Professores e Professoras das diversas disciplinas escolares do Ensino Médio da
rede pública de ensino, e propõe-se a explicitar algumas noções acerca da
sexualidade. Por isso, antes de qualquer coisa, solicitamos às/aos colegas que se
dispam, previamente, de seus preconceitos e compreendam que, primeiramente,
estaremos tratando de questões que envolvem diretamente pessoas.
Não temos a pretensão de esgotar as possibilidades de pensar sobre a
prática pedagógica de Professores e Professoras ao se tratar da sexualidade e suas
vertentes, e sim, subsidiar teoricamente e dar indicativos sobre essa prática que
podem suscitar outras reflexões, posicionamentos teóricos-metodológicos e
possibilidades de encaminhamentos pedagógicos em cada realidade escolar.
É um material de escrita simples, mas com consistência teórica que servirá
como um dos suportes e recursos didáticos para os professores.
O trabalho com o tema sexualidade/diversidade sexual é um dos desafios
mais instigantes para todos os professores e professoras das diversas áreas do
conhecimento e é colocado pelas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná como
uma questão central das práticas educativas da atualidade. Entendemos que a
escola é em parte responsável pela (re)produção das diferenças e desigualdades
sexuais e de gênero dentre outras, e sendo um espaço privilegiado de produção tem
o compromisso de produzir novos discursos mais inclusivos e democráticos, novas
identidades, novas formas de pensar o sujeito, analisando seus lugares sociais, suas
disposições, suas formas de ser, de sentir e de estar no mundo.
Ressaltamos que o planejamento dessa unidade foi elaborado, tendo como
base o Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Presidente Abraham
Lincoln, consoante às Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná. O trabalho fora
apresentado inicialmente à Direção do colégio, à equipe pedagógica e aos
professores na semana pedagógica, a fim de promover o envolvimento de todos na
implementação do material pedagógico, objetivando o sucesso da proposta.
GÊNERO E SEXUALIDADE NA PERSPECTIVA DA DIVERSIDADE SEXUAL

INTRODUÇÃO

A sexualidade tem sido entendida e descrita de forma bastante distinta e


conflituosa e, no âmbito desse debate iremos trabalhar com perspectivas teóricas
que assumem o pressuposto de que a relação entre amor, reprodução humana,
desejo e sexualidade não é entendida sempre da mesma forma e que ela se
manifesta de diferentes modos, em tempos e lugares diversos. Desta forma esta
Unidade Didática divide-se em três temáticas, onde cada uma abordará uma
linhagem específica:
I Tema: “Um Conceito Chamado Gênero” - resgata um pouco da trajetória
histórica e a abordagem conceitual sobre gênero e a construção dos papéis
masculino e feminino;
II Tema: “É Preciso Falar Sobre Sexualidade” - aborda as questões da
sexualidade humana como construção histórico-cultural;
III Tema: “Diversidade Sexual” - trabalhará sobre orientação sexual,
identidade de gênero, a heteronormatividade e o preconceito.
Os temas apresentados possibilitarão uma abordagem sobre as relações de
Gênero e Sexualidade na perspectiva da diversidade sexual. Eles perpassam por
uma fundamentação teórica que aborda o conhecimento dos diferentes gêneros na
busca de superar os estereótipos e a padronização do binômio do homem X mulher
e as diversas nuances, indissociando-se da contextualização histórico-político e
cultural da sociedade.
Este material subsidiará o grupo de estudos apresentando essa temática
não como uma mera reunião de textos e atividades afins, mas como um conjunto
coeso de reflexões e ações práticas que, na perspectiva de um multiculturalismo
crítico, abordam separadamente as diferenças, usando uma linguagem cuidadosa e
acessível. Com isso demonstra-se a preocupação de oferecer aos docentes
importantes ferramentas teórico-conceituais e metodológicas para lidarem, de forma
mais consistente, com a pluralidade cultural no cotidiano escolar.
OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

O objetivo principal desta Unidade Didática é embasar e fomentar


teoricamente a discussão acerca da sexualidade, suas nuanças e definições, bem
como sua construção cultural e de época. Também é objetivo levar os/as
professores/as a refletirem sobre práticas preconceituosas e discriminatórias em se
tratando das minorias sexuais que estão invisíveis no interior das escolas, realizando
através do estudo dos textos e dos pressupostos teóricos, uma reflexão sobre a
diversidade sexual que está em movimento dentro das escolas e que ainda não nos
demos conta.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Refletir acerca das relações entre gêneros e entender como se processam, a


partir daquilo que a sociedade estabelece como “coisa de homem” e “coisa de
mulher”;
 Explicitar noções e conceitos sobre gênero, sexualidade, orientação sexual e
identidade de gênero;
 Propor a efetivação da postura de respeito à diversidade sexual;
 Subsidiar teoricamente o trabalho docente para a abordagem do tema
proposto;
 Apontar práticas educativas relacionadas à sexualidade e seus abrangentes
que venham contribuir no trabalho pedagógico.

UM CONCEITO CHAMADO GÊNERO

O organismo dos seres vivos apresenta características estruturais e


funcionais peculiares e distintivas entre os machos e as fêmeas. Gilbert, Hallet e
Elldridge (1994), citados por Nogueira (2001), dizem que para classificar os
indivíduos segundo a anatomia humana utiliza-se o termo sexo. Assim, um indivíduo
é macho ou fêmea de acordo com os cromossomos expressos em seus órgãos
genitais. Stoller (1993) citado por Oliveira e Knöner (2005), porém, procurou provar
por meio de suas investigações que as características de gênero não são garantidas
pela biologia, uma vez que muitos sujeitos apresentam características femininas ou
masculinas em dissonância com sua anatomia. Já a palavra gênero designa,
segundo o senso comum, qualquer categoria, classe, grupo ou família que
apresente determinadas características comuns. Por exemplo, os filmes podem
classificar-se de acordo com suas características em românticos, policiais,
comédias, de ação, dramas, etc. Da mesma maneira, existem vários gêneros
musicais: rock, samba, clássico, romântico. A palavra gênero, na arte, pode ainda
designar estilos distintos: gênero dramático, gênero literário. (OLIVIERA e KNÖNER,
2005). A partir de 1975, porém, o termo gênero passou a ser utilizado nos estudos
cujo objetivo era compreender as formas de distinção que as diferenças sexuais
induzem em uma sociedade. Assim, gênero passou a constituir uma entidade moral,
política e cultural, ou seja, uma construção ideológica, em contraposição a sexo, que
se mantém como uma especificidade anatômica. (OLIVIERA e KNÖNER, 2005).
O termo gênero, classificação construída pela sociedade, contribui para
exacerbar a distinção entre indivíduos de sexos diferentes. Essa classificação
possibilita a construção de significados sociais e culturais que distinguem cada
categoria anatômica sexual e que são repassados aos indivíduos desde a infância.
(DEZIN, 1995, apud NOGUEIRA, 2001). Assim, o conceito de gênero abrange as
“características psicológicas, sociais e culturais que são fortemente associadas com
as categorias biológicas de homem e mulher”. (DEAUX, 1985, apud NOGUEIRA,
2001, p. 9). Para Gilbert, Hallet e Elldridge (1994), citados por Nogueira (2001, p.9),
“gênero é, portanto, o termo usado no contexto social, podendo ser definido como
um esquema para a categorização dos indivíduos (na perspectiva da cognição
social) esquema esse que utiliza as diferenças biológicas como base para a
designação de diferenças sociais”. O termo gênero é bastante complexo, o que
permite que seja definido e redefinido.
Para as ciências sociais e humanas, o conceito de gênero se refere à
construção social do sexo anatômico. Ele foi criado para distinguir a dimensão
biológica da dimensão social, baseando-se no raciocínio de que há machos e
fêmeas na espécie humana, no entanto, a maneira de ser homem e de ser mulher é
realizada pela cultura. Assim, gênero significa que homens e mulheres são produtos
da realidade social e não decorrência da anatomia de seus corpos.
As características de gênero são construções socioculturais que variam
através da história e se referem aos papeis psicológicos e culturais que a sociedade
atribui a cada um do que considera “masculino” ou “feminino”. Sendo assim, gênero
é um operador que cria sentido para as diferenças percebidas em nossos corpos e
articula pessoas, emoções, práticas e coisas dentro de uma estrutura de poder.
Os arranjos de gênero colocados em prática na sociedade exercem uma
força sobre toda a vida cotidiana. Eles criam expectativas a respeito de como
devemos agir, do que pensar e do que gostar.
O termo “gênero” se popularizou na década de 1990, mas começou a ser
utilizado pela teoria social na década de 1970 como forma de propor novas maneiras
de pensar as noções de feminino e masculino, além das explicações biológicas, e
inserindo-as em relações sociais de poder.
Esse conceito surgiu dentro de estudos acadêmicos sobre a condição
feminina e a origem das desigualdades entre homens e mulheres. Várias
pesquisadoras orientadas por questões feministas começaram a se perguntar se as
diferenças e desigualdade entre homens e mulheres eram universais e se poderiam
ser observadas em todo e qualquer contexto. Com essa questão em mente,
realizaram estudos e, por meio deles, chegaram à conclusão de que havia, na
prática, maneiras muito diversas de conceber o feminino e o masculino em
diferentes culturas, momentos históricos, regiões e até mesmo em uma sociedade.
Essa diversidade, portanto, era a pista para a compreensão de que o gênero, afinal,
era produto de contingências sociais, e não apenas da natureza.

