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Mapa de Karnaugh

Dentro de circuitos lógicos, muitas vezes temos uma solução lógica muito grande ou de
difícil tradução, em virtude disso, usualmente utilizamos algumas técnicas com o intuito de
simplificação dessa expressão, uma delas é o mapa de Karnaugh. Esse método gráfico é usado
para simplificar uma equação lógica ou converter uma tabela verdade no seu circuito lógico
correspondente. Normalmente utilizamos para simplificação até 4 entradas, pois acima desse
valor o método se torna muito complicado sendo melhor fazer a análise por meio de programas
de computador. Seja:

Tabela 1: Tabela de Equivalência Lógica

Autor: Lógica para computação. Godoy, Edvania Gimenes de Oliveira. Pág 29

1
Tabela 2: Quadro de analogia dos conectores

Isso é similar A isso


F 0
V 1
~𝐴 𝐴̅
≡ Equivalente
+ Ou
. E
Fonte: Autor

Como vimos anteriormente, as variáveis booleanas são representadas através de letras


ou números, podendo assumir os valores 0 e 1. A seguir apresentaremos os postulados da
complementação, da adição e da multiplicação da Álgebra de boole e suas respectivas
identidades resultantes.

1. Postulado da Complementação

Vamos partir do pressuposto que 𝑭 = 𝟎 e que 𝑽 = 𝟏

1º Se 𝐴 = 0 → 𝐴̅ = 1

2º Se 𝐴 = 1 → 𝐴̅ = 0

2. Postulado da dupla negação

Vamos partir do pressuposto que ~𝐴 = 𝐴̅ e que ~~𝐴 = 𝐴̿

𝐴̿ = 𝐴

Se 𝐴 = 1, 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠: 𝐴̅ = 0 𝑒 𝑠𝑒 𝐴̅ = 0 → 𝐴̿ = 1

Se 𝐴 = 0, 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠: 𝐴̅ = 1 𝑒 𝑠𝑒 𝐴̅ = 1 → 𝐴̿ = 0

Com esse postulado podemos dizer que 𝐴 = 𝐴.

Ou Seja, quando temos uma dupla negativa ou dupla negação, uma negativa anula a outra.

2
Provando o postulado acima, propriedade 4 da tabela acima, teremos:

~(~𝑝) ≡ 𝑝

p ~P ~(~𝑝)
V F V
V F V
F V F
F V F

3. Postulado da adição

Este postulado, mostra como são as regras da adição dentro da Álgebra de Boole.

1º 0 + 0 = 0

2º 0 + 1 = 1

3º 1 + 0 = 1

4º 1 + 1 = 1

Através deste postulado, podemos estabelecer as seguintes identidades:

𝐴+0=𝐴

Mas devemos considerar que A pode ser 0 ou 1, vejamos, então, todas as possibilidades:

𝐴 = 0 → 0+0 = 0

𝐴 = 1 → 1+0 = 1

Podemos notar que o resultado será sempre igual à variável A. De igual forma se:

𝐴+1=1

Teremos:

𝐴 = 0 → 0+1 = 1

𝐴 = 1 → 1+1 = 1

Notamos que se somarmos 1 a uma variável, o resultado será sempre 1. Agora:

𝐴+𝐴=𝐴

3
Teremos:

𝐴 = 0 → 0+0 = 0

𝐴 = 1 → 1+1 = 1

Notamos que se somarmos a mesma variável, o resultado será ela mesma. Seja:

𝐴 + 𝐴̅ = 1

Vejamos as possibilidades:

𝐴 = 0 → 𝐴̅ = 1 → 0 + 1 = 1

𝐴 = 1 → 𝐴̅ = 0 → 1 + 0 = 1

Notamos que sempre que somarmos a uma variável o seu complemento, teremos como
resultado 1. O bloco lógico que executa o postulado da adição é o OU.

4. Postulado da Multiplicação

É o postulado que determina as regras da multiplicação booleana.

1º 0.0 = 0

2º 0.1 = 0

3º 1.0 = 0

4º 1.1 = 1

Através deste postulado, podemos estabelecer as seguintes regras. Se:

𝐴. 0 = 𝐴

Podemos confirmar, verificando todas as possibilidades.

