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século XX
Apresentação
O término do século XIX trouxe mudanças consideráveis para a matemática, com uma evolução
que culminou na publicação dos 23 problemas de Hilbert, no ano de 1900, apresentando questões
fundamentais para o desenvolvimento dessa ciência no século XX.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer os novos progressos na geometria, com a
descoberta da geometria fractal, irá entender como a teoria da incompletude mostrou que algumas
verdades matemáticas não podem ser demonstradas na área e, ainda, verá a trajetória de uma das
principais mentes por trás do advento do computador: Alan Turing.
Bons estudos.
Neste Infográfico, você verá algumas das principais contribuições feitas para a matemática no
século XX, como o estudo dos infinitos, o teorema da incompletude, a topologia e o estudo dos
fractais.
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Conteúdo do livro
As pesquisas matemáticas do século XIX fundamentaram uma parte considerável das pesquisas na
área no século XX, pois a matemática é uma ciência na qual a descoberta de um norteia a
contribuição do outro.
Ainda assim, viu-se com alegre surpresa que os anos 1900 possibilitaram conhecimentos que
poucos sequer ousavam sonhar anteriormente, como o desenvolvimento da computação, cujas
bases teóricas foram lançadas no início do século XX. Além disso, surge a geometria fractal, um
mundo até então inexplorado, interconectado com a teoria do caos e os sistemas dinâmicos, que
leva a pensar em uma geometria utilizada pela natureza.
Se isso não bastasse, matemáticos também podem ser heróis, como mostra a história de Alan
Turing, que, junto com seu grupo de matemáticos, foi responsável pela quebra do código militar
nazista, encurtando em dois anos o maior conflito humano de todos os tempos. Turing
será homenageado em 2021 com a imagem estampada na nota britânica de 50 libras e o novo
programa inglês de intercâmbio universitário leva seu nome: Turing Programme.
Boa leitura.
HISTÓRIA DA
MATEMÁTICA
Desenvolvimento
da matemática
no século XX
Celso Pessanha Machado
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Após uma autêntica revolução no século XIX, um novo período se abriu para a
matemática, conduzido pelas inúmeras contribuições anteriores, que levaram à
formatação de uma lista de problemas que nortearam as pesquisas matemáticas,
como um desafio permanente às mentes dedicadas ao estudo dessa ciência.
Neste capítulo, você vai encontrar uma descrição das contribuições mate-
máticas ao longo do século XX, passando pela constatação de que há questões
matemáticas não demonstráveis. Também estudará a construção teórica da lógica
que possibilitou o desenvolvimento dos computadores, e ainda verá um novo tipo
de geometria, a geometria fractal. Por fim, conhecerá uma aplicação da matemática
do século XX que pode ser utilizada na educação básica.
2 Desenvolvimento da matemática no século XX
Conjectura de Poincaré
A conjectura de Poincaré, datada de 1904, afirma que qualquer variedade
tridimensional fechada é topologicamente equivalente à esfera S3, que é uma
generalização de uma esfera comum para uma dimensão superior. Segundo
Hosch (2013), o próprio Poincaré mais tarde generalizou sua conjectura para
qualquer dimensão, afirmando que a n-esfera é o único espaço n-dimensional
limitado que não contém buracos, implicando que, para n = 3 voltamos à
conjectura original.
Desenvolvimento da matemática no século XX 3
David Hilbert
David Hilbert foi um matemático alemão, nascido numa cidade famosa por sua
ligação com a história da matemática devido às suas pontes, Königsberg, em
23 de janeiro de 1862, e morreu em outra cidade que deve muito de sua fama
aos grandes mestres da ciência que passaram por sua universidade, como
Carl Friedrich Gauss, Felix Klein, e o próprio Hilbert. Estamos nos referindo
à Göttingen, onde David morreu em 14 de fevereiro de 1943 (UNIVERSITÄTS-
GESCHICHTE..., [2021?]).
Em 1895, Hilbert foi trabalhar em Göttingen, lecionando teoria algébrica
dos números, noções básicas de geometria, análise, física teórica e noções
básicas de matemática. Em 1900, apresentou 23 problemas no Congresso
Internacional de Matemáticos de Paris, os quais nortearam muitas buscas
durante os séculos XX e XXI. Como exemplo, podemos citar o 8º problema,
que é a hipótese de Riemann (DAVID..., [2021?]).
Entre vários trabalhos produzidos por Hilbert, destacam-se a teoria in-
variante, a criação de um método direto para provar teoremas de finitude
(fundamentais para a álgebra moderna), o teorema da irredutibilidade de
Hilbert, investigações sobre a representação de polinômios definidos como
somas de quadrados, a solução das equações de 9º grau por funções algé-
bricas de quatro variáveis, a teoria dos campos de números algébricos, a
axiomatização da álgebra e da topologia, o resgate do princípio de Dirichlet,
o reconhecimento da importância do que hoje é denominado de espaço de
Hilbert e uma prova da conjectura de Waring (DAVID..., [2021?]).
David Hilbert propôs uma curva fractal que preenche o espaço, derivada
da curva de Peano, denominada curva de Hilbert, exibida na Figura 1.
4 Desenvolvimento da matemática no século XX
Kurt Gödel
Gödel nasceu na Áustria em 1906, e tinha o apelido familiar de “senhor por quê”,
pela curiosidade que o levava a perguntar sobre diferentes assuntos. Quando
Desenvolvimento da matemática no século XX 5
Alan Turing
Segundo Hodges (1995), Alan Mathison Turing nasceu em 23 de junho de 1912,
e desde a infância mostrava sinais de muita inteligência, tendo oportunidade
de estudar na Sherborne School, escola de prestígio de Londres, formando-se
em matemática na Universidade de Cambridge em 1931.
Em 1935, Turing começou a se dedicar a uma questão sobre a capacidade
de decisão, conhecida pelo termo alemão Entscheidungsproblem (problema de
decisão), que pergunta se poderia haver, ao menos em princípio, um método
ou processo definido capaz de decidir se qualquer afirmação matemática é
ou não demonstrável? Para responder essa pergunta, se fazia necessário que
houvesse uma definição de método, que deveria ser precisa e convincente.
Turing forneceu a resposta expressando-a em termos de uma máquina teórica
capaz de realizar certas operações elementares precisamente definidas sobre
símbolos em fita de papel, criando o conceito chamado máquina de Turing,
base da teoria da computação (HODGGES, 1995).
Com o advento da Segunda Guerra Mundial, Turing foi convocado pela
forças britânicas para trabalhar em Bletchley Park, local onde equipes bus-
cavam descobrir os códigos utilizados pelas forças do Eixo (Alemanha, Itália
6 Desenvolvimento da matemática no século XX
Figura 3. Placa na entrada do bangalô utilizado por Alan Turing (bem à direita na placa),
situada atualmente no Bletchley Park Museum.
Benoît Mandelbrot
Mandelbrot (1924–2010) nasceu em Varsóvia, na Polônia, mas durante a infância
sua família, devido a dificuldades financeiras, emigrou para a França. Após a
invasão alemã de 1939, instalaram-se em Tulle, pois eram judeus e essa era
uma zona francesa desocupada, um pouco mais segura, rumando mais tarde
para Paris em 1944, onde Benoit pôde cursar a École Polytechnique, indo para
o Massachusetts Institute of Technology (MIT) no período 1953–1954, para
o pós-doutorado. Em 1958, foi trabalhar na IBM, em um estágio de verão, e
permaneceu por 35 anos na empresa, enquanto, em paralelo, dava aulas na
Universidade de Yale (BENOÎT..., c2021).
Mandelbrot ganhou fama trabalhando e divulgando a geometria fractal,
que mostrava graficamente uma série de estruturas matemáticas que estu-
dou, especialmente as variações econômicas caóticas e repentinas que se
revelavam serem mais frequentes do que era previsto. Ele lecionou até 2004,
quando encerrou sua carreira como professor emérito em Yale, morrendo
em 2010 em Cambridge.
(40 km) cada uma, utilizaríamos 102 segmentos para a medição, encontrando
um comprimento final de 2250 milhas (cerca de 3.600 km). Se obtivermos
mapas locais e continuarmos a medir o litoral, o comprimento total segue
aumentando, pois conforme nos aproximamos, mais detalhes surgem. Isso
acontece porque o litoral é um fractal e sua dimensão não é um número
inteiro, e sim uma fração, estando entre 0 e 1.
Muita gente que acessa seu notebook, usa seu smartphone, assiste a um
vídeo em algum canal da web talvez nem imagine a capacidade intelectual, o
talento, a imaginação e a criatividade de matemáticos como Benoît Mandel-
brot e Alan Turing, que deram os passos teóricos que possibilitaram avanços
tecnológicos definidores da nossa sociedade, cujos hábitos e cultura estão
imersos no virtual. Esse já um fato por si só com peso considerável para
admirarmos a matemática produzida no século XX, e pensar no que ainda
pode nos surpreender nos anos que vem por aí.
Referências
ASSIS, T. A. et al. Geometria fractal: propriedades e características de fractais ideais.
Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 30, n. 2, 2008. Disponível em: http://
www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/302304.pdf. Acesso em: 22 fev. 2021.
BENOÎT Mandelbrot. In: FUTURA-SCIENCES. Saint-Raphaël, c2021. Disponível em: https://
www.futura-sciences.com/sciences/personnalites/mathematiques-benoit-mandel-
brot-1317. Acesso em: 22 fev. 2021.
BLETCHLEY PARK. Cottage Industry. Bletchley, [2021?]. Disponível em: https://bletch-
leypark.org.uk/our-story/why-it-matters/cottage-industry. Acesso em: 22 fev. 2021.
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et Paris bombardé, sur Arte. In: LE MONDE, Paris, 18 ago. 2020. Disponível em: https://
www.lemonde.fr/culture/article/2020/08/18/1870-1871-la-guerre-franco-prussienne-
-trois-temoins-des-archives-photo-et-paris-bombarde-sur-arte_6049261_3246.html.
Acesso em: 22 fev. 2021.
Desenvolvimento da matemática no século XX 13
DAVID Hilbert. In: DEUTSCHE Biographie, München, [2021?]. Disponível em: https://
www.deutsche-biographie.de/sfz70149.html?language=de. Acesso em: 22 fev. 2021.
FIEDOROWICZ, Z. File: Hilbert curve.png, 2005, Wikipedia. Licenciado sob CC BY-SA
3.0, via Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/
File:Hilbert_curve.png. Acesso em: 22 fev. 2021.
GASPARETI, L. O santo graal da matemática: a hipótese de Riemann. 2014. 52 f. Disser-
tação (Mestrado profissional em matemática) — Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, Curitiba, 2014. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/150139574.pdf.
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HENRI Poincaré. In: ACADÉMIE FRANÇAISE, Paris, [2021a?]. Disponível em: http://www.
academie-francaise.fr/les-immortels/henri-poincare. Acesso em: 22 fev. 2021.
HENRI Poincaré. In: ENCYCLOPÉDIE LARROUSSE, Paris, [2021b?]. Disponível em: https://
www.larousse.fr/encyclopedie/personnage/Henri_Poincar%C3%A9/138546. Acesso
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HODGES, A. Alan Turing — a short biography. In: TOURING.ORG, [Oxford], 1995. Disponível
em: https://www.turing.org.uk/publications/dnb.html. Acesso em: 22 fev. 2021.
HOSCH, W. L. Poincaré conjecture. In: ENCYCLOPEDIA BRITANNICA, London, 25 out. 2013.
Disponível em: https://www.britannica.com/science/Poincare-conjecture. Acesso em:
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KURT Gödel: Life, Work, and Legacy. In: INSTITUTE FOR ADVANCED STUDY, Princenton,
c2021. Disponível em: https://www.ias.edu/kurt-g%C3%B6del-life-work-and-legacy.
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MACHADO, C. P.; GIRAFFA, L. M. M.; LAHM, R. A. Ensinando geometria a partir de imagens
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MACKENZIE, D. The Poincaré Conjecture--Proved. Science, Washington, v. 314, p. 1848-
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SCHMIDTKE, R. Ficheiro: Koch snowflake0192.png, 2003, Wikipedia. Licenciado sob
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Ficheiro:Koch_snowflake0192.png. Acesso em: 22 fev. 2021.
14 Desenvolvimento da matemática no século XX
Nesta Dica do Professor, você observará um pouco da construção dessa nova geometria, vendo
alguns fractais que embasaram a teoria dos espaços com dimensão fracionária.
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Lógica Matemática
Apresentação
Você já ouviu falar do teorema de Pitágoras? E dos postulados de Euclides? Provavelmente, sim.
Mas de onde eles vieram, em que época foram estabelecidos e para que servem? O início do
desenvolvimento da lógica matemática ocorreu por volta de 300 a.C., mas seu estudo foi
aprofundado ao longo do tempo.
As descobertas da matemática foram muito importantes para o progresso da sociedade, não apenas
em situações envolvendo raciocínio numérico, mas também por fornecerem elementos que
subsidiam as argumentações.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o desenvolvimento da lógica ao longo do tempo,
relacionando a lógica com a matemática e a linguagem a fim de ampliar sua capacidade de solução
de problemas matemáticos a partir da lógica.
Bons estudos.
Assim, podemos afirmar que a matemática é uma ciência sustentada pelas correlações que fazemos,
nos permitindo determinar e comprovar a existência ou não de determinado fenômeno ou situação.
Observe, no Infográfico a seguir, que o conjunto de regras existentes na lógica, podem nos auxiliar
na definição de uma conclusão sobre uma premissa, organizando o nosso pensamento.
Conteúdo do livro
A matemática é uma ciência que envolve muito mais do que números, ela é antes de tudo uma
linguagem e expressa as correlações que fazemos no cotidiano. Isso não é algo recente e vem ao
longo da história da humanidade tomando formas mais elaboradas. A lógica é essencial para
desenvolvermos o pensamento crítico e refletir sobre as afirmações com as quais nos deparamos.
No capítulo Lógica Matemática, você vai conhecer a linguagem matemática, percebendo sua
aplicação lógica em diversas situações, para além de compreender como ocorre a prova de
teoremas matemáticos, você poderá acompanhar a solução de problemas a partir da lógica. Este
assunto será tão importante para sua vida acadêmica quanto profissional e pessoal.
Boa leitura.
RACIOCINIO
LÓGICO
Cristiane da Silva
Lógica matemática
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Estamos habituados a pensar a matemática como uma ciência mera-
mente numérica, pois, de modo geral, é assim que aprendemos ao longo
dos anos em nossas experiências escolares. No entanto, a matemática
é muito mais do que isso. Enquanto seres humanos racionais, usamos a
racionalidade para dar força à palavra, temos o poder de convencimento
dos argumentos corretos e a capacidade de mobilizar pessoas em prol
de uma determinada causa, e esses são apenas alguns dos objetivos da
lógica. A matemática pode ser entendida como uma ciência sustentada
pelas correlações que fazemos e nos permite determinar e comprovar a
existência ou não de determinado fenômeno ou situação.
Neste capítulo, você vai conhecer o surgimento da lógica, sua relação
com a matemática e a linguagem que utilizamos até hoje. Além disso,
vai ver o uso do raciocínio lógico na prova de teoremas matemáticos e
em problemas práticos com os quais podemos nos deparar no cotidiano.