Saiba Mais

Na medicina, na psiquiatria e na psicologia, o termo “gênero” começou a ser


utilizado como sinônimo de masculino e feminino a partir da década de 1950.
Para saber mais, veja o texto “Psiquiatria e feminilidade”, de Magali Engel,
Saiba Mais
indicado nas referências bibliográficas.

A noção de gênero problematiza a ideia de que a biologia (o corpo, a


genitália, os hormônios) determinaria totalmente o comportamento dos indivíduos.
Afinal, se padrões de conduta associados ao masculino e ao feminino variam tanto
de sociedade para sociedade, em diferentes momentos históricos, idades, grupos
sociais, essa variabilidade demonstraria as possibilidades humanas: quanto somos
criativos e diversos e o papel da sociedade na construção do gênero.
Cada sociedade atribui às pessoas funções e identidades diferentes, de
acordo com o entendimento que têm do que é ser homem ou ser mulher. Assim o
termo gênero é usado para definir as atitudes e comportamentos que são esperados
de cada um dos sexos. Entretanto, quando associamos um comportamento
específico a um grupo de pessoas só porque são mulheres, homens, meninos ou
meninas, estão reproduzindo alguns estereótipos de gênero. Em outras palavras,
estamos pensando que as diferenças biológicas entre pessoas do sexo feminino e
do sexo masculino explicam e justificam diferenças de comportamento na
sociedade.
São populares as expressões e os pensamentos que partem do que se
concebe como feminino e como masculino para explicar comportamentos e torná-los
piada. Quando associamos um comportamento específico a um grupo de pessoas
só porque são mulheres, homens, meninos ou meninas, estamos reproduzindo
estereótipos de gênero. Em outras palavras, estamos pensando que as diferenças
biológicas entre pessoas do sexo feminino e do sexo masculino explicam e justificam
diferenças de comportamento na sociedade. Toda vez que uma pessoa diz “isso é
coisa de menina”, “mulher é assim” ou “homem não faz isso”, não está apenas
justificando comportamentos a partir da diferença entre sexos, mas também
ensinando como ela e toda a sociedade esperam homens, mulheres, meninas e
meninos se comportem e limitando suas possibilidades de existir no mundo. Assim,
as normas de gênero são base para muitas situações de desigualdade designadas
como “desigualdade de gênero”. As diferenças percebidas entre o corpo feminino e
o masculino foram transformadas em desigualdades através de um processo
histórico cultural cujo resultado foi à naturalização de vários estereótipos de
feminilidade e masculinidade.
O modo como homens e mulheres se comportam em sociedade corresponde
a um intenso aprendizado sociocultural que nos ensina a agir conforme as
prescrições de cada gênero. Há uma expectativa social em relação à maneira como
homens e mulheres devem andar, falar, sentar, mostrar seu corpo, brincar, dançar,
namorar, cuidar do outro e amar. Conforme o gênero, também há modos específicos
de trabalhar, gerenciar outras pessoas, ensinar, dirigir o carro, gastar o dinheiro,
ingerir bebidas, dentre outras atividades.
Todos nós em algum momento da vida, já nos inquietamos para tentar
compreender o porquê de tantas desigualdades entre homens e mulheres,
expressas nas mais diversas situações. É comum atribuí-las a características que
estariam no corpo ou na mente de cada um. Essa busca por causa biológica ou
psíquica para explicar as diferenças entre homens e mulheres, masculino e
feminino, tem sido recorrente nas ciências biológicas. Nas aulas de biologia, por
exemplo, aprendemos que a reprodução humana acontece a partir da corrida dos
espermatozoides até o óvulo. Pesquisas na área de reprodução, contudo, mostram
que a imagem do óvulo à espera do espermatozoide está muito mais relacionada
aos estereótipos de feminilidade (passiva) e masculinidade (ativa) do que ao
processo biológico de fecundação.

TEORIZANDO OS TEMAS

Em vez do imaginário do óvulo passivo à espera dos espermatozoides, pesquisas


sobre reprodução humana têm mostrado que o óvulo desempenha papel
fundamental na fecundação: ele desenvolve membranas que, como braços, puxam
o espermatozoide para seu interior. Se quiser se aprofundar mais nessas
pesquisas, veja os sites: https://pecep.wordpress.com/2014/04/21/sobre-verdades-
e-ovulos/ e http://anthropology.msu.edu/anp201/files/2011/06/201-3-The-Egg-and-
the-Sperm-by-Emily-Martin-1991.pdf --
(Ultimo acesso em 10/11/2016)

No senso comum, as diferenças de gênero são interpretadas como se


fossem naturais, determinadas pelos corpos. Ao contrário, as ciências sociais
postulam que essas diferenças são socialmente construídas. Isso significa dizer que
não há um padrão universal para comportamentos sexual ou de gênero que seja
considerado normal, certo, superior ou, a priori, o melhor. Somos nós, homens e
mulheres, pertencentes a distintas sociedades, há diversos tempos históricos e a
contextos culturais que estabelecemos modos específicos de classificação e de
convivência social. Assim, o conceito de gênero pode nos ajudar a ter um olhar mais
atento para determinados processos que consolidam diferenças de valor entre o
masculino e o feminino, gerando desigualdades.
As desigualdades acontecem porque atribuímos valores diferentes para os
comportamentos e as atitudes de homens e de mulheres. De modo geral, o
masculino é mais valorizado em quase todas as sociedades. Isso acontece porque
ao longo da história se “construiu” a ideia de que os homens são naturalmente viris,
não devem levar desaforo pra casa, devem ser fortes, não podem chorar, e, como
machos heterossexuais, o desejo sexual faz parte da “natureza” e, a partir dessa
concepção, espera-se que todos os homens se comportem do mesmo modo.
As mulheres, por sua vez, seriam mais dóceis, frágeis, devendo preservar-
se para a maternidade, que é considerada sua principal e mais importante função
social. É esperado que toda mulher queira ser mãe e que goste da maternidade,
como algo próprio da natureza da fêmea.
Ou seja, a partir do sexo biológico, a sociedade foi determinando como
homens e mulheres deveriam ser e agir. Cada grupo social foi construindo ao longo
da história um modo de pensar e agir sobre os comportamentos, direitos e
responsabilidades de mulheres e homens. Porém, comportamentos e atitudes nada
têm a ver com o nosso sexo biológico e sim com as regras e costumes que foram
estabelecidas pelas pessoas e, por isso mesma, podem ser descontruídas e
modificadas. O modelo de masculinidade que prevaleceu é o heterossexual, o
homem viril e provedor, a mulher submissa e reprodutora. A realidade social, no
entanto é muito mais diversa. Não existe apenas uma masculinidade ou uma
feminilidade. Homens e mulheres podem apresentar comportamentos e atitudes
muito diferentes de um grupo social para outro.
É certo que homens e mulheres possuem diferenças, porém, não podemos
contribuir e nem admitir que essas diferenças sejam transformadas em
desigualdades. Assim, o conceito de gênero nos ajuda a mostrar a diversidade das
relações sociais e a analisar criticamente e compreender como as desigualdades se
estabelecem e como podemos superá-las. Ter consciência de nossa condição de
gênero é um passo importante para defender as relações igualitárias e construir
novas possibilidades na vida social, afetiva e sexual.
No interior das redes de poder, pelas trocas e jogos que constituem seu
exercício são constituídas e nomeadas as diferenças e desigualdades de gênero.
Certamente essas distinções se referem às várias categorias ou, como diz Deborah
Britzmam (1996), aos diversos “mercadores sociais”: gênero, classe, sexualidade,
aparência física, nacionalidade, etnia... Aqui vamos nos voltar para o gênero e a
sexualidade, buscando observar como são fixadas as diferenças nesse terreno.
Relacionada, a princípio, às distinções biológicas, teorias foram construídas
e utilizadas para “provar” distinções físicas, psíquicas e comportamentais para
indicar diferentes habilidades sociais, talentos, aptidões, para justificar os lugares
sociais, as possibilidades e os destinos “próprios” de cada gênero. Percebemos
então que o mundo é divido entre o feminino e o masculino e aprendemos desde a
infância, em qual dos dois lados devemos estar.
São populares as expressões e os pensamentos que partem do que se
concebe como feminino e como masculino para explicar comportamentos, ou torná-
los piada. É comum, por exemplo, nas escolas, ouvirmos frases como “menina é
vaidosa”, “menino é mais agitado” para explicar diferenças entre meninos e meninas.
Se acharmos “natural”, por exemplo, que mulheres dirijam mal ou que homens não
choram, partimos do pressuposto de que não há diferença entre os indivíduos do
próprio grupo. Se uma mulher for uma motorista exemplar, ela deixa de ser mulher?
Se uma menina não gosta de usar batom, ela deixa de ser menina? E se um homem
for sensível e emotivo, suas lágrimas o tronam menos homem?
As exceções não mostram que não é da natureza nem das mulheres nem
dos homens se comportarem todos da mesma maneira.
Quando generalizações como essas são repetidas em casa, na igreja, na
televisão ou nas diversas situações do dia a dia, reafirmam-se normas de gênero.
Toda vez que uma pessoa diz “isso é coisa de menina”, “mulher é assim” ou “homem
não faz isso”, não estão apenas justificando comportamentos a partir da diferença
entre os sexos, mas também está ensinando como ela e toda a sociedade espera
que homens, mulheres, meninos e meninas se comportem e limitando sua
capacidade de existir no mundo.
As diferenças percebidas entre os corpos feminino e masculino foram
transformadas em desigualdade através de um processo histórico e cultural cujo
resultado foi à naturalização de vários estereótipos de feminilidade e masculinidade.
Entretanto, podemos contribuir para um mundo mais justo em que haja equidade de
gênero, para isso devemos estar atentos para não educarmos meninos e meninas
de maneira radicalmente distintas.
Se o gênero é construído por nós no cotidiano da família, da rua, na mídia e
em qualquer outro espaço, ele pode ser transformado, discutido, questionado e
modificados em busca da equidade social entre homens e mulheres.
É preciso falar sobre sexualidade