𝐴 = 0 → 0.0 = 0

𝐴 = 1 → 1.0 = 0

Notamos que todo número multiplicado por 0 é 0. Seja:

𝐴. 𝐴 = 𝐴

Teremos:

𝐴 = 0 → 0.0 = 0

4
𝐴 = 1 → 1.1 = 1

Notamos que os resultados serão sempre iguais a A. Agora:

𝐴. 𝐴̅ = 0

Vejamos as possibilidades:

𝐴 = 0 → 𝐴̅ = 1 → 0.1 = 0

𝐴 = 1 → 𝐴̅ = 0 → 1.0 = 0

Notamos que para ambos os valores possíveis que a variável pode assumir, o resultado da
expressão será 0. O bloco lógico que executa o postulado da multiplicação é o E.

5. Propriedades

Estabelecido os conceitos iniciais, podemos descrever algumas propriedades algébricas,


úteis, principalmente no manuseio e simplificação de expressões. Partindo das propriedades já
conhecidas, vamos descrever e exemplificar as propriedades comutativa, distributiva e
associativa, muito utilizadas na Álgebra de Boole.

Tabela 3: Regras de Inferência

Autor: Lógica para computação. Godoy, Edvania Gimenes de Oliveira. Pág 29

5.1 Propriedade Comutativa

Adição 𝐴 + 𝐵 = 𝐵 + 𝐴

Multiplicação 𝐴. 𝐵 = 𝐵. 𝐴

5
Prova do item 5 da tabela 1:

5.1.1 𝑝 ∨ 𝑞 ≡ 𝑞 ∨ 𝑝

p q 𝑝∨𝑞
V V V
V F V
F V V
F F F

p q 𝑞∨𝑝
V V V
V F V
F V V
F F F

5.1.2 𝑝 ∧ 𝑞 ≡ 𝑞 ∧ 𝑝

p q 𝑝∧𝑞
V V V
V F F
F V F
F F F

p q 𝑞∧𝑝
V V V
V F F
F V F
F F F

5.1.3 𝑝 ↔ 𝑞 ≡ 𝑞 ↔ 𝑝

p q 𝑝↔𝑞
V V V
V F F
F V F
F F V
p q 𝑞↔𝑝
V V V
V F F
F V F
F F V

5.2 Propriedade Associativa

Adição 𝐴 + (𝐵 + 𝐶 ) = (𝐴 + 𝐵) + 𝐶 = 𝐴 + 𝐵 + 𝐶

Multiplicação 𝐴. (𝐵. 𝐶 ) = (𝐴. 𝐵). 𝐶 = 𝐴. 𝐵. 𝐶

6
Prova do item 6 da tabela 1:

5.2.1 (𝑝 ∨ 𝑞) ∨ 𝑟 ≡ 𝑝 ∨ (𝑞 ∨ 𝑟)

p q r 𝑝∨𝑞 (𝑝 ∨ 𝑞) ∨ 𝑟
V V V V V
V V F V V
V F V V V
V F F V V
F V V V V
F V F V V
F F V F V
F F F F F

p q r (𝑞 ∨ 𝑟) 𝑝 ∨ (𝑞 ∨ 𝑟)
V V V V V
V V F V V
V F V V V
V F F F V
F V V V V
F V F V V
F F V V V
F F F F F

5.2.2 (𝑝 ∧ 𝑞) ∧ 𝑟 ≡ 𝑝 ∧ (𝑞 ∧ 𝑟)

p q r (𝑝 ∧ 𝑞) (𝑝 ∧ 𝑞) ∧ 𝑟
V V V V V
V V F V F
V F V F F
V F F F F
F V V F F
F V F F F
F F V F F
F F F F F

p q r (𝑞 ∧ 𝑟) 𝑝 ∧ (𝑞 ∧ 𝑟)
V V V V V
V V F F F
V F V F F
V F F F F
F V V V F
F V F F F
F F V F F
F F F F F

7
5.2.3 (𝑝 ↔ 𝑞) ↔ 𝑟 ≡ 𝑝 ↔ (𝑞 ↔ 𝑟)

p q r (𝑝 ↔ 𝑞) (𝑝 ↔ 𝑞) ↔ 𝑟
V V V V V
V V F V F
V F V F F
V F F F V
F V V F F
F V F F V
F F V V V
F F F V F

p q r (𝑞 ↔ 𝑟) 𝑝 ↔ (𝑞 ↔ 𝑟)
V V V V V
V V F F F
V F V F F
V F F V V
F V V V F
F V F F V
F F V F V
F F F V F

5.3 Propriedade Distributiva

𝐴. (𝐵 + 𝐶 ) = 𝐴. 𝐵 + 𝐴. 𝐶
Prova do item 10 da tabela 1:

5.3.1 𝑝 ∨ (𝑞 ∧ 𝑟) ≡ (𝑝 ∨ 𝑞) ∧ (𝑝 ∨ 𝑟)

p q r (𝑞 ∧ 𝑟) 𝑝 ∨ (𝑞 ∧ 𝑟)
V V V V V
V V F F V
V F V F V
V F F F V
F V V V V
F V F F F
F F V F F
F F F F F

p q r (𝑝 ∨ 𝑞) (𝑝 ∨ 𝑟) (𝑝 ∨ 𝑞) ∧ (𝑝 ∨ 𝑟)
V V V V V V
V V F V V V
V F V V V V
V F F V V V
F V V V V V
F V F V F F
F F V F V F

8
F F F F F F

5.3.2 𝑝 ∧ (𝑞 ∨ 𝑟) ≡ (𝑝 ∧ 𝑞) ∨ (𝑝 ∧ 𝑟)

p q r (𝑞 ∨ 𝑟) 𝑝 ∧ (𝑞 ∨ 𝑟)
V V V V V
V V F V V
V F V V V
V F F F F
F V V V F
F V F V F
F F V V F
F F F F F

p q r (𝑝 ∧ 𝑞) (𝑝 ∧ 𝑟) (𝑝 ∧ 𝑞) ∨ (𝑝 ∧ 𝑟)
V V V V V V
V V F V F V
V F V F V V
V F F F F F
F V V F F F
F V F F F F
F F V F F F
F F F F F F

5.4. Teorema de De Morgan

O complemento da soma é igual ao produto dos complementos. Este teorema é uma


extensão do primeiro teorema de De Morgan.

1º Teorema

(̅̅̅̅̅
𝐴. 𝐵) = 𝐴̅ + 𝐵̅

Podemos reescrevê-lo da seguinte maneira:


̅̅̅̅̅̅̅̅
𝐴. 𝐵 = (𝐴 ̅ + 𝐵̅) (1)

Podemos notar que A é o complemento de 𝐴̅ e que B é o complemento de 𝐵̅. Se chamarmos 𝐴̅


de X e 𝐵̅ de Y, da expressão acima teremos:
̅̅̅̅̅̅̅̅
𝐴. 𝐵 = (𝐴 ̅ + 𝐵̅)

̅̅̅̅̅̅̅̅
(𝑋̅ . 𝑌̅) = (𝑋 + 𝑌)
Substituindo X por A e Y por B novamente, teremos:
(𝑋̅ . 𝑌̅) = (𝑋
̅̅̅̅̅̅̅̅
+ 𝑌)
(𝐴̅. 𝐵̅) = (𝐴
̅̅̅̅̅̅̅̅
+ 𝐵)

Logo, temos o 2º teorema de De Morgan

9
2º teorema de De Morgan

(𝐴̅. 𝐵̅) = (𝐴
̅̅̅̅̅̅̅̅
+ 𝐵)

Que é o segundo teorema de De Morgan. Com essa expressão acima, podemos generalizar a
quantas expressões quisermos, do tipo:
(̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑨 + 𝑩 + 𝑪 + ⋯ + 𝑵) = 𝑨 ̅+𝑩
̅ +𝑪
̅ + ⋯+𝑵
̅

Prova do item 11 da tabela 1:

