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Introdução
Olá, querido aluno!
Os Arranjos Produtivos, nesse contexto, tratados muitas vezes também como “Arranjos
Produtivos Locais”, ou denominados simplesmente como “APLs”, possuem um papel
importante para o agronegócio brasileiro. Há muitos anos, por diferentes países, vêm sendo
estudadas e analisadas as contribuições que aglomerações produtivas (“clusters”) geram em
termos de resultados econômico- nanceiros e de desenvolvimento territorial.
Arranjo Produtivo pode ser considerado como um desdobramento dos estudos e análises
sobre aglomerações produtivas. O APL refere-se ao conglomerado de organizações e
empreendimentos, situados em uma mesma localidade e que possuem uma especialização
produtiva, junto à presença de empresas dos demais elos da cadeia produtiva da atividade
econômica, instalados no local. Além da cadeia produtiva, estão presentes outros atores de
grande importância para o sistema produtivo, tais como: instituições nanceiras,
universidades, associações, entre outros.
Portanto, neste material, temos três objetivos: I) apresentar os conceitos de Arranjos
Produtivos Locais, sua formação, planejamento, governança, estruturação em rede entre
atores e instituições locais, formação de capital social e relações de interdependência; II)
discutir os conceitos de desenvolvimento local em suas análises multidimensionais: social,
econômica e política e; III) relacionar os conceitos de APL e desenvolvimento local.
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Durante esta disciplina, abordaremos diversos e diferentes pontos ligados ao tema de
Arranjos Produtivos. Em um primeiro momento, trataremos dos conceitos iniciais, fazendo
diferenciação entre conceitos importantes que envolvem o setor do Agronegócio. Na
sequência, será apresentada uma explanação sobre redes organizacionais e seus diferentes
enfoques. A partir do quarto capítulo deste material, serão abordadas, com maior
profundidade, noções sobre os Arranjos Produtivos e seus desdobramentos no setor do
Agronegócio. Dentre os pontos que serão vistos no desdobramento de APLs, estão: conceito
de APL, distribuição geográ ca, fontes de dados abertos, características estruturais de
aglomerações produtivas, experiências internacionais, formação e planejamento, estruturas
de governança, formação de capital social e políticas públicas. Nos últimos capítulos, ainda
serão descritos acerca do conceito de desenvolvimento local e a importância dos APLs nessa
conjuntura.
Boa leitura!
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01
Conceitos Iniciais
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Olá, querido aluno!
Outro ponto interessante que se deve observar é que em 2015, a população mundial
estava em aproximadamente 7,38 bilhões de pessoas e, sendo estimado para 2050
entre 9,36 bilhões e 10,21 bilhões de pessoas. Tal pressuposto faz com que se projete
um cenário de maior demanda de alimentos para o futuro. Corroborando com esta
linha de raciocínio, dados do relatório “Projeções do Agronegócio – Brasil 2018/19 a
2028/29 – Projeções de Longo Prazo”, elaborado pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), apontam para um cenário de aumento da
produção de diversas culturas produzidas no país, nos próximos anos.
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Assista a um pequeno vídeo que complementa os conceitos apresentados
de agropecuária e agronegócio (Tempo do Vídeo: 0:54).
Cadeia Produtiva
O termo “Cadeia Produtiva” pode ser de nido como sendo um conjunto de etapas
e/ou atividades em sequência, responsáveis pela produção do produto (bem ou
serviço) que chega ao consumidor nal, desde a sua matéria-prima e insumos
utilizados para produção. Como exemplo de Cadeias Produtivas, pode-se citar: Cadeia
Produtiva do Arroz; Cadeia Produtiva do Trigo; Cadeia Produtiva do Leite; entre
diversas outras que contemplam o setor do agronegócio.
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Cadeia de Suprimentos
(Supply Chain)
A “Cadeia Produtiva” apresentada no tópico anterior aponta para uma visão geral do
conjunto de etapas do processo produtivo, desde o insumo até o consumidor nal. A
“Cadeia de Suprimentos”, por sua vez, conhecida também no termo em inglês como
“Supply Chain”, trata-se de uma rede de organizações, ou ainda, como um
conglomerado de empresas que atuam de forma independente e organizada para a
produção e consequente distribuição de um bem ou serviço para o consumidor nal
ou organização. Em outras palavras, a Cadeia de Suprimentos pode ser considerada
como um elemento de uma ou de diversas Cadeias Produtivas, envolvendo
estratégias, planejamento, movimentação e armazenagem desde os insumos para
produção até o produto nal.
Nos últimos anos muito tem-se tratado nas grandes organizações e também em
pesquisas acadêmicas sobre a Gestão da Cadeia de Suprimentos, ou ainda, em inglês
“Supply Chain Management” (SCM). Tal fato ocorre, tendo em vista a importância do
alinhamento entre os atores envolvidos na cadeia (fornecedores de insumos,
produtores rurais, operadores de logística, indústrias, atacadistas, varejistas, etc.) para
que otimize todo o uxo produtivo (material, informações e recursos) até a chegada
do bem ou serviço para o consumidor nal atendendo as suas necessidades.
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Para a Abordagem Prática desta aula podemos imaginar, como exemplo,
uma grande rede de alimentação rápida (“fast-food”), como McDonald’s,
Burguer King, Subway, entre outras, que necessita de uma Gestão da Cadeia
de Suprimentos muito bem alinhada e gerida, para que nunca faltem os
suprimentos necessários na produção do alimento para o consumidor nal,
ou ainda, que não haja desperdícios durante todo esse processo. Já parou
para pensar, o prejuízo que qualquer uma dessas grandes redes teria, caso
no estoque da loja não houvesse hambúrgueres por uma falha na gestão em
algumas destas etapas da cadeia? Portanto, é importante salientar que a
Gestão da Cadeia de Suprimentos é de grande importância para o sucesso
das organizações, atualmente.
Cadeia de Valor
Seguindo na linha dos termos envolvendo a palavra “cadeia”, tem-se também a
“Cadeia de Valor”. Este termo faz referência para a sequência de etapas que vão desde
a matéria-prima até o produto (bem ou serviço) que chega para o consumidor nal.
Contudo, diferentemente das cadeias anteriores, este tipo de cadeia vislumbra os
valores adicionados ao produto em cada etapa do processo.
Para exempli car de modo simples, imagine a produção de um lápis. A indústria que
fabrica o lápis utiliza como insumos (advindos de fornecedores) a gra te e a madeira.
Após a realização de algumas etapas, o lápis está pronto para ser vendido para o
consumidor nal por meio do varejo. Entretanto, imagine entregar as matérias-primas
(gra te e a madeira) diretamente para o consumidor nal. Estas matérias-primas
separadamente teriam algum valor para o consumidor nal? Provavelmente não, ou
muito pouco valor. Nesse sentido, o conceito de Cadeia de Valor é exatamente que as
etapas de produção gerem valor ao produto, atendendo às necessidades do
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consumidor nal. Este termo ainda pode ser encontrado como “Cadeia de Valor de
Porter”, devido a esta teoria ser proposta por Michael Porter, na Universidade de
Harvard, nos Estados Unidos.
Cadeia de Produção
Agroindustrial (CPA)
Para Batalha e Silva (2001), a “Cadeia de Produção Agroindustrial” (CPA), assim como
as cadeias anteriores, apresenta as etapas de produção em uma sequência. Contudo,
a CPA é de nida a partir do produto adquirido pelo consumidor nal. Nessa linha,
devem-se observar todas as etapas de produção anteriores (a jusante) ao produto
nal. Portanto, a caráter de exemplo, pode-se citar a “Cadeia de Produção
Agroindustrial da Manteiga”, “Cadeia de Produção Agroindustrial da Margarina”,
“Cadeia de Produção Agroindustrial do Requeijão” etc.
Destaca-se aqui, conforme apontam Batalha e Silva (2001), que o CAI pode ser
entendido como o ponto inicial de uma determinada matéria-prima, seguido de
inúmeros processos, podendo se transformar em diversos produtos. Como exemplo
de CAI, seria possível mencionar “complexo milho”, “complexo algodão”, “complexo
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trigo”, etc. Para o Complexo Agroindustrial (CAI), veri ca-se o processo inverso que
ocorre com o conceito de Cadeia de Produção Agroindustrial (CPA), sendo que o CAI
tem como princípio a matéria-prima e a CPA o produto nal.
Ainda, segundo Batalha e Silva (2001), o SAI pode ser caracterizado como um
composto de seis conjuntos de atores:
Redes Organizacionais
O termo “rede” possui uma quantidade relativamente grande de signi cados
dependendo do contexto em que está inserido. Este termo aparece em áreas como a
computação, teoria das organizações, pesquisa operacional etc. De modo geral, pode-
se apontar que redes de empresas ou denominadas também como redes
organizacionais, referem-se a uma estrutura de conexões entre diferentes atores de
um sistema social qualquer. No setor do agronegócio, o conceito de redes torna-se
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importante para compreender a relação entre diferentes atores nas cadeias
agroindustriais. Essa relação pode ser de poder, in uência e comportamento dos
atores para com os demais em atuação (BATALHA e SILVA, 2001).