A sexualidade se faz presente em todo o desenvolvimento físico e


psicológico dos indivíduos, manifestando-se desde o seu nascimento até o momento
da sua morte. Assim sendo, a sexualidade vai além do ato sexual em si, pois se
encontra marcada pela história, cultura e ciência, igualmente como os afetos e
sentimentos de cada sujeito. Por se tratar de um tema de grande importância na vida
dos indivíduos, constata-se que este assunto é pouco estudado, principalmente no
que diz a respeito às práticas educativas voltadas para sexualidade de crianças e
dos adolescentes no ambiente escolar, pois esta é uma temática extremamente
associada a preconceitos, tabus e crenças. É esperado que a educação sexual nas
instituições transmita a sexualidade a partir de um enfoque sociocultural, ampliando,
deste modo, a percepção de mundo do aluno, ajudando-o a aprofundar e refletir
sobre a forma como a sexualidade se apresenta em sua cultura. Ou seja, o aluno
privilegiado com as informações recebidas poderá ter um entendimento melhor
sobre o assunto, auxiliando-o na tomada de decisões e na reflexão sobre as
questões relacionadas à sexualidade, podendo-se obter um comportamento mais
adequado por parte dos estudantes. No entanto, é importante que o educador
amplie seus conhecimentos acerca do assunto, a fim de auxiliar os alunos que não
possuem informações adequadas, respondendo às dúvidas de forma esclarecedora,
respeitando a opinião de cada educando. Se o educador não for preparado e não
possuir informações adequadas, poderá transportar seus valores, crenças e opiniões
como verdades absolutas, não permitindo aos alunos a autonomia para desenvolver
seu conhecimento.
Desse modo, nosso objetivo é analisar os aspectos da sexualidade, a fim de
contribuir com a concepção que os professores possuem sobre essa temática.
Trazendo essa perspectiva a luz da realidade, priorizamos aqui trabalhar com os
conceitos de sexualidade e suas nuanças.
Nas sociedades modernas – pelo menos nas sociedades ocidentais, entre
elas a brasileira – a sexualidade parece ter uma evidente centralidade. Mas isso não
foi sempre assim. A constituição da sexualidade como uma questão tão central e
instigante tem uma história.
A palavra sexualidade não existia antes do final do século XVIII. Segundo
Foucault (1984), o próprio termo “sexualidade” surgiu tardiamente, no início do
Século XIX. Para FOUCAULT, (1984, p. 09):

O próprio termo “sexualidade” surgiu tardiamente, no início do Século XIX. É


um fato que não deve ser subestimado, nem superinterpretado. Ele assinala
algo diferente de um remanejamento de vocabulário; mas não marca
evidentemente, a brusca emergência daquilo a que se refere. O uso da
palavra foi estabelecido em relação a outros fenômenos: o desenvolvimento
de campos de conhecimentos diversos (que cobriram tanto os mecanismos
biológicos da reprodução como as variantes individuais ou sociais do
comportamento); a instauração de um conjunto de regras e de normas, em
parte tradicionais e em parte novas, e que se apoiam em instituições
religiosas, judiciárias, pedagógicas e médicas; como também as mudanças
no modo pelo qual os indivíduos são levados a dar sentido e valor à sua
conduta, seus deveres, prazeres, sentimentos, sensações e sonhos. Em
suma, tratava-se de ver de que maneira, nas sociedades ocidentais
modernas, constitui-se uma “experiência” tal, que os indivíduos são levados
a reconhecer-se como sujeitos de uma “sexualidade” que abre para campos
de conhecimentos bastante diversos e que se articula num sistema de
regras e coerções.

Os discursos sobre a sexualidade se multiplicaram e diversificaram,


especialmente através dos movimentos feministas e dos movimentos das chamadas
“minorias” sexuais. As “verdades” produzidas por esses vários campos são
disputadas em muitas instâncias, o que nos leva a construir, hoje, um olhar mais
complexo sobre a sexualidade e sobre os gêneros.
Atualmente, o culto ao corpo e à sexualidade está mais presente na vida das
pessoas, mas infelizmente isso não quer dizer que as pessoas estejam mais abertas
para o debate e o conhecimento sobre sua própria sexualidade, livres de tabus,
medos e preconceitos. Os valores conservadores são ainda muito fortes em se
tratando de discursos educacionais, científicos, religiosos e de uma sociedade que
se acha ainda patriarcal em pleno século XXI em que temos também uma
diversidade familiar e não apenas o conceito de família tradicional.
Muitos consideram que a sexualidade é algo que todos nós, mulheres e
homens, possuímos "naturalmente". Aceitando essa ideia, fica sem sentido
argumentar a respeito de sua dimensão social e política ou a respeito de seu caráter
construído. A sexualidade seria algo "dado" pela natureza, inerente ao ser humano.
Tal concepção usualmente se ancora no corpo e na suposição de que todos
vivemos nossos corpos, universalmente, da mesma forma. No entanto, podemos
entender que a sexualidade envolve rituais, linguagens, fantasias, representações,
símbolos, convenções... Processos profundamente culturais e plurais. Nessa
perspectiva, nada há de exclusivamente "natural" nesse terreno, a começar pela
própria concepção de corpo, ou mesmo de natureza. Ao contrário do que se pensa,
a sexualidade “não é uma questão de instintos” dominada pela natureza ou apenas
de impulsos, genes ou hormônios. Tampouco se resume às possibilidades corporais
de vivenciar prazer e afeto.
Através de processos culturais, definimos o que é — ou não — natural;
produzimos e transformamos a natureza e a biologia e, consequentemente, as
tornamos históricas. Os corpos ganham sentido socialmente. A inscrição dos
gêneros — feminino ou masculino — nos corpos é feita, sempre, no contexto de
uma determinada cultura e, portanto, com as marcas dessa cultura. As
possibilidades da sexualidade — das formas de expressar os desejos e prazeres —
também são sempre socialmente estabelecidas e codificadas. As identidades de
gênero e sexuais são, portanto, compostas e definidas por relações sociais, elas são
moldadas pelas redes de poder de uma sociedade. A sexualidade, afirma Foucault,
é um "dispositivo histórico" (1988). Em outras palavras, ela é uma invenção social,
uma vez que se constitui, historicamente, a partir de múltiplos discursos sobre o
sexo: discursos que regulam, que normatizam, que instauram saberes, que
produzem "verdades". Sua definição de dispositivo sugere a direção e a abrangência
de nosso olhar: um conjunto decididamente heterogêneo que engloba discursos,
instituições, organizações arquitetônicas, decisões regulamentares, leis, medidas
administrativas, enunciados científicos, proposições filosóficas, morais, filantrópicas
(...) o dito e o não-dito são elementos do dispositivo. O dispositivo é a rede que se
pode estabelecer entre esses elementos (FOUCAULT, 1993, p.244).
A sexualidade é, sobretudo, uma construção histórica. Dizer que algo é
construído historicamente, é considerar que este algo “tem uma história”, que foi
concebido num “determinado tempo”, “numa época específica”, num “certo
contexto”. Isso reitera o entendimento de que todo conhecimento é temporal, é
circunstancial, é contingencial.
Envolvendo um processo contínuo e não linear de aprendizado e reflexão é
por meio da sexualidade que, entre outras coisas, elaboramos a percepção de quem
somos. Esse é um processo que se desdobra em meio a condições históricas,
sociais e culturais específicas. Nascemos dotados de determinadas capacidades
biológicas. Todo o resto se constrói e vai se formando ao longo do tempo. Sendo
assim, a sexualidade é uma dimensão humana que acompanha a pessoa desde seu
nascimento até sua morte. Além de ser fonte de prazer, de bem estar físico e
psicológico, de troca de comunicação e de afeto, a sexualidade estabelece relações
entre as pessoas e faz parte do seu desenvolvimento e da sua cultura. Ela não se
desloca do sujeito. Onde quer que esteja, em qualquer situação, ela se faz presente,
sendo que pode ser estimulada ou não.
Falar sobre sexualidade é falar sobre nossa história, nossas relações com
as outras pessoas, nossos costumes e nossos desejos. É uma forma de expressão,
comunicação e afeto que se manifesta a todo o momento, seja por meio de um
gesto, de um olhar ou de uma ação. Entretanto, ela sofre influência dos valores de
cada cultura, do tempo e do espaço em que vivemos.
Deborah Britzman (1999), afirma que “a sexualidade não segue as regras da
cultura mesmo quando a cultura tenta domesticar a sexualidade. Podemos insistir
que a sexualidade é a própria alteridade”. O conceito de alteridade é interessante
para a análise da sexualidade no que diz respeito a valorização da diversidade.
Valorização não por si só, mas valorização da diferença como algo positivo. Nessa
perspectiva, é preciso considerar que a sexualidade é uma das dimensões do ser
humano que envolve gênero, identidade sexual, orientação sexual, erotismo,
envolvimento emocional, amor e reprodução e, portanto, não pode ser alienada das
características humanas.
Nas relações interpessoais das quais fazemos parte, permeiam-se conceitos
que nos direcionam as “verdades absolutas”, construídas acerca do mundo. Nesse
sentido, nosso imaginário é condicionado a pensar sobre a sexualidade e seus
significados como sendo estáticas e inquestionáveis, gerando consequentemente, a
reprodução desses conceitos e significados sem uma reflexão crítica em todos os
ambientes sociais.
Quando nos referimos a sexualidade é importante também esclarecer
algumas “confusões” conceituais entre a diferença de sexualidade e sexo. Mas o
que exatamente “sexo” significa? Várias coisas ao mesmo tempo. A palavra pode
designar uma prática – “fazer sexo”- ou “manter relações sexuais com alguém” –
assim como indicar um conjunto de atributos fisiológicos, órgãos e capacidade
reprodutivas que permitem classificar e definir categorias distintas de pessoas –
como “do mesmo sexo”, do “sexo oposto” – segundo características específicas
atribuídas a seus corpos, as suas atitudes e comportamentos. Assim:
O “sexo” é um ideal regulatório cuja materialização ocorre (ou deixa de
ocorrer) através de certas práticas altamente reguladas. Em outras palavras
o “sexo” é um construto ideal que é forçosamente materializado através do
tempo. Ele não é um simples fato ou a condição estática de um corpo, mas
um processo pelo qual as normas regulatórias materializam o “sexo” e
produzem essa materialização através de uma reiteração forçada destas
normas. (BUTLER, 2015, p. 154).