5.4.1 ~(𝑝 ∨ 𝑞) ≡ ~𝑝 ∧ ~𝑞

p q (𝑝 ∨ 𝑞) ~(𝑝 ∨ 𝑞)
V V V F
V F V F
F V V F
F F F V

p q ~𝑝 ~𝑞 ~𝑝 ∧ ~𝑞
V V F F F
V F F V F
F V V F F
F F V V V

5.4.2 ~(𝑝 ∧ 𝑞) ≡ ~𝑝 ∨ ~𝑞

p q (𝑝 ∧ 𝑞 ) ~(𝑝 ∧ 𝑞)
V V V F
V F F V
F V F V
F F F V

p q ~𝑝 ~𝑞 ~𝑝 ∨ ~𝑞
V V F F F
V F F V V
F V V F V
F F V V V

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Resumindo teremos:
Tabela 4: Resumo das Propriedades

Fonte: https://www.inf.ufpr.br/kunzle/disciplinas/ci068/2019-2/slides/aula9_mapa_de_karnaugh.pdf

Vamos ver alguns exemplos:

1. Simplifique a expressão abaixo através das propriedades algébricas lógicas.


(𝐴 + 𝐵). (𝐴 + 𝐶)

Resolução
(𝐴 + 𝐵). (𝐴 + 𝐶)

𝐴. 𝐴 + 𝐴. 𝐶 + 𝐵. 𝐴 + 𝐵. 𝐶 (𝑃𝑟𝑜𝑝𝑟𝑖𝑒𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑡𝑖𝑣𝑎)

𝐴 + 𝐴. 𝐶 + 𝐵. 𝐴 + 𝐵𝐶 (𝑃𝑟𝑜𝑝𝑟𝑖𝑒𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐴. 𝐴 = 𝐴)
𝐴. (1 + 𝐶 + 𝐵) + 𝐵𝐶 (𝑃𝑟𝑜𝑝𝑟𝑖𝑒𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑡𝑖𝑣𝑎)
𝐴. (1 + 𝐵) + 𝐵. 𝐶 (𝑃𝑜𝑠𝑡𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑎 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑒 1 + 𝐶 = 1)
𝐴. (1) + 𝐵. 𝐶 (𝑃𝑜𝑠𝑡𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑎 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑒 1 + 𝐵 = 1)
𝐴. 1 + 𝐵. 𝐶 = 𝐴 + 𝐵. 𝐶

Para demonstrar a veracidade da expressão podemos fazer a tabela verdade


(𝐴 + 𝐵). (𝐴 + 𝐶)

A B C (A+B) (A+C) (A+B).(A+C)

11
V V V V V V
V V F V V V
V F V V V V
V F F V V V
F V V V V V
F V F V F F
F F V F V F
F F F F F F

De igual forma:

𝐴 + 𝐵. 𝐶

A B C B.C A+B.C
V V V V V
V V F F V
V F V F V
V F F F V
F V V V V
F V F F F
F F V F F
F F F F F

2. Simplifique a expressão abaixo através das propriedades algébricas lógicas.


̅𝐵
𝐴 + 𝐴.

Resolução
̅𝐵
𝐴 + 𝐴.
̿̿̿̿̿̿̿̿̿̿̿̿
(𝐴 + 𝐴̅. 𝐵) (𝐼𝑑𝑒𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑋̿ = 𝑋)
̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
̅. ̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
(𝐴̅ + 𝐵)] (2º 𝑇𝑒𝑜𝑟𝑒𝑚𝑎 𝑑𝑒 𝐷𝑒 𝑀𝑜𝑟𝑔𝑎𝑛 ̅̅̅̅̅
[𝐴 𝑋. 𝑌 = 𝑋̅. 𝑌̅)

̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
[𝐴̅. (𝐴̿ + 𝐵̅ )](𝐼𝑑𝑒𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑋̿ = 𝑋)
̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
[𝐴̅. (𝐴 + 𝐵̅)](1º 𝑇𝑒𝑜𝑟𝑒𝑚𝑎 𝑑𝑒 𝐷𝑒 𝑀𝑜𝑟𝑔𝑎𝑛 ̅̅̅̅̅
𝑋. 𝑌 = (𝑋̅ + 𝑌̅)
̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
[𝐴 ̅ . 𝐴 + 𝐴̅𝐵̅ ](𝑃𝑟𝑜𝑝𝑟𝑖𝑒𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑡𝑖𝑣𝑎)

̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
(0 + 𝐴̅𝐵̅ ) (𝐼𝑑𝑒𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐴̅. 𝐴 = 0)
̅̅̅̅̅
(𝐴 ̅. 𝐵̅)

̅̅̅̅̅̅̅̅
𝐴 + 𝐵 (1º 𝑇𝑒𝑜𝑟𝑒𝑚𝑎 𝐷𝑒 𝑀𝑜𝑟𝑔𝑎𝑛)

𝐴 + 𝐵 (𝐼𝑑𝑒𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑋̿ = 𝑋)

̅ 𝐵 = 𝐴+𝐵
Logo 𝐴 + 𝐴.

