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CAMPUS BELÉM
PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
BELÉM
2019
LETÍCIA NEVES DE OLIVEIRA
BELÉM
2019
SUMÁRIO
1. Introdução 1
2. Justificativa 2
3. Problema 4
4. Objetivos 6
5. Referencial Teórico 7
6. Metodologia 22
7. Cronograma 27
8. Calendário de Coleta 28
9. Referências 29
10. Apêndice 32
1
TEMA
Identidade de Gênero na educação infantil
1. INTRODUÇÃO
Percebemos assim, que a escola nos ensina logo cedo à forma como o mundo
está organizado a partir das relações de gênero e nos indica caminhos pelos quais
nossa identidade deverá ser construída para nos tornar “autênticos” homens e
mulheres. Não difícil escutar nas escolas frases relacionadas ao que se entende por
identidade e papéis de gênero como “meninas são organizadas”, “menina é
vaidosa”, “meninos são desordeiros”. O Gênero na escola é, pois, um demarcador
de espaços e regras estabelecidas em razão das normas de gênero, isto é, do que
se entende por feminino e masculino (LOURO, 2000).
2. JUSTIFICATIVA
3. PROBLEMA
Sabe-se, contudo, que escola não é o único meio que incide na construção de
identidades sociais. Vivenciamos as chamadas Pedagogias Culturais que
constantemente estão sendo acionados no sentido de inferir algo sobre a formação
dessas identidades e de tal forma regular e “fabricar” sujeitos de determinado “tipo”.
São inúmeros os espaços de circulação de informação e concepções de gênero. A
mídia em geral pode ser compreendida como uma dessas instâncias educadoras.
Novelas, séries, desenhos, propagandas, publicidades, etc.; também são núcleos de
saberes e conhecimento, pois transmitem mensagens e códigos culturais que
sugerem comportamentos e ensinam o que é ser “homem” e “mulher” e mais ainda
com o desenvolvimento de veículos de massa ao passo em que a criança passa a
ser vista como potencial consumidor.
4. OBJETIVOS
5. REFERENCIAL TEÓRICO
No seu estudo, Ariès defende que durante a idade média não havia
diferenciação por faixa etária tal qual conhecemos hoje. Nesse período as crianças
eram vistas como adultos em miniaturas, sem diferenciação quanto a roupas,
espaços ou atividade laboral. Nessa sociedade “não existem crianças caracterizadas
por uma expressão particular, e sim homens de tamanho reduzido” (ARIÈS, 1981, p.
51). Sua educação nesse contexto dava-se a partir da convivência direta com os
adultos, dos quais observavam e internalizavam os comportamentos e atividades
necessárias para suprir as exigências da vida em sociedade.
destaca que a fase da infância concebida na época até os sete anos de idade, era
caracterizada pela inexistência da fala, tal qual remete o próprio termo enfant “que
quer dizer não falante, pois nessa idade a pessoa não pode falar bem nem formar
perfeitamente suas palavras [...]” (ARIÈS, 1981, p. 36). A partir dos sete anos, a
criança se tornava adulta e era considerada pronta para desempenhar na sociedade
as funções equivalentes a sua fase madura.
Por muito tempo para suprir a necessidade de zelo aos filhos, foram surgindo
iniciativas informais de guarda a crianças, contudo, sem oferecer condições
favoráveis ao desenvolvimento infantil. Mais tarde iniciativas filantrópicas passaram
a olhar as crianças desvalidas sob a ótica da caridade onde o préstimo nos espaços
dava-se em relação à faixa etária da criança. No que diz Oliveira (2011):
Nesse segmento o gênero nas suas mais diversas significações pode ainda
agregar a si convenções sociais imbricadas em costumes e ideia à medida que
depende de “caracteres convencionalmente estabelecidos”, e “atividades habituais
decorrentes da tradição” como no gênero de vida, por exemplo. (FERREIRA, 1986,
p. 844; GUEDES, 1995)
A tomada do termo “gênero” nos estudos das mulheres foi alçado inicialmente
por historiadoras anglo-saxãs, que se apropriaram do termo gender para antagonizar
a ideia de determinismo biológico tácito no uso dos termos sexo ou diferença sexual
(SCOTT, 1995). O termo embora projetado a luz de conceitos nem sempre
unânimes, foi agregado a diversas correntes feministas caminhando para o mesmo
propósito: “[...] argumentar que diferenças entre homens e mulheres eram social e
culturalmente construídas e não biologicamente determinadas” (MEYER, 2013, p.
17).
Scott (1995) nos aponta pelo menos dois vieses pelos quais a utilização do
termo “gênero” inicialmente caminhou nos estudos feministas: se por um lado
pesquisadoras utilizaram-no para defender a abordagem relacional da história de
homens e mulheres, sob a ideia de que “[...] nenhuma compreensão de qualquer um
poderia existir através de estudo inteiramente separado”, por outro historiadoras
propuseram inscrever a mulher na história prescrevendo simultaneamente a
reformulação das metodologias do trabalho científico ao passo que se buscava
sublinhar na história os interesses e vivências da mulher no âmbito subjetivo e
político.
Com efeito, tornar “Gênero” uma categoria de análise passa a ser uma tarefa
urgente à medida que a premissa dos estudos deveria não só buscar evidenciar a
mulher e as experiências entre homens e mulheres na história como também
identificar as formas de intervenção sobre as desigualdades. É necessário trazer
para o campo das discussões as relações sociais que envolvem as representações
de feminino e masculino (SCOTT, 1995).