Michel Foucault chamou de dispositivo de sexualidade à matriz de


inteligibilidade heteronormativa5 destacada em Judith Butler, que produz e incorpora
os sexos/gêneros. Logo, “[…] o caráter imutável do sexo é contestável, talvez o
próprio construto chamado 'sexo' seja tão culturalmente construído quanto o gênero”
(BUTLER, 2016, p. 27).
Ao tratar construções sociais como sexualidade ou gênero como naturais,
estamos, além de restringindo seus significados, nos equivocando, pois, como
afirma Deborah Britzmam (1999):

Foucault nos propicia outra forma de pensar sobre a sexualidade: não como
desenvolvimento ou identidade, mas como historicidade e relação. A
sexualidade não deve ser pensada como um tipo de dado natural que o
poder tenta manter sobre o controle, ou obscuro domínio que o
conhecimento tenta gradualmente descobrir. Ele é o nome que se pode ser
dado a um construto histórico: não uma realidade furtiva que é difícil de
apreender, mas uma enorme superfície em forma de rede na qual as
estimulações dos corpos, a intensificação dos prazeres, o incitamento ao
discurso, a formação de um conhecimento especializado, o reforço de
algumas estratégias importantes de saber e poder. (p.100 – 101)

Daquilo que refletimos até aqui, fica evidente que falar sobre a sexualidade é
falar da nossa história, das nossas emoções, nossas relações com as outras
pessoas, nossos costumes e desejos. Muita coisa mudou, em relação ao conceito
de sexualidade, mas infelizmente outras tantas continuam complicadas. Uma delas é
acreditar, por exemplo, que falar sobre sexualidade na escola pode “estimular”
adolescentes e jovens a iniciar sua vida sexual “precocemente”. Antes de tudo, é
preciso entender que somente a sexualidade não restringe somente ao ato sexual,
como já mencionado anteriormente, pois envolve sentimentos e nos motiva procurar
o contato físico e afetivo, a intimidade de um relacionamento, podendo ou não haver
reprodução. Nesse sentido, a nossa sexualidade é um processo que se inicia em
nosso nascimento e vai até a nossa morte.
DIVERSIDADE SEXUAL

A humanidade é formada por seres plurais e diversos quanto a maneira de


ser e de sentir, raciocinar, agir e perceber a vida. Essas pluralidades e diversidades
também se aplicam à forma como nos relacionamos afetivamente e/ou sexualmente
com outras pessoas. Isso significa que não existe um modo único de relação que
supostamente seja “natural”, “certa” ou “normal”, mas ao contrário as possibilidades
são inúmeras.
Sabemos que nem todas as mulheres, nem todos os homens são iguais
entre si. Há muitas nuances entre as feminilidades e as masculinidades, e há muitas
possibilidades de existência para sermos humanos. Entretanto, vivemos em uma
cultura que às vezes tem dificuldades de reconhecer e valorizar determinados tipos
de diferença. Por mais que saibamos que a diversidade existe, é como se, em nossa
visão de mundo, alguns tipos de existência fossem mais “certos” que outros.
Estamos acostumados a pensar a identidade de gênero como uma espécie
de pacote: se você nasceu com determinado corpo, logo, todo o resto deve ser
coerente com ele. Em nossa cultura associamos corpo, identidade de gênero,
desejos e práticas sexuais e esperamos coerência entre esses aspectos.
É dado como pressuposto que tem pênis é “homem”, e, portanto, deve se
sentir “masculino” e se comportar como tal. Nessa mesma linha, quem tem vagina é
“mulher”, deve se sentir “feminina” e se comportar como tal. O homem que desejar a
mulher e a mulher, o homem. Somente o homem e a mulher podem se unir e formar
uma família, em que serão criados os futuros homens e mulheres, os quais por sua
vez devem repetir o ciclo e, assim, reproduzir a sociedade. Isso corresponde ao que
é considerado como “certo” e “normal” pelo senso comum.
Porém, acontece – muito mais frequente do que se imagina – que corpos,
desejos, sentimentos e comportamentos não são convergentes e não correspondem
necessariamente às expectativas do que é tido como “natural”, “certo” e “normal”.
Um homem pode se sentir “masculino” e desejar outro homem. Uma mulher pode se
sentir “feminina” e desejar outra mulher. Alguém que nasceu com atributos corporais
masculinos e foi educado para “atuar como homem” pode se sentir “feminino” (ou
vice-versa), aponto de querer modificar seu corpo tornando-se tão mulher (ou tão
homem) quanto quem teve esse gênero atribuído ao nascer.
Para trabalharmos de forma mais didática, vamos explicar a diversidade
sexual a partir de três eixos fundamentais, mas lembrando sempre que, em nossas
vidas esses fatores interagem de maneira dinâmica. São eles:

 Sexo Biológico: é constituído pelas características fenotípicas


(órgãos genitais externos, órgãos reprodutores internos, mamas,
barba) e genotípicas (genes masculino e feminino) presentes em
nossos corpos. À semelhança das plantas e a, animais pela
combinação dos cromossomos X e Y, existem somente dois sexos:
XY produz um ser chamado macho e XX, um ser chamado fêmea. É
importante ressaltar, no entanto, que mesma a natureza não funciona
como uma separação rígida, pois há pessoas que nascem com dois
órgãos genitais conhecidas como intersexuais;
 Identidade de Gênero: refere-se a algo que não é dado e sim
construído por cada indivíduo a partir dos elementos fornecidos por
sua cultura: o fato de alguém se sentir masculino e/ou feminino. Isso
significa dizer que não há um elo imediato e inescapável entre os
cromossomos, o órgão genital, o aparelho reprodutor, os hormônios,
enfim o corpo biológico em sua totalidade, e o sentimento que a
pessoa possui de ser homem ou mulher. Numa definição sociológica,
poderíamos dizer que a identidade é um conjunto de fatores que
forma um complexo “jogo do eu”, em que entram em cena a
interioridade (como a pessoa se vê e se comporta) e a exterioridade
(como ela é vista e tratada pelos demais). Nesse sentido podemos
dizer que ninguém “nasce homem ou mulher”, mas que nos tornamos
o que somos ao longo da vida, em razão constante interação com o
meio social. Enfatizamos aqui o termo “e/ou” no tocante a
masculinidade e feminilidade: em primeiro lugar porque há pessoas
que nasceram com pênis e sentem femininas, e vice-versa; em cada
um(a) de nós traz em si os dois elementos. Mas no fundo, o que se
considera masculino ou feminino é resultado de convenções sociais.
 Orientação Sexual: aqui entendida como a seta ou direção para
onde aponta o desejo erótico de cada pessoa, pode ser homossexual,
quando se deseja alguém do mesmo sexo; bissexual, quando se
deseja ambos os sexos; heterossexual, quando o desejo é pelo sexo
oposto. A orientação sexual é uma atração espontânea e não
influenciável que só pode ser conhecida plenamente pelo indivíduo
que a vivencia. É, portanto um equívoco dizer que se trata de uma
opção sexual, pois não depende de escolha consciente nem pode ser
aprendida. A literatura científica costuma afirmar que são múltiplos os
aspectos – psicológicos, sociais, culturais e até alguma participação
de fatores genéticos – que intervêm na formação da orientação
sexual. O mais importante é que a encaremos como uma
manifestação íntima da pessoa, e que precisa ser respeitada como
um direito alienável: toda pessoa pode ser relacionar com qualquer
outra, erótica e afetivamente, livre de qualquer constrangimento, com
autonomia para reconhecer e exercer os próprios desejos em
liberdade e dignidade. Vale, por fim lembrar que a orientação sexual
nada coincide com a identidade de gênero.
Para facilitar a compreensão, observemos a imagem abaixo:

Acesso em: 01/12/16 - FONTE: http://www.livrariaflorence.com.br/blog/a-diferenca-entre-sexo-


identidade-de-genero-e-rientacao-sexual/
Na cultura ocidental moderna, foi estabelecida uma linha divisória,
correlacionada à diferença sexual e ao gênero para distinguir as variadas
expressões da orientação sexual. Isto se deveu, em parte, às consequências das
teorias biomédicas ocidentais do século XIX, das quais se originou a sexologia
(ciência que estuda problemas fisiológicos e psíquicos relacionados a sexualidade,
geralmente associados, a ideias de um organismo potente , à existência de um
impulso sexual “natural”, cujo destino “normal” seria a cópula heterossexual).
A filósofa norte-americana Judith Butler, destaca:

...o caráter compulsório da heterossexualidade e como este faz com que a


cultura não admita um sujeito ser outra coisa além de um homem ou uma
mulher, impondo também que a única forma legítima de amor e desejo
sentidos por um homem esteja dirigida a uma mulher, e vice-versa.
(BUTLER, 2003).

O esforço de mapear as “anomalias” e de estabelecer categorias de


identidade pessoal ligadas à orientação sexual levou à imposição da
heterossexualidade como a orientação sexual “natural”, “saudável”, “normal”, desde
que praticada entre adultos, sendo ela legitimada pelo casamento e associada a
reprodução.
Essa heteronormatividade está na base da ordem social em que meninos e
meninas são criados/as e educados/as; está no controle a que todas as pessoas
estão sujeitas no que diz respeito à sua identificação como homem ou mulher.
Enquanto as disposições coerentes em relação ao que é esperado do gênero
masculino e do feminino são estimulados e celebrados em meninos/as
adolescentes, as expressões divergentes desse padrão, assim como as amostras de
afeto ou atração por pessoas do “mesmo sexo” são corrigidas. Está produz violência
contra as/os jovens identificados/as como gays, lésbicas, travestis, transexuais e
transgêneros, que são constantemente advertidos/as de que parte sociedade não
respeitará suas escolhas.
Antes de prosseguir é importante que saibamos identificar cada uma das
nomenclaturas acima mencionadas:
 Heteronormatividade: Termo que se refere aos ditados sociais que
limitam os desejos sexuais, as condutas e as identificações de gênero
que são admitidos como normais ou aceitáveis àqueles ajustados ao
par binário masculino/feminino. Desse modo, toda a variação ou todo
o desvio do modelo heterossexual complementar macho/fêmea é
marginalizado/a e perseguido/a como perigoso/a para a ordem social.
 Intersexual ou intersex: é o termo geral abordado para se referir a
uma variedade de condições (genéticas e/ou somáticas) com que
uma pessoa nasce, apresentando uma anatomia reprodutiva e sexual
que não se ajusta ás definições típicas do feminino e do masculino.
 Homoafetividade: termo criado pela advogada Maria Berenice Dias
para realçar que o afeto é um aspecto central também nos
relacionamentos que fogem à norma heterossexual. Veja:
http://www.consciencia.net/2003/06/07/homoafeto.html
 Transgênero ou Trans: são termos utilizados para reunir , numa só
categoria, travestis e transexuais como sujeitos que realizam um
trânsito entre um gênero e outro;
 Transexual: pessoa que possui uma identidade de gênero diferente
do sexo designado no nascimento. Homens e mulheres transexual se
podem manifestar o desejo de se submeterem a intervenções médico-
cirúrgicas para realizarem a adequação de seus atributos físicos de
nascença (inclusive genitais) à sua identidade de gênero constituída;
 Travesti: pessoa que nasce do sexo masculino ou feminino, mas que
tem sua identidade de gênero oposta ao seu sexo biológico,
assumindo papeis de gênero diferente daquele imposto pela
sociedade. Muitas travestis modificam seus corpos através de
hormonioterapia, aplicações de silicone e/ou cirurgias plásticas,
porém ressaltar que isso não é regra para todos (Definição adotada
pela Conferência Nacional LGBT em 2008).

Diante da compreensão dos conceitos que estão presentes na diversidade


sexual, ressaltamos que do ponto de vista científico e ético que sustenta o respeito
por todos/as os cidadãos/as, é de que a vivência da sexualidade faz parte da pessoa
e deve ser compreendida na sua totalidade. Ainda sob esse ponto de vista,
homossexuais, bissexuais e pessoas trans têm as mesmas possibilidades e
capacidades que heterossexuais para amar, estabelecer relações afetivas e criar
filhos – o que equivale dizer que essas práticas não podem ser questionadas em
razão de sua homoafetividade ou da sua identidade de gênero. Atualmente existe
certo consenso entre as ciências de que não deve haver uma explicação causal para
a orientação sexual. É importante destacar que a divisão entre homo, hétero e bi é
mais uma classificação que não deve limitar o variado leque de alternativas e a
realidade fluida de afeto, desejo, experiências coletivas e possibilidades expressivas
da sexualidade. O que se sabe é que a orientação sexual existe sem que a pessoa
tenha controle direto sobre ela. Não se trata, portanto, de algo que se escolhe
voluntariamente ou se modifique segundo as conveniências.
O processo de descoberta da homossexualidade pode acontecer de modo
idêntico àquele em que meninas e meninos sentem os primeiros impulsos e paixões
de caráter heterossexual. Porém, o que difere é que os jovens identificados como
heterossexuais podem expressar sua orientação com tranquilidade, enquanto os
impulsos homossexuais precisam ser escondidos por questões de preconceito.
Tanto quem se sente atraído por pessoas do mesmo “mesmo sexo” como quem não
se identifica com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer acabam tendo de enfrentar
as violências cotidianas de colegas, educadoras e educadores e de toda uma ordem
institucional organizada para negar a possibilidade de se viver em liberdade
qualquer sexualidade fora da heterossexista.
Jeffrey Weeks (1993 p. 6) afirma inúmeras vezes que a “sexualidade tem
tanto a ver com as palavras, as imagens, o ritual e a fantasia como com o corpo”.
Compartilhando da posição de muitos outros estudiosos e estudiosas, ele fala da
impossibilidade de se “compreender a sexualidade observando apenas seus
componentes ‘naturais’ [...] esses ganham sentido através de pessoas inconscientes
e formas culturais” (p. 21). Se Foucault foi capaz de traçar uma história da
sexualidade (1988), isso aconteceu pelo fato de compreendê-la como uma “invenção
social”, ou seja, por entender que ela se constitui a partir de múltiplos discursos
sobre sexo: discursos que regulam, que normatizam, que instauram saberes, que
produzem “verdades”.
Observamos, então, que os sujeitos podem exercer sua sexualidade de
diferentes formas, eles podem “viver seus desejos e prazeres corporais” de muitos
modos (WEEKS apud BRITZMAN, 1996).
É importante considerar que tanto na dinâmica do gênero como na dinâmica
da sexualidade as identidades são sempre construídas, elas não são dadas ou
acabadas num determinado momento. Não é possível fixar um momento – seja o
nascimento, a adolescência, ou a maturidade – que possa ser tomado como aquele
em que a identidade sexual e/ou a identidade de gênero seja “assentada” ou
estabelecida. As identidades estão sempre se constituindo, elas são instáveis e,
portanto, passíveis de transformação.
Deborah Britzman (1996, p. 74) afirma:

Nenhuma identidade sexual – mesmo a mais normativa – é automática,


autêntica, facilmente assumida; nenhuma identidade sexual existe sem
negociação ou construção. Não existe, de um lado, uma identidade
heterossexual lá fora, pronta, acabada, esperando para ser assumida e, de
outro, uma identidade homossexual instável, que deve se virar sozinha. Em
vez disso, toda identidade sexual é uma construção instável, imutável e
volátil, uma relação social contraditória e não finalizada.

Percebemos, então, que as questões que envolvem a sexualidade humana


sempre foram centros de debates, de polêmicas em vários campos do saber, e hoje,
com as novas mídias, a orientação sexual está tomando proporções maiores e
influenciando a contemporaneidade devido às novas necessidades e novos
paradigmas da nossa cultura híbrida, formada de uma pluralidade cada vez mais
diversificada.
O discurso da diversidade sexual urge ser transparente, explicativo, sem
rodeios porque deve evidenciar todas as formas de expressão da sexualidade
humana e que são várias construídas culturalmente, historicamente e que
educadores e educadoras tem a obrigação de conhecer e compreender, pois é uma
forma de dizer ao mundo a urgência de percebermos e aceitarmos verdades e
ampliarmos a nossa capacidade de respeito às diferentes orientações sexuais. Está
mais do que na hora de as pessoas perceberem que, por puro preconceito estão
impedindo a si mesmas e outras pessoas de ter uma real felicidade. Conhecer o
real, aceitar e respeitar é a única forma de sermos felizes.