“É lógico que Pedro será aprovado nos exames, pois ele é inteligente e
estuda muito e todos os alunos inteligentes e estudiosos são aprovados.”
Um número é chamado primo ou par desde que satisfaça condições precisas, sem
ambiguidade.
Definição (par)
Um inteiro é chamado par se é divisível por 2.
Embora pareça claro, não o é totalmente: a questão é que essa definição contém
termos que ainda não foram definidos, em particular, inteiro e divisível. De acordo com
Scheinerman (2006), se quisermos ser muito detalhistas, podemos alegar que ainda
não definimos o termo 2. Cada um desses termos — inteiro, divisível e 2 — pode
ser definido por meio de conceitos mais simples, e não podemos ganhar esse jogo
inteiramente. Se cada termo for definido por meio de conceitos mais simples, estaremos
continuamente em busca de definições e, assim, chegaremos a um momento em
que diremos: “Este termo é indefinível, mas acreditamos entender o que ele significa”.
Definição (ímpar)
Um inteiro a é chamado ímpar desde que haja um inteiro x tal que a = 2x + 1.
Assim, o número 7, por exemplo, é ímpar porque podemos escolher x = 3 na defi-
nição, obtendo 7 = 2 × 3 + 1. A definição fornece um critério claro, sem ambiguidade,
para determinar se um inteiro é ímpar. Além disso, a definição de ímpar não afirma
que um inteiro é ímpar desde que não seja par. Isso naturalmente é verdade, e existe
prova — “todo inteiro é ímpar ou par, mas não ambos”.
2 Raciocínio lógico
Veremos, agora, como o raciocínio lógico contribui para a prova de teore-
mas matemáticos, mas, antes, é importante ter clara a definição de teorema.
De acordo com Scheinerman (2006), teorema é uma afirmação declarativa
sobre matemática para a qual existe uma prova. As afirmações feitas por
matemáticos podem ser classificadas em três categorias:
Se/Então
Na afirmação “se A, então B”, A é chamado hipótese e B de conclusão. Muitos
teoremas podem ser expressos dessa forma. Por exemplo, o teorema “A soma
de dois números inteiros pares é par” pode ser reescrito como “Se x e y são
inteiros pares, então x + y também é par”. É importante destacar que a afir-
mação “Se A, então B” significa que sempre que a condição A for verdadeira,
a condição B também o será (SCHEINERMAN, 2006).
6 Lógica matemática
Quadro 1. Se A, então B
Condição A Condição B
Se e somente se
Muitos teoremas também podem ser expressos na forma “se então”, e alguns
são da forma “Se A então B, e se B então A”. A título de exemplo, vamos
pensar na seguinte afirmação verdadeira:
Quadro 2. A se e somente se B
Condição A Condição B
E, ou e não
Em matemática, o uso de “e” significa que ambas as afirmações são verdadeiras.
Para ficar mais claro, vamos tomar a afirmação “Todo inteiro cujo algarismo
das unidades é zero é divisível por 2 e por 5”. Isso significa que um número
que termina com zero, como o número 140, é divisível tanto por 2 quanto por 5.
(SCHEINERMAN, 2006). Observe o Quadro 3.
8 Lógica matemática
Quadro 3. A e B
A B AeB
Quadro 4. Não A
A Não A
Verdadeira Falsa
Falsa Verdadeira
Quadro 5. A ou B
A B A ou B
Conjetura de Goldbach
Todo inteiro par maior do que 2 é a soma de dois primos.
Verifiquemos que essa afirmação é válida para os primeiros números pares. Temos:
12 = 5 + 7 14 = 7 + 7 16 = 11 + 5 18 = 11 + 7
Você pode saber mais sobre a linguagem dos teoremas matemáticos e suas provas
acessando o portal da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP),
que oferece conteúdo de qualidade, muito intuitivo e detalhado.
Vimos que, para provar uma conjectura, usamos métodos para demonstrá-
-las. As demonstrações por exaustão indicam que foram exauridos todos os
casos possíveis para aquela conjectura, ou seja, foram esgotadas as possibi-
lidades. É importante destacar que essa demonstração é utilizada somente
quando o número de casos for finito e pequeno. Veja, a seguir, um exemplo.
12 Lógica matemática
Prove que se um inteiro entre 1 e 12 for divisível por 4, então ele também será divisível
por 2.
Solução:
1 Não Não
2 Não Não
3 Não Não
5 Não Não
6 Não Não
7 Não Não
9 Não Não
10 Não Não
11 Não Não
Se 0 ∈ A e
∀k ∈ ℕ, k ∈ A → k + 1 ∈ A,
Então A = ℕ.
Essas duas condições afirmam que o zero está no conjunto A e sempre que
um número natural k está em A, k + 1 também está em A. A única maneira
como essas duas condições podem ser satisfeitas é que A seja todo o conjunto
dos números naturais. Vejamos a prova.
Suponhamos, por contradição, que A ≠ ℕ. Seja x = ℕ – A, isto é, x é o
conjunto dos números naturais que não estão em A. Nossa suposição de que
A ≠ N significa que existe um número natural não está em A, isto é, x ≠ ∅.
Como x é um conjunto não vazio de números naturais, sabemos que x contém
um elemento mínimo x. Assim, x é o menor número natural fora de A.
Note que x ≠ 0 porque sabemos que 0 ∈ A, de forma que 0 ∉ X. Portanto,
x ≥ 1. Assim, x – 1 ≥ 0, de modo que x – 1 ∈ ℕ. Além disso, como x é o menor
elemento fora de A, temos que x – 1 ∈ A.
Já a segunda condição do teorema afirma que, sempre que um número
natural está em A, o número natural imediatamente superior também está.
Como x – 1 ∈ A, sabemos que (x – 1) + 1 = x também está em A. Mas x ∉ A.
A seguir, aprofundaremos o estudo de lógica matemática por meio da
solução de problemas.
14 Lógica matemática
Você pode saber mais sobre conjuntos, desde os conceitos iniciais, representações,
diagramas de Venn até as operações com conjuntos, consultando a parte I da obra
Como desenvolver o raciocínio lógico: soluções criativas na teoria dos conjuntos, de Benzecry
e Rangel (2009).
Exemplo 1
Em uma cidade, são consumidos três produtos — A, B e C. Feita uma pesquisa
de mercado sobre o consumo desses produtos, foram colhidos os seguintes
resultados:
A U
20 142
61 B
5
23 36
C 98 115
a) 500
b) 61
c) 142
d) 257 = 142 + 115. Note que esse conjunto é o complementar da união
de A e C, isto é, CU(A ∪ C).
e) 84 = 20 + 5 + 23 + 36
Exemplo 2
Em um grupo de 300 alunos, 70 gostam de história, 30 gostam de história e
geografia, 50 gostam de geografia e matemática e 35 não gostam de nenhuma
das três matérias. Sabendo que ninguém gosta de história e de matemática e
que o número de alunos que gostam de história é igual ao número daqueles
que gostam de matemática, determine:
U
H
M
40 30 50
20
125
G 35
Note que não usamos a representação geral de três conjuntos, pois temos
situações específicas para esses conjuntos. Observe que H ∩ M = ∅. Iniciamos
utilizando as informações de n(H ∩ G) = 30, n(G ∩ M) = 50 e n(CU(H ∪ G
∪ M)) = 35.
Como n(H) = 70, temos que 70 – 30 = 40 é o número de alunos que gostam
só de história.
Como n(H) = n(M), temos que 70 – 50 = 20 é o número de alunos que
gostam só de matemática.
Por último, o número de alunos que gostam só de geografia pode ser
calculado da seguinte forma: 300 – (70 + 70 + 35) = 125.
Logo, pelo diagrama:
a) 20
b) 125
c) 80 = 30 + 50
Exemplo 3
Considerando as afirmações “Existem europeus que são ricos” e “Todos os
homens ricos viajam muito”, é correto afirmar que:
E V
Exemplo 4
Em um avião encontravam-se 122 passageiros, sendo 96 brasileiros, 64 ho-
mens, 47 fumantes, 51 homens brasileiros, 25 homens fumantes, 36 brasileiros
fumantes e 20 homens brasileiros fumantes. Calcule:
U
M B H
7 29
31
16 20 8
6 5
n(B ∩ F) = 36 → n(M ∩ B ∩ F) = 36 – 20 = 16
n(H ∩ F) = 25 → n(H ∩ F ∩ B̅) = 25 – 20 = 5
n(H ∩ B) = 51 → n(H ∩ B ∩ F̅ ) = 51 – 20 = 31
n(F) = 47 → n(F ∩ M ∩ B̅) = 47 – (16 + 20 + 5) = 6
n(H) = 64 → n(H – (B ∪ F)) = 64 – (51 + 5) = 8
n(B) = 96 → n(M ∩ B ∩ F̅ ) = 96 – (16 + 20 + 31) = 29
Por último, o número de passageiros mulheres que não são brasileiras e nem
fumam pode ser calculado da seguinte forma: 122 – (29 + 16 + 6 + 64) = 7.
Logo, observando o diagrama:
a) 29
b) 5
c) 22
Leitura recomendada
GOUVEIA, R. Lógica matemática. 2018. Disponível em: https://www.todamateria.com.
br/logica-matematica/. Acesso em: 19 jul. 2020.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Dica do professor
Conhecer as propriedades da lógica matemática pode nos auxiliar tanto na demonstração de
teoremas quanto a reconhecer quando estamos diante de uma falácia, ou seja, um erro na
argumentação.
Na Dica do Professor, veja como comprovar teoremas: um algébrico com um erro proposital, outro
com argumentação e uma demonstração para o Teorema de Pitágoras utilizando geometria,
método muito utilizado antes da invenção da álgebra.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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Apresentação
O pensamento estratégico é uma das habilidades mais importantes para os alunos desenvolverem
na educação básica. Requer a capacidade de observar, analisar e receber diferentes informações,
planejar e analisar soluções possíveis e escolher a ação apropriada. Os jogos no ensino da
matemática, além de desenvolverem o pensamento estratégico, podem aliviar o tédio dos
constantes exercícios que os alunos são submetidos em sala de aula, uma vez que os estudantes
aplicam as habilidades matemáticas com mais facilidade quando estão envolvidos. Ou seja, os jogos
matemáticos tornam o aprendizado divertido, enfatizando conceitos matemáticos sem a monotonia
dos exercícios.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai reconhecer a importância do uso de jogos para a
aprendizagem matemática e conhecer exemplos que podem ser aplicados nos anos finais do ensino
fundamental e no ensino médio.
Bons estudos.
Neste Infográfico, conheça algumas simulações para o ensino de matemática do projeto PhET.
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Conteúdo do livro
Um jogo é uma atividade atrativa para a maioria dos alunos e da população adulta. Em qualquer
idioma, o termo "jogo" tem significados extraordinariamente numerosos, podendo ser usado para
descrever diversão, entretenimento, uma peça de teatro, uma música e até uma atividade,
como "jogar amarelinha".
Boa leitura.
TENDÊNCIAS EM
EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA
Jogos no ensino
de matemática
Gustavo de Lins e Horta
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Um jogo pode ser considerado uma interação competitiva entre os participan-
tes para atingir objetivos preestabelecidos. Jogos instrucionais são atividades
estruturadas com regras definidas, em que dois ou mais alunos interagem para
alcançar objetivos instrucionais claramente designados. É considerado matemático
quando os jogadores podem perceber e/ou influenciar o curso do jogo com base
em considerações matemáticas (HERMANN; COQUEIRO; PACHECO, 2020).
Podem ser usados de várias maneiras e com objetivos diversos, como quebrar o
gelo, introduzir novos conceitos, consolidar ideias, deixar os exercícios mais lúdicos
e leves, criando uma atmosfera positiva e entusiástica nas salas de aula. Podem,
além disso, diminuir o medo dos alunos sobre o conceito aprendido em matemática.
Neste capítulo, você vai estudar como os jogos podem ajudar no alunos da
educação básica, dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio no
seu aprendizado de matemática. Vai também conhecer alguns jogos que podem
ser adotados, o passo a passo para sua realização e como trabalhar conceitos
matemáticos a partir deles.
2 Jogos no ensino de matemática
Jogo da adição
Proposto por Oliveira (2018), esse jogo auxilia a trabalhar as propriedades
aritméticas e a distributividade da operação de adição.
Um jogador embaralha as cartas e coloca o baralho com o lado do número
voltado para baixo. Cada jogador vira duas cartas e anuncia sua soma. O jogador
com a maior soma vence a rodada e leva todas as cartas. Em caso de empate,
cada jogador vira mais duas cartas e anuncia sua soma. O jogador com a soma
mais alta pega todas as cartas de ambas as jogadas. O jogo termina quando
não sobrarem cartas suficientes para cada jogador jogar outra vez. O jogador
com mais cartas ganha. Esse jogo pode ser jogado com dois ou três alunos.
Uma variação do jogo pode ser feita com um conjunto de dominó, em
vez de um conjunto de cartas numéricas, para gerar problemas de adição.
Coloque o dominó voltado para baixo na superfície de jogo. Cada jogador
vira um dominó e anuncia a soma dos pontos nas duas metades. O vencedor
de uma rodada leva todos os dominós em jogo.
Bingo da multiplicação
O bingo é um jogo perenemente divertido que pode ser apreciado por pes-
soas de todas as idades. A versão proposta Figueiredo (2018) dá um toque
matemático como forma de aumentar as habilidades de multiplicação. São
necessários apenas papel e lápis ou caneta.
Todos os jogadores escrevem cinco números múltiplos de uma deter-
minada tabuada. Por exemplo, se eles estivessem fazendo a tabuada do 5,
poderiam escrever 10, 35, 45, 50 e 60. Uma terceira pessoa pode liderar o
jogo e fazer perguntas de multiplicação da tabuada escolhida. As questões
podem, também, ser escritas em cartas e amontoadas em uma pilha para os
jogadores irem escolhendo e lendo. Se o jogador tiver uma resposta para a
pergunta em seu tabuleiro de bingo, ele pode riscá-la. A primeira pessoa a
riscar todos os seus números é o vencedor.
Amarelinha da multiplicação
Esse jogo pode ser jogado com uma ou várias pessoas. Usando um giz,
desenhe quadrados de amarelinha no chão e, em cada quadrado, escreva
Jogos no ensino de matemática 5
Contador imediato
Esse jogo trabalha a habilidade de fazer estimativas em relação à divisão
de decimais por 10, 100 e 1.000 (Figura 2). A turma pode ser dividida em
grupos de dois ou quatro alunos. Cada grupo recebe uma ficha com o
tabuleiro e as regras. Os alunos devem saber o conceito de intervalo:
por exemplo, que 0,1< R<1. O professor pode elaborar questões enquanto
observa os alunos jogarem para que seja possível verificar as dificuldades
no decorrer do jogo.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular: educar é a base.
Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 6 maio 2021.
FIGUEIREDO, T. R. L. S. Os textos produzidos por estudantes do 5º ano do ensino fun-
damental na resolução de situações-problema de multiplicação e divisão. 2018. 129 f.
Dissertação (Mestrado Acadêmico em Educação) – Universidade Estadual de Feira de
Santana, Feira de Santana, 2018. Disponível em: http://tede2.uefs.br:8080/handle/
tede/873. Acesso em: 4 maio 2021.
