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Professor Cherlio Scandian

Rodrigo de Oliveira Pezzin

Mecânica da fratura
Sumário

2.9 – Fratura controlada por K


2.10 – Fratura por deformação plana: Fato versus ficção
2.10.1 – Triaxialidade da ponta da trinca
2.10.2 – Efeito da espessura sobre a tenacidade à fratura aparente
2.10.3 - Efeitos da zona plástica
2.10.4 - Implicações de trincas em estruturas
2.9 Fratura controlada por K

Na seção 2.6.1 foi introduzido o conceito da zona dominada pela singularidade


e a caracterização de parâmetro único de condições da ponta da trinca.
Foi visto que
• As tensões na ponta da trinca em um material linear elástico varia de
1
acordo com ;
𝑟
• O fator de intensidade de tensão define a amplitude da singularidade
2.9 Fratura controlada por K

Com as equações das tabelas 2.1, 2.2 e 2.3 pode-se definir as tensões, as
deformações e o deslocamento na zona dominada pela singularidade se o fator
de intensidade de tensão for conhecido.
2.9 Fratura controlada por K
2.9 Fratura controlada por K
2.9 Fratura controlada por K
2.9 Fratura controlada por K

Se assumirmos que um material falha localmente a uma dada combinação de


tensões e deformações, então a propagação da trinca deve ocorrer a um valor
crítico do fator de intensidade de tensão (𝐾𝑐𝑟𝑖𝑡 ).
Esse valor, que é uma medida da tenacidade à fratura, é uma constante do
material que é independente do tamanho e da geometria do corpo fraturado.
Como a taxa de liberação de energia é relacionada unicamente à tensão, 𝒢
também fornece uma descrição de parâmetro único de condições da ponta da
trinca e, 𝒢𝑐 é uma medida alternativa da tenacidade.
2.9 Fratura controlada por K

1
Relembrando que a singularidade se aplica somente à materiais lineares
𝑟
elásticos.
As equações das tabelas 2.1, 2.2 e 2.3 não descrevem a distribuição de tensões
dentro da zona plástica.
Mesmo que a zona plástica seja muito pequena, a fratura pode não nuclear na
1
zona em que as tensões variam com .
𝑟
Esses fatos levantam uma importante questão: a intensidade de tensão é um
critério de falha útil para materiais que exibem deformação inelástica na ponta
da trinca?
2.9 Fratura controlada por K

Sob certas condições, 𝐾 ainda caracteriza unicamente as condições na ponta da


trinca quando a zona plástica é presente.
Em tais casos, 𝐾𝑐𝑟𝑖𝑡 é uma constante do material independente da geometria.
2.9 Fratura controlada por K

Consideremos um corpo de prova e uma


estrutura carregados com o mesmo nível de
𝐾𝐼 com a zona plástica muito pequena em
comparação com as dimensões dos corpos.
Se construirmos um diagrama de corpo livre
de cada material, suficientemente pequenos
para estarem dentro da zona dominada pela
singularidade, as tensões e os deslocamentos
na fronteira são definidos pelas equações das
tabelas 2.1 e 2.2.
2.9 Fratura controlada por K

1
A imposição da singularidade na fronteira
𝑟
resulta em uma zona plástica na ponta da
trinca.
O tamanho da zona plástica e a distribuição
de tensões dentro da região em forma de
disco são funções apenas das condições de
contorno e das propriedades do material.
2.9 Fratura controlada por K

E, mesmo que não saibamos a real


distribuição de tensões na zona plástica, 𝐾𝐼
caracteriza as condições na ponta da trinca
mesmo que a singularidade não se aplique à
zona plástica.
Como a estrutura e o corpo de prova estão
carregados ao mesmo valor de 𝐾𝐼 , as
condições na ponta da trinca devem ser
idênticas nas duas configurações.
2.9 Fratura controlada por K

Além disso, as duas configurações irão falhar


com o mesmo valor de intensidade de tensão
crítica, desde que a zona plástica permaneça
pequena em ambos os casos.
2.9 Fratura controlada por K

O gráfico abaixo mostra a distribuição de


tensão na estrutura e no corpo de prova.
2.9 Fratura controlada por K

Na zona dominada pela singularidade


(B), a plotagem do log 𝜎𝑦𝑦 em função
de log 𝑟 é linear com uma inclinação de
− 1Τ2.
Dentro da zona plástica (A), as tensões
são menores que as previstas pela
solução elástica, mas são idênticas para
as duas configurações.
2.9 Fratura controlada por K

Fora da zona dominada pela


singularidade, os termos de ordem
superior se tornam significativos e os
campos de tensão se tornam diferentes
para a estrutura e o corpo de prova.
𝐾não caracteriza unicamente a
magnitude dos termos de ordem
superior.
2.9 Fratura controlada por K

A medida que a zona plástica aumenta de tamanho, ela eventualmente engloba


1
a singularidade e não haverá mais a região onde a tensão varia com e 𝐾 não
𝑟
mais caracteriza unicamente a tensão perto da ponta de trinca.
Ou seja, uma vez que a zona plástica se torna grande em relação às dimensões
da trinca, a mecânica da fratura linear elástica (MFLE) não é mais válida.
2.10 Fratura por deformação plana: Fato versus ficção

Nos anos 60’, vários programas de testagem foram feitos pela NASA e outras
organizações para tentar desenvolver procedimentos para medida de
tenacidade à fratura de materiais de alta resistência.
As dimensões do corpo de prova estavam dentre as variáveis consideradas
nesses estudos.
Os dados da NASA mostraram um aparente efeito da espessura do corpo de
prova sobre a intensidade crítica de tensão para fratura, 𝐾𝑐𝑟𝑖𝑡 .
2.10 Fratura por deformação plana: Fato versus ficção

