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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar)

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA (CCET)


Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (PPGEP)
Disciplina: Melhoria Contínua
Docente: Prof. Dr. José Carlos de Toledo
Discente: Thaís Moreira Tavares

Resumo do artigo: A Global Study Into the Reasons for Lean Six Sigma Project
Failures: Key Findings and Directions for Further Research.

Na introdução, a baixa taxa de sucesso dos projetos LSS (Lean Six Sigma) é discutida.
Essa é uma das causas que podem levar à descontinuação do início do LSS. Por esse
motivo, é fundamental entender como reduzir o risco de falha em projetos de LSS. No
entanto, apenas poucos artigos foram publicados que estudaram os fatores que levam a
conclusão bem-sucedida de projetos de melhoria. Estudar as razões pelas quais os
projetos LSS falham é crucial para o desempenho da abordagem LSS geral e para
excelência do negócio em geral.
Dessa forma, o artigo pretende preencher os seguintes gaps: 1) Identificar os
motivos do insucesso dos projetos LSS; 2) Contribuir para a discussão sobre a
implantação do LSS identificando as taxas de insucesso dos projetos LSS; 3) Classificar
os motivos de insucesso do projeto visto que há ausência desse tipo de pesquisa; 4)
Eliminar a ausência de estudos empíricos globais sobre o tema, pois este é o primeiro
estudo empírico com abrangência global voltado para a compreensão dos fatores que
levam ao insucesso de projetos de LSS; 5) Verificar o impacto das variáveis, como
papel no sistema belt, desenvolvimento do país e cultura nacional, no ranking dos
fatores de falha.
Para atingir tais objetivos, foi realizada uma survey na web dirigida a
especialistas em LSS. A pesquisa seguiu o seguinte fluxo metodológico: primeiramente
foi realizada uma revisão da literatura, para identificar os fatores e variáveis de falha
dos projetos LSS. Depois, a survey foi conduzida e foi feita a análise da amostra.
Na etapa de revisão da literatura, os motivos identificados foram então divididos
nos dez fatores apresentados no artigo do Antony e Gupta (2019) “Top ten reasons for
process improvement Project failures”. As variáveis foram identificadas através da
revisão sistemática dos artigos buscados. Um total de 51 variáveis foram identificadas,
estando elas distribuídas entre os dez fatores.
Na etapa da survey, primeiramente foi realizado um teste piloto, que permitiu
que as questões fossem ajustadas, ajudando a eliminar os erros de medição. O link final
do web survey foi enviado a 1000 especialistas que foram identificados nas redes
sociais como pertencentes aos grupos ligados ao LSS e com formação SS Belt.
Na caracterização da amostra, viu-se que a amostra era composta quase
igualmente por respondentes do setor manufatureiro (48,75%) e do setor de serviços
(50,25%). A amostra apresentou concentrações semelhantes para os níveis BB (38,3%)
e MBB (38,8%), e concentrações um pouco menores dos respondentes com nível GB
(22,9%). Metade da amostra tinha mais de dez anos de experiência em projetos LSS e
15% (31) dos respondentes tinham um a dois anos de experiência em projetos LSS.
Na análise de dados, para identificar a pontuação do fator, o método dos
mínimos quadrados parciais – SEM (PLS-SEM) foi escolhido porque o PLS-SEM é
considerado a melhor abordagem para esse fim. Dessa forma, os resultados da análise
foram apresentados. Sobre o insucesso e taxas de término, quando questionados sobre a
taxa de projetos LSS malsucedidos, os entrevistados disseram que entre 11% a 20%
(22% da amostra) e 21% a 30% (20% da amostra) dos projetos falharam. Isso mostrou
que há uma taxa significativa de projetos malsucedidos e destacou ainda mais a
necessidade de estudos sobre as causas das falhas. A taxa de término do projeto foi
identificada nas diferentes fases do DMAIC. A maior concentração de respostas foi
inferior a 5% para todas as fases.
Sobre o nível em que ocorrem as falhas dos projetos LSS, 42% dos amostrados
afirmaram que é no nível corporativo, 31% afirmaram que é no nível do projeto e
apenas 21% afirmaram que é no nível individual. A “falta de comprometimento da alta
direção” é o construto com maior pontuação de média. Isso pode explicar por que o
corporativo foi apontado como o nível em que a maioria dos projetos LSS falha. O
segundo construto com maior média foi a “resistência à mudança”. O terceiro construto
foi “recompensas inadequadas e sistema/cultura de reconhecimento”.
Na comparação de grupos, a análise da média e mediana mostrou que os GBs
tendem a avaliar os fatores como mais problemáticos, distanciando-se, principalmente,
da opinião dos MBBs. Há uma diferença estatisticamente significativa em “resistência à
mudança”, “monitoramento e controle inconsistentes”, “comunicação deficiente”,
“equipe incompetente”, “tamanho e composição de equipe abaixo do ideal” e “seleção
defeituosa de metodologia”.
A próxima análise retratou a diferença nas opiniões de especialistas de três
continentes diferentes: América do Sul, Europa e Ásia. As principais diferenças foram
que o grupo de respondentes asiáticos teve uma média e mediana mais altas para os
construtos do que os outros grupos.
As principais conclusões do artigo mostraram que os especialistas afirmam que
os projetos LSS falham, os projetos são encerrados nas várias fases do DMAIC, e que
existe uma maior preocupação em torno das fases de medição e análise, especialmente a
nível corporativo. Adicionalmente, foi possível identificar os fatores críticos que levam
ao insucesso dos projetos. Também foi possível descobrir que há pouca diferença na
percepção dos fatores de falha entre os especialistas do setor de serviços versus o setor
manufatureiro. Essas diferenças aumentam quando se consideram questões como o
papel no sistema de faixas e a cultura e desenvolvimento onde os entrevistados
trabalham. Portanto, questões como a hierarquia nos projetos LSS podem levar a
opiniões divergentes quanto aos principais fatores de falha.

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