HERMANN, W.; COQUEIRO, V. S.; PACHECO, P. S. An overview of the publications of four
journals in the area of mathematics education regarding games as didactic resources for
teaching mathematics. Research, Society and Development, v. 9, n. 10, p. e6639109002,
2020. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/9002. Acesso
em: 4 abr. 2021.
OLIVEIRA, O. Dominós como recurso didático para o ensino de matemática. 2018. Disser-
tação (Mestrado) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2018. Disponível
em: https://repositorio.ufsm.br/handle/1/16270. Acesso em: 4 maio 2021.
SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I. (org.). Resolução de problemas nas aulas de matemática: o
recurso problemateca. Porto Alegre: Penso, 2016. (Coleção Mathemateca, v. 6).
SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I.; MILANI, E. Ensino fundamental: jogos de matemática de 6º a
9º ano. Porto Alegre: Penso, 2007. (Cadernos do Mathema, v. 2).
SMOLE, K. S. et al. Ensino médio: jogos de matemática de 1º a 3º ano. Porto Alegre:
Penso, 2008. (Cadernos do Mathema, v. 3).
UNICEF. Game-based and interactive learning activities for early years. New York: UNICEF,
2016. Disponível em: https://moey.gov.jm/sites/default/files/Games%20Based%20
Manual%20Final%202017.pdf. Acesso em: 4 maio 2021.
As crianças não conectam automaticamente o numeral escrito "5" com cinco objetos ou mesmo a
palavra falada "cinco". Os jogos permitem um contexto para desacelerar e explorar o conceito de
número.
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Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja as sugestões do professor:
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Matemática na BNCC
Neste vídeo, acompanhe a professora Maria Ignez Diniz e veja as principais mudanças que a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) traz para a matemática, como a mudança do enfoque do que se
deve priorizar no ensino da matemática, por exemplo o desenvolvimento de competências, e os
novos eixos que foram criados, como álgebra e geometria das transformações.
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Os Parâmetros Curriculares
Nacionais e o ensino de matemática
Apresentação
Até dezembro de 1996, os ensinos fundamental e médio eram regidos por uma lei federal que
definiu as diretrizes e bases da educação nacional. O intuito era proporcionar aos estudantes a
formação necessária para o desenvolvimento de suas potencialidades, preparando-os para o
trabalho e para o exercício consciente da cidadania. Mais tarde, a partir do estudo de propostas
curriculares dos estados e municípios brasileiros, iniciou-se a elaboração dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs).
Esses documentos passaram por diversas análises e receberam críticas e sugestões de especialistas,
professores e técnicos de educação, até se consolidarem. Os PCNs foram organizados por ciclos e
áreas do conhecimento, de forma a deixar evidentes os objetivos propostos, os conteúdos, os
critérios de avaliação, as orientações para avaliação e as orientações didáticas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai reconhecer a importância dos PCNs no processo de
ensino e aprendizagem de matemática dos ensinos fundamental e médio. Você será instigado a
refletir sobre práticas docentes que busquem atender às orientações dos PCNs, uma vez que eles
orientam a seleção de conteúdos a serem aprendidos e a prática docente, para atingir os objetivos
preestabelecidos, respeitando as particularidades de cada região. Espera-se que os elementos
sugeridos sejam estimulantes para a busca do aprofundamento dos estudos e para a prática
docente nos ensinos fundamental e médio.
Bons estudos.
Neste Infográfico, você vai ver como estão estruturados os PCNs do ensino fundamental e vai
verificar uma explicitação das habilidades e competências básicas e específicas para a matemática
no ensino médio.
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Conteúdo do livro
Ao longo do tempo, desde os anos 1920, diversas reformas curriculares ocorreram. A matemática
sempre foi uma grande preocupação, devido aos seus elevados níveis de reprovação, ao baixo
rendimento e a uma formalização desconexa dos problemas reais.
Boa leitura.
LABORATÓRIO DE
ENSINO DE
MATEMÁTICA
Os Parâmetros
Curriculares
Nacionais e o ensino
de matemática
Cristiane da Silva
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) foram elaborados com o intuito de
auxiliar na execução do trabalho docente. De fato, foi uma construção que se deu
ao logo do tempo, de modo a amparar as discussões pedagógicas das escolas, a
elaboração de projetos educativos e o planejamento de aulas, bem como visando
a fomentar a reflexão sobre a prática educativa. As ideias básicas dos PCN em
matemática refletem, além de alterações de conteúdo, uma mudança de filosofia
de ensino e de aprendizagem, pois evidenciam a necessidade de mudanças tanto do
que ensinar quanto de como organizar, ensinar e avaliar as situações de ensino e de
aprendizagem. Os PCN, portanto, ressaltam o papel da matemática como facilitadora
para a estruturação do pensamento do aluno e para a formação de sua cidadania.
2 Os Parâmetros Curriculares Nacionais e o ensino de matemática
[...] configuram uma referência nacional em que são apontados conteúdos e objetivos
articulados, critérios de eleição dos primeiros, questões de ensino e aprendiza-
gem das áreas, que permeiam a prática educativa de forma explícita ou implícita,
propostas sobre a avaliação em cada momento da escolaridade e em cada área,
envolvendo questões relativas a o que e como avaliar. Assim, além de conter uma
exposição sobre seus fundamentos, contém os diferentes elementos curriculares —
tais como Caracterização das Áreas, Objetivos, Organização dos Conteúdos, Critérios
de Avaliação e Orientações Didáticas —, efetivando uma proposta articuladora dos
propósitos mais gerais de formação de cidadania, com sua operacionalização no
processo de aprendizagem (BRASIL, 1997, p. 29).
1. variação de grandezas;
2. trigonometria.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais e o ensino de matemática 15
1. geometrias plana;
2. geometria espacial;
3. geometria métrica;
4. geometria analítica.
1. estatística;
2. contagem;
3. probabilidade.
Referências
BITTENCOURT, J. Sentidos da integração curricular e o ensino de matemática nos
parâmetros curriculares nacionais. Revista Zetetike, v. 12, nº 22, p. 71–88, 2004.
BRASIL. Orientações educacionais complementares aos parâmetros curriculares nacio-
nais (PCN+): ciências da natureza e matemática e suas tecnologias. Brasília: Ministério
da Educação, 2006.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da Edu-
cação, 2002.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares
nacionais. Brasília: Ministério da Educação, 1997.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino funda-
mental. Brasília: Ministério da Educação, 1998.
D’AMBROSIO, U. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. 6. ed. Belo
Horizonte: Autêntica, 2019.
KOBASHIGAWA, M. K. Parâmetros curriculares nacionais de matemática para o ensino
fundamental: das prescrições ao currículo praticado pelos professores. 2006. 203 f.
Dissertação (Mestrado em Matemática) — Faculdade de Educação, Pontifícia Univer-
sidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2006.
RICARDO, E. C.; ZYLBERSZTAJN, A. Os parâmetros curriculares nacionais para as ciências
do ensino médio: uma análise a partir da visão de seus elaboradores. Investigações
em Ensino de Ciências, v. 13, nº 3, p. 257–274, 2008.
SANTOS, A. O.; OLIVEIRA, C. R.; OLIVEIRA, G. S. Contribuições para o ensino da matemática
no ensino fundamental, através da história da matemática e PCNs. Revista Itinerarius
Reflectionis, v. 9, nº 1, 2013.
Dica do professor
Nos PCNs, o bloco de tratamento da informação diz respeito aos conteúdos referentes à
estatística, à probabilidade e à combinatória. É importante destacar a função dessas análises na
sociedade. Uma delas advém do fato de estarmos rodeados por notícias, reportagens
e informações, que são representadas por gráficos, tabelas e dados. Dessa forma, é necessário
ter algum conhecimento para interpretá-los e compreendê-los adequadamente. Além disso, esses
conteúdos estimulam o desenvolvimento de formas particulares de pensamento e raciocínio frente
a determinados problemas.
Nesta Dica do Professor, você vai compreender a importância da educação estatística na educação
básica, vai conhecer a forma como os PCNs a apresentam e vai verificar algumas críticas de
pesquisadores da área quanto a essa abordagem. Espera-se fornecer elementos que o levem a
refletir sobre a prática docente e que despertem o seu interesse em aprofundar os estudos e as
discussões, visando a contribuir para a qualidade do ensino nesse campo do saber.
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Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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PCN Matemática
Neste vídeo, o professor aborda os PCNs da área da matemática para as séries finais do ensino
fundamental. O professor destaca alguns dos objetivos que constam nos PCNs e apresenta o
conteúdo específico da matemática e como ele está organizado, tratando de sua importância.
Também são indicados alguns sites diversificados que são sugeridos para o trabalho dos conteúdos
matemáticos conforme as recomendações dos PCNs.
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Tecnologias de informação e
comunicação no ensino da
matemática
Apresentação
As tecnologias de informação e comunicação (TICs) combinam dispositivos e recursos de tecnologia
usados para manipular e correlacionar informações. O uso de TICs é cada vez mais crucial na
educação pois desenvolve um ambiente de ensino-aprendizagem mais proativo.
As TICs não são apenas uma ferramenta de ensino-aprendizagem, mas também uma força motriz
para o educador desempenhar seu papel. Esses aplicativos básicos incluem software de
treinamento, recursos visuais e gráficos e demonstrações online. Pesquisas na área de educação
matemática mostram que as TICs podem incorporar várias aplicações tecnológicas ao processo de
ensino.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as principais TICs aplicadas ao ensino de
matemática nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio e como elas aprimoram o
ensino-aprendizagem na educação básica.
Bons estudos.
A natureza distinta das TICs pode exigir que novos conceitos matemáticos sejam introduzidos e
novas habilidades sejam desenvolvidas. Em muitos casos, no entanto, os professores precisam
continuar a desenvolver o conhecimento, a compreensão e as habilidades dos alunos no contexto
das TICs.
Boa leitura.
TENDÊNCIAS EM
EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA
Tecnologias de
informação e
comunicação no
ensino da matemática
Gustavo de Lins e Horta
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Existem alguns aplicativos das tecnologias de informação e comunicação (TICs)
que têm sido utilizados por professores no ensino e na aprendizagem da mate-
mática, tanto no nível de ensino primário quanto no secundário. Esses aplicativos
funcionam como auxiliares de ensino para professores e materiais de revisão
para alunos, seja durante as aulas nas escolas, seja em casa. Dessa forma, os
aplicativos de TICs também ajudam os alunos a fazer suas tarefas de matemática.
As TICs estão mudando os processos de ensino e aprendizagem da matemática,
adicionando elementos de vitalidade aos ambientes de educação em sala de
aula, incluindo ambientes virtuais para esse propósito. A nova TIC digital não é
2 Tecnologias de informação e comunicação no ensino da matemática
Lousa digital
Uma lousa digital é um espaço de exibição bidimensional que usa design
digital. Em contrapartida aos quadros brancos tradicionais, nos quais uma
mídia física, como um marcador, é usada para construir conteúdo, as lousas
digitais geralmente envolvem uma caneta ou outra ferramenta para os usu-
ários criarem textos, desenhos ou designs digitais.
As lousas digitais podem ser usadas para se concentrar no desenvolvi-
mento de conceitos matemáticos específicos e para melhorar o conhecimento
e a compreensão matemática dos alunos. Quando usadas de forma eficaz,
oferecem várias vantagens, como destacar a qualidade visual, permitir o uso
de atividades como animações, estimular a interação do aluno e fornecer uma
perspectiva mais ampla para o ensino de matemática. As lousas interativas
permitem a utilização dos mais diversos métodos de ensino e influenciam o
aprendizado em diferentes aspectos, chamando a atenção dos alunos para
as aulas e aumentando sua motivação e seu sucesso no curso, seja no ensino
fundamental ou médio.
Entre as ferramentas e aplicações para o ensino de matemática que po-
dem ser utilizadas com a lousa digital, podemos citar Scribblar, BitPaper,
Ziteboard e BigBlueButton.
Planilhas eletrônicas
O uso de planilhas permite que os alunos aprofundem seus conhecimentos
de álgebra e modelagem. O software de planilha eletrônica é uma forma de
tecnologia que se adapta às condições de aprendizagem para uma educação
matemática eficaz. Primeiro, devemos fornecer algumas informações básicas
sobre a própria tecnologia. O software de planilha, principalmente o Microsoft
Excel, fornece uma matriz interativa de células, usada para realizar cálculos
em dados.
Um primeiro ponto a ser observado é que, devido ao display intuitivo e
ao sistema de entrada, o aluno não conhecer os menus e os comandos não
é uma barreira significativa para o uso dessa tecnologia, uma vez que o
professor poderá apresentar os conceitos básicos como células e o uso de
fórmulas, bem como fornecer templates para resolver problemas como por
exemplo o "Prática de Matemática". Para acessar o modelo ao abrir o Excel,
clicamos em novo e na barra de pesquisa onde aparece “Procurar modelos
online”, digitamos matemática.
Tecnologias de informação e comunicação no ensino da matemática 5
aula. Contar com um software que pode, por exemplo, resolver sistemas
de equações com o toque de um botão tem fortes implicações na forma
como tópicos específicos são abordados na matemática.
Referências
AGYEI, D. D.; VOOGT, J. ICT use in the teaching of mathematics: implications for pro-
fessional development of pre-service teachers in Ghana. Education and Information
Technologies, v. 16, p. 423-439, 2011.
DAS, K. Role of ICT for better mathematics teaching. Shanlax International Journal of
Education, v. 7, n. 4, p. 19-28, 2019.
LACARDA, G. Trabalhando com conjuntos. [2020]. Disponível em: https://www.geogebra.
org/m/uyt97krj. Acesso em: 4 maio 2021.
LIEBAN, D. Investigando na função quadrática. [2019]. Disponível em: https://www.
geogebra.org/m/XptVXvfn. Acesso em: 4 maio 2021.
LIEBAN, D. Montando figuras. [2020]. Disponível em: https://www.geogebra.org/m/
gjjuzhcr. Acesso em: 4 maio 2021.
MANETTA, M. A. Futebol de tabuadas. [2020]. Disponível em: Acesso em: 4 maio 2021.
MANZANO, J. A. N. G. Microsoft Excel 2019 avançado: estudo dirigido. São Paulo: Érica,
2019.
Leituras recomendadas
D’AMBROSIO, U. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. 5. ed. Belo
Horizonte: Autêntica, 2013. (Coleção Tendências em Educação Matemática).
MEYER, J. F. C. A.; CALDEIRA, A. D.; MALHEIROS, A. P. S. Modelagem em educação matemá-
tica. Belo Horizonte: Autêntica, 2011. (Coleção Tendências em Educação Matemática).
PONTE, J. P.; BROCARDO, J.; OLIVEIRA, H. Investigações matemáticas na sala de aula.
Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
SÁNCHEZ HUETE, J. C.; FERNANDÉZ BRAVO, J. A. O ensino da matemática: fundamentos
teóricos e bases psicopedagógicas. Porto Alegre: Artmed, 2007. E-book.
SKOWSMOSE, O. Um convite à educação matemática crítica. São Paulo: Papirus, 2014.
Nesta Dica do Professor, veja como o Excel pode ser utilizado para ensinar matemática.
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Para ampliar seu conhecimento no assunto, veja a seguir as sugestões do professor:
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Estratégias para o ensino da matemática
Assista a uma entrevista com o professor Isnaldo Isaac sobre estratégias para ensinar matemática.