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02
Redes Organizacionais
no Agronegócio
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Olá, querido aluno!
Além disso, também serão vistos outros pontos importantes no âmbito de redes
organizacionais, como cooperação, cooperação do tipo vertical e cooperação do tipo
horizontal.
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Distrito Industrial
O termo “Distrito Industrial” refere-se a uma região do município destinada para a
realização de atividades industriais. Considerando o conceito apresentado no tópico
anterior sobre Aglomeração Industrial, tratando-a como um cluster produtivo, tem-se
que o Distrito Industrial é também um cluster produtivo, mas com um nível de
aglomeração mais robusto. Em outras palavras, o Distrito Industrial pode ser
considerado como um avanço do processo de Aglomeração Industrial.
Em muitos casos, nos Distritos Industriais, existe a presença de incentivos scais por
parte do governo, como, por exemplo, a isenção de alguns impostos e taxas. Isto
ocorre, tendo como objetivo fortalecer as empresas atuantes no distrito, gerando
empregos e uma maior movimentação da economia local e regional.
Assim como ocorre nos Distritos Industriais, existem, muitas vezes, diversos
incentivos scais pelo governo para fortalecer a economia local e regional. Os termos
“Polo Industrial” e “Distrito Industrial” são, por várias vezes, utilizados como
sinônimos, pois realmente são próximos em seus conceitos e aplicações.
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Como caso prático desta aula, pode-se observar a Zona Franca de Manaus,
sendo um dos maiores Polos Industriais do país. É localizada no estado do
Amazonas, na cidade de Manaus, abrigando, aproximadamente 600
indústrias e gerando cerca de meio milhão de empregos (diretos e indiretos).
A Zona Franca de Manaus foi criada em 1967, com a nalidade de estimular
o desenvolvimento econômico da região Amazônica. Atualmente, neste polo,
compreendem-se indústrias dos mais diversos setores: produção de
alimentos; bene ciamento de madeira; produção de eletrônicos (televisores,
áudio e vídeo, aparelhos celulares); produção de motocicletas, entre outros.
Comunidade de Prática
Nos últimos anos, observa-se que a concepção do processo de aprendizagem provém
da experiência de vida no cotidiano e da experiência no trabalho, havendo cada vez
mais discussões teóricas nessa linha. Nesse sentido, o conceito de “Comunidade de
Prática” (Community of Practice – CoP) possui como pressuposto que as CoPs estão
presentes em diversos lugares e nos mais variados deles: trabalho, escola, casa,
atividades de interesses pessoais etc. (IPIRANGA et al., 2008). Portanto, em linhas
gerais, pode-se a rmar que a “Comunidade de Prática”, trata-se de uma troca de
conhecimentos em comunidade, a partir de processos práticos de aprendizagem.
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Para aprofundar seus conhecimentos sobre “Comunidade de Prática” no
contexto de Arranjos Produtivos, leia o artigo (estudo de caso) intitulado: “A
Comunidade de Prática da rede NÓS: Colaborando e Compartilhando
Conhecimento em Arranjos Produtivos Locais”
E você pode estar se perguntando: Mas qual a relação dos conceitos apresentados até
o momento com “Redes Organizacionais no Agronegócio”?
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Cooperação horizontal: é o tipo de cooperação que apresenta relações de
cooperação entre concorrentes, ou seja, empresas (organizações) que atuam em
um mesmo segmento.
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Figura 2 – Rede vertical de cooperação
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Caso queira aprofundar seu conhecimento em redes organizacionais, veja o
livro da autora Franciani Fernandes Galvão, intitulado Empreendedorismo e
Redes de Cooperação.
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03
Arquitetura e
tipologia de redes
Organizacionais
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Olá, querido aluno!
Arquitetura de Redes
Mediante o conceito apresentado de redes organizacionais, é importante entender os
tipos existentes de arquitetura dessas redes. Porém, primeiramente, é preciso
compreender que a Teoria de Redes está presente em diferentes áreas, como a
sociologia, antropologia, psicologia, biologia, tecnologia da informação, empresarial,
etc. No campo empresarial, tem como pressupostos os processos de interação,
relacionamento, ajuda mútua, compartilhamento, integração e complementariedade.
A seguir, na Figura 1 é ilustrada a divisão da Teoria de Redes. É interessante observar,
nessa gura, a divisão da arquitetura das redes em intraorganizacionais,
interorganizacionais e intrapessoais, com destaque para a arquitetura
interorganizacional, que ocorre na relação entre as organizações.
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Figura 1 – Conceito de Redes em uma perspectiva organizacional
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Redes interorganizacionais: são aquelas que são formadas entre diferentes
organizações, podendo variar em função do ambiente e as variáveis que o
compõem (pessoas, tecnologia, estrutura organizacional etc.) no âmbito de
atuação da organização;
Redes intrapessoais: são redes que têm por objetivo fazer uma análise dos
indivíduos que estão na organização.
Tipologias de Redes
Tratando-se dos tipos de redes existentes no campo organizacional, é possível a rmar
que existe uma quantidade consideravelmente grande de conceitos construídos ao
longo dos anos na literatura. A seguir, no Quadro 1, são apresentados diferentes
autores que descrevem diferentes tipologias e sub-tipologias utilizadas em seus
trabalhos.
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Autor Tipologia
Casarotto
Redes top-down: subcontratação, terceirização, parcerias Redes
e Pires
exíveis: consórcios
(1998)
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Rede com foco em
Desenvolvimento Local
Redes organizacionais que possuem como foco o desenvolvimento local, ou
simplesmente denominadas “Redes de Desenvolvimento Local”, são aquelas que
abrangem vários atores de caráter social e institucional (órgãos governamentais,
centros tecnológicos, instituições sociais etc.), e se utilizam da cooperação para que
ocorra uma sinergia local, tendo como intuito alcançar objetivos comuns que gerem
ganhos coletivos e individuais (OLIVEIRA, 2001).
Nesse contexto, estão presentes também as redes políticas. De acordo com Malagolli
(2010, p. 14), rede política pode ser considerada como sendo um “conjunto de
relacionamentos relativamente estáveis, que não são hierárquicos e que possuem
uma natureza interdependente, que liga uma variedade de atores que compartilham
interesses comuns no que diz respeito a uma política [...]”.
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Para Paulillo (2002), a rede política é uma construção social e política que é dada por
meio de relações complexas entre diferentes organizações e que são dependentes de
vários recursos, tais como, regras, reputação, controle, informação, legitimidade,
cooperação, agilidade, entre outros.
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04
Conceito de Arranjo
Produtivo Local (APL) e
Evolução Conceitual
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Olá, querido aluno!
Será iniciada, nesta quarta aula, a abordagem sobre o ponto principal desta disciplina:
Arranjos Produtivos. Denota-se que o termo “Arranjos Produtivos” pode ser
encontrado na literatura, muitas vezes como “Arranjo Produtivo Local” (APL) ou em
seu plural “Arranjos Produtivos Locais” (APLs). Nesta aula, serão abordados os
seguintes tópicos: I) Conceito de APL e II) Evolução Conceitual.
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É importante compreender e destacar a diferença entre um cluster produtivo e um
Arranjo Produtivo Local (APL). No cenário internacional, estes termos são
frequentemente confundidos. O cluster produtivo refere-se à concentração de
negócios (empresas ou indústrias) de uma mesma área produtiva. No entanto, apesar
de alguns pontos positivos, como, melhores relações de comunicação, mão de obra
especializada, entre outros, o sucesso dos clusters são altamente dependentes do
mercado em que atuam.
Por outro lado, o conceito de APL apresenta-se com um nível mais robusto em termos
de desenvolvimento econômico, pois é dinamicamente alocado em diferentes áreas
produtivas. Muitas vezes, tem-se a presença de uma atividade de maior
predominância no APL. Contudo, o nível de dependência dos atores que formam o
APL em função da atividade é menor. Isso ocorre, visto que tais atores também se
relacionam com outras atividades.
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Nessa linha, o sucesso de um empreendimento possui forte dependência do APL em
que está envolvido. Em muitas situações, para que uma organização consiga expandir
seu nível de produção, ou ainda, aumentar sua produtividade, é preciso de sua
atuação em conjunto com os demais atores do processo produtivo. Em outras
palavras, tem-se que a organização depende da estrutura produtiva (fornecedores,
clientes, bancos etc.) em que está inserida para aumentar sua capacidade produtiva
ou produtividade.
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Evolução Conceitual de
Arranjo Produtivo Local (APL)
Como já discutido em aulas anteriores, existem diferentes conceitos no que se refere
aos processos produtivos no contexto do agronegócio. Dentre os diversos conceitos, é
possível citar: Aglomeração de Empresas (Clusters); Distrito Industrial; Zona Industrial
e Arranjo Produtivo Local (APL).