Nesse segmento, Scott (1995) denota duas vias dos estudos que permearam
as teorizações de gênero. Uma, em busca de uma “legitimidade acadêmica”
transcende o termo “gênero” em substituição a “mulher” numa análise neutra onde
“nessa utilização, o termo “gênero” não implica necessariamente uma tomada de
posição sobre a desigualdade ou o poder, nem tampouco designa a parte lesada” (p.
75). Outra, explica o gênero como uma construção social que agrega a um corpo
sexuado papéis sociais diferenciados para homens e mulheres, sendo este, pois,
considerado o núcleo produtor e reprodutor das desigualdades de gênero.
A identidade para Hall (2006), Silva (2010) e Louro (2000) é relacional, pois se
estabelece a partir de algo externo a ela. Ao buscar conhecer a si o sujeito moderno
também é conhecido, se identifica e é identificado e definido. Woodward (2012)
aponta o binarismo presente nessa articulação relacional que está constantemente
classificando o “bom” e o “ruim”, “normal” e “anormal”, “eu” e o “outro”.
Temos então, o corpo como tela sobre a qual a cultura desenha sentido social
e inscreve parâmetros de “normalidade” e universalidade (BRITZMAN, 1996;
LOURO, 2000). Nesse sentido, a confusão entre as duas identidades (de gênero e
de sexualidade) se dá através do conceito de natural construído sobre o corpo, que
por sua vez é arcabouço do pressuposto de que “‘todo mundo’ é, ou deveria ser,
heterossexual e que a heterossexualidade é marcada através de rígidos binários de
gênero.” (BRITZMAN, 1996, p. 76). Considerando essa costumeira articulação de
identidades como um dado natural, cabe, pois, destacar suas alteridades tendo em
vista seu caráter construído.
Não existe, de um lado, uma identidade heterossexual lá fora, pronta, acabada, esperando para ser
assumida e, de outro, uma identidade homossexual instável, que deve se
virar sozinha. Em vez disso, toda identidade sexual é um constructo
instável, mutável e volátil, uma relação social contraditória e não finalizada.
21
Com efeito, “algumas identidades são tão ‘normais’ que não precisam dizer de
si; enquanto outras se tomam ‘marcadas’ e, geralmente, não podem falar por si.”
(LOURO, 2000, p.64). Na nossa sociedade, temos, pois a heterossexualidade como
parâmetro para discriminar as identidades “desviantes”, ou seja, aquelas que não se
adequam nos rígidos binários de gênero. O pressuposto da “normalidade” diz que
uma pessoa que nasceu com um pênis (corpo) irá obrigatoriamente se sentir atraída
efetivo e/ou sexualmente por alguém do sexo oposto (identidade sexual) e
concomitantemente se comportar como homem (identidade de gênero) a partir do
que é definido por masculinidade.
6. METODOLOGIA
quando se pauta em questões referente à “como” e “por que” tal como o problema
desta pesquisa.
7. CRONOGRAMA
Atividades Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set Out Nov. Dez.
.
Reformulaçã X X
o do Projeto
Leitura da X X
bibliografia
Coleta de X X X X
dados no
campo
Análise dos X X X
dados
Elaboração X
do sumário
provisório
Revisão do X
texto
Revisão X X X
definitiva
Defesa X X X
FEVEREIRO MARÇO
D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 1 2
3 4 5 6 7 8 9 3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16 10 11 12 13 14 15 16
17 18 19 20 21 22 23 17 18 19 20 21 22 23
24 25 26 27 28 24 25 26 27 28 29 30
31
Feriados/Pontos facultativos
6 dias de coleta
4 dias de coleta
ABRIL MAIO
D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4
7 8 9 10 11 12 13 5 6 7 8 9 10 11
14 15 16 17 18 19 20 12 13 14 15 16 17 18
21 22 23 24 25 26 27 19 20 21 22 23 24 25
29
28 29 30 26 27 28 29 30 31
9. REFERÊNCIAS
ARCE, Alessandra. Lina, uma criança exemplar! Friedrich Froebel e a pedagogia dos
jardins-de-infância. Ver. Bras. Educ., Ago. 2002, n. 20, p. 107 – 120. ISSN 1413-2478.
DIDONET, Vital. Creche: a que veio, para onde vai. In: Educação Infantil: a creche, um
bom começo. Em Aberto/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. v 18,
n.73. Brasília, 2001. P.11-28.
GUEDES, Eunice Figueiredo. Gênero, o que é isso?. Psicol. Cien. Prod.Vol. 15no. 1-3
Brasília 1995.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. - São Paulo: Atlas,
2008.
31
LOURO, G.; FELIPE, J.; GOELLNER, S. (Org). Corpo, gênero e sexualidade: um debate
contemporâneo na educação. In: MEYER, Dagmar. Gênero e educação: teoria e politica.
9° ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
SCOTT, Joan. Gênero: uma Categoria Útil de Análise Histórica. Educação e Realidade.
20 (2), p.71-99, 1995
TOURAINE, Alan. O mundo das mulheres. Tradução Francisco Morás. 2° ed. Revista -
Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
VEIGA-NETO, Alfredo. Incluir para excluir. In: LARROSA, J.; SKLIAR, C. (Org). Habitantes
de babel: políticas e poéticas da diferença. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
10. APÊNDICE