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Recursão
Apresentação
O conceito de recursão está relacionado à indução matemática, que é muito usada para demonstrar
resultados sobre diversos objetos discretos, por exemplo, são as demonstrações de resultados
sobre complexidade de algoritmos, a exatidão de determinados tipos de programas, os teoremas
sobre grafos e árvores, assim como as várias identidades e inequações.
A recursão, por sua vez, especifica ou constrói uma classe de objetos ou métodos definindo alguns
poucos casos-base ou métodos muito simples, e então define regras para formular casos complexos
em termos de casos mais simples. Podemos pensar, por exemplo, na definição formal dos números
naturais que diz que 0 (zero) é um número natural e que todo número natural tem um sucessor, que
é também um número natural.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer a definição de recursão e sua relação com a
indução, identificar a aplicação do conceito de recursão na definição recursiva de funções e, além
disso, analisar a solução de problemas por meio da recursão.
Bons estudos.
• Definir recursão.
• Aplicar o conceito de recursão na definição recursiva de funções.
• Implementar a solução de problemas por meio da recursão.
Infográfico
Uma sequência numérica S é uma coleção de números que apresentam uma determinada ordem:
existe um primeiro número, um segundo número e assim por diante.
Confira neste Infográfico a Sequência de Fibonacci e a sua relação com diferentes áreas da ciência.
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Conteúdo do livro
A recursão é bastante utilizada em ciência da computação. A grande vantagem da recursão está na
possibilidade de usar um programa de computador, para definir, analisar ou produzir um estoque
potencialmente infinito de sentenças ou outros dados. O conceito de recursão é utilizado na
definição de sequências, funções e conjuntos e também na implementação de algoritmos.
No Capítulo Recursão, da obra Pensamento matemático na computação, você vai conhecer sobre
indução e recursão, conhecer as definições e os teoremas, identificar como aplicar o conceito de
recursão na definição recursiva de funções e, ainda, como resolver problemas por meio da recursão.
Boa leitura.
PENSAMENTO
MATEMÁTICA NA
COMPUTAÇÃO
Cristiane da Silva
Recursão
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir recursão.
Aplicar o conceito de recursão na definição recursiva de funções.
Implementar a solução de problemas por meio da recursão.
Introdução
Neste capítulo, aprofundaremos os conhecimentos sobre recursão.
Verificaremos que há uma relação bem próxima entre indução e recursão.
Como exemplo, pode-se pensar em quando definimos uma sequência
recursivamente, especificando como os seus termos são encontrados a
partir de termos anteriores, e podemos usar a indução para demonstrar
os resultados dessa sequência. A indução matemática pode ser utilizada
para demonstrar diversos resultados. Além de recursão ser um conceito
próximo ao de indução, é de fundamental importância para a ciência
da computação.
Além disso, quase a totalidade das linguagens de programação
modernas possui recursão como um construtor básico de programas.
A maioria dos computadores atuais conta com facilidades para implemen-
tar recursão, o que faz com que o processamento de recursão alcance
bons níveis de eficiência.
Neste capítulo, você encontrará conceitos teóricos, teoremas e defi-
nições, e, ao mesmo tempo, serão fornecidos exemplos ilustrativos com
a finalidade de auxiliar na compreensão do tema em estudo e ampliar
seus conhecimentos.
2 Recursão
1 Indução e recursão
Para explicar o conceito de indução, Rosen (2009) utiliza o exemplo de uma
escada infinita. A ideia é verificar se podemos alcançar todos os degraus dessa
escada. Sabemos duas coisas:
Sabemos que, por (1), podemos alcançar o primeiro degrau da escada. Além
disso, como é possível alcançar o primeiro, por (2), podemos também alcançar
o segundo degrau, que é o próximo degrau depois do primeiro. Aplicando
(2) outra vez, como podemos alcançar o segundo degrau, podemos também
alcançar o terceiro. Continuamos assim e podemos mostrar que será possível
alcançar o quarto, o quinto degrau, e assim por diante. Depois de usar 100
vezes (2), sabemos que poderemos alcançar o 101º degrau. Dessa maneira, é
possível concluir que podemos alcançar todos os degraus dessa escada infi-
nita. Essa verificação também pode ser realizada utilizando uma importante
técnica de demonstração, chamada de indução matemática. Ou seja, podemos
mostrar que P(n) é verdadeira para todo número inteiro positivo n, em que
P(n) é a proposição que afirma que podemos alcançar o n-ésimo degrau da
escada (ROSEN, 2009).
Rosen (2009) explica que, de modo geral, a indução matemática pode ser
utilizada para demonstrar proposições que afirmam que P(n) é verdadeira para
todos os números inteiros positivos n, em que P(n) é uma função proposicional.
A demonstração é dividida em duas partes, um passo base em que se mostra
que P(1) é verdadeira, e um passo de indução, em que se mostra que para todos
os números inteiros k, se P(k) for verdadeira, então P(k + 1) é verdadeira.
Definir um objeto explicitamente nem sempre é fácil, mas é possível
defini-lo em termos dele próprio, esse processo é chamado de recursão. Para
ficar mais claro, observe a Figura 1: ela é produzida recursivamente, ou seja,
primeiro é dada uma ilustração, depois é realizado um processo de sobre-
posições de sucessivas centralizações de fotos menores sobre a ilustração
anterior (ROSEN, 2009).
Recursão 3
Solução: podemos definir a função fatorial especificando seu valor inicial, ou seja, F(0) = 1,
e dando uma regra para encontrar F(n + 1) a partir de F(n). Isso é obtido notando que
(n + 1)! é computado a partir de n! multiplicado por n + 1. Assim, a regra desejada é:
F(n + 1) = (n + 1)F(n)
Exemplo 2 — Determine um valor de uma função fatorial, tal como F(5) = 5! a partir
da definição recursiva F(n + 1) = (n + 1)F(n).
Solução: neste caso é necessário usar a regra que mostra como expressar F(n + 1)
em termos de F(n):
A segunda parte é:
n! = 1, se n = 0
n! = n * (n – 1) ∙ (n – 2) ... * 1, se n > 0
Para o caso n > 0, observe que n! pode ser reescrito como segue:
n * (n – 1)!
Sendo que:
(n – 1)! = (n – 1) * (n – 2) ... * 1
(n – 1) * (n – 2)!
Sendo que:
(n – 2)! = (n – 2) * (n – 3) * ... * 1
0! = 1
b) Passo de indução:
n! = n * (n – 1)!
Solução:
Podemos usar a indução completa para demonstrar esta inequação. Considere P(n)
como a proposição de que fn > ∝ n–2. Queremos mostrar que P(n) é verdadeira sempre
que n for um número inteiro maior que ou igual a 3.
–
Passo base: primeiro, note que ∝ < 2 = f3, ∝2 = (3 + √5)/2 < 3 = f4, então, P(3) e P(4)
são verdadeiras.
Passo de indução: assuma que P(j) seja verdadeira, ou seja, que fj > ∝ n–2, para
todos os números inteiros j com 3 ≤ j ≤ k, em que k ≥ 4. Devemos mostrar que P(k + 1)
é verdadeira, ou seja, que fk+1 > ∝ k–1. Como ∝ é uma solução de x2 – x – 1 = 0, temos
que ∝2 = ∝ + 1. Assim,
Assim, temos:
Lembre-se: O passo de indução mostra que, sempre que k > 4, P(k + 1) é dado
a partir da hipótese de que P(j) seja verdadeira para 3 ≤ j ≤ k. Assim, esse passo não
mostra que P(3) → P(4). Além disso, mostramos que P(4) é verdadeira separadamente.
procedure potencia (a: número diferente de zero, n: número inteiro não negativo)
if n = 0 then potencia (a,n) := 1
else potencia (a,n) := a ∙ potencia (a, n – 1)
F(1) = 1
F(2) = 1
Nesta Dica do Professor, iremos explorar um algoritmo muito simples, conhecido como algoritmo
de ordenação por seleção ou SelectionSort.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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Torre de Hanói
Neste vídeo, você conhecerá as regras do jogo da Torre de Hanói e sua relevância no processo de
ensino-aprendizagem. Você verá que é necessário desenvolver estratégias de forma a utilizar o
menor número de movimentos possíveis para concluir o jogo. Exemplos são dados com explicações
para que você compreenda o desafio.
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Matemática na Idade Média e no
Renascimento
Apresentação
Grandes nomes da história da matemática, tais como Leonardo Fibonacci, Nicole Oresme, Nicolau
Copérnico, a família Bernoulli, Regiomontanus, Jordanus Nemorarius, Girolano Cardano, Leonardo
da Vinci e outros, nos mostraram que a matemática teve um grande desenvolvimento ao longo da
história. Todos esses cientistas e filósofos que foram citados são bem conhecidos por desenvolver
conceitos matemáticos famosos ao longo da Idade Média ou do Renascimento. As origens da
matemática são uma parte fundamental de sua história, uma vez que esses conceitos são base para
toda a matemática até então já desenvolvida.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá uma descrição detalhada das principais ideias
envolvendo a matemática na Idade Média e de quais foram os principais nomes que fizeram
história, mostrando conceitos matemáticos que até hoje são fundamentais na vida do homem em
sociedade. Além disso, a matemática do período do Renascimento, de igual importância, nos
mostrará que tudo o que se desenvolveu na Idade Média serviu para promover um avanço na área
na época do Renascimento, e que grandes nomes também fizeram história. Tais conceitos são base
para a matemática na Idade Moderna, tendo muitos conceitos aprimorados, desde as origens da
matemática, e muitos conceitos novos acerca do tema matemática, fazendo-nos compreender que
a história se faz com a própria história.
Bons estudos.
Neste Infográfico, você verá quais foram as grandes contribuições no que se refere às teorias, aos
postulados, aos conceitos e aos teoremas matemáticos, responsáveis por promover um avanço
significativo da história da matemática ao longo dos tempos, mostrando que os períodos iniciais da
história da matemática foram suas origens, a época da Idade Média e do Renascimento, e que
grandes nomes da matemática deram suas maiores contribuições nessas duas épocas da história da
matemática.
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Conteúdo do livro
As origens da matemática nos mostram que a necessidade de contar provocou no ser humano a
vontade de desenvolver conceitos de grande utilidade, como a criação de bases numéricas e de
uma linguagem de contagem. De início, esses conceitos foram extensivamente aplicados em muitas
áreas, como a agricultura, por exemplo. Com o tempo, tais ideias foram aperfeiçoando-se e novos
conceitos matemáticos foram criados. A história da matemática é rica em detalhes de como os
grandes cientistas e filósofos pensaram em formas de resolver questões envolvendo números.
Neste capítulo, Matemática na Idade Média e no Renascimento, base teórica desta Unidade de
Aprendizagem, você verá como se deu o desenvolvimento da matemática, desde sua origem,
passando pela Idade Média, o Renascimento, até atingir a chamada Idade Moderna. Aqui, você verá
como os cientistas e os filósofos de destaque na história da matemática moldaram seus
pensamentos e utilizaram-se da escrita matemática para criar conceitos e teoremas capazes de
explicar e resolver grandes problemas da humanidade. A matemática tem uma história que ainda
não acabou, porém, sua origem e seu progresso ao longo da Idade Média e do Renascimento foram
fundamentais para atingir a base sólida de conhecimento da matemática que se tem hoje.
Boa leitura.
HISTÓRIA DA
MATEMÁTICA
Matemática na
Idade Média e no
Renascimento
Maria Elenice dos Santos
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Ao longo da história, o homem sempre buscou formas de simplificar suas tarefas
diárias, utilizando diversos meios para isso. Muitas ciências, portanto, têm a
incumbência de facilitar grande parte das atividades cotidianas do homem em
sociedade, como as ciências físicas e matemáticas. A necessidade de contar per-
mitiu ao homem uma evolução na matemática, que vem aprimorando essa técnica
e criando outras formas de utilizar conceitos matemáticos aplicados a situações
do dia a dia. Assim, a história da matemática é permeada de situações nas quais
conceitos matemáticos foram descobertos e aperfeiçoados no sentido de satis-
fazer às necessidades do homem, seja na Idade Média ou em tempos modernos.
2 Matemática na Idade Média e no Renascimento
Desenvolvimento da matemática
na Idade Média
Atualmente, as ideias no campo da matemática encontram-se bastante evolu-
ídas e amparadas por altas tecnologias; porém, suas origens estão baseadas
em ideais e noções primitivas, relacionadas aos conceitos de número, de
grandeza e de forma. A história da matemática constitui uma área de estudo
capaz de explorar as diversas práticas matemáticas existentes ao longo da
história, desde suas origens, passando pela Idade Média e pelo Renascimento,
até chegar à matemática moderna (ARAGÃO, 2009). Nesse caminhar, muitas
descobertas foram realizadas e grandes nomes fizeram história nesse setor da
ciência, que, sem dúvidas, trata-se de um dos mais importantes e de grande
contribuição para o avanço científico (BOYER; MERZBACH, 1996).
Do ponto de vista histórico, a Idade Média é delimitada com base em mar-
cos históricos bem definidos, pois teve seu início a partir da queda de Roma,
no ano de 476, e seu término ligado à queda de Constantinopla, no ano de
1436 (BOYER; MERZBACH, 1996). Essa foi uma época da história rica em acon-
tecimentos marcantes da história humana, mas, na história da Matemática,
não houve um grande desenvolvimento de conceitos e de ideias como ocorreu
mais adiante, na época do Renascimento, por exemplo (ARAGÃO, 2009). Ainda
assim, alguns matemáticos e cientistas famosos da época fizeram história
e grandes contribuições para o desenvolvimento de conceitos e teorias da
matemática (MEDINA, 2013). Ressalta-se, aqui, que os grandes acontecimentos
da história ligados à matemática ocorreram na Europa, mas, ainda assim,
muitos historiadores fazem menção ao desenvolvimento matemático da Era
Medieval, relatando a contribuição dos povos chineses, hindus e árabes, além
dos europeus (BOYER; MERZBACH, 1996).
Matemática na Idade Média e no Renascimento 3
0 1 1 2 3 5 8 13 21 34 55 89 144 ....
Desenvolvimento da matemática
no Renascimento
O período que compreendeu o Renascimento iniciou-se no final do século
XIII, indo até meados do século XVII (BOYER; MERZBACH, 1996). Esse foi um
período de descobertas e de valorização da cultura da Antiguidade Clássica,
uma vez que essas produziram mudanças na direção de um ideal humanista
e naturalista (EVES, 2004).
Diferentemente do que se passou na Idade Média, no Renascimento,
o enfoque para a matemática se deu de forma mais aplicada, considerando-se
os avanços da época. De forma gradativa, percebeu-se um aumento no número
de trabalhos matemáticos por volta do século XV (EVES, 2004). O período do
Renascimento trouxe alguns marcos importantes da história, como a queda
de Constantinopla, um grande tumulto acerca das grandes navegações e a
possibilidade de difusão de grandes obras, uma vez que se tornou possível
imprimi-las (BOYER; MERZBACH, 1996).