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Figura 1 – Representação de um Arranjo Produtivo Local (APL)
Esta linha aponta, ainda, para a existência de um Sistema Produtivo Local (SPL). Para
esta corrente teórica, o SPL possui o mesmo conceito de APL, porém com vínculos
mais fortes de interdependência, gerando “interação, cooperação, aprendizagem,
inovações, maior competitividade territorial e capacitação social” (SOERGER, OLIVEIRA
e CARNIELLO, 2014, p. 284). A seguir, na Figura 2, é apresentada uma ilustração de
SPL. É importante salientar que esta é uma linha teórica seguida por alguns autores,
não sendo amplamente utilizada.
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Figura 2 – Representação de um Sistema Produtivo Local (SPL)
Nesse sentido, conforme essa linha teórica apresentada, o SPL pode ser considerado
como sendo um avanço de um APL, conforme é ilustrado na Figura 3, a seguir.
Ressalta-se, conforme apontam Soerger, Oliveira e Carniello (2014, p. 285), que “os
conceitos de Aglomerações Industriais (Clusters), Arranjo Produtivo Local (APL) e
Sistema Produtivo Local (SPL) são utilizados como sinônimos, notadamente apesar de
serem parecidos, são diferentes em sua forma de atuação”. Ainda, segundo estes
autores, para se caracterizar como APL ou SPL, é necessário avaliar o nível de
intensidade entre os atores envolvidos e a densidade produtiva.
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Figura 3 – Evolução de um APL para um SPL (inter-relacionamento, interdependência,
articulação, cooperação)
Para gabaritar o conteúdo desta aula, acesse o site, que apresenta diversas
informações acerca do conceito de Arranjos Produtivos Locais no Brasil.
Assista também ao vídeo produzido pelo Ministério da Economia, Comércio
Exterior e Serviços sobre APL.
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Distribuição Geográfica de
arranjos produtivos locais
no Brasil
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Olá, querido aluno!
Nesta aula, re etiremos sobre como estão distribuídos os Arranjos Produtivos Locais,
no Brasil. Pautaremos-nos na divisão dos APLs por macrorregião e por unidades da
federação (estados). Também trataremos das principais instituições que atuam com
APLs no país, apresentando as principais regiões e atividades de atuação.
Divisão Macrorregional e
Estadual de APLs no Brasil
O Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (anterior Ministério
da Indústria e Comércio Exterior e Serviços - MDIC) criou um Grupo de Trabalho
Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP APL), no ano de 2004, sendo
composto por 34 instituições governamentais e não governamentais (MINISTÉRIO DA
ECONOMIA, INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS, 2020).
Com relação às atribuições do GTP APL, estão: i) Identi car os arranjos produtivos
locais existentes no país; ii) De nir critérios de ação conjunta governamental para o
apoio e fortalecimento de arranjos produtivos locais, respeitando as especi cidades
de atuação de cada instituição e estimulando a parceria, a sinergia e a
complementaridade das ações; iii) Propor modelo de gestão multissetorial para as
ações do Governo Federal no apoio ao fortalecimento de arranjos produtivos locais;
iv) Construir um sistema de informações para o gerenciamento das ações a que se
refere a alínea anterior; e v) Elaborar um Termo de Referência que contenha os
aspectos conceituais e metodológicos relevantes atinentes ao tema de trabalho
(MINISTÉRIO DA ECONOMIA, INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS, 2020).
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Figura 1 – Distribuições de Arranjos Produtivos Locais pelo Brasil em 2015
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Região Empresas Empregos Diretos
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Instituições De nição Projetos existentes ou previstos
Os Arranjos Produtivos
Locais são redes de
SEBRAE Nacional
empresas que operam Polo moveleiro em Paragominas - PA, o distrito
– Serviço
em uma determinada calçadista de Campina Grande - PB, o polo de moda
Brasileiro de
área geográ ca e íntima em Nova Friburgo – RJ, o polo de confecções e
Apoio a Micro e
colaboram para artesanato de Tobias Barreto – SE, Polo de
Pequenas
conseguir maior horticultura do Agreste – AL.
empresas
e ciência e
competitividade.
Arranjos Produtivos
Locais são
aglomerações de
empresas localizadas
em um mesmo Jaú (Calçados femininos), Birigui (calçados infantis),
território, que Franca (calçados masculinos), Porto Ferreira
apresentam (cerâmica), Ibitinga (artigos de cama, mesa e banho),
especialização Tabatinga (confecções de bicho de pelúcia e enxoval),
produtiva e mantêm Novo Horizonte (confecções), Cerquilho/Tietê
SEBRAE/SP
vínculos de articulação, (confecção infantil), S.J. do Rio Preto (equipamentos
interação, cooperação médico-odontológicos), Limeira (folheados), ABC
e aprendizagem entre (metal-mecânico, móveis e plásticos), Itatiba e
si e com outros atores Mirassol (móveis), região de Americana (têxtil e
locais, tais como: confecção).
governo, associações
empresariais,
instituições de crédito,
ensino e pesquisa.
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FIESP – Federação Uma concentração Ibitinga (confecções), Mirassol (móveis), Limeira
das Indústrias do espacial e setorial de (bijuterias), Vargem Grande do Sul, Tambaú, Tatuí e
Estado de São empresas e instituições Itu (cerâmica Vermelha), e São José do Rio Preto
Paulo que se inter- (joias).
relacionam, dando
uma característica
dinâmica própria de
uma determinada
região.
Os Arranjos Produtivos
Locais (APLs) se Americana (têxtil e confecções), Birigui (calçados
caracterizam por ser infantis), Cerquilho/Tietê (confecções), Diadema
uma concentração (cosméticos), Franca (calçados masculinos), Grande
geográ ca de um ABC (transformados plásticos e metal-mecânico),
número signi cativo de Holambra ( ores), Ibitinga (bordados de cama, mesa e
Secretaria de empresas, banho), Itu (cerâmica vermelha), Jaú (calçados
Desenvolvimento principalmente femininos), Limeira (semijoias), Mirassol (móveis),
do Estado de São pequenas e médias, de Panorama (cerâmica vermelha), Piracicaba (cadeia do
Paulo um mesmo setor ou etanol), RM de São Paulo (móveis), Ribeirão Preto
mesma cadeia (equipamentos médico-odontológicos), Santa Cruz do
produtiva, que mantêm Rio Pardo (couro e calçados), São José do Rio Preto
algum vínculo de (joias de ouro), São José dos Campos (aeroespacial),
cooperação entre si e Tabatinga (artefatos têxteis/pelúcias), Tabatinga, Tatuí
com outros agentes e Vargem Grande do Sul (cerâmica vermelha).
públicos e privados.
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Instituições De nição Projetos existentes ou previstos
São aglomerações de
empresas localizadas em um
Macrorregião Sul: TI-Tecnologia da Informação,
mesmo território, que
Malharia Retilínea, Móveis e Laticínios,
apresentam especialização
Macrorregião Leste: Móveis, Suinocultura,
produtiva e mantêm algum
Confecção e Aço Inox, Macrorregião Centro:
vínculo de articulação,
SEBRAE/MG Calçados, Confecção, Fogos de Artifício, Rochas
interação, cooperação e
Ornamentais, Petróleo e Gás e Fundição,
aprendizagem entre si e
Macrorregião Oeste: Cerâmica, Fruticultura,
com outros atores locais tais
Confecção e Aço Inox, Macrorregião Norte:
como governo, associações
Fruticultura, Cachaça e Gemas e Joias.
empresariais, instituições de
crédito, ensino e pesquisa.
Rede Baiana de São caracterizados por uma Confecções (Salvador), Rochas ornamentais
APLs estreita cooperação entre (Ourolândia), Ferramentaria (Região
(Interinstitucional, governo, universidades, metropolitana de Salvador), Cachaça (Abaíra-
envolvendo órgãos de pesquisas, órgãos Chapada da Diamantina), Flores (Maracás),
Secretarias de nanciamento, centros Plásticos (RMS - Polo de Camaçari), Sisal
estaduais, de treinamento e apoio (Valente), Cerâmica Estrutural (Alagoinhas).
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Fapesb, Sebrae, administrativo, todos em
Desenbahia e IEL) torno das empresas, na
busca de resultados
concretos que visam à
geração de renda, emprego
e consequentemente à
melhoria das condições de
vida da população.
São aglomerações
territoriais de agentes
Acre (Indústrias Florestais-Xapuri), Amazonas
econômicos, políticos e
(Floricultura-Manaus), Pará (Floricultura e Círio
sociais, com foco em um
de Nazaré), Maranhão (Turístico - S. Luís), Piauí
conjunto especí co de
(Apicultura), Ceará (Pingo d’água, Ovino-
atividades econômicas e que
caprinocultura, Turismo religioso-Juazeiro do
apresentam vínculos de
Norte), R. G. do Norte (Têxtil-Natal, Bordados-
interdependência.
