UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA

Licenciatura Plena em Pedagogia

Jessyca Ribeiro Duarte da Silva

CONVENTO DAS MERCÊS E CAFUÁ DAS MERCÊS

São Luís
2022
 Jessyca Ribeiro Duarte da Silva

CONVENTO DAS MERCÊS E CAFUÁ DAS MERCÊS

Atividade apresentada à disciplina Estudos

de Arte e Cultura Popular do curso de
Pedagogia da Universidade Federal do
Maranhão como requisito necessário para
obtenção da segunda nota.

Docente: Maysa Leite Serra.

São Luís
2022
 CONVENTO DAS MERCÊS E CAFUÁ DAS MERCÊS

1. Convento das Mercês: breve histórico

O Convento das Mercês localiza-se no Centro Histórico da cidade de São Luís
no Maranhão, foi tombado pela UNESCO, como patrimônio cultural mundial em 1997
e possui 5.800 m² de área construída. Tendo sido construído no ano de 1654 quando
João Cerveira e Marcos da Natividade chegaram à cidade juntando-se aos frades
Manoel de Assunção, Antônio Nolasco e João das Mercês. Com a Independência do
Brasil, o convento acabou sendo completamente abandonado devido a um processo
de esvaziamento. No século XX foi vendido ao Estado, realizando reformas e
adaptações como a inversão da frente que era voltada para o mar e a modificação
para uma fachada única, passando a abrigar o quartel da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros até o final da década de 1980, quando os batalhões foram transferidos.
Atualmente no Convento das Mercês funciona a Fundação da Memória Republicana,
instituição do Governo do Estado que administra o museu, biblioteca, pinacoteca, etc.
Figura 1 – Convento das Mercês

Fonte: Oimparcial, 2018.

2. Museu Cafuá das Mercês

O Museu Cafuá das Mercês, também conhecido como Museu do Negro, está
localizado no Centro Histórico da cidade de São Luís no Maranhão, ao lado do
Convento das Mercês, e foi criado através do Decreto nº 5.536, de 05 de fevereiro de
1975. Atualmente encontra-se vinculado ao Museu Histórico e Artístico do Maranhão
(MHAM), sendo possível encontrar e reconhecer aspectos da cultura afro-brasileira
do Maranhão.
Figura 2 – Cafuá das Mercês

Fonte: Imirante, 2020.

Cafuá significa caverna, lugar escuro e foi construído no século XVIII com o
intuito de abrigar os africanos escravizados para depois serem vendidos em praças
públicas. O prédio possui dois pavimentos com um compartimento cada, os escravos
ficavam amontoados em um local com pouca iluminação e ventilação, em condições
sub-humanas, aspectos estes que ainda é possível identificar no local.
Pode-se encontrar no local objetos relativos ao período de escravidão, como
palmatórias e gargalheiras de ferros que eram instrumentos de tortura, encontra-se
também peças da arte africana, objetos de cultos religiosos como instrumentos
musicais, estatuetas, cachimbos, há fotografias referentes às duas casas mais antiga
do culto afro-maranhense, o Tambor de Mina. O Museu traz importantes elementos e
influencias da cultura africana para a formação da identidade do povo maranhense.
Figura 3 – Artefatos no Museu Cafuá das Mercês

Fonte: Governo do Maranhão no Twitter, 2020.

 3. Importância artístico-pedagógica
O Museu Cafuá das Mercês traz uma proposta de preservar e difundir a
memória e a cultura afro-brasileira e africana. Conforme a Lei nº 10.639, de 09 de
janeiro de 2003, que altera a LDB incluindo no currículo obrigatório o estudo da
temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, assim, faz-se necessário revisitar estes
locais e transmitir a importância desses povos para a formação da sociedade,
contribuindo também para o combate ao racismo e discriminação. A educação não
deve se dar apenas dentro do ambiente escolar, dentro das salas de aula, é
necessário explorar ambientes extraclasse capazes de proporcionar uma ampliação
e construção de uma aprendizagem significativa.
REFERÊNCIAS

PINHEIRO, Cleonice. MUSEU AFRO E A LEI N° 10.639/2003: reflexões acerca dos

desafios e das possibilidades do Museu Cafuá das Mercês (Museu do Negro) para o
ensino da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira. Kwanissa, São Luís, v. 4, n. 7,
p. 59-88, 2021.

MARQUES, Walter Rodrigues. et al. Arte-educação informal no Cafua das Mercês.

Brazil Journal of Development, Curitiba, v. 6, n. 9, p. 64470-64480, sep. 2020.

PEREIRA, Diego Rodrigo. ANDRADE, Maristela de Paula. Reflexões sobre a história

social do Maranhão no século XIX retratada pelo Museu Histórico e Artístico do
Maranhão. Cad. Pesq., São Luís, v. 19, n. 1, jan./abr. 2012.