A matemática no Renascimento:
técnicas de uso em sala de aula
Após o grande desenvolvimento da matemática na Idade Média, alguns fatos
históricos e políticos intimidaram o processo de criação de teorias e conceitos
matemáticos. Somente na época do Renascimento, datado do fim do século
XIII até meados do século XVII, é que houve uma mudança no pensamento,
pautada em ideias humanistas e naturalistas, permitindo que o desenvolvi-
mento da matemática tomasse novos rumos e continuasse a mostrar grandes
avanços, mas de forma aplicada aos avanços da época (SMOLE; MUNIZ, 2013;
EVES, 2004). Durante o período do Renascimento, houve um sensível aumento
da produção de trabalhos matemáticos de grande relevância até os dias de
hoje, e o desafio, atualmente, é transpor, para o ensino, toda a produção
de ideias e de conceitos advindos não só da época do Renascimento, mas
também de outras épocas (BOYER; MERZBACH, 1996).
Após a queda de Constantinopla, um marco histórico importante, a ma-
temática aplicada passou a ser empregada em áreas como artes, mecânica,
cartografia, contabilidade, ótica, etc. Alguns exemplos incluem (POSAMENTIER;
KRULIK, 2014; EVES, 2004):
Referências
ARAGÃO, M. J. História da matemática. Rio de Janeiro: Interciência, 2009.
BOYER, C. B.; MERZBACH, U. C. História da matemática. 2. ed. São Paulo: Blucher, 1996.
EVES, H. W. Introdução à história da matemática. Campinas: Unicamp, 2004.
MEDINA, M. B. Os grandes matemáticos. São Paulo: MBOOKS. 2013.
POSAMENTIER, A. S.; KRULIK, S. A arte de motivar os estudantes do ensino médio para
a matemática. Porto Alegre: AMGH, 2014.
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO. Grandezas e medidas: triângulo áureo.
[20--?]. Disponível em: http://www.matematica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uplo
ads/4/943triaguloaureo.3.jpg. Acesso em: 15 fev. 2021.
SMOLE, K. S.; MUNIZ, C. A. A matemática em sala de aula: reflexões e propostas para
os anos iniciais do ensino fundamental. Porto Alegre: Penso, 2013.
14 Matemática na Idade Média e no Renascimento
Leitura recomendada
MENDES, M. J. F. Possibilidades de exploração da história da ciência na formação do
professor de matemática: mobilizando saberes a partir da obra de Nicolau Copérnico
“De Revolutionibus Orbium Coelestium”. 2010. 193 f. Tese (Doutorado em Educação)
— Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2010.
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Matemáticas Chinesa, Hindú e Árabe
Apresentação
A matemática passou por várias transformações ao longo dos anos. E, embora muitos tenham
contribuído com a evolução da escrita e das ideias acerca dessa ciência, vários autores e
intelectuais ficaram desconhecidos e não têm seus nomes registrados. A matemática atual é reflexo
das matemáticas antigas da China, dos árabes e dos hindus, que foram evoluindo e se
transformando, lentamente, chegando até o ponto em que se apresenta hoje.
Os antigos chineses tinham admiração pelas ciências, os hindus buscavam formas simples de
representar os números e os árabes foram os divulgadores de toda essa evolução.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender como a matemática evoluiu desde os
primórdios, na China, na Índia e na Arábia, desenvolvendo-se e tornando-se uma das ferramentas
mais poderosas de todos os tempos.
Bons estudos.
Um exemplo histórico disso é a matemática, já que os chineses, hindus e árabes dominavam vários
saberes muito antes de serem abordados ou reconhecidos no Ocidente. Todos esses
conhecimentos matemáticos do Oriente foram disseminados pelo mundo até chegarem à forma
como são conhecidos hoje.
No capítulo Matemáticas chinesa, hindu e árabe, desta Unidade de Aprendizagem, você estudará
como foi o desenvolvimento da matemática chinesa, árabe e hindu, bem como as contribuições
desses povos para essa ciência, tornando possível sua evolução até se tornar a matemática que
conhecemos hoje. Inicialmente, você começará vendo a matemática chinesa, seguida da hindu e da
arábica, que é base do sistema de numeração utilizado hoje, analisando as obras e os matemáticos
mais influentes de cada época.
Boa leitura.
HISTÓRIA DA
MATEMÁTICA
Matemáticas
chinesa, hindu
e árabe
Daniele Cristina Thoaldo
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
A matemática oriental — chinesa, árabe e hindu — que conhecemos hoje surgiu
em razão do domínio de Roma em toda a Grécia e do fechamento da escola de
Atenas. Isso fez com que muitos filósofos e pensadores fugissem da Grécia e se
aproximassem do Oriente Médio. As ideias do oriente se espalharam rapida-
mente, contribuindo para o desenvolvimento da matemática (ARAGÃO, 2009).
Neste capítulo, você vai estudar as matemáticas chinesa, árabe e hindu e
suas contribuições para a matemática que conhecemos hoje. Vamos começar
pela chinesa, que teve seu início há mais de 3 mil anos, e depois veremos as
hindu e árabe, bases do sistema de numeração que usamos atualmente.
2 Matemáticas chinesa, hindu e árabe
Matemática chinesa
A civilização chinesa é uma das mais antigas do mundo, sendo anterior aos
egípcios e aos babilônicos. Historicamente, é dividida em períodos: China
Antiga (2000 a.C. a 600 a.C.), China Clássica (600 a.C. a 221 d.C.), China Imperial
(221 a 1911) e China Moderna (1911 até hoje). Em qualquer um desses períodos,
sempre foi comum a existência de grandes impérios.
As batalhas e os combates entre entidades políticas eram inevitáveis.
Contudo, sempre foi destacado o interesse pela cultura, principalmente nas
áreas das artes, literatura e filosofia. A matemática ficava de lado e, por isso,
sofreu um atraso (BOYER; MERZBACH, 2018).
Apesar desse atraso e do pouco interesse pela matemática, é possível
encontrar obras matemáticas relevantes, como o livro das permutações, es-
crito por Wog-Wang por volta de 1150 a.C., e Os nove capítulos sobre a arte da
matemática, em que são apresentados 246 problemas de diversas naturezas,
como agricultura, negócios e engenharia (ZANARDINI, 2017). No livro Sun Tzu
Suan Ching (Manual de Aritmética de Sun Tzu, em tradução livre) é possível
encontrar o primeiro problema chinês de análise indeterminada, conhecido
como teorema chinês dos restos:
Figura 1. Ábaco.
Fonte: Cardoso (2014, documento on-line).
ax2 = bx
ax2 = c
bx = c
ax2 + bx = c
ax2 + c = bx
bx + c = ax2
Sistema indo-arábico
Um dos maiores passos da história da matemática talvez seja a adoção da
representação de qualquer número usando dez símbolos de 0 a 9. Como vimos,
a origem desse sistema decimal posicional foi na Índia, passando por Bagdá
e chegando ao matemático árabe Al Khwarizmi, que estabeleceu, no século
IX, seu uso e importância. Porém, esse sistema e as técnicas de cálculo só
foram definitivamente admitidos em torno de 1250, após a publicação do livro
Algorismus vulgaris, de Scrobosco, que teve como base Khwarizmi e Fibonacci.
Leonardo de Bonaccio, ou Leonardo de Pisa, ou Fibonacci (1180‒1240),
era filho de mercador e teve a chance de viajar pelos países mediterrâneos a
negócios da família. Sempre se interessou pela ciência e teve a oportunidade
de aprender a calcular pelo sistema indiano em suas viagens pela África
islâmica. Regressando para a Itália, escreveu o livro Liber Abaci, no qual
falou da aritmética e da álgebra que havia conhecido. O livro de Fibonacci e a
tradução latina do sistema indo-arábico foram os grandes responsáveis pela
introdução desse sistema decimal posicional na Europa cristã.
10 Matemáticas chinesa, hindu e árabe
1 4 3
Figura 3. Representação
vertical do número 143.
1 2 1 2
1 1
3 3
1 2
6 pontos de interseção
1 2
3
6 pontos de interseção
5 pontos de interseção
3
6 pontos de interseção
5 pontos de interseção
1 ponto de interseção
3 2 5
3 2 5
9 4
18 6
41
32 30
9 18 41 32 30
9 18 41 32 + 3 0
9 18 41 35 0
O número da segunda diagonal (35) também é maior que uma dezena, então
repetimos o processo, ou seja, tiramos o algarismo da dezena e adicionamos
ao número da próxima diagonal à esquerda:
9 18 41 + 3 5 0
9 18 44 5 0
Matemáticas chinesa, hindu e árabe 15
9 18 + 4 4 5 0
9 22 4 5 0
9+2 2 4 5 0
11 2 4 5 0
Por último, o número da quinta diagonal (11) também é maior que uma
dezena, então mais uma vez tiramos o algarismo da dezena e adicionamos
ao número da próxima diagonal à esquerda:
0+1 1 2 4 5 0
1 1 2 4 5 0
Referências
ARAGÃO, M. J. História da matemática. Rio de Janeiro: Interciência, 2009.
BOYER, C. B.; MERZBACH, U. C. História da matemática. São Paulo: Blucher, 2018.
CARDOSO, M. Ábaco. 2014. Disponível em: https://www.trabalhosescolares.net/abaco/.
Acesso em: 17 fev. 2021.
MOL, R. S. Introdução a história da matemática. Belo Horizonte: CAED/UFMG, 2013.
ZANARDINI, R. A. D. Um breve olhar sobre a história da matemática. Curitiba: InterSa-
beres, 2017.
16 Matemáticas chinesa, hindu e árabe
Leituras recomendadas
ROMÃO, F. Matemática védica no ensino das quatro operações. 2013. 145 f. Dissertação
(Mestrado em Ensino de Ciências Naturais e Matemática) — Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, Natal, 2013. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/bits-
tream/123456789/16092/1/FreudR_DISSERT.pdf. Acesso em: 17 fev. 2021.
SANTOS, M. Sistema de numeração chinês: contagem, exercícios. [S. l.: s. n.], 2020.
1 vídeo (29 min). Publicado pelo canal Prof. Marconi Santos. Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=qtpj7PhII7Y. Acesso em: 17 fev. 2021.
Nesta Dica do Professor, você vai entender que esse processo foi lento e como, a duras penas, a
matemática conseguiu chegar a esse patamar.
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O algebrista Al-Khwarizmi
Confira, no artigo indicado, a abordagem feita sobre o livro Restauração e balanceamento, mais
conhecida como a álgebra de al-Khwarizmi, escrita pelo eminente sábio islâmico medieval Abu
Ja'far Muhammad ibn Musa alKhwarizmi.
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Relação: representações
Apresentação
Nos mais diversos contextos, são observadas ligações entre elementos de conjuntos, tais como
aquelas entre um negócio e seu número de telefone, um profissional e seu salário, o consumo de
água e o valor pago pela conta de água, e assim por diante. Ligações como a entre
um programa e uma variável que ele use e como a entre uma linguagem computacional e uma
sentença válida. Em ciência da computação,
a linguagem de programação é um método formado por regras de implementação de um código
que pode ser compilado e transformado em um programa de computador e que permite especificar
quais dados o computador irá utilizar, bem como de que forma serão armazenados ou transmitidos.
Desse modo, as relações podem ser usadas para resolver problemas, como determinar quais pares
de cidades são ligados
por linhas aéreas em uma rede, buscar uma ordem viável para as diferentes fases de um projeto
complicado ou produzir uma maneira
útil de armazenar informações em bancos de dados computacionais.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá o conceito de relação e função, a distinção entre os
tipos de relações, bem como problemas envolvendo o cálculo do fecho de relações.
Bons estudos.
Boa leitura.
PENSAMENTO
MATEMÁTICO
NA COMPUTAÇÃO
Cristiane da Silva
Relação: representações
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, aprofundaremos os conhecimentos a respeito de relação e
função. Diariamente, observamos ligações entre elementos de conjuntos
nos mais diversos contextos, por exemplo, um empregado e seu salário,
uma pessoa e um parente, o consumo de kw/h e a conta de energia
elétrica. As ligações entre os elementos de conjuntos são representadas
usando a estrutura chamada relação, que é simplesmente um subcon-
junto do produto cartesiano dos conjuntos. Além disso, existem diferentes
tipos de relações que iremos conhecer ao logo do estudo.
Aqui, você encontrará mais do que conceitos teóricos; serão fornecidas
ilustrações que procuram elucidar adequadamente o foco do estudo,
exemplos resolvidos para facilitar a compreensão, além de informações
importantes e dicas para ampliar o conhecimento.
1 Relação e função
Muitas relações são comumente utilizadas e já são de nosso conhecimento,
como por exemplo, “menor que”, “é paralela a”, “é um subconjunto de” e
assim por diante. De certa forma, essas relações consideram a existência ou
inexistência de uma certa conexão entre pares de objetos assumidos em uma
determinada ordem. Formalmente, uma relação é definida em termos desses
“pares ordenados” (LIPSCHUTZ; LIPSON, 2013).
2 Relação: representações
(a,b) = (c,d)
Se, e somente se, a = c e b = d. Portanto (a,b) ≠ (b,a), a menos que a = b. Isso contrasta
com conjuntos nos quais a ordem de elementos é irrelevante, por exemplo, {3,5} = {5,3}.
A × B = {(a,b) | a ϵ A e b ϵ B}
vez que a || b ou a ∦ b.
e) Seja A um conjunto qualquer. Uma relação importante sobre A e a de igualdade.
{(a,a)|a ϵ A}
que é geralmente denotada por “=”. Essa relação é também chamada de identidade
ou diagonal sobre A e é também denotada por ∆ A ou simplesmente ∆.
f) Seja A um conjunto qualquer. Então A × A e ∅ são subconjuntos de A × A e, por-
tanto, são relações sobre A conhecidas como relação universal e relação vazia,
respectivamente.
A × B: A → B
S = {〈0,a〉,〈1,b〉}: C → B
⊆: P(A) → P(B), destaca-se que P(A) indica o conjunto das partes de
A, dito de outra forma, P(A) indica o conjunto composto de todos os
subconjuntos de A.
f: A → B
Lê-se: f é função de A em B.
y = f(x)
Figura 6. Relações.
Fonte: Lima e Gonzalez (2015, p. 51).
Figura 7. Relações.
Fonte: Lima e Gonzalez (2015, p. 52).
Relações reflexivas
Uma relação R em um conjunto A é reflexiva se aRa para todo a ϵ A, isto é,
se (a,a) ϵ R para todo a ϵ A. Portanto, R não é reflexiva se existe a ϵ A tal que
(a,a) ∉ R.
Exemplo 1
Como determinar quais das relações são reflexivas? Solução: como A tem
os quatro elementos 1, 2, 3 e 4, uma relação R em A é reflexiva se tiver os
quatro pares (1,1), (2,2), (3,3) e (4,4). Assim, apenas R2 e a relação universal
R5 = A × A são reflexivas. Note que R1, R3 e R4 não são reflexivas, pois, por
exemplo, (2,2) não pertence a qualquer uma delas.
Exemplo 2
Como determinar quais das relações são reflexivas? Solução: entenda que
a relação (3) não é reflexiva, uma vez que nenhuma reta é perpendicular a
ela mesma. Também (4) é não reflexiva, pois nenhuma reta é paralela a ela
própria. As demais relações são reflexivas; ou seja, x ≤ x para todo x ϵ Z, A ⊆ A
para qualquer conjunto A ϵ C, e n|n para todo inteiro positivo n ϵ N.