PROPOSTA DE ATIVIDADES

De acordo com a elaboração do Projeto de Intervenção Pedagógica na


Escola, as atividades propostas nesta Unidade Didática serão realizadas juntamente
com os Professores e Professoras. A intenção é que, posteriormente o/a Professor/a
apresente aos alunos cada uma das oficinas que serão realizadas, comentando
sobre o tema a ser estudado e as atividades que serão desenvolvidas no transcorrer
da implementação da Produção Didático-Pedagógica, promovendo um momento de
diálogo e questionamentos sobre o assunto.

OFICINA 01
TRABALHANDO COM GÊNERO

OBJETIVOS MATERIAIS QUESTÕES A SEREM


NECESSÁRIOS RESPONDIDAS
 Conceituar  Folhas grandes de  O que é ser
gênero, sexo e papel; mulher?
identidade de  3 cartões (20X10  O que é ser
gênero; cm), um escrito homem?
 Reconhecer que HOMEM, outro  Como as crianças
existem diferentes escrito MULHER e aprendem qual
feminilidades e o terceiro SEXO; deve ser o
masculinidades;  Fita crepe ou comportamento de
 Refletir sobre os adesiva; uma mulher ou de
aspectos da  Canetas de ponta um homem?
socialização grossa;  Em quais lugares e
feminina e  Tiras de papel; espaços sociais
masculina que  Desenho de uma estão as mulheres?
transformam as árvore bem grande; E os homens?
diferenças entre  Folha de Cartolina  Em que situações
homens e com um uma adolescente
mulheres em termômetro ou jovem se sente
desigualdades. desenhado do lado discriminada pelo
esquerdo e divida fato de ser mulher?
horizontalmente em  Em que situações
três partes (frio, um adolescente ou
morno e quente). jovem se sente
discriminado pelo
fato de ser homem?

PARTE 01

INTEGRAÇÃO

1º) Colar três folhas grandes de papel na parede, formando três colunas.
2º) Colocar a palavra MULHER na primeira coluna e colar a palavra HOMEM na
terceira coluna;
3º) Inicialmente, será pedido para cada participante que falem o que lhes vêm à
cabeça, quando escutam a palavra “mulher”. As palavras serão escritas na primeira
coluna, à medida que forem falando. A mesma atividade será repita com a coluna da
palavra “homem”;
4º) Aos se esgotarem as características, serão realizadas leitura de cada uma das
colunas;
5º) Aqui os títulos de cada coluna serão trocados, ou seja, a palavra “mulher” será
substituída pela palavra “homem”, na primeira coluna, e vice-versa em relação a
terceira coluna. Após, os participantes deverão responder se as características
listadas poderiam ser atribuídas aos homens e vice-versa;
6º) Na coluna do meio será colocada aquelas que “não” podem ser atribuídas aos
dois sexos, ou seja, as ligadas à biologia. O título SEXO será colado nesta coluna.
7º) Nesse momento será relembrado o conceito de gênero.

PARTE 02

ATIVIDADE

1º) Os participantes serão divididos em quatro grupos. Cada grupo deverá fazer uma
lista com as informações que são passadas para as crianças na infância sobre ser
menino ou ser menina. Por exemplo: “menino não chora” e “menina tem que se
sentar de perna fechada”. Nesse momento serão distribuídas tiras de papel para que
as informações sejam registradas. Cada tira de papel deverá apenas um exemplo;
2º) Colocar o desenho da árvore na parede;
3º) Quantos todos terminarem, cada grupo irá fixar suas tiras na raiz da árvore. Os
exemplos relacionados aos meninos do lado esquerdo e às meninas do lado direito
(ou vice-versa);
4º) De posse das informações, cada participante deverá refletir sobre quem costuma
dar essas informações para as crianças (família, escola, sociedade, religião e mídia).
Após a reflexão os participantes deverão, novamente, escrever as conclusões nas
tiras, mas se comportam sendo criados sob essas orientações;
5º) Os resultados dessa reflexão serão escritos nas tiras e colocados como frutos.
Quando terminarem, os participantes deverão ler de cima para baixo, as respostas
que foram dadas e dizer qual conclusão podem-se chegar olhando para a árvore;
6º) A partir das conclusões, será construído o conceito de gênero, em conjunto com
os participantes, e realizar um aprofundamento discutindo o porquê das
desigualdades de gênero, onde elas se manifestam, as formas como se expressam
e os mecanismos que as reproduzem;

PARTE 03

FINALIZAÇÃO DA OFICINA

1º) A folha de cartolina, com o termômetro desenhado e dividida horizontalmente em


frio, morno e quente, será colada ao lado esquerdo da árvore.
2º) Serão distribuídas canetas coloridas entre todos os participantes e solicitado que
marquem o que acharam dessa atividade: se foi fria, morna ou quente. Ao término
serão explorados os pontos positivos e negativos da atividade.
3º) Por fim, será sugerido aos participantes que realizem essa mesma atividade com
seus alunos.

DURAÇÃO DA OFICINA: 03 H/A

OFICINA 02

É OU NÃO É?

OBJETIVOS MATERIAIS QUESTÕES A


NECESSÁRIOS SEREMRESPONDIDAS
 Debater  Cópia para todos  Por se diz que
preconceitos os participantes do os(as)
associados à poema Minhas heterossexuais são
orientação sexual Mãos; normais e as
de modo a  Papel sulfite ou demais orientações
problematiza-los cartolina; e manifestações da
 Canetas de ponta sexualidade são
grossa; desvios de caráter
 Aparelho de som e ou pouca
CDs. vergonha? O que
você acha disso?
 Quem define a
normalidade?
Baseado em que
critérios?
PARTE 01

INTEGRAÇÃO

1º) Distribuição do poema Minhas mãos, de Elisabete Navet, a todos os


participantes;
2º) Pedir para que alguém leia e que os demais acompanhem a leitura;
3º) Nesse momento será informado que essa poesia fala sobre o amor entre duas
mulheres. Após, será questionado em que isso muda na maneira como interpretar
os versos.

Minhas mãos

[...]
Ah! Minha amada!...
Estas mãos sempre te pertenceram
De forma absoluta e plena,
Como se fosse o amor incondicional
De duas fêmeas que se desejam!

4º) Para encerrar essa etapa, será contado que no Brasil, existem várias
organizações de mulheres lésbicas e que, muitas vezes, têm uma proximidade muito
grande com o movimento feminista na luta pela igualdade de gênero e pelo fim da
violência contra as mulheres.

PARTE 02
ATIVIDADE

1º) Uso de três folhas de papel sulfite ou cartolina. Na primeira, será escrito a
palavra “CONCORDO”; na segunda, “DISCORDO”; e na terceira “TENHO
DÚVIDAS”.
2º) As folhas serão fixadas na parede bem separadas;
3º) Os participantes deverão se levantar para ouvir a leitura de uma afirmação
relacionada à questão da diversidade sexual;
4º) Depois de lida a afirmação, os participantes deverão se dirigir a um dos lugares
da sala em que estão afixados os cartazes, ou seja, quem concordar deve-se
locomover até o cartaz escrito CONCORDO e assim por diante. Afirmações:
a. Uma pessoa pode escolher se quer ser homossexual, bissexual ou
heterossexual.
b. A maior parte das mulheres que se tornam lésbicas é porque foram abusadas
por um homem na infância.
c. Um menino que foi criado por um pai homossexual o mais chance de se
tornar gay ou travesti.
d. Um gay que queira se curar de sua homossexualidade deve procurar um
psicólogo ou um líder religioso.
e. Travesti é o homem que se traveste de mulher apenas para ganhar dinheiro,
se prostituindo.
f. Transexual é aquela pessoa que nasceu com um determinado sexo, mas que
pertence ao outro.

5º) Depois que todos estiverem posicionados junto ao cartaz ao qual se dirigiram,
cada um deverá justificar sua posição. Os três grupos deverão justificar porque
escolheram tal posição;
6º) Após a breve discussão, haverá a leitura de uma nova afirmação e o
procedimento será repetido até terminar as frases;
7º) Para encerrar, cada participante deverá voltar a seus lugares e aprofundar a
discussão a partir das questões a serem respondidas.

TEMPO DE DURAÇÃO: 02 H/A

OFICINA 03

DIFERENTES, PORÉM IGUAIS.

OBJETIVOS MATERIAIS QUESTÕES A


NECESSÁRIOS SEREMRESPONDIDAS
 Favorecer a  Carolinas;  Quais são as
reflexão sobre o  Papel Craft; formas de
preconceito e as  Lápis; desrespeito que
discriminação que  Canetas coloridas; adolescentes
envolvem  Tesoura; homossexuais
orientação sexual e  Cola; vivenciam? Por
identidade de  Revistas velhas. quê?
gênero.  Cartolina com três  O que é
colunas na homofobia? Como
horizontal: a ela se manifesta?
primeira com  Por que se diz que
carinha sorrindo; a os heterossexuais
segunda com são “normais”? O
carinha séria; a que você acha
terceira com disso?
carinha de tristeza.  Quem de fato é
normal? E quem é
anormal?
 Quem tem o poder
de definir a
normalidade?
 O que é ser
“normal”?
 O que é ser
“anormal”?