Caicó), Paraíba (Coureiro-calçadista, confecções
Geralmente envolvem a
e S. João Campina Grande), Sergipe (Confecções
Redesist (Rede de participação e a interação de
Tobias Barreto), Bahia (Cacau-Sul baiano,
Pesquisa em empresas – que podem ser
Petróleo e Gás-Recôncavo, Confecções e TI),
Sistemas e desde produtoras de bens e
Goiás (Confecções-Jaraguá, Turismo Pirenópolis),
Arranjos serviços nais até
Mato Grosso do Sul (Mandioca Sul, Turismo-
produtivos e fornecedoras de insumos e
Bonito/Bodoquena), Minas Gerais
inovativos locais) equipamentos, prestadoras
(Automotivo/Fiat-Betim, Redes de inovação-
– Envolve de consultoria e serviços,
Grande BH, Calçadista-Nova Serrana, Moveleiro-
universidades e comercializadoras, clientes,
Ubá), Espírito Santo (Siderurgia, Madeira, Metal-
centros de entre outros – e suas
mecânico e Rochas ornamentais), Rio de Janeiro
pesquisa no variadas formas de
(Têxtil-confecções, Softwares, Música
Brasil- Sede no IE- representação e associação.
Conservatória, Rochas ornamentais), São Paulo
UFRJ Incluem também, diversas
(Móveis, Aeronáutico-S.J. dos Campos, Base
outras instituições públicas e
tecnológica - S. Carlos, Telecomunicações-
privadas voltadas para:
Campinas) Paraná (Soja, Inovação), Santa
formação e capacitação de
Catarina (Têxtil/ vestuário-Vale do Itajaí,
recursos humanos, como
Softwares - Joinville, Turismo-Florianópolis,
escolas técnicas e
Cerâmica-Criciúma) e Rio Grande do Sul (Vinho,
universidades; pesquisa,
Fumageiro, Moveleiro-Serras Gaúchas, Máquinas
desenvolvimento e
e implementos agrícolas).
engenharia; política,
promoção e nanciamento.
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Principais Instituições
atuantes em APLs no Brasil
Por se tratar de uma estratégia de desenvolvimento territorial, boa parte das
instituições que são responsáveis pelos estudos e atuação em APLs é de origem
governamental. Dentre as principais instituições governamentais que estão
envolvidas com APL, estão: o Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e
Serviços (anterior Ministério da Indústria e Comércio Exterior e Serviços - MDIC);
Secretaria do Desenvolvimento do Estado de São Paulo; Companhia de
Desenvolvimento do Vale do Rio São Francisco e Parnaíba (CODEVASF); Rede de
pesquisa em sistemas e arranjos produtivos e inovativos locais (REDESIST), a qual
envolve universidades e centros de pesquisa do Rio de Janeiro.
Destaca-se que cada uma dessas instituições apresenta uma de nição própria para
APL. No entanto, a seguir, no Quadro 1, podem ser observadas as de nições utilizadas
por cada uma das principais instituições mencionadas, junto de seus projetos
existentes e regiões de atuação.
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Você poderá visualizar a geogra a dos APLs no Brasil com base no
levantamento de duas instituições, o Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (IPEA) e do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
(MDIC), atual Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e
Serviços.
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Fontes de dados
abertos para o
Agronegócio
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Olá, queridos alunos!
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Figura 1 - Processo de construção do conhecimento
Fonte: Elaborado pelo autor com base no conteúdo de Davenport (1998, p. 18).
Explicado de outro modo, tem-se que um dado pode ser considerado como sendo uma
característica de um objeto, indivíduo ou situação, como, por exemplo, altura, sexo,
idade, peso, raça, temperatura, umidade etc. Já a informação é um conjunto de dados
presentes de forma organizada e que pode ser útil em alguma situação. O
conhecimento, por sua vez, trata-se de um conjunto de informações organizadas sobre
um assunto especí co, que em termos de gestão, pode vir a auxiliar no processo de
tomada de decisão de um gestor, independentemente do tipo de organização em que
atua.
Nessa linha de raciocínio, destaca-se que existem dois tipos de caracterização de dados:
dados de origem primária e dados de origem secundária. Os dados de origem primária
são aqueles produzidos pelo próprio indivíduo, podendo ser, por exemplo, um
pesquisador ou um gestor. Nesse processo podem ser utilizados diferentes métodos de
coleta: questionário, formulários, entrevistas, entre outros.
Já os dados de origem secundária, por sua vez, são aqueles que são produzidos por uma
instituição ou outro indivíduo. Estes dados podem ser coletados a partir de publicações
de organizações públicas ou privadas, livros, artigos, websites, entre outros.
48
conhecimentos serão utilizados como uma ferramenta de tomada de decisão no
ambiente da organização.
49
FONTES DE DADOS ENDEREÇO ELETRÔNICO PRINCIPAL
Tabela 1. Fontes de dados governamentais ligados à agropecuária | Fonte: Elaborado pelo autor.
50
ENDEREÇO ELETRÔNICO
FONTES DE DADOS
PRINCIPAL
Tabela 2. Fontes de dados mundiais ligados à agropecuária| Fonte: Elaborado pelo autor.
51
ENDEREÇO ELETRÔNICO
FONTES DE DADOS
PRINCIPAL
Tabela 3. Fontes de dados de órgãos do terceiro setor ligados à agropecuária| Fonte: Elaborado
pelo autor.
52
Destaca-se que existem muitas outras fontes de dados abertos para o setor. Aqui, foi
apresentada boa parte das principais fontes. Além das bases mencionadas com fontes de
dados abertos para o agronegócio em geral, lista-se a seguir, fontes de dados especí cas
para Arranjos Produtivos Locais (APLs).
ENDEREÇO
FONTES DE DADOS ELETRÔNICO
PRINCIPAL
Tabela 4 - Fontes de dados para Arranjos Produtivos Locais | Fonte: Elaborado pelo autor.
53
O governo federal possui uma plataforma denominada “AGROPENSA”, a qual
integra em uma única plataforma, diversas bases governamentais do próprio
governo, facilitando ao usuário o processo de levantamento de dados do setor.
Esse projeto foi desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA) com o intuito de otimizar/facilitar a navegação e
busca de dados que estão disponíveis em diferentes plataformas do governo
federal. Essa plataforma pode ser acessada pelo endereço a seguir.
Para gabaritar o conteúdo desta aula, não se esqueça dos seguintes pontos:
54
07
Aglomerações Produtivas
no Brasil: Características
Estruturais
55
Olá, querido aluno!
Esta aula utilizará como material de apoio o trabalho elaborado por Eduardo José
Monteiro da Costa, professor doutor do Programa de Pós-Graduação em Economia
da Universidade Federal do Pará (UFPA) em parceria com o governo federal e o
Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (IDESP).
No trabalho elaborado pelo professor Eduardo Costa, foi realizada uma investigação
utilizando dados secundários, a partir de artigos, monogra as, pesquisas,
dissertações, teses, entre outros documentos. O intuito do projeto foi elaborar um
mapeamento, observando diversas informações sobre as características estruturais
dos APLs.
Remete-se para o termo “aglomerações” nesta aula e não para APLs, pois conforme
descreve COSTA (2010, p. 152), na literatura existe uma “[...] grande confusão
conceitual – principalmente a banalização do termo, a frequente confusão com
cadeias produtivas e a denominação de simples aglomerações produtivas como
sendo APLs consolidados [...]”. Assim, como há a presença de uma confusão
conceitual na literatura como relata COSTA (2010), o trabalho realiza um tipo de
análise considerando as características estruturais de aglomerados produtivos de
modo geral.
Nessa linha, esta parte da aula foi dividida em seis subtópicos para tratar das
diferentes características estruturais, sendo: I) Estrutura Geral; II) Local de Produção;
III) Aquisição de Matérias-Primas; IV) Vendas e V) Gestão de Empresas.
56
Estrutura Geral
Considerando a estrutura geral dos aglomerados produtivos no país, veri ca-se que
boa parte é formada por micro e pequenos empresários, não havendo a presença de
uma empresa âncora, ou seja, uma empresa responsável pelo dinamismo econômico
da região. Em geral, possuem uma importância grande para a economia local, pois
são responsáveis pela geração de grande parte de emprego e renda. Além disso, com
algumas exceções, há um signi cativo grau de informalidade das empresas, sendo os
principais aspectos contribuintes para esse fato: elevados encargos tributários e
sociais; baixo nível de produtividade; baixo nível de capitalização dos empresários;
burocracia excessiva no processo de legalização das empresas; pouco tempo de
atuação; falta de informação e interesse dos proprietários (COSTA, 2010).