Exemplo 1
Exemplo 2
Relações transitivas
Uma relação R sobre um conjunto A é transitiva se aRb e bRc implicarem aRc,
isto é, sempre que (a,b), (b,c) ϵ R, então (a,c) ϵ R. Assim, R não é transitiva
se existirem a,b,c ϵ R tais que (a,b), (b,c) ϵ R, mas (a,c) ∉ R. A propriedade
de transitividade pode também ser expressa em termos da composição de
relações. Para uma relação R sobre A, definimos R2 = R0R e, no caso geral,
Rn = Rn – 10R. Então, temos o seguinte resultado: uma relação R é transitiva se,
e somente se, para todo n ≥ 1 temos Rn ⊆ R.
Exemplo 1
Exemplo 2
3 Fecho de relações
Nesta seção, veremos a propriedades de fecho. Considere um dado conjunto
A e a coleção de todas as relações sobre A. Seja P uma propriedade de tais
relações, como simetria ou transitividade. Uma relação com a propriedade P
será chamada de P-relação. O P-fecho de uma relação arbitrária R sobre A,
escrito como P(R), é uma P-relação tal que R ⊆ P(R) ⊆ S para cada P-relação
S contendo R. Escrevemos reflexiva (R), simétrica (R) e transitiva (R) para os
fechos reflexivo, simétrico e transitivo de R (LIPSCHUTZ; LIPSON, 2013).
Lipschutz e Lipson (2013) destacam que P(R) não precisa existir, mas há
uma situação geral na qual P(R) sempre existirá. Suponha que P é uma proprie-
dade tal que exista pelo menos uma P-relação contendo R e que a interseção
de quaisquer P-relações seja novamente uma P-relação. Então temos que
P(R) = ∩ (S|S é uma P-relação e R ⊆ S). Assim, pode-se obter P(R) a partir
da “queda”, ou seja, como a interseção de relações. No entanto, geralmente
queremos encontrar P(R) a partir da “subida”, ou seja, acrescentando elementos
a R para obter P(R).
Relação: representações 13
a) R ∪ ∆ A é o fecho reflexivo de R;
b) R ∪ R–1 é o fecho simétrico de R. Em outras palavras, a reflexiva (R) é
obtida simplesmente adicionando a R aqueles elementos (a,a) da diagonal
que não pertenciam a R, e a simétrica (R) é conseguida acrescentando
a R todos os pares (b,a) sempre que (a,b) pertencer a R (LIPSCHUTZ;
LIPSON, 2013).
Exemplo 1
Considere a relação R = {(1,1), (1,3), (2,4), (3,1), (3,3), (4,3)} sobre o conjunto
A = {1,2,3,4}. Então (LIPSCHUTZ; LIPSON, 2013):
Exemplo 2
Fecho transitivo
Seja R uma relação sobre um conjunto A. Lembre-se que R 2 = R0R e
Rn = Rn – 10R. Definimos R* = ∪∞i=1 Ri. O teorema diz que R* é o fecho transi-
tivo de R. Suponha que A é um conjunto finito com n elementos. Temos que
R* = R ∪ R2 ∪ … ∪ Rn, isso implica no seguinte teorema: seja R uma relação
sobre um conjunto A com n elementos, então: transitiva (R) = R ∪ R2 ∪ …
∪ Rn (LIPSCHUTZ; LIPSON, 2013).
14 Relação: representações
Exemplo 1
Consequentemente:
Exemplo 2
Quais são os comprimentos daqueles que forem caminhos? Quais dos caminhos
da lista são circuitos?
Solução
Como cada um de (a,b), (b,e) e (e,d) são arestas, a,b,e,d é um caminho de comprimento
três. Como (c,d) não é uma aresta, a,e,c,d,b não é um caminho. Além disso, b,a,c,b,a,a,b
é um caminho de comprimento seis, pois (b,a), (a,c), (c,b), (b,a), (a,a) e (a,b) são todos
arestas. Vemos que d,c é um caminho de comprimento um, pois (d,c) é uma aresta.
Além disso, c,b,a é um caminho de comprimento dois, pois (c,b) e (b,a) são arestas.
Todos (e,b), (b,a), (a,b), (b,a), (a,b) e (b,e) são arestas, de modo que e,b,a,b,a,b,e é um
caminho de comprimento seis.
Os dois caminhos b,a,c,b,a,a,b e e,b,a,b,a,b,e são circuitos, pois eles começam e termi-
nam no mesmo vértice. Os caminhos a,b,e,d; c,b,a e d,c não são circuitos (ROSEN, 2009).
16 Relação: representações
Teorema
Seja R uma relação em um conjunto A. Existe um caminho de comprimento n, em
que n é um inteiro positivo, de a a b se e somente se (a, b) ϵ Rn (ROSEN, 2009).
Exemplo 1
Exemplo 2
Exemplo 3
Exemplo 4
Com:
Segue que:
18 Relação: representações
Como listas ligadas, árvores são constituídas de células. Uma espécie comum de árvores é a árvore
binária, em que cada célula contém referências a duas outras células. Tais referências são chamadas
de subárvores esquerda e direita. Como as células de listas ligadas, as células de árvores também
contêm uma carga.
Confira, na Dica do Professor, a representação de uma árvore e alguns pontos importantes de sua
estrutura.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Relações binárias
Neste vídeo, você irá estudar a definição de relação binária como subconjunto do produto
cartesiano, o produto cartesiano como relação binária, o conjunto vazio como relação binária, as
definições de domínio e de imagem e o número de relações binárias entre dois conjuntos. Diversos
exemplos e representações são apresentados para auxiliar a compreensão.
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Relações e funções
Neste vídeo, você retomará conceitos sobre relações e funções. São apresentados diversos
exemplos com representações para facilitar a compreensão, além de abordar domínio, imagem e
orientações importantes para desenvolver o raciocínio corretamente.
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Matemática discreta
No capítulo 2 desta obra, você aprofundará o estudo de relações, desde os conceitos e definições
mais básicas, exemplos resolvidos e ilustrações, até o estudo das relações e seus gráficos. Além
disso, o capítulo 10 pode ser de seu interesse, já que aborda a árvore binária, estrutura
fundamental em ciência da computação.
Apresentação
Com frequência são usadas relações para ordenar alguns ou todos os elementos de conjuntos
como, por exemplo, o ordenamento de palavras usando a relação que contém pares de palavras (x,
y), em que x vem antes de y no dicionário. Ou ainda, ao fazer o planejamento de projetos usando a
relação que consiste nos pares (x, y), em que x e y são tarefas em um projeto tal que x deve ser
completada antes do início de y, a ordenação do conjunto dos números inteiros, entre tantas
outras. Você verá também que as relações de equivalência são relações reflexivas, simétricas e
transitivas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá o conceito de relação de ordem parcial e total, a
definição de relações de equivalência, bem como a aplicação de classes de equivalência no
particionamento de conjuntos.
Bons estudos.
Boa leitura.
PENSAMENTO
MATEMÁTICO NA
COMPUTAÇÃO
Cristiane da Silva
Relação: ordenação
parcial e total
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, conceituaremos relação de ordem parcial e total e estu-
daremos as relações de equivalência. Em linguagens de programação,
podemos encontrar o nome de variáveis que contêm um número ilimitado
de caracteres, embora haja um limite neste número que é verificado
quando um compilador determina se duas variáveis são iguais. Em al-
gumas linguagens computacionais, apenas os primeiros 31 caracteres
do nome de uma variável importam. A relação que consiste em pares
ordenados de sequências de caracteres — em que a primeira sequência
tem os mesmos 31 caracteres iniciais que a segunda — é um exemplo
de um tipo de relação, conhecida como relação de equivalência.
Você verá que as relações de equivalência aparecem sempre que
estivermos interessados apenas em se um elemento de um conjunto
está em determinada classe de elementos, em vez de nos preocuparmos
sobre sua identidade particular. Neste capítulo, para além de conceitos
teóricos, serão fornecidas ilustrações com figuras que procuram elucidar
adequadamente o foco do estudo, exemplos resolvidos para facilitar a
compreensão, bem como informações importantes e dicas para ampliar
o conhecimento.
2 Relação: ordenação parcial e total
Exemplo 1
Mostre que a relação “maior que ou igual a” (≥) é uma ordem parcial no
conjunto dos inteiros.
Solução
Como a ≥ a para todo inteiro a, ≥ é reflexiva, se a ≥ b e b ≥ a, então
a = b. Logo, ≥ é antissimétrica. Finalmente, ≥ é transitiva, pois a ≥ b e b ≥ c
implicam que a ≥ c. Segue que ≥ é uma ordem parcial no conjunto dos inteiros
e (Z,≥) é um poset.
Exemplo 2
A relação de divisibilidade | é uma ordem parcial no conjunto dos inteiros
positivos, pois ela é reflexiva, antissimétrica e transitiva. Vemos que (Z+,|) é
um poset, sendo Z+ o conjunto dos inteiros positivos.
Exemplo 3
Mostre que a relação de inclusão ⊆ é uma ordem parcial no conjunto das
partes de um conjunto S.
Solução
Como A ⊆ A sempre que A for um subconjunto de S, ⊆ é reflexiva.
É antissimétrica, pois A ⊆ B e B ⊆ A implicam que A = B. Finalmente, ⊆ é
transitiva, pois A ⊆ B e B ⊆ C implicam que A ⊆ C. Logo, ⊆ é uma ordem
parcial em P(S) e (P(S),⊆) é um poset.
Relação: ordenação parcial e total 3
Exemplo 4
Vamos acompanhar agora uma relação que não é uma ordem parcial. Seja R
a relação no conjunto das pessoas tal que xRy se x e y forem pessoas e x for
mais velha do que y. Mostre que R não é uma ordem parcial.
Solução
Observe que R é antissimétrica, porque se uma pessoa x for mais velha do
que uma pessoa y, então y não é mais velha do que x. Isto é, xRy, então yꞦx.
A relação R é transitiva, porque se uma pessoa x for mais velha do que uma
pessoa y e y for mais velha do que uma pessoa z, então x é mais velha do que
z. Isto é, se xRy e yRz, então xRz. Entretanto R não é reflexiva, pois nenhuma
pessoa é mais velha do que si mesma. Isto é, xꞦx para qualquer pessoa x.
Segue que R não é uma ordem parcial (ROSEN, 2009).
Em posets diferentes são usados símbolos diferentes, tais como ≤, ⊆ e |, para uma
ordem parcial. Mas precisamos de um símbolo que possa ser usado quando discutimos
a relação de ordem em um poset arbitrário. Em geral, a indicação a ≼ b é usada para
denotar que (a,b) ϵ R em um poset arbitrário (S,R). Esta notação é usada porque a relação
“menor que ou igual a” no conjunto dos números reais é o exemplo mais familiar de
ordem parcial, e o símbolo ≼ é parecido com o símbolo ≤. Observe que o símbolo ≼
é usado para indicar a relação em qualquer poset, e não apenas a relação “menor que
ou igual a”. A notação a ≺ b significa que a ≼ b, mas a ≠ b. Além disso, dizemos que
“a é menor que b” ou “b é maior que a” se a ≺ b.
Quando a e b forem elementos do poset (S,≼), não é necessário nem que
a ≼ b nem que b ≼ a. Por exemplo, em (P(Z),⊆),{1,2} não está relacionado com {1,3} e
vice-versa, pois nenhum dos dois conjuntos será contido no outro. Analogamente,
em (Z+,|), 2 não está relacionado com 3, e 3 não está relacionado com 2, pois 2∤3 e
3∤2 (ROSEN, 2009).
4 Relação: ordenação parcial e total
Para saber sobre ordem lexicográfica, consulte o capítulo 8 da obra Matemática discreta
e suas aplicações, de Rosen (2009).
arrume cada aresta de modo que seu vértice inicial esteja abaixo do seu vértice
final. Remova todas as flechas no sentido das arestas, pois todas as arestas
apontam “para cima” em direção a seu vértice final. O diagrama resultante
conterá informação suficiente para encontrar a ordem parcial, e este diagrama
é chamado de diagrama de Hasse (ROSEN, 2009).
Desenhe o diagrama de Hasse que representa a ordem parcial {(a, b)|a divide b} em
{1,2,3,4,6,8,12}.
Solução
Comece com o dígrafo para esta ordem parcial, como mostra a Figura 2a. Remova
todos os laços, como mostra a Figura 2b. A seguir, remova todas as arestas implicadas
pela propriedade transitiva. Estas são (1,4), (1,6), (1,8), (1,12), (2,8), (2,12) e (3,12). Arrume
todas as arestas para apontarem para cima e apague todas as flechas para obter o
diagrama de Hasse. O diagrama de Hasse resultante é mostrado na Figura 2c.
2 Relações de equivalência
Nesta seção veremos relações com uma combinação particular de propriedades
que permite que elas sejam usadas para relacionar objetos que são parecidos
de alguma maneira, as relações de equivalência (ROSEN, 2009).
De acordo com a definição, uma relação em um conjunto A é denominada
uma relação de equivalência se for reflexiva, simétrica e transitiva. As relações
de equivalência são importantes em toda a matemática e na computação.
Utiliza-se a notação a~b para indicar que a e b são elementos equivalentes
com referência a uma relação de equivalência particular. Para que a noção
de elementos equivalentes faça sentido, todo elemento deve ser equivalente
a si próprio, como afirma a propriedade reflexiva para uma relação de equi-
valência. Pela propriedade de simetria, quando a estiver relacionado a b,
b estará relacionado a a. Como uma relação de equivalência é transitiva, temos
que se a e b forem equivalentes e b e c também forem, segue que a e c serão
equivalentes (ROSEN, 2009). Vejamos alguns exemplos.
Exemplo 1
Seja R a relação no conjunto dos inteiros, tal que aRb se e somente se a = b
ou a = –b, e R é reflexiva, simétrica e transitiva. Segue que R é uma relação
de equivalência.
Exemplo 2
Seja R a relação no conjunto dos números reais, tal que aRb se e somente se
a – b for um inteiro. R é uma relação de equivalência?
Como a – a = 0 é um inteiro para todos os números reais a, aRa para todos
os números a. Portanto, R é reflexiva. Suponha agora que aRb. Então, a – b
é um inteiro, de modo que b – a também é um inteiro. Logo, bRa. Segue que
R é simétrica. Se aRb e bRc, então a – b e b – c são inteiros. Portanto, a – c =
(a – b) + (b – c) também é um inteiro. Assim, aRc. Logo, R é transitiva. Con-
sequentemente, R é uma relação de equivalência.
8 Relação: ordenação parcial e total
Exemplo 3
Suponha que R seja a relação no conjunto das sequências de letras do inglês tal
que aRb se e somente se l(a) = l(b), em que l(x) é o comprimento da sequência
x. R é uma relação de equivalência?
Como l(a) = l(a), segue que aRa sempre que a for uma sequência, de modo
que R é reflexiva. A seguir, suponha que aRb, de modo que l(a) = l(b). Então,
bRa, pois l(b) = l(a). Assim, R é simétrica. Finalmente, suponha que aRb e
bRc. Então, l(a) = l(b) e l(b) = l(c). Portanto, l(a) = l(c), de modo que aRc.
Consequentemente, R é transitiva. Como R é reflexiva, simétrica e transitiva,
ela é uma relação de equivalência.