PARTE 01

INTEGRAÇÃO

1º) Inicialmente, as pessoas do grupo deverão responder quais os meios de


comunicação que eles acham ter mais influência sobre a vida dos adolescentes e
jovens;
2º) Em seguida, será perguntado aos participantes se eles conhecem a música
Televisão, cantada pelos Titãs. A letra da música será distribuída entre eles, e se
alguém souber, poderá cantá-la, caso contrário, alguém deverá ler.

Televisão - Titãs

A televisão me deixou burro


Muito burro demais
Agora todas as coisas que eu penso
Me parecem iguais
O sorvete me deixou gripado
Pelo resto da vida
E agora toda noite quando eu deito
É “boa noite, querida”
Ô Cride, fala pra mãe
Que eu nunca li um livro
Que o espirro fosse um vírus sem cura
E vê se me entende pelo menos
Uma vez, criatura
Ô Cride, fala pra mãe
A mãe diz pra eu fazer alguma coisa
Mas eu não faço nada
A luz do sol me incomoda
Então deixa a cortina fechada
É que a televisão me deixou burro
Muito burro demais
E agora eu vivo dentro dessa jaula
Junto dos animais
Ô Cride, fala pra mãe,
Que tudo que antena captar
Meu coração captura
E vê se me entende pelo menos
Uma vez, criatura
Ô Cride, fala pra mãe.

3º) Depois de cantada/lida, os participantes deverão responder sobre a importância


dos meios de comunicação nos dias de hoje e qual o seu poder nas atitudes das
pessoas, e se concordam com a afirmação de que a televisão deixa as pessoas
burras, como diz a letra da música;
4º) Será feita a seguinte explicação: nos dias de hoje, a comunicação assume um
papel fundamental nos processos de compreensão do mundo e que seus diferentes
veículos (rádio, TV, publicidade, internet e outros) são o principal espaço de
circulação de informações e são muito importante para a formação de opinião
pública;
5º) Para encerrar essa etapa, serão informados de que o conceito de “direito a
comunicação” apareceu pela primeira vez na década de 1960 e foi-se cristalizando
em debates promovidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura – UNESCO. Afirmar esse direito significa dizer que todo ser
humano, individual e coletivamente, tem o direito de ser, além de espectador e leitor,
produtor de informações. Portanto, cabe também aos adolescentes e jovens, com
seu potencial multiplicador, questionar e refletir, em sua e em sua comunidade,
sobre as informações e situações que aparecem nos meios de comunicação que
reproduzem os preconceitos e discriminações.

PARTE 02

ATIVIDADE

1º) Os participantes serão divididos em quatro grupos. Cada grupo será uma
agência de publicidade e deverão simular uma campanha para diminuir a
vulnerabilidade de adolescentes e jovens em relação as DST/HIV/aids;
2º) Cada grupo terá 05 minutos para “vender” sua campanha e que, para melhor
apresentá-la, deverão elaborar um cartaz o mais criativo possível;
3º) Terão de 30 a 40 minutos para preparar a proposta e o cartaz que explica como
será a campanha;
4º) Depois do término das apresentações, serão chamados um representante de
cada grupo e avisados que o cliente achou a ideia muito ampla e que resolveu
mudar a campanha. O grupo terá mais 20 minutos para reforçar o cartaz. Não
poderão ser feitos novos cartazes, apenas ser acrescentado uma nova frase no
início ou no final da proposta inicial;
5º) Receberão, agora, a informação que a nova campanha deverá ser, voltada
somente para adolescentes e jovens que fazem parte da comunidade LGBT;
6º) Após 20 minutos os grupos farão reapresentação dos cartazes;
7º) Quando finalizarem, será proposta uma votação em que se decidirá qual das
propostas está mais adequada à comunidade LGBT;
8º) O encerramento será com um debate onde os participantes serão estimulados a
discutir a partir das questões respondidas.

PARTE 03

FINALIZAÇÃO DA OFICINA

1º) A folha de cartolina com as carinhas será afixada no quadro;


2º) Cada participante deverá se dirigir à frente e fazer um X na carinha que mais tem
a ver com o que acharam da atividade:

Sorrindo: se gostaram
Séria: se acharam mais ou menos
Triste: se acharam chata.

3º) Fazer análise dos resultados e dos porquês de terem achado isso ou aquilo.

TEMPO DE DURAÇÃO: 03 H/A

SUGESTÃO DE LEITURA

O que é essa coisa chamada amor: identidade homossexual, educação e


currículo. Educação & Realidade, Autora. Britzman, D. Porto Alegre, v.21, n. 1, p.
71-96, jan./jun. 1996.
GTPOS, ABIA, ECOS. Guia de Orientação sexual: diretrizes e metodologia (da
pré-escola ao 2º grau). São Paulo: Casa do Psicólogo; Fórum Nacional de
Educação e Sexualidade, 1994, 112 páginas.

Identidade homossexual e normas sociais (histórias de vida) Autora: Teresa


Adada Sell. UFSC.

Corpo, Gênero e Sexualidade - Um debate contemporâneo na educação.


Autor(as): Guacira Lopes Louro (org.), Jane Felipe Neckel (org.), Silvana Vilodre
Goellner (org.). Vozes/2003 - 2ª edição.

O corpo educado – Ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Autora: Guacira


Lopes Louro. Autêntica/1999.

A arqueologia do saber. Autor: Michel Foucault. ForenseUniversitária/2007.

Um corpo estranho. Autora: Guacira Lopes Louro. Autêntica/2004.

O Segundo Sexo – Fatos e Mitos – vol. 1. Autora: Simone de Beauvoir Nova


Fronteira/1980.

Currículo, gênero e sexualidade. Autora: Guacira Lopes Louro. Porto/2001.

Mitos e Tabus da Sexualidade Humana. Autora: Jimena Furlani Autêntica/2003.

Preconceito contra homossexualidade – a hierarquia da invisibilidade. Autor:


Marcos Aurélio Máximo Prado, Frederico Viana Machado.Cortez/ 2008.

SUGESTÃO DE FILMES:

Billy Elliot
Direção: Stephen Daldry
Sinopse: Billy Elliot (Jamie Bell) é um garoto de 11 anos que vive numa pequena
cidade da Inglaterra, onde o principal meio de sustento são as minas da cidade.
Obrigado pelo pai a treinar boxe, Billy fica fascinado com a magia do balé, com o
qual tem contato através de aulas de dança clássica que são realizadas na mesma
academia onde pratica boxe. Incentivado pela professora de balé (Julie Walters),
que vê em Billy um talento nato para a dança, ele resolve então pendurar as luvas
de boxe e se dedicar de corpo e alma à dança, mesmo tendo que enfrentar a
contrariedade de seu irmão e seu pai à sua nova atividade.
Título Original: Billy Elliot. Gênero: Drama. Tempo de Duração: 111 minutos. Ano
de Lançamento (Inglaterra): 2000. Site Oficial:
www.tigeraspect.co.uk/tigeraspectpictures/dancer.html
Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/billy-elliot/billy-elliot.asp#Sinopse

A cura
Direção: Peter Horton
Sinopse: Erik (Brad Renfro) é um garoto solitário que atravessa todas as barreiras
que o preconceito ergueu e se torna amigo do seu vizinho, Dexter (Joseph
Mazzello), um garoto de 11 anos que tem Aids. Erik se torna muito ligado a Linda
(Annabella Sciorra), a mãe de Dexter, e na verdade fica mais próximo dela que da
sua própria mãe, Gail (Diana Scarwid), que é negligente com ele e quase nunca lhe
dá atenção. Quando os dois garotos lêem que um médico de Nova Orleans
descobriu a cura da Aids, os meninos tentam chegar a este médico para conseguir a
cura.
Título Original: The Cure. Gênero:
Drama. Tempo de Duração: 110 minutos. Ano de Lançamento (EUA): 1995.
Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/cura/cura.asp#Sinopse

Jeffrey – De caso com a vida


Direção: Christopher Ashley
Sinopse:Jeffrey (Steven Weber), um garçom assumidamente gay, sonha em ser
ator e, em meio às tensões de ser contaminado pela Aids, decide não ter mais
relações sexuais. Mas em uma academia de ginástica encontra Steve (Michael T.
Weiss), o homem da sua vida. Jeffrey inicialmente o evita, apesar de seus amigos
falarem que ele precisa de namorado, mas quando Jeffrey concorda em sair com
Steve este confessa que é soropositivo. Isso faz ele criar uma série de dúvidas, pois
não sabe se compensa se envolver com uma pessoa que está com uma estimativa
de vida curta, apesar de no momento gozar de boa saúde. Além disso, a morte de
amigos ou mesmo aqueles que têm a doença em estado avançado o deixam muito
inseguro sobre que rumo dar à sua vida.
Título Original: Jeffrey. Gênero: Drama. Tempo de Duração: 90 minutos. Ano de
Lançamento (EUA): 1995.
Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/jeffrey/jeffrey.asp#Sinopse