Local de Produção
Em relação aos imóveis em que são realizadas as produções, boa parte é de imóveis
próprios. Porém, veri ca-se também que existe uma quantidade relativamente
grande das empresas que realizam a operação de sua atividade em locais
improvisados e/ou inadequados, considerando a produção. Entre os problemas que
tornam os locais improvisados e/ou inadequados, estão: acesso difícil; iluminação em
más condições; pisos inapropriados (di cultando a limpeza adequada do ambiente);
estruturas improvisadas com idade avançada, entre outros problemas (COSTA, 2010).
Aquisição de Matérias-Primas
Boa parte dos aglomerados brasileiros encontra-se em regiões com um alto nível de
matéria-prima disponível. Entretanto, existem di culdades no processo de aquisição.
Entre as principais di culdades estão: presença de intermediários; capital de giro
insu ciente; problemas com transporte; pouca qualidade; prazo para entrega da
matéria-prima; entre outras diferentes di culdades presentes em termos de aquisição
de matérias-primas (COSTA, 2010).
57
Para a abordagem prática desta aula, menciona-se o caso do Arranjo
Produtivo Local de bonés no município de Apucarana, localizado no estado
do Paraná. O município é considerado como a capital nacional do boné,
concentrando aproximadamente 200 empresas do setor, representando
cerca de 50% do mercado nacional. Dentre as vantagens competitivas deste
APL, está a relação próxima entre produtores e fornecedores de matérias-
primas junto à mão de obra quali cada, fazendo com que os custos
produtivos sejam abaixo da média do país (NESUR, 2003).
Vendas
O processo de vendas, conforme aponta Costa (2010), acontece em muitas situações
de maneira informal, não havendo contratos e, atendendo o mercado local e estadual,
principalmente. Segundo o autor, esse contexto decorre de diferentes fatores,
podendo estar entre eles: restrição mercadológica (por conta da existência de
produção informal); ausência de planejamento mercadológico para alcançar
diferentes mercados; ausência de capital para o investimento em melhoria de
processos e produtos; di culdades com a logística para entrega dos produtos aos
clientes; entre alguns outros fatores.
58
Gestão das Empresas
A gestão das organizações nessas aglomerações ocorre em sua maioria pelos
próprios proprietários das organizações. Nesse sentido, boa parte não possui
quali cações técnicas adequadas ou conhecimento técnico de gestão para realizar a
administração da empresa. Em geral, tem-se que o aprendizado da atividade deriva
de um processo de herança familiar, ou ainda, pela con guração produtiva da região
em que reside. Tal fato colabora para uma gestão não pro ssional da atividade,
gerando uma produção desorganizada, junto a problemas administrativos, dentre
outros pontos que podem vir a prejudicar o negócio (COSTA, 2010).
Destaca-se que os itens descritos nesta aula, fazem menção para um mapeamento
feito a partir de estudos acadêmicos (artigos, monogra as, dissertações, teses e livros)
que retratam diferentes casos e situações de aglomerados produtivos. Salienta-se que
os pontos de di culdades e problemas descritos para esses aglomerados não
ocorrem exatamente de modo uniforme para todos, havendo problemas especí cos
de acordo com o tipo de aglomerado. Portanto, buscou-se aqui, considerando a
confusão conceitual presente na literatura, apresentada no início da aula em função
do termo “Arranjo Produtivo Local”, relatar uma situação geral das características
estruturais de aglomerados produtivos pelo Brasil, a partir do mapeamento feito no
trabalho do professor Eduardo Costa.
59
Para gabaritar o conteúdo desta disciplina, é importante compreender que o
“Arranjo Produtivo Local” é um conceito que vem sendo desenvolvido e
aplicado nos últimos anos, mas que ainda possui presente na literatura
(artigos, monogra as, dissertações, teses e livros) uma confusão conceitual,
apresentando diferentes de nições acerca do mesmo. Nessa linha, para
efeito de análise, quando observadas as características estruturais das
aglomerações industriais no país (os quais se encaixam também os APLs)
veri cou-se, neste capítulo, que ainda existem gargalos para serem sanados.
Contudo, destaca-se que existem muitos APLs consolidados que detêm
poucos ou nenhum gargalo, e ainda, que apesar dos problemas e
di culdades presentes nas aglomerações, em boa parte das situações,
torna-se positiva a presença delas para o desenvolvimento da região em que
estão instaladas.
60
08
Experiências Internacionais
em arranjos produtivos
locais (APLs)
61
Olá, querido aluno!
Experiência do Brasil
No Brasil, o termo Arranjo Produtivo Local (APL), começou a ser utilizado para fazer
referência a aglomerados produtivos mais estruturados, na década de 1990.
Fonte: Freepik.
A partir do nal da década de 1990, passaram a existir diversos incentivos, por meio
de diferentes políticas governamentais, para o estudo dos APLs. Nessa linha, passou-
se a incluir este assunto nas discussões governamentais, como, por exemplo, no
Plano Plurianual (PPA) entre os anos 2000-2003. Além disso, no ano de 2004, foi
62
constituído pelo governo federal um Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos
Produtivos Locais, que cou conhecido como GTP-APL. Este grupo demonstrou
grande importância ao liderar as questões pertinentes a APLs, no país, e foi
responsável por guiar as políticas governamentais para os APLs. A seguir, no Quadro
1, é demonstrado um resumo das políticas feitas para aglomerados no Brasil, no início
da década de 2000.
Brasil (2003)
Aparato legal
- Portarias interministeriais; - Plano de desenvolvimento do APL;
e
e - Editais.
instrumentos
Estágio do
arranjo a ser - Arranjos já existentes.
apoiado
63
Existem diversos e diferentes eventos internacionais para a discussão e
avanço de aglomerações produtivas. Leia no site do Sebrae/SP, o caso do
APL de Apicultura Sustentável da região do Vale da Paraíba, que foi destaque
em uma conferência mundial na Itália.
Experiência da Espanha
Na Espanha, a partir de 1990, surgiram as primeiras políticas do país para
aglomerados produtivos locais (TATSCH et al., 2015).
Fonte: Freepik.
64
Ainda, segundo Tatsch et al. (2015), em um primeiro momento, as iniciativas foram
realizadas por comunidades autônomas. Após esta primeira etapa, a partir de 1993, o
governo espanhol passou a atuar de forma mais frequente nas políticas voltadas
paras as aglomerações locais.
Espanha (1990)
Aparato legal
e - Projetos
instrumentos
Estágio do
arranjo a ser - Aglomerados já existentes e novos.
apoiado
65
Experiência da França
Na França, assim como na Espanha, também na década de 1990, as ações de políticas
públicas para aglomerações produtivas tiveram início (TATSCH et al., 2015).
Fonte: Freepik.
O termo mais utilizado neste país para se remeter aos aglomerados é o de “Sistema
Produtivo Local” (SPL), conforme apresentado no quarto capítulo deste livro. No nal
desta década, mais precisamente em 1998, o governo francês implementou medidas
para fortalecer os SPLs presentes no país (TATSCH et al., 2015).
Em uma primeira fase, criou-se um edital para escolha dos projetos que seriam
contemplados com o auxílio governamental. A política adotada pelo governo atingiu
96 SPLs, os quais eram caracterizados pela presença de uma produção especializada
de algum bem ou serviço em um mesmo território. Após esta fase, as políticas
passaram por desdobramentos, sendo feitas análises dos resultados anteriores e
formulando novos trabalhos a partir disso (TATSCH et al., 2015).
66
França (1998)
Aparato legal
- Editais; - Projetos; - Fundo único interministerial; - Isenções
e
scais; e - Créditos de intervenção.
instrumentos
Estágio do
arranjo a ser - Sistemas já existentes e novos.
apoiado
67
Experiência da Itália
Na Itália, diferentemente dos países mencionados anteriormente, a discussão sobre
aglomerados produtivos é mais antiga e não se iniciou na década de 1990.
Fonte: Freepik.
68
Itália – Metade dos anos 1970 (formalizada 1991)
Aparato legal
e - Leis federais; e - Projetos de inovação.
instrumentos
Estágio do
arranjo a ser - Distritos já existentes.
apoiado
69
Na Abordagem Prática desta aula, veja o trabalho intitulado “Análise de
políticas para aglomerações no Brasil e em países europeus selecionados”,
elaborado pelos autores Ana Lúcia Tatsch, Janaina Ru oni, Vanessa de Souza
Batisti e Lucimar Antonio Teixeira Roxo. O trabalho foi publicado no ano de
2015 pela Revista Planejamento e Políticas Públicas.Ete trabalho apresenta
de modo mais detalhado as experiências ocorridas no Brasil, na Espanha, na
França e na Itália em termos de aglomerados produtivos.