Exemplo 4
Mostre que a relação “divide” no conjunto dos inteiros positivos não é uma
relação de equivalência.
Sabemos que a relação “divide” é reflexiva e transitiva. Entretanto, sabemos
que essa relação não é simétrica, pois, por exemplo, 2|4, mas 4∤2. Concluímos
que a relação “divide” no conjunto dos inteiros positivos não é uma relação
de equivalência.
Exemplo 5
Seja R uma relação no conjunto dos números reais tal que xRy se e somente
se x e y forem números reais que difiram por pelo menos que 1, ou seja, |x – y|
< 1. Mostre que R não é uma relação de equivalência.
R é reflexiva, pois |x – x| = 0 < 1 sempre que x ϵ R. R é simétrica, pois se
xRy, em que x e y são números reais, então |x – y| < 1, o que nos diz que |y – x|
= |x – y| < 1, de modo que yRx. Entretanto, R não é uma relação de equivalência
porque não é transitiva. Considere x = 2,8, y = 1,9 e z = 1,1, de modo que |x – y| =
|2,8 – 1,9| = 0,9 < 1, |y – z| = |1,9 – 1,1| = 0,8 < 1, mas |x – z| = |2,8 – 1,1| = 1,7 > 1.
Ou seja, 2,8 R 1,9 e 1,9 R 1,1, mas 2,8 Ꞧ 1,1 (ROSEN, 2009).
Relação: ordenação parcial e total 9
3 Classes de equivalências
Estudaremos agora as classes de equivalência. De acordo com a definição:
Seja R uma relação de equivalência em um conjunto A, o conjunto de todos os
elementos que estão relacionados a um elemento a de A é chamado de classe
de equivalência de a. Indica-se a classe de equivalência de a relativa a R por
[a]R. Quando se considera apenas uma relação, pode-se omitir o R subscrito
e escrever [a] para essa classe de equivalência (ROSEN, 2009).
Sendo assim, temos que se R for uma relação de equivalência em um
conjunto A, a classe de equivalência do elemento a é [a]R = {s|(a,s) ϵ R}. Se
b ϵ [a]R, então b é denominado um representante dessa classe de equivalência
(ROSEN, 2009).
Sendo assim, temos que se R for uma relação de equivalência em um
conjunto A, a classe de equivalência do elemento a é [a]R = {s|(a, s) ϵ R}. Se
b ϵ [a]R, então b é denominado um representante dessa classe de equivalência
(ROSEN, 2009).
Para entender as classes de equivalências e partições, vamos acompanhar
uma situação prática dada por Rosen (2009), em que A é o conjunto dos
estudantes de uma escola que estão fazendo apenas um curso, e R a relação
em A que consiste nos pares (x,y), em que x e y são estudantes que fazem o
mesmo curso. Então, R é uma relação de equivalência. Podemos ver que R
divide todos os estudantes em A em uma coleção disjunta de subconjuntos,
em que cada subconjunto contém os alunos que fazem um curso especificado.
Um subconjunto, por exemplo, contém todos os estudantes que fazem ciência
da computação (e nenhum outro curso), e um segundo subconjunto contém
todos os estudantes de história. Além disso, estes subconjuntos são classes
de equivalência de R. Ou seja, temos um conjunto divididos em subconjuntos
disjuntos, não vazios. A partir deste entendimento, temos o seguinte teorema:
Seja R uma relação de equivalência em um conjunto A. Essas afirmações
para elementos a e b de A são equivalentes:
aRb
[a] = [b]
[a] ∩ [b] ≠ ∅
10 Relação: ordenação parcial e total
S/R = {[a]|a ϵ S}
Exemplo 1
Suponha que S = {1,2,3,4,5,6}. A coleção de conjuntos A1 = {1,2,3},
A2 = {4,5} e A3 = {6} forma uma partição de S, pois esses conjuntos são
disjuntos e sua união é S.
Exemplo 2
Seja R uma relação de equivalência em um conjunto S. Então, as classes de
equivalência de R formam uma partição de S. Reciprocamente, dada uma
partição {Ai |i ϵ I}, em que I é um conjunto de índices do conjunto S, existe
uma relação de equivalência R que tem os conjuntos Ai, i ϵ I como suas classes
de equivalência.
Neste contexto, quais são os conjuntos na partição dos inteiros que aparecem
na congruência do módulo 4?
12 Relação: ordenação parcial e total
Exemplo 3
Considere a relação R = {(1,1), (1,2), (2,1), (2,2), (3,3)} em S = {1,2,3}. Pode-se
mostrar que R é reflexiva, simétrica e transitiva, ou seja, que R é uma relação
de equivalência. Também:
Observe que [1] = [2] e que S/R = {[1], [3]} é uma partição de S. Podemos
escolher {1,3} ou {2,3} como um conjunto de representantes das classes de
equivalência.
Seja R5 a relação de congruência módulo 5 sobre o conjunto Z dos inteiros,
denotada por:
x ≡ y (mod 5)
A0 = {…, –10,–5,0,5,10, …}
A1 = {…, –9,–4,1,6,11, …}
A2 = {…, –8,–3,2,7,12, …}
A3 = {…, –7,–2,3,8,13, …}
A4 = {…, –6,–1,4,9,14, …}
Relação: ordenação parcial e total 13
LIPSCHUTZ, S.; LIPSON, L. Matemática discreta. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
(Coleção Schaum).
ROSEN, K. H. Matemática discreta e suas aplicações. 6. ed. Porto Alegre: AMGH, 2009.
Dica do professor
O conceito de relação de ordem é bastante intuitivo. É possível ver diariamente muitos exemplos
de relações de ordem, como por exemplo: uma fila em uma sorveteria, a ordem de prioridades de
execução das nossas tarefas diárias, a ordenação léxica de nomes em uma lista de presença, a
ordenação numérica de itens a serem comprados ordenados pelos respectivos preços, entre
outros. As relações de ordem são constantes tanto na vida real, na natureza quanto na matemática
e na computação.
Nesta Dica do Professor, serão aprofundados os estudos das relações de ordem parcial e as
relações n-árias.
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Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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Relação de equivalência
Neste vídeo, você retomará conceitos sobre as propriedades das relações. São apresentados
diversos exemplos com representações para facilitar a compreensão. Serão abordadas as
definições, teoremas e propriedades. Além disso, serão abordadas as classes de equivalência.
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Lista de exercícios
Para aprender relação (ordenação parcial e total), é importante que você exercite o conteúdo. Para
tanto, baixe a lista de exercícios a seguir e resolva as questões.
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Integração de recursos para a
criação de jogos
Apresentação
Para a produção de jogos é necessário que você considere dois aspectos: o primeiro é que um jogo
digital precisa ser implementado, o segundo é que um programador faz uso de modelos ou recursos
matemáticos, e modelos computacionais para a implementação de um jogo. Assim, a matemática
nos jogos digitais visa a fornecer modelos e recursos numéricos que auxiliem na produção de
mecânicas e de designers imersivos para o universo dos jogos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá como integrar recursos para a criação de jogos,
aprenderá a integrar todos os recursos matemáticos de um jogo possibilitando, assim, efetivar o
planejamento realizado. Além disso, você verá algumas definições de desenvolvimento colaborativo
e quais são as práticas que devem ser adotadas para aumentar a produtividade do trabalho
colaborativo.
Bons estudos.
Neste Infográfico, você verá alguns recursos dessa comunidade, que auxilia no desenvolvimento
colaborativo de jogos.
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Conteúdo do livro
Para otimizar a codificação de um jogo é indispensável realizar um diagnóstico prévio, a fim de
elencar os recursos matemáticos necessários para que as ações dos personagens e as interações
dos usuários sejam executadas de maneira esperada, bem como planejar que um mesmo método
não seja codificado mais de uma vez. A integração de recursos matemáticos é muito importante,
pois possibilita efetivar o planejamento realizado.
No capítulo Integração de recursos para a criação de jogos, da obra Recursos Matemáticos Aplicados
em Jogos, você verá como planejar o uso de recursos matemáticos na elaboração de um jogo
integrando recursos matemáticos, além de entender a importância de se utilizar o desenvolvimento
de forma colaborativa.
Boa leitura.
RECURSOS
MATEMÁTICOS
APLICADOS
EM JOGOS
Introdução
Neste capítulo, você verá uma abordagem relacionada ao planejamento
de recursos matemáticos. A etapa de planejamento pode ser pensada
como uma atividade prévia à implementação. Após definir a temática
e as ações dos personagens de um jogo, deve-se explorar todos os
recursos matemáticos para programar essas ações de forma eficaz. Esse
planejamento não precisa seguir um roteiro, mas quanto mais abrangente
ele for em relação aos recursos matemáticos, melhor.
Além disso, é importante realizar a inclusão dos recursos elencados no
jogo, isto é, a implementação propriamente dita desses recursos. Quando
bibliotecas de matemática e de física disponíveis para programação são
carregadas para a memória do computador, passam a ocupar espaço
referente a todos os recursos existentes nelas. Assim, essas ações não
são muito eficientes. Ou seja, é mais interessante implementar recursos
matemáticos próprios por meio de classes ou funções.
2 Integração de recursos para a criação de jogos
Cenário:
■ personagens — formas geométricas (área, perímetro, raio);
■ demais elementos.
Interações:
■ movimentação — operações vetoriais (adição, subtração, operação
vetorial, produto escalar);
■ simulação de deslocamento (MRU, MRUV e queda livre);
■ animação transladar — escalar, rotacionar (operações matriciais).
Detectar colisão — operações vetoriais (cálculo de distância).
Integração de recursos para a criação de jogos 3
(a) (b)
Figura 1. (a) Protótipo do personagem que será o herói. (b) Protótipo do cenário com os
personagens, no qual os círculos vermelhos são os inimigos.
Figura 2. (a) Sistemas de coordenadas padrão com o eixo y crescendo de baixo para cima,
conforme a localização do ponto (2,3). (b) O ponto destacado (1,2) exemplifica o sistema
de coordenadas do Processing com o eixo y crescendo de cima para baixo.
Fonte: Tonéis (2015, p. 24).
O tamanho da janela do jogo será de 600 × 600 pixels (size (600, 600)).
Percebe-se que o herói foi posicionado no centro da janela. Para usufruir das
funções da classe Move, o herói será declarado como objeto dessa classe e
inicializado com os parâmetros da posição inicial.
6 Integração de recursos para a criação de jogos
Dessa forma, a classe Heroi pode ser atualizada com o objeto e os atributos
relacionados à posição. É possível perceber também que a posição da mira foi
atualizada com a variável posI do tipo PVector.
Assim, o herói inicia na componente x com valor 300 e vai até a posição
324. Isso também ocorre com a componente y.
Agora, no método draw devem ser incluídos alguns comandos para efe-
tivamente girar a mira. Para isso, pode-se incluir na própria função draw os
seguintes comandos:
3 Desenvolvendo colaborativamente
Atualmente, as empresas e organizações estão incentivando o trabalho cola-
borativo entre os integrantes de equipes. Trabalhar colaborativamente é cada
vez mais comum na criação de jogos. O desenvolvimento colaborativo de
jogos é visto como algo positivo, pois impacta na qualidade, reduz custos e
aumenta a produtividade. De acordo com Rabin (2013), como consequência,
essa otimização proporciona diversas vantagens e benefícios ao desenvolvedor
e à empresa.
Normalmente, a criação de um jogo não é uma atividade individual, mas,
sim, colaborativa, com diversos integrantes para planejar e desenvolver códigos
de qualidade. Segundo Chalegre, Alvim e Bittencourt (2017), o trabalho cola-
borativo é o processo por meio do qual ocorre a colaboração entre membros
de um grupo para a realização de um objetivo, de modo que os componentes
compartilhem as decisões tomadas e sejam responsáveis pela qualidade do
que é produzido em conjunto, conforme suas possibilidades e interesses.
Integração de recursos para a criação de jogos 9
Quanto aos resultados, Brass et al. (2004) destacam que, com a adoção
de estratégias colaborativas, uma empresa consegue alcançar e sustentar
diferenciais competitivos e vantagens, como o aprendizado mútuo, que levará
a equipe a explorar as habilidades de cada integrante, possibilitando a troca
de conhecimentos.
Algumas práticas facilitam a colaboração durante o desenvolvimento de
um jogo. Um exemplo é o próprio desenvolvimento de um jogo profissional,
que requer uma equipe com diferentes especialistas, como programador,
designer, especialista em inteligência artificial, entre outros.
Os links para sites da web fornecidos neste livro foram todos testados, e seu funciona-
mento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede
é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local
e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre
qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Dica do professor
O planejamento de recursos matemáticos é uma etapa que antecipa a implementação. O
planejamento simplifica a etapa seguinte gerando um código enxuto e mais legível para quem vê.
Apesar de todas as vantagens, a etapa do planejamento é, em alguns casos, negligenciada, pois
acredita-se que ocorrerá uma otimização do tempo. No entanto, no decorrer da implementação, é
necessária a recodificação para ajustar o código à solução esperada, pois sem o levantamento
prévio algumas coisas só serão percebidas quando o jogo não se comportar conforme deveria.
Na Dica do Professor, você verá como planejar os recursos matemáticos para uma determinada
situação e como implementá-los.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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Matemática nos séculos XV e XVI
Apresentação
A época da história compreendida entre os séculos XV e XVI é conhecida como Idade Moderna. No
âmbito acadêmico-científico, destaca-se o desenvolvimento da matemática, uma ciência que
envolve o estudo de aritmética, álgebra, geometria, trigonometria, estatística e cálculo, em busca de
sistematização de quantidades, medidas, espaços, estruturas e variações.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ver que muitos conceitos da Matemática foram bem
desenvolvidos nessa época da história. Podemos citar aqui grandes autores e suas produções, como
Galileu Galilei, Bonaventura Cavalieri, Henry Briggs, Thomas Harriot, Willian Oughtred, Simon
Stevin, John Napier, Johannes Kepler, François Viète, René Descartes, Pierre de Fermat, Giles
Persone de Roberval, Girard Desargues, Evangelista Torricelli e Blaise Pascal.
A Idade Moderna, portanto, constitui uma das melhores fases da história da Matemática, e suas
produções constituem um verdadeiro tesouro da história da humanidade.
Bons estudos.
Neste Infográfico, você identificará quais foram os cientistas e matemáticos que elaboraram as
principais ideias e conceitos dos séculos XV e XVI e como produziram conhecimentos na área da
matemática. Desse modo, eles perpetuaram as muitas teorias e pensamentos que fundamentaram a
evolução dessa ciência e sua aplicação em diversas áreas.
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Conteúdo do livro
A época da Idade Moderna e as que a sucederam foram cruciais na evolução dos conceitos que
possibilitaram um avanço na compreensão da ciência. A matemática, tal como é vista hoje, constitui
uma junção de enormes esforços de cientistas, filósofos, matemáticos e estudiosos da área no
sentido de elaborar conceitos e lapidá-los até chegar àqueles que existem atualmente. A Idade
Moderna é muito bem representada por importantes nomes, pensadores que permearam a história
com fatos intrigantes e ricos em acontecimentos que levaram a história da matemática a ter a
notoriedade que tem nos dias atuais.