Minha vida em cor de rosa


Direção: Alain Berliner
Sinopse: Funcionário de classe média tem problemas: seu filho, Ludovic, aparece
na primeira festa para os vizinhos vestido de mulher. O que parecia uma brincadeira
torna-se um problema na família, no trabalho e com os vizinhos. Mas Ludovic, com
ingenuidade de criança, confessa que quer ser menina. Ano de Lançamento
(Bélgica/França): 1997.
Título Original: Ma Vie en Rose.
Fonte: http://www.escutaanalitica.com.br/cursos/cinedebate.htm

Procura-se Amy
Direção: Kevin Smith
Sinopse: Holden e seu amigo Banky ganham a vida fazendo uma tirinha de sucesso
em Nova Jersey. Um cotidiano tranqüilo, até que Holden cai de quatro ao conhecer a
roteirista Alyssa. Não mede esforços para conquistá-la, mas surpreende-se ao
descobrir que ela tem a mesma preferência sexual que ele.
Título Original: Chasing Amy. Gênero: Comédia. Tempo de Duração: 113 minutos.
Ano de Lançamento (EUA): 1997.
Fonte:http://www.adorocinema.com/filmes/procura-se-amy/procura-seamy.
asp#Sinopse

O segredo de Brokeback Mountain


Direção: Ang Lee
Sinopse: Jack Twist (Jake Gyllenhaal) e Ennie Del Mar (Heath Ledger) são dois
jovens que se conhecem no verão de 1963, após serem contratados para cuidar das
ovelhas de Joe Aguirre (Randy Quaid) em Brokeback Mountain. Jack deseja ser
cowboy e está trabalhando no local pelo 2º ano seguido, enquanto que Ennie
pretende se casar com Alma (Michelle Williams) tão logo o verão acabe. Vivendo
isolados por semanas, eles se tornam cada vez mais amigos e iniciam um
relacionamento amoroso. Ao término do verão cada um segue sua vida, mas o
período vivido naquele verão irá marcar suas vidas para sempre.
Título Original: Brokeback Mountain. Gênero: Drama. Tempo de Duração: 134
minutos. Ano de Lançamento (EUA): 2005. Site Oficial:
www.brokebackmountain.com
Fonte:http://www.adorocinema.com/filmes/brokeback-mountain/brokebackmountain.
asp#Sinopse

Transamérica
Direção: Duncan Tucker
Sinopse: Bree Osbourne (Felicity Huffman) é uma orgulhosa transexual de Los
Angeles, que economiza o quanto pode para fazer a última operação que a
transformará definitivamente numa mulher. Um dia ela recebe um telefonema de
Toby (Kevin Zegers), um jovem preso em Nova York que está à procura do pai. Bree
se dá conta de que ele deve ter sido fruto de um relacionamento seu, quando ainda
era homem. Ela, então, vai até Nova York e o tira da prisão. Toby, a princípio,
imagina que ela seja uma missionária cristã tentando convertê-lo. Bree não desfaz o
mal-entendido, mas o convence a acompanhá-la de volta para Los Angeles.
Título Original: Transamerica. Gênero: Drama. Tempo de Duração: 103 minutos.
Ano de Lançamento (EUA): 2005. Site Oficial: www.transamerica-movie.com
Fonte:http://www.adorocinema.com/filmes/transamerica/transamerica.asp#Sinops

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORTOLINI, Alexandre. Projeto Diversidade Sexual na escola. 1ª Edição Pró-


Reitoria de Extensão/UFRJ Rio de Janeiro 2008.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Vigilância em Saúde. Departamento de


DST, Aids e Hepatites Virais. Adolescentes e jovens para a educação entre
pares: Sexualidade e saúde reprodutiva. Saúde e Prevenção nas Escolas, v. 1.
Brasília, 2011.
______. Adolescentes e jovens para a educação entre pares: Gêneros. Saúde e
Prevenção nas Escolas, v. 7. Brasília, 2011
______. Adolescentes e jovens para a educação entre pares: Diversidades
sexuais. Saúde e Prevenção nas Escolas, v. 7. Brasília, 2011
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais. Ensino médio. Brasília: MEC, 2000.

BRITZMAN, Deborah.O que é essa coisa chamada amor: identidade


homossexual, educação e currículo. Educação e Realidade, vol. 21, n. 1, jan./jul.
1996.

BUTLER, Judith. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do “sexo”. In:
LOURO, Guacira Lopes. (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade.
Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.
_______. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 10 ed. Trad.
de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.

COLÉGIO ESTADUAL PRESIDENTE ABRAHAM LINCOL. Projeto político


pedagógico. Colombo, 2013.

DIAS, Maria Berenice. Conversando sobre homoafetividade. Porto Alegre: Livraria


do Advogado Editora, 2004.

FRANÇA, Fabiane Freire; CALSA, Geiva Carolina. As contribuições dos estudos


de gênero e sexualidade no cotidiano escolar dos docentes. Florianópolis. 2008
Disponível em: http://www.fazendogenero.ufsc.br/8/sts/ST40/Franca-Calsa_40.pdf
Acesso em: 15/04/2013.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. 24 ed. Trad. de Laura Fraga de Almeida


Sampaio. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
_______. Vigiar e punir. 21. ed. Petrópolis: Vozes, 1997.
______. História da sexualidade. Vol. 1: A vontade de saber. 19a ed. Rio de
Janeiro: Graal, 1988.
______. História da sexualidade. Vol. 2: O uso dos prazeres. 12a ed. Rio de
Janeiro: Graal, 1984.
______. História da sexualidade. Vol. 3: O cuidado de si. 9a ed. Rio de Janeiro:
Graal, 1985.

FRY, Peter & MACRAE, Edward. O que é Homossexualidade. São Paulo – Abril
Cultura-Brasiliense, 1985.

FURLANI, Jimena. Mitos e tabus da sexualidade humana: subsídios ao trabalho


em educação sexual. – 3.ed., Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

______. Encarar o desafio da Educação Sexual na escola. In: Sexualidade.


Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento
de Diversidades. Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual. - Curitiba: SEED – Pr.,
2009, p. 37-49.
______. Sexos, sexualidades e gêneros: monstruosidades no currículo da educação
sexual. In: REUNIÃO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO
E PESQUISA EM EDUCAÇÃO, 28, 16-19 out. 2005, Caxambu, MG. GE 23 —
Grupo de Estudos Gênero, Sexualidade e Educação: trabalhos e pôsteres.
Disponível em: http://www.anped.org.br/reunioes/28/inicio.htm. Acesso em: 2 fev.
2009. ______. Mitos e tabus da sexualidade humana. 2ª ed. Belo Horizonte:
Autêntica, 2003.

GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL NA ESCOLA: reconhecer diferenças e


superar preconceitos. Caderno SECAD 4. SECAD/MEC: Brasília – DF, maio 2007.

LINZ, Beatriz Accioly. Diferentes, não desiguais: A questão de gênero na escola. –


1. ed. – São Paulo: Editora Reviravolta, 2016.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: Uma perspectiva pós-


estrururalista..- 16. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

MACRAE, Edward. A construção da igualdade: identidade sexual e política no


Brasil da abertura. – Campinas: Editora da UNICAMP, 1990.

MOTT, Luiz Roberto de Barros Os homossexuais: as vítimas principais da violência.


In: VELHO, Gilberto; ALVITO, Marcos (Orgs.). Cidadania e violência. 2. ed, Rio de
Janeiro: UFRJ, FGV, 2000.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da


Educação Básica: Curitiba: Ciências, EED, 2008.

PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares de História


do Estado do Paraná. Curitiba, 2006 e 2008.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Sexualidade. Superintendência de


Educação. Departamento de Diversidade. Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual.
–Curitiba: SEED – PR., 2009.

PICAZIO, Cláudio. Diferentes desejos: adolescentes homo, bi e heterossexuais.


– São Paulo: Summus, 1998.

Presidência da República. Decreto de 28 de novembro de 2007. Convova a I


Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais. Disponível em :
http://www.conferencianacionallgbt.com.br/view/templates/arquivos/decreto.pdf
Acesso em 12/11/2016

RIBEIRO & SOUZA, Cláudia Maria e Ila Maria Silva de - Orgs. Educação Inclusiva:
Tecendo Gênero e Diversidade Sexual nas Redes de Proteção, Lavras: Ed.
UFLA, 2008.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ - Superintendência da


Educação. Diretoria de Políticas e Programas Educacionais. Coordenação de
Desafios Educacionais Contemporâneos. Sexualidade, caderno 2 – Curitiba:
SEED.-PR., 2008. – 216 p.
WEREBE, M. J. G. Sexualidade, política e educação. Campinas: Autores
Associados, 1998, p. 174.

ENDEREÇO ELETRÔNICO:

Portal Educacional do Estado do Paraná – Dia-a-dia Educação. Departamento da


Diversidade, Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual - Legislação Federal e
Estadual, disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/educadores/
http://www.diaadia.pr.gov.br/ngds/. Acesso em 21 de novembro de 2016.

Você também pode gostar