12
̅𝐵
Para a tabela verdade de 𝐴 + 𝐴.

A B 𝐴̅ ̅𝐵
𝐴. ̅𝐵
𝐴 + 𝐴.
V V F F V
V V F F V
V F F F V
V F F F V
F V V V V
F V V V V
F F V F F
F F V F F

Para a tabela 𝐴 + 𝐵

A B 𝐴+𝐵
V V V
V V V
V F V
V F V
F V V
F V V
F F F
F F F

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Mapa de Karnaugh ou Mapa K

Vimos anteriormente que uma expressão lógica, pode ser simplificada utilizando
algumas propriedades e postulados, mas dependendo da situação ou da proposição não seria
uma estratégia tão fácil. O mapa de Veitch-Karnaugh, ou simplesmente mapa de Karnaugh, é
uma tabela montada de forma a facilitar o processo de minimização das expressões lógicas.
Os mapas de Karnaugh permitem a simplificação de expressões com duas, três, quatro,
cinco ou mais variáveis onde suas células vão ter um número de 2𝑛 (n é o número de variáveis
de entrada). Algumas regras são seguidas no desenvolvimento do mapa de Karnaugh:

1. Todos “1” devem ser lidos pelo menos uma vez.

2. Grupos de “1” em potência de 2, e retangulares formam uma leitura.

3. O grupo deve ser o maior possível.

4. Deve-se ter o menor número possível de leituras.

5. A leitura corresponde às variáveis que se mantiverem constantes

Para os nossos exemplo, adotaremos ! como substituição do ~.

Seja a tabela dada abaixo:

O que podemos perceber em um primeiro momento é que não temos a sentença lógica,
temos apenas a função f(A,B,C) que nos dá o resultado final de nossa proposição. Outra pergunta
que nós fazemos é: Como determinar então uma expressão que traduza a nossa função? Vamos
por partes. Primeiramente sabemos o seguinte:

Para a terceira linha temos que o A é zero, portanto é Falso, o B é 1, portanto é


Verdadeiro e o C é zero, portanto é Falso. Na quarta linha temos 0,1,1 ou seja, Falso, Verdadeiro,

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Verdadeiro e podemos fazer essa analise para todas as linhas de nossa tabela. Agora o que
vamos fazer é traduzir essas informações para uma matriz. A matriz de Karnaugh terá todas as
possíveis combinações de nossas proposições, se estivermos trabalhando com uma expressão
logica com duas proposições apenas, teremos 22 = 4, teremos uma matriz com 2 linhas e 2
colunas, ou seja, 2x2=4, se tivermos 3 proposições, teremos 23 = 8, teremos uma matriz de 2
linhas e 4 colunas, e assim sucessivamente.

A matriz terá a seguinte característica:

Matriz com duas proposições:

A B 0 1
0
1

Matriz com três proposições:

AB C 0 1
00
01
11
00

Matriz com quatro proposições:

AB CD 00 01 11 10

00
01
11
10

Existem várias formatações da tabela de Karnaugh, porém vamos trabalhar com essas dadas
acima. Como funciona o processo:

Obtenção da Expressão

• Unir blocos de 1´s adjacentes;


• Deve-se buscar a formação de blocos com a maior quantidade possível de 1´s
respeitando a regra de 𝑁 = 2𝑛 onde N é a quantidade de 1´s no bloco com formação,
com agrupamentos de dois (Pares), quatro (Quarteto) e oito (octetos);
• Expressão final = “ soma ” das expressões de cada bloco;

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Simplificação da Expressão

• Usar o menor número de blocos possível;


• Na expressão de cada bloco, eliminam-se as variáveis que mudam de estado dentro do
bloco;
• As variáveis que não mudam de estado são mantidas na expressão, representando o seu
respectivo valor fixo no bloco (𝐴 = 1 → 𝐴, 𝐴 = 0 → ~ 𝐴)
• Quanto maior o bloco, maior o número de variáveis eliminadas e mais simplificada fica
a expressão final:

Exemplos

1.