70
Para gabaritar o conteúdo desta disciplina, acesse o subcapítulo 5.5 –
Vetores condicionantes do sucesso de experiências internacionais, na página
166, do livro “Arranjos Produtivos Locais, Políticas Públicas e
Desenvolvimento Regional”.Neste subcapítulo, é possível observar outras
experiências internacionais, como, por exemplo, dos Estados Unidos e do
Japão em termos de aglomerados produtivos.
71
09
Formação e
planejamento
estratégico de APLs
72
Olá, querido aluno!
Formação de Arranjos
Produtivos Locais
Uma simples aglomeração de organizações em um mesmo território não se
caracteriza como um Arranjo Produtivo Local (APL). Faz-se necessária a presença de
ações conjuntas entre essas organizações que compõem o aglomerado para que
ocorra um Arranjo Produtivo de modo efetivo (FIESP, 2007).
73
1° passo: Mobilizar os atores locais ligados de alguma forma com o segmento;
Na abordagem prática desta aula, leia a matéria feita Agência Sebrae de São
Paulo sobre o 1º Seminário Estadual de APLs realizado no nal do ano de
2019, no estado de São Paulo. É interessante veri car nessa matéria a
iniciativa por parte do Estado em parceria com outras instituições no apoio
para o fomento e formação de Arranjos Produtivos Locais. Assista também a
matéria
74
Planejamento Estratégico de
Arranjos Produtivos Locais
O termo “Planejamento”, em algumas situações no contexto de APLs, pode ser
encontrado também como “Plano de Desenvolvimento”, ou ainda, como “Plano
Diretor”, e refere-se a uma das diferentes etapas na formação de um APL. Contudo, é
importante destacar que o “Plano de Desenvolvimento” ou “Plano Diretor” trata-se do
documento nalizado com diretrizes, ou seja, após reuniões para formação de um
planejamento para o APL, tem-se a formalização deste na forma de um único
documento que é o “Plano de Desenvolvimento”.
75
A elaboração de um planejamento estratégico é essencial, pois apresenta uma visão
de longo prazo para a execução das atividades e, consequentemente, guia o gestor do
arranjo para o alcance de metas e objetivos propostos inicialmente. Nesse contexto,
tem-se o Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP APL), o
qual foi criado pelo governo federal e possui um papel importante na orientação e
planejamento de APLs (BELLUCCI et al., 2014).
Ainda, segundo Bellucci et al. (2014), o GTP-APL foi criado em 2004, e, em seu início,
foram articulados esforços para o mapeamento de APLs no país, auxiliando em um
segundo momento na organização e planejamento de cada um deles. Para isso, foram
elaborados vários Planos de Desenvolvimento (PDs), favorecendo o processo de
planejamento nos APLs.
76
Figura 1 – Etapas do Planejamento Estratégico em um APL
Análise SWOT: trata-se de uma matriz em que são inseridas as forças (inglês:
Strengths), fraquezas (inglês: Weaknesses), oportunidades (inglês: Opportunities) e
ameaças (inglês: Threats) em projetos realizados pela organização, neste caso o
APL;
77
2. Por que será feito? (Why?)
78
10
Governança em
arranjos produtivos
locais
79
Olá, querido aluno!
Nossa aula de hoje versará sobre Governança em Arranjos Produtivos Locais. Esta aula
será dividida em duas partes. Na primeira parte, re etiremos sobre governança e sua
importância para as organizações. Já na segunda parte, serão apresentadas as principais
estruturas e estilos de governança existentes em Arranjos Produtivos Locais (APLs).
Governança
Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Governança
Corporativa “é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas,
monitoradas e incentivadas, envolvendo relacionamento entre sócios, conselho
administrativo, diretoria, órgãos de scalização e controle das demais partes
interessadas” (IBGC, 2015).
80
Para o IBGC (2015), cada um dos quatro princípios básicos de Governança Corporativa
pode ser entendido como descrito a seguir:
81
desenvolvimento de tomadas de decisão. Além disso, segundo os autores, tais práticas
corroboram a melhora da imagem institucional da organização.
Estruturas de Governança em
Arranjos Produtivos Locais
Segundo Vilela e Pinto (2009, p. 1068), entende-se por Governança em Arranjos
Produtivos Locais “o processo de coordenação de atores, de grupos sociais, de
instituições ou de redes empresariais para alcançar objetivos discutidos e de nidos
coletivamente”.
82
Os autores também descrevem que a forma de governança é feita a partir do poder de
in uência dos atores no sistema, sendo que as relações podem ser dadas a partir de
mecanismos de mercado ou a partir de processos interativos estabelecidos em
hierarquias fortemente estabelecidas no sistema produtivo (STORPER e HARRINSON,
1991; SACOMANO NETO e PAULILLO, 2012).
Complementando essa observação, Suzigan, Garcia e Furtado (2002) relatam que nesse
processo é importante observar se as relações na aglomeração são dadas a partir de
mecanismos de preços ou se são dadas pelo poder de atores mais representativos
dentro da cadeia.
Em outro trabalho de Storper e Harrinson (1991), os autores realizam uma divisão dos
tipos de estruturas de governança. Nesse trabalho, com o intuito de explicar as relações
de poder existentes das grandes organizações, utilizaram-se os termos “core” e “ring”
(centro e anel). A representação do termo “anel” faz menção para um modelo em que o
poder está presente de forma simétrica entre as empresas (organizações) e a existência
de novas empresas não é pré-determinada pelas decisões de outras grandes
organizações. Já o termo “centro” faz referência à situação em que o poder não ocorre
de forma simétrica e algumas organizações conseguem determinar a presença ou não
de organizações menores.
Conforme Fuini (2014), a partir da observação feita por Storper e Harrinson (1994),
podem existir dois tipos de redes produtivas: redes de organizações aglomeradas com
algumas grandes unidades e redes de organizações sem grandes unidades. Em função
disso, o autor indica ainda que nessa linha existem três tipos principais de estruturas de
governança em um Arranjo Produtivo Local (APL): i) Anel sem núcleo nem hierarquia; ii)
Anel-núcleo com empresa coordenadora e alguma hierarquia e iii) Anel-núcleo com
empresa líder e hierarquia considerável.
Anel sem núcleo nem hierarquia: não possui uma empresa líder de modo
permanente e não apresenta hierarquia;
83
Encontram-se também na literatura, algumas outras propostas de análise de
governança. Os pontos descritos anteriormente abordam sobre as estruturas de
governança. Contudo, também existem análises que fazem discussões em função dos
estilos de governança. A diferença entre a estrutura e o estilo é que a estrutura faz
referência ao ambiente em que o APL está alicerçado (inserido); já o estilo é responsável
pelo modo como se dão as relações dentro do APL.
A partir do trabalho de Colletis et al. (1999), que faz uma classi cação do per l de
governança de aglomerações em privada ou pública, derivou-se a proposta de Fuini
(2014), que descreve que podem existir quatro estilos de governança territorial: i)
Governança privada; ii) Governança privada-coletiva; iii) Governança pública e iv)
Governança mista.
Além dos tipos de governança mencionados por Fuini (2014), Sacomano Neto e Paulillo
(2012) também apontam outros dois tipos de governança: i) Governança a montante e ii)
Governança a jusante.
84
Destaca-se que a apresentação desses tipos de governança descritos para aglomerações
produtivas, em especial as APLs, é importante para observar que existem diferentes
correntes teóricas sobre esse assunto. Nesse sentido, é possível encontrar ainda outras
variações teóricas do tema Governança Corporativa para APLs. Aqui, pretendeu-se
apresentar os principais pontos em que estes dois temas estão conectados.
85
11
Relações de
Interdependência
em APLs
86
Olá, querido aluno!
Conceito de Dependência,
Independência e
Interdependência
Muitas vezes, escutam-se os termos “dependência”, “independência” e
“interdependência” em diferentes locais e diferentes situações. A diferença entre os
dois primeiros termos é mais clara, sendo um com o signi cado oposto (antônimo) do
outro. Contudo, o termo “interdependência” possui um signi cado mais denso que os
outros dois.
87
Assista ao vídeo “Contexto de Mundo”, apresentado por Ricardo Guimarães,
o qual trata em seu conteúdo do termo “interdependência” e da sua
importância no mundo atual.
88
da posição de independência para uma posição de interdependência e passa a ter
ganhos conjuntos. A sétima e última etapa seria o processo de re namento das
etapas mencionadas.
89
Para gabaritar este conteúdo e entender claramente as vantagens de uma
empresa atuar de forma interdependente no ambiente em que está
inserida, pode-se citar a história da empresa Ford no Brasil, entre os anos de
1927 e 1945. A Ford, em um momento de forte expansão de produção de
carros nos Estados Unidos, resolveu realizar um investimento na forma de
um projeto agroindustrial, em 1927, na Amazônia, para a produção em larga
escala de látex, como estratégia para baratear o custo de matéria-prima.