No Capítulo Matemática nos séculos XV e XVI, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você
verá uma descrição detalhada do início da Idade Moderna e também da fase intitulada prelúdio à
matemática moderna. A época foi marcada por um intenso fluxo de ideias e conceitos que
revolucionaram a matemática e possibilitaram um grande entendimento do mundo sob a visão de
matemáticos notáveis e representantes à altura do que se chamou uma das melhores fases de
evolução na história da matemática.
Boa leitura.
HISTÓRIA DA
MATEMÁTICA
Matemática nos
séculos XV e XVI
Maria Elenice dos Santos
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
A história da matemática possui algumas subdivisões que retratam todo seu
desenvolvimento ao longo da história. É notório que, ao longo dos tempos,
as teorias e os conceitos fundamentais vêm sendo aprimorados, e muito do que
se conhece hoje já foi vastamente estudado, tendo a contribuição de muitos
pensadores e matemáticos de renome. A Idade Moderna constitui uma fase rica na
evolução de conceitos, teorias e teoremas da matemática, tendo sido representada
por grandes gênios da história da matemática.
Neste capítulo, você verá quais foram os matemáticos que contribuíram para o
avanço da matemática, muitas vezes resgatando conceitos e teorias da antiguidade
e promovendo, a partir destes, novas formas de pensamento e novas soluções
para problemas enfrentados nesta época.
2 Matemática nos séculos XV e XVI
Para ver uma abordagem das três leis de Kepler e como este mate-
mático de renome utilizou-se de conceitos matemáticos no estudo
das cônicas em uma abordagem de elipses para provar sua lei das órbitas,
busque pela obra Fundamentos de física: óptica e física moderna, de Halliday,
Resnick e Walker (2018).
a b
Figura 1. Fotografia de (a) René Descartes e (b) Pierre Fermat, matemáticos contemporâneos
da Idade Moderna.
Fonte: (a) (CONHEÇA..., 2020, documento on-line) e (b) Fernandes (2010, documento on-line).
Exemplo
Um dos desenvolvimentos matemáticos do início da Idade Moderna foi o
estudo do matemático François Viète sobre o número “pi”. Na matemática,
o número π constitui uma proporção numérica definida a partir da relação
entre o perímetro de uma circunferência e o seu diâmetro. Viète utilizou-se
das formalizações de Arquimedes sobre o número π para aplicar nos seus
cálculos sobre séries infinitas. Os estudos de Viète permitiram calcular o
valor de π com base na equação que segue, usando o método dos limites.
Matemática nos séculos XV e XVI 13
Resolução
Com base nos conceitos desenvolvidos por François Viète e sua definição
para o número π, as informações pedidas serão obtidas a partir da Figura 5,
utilizando-se das informações de raio e diâmetro dadas.
Perímetro da circunferência
A equação para o cálculo do perímetro C de uma circunferência será dada
por:
C = 2πR
A = πR2
14 Matemática nos séculos XV e XVI
4 3
=
3
Referências
123 CALCULEI. Calculadora do círculo. 2020. Disponível em: https://www.123calculei.
com/Circulo/. Acesso em: 12 fev. 2021.
ARAGÃO, M. J. História da matemática. Rio de Janeiro: Interciência, 2009.
BARROS, L. Conheça mais sobre a braquistócrona. 2020. Disponível em: http://blogs.
unama.br/noticias/matematica/conheca-mais-sobre-braquistocrona. Acesso em:
12 fev. 2021.
BOYER, C. B.; MERRZBACH, U. C. História da matemática. São Paulo: Blucher, 1996.
CONHEÇA René Descartes (1596 - 1650). 2020. Disponível em: https://sites.google.com/
site/embuscapsicologia/a-historia-da-psicologia/conheca-rene-descartes-1596---1650.
Acesso em: 12 fev. 2021.
EVES, H. Introdução à história da matemática. Campinas: UNICAMP, 2004.
FERNANDES, M. Pierre Fermat. 2010. Disponível em: http://moniquefernandes15.blogspot.
com/2010/11/pierre-fermat.html. Acesso em: 12 fev. 2021.
MARCIANO, E. Plano de aula sobre formas geométricas: educação infantil. 2020. Disponí-
vel em: https://escolaeducacao.com.br/plano-de-aula-formas-geometricas-educacao-
-infantil/. Acesso em: 12 fev. 2021.
MEDINA, M. B. Os grandes matemáticos. São Paulo: M. Books, 2013.
POSAMENTIER, A. S.; KRULIK, S. A arte de motivar os estudantes do ensino médio para
a matemática. Porto Alegre: AMGH, 2014.
ROONEY, A. A história da matemática. São Paulo: M. Books, 2017.
SMOLE, K. S.; MUNIZ, C. A. A matemática em sala de aula: reflexões e propostas para
os anos iniciais do ensino fundamental. Porto Alegre: Penso, 2013.
STEWART, I. Os maiores problemas matemáticos de todos os tempos. Rio de Janeiro:
Zahar, 2014.
Matemática nos séculos XV e XVI 15
VIEIRA, A. O que a Torre de Pisa e o levantamento de peso têm em comum? 2015. Dis-
ponível em: https://descomplica.com.br/artigo/torre-de-pisa-e-levantamento-de-
-peso-tem-algo-em-comum-o-equilibrio-estatico-desvenda-esse-misterio/4FR/.
Acesso em: 12 fev. 2021.
Leitura recomendada
HALLIDAY, D.; RESNICK, J.; WALKER, J. Fundamentos de física: óptica e física moderna.
10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. v. 4.
A aplicação de conceitos matemáticos foi um passo importante ao longo da história e que também
incentivou de modo significativo o interesse de cientistas, estudiosos e matemáticos de muitas
épocas diferentes a buscarem o conhecimento dos inúmeras ideias e teorias dessa área.
Veja na Dica do Professor como Kepler empregou os conceitos matemáticos para desenvolver suas
leis.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja a seguir as sugestões do professor:
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Modelagem Matemática e Métodos
Numéricos: erros e sistemas de
Ponto Flutuante
Apresentação
A resolução de um problema físico por métodos numéricos não se configura com limites coerentes
dos valores numéricos desejáveis muitas vezes. Por exemplo, na precisão da máquina, os números
apresentados na calculadora dependem de uma série de fatores, como: o total de dígitos na parte
do sistema de vírgula flutuante que contém os dígitos significativos, ou seja, na mantissa; a base
numérica e a maneira como são realizadas as operações no compilador. A fonte de erros
acontece em duas etapas geralmente: modelagem (modelo matemático que caracteriza e especifica
o padrão do modelo físico) ou resolução (execução de métodos numéricos para a resolução do
modelo matemático elaborado).
Para que você possa acompanhar adequadamente esta unidade, é necessário ter conhecimentos
em definições de sequências numéricas, intervalos reais, propriedades de potenciação, funções
reais de uma variável e aplicação de somatório, além de conhecimentos básicos de álgebra linear e
cálculo.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender a identificar e descrever erros referentes
à resolução de problemas físicos nas fases de modelagem e resolução, além de reconhecer soluções
de métodos numéricos por meio de recursos computacionais.
Bons estudos.
• Identificar de que modo modelos matemáticos podem ser formulados com base em princípios
científicos a fim de simular o comportamento de um sistema físico.
• Reconhecer que os métodos numéricos fornecem meios de gerar soluções implementadas em
um computador, constituindo alternativa para problemas que não podem ser resolvidos de
maneira analítica.
• Descrever as principais formas de erros numéricos.
Infográfico
A identificação dos tipos de erros em sistema físico por métodos numéricos é fundamental para a
modelagem matemática. Esse recurso permite a avaliação correta nos parâmetros utilizados, por
exemplo, na precisão da máquina de um computador, calculadora, entre outros sistemas eletrônicos
que requerem essa padronização em sua programação.
Neste Infográfico, veja quais são os elementos necessários para a representação de números reais
em um computador a partir dos conceitos da aritmética do ponto flutuante.
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Conteúdo do livro
Pode-se dizer, com credibilidade, que a análise numérica moderna começa com o artigo de John
von Neumann e Herman Goldstine "Inversão numérica de matrizes de alta ordem" (BOLETIM DA
MATHSCINET - AMS, novembro de 1947). É um dos primeiros trabalhos a estudar erros de
arredondamento e incluir discussões sobre a computação científica, como é chamada hoje. Embora
a análise numérica tenha uma história mais longa e rica, a análise numérica moderna, como usada
aqui, é caracterizada pela sinergia do computador eletrônico programável, análise matemática e
oportunidade e necessidade de resolver problemas grandes e complexos em aplicações. A
necessidade de avanços em aplicações, como a previsão balística, o transporte de nêutrons e a
dinâmica de fluidos multidimensional e não estacionária, impulsionou o desenvolvimento do
computador e dependeu fortemente dos avanços em análise numérica e modelagem matemática.
Dessa maneira, o cálculo numérico se configura como ponto de partida para avaliar a influência dos
erros em determinado problema físico.
Boa leitura.
CÁLCULO NUMÉRICO
Introdução
Neste capítulo, você vai aprender a identificar erros a partir de problemas
físicos, além de saber especificar as principais formas de erros numéri-
cos. Ao longo da história, os métodos numéricos para a resolução de
problemas físicos de engenharia, seja na construção civil, de estradas
ou até em estimativas populacionais, apresentam erros, pois a solução
numérica desenvolvida não apresentava confiança nos resultados. Nesse
sentido, a modelagem matemática representa o ponto de partida do
cálculo numérico, que se desenvolveu com a análise numérica e a
computação científica como campos de pesquisa emergentes, além da
evolução da ciência da computação no século XX.
2 Modelagem matemática e métodos numéricos: erros e sistemas de ponto flutuante
onde:
S = distância percorrida;
so = distância inicial;
vo = velocidade inicial;
t = tempo percorrido;
a = aceleração.
Problema Levantamento
real de dados
1. (1001)2 = 1 × 23 + 0 × 22 +0 × 21 + 1 × 20 = 8 + 0 + 0 + 1 = 9 = (9)10
2. (11,1)2 = 1 × 21 + 1 × 20 + 1 × 2-1 = 2 + 1 + 0,5 = 3,5 = (3,5)10
3. (10,01)2 = 1 × 21 + 0 × 20 + 0 × 2-1 + 1 × 2-2 = 2 + 0 + 0 + 0,25 = 2,25 = (2,25)10
O procedimento de conversão de um número decimal para um número binário
pode ser realizado pelo método das divisões sucessivas. O número decimal a ser
convertido é dividido por 2 até o último quociente das divisões ser 0 na representação
do algoritmo da divisão com o resto 1. A formação do número binário é composta pelo
inverso dos restos encontrados das divisões. Vejamos alguns exemplos de conversão
de números na base 10 para a base 2.
Modelagem matemática e métodos numéricos: erros e sistemas de ponto flutuante 5
Como representar um número fracionário da base 10, por exemplo, (0,375)10, em sua
forma binária?
Consideramos o método de multiplicações sucessivas por 2. Realizando a multipli-
cação do número fracionário por 2, do resultado desse produto consideramos a parte
inteira como o primeiro dígito do número binário e a parte fracionária é multiplicada
por 2 até que o resultado dessa multiplicação seja igual a zero.
Para f1 = 0,375, temos p1 = 0,750. ∴ 0,375 ∙ 2 = 0,750. Consideremos 0 no dígito do
número binário a ser representado.
Para p1 = f2 = 0,750, temos p2 = 1,5. ∴ 0,750 ∙ 2 = 1,5. Consideremos 1 no dígito do
número binário a ser representado.
Para p2 = f3 = 0,5, temos p3 = 1,00. ∴ 0,5 ∙ 2 = 1,00. Consideremos 1 no dígito do
número binário a ser representado.
Dessa forma, (0,375)10 = (0,011)2.
https://qrgo.page.link/66UV
6 Modelagem matemática e métodos numéricos: erros e sistemas de ponto flutuante
https://qrgo.page.link/V83j
d1 ≠ 0
p ∈ [li, ls] ou li ≤ p ≤ ls
(789,63478)10 = 0,78963478 ∙ 103 e (1000)2 = 0,1000 ∙ 24 = 0,1000 ∙ 2100, pois (4)10 = (100)2
B = 10 Base
Situação 3: n ∈ F
O número pode ser representado nessa calculadora sem nenhum tipo de problema,
pois está dentro do intervalo do sistema de números representados no limite inferior
e superior do expoente –4 ≤ p ≤ 4.
A máquina TKS - 123 opera com os seguintes padrões de sistema (Quadro 2).
B = 10 Base
a) Quais são maior e o menor número, em valor absoluto, da máquina TKS – 123 a
partir dos dados apresentados?
Menor número = (nmín) = 0,10000 × 10 –3 = 10 –4. Dessa forma, o menor número
absoluto é 0,0001. Maior número = (nmáx) = 0,99999 × 105 = 99.999. Dessa forma, o
maior número absoluto é 99.999.
Com isso, podemos calcular o erro absoluto entre as áreas das circunferências.
Com isso, o erro relativo é dado por: ER = EA/Cv = 0,354/135,954 ≈ 2,60 × 10 -3.
Considerando uma máquina de três dígitos significativos (q = 3), como ficaria repre-
sentado o número (429,857)10 por arredondamento e truncamento, respectivamente?
Primeiro representamos o número (423,857)10 em aritmética de ponto flutuante:
0,423857 ∙ 103. Como a máquina considera apenas três dígitos significativos, avaliamos o
primeiro número depois do dígito significativo, que é 8; então, como 8 > 5, adicionamos
1 ao número 3. Por arredondamento, temos: 0,424 ∙ 103. Por truncamento, consideramos
apenas os dígitos significativos da máquina e descartamos a parcela não considerada.
Então, temos: 0,423 ∙ 103.
Modelagem matemática e métodos numéricos: erros e sistemas de ponto flutuante 11
Por meio do link a seguir, você pode acessar um portal eletrônico sobre o cálculo
numérico com diversos materiais didáticos.
https://qrgo.page.link/7k7B
BARROSO, L. C. et al. Cálculo numérico com aplicações. São Paulo: Harbra, 1987.
RUGGIERO, M. A. G.; LOPES, V. L. da R. Cálculo numérico: aspectos teóricos e computa-
cionais. São Paulo: Pearson, 1996.
Leituras recomendadas
CHAPRA, S. C.; CANALE, R. P. Métodos numéricos para engenharia. Porto Alegre: AMGH,
2016.
DORNELLES FILHO, A. A. Fundamentos de cálculo numérico. Porto Alegre: Bookman, 2016.
Dica do professor
Na modelagem e resolução de um problema físico, erros podem ocorrer. Assim, é importante
identificar o erro absoluto e relativo do problema físico, pois as estimativas da variação de uma
constante, por exemplo, o número π, podem provocar variações no resultado do cálculo de áreas,
volumes e comprimentos.
Nesta Dica do Professor, veja os cálculos do erro absoluto e relativo do comprimento de uma
circunferência de raio 100cm, considerando como valores aproximados e verdadeiros do número
π, respectivamente, os números 3,14 e 3,141592, e o arredondamento por truncamento com três
algarismos significativos.
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Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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Lista de exercícios
Para aprender "Modelagem matemática e métodos numéricos: erros e sistemas de ponto
flutuante", é importante que você treine fazendo diversos exercícios. Para tanto, baixe a lista de
exercícios a seguir e resolva as questões.
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