2.

16
3.

4.

Exercícios

1. Variáveis booleanas são representadas através de letras e podem assumir dois e apenas dois
valores 0 e 1. Através de postulados, propriedades, teoremas fundamentais e identidades da
álgebra de Boole é possível a simplificação das expressões que representam os circuitos lógicos.
Levando em consideração as simplificações de expressões lógicas, pode-se dizer que a expressão
simplificada da proposição dada é:

𝑆 = 𝐴𝐵𝐶 + 𝐴𝐶̅ + 𝐴. 𝐵̅

RESPOSTA COMENTADA

A B C 𝐶̅ 𝐵̅ 𝐴𝐵𝐶 𝐴𝐶̅ 𝐴. 𝐵̅ 𝐴𝐵𝐶 + 𝐴𝐶̅ + 𝐴. 𝐵̅


V V V F F V F F V
V V F V F F V F V
V F V F V F F V V
V F F V V F V V V
F V V F F F F F F
F V F V F F F F F
F F V F V F F F F
F F F V V F F F F

17
Mapa de Karnaugh

A BC 00 01 11 10
0 0 0 0 0
1 1 1 1 1

Portanto Teremos:

S=A

2. Variáveis booleanas são representadas através de letras e podem assumir dois e apenas dois
valores 0 e 1. Através de postulados, propriedades, teoremas fundamentais e identidades da
álgebra de Boole é possível a simplificação das expressões que representam os circuitos lógicos.
Levando em consideração as simplificações de expressões lógicas, considerando a tabela
verdade abaixo, pode-se dizer que a expressão mais simples da expressão dada é:

A B C S
V V V V
V V F V
V F V F
V F F V
F V V F
F V F F
F F V F
F F F F

RESPOSTA COMENTADA

Seja:

A B C S
V V V V
V V F V
V F V F
V F F V
F V V F
F V F F
F F V F
F F F F

A BC 00 01 11 10
0 0 0 0 0
1 1 0 1 1

𝑆 = 𝐴𝐵 + 𝐴𝐶̅

Comprovação

18
A B C 𝐶̅ 𝐴𝐵 𝐴𝐶̅ 𝐴𝐵 + 𝐴𝐶̅
V V V F V F V
V V F V V V V
V F V F F F F
V F F V F V V
F V V F F F F
F V F V F F F
F F V F F F F
F F F V F F F

3. Em eletrônica digital, os teoremas podem ser utilizados em uma técnica de simplificação de


equações lógicas, que agora podemos chamar também de equações Booleanas, denominada
simplificação algébrica. O objetivo de um processo de simplificação de uma equação lógica é
obter uma equação equivalente à original, porém mais simples diminuindo a quantidade de
blocos lógicos. Considere a seguinte expressão lógica:

𝑆 = 𝐴̅. 𝐵̅. 𝐶̅ + 𝐴̅. 𝐵. 𝐶̅ + 𝐴. 𝐵̅ . 𝐶


Podemos dizer que uma expressão análoga à essa, porém mais simplificada é melhor
representada em:

RESPOSTA COMENTADA

Seja a seguinte expressão:

𝑆 = 𝐴̅. 𝐵̅ . 𝐶̅ + 𝐴̅. 𝐵. 𝐶̅ + 𝐴. 𝐵̅. 𝐶

Tirando 𝐴̅. 𝐶̅ em Evidencia nos dois primeiros termos:

𝑆 = 𝐴̅. 𝐶̅ . (𝐵 + 𝐵̅) + 𝐴. 𝐵̅. 𝐶

Aplicando 𝐵̅ + 𝐵 = 1, teremos:

𝑆 = 𝐴̅. 𝐶̅ . (1) + 𝐴. 𝐵̅ . 𝐶

𝑆 = 𝐴̅. 𝐶̅ + 𝐴. 𝐵̅. 𝐶

19

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