Nesse processo, criou uma cidade que cou conhecida por “Fordlândia”. Esta
criação industrial, além de algumas falhas em termos técnicos de produção,
apresentou um tipo de produção totalmente independente e isolado, que
não possuía nenhuma relação com outras organizações. O resultado dessa
experiência foi malsucedida, acabando em 1945 com a venda da cidade pela
Ford para o governo brasileiro.
Interdependência em APLs
Tratando-se de conglomerados de empresas, a relação de interdependência entre as
organizações é um dos pré-requisitos para a formação de um Arranjo Produtivo Local
(APL). Em outras palavras, um aglomerado produtivo não pode ser considerado um
APL se este não possuir relações de interdependência com os demais atores. Em
de nições apresentadas por diferentes autores, a presença da interdependência é um
ponto importante para classi car um aglomerado de empresas como um APL.
90
Mozzato, Fritz Filho e Fritz (2017, p. 13) apontam que “um APL está estreitamente
vinculado a situações econômicas, sociais e políticas que envolvem relacionamentos
entre muitas partes, as quais criam interdependência colaborativa”.
A interdependência não deve ser confundida com o termo cooperação, uma vez que
interdependência se refere ao processo de existência ou o crescimento de duas ou
mais empresas que estão condicionadas entre si. Já a cooperação faz menção para
uma ação de forma conjunta, tendo por objetivo atender a um objetivo comum.
Contudo, os dois termos aparecem frequentemente juntos em diferentes textos
porque são parecidos e apontam para o benefício conjunto das organizações.
91
Para a Abordagem Prática desta aula, veja o estudo de caso intitulado “Uma
re exão sobre as relações de parceria nos APLs de Confecções do Agreste
Pernambucano como elemento disseminador da inovação em redes
interorganizacionais”, publicado na Revista de Administração Mackenzie, em
2012. O artigo apresenta para os APLs estudados, diferentes dados em
função dos tipos de atores, objetivos e vantagens presentes nas relações
entre as organizações que contemplam os APLs.
92
12
Formação de capital
social em APLs
93
Olá, querido aluno!
Capital Social
O termo “Capital Social” pode conter signi cados diferentes dependendo do contexto
em que está inserido. Existem duas áreas que utilizam frequentemente este termo: a
contabilidade e a sociologia. Sob a ótica da área de contabilidade, faz referência ao
valor inicial investido pelos sócios da empresa em seu processo de abertura.
Já pela ótica da área da sociologia, “Capital Social” tem como princípio a cooperação
entre duas ou mais partes. Nesse contexto sociológico, o capital social é formado a
partir de redes e há uma con ança mútua e normas entre os participantes dessa
rede. Sendo assim, para o estudo do “Capital Social” em Arranjos Produtivos Locais,
será feito o uso da perspectiva sociológica do termo.
Nessa linha, conforme aponta López (2012), em um capital social existem relações de
entrada e saída (Figura 1). Para a autora, no modelo de capital social, as entradas são
as relações entre os atores de cooperação, reciprocidade, con ança, regras, valores,
sentimentos de amizade e solidariedade. Já a saída do modelo, a autora aponta que é
a melhora nos níveis de desenvolvimento, saúde, ensino e sensação de bem-estar da
população local.
94
Figura 1 – Relações de Entrada e Saída em um Capital Social
95
Para Amaral Filho (2002), o capital social em um APL pode ser entendido como um:
Amaral Filho (2002) aponta que existem elementos derivados do capital social que são
fundamentais no processo de evolução dos arranjos produtivos: I) Estratégia coletiva
de organização da produção; II) Estratégia coletiva de mercado e III) Articulação
político-institucional. A seguir, veja detalhadamente cada um desses itens:
Veri ca-se, portanto, a importância da formação prévia do capital social para que os
itens mencionados possam ocorrer e o APL se desenvolver e, consequentemente,
gerar bons resultados em termos de desenvolvimento local.
96
Caso queira aprofundar seus estudos sobre Capital Social em Arranjos
Produtivos Locais, tem-se a indicação do artigo (estudo de caso) “Capital
Social no contexto de Arranjos Produtivos Locais e sua contribuição para o
desenvolvimento local: Um estudo de caso no setor coureiro-calçadista de
Campina Grande – PB”, publicado na Revista Qualitas.
Para gabaritar o conteúdo desta aula, não se esqueça dos seguintes pontos
apresentados:
97
13
Políticas públicas
em APLs
98
Olá, querido aluno!
Nesta aula, trataremos das Políticas Públicas em Arranjos Produtivos Locais (APLs).
Para isso, este conteúdo será dividido em duas etapas. Na primeira parte será
apresentado o conceito de políticas públicas, seguido da segunda etapa que será
responsável por descrever a aplicação de políticas públicas em APLs.
A formação de políticas públicas pode ser formulada pelo poder Legislativo, enquanto
o poder Executivo é responsável pelo processo de execução da política. Denota-se
ainda que as políticas públicas podem ser efetuadas em diferentes áreas como, por
exemplo, saúde, educação, meio ambiente, moradia, transporte, entre outras.
99
Figura 1 - Ciclo de Políticas Públicas
Aplicação de Políticas
Públicas em APLs
Um dos objetivos das políticas públicas vai ao encontro de uma das principais
propostas do conceito de Arranjo Produtivo Local que é o desenvolvimento regional.
Nessa linha de raciocínio, a existência de políticas públicas para o desenvolvimento de
APLs possui como resultado indireto o desenvolvimento regional.
100
Acesse a página de Políticas Públicas no website do Observatório Brasileiro
de Arranjo Produtivo Local. Nesse sítio eletrônico você encontrará
informações complementares sobre Políticas Públicas para Arranjos
Produtivos Locais.
No âmbito federal, há uma política com diretrizes gerais em todo o território nacional
para o apoio no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais (ANTERO et al., 2019).
No nível estadual, cada unidade da federação determina suas próprias políticas em
função dos objetivos que desejam alcançar com os APLs.
Para saber mais sobre Arranjos Produtivos Locais e Políticas Públicas, leia o
artigo “Políticas Públicas de apoio ao desenvolvimento de APLs: uma análise
do impacto em Minas Gerais”, publicado pelo Periódico Cadernos EBAPE.BR
da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Este trabalho se torna interessante, pois
utiliza algumas métricas e metodologias para medir o impacto em termos de
desenvolvimento municipal, a partir da aplicação de Políticas Públicas para o
desenvolvimento de APLs. Em outras palavras, este trabalho apresenta
indicadores de desenvolvimento municipal, analisando o impacto de
Políticas Públicas para APLs nestes indicadores.
101
Nos anos 2000, o conceito de APL virou uma pauta importante da agenda do governo
federal, sendo incluído em diferentes documentos como: os Planos Plurianuais; Plano
Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (2007-2010) e na Política de
Desenvolvimento Produtivo (2008-2013), entre outros (OBSERVATÓRIO DO APL, 2020).
No avanço dos anos, o conceito se solidi cou com mais de uma década de ações de
apoio às atividades produtivas com foco territorial. Nessa linha, desenvolveram-se
modelos de desenvolvimento mais abrangentes, não considerando apenas
mapeamentos baseados em indicadores econômicos, mas sim em pontos que
valorizem também questões regionais, sociais, ambientais, tecnológicas, entre outras
(OBSERVATÓRIO DO APL, 2020).
102
14
Conceito de
desenvolvimento
local
103
Olá, querido aluno!
Conceito de Desenvolvimento
O termo “desenvolvimento” é amplamente utilizado em diferentes áreas da ciência.
Por de nição, entende-se este termo como uma ação ou efeito de desenvolver-se.
Entretanto, na área da saúde, por exemplo, tal termo pode fazer referência a um
aumento de atributos físicos e crescimento do corpo humano ou a um avanço no
estado de saúde de um paciente.
Desenvolvimento Local
Após apresentado o conceito de “desenvolvimento”, para entender o conceito de
“desenvolvimento local”, é necessário de nir o termo “local”. Local pode ser descrito
como uma delimitação geográ ca que compreende uma região especí ca, como, por
exemplo, um município ou um conglomerado de municípios. O termo
desenvolvimento local é frequentemente utilizado como sinônimo de
desenvolvimento regional. Ademais, por muitas vezes, esses termos são
encontrados de forma conjunta nas discussões acadêmicas.
104
local não deve ser confundido com crescimento econômico, pois o crescimento
econômico é uma necessidade para que haja desenvolvimento local, mas é preciso
também que exitam os aspectos social e político para que haja desenvolvimento.
Para entender um pouco mais sobre o Produto Interno Bruto (PIB), assista
ao vídeo elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (IBGE),
que explica de modo simples e claro a mensuração do PIB e a sua
importância no contexto econômico.
105
Ressalta-se que tanto o PIB quanto o IDH são indicadores universais, ou seja,
utilizados em todo o planeta como indicadores de crescimento econômico e
desenvolvimento humano.
Nessa linha, existe uma apreensão por parte do Estado em função não apenas do
crescimento econômico do país, unidades da federação ou municípios, mas sim do
desenvolvimento desses territórios. Como exemplo disto, dentre os ministérios
existentes do governo federal, está o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR),
que tem por nalidade tratar sobre questões exclusivas de desenvolvimento local.
106
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)
possui um Programa de Desenvolvimento Local (PDL), o qual tem por
objetivo realizar a capacitação de um grupo de empreendedores em
diferentes municípios, proporcionando o conhecimento de ferramentas de
gestão para fomentar o mercado local. Este programa está sendo executado
em sete municípios do estado de São Paulo. O projeto favorece o
desenvolvimento de diferentes setores de forma conjunta, entre eles do
agronegócio, com resultados positivos, como geração de emprego e renda
para a população.
107
Assista ao vídeo “Desenvolvimento Local e Regional” produzido pela
Associação Mineira de Municípios (AMM), que destaca a importância de
microempresas, pequenas empresas e produtores rurais no processo de
desenvolvimento dos municípios.
108
15
Nesta aula, será estudada a relação existente entre os Arranjos Produtivos Locais e
Desenvolvimento Local. Para isso, em um primeiro momento serão revisitados, de
forma breve, os conceitos destes dois temas; e, em seguida, serão abordados os APLs
funcionando como estratégias de desenvolvimento local.
Revisitando os Conceitos de
Arranjo Produtivo Local e
Desenvolvimento Local
Arranjos Produtivos Locais (APLs), como já sabido, podem ser entendidos de modo
geral como um conjunto/conglomerado de atores que se encontram instalados em
uma mesma localidade e possuem algum tipo de especialização produtiva, com
presença dos diferentes elos da cadeia produtiva. Entre os objetivos de um AP, está o
desenvolvimento do território em que está inserido, considerando as relações de
interdependência criadas entre os atores que o contemplam.
Portanto, percebe-se que entre as duas de nições existe uma área de intersecção, e
que se complementa entre si. Apresentando estes dois conceitos, ca mais claro o
entendimento sobre a importância de APLs como uma ferramenta para estimular o
processo de desenvolvimento local.
110
Para complementar o conteúdo sobre APLs e Desenvolvimento Local, assista
ao vídeo elaborado pelo Centro de Estudos de Relações Internacionais
(CERES). A princípio, o vídeo realiza uma explicação geral acerca de Arranjos
Produtivos Locais e na sequência trata sobre a importância dos mesmos
com relação ao processo de desenvolvimento local.
111
conjunta entre as empresas que formam um APL e destas para com o poder público
apresentam uma importância crescente e permitem um maior entendimento da
realidade do território local.
112
Para uma visão mais abrangente sobre Arranjos Produtivos Locais e
Desenvolvimento Local, leia o artigo “Avaliação da Contribuição de Arranjos
Produtivos Locais para o Desenvolvimento Local”, publicado na Revista
Bibliográ ca de Geogra a e Ciências Sociais.
Para esses empreendimentos de escalas menores que fazem parte de um APL, gera-
se maior nível de competitividade e de crescimento, a partir da ampliação dos
conhecimentos, aperfeiçoamento dos procedimentos e habilidades, bem como do
aumento de produção e comercialização de bens e serviços dos mesmos, resultando
em ganho de e ciência produtiva (SIMONETTI e KAMIMURA, 2017; ALBAGLI e BRITO,
2002).
113
Por m, nos últimos anos, os APLs assumiram um papel relevante em termos de
aglomerado de organizações de produção de bens e serviços no que tange à
formulação e operacionalização de políticas públicas, que têm por objetivo o fomento
de atividades econômicas (VECCHIA, 2008). Em outras palavras, pode-se a rmar que
os APLs têm funcionado como uma importante estratégia de desenvolvimento local.
114
16
APLs e
desenvolvimento
Regional no Brasil
115
Olá, querido aluno!
Conforme tratado na primeira aula deste livro, o agronegócio possui importante papel
na economia brasileira, tendo os Arranjos Produtivos Locais (APLs) papel de destaque
neste setor. A partir da quarta aula, o conceito e a importância de Arranjos Produtivos
Locais foram apresentados. Já nas últimas duas aulas, foram tratados o conceito de
desenvolvimento local e sua relação com APLs. Nesse contexto, para esta aula, será
apresentada a relação entre Arranjos Produtivos Locais e o Desenvolvimento Regional
no Brasil. Diferentemente das demais aulas deste livro, nesta não haverá uma divisão
de conteúdo em subtópicos, sendo um único texto descrevendo de forma breve a
história do Brasil e sua relação com o desenvolvimento regional e APLs.
Segundo o BNDES (2003), desde os anos de 1950, passaram a existir políticas públicas
para estimular o desenvolvimento de aglomerações industriais em regiões menos
desenvolvidas do Brasil. Tais estímulos atraíam empresas de diferentes setores com
foco em mercadores consumidores e incentivos scais, entre outros interesses. Um
pouco mais adiante, a partir de 1970, empresas ligadas a complexos agroindustriais
passaram a ter maior destaque em um nível nacional de produção. Já a partir de 1980
116
e 1990, inicia-se uma narrativa de se tratar os aglomerados como Arranjos Produtivos
Locais, sendo esse conceito baseado em experiências internacionais positivas de
aglomerações produtivas.
Diniz e Crocco (1996) apud Costa (2010) apontam que, na década de 1990, a região
metropolitana de São Paulo foi perdendo dinamismo com relação ao interior paulista
e a uma área de polígono, formada pelo conjunto de municípios que compreende
Belo Horizonte, Uberlândia, Londrina, Maringá, Porto Alegre, Florianópolis e São José
dos Campos. Ainda, segundo os autores, tal fato ocorreu porque por um lado havia
uma pressão de custos da localização da região metropolitana de São Paulo e, por
outro lado, havia o desenvolvimento da infraestrutura dessas demais regiões. Apesar
dessa desconcentração industrial apresentada para a região metropolitana de São
Paulo em função do seu interior e algumas cidades, ainda há um nível de
concentração industrial muito alto no país quando observadas suas macrorregiões.
Segundo Caiado (2002), o capital industrial no país é dirigido a partir de São Paulo, e
não há políticas para o desenvolvimento de regiões atrasadas que possuem nível
baixo de industrialização. Ainda, conforme o autor, sem a presença de instrumentos
117
para o desenvolvimento dessas regiões, os investimentos de origem privada tomam
como base uma lógica estratégica de competitividade, instalando-se em uma
localidade que lhe trará vantagens nanceiras. Descrito de outra forma, esse processo
faz com que haja um maior nível de concentração das indústrias.
Você pode estar se questionando qual é a relação dessa linha teórica de concentração
ou desconcentração industrial na história do Brasil com os Arranjos Produtivos Locais
(APLs). Ocorre que, nos últimos anos, muito tem se tratado acerca do conceito e das
aplicações de APLs, tanto na literatura acadêmica quanto por discussões
governamentais, e nesse contexto, os APLs têm surgido como uma estratégia positiva
de desenvolvimento regional. Portanto, os APLs no Brasil se fazem importantes à
medida que funcionam como uma ferramenta de ganho de competitividade dos
atores envolvidos e no desenvolvimento local das regiões em que estão inseridos.
118
Por m, para nalizar esta aula, salienta-se que atualmente existe a presença de um
nível de concentração industrial no Brasil, principalmente na região Sudeste. Contudo,
o conceito de APL que tem sido aplicado nos últimos anos em diferentes regiões do
país aparece como uma estratégia importante de desenvolvimento regional,
favorecendo para que outras regiões também tenham mais indústrias.
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Para gabaritar o conteúdo desta aula, não se esqueça dos seguintes pontos:
120
Conclusão
Durante a trajetória percorrida por este livro, foram apresentados diversos pontos
relacionados aos Arranjos Produtivos Locais (APLs). No início, este documento realizou uma
delimitação dos diferentes conceitos frequentemente utilizados no setor do agronegócio.
Essa delimitação foi feita tendo como intuito descrever de forma clara termos que muitas
vezes são utilizados como sinônimos no setor. Ademais, também possuiu como objetivo
apresentar de modo breve o conceito de Arranjo Produtivo Local, ponto foco do conteúdo
deste material.
Adiante, realizou-se uma discussão de características mais especí cas dos APLs como:
formação, planejamento, governança, relações de interdependência, formação de capital
social e políticas públicas. Após observadas tais características, apresentou-se então o
conceito de desenvolvimento local, para que no momento seguinte pudesse ser explanada a
relação existente entre APLs e desenvolvimento local/regional e como isto ocorre no Brasil.
Toda esta discussão relatada em função dos Arranjos Produtivos Locais teve como objetivo
apresentar um panorama geral sobre sua aplicabilidade no Agronegócio e sua importância
para o Desenvolvimento Regional no Brasil. Assim, espero que tenham gostado e
aproveitado o material!
121
Material Complementar
Livro
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Livro
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Web
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Referências
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