A explicação original era que corpos de prova finos estão sujeitos a


carregamentos de tensão plana na ponta da trinca, enquanto corpos de prova
espessos experimentam condições de deformação plana.
As falhas em seções finas são referidas como “fratura por tensão plana”,
enquanto as falhas em seções espessas são referidas como “fratura por
deformação plana”.
Esse ponto de vista 2D é simplista e enganoso.
2.10 Fratura por deformação plana: Fato versus ficção

Muito da teoria da mecânica da fratura clássica é predita por aproximações em


duas dimensões.
Por exemplo, a relação entre 𝐾𝐼 e 𝒢 é rigorosamente correta nos casos
especiais de deformação plana e tensão plana.
Existem casos onde um modelo 2D é apropriado e existem as situações onde
um modelo 2D nos dá uma visão distorcida da realidade.
2.10 Fratura por deformação plana: Fato versus ficção

Nos anos 60’, quando a fratura por tensão plana e a fratura por deformação
plana foram postuladas, uma análise 3D detalhada do estado de tensões na
ponta da uma trinca era impossível.
Hoje, a análise de elementos finitos de componentes com trincas é comum.
2.10.1 Triaxialidade da ponta da trinca

Considere uma placa de espessura B sob carregamento


no plano.
Se não houver uma trinca, a placa vai estar em um
estado plano de tensões.
Então, regiões distantes da ponta da trinca vão estar em
um estado plano de tensões.
Devido à grande tensão normal ao plano da trinca, o
material da ponta da trinca tenta contrair nas direções 𝑥
e 𝑧 mas é impedido pelo material ao redor.
2.10.1 Triaxialidade da ponta da trinca

Essa limitação causa um estado de tensão triaxial


próximo à ponta da trinca.
2.10.1 Triaxialidade da ponta da trinca

Podemos verificar no gráfico que o estado de tensão na ponta da trinca e suas


proximidades é essencialmente de deformação plana.
Próximo à superfície livre, a tensão triaxial é baixa.
Apenas na superfície livre há um estado puramente de tensão plana.
2.10.1 Triaxialidade da ponta da trinca

O gráfico ao lado mostra uma plotagem de 𝜎𝑧𝑧


em função de 𝑧Τ𝐵 e 𝑥 Τ𝐵.
Os resultados foram obtidos a partir de uma
análise 3D elastoplástica por elementos finitos.
Podemos ver que, quanto mais próximo da
ponta da trinca, maior o estado triaxial.
Quando 𝑥 é uma fração significativa da
espessura da placa, 𝜎𝑧𝑧 = 0.
Um estado plano de tensões existe em regiões
remotas à ponta da trinca. 𝜎𝑧𝑧
2.10.1 Triaxialidade da ponta da trinca

O estado de tensões pode ter efeito sobre o comportamento de fratura de um


dado material.
Sob condições lineares elásticas, 𝜎𝑥𝑥 = 𝜎𝑦𝑦 .
Se temos um estado plano de tensão, 𝜎𝑧𝑧 = 0 por definição.
Sob condições de deformação plana, 𝜎𝑧𝑧 = 2𝜈𝜎𝑦𝑦 .
Se assumirmos 𝜈 = 0,3 e substituirmos essas tensões no critério de
escoamento de von Misses, temos:

𝜎𝑌𝑆 (𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑎)


𝜎𝑦𝑦 𝑛𝑜 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = ቊ
2,5𝜎𝑌𝑆 (𝑑𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑎)
2.10.1 Triaxialidade da ponta da trinca

Então, o estado de tensão triaxial associado à deformação plana gera elevadas


tensões na zona plástica.
Para mecanismos de fratura que são governados pela tensão normal, como a
clivagem em metais, o material se comportará de maneira mais frágil quando
submetido a um estado de tensão triaxial.
2.10.2 Efeito da espessura sobre a tenacidade à fratura aparente

Os gráficos apresentam valores da variação da tenacidade à fratura em função


da espessura do corpo de prova obtidos experimentalmente.

Liga não
Al 7075-T6
especificada
2.10.2 Efeito da espessura sobre a tenacidade à fratura aparente

Observamos que os valores de 𝐾𝑐𝑟𝑖𝑡 medidos diminuem com o aumento da


espessura do corpo de prova até atingirem um patamar, a partir do qual a
tenacidade à fratura parece ser relativamente insensível ao aumento da
espessura.
2.10.2 Efeito da espessura sobre a tenacidade à fratura aparente

Essa curva aparentemente assintótica é designada pelo símbolo 𝑲𝑰𝒄 e é


tradicionalmente referida como tenacidade à fratura de deformação plana.
O valor de 𝐾𝐼𝑐 é, supostamente, uma propriedade do material independente
do tamanho da amostra.
2.10.2 Efeito da espessura sobre a tenacidade à fratura aparente

Curvas como essas, que mostram esse decréscimo da tenacidade à fratura


aparente, geralmente correspondem a materiais em que a propagação da
trinca é dúctil (onde há a coalescência de micro vazios).
2.10.2 Efeito da espessura sobre a tenacidade à fratura aparente

Nesses casos, a trinca cresce preferencialmente na região de alta triaxialidade.


O crescimento da trinca nas regiões exteriores fica para trás e ocorre em um
ângulo de 45° à carga aplicada.
2.10.2 Efeito da espessura sobre a tenacidade à fratura aparente

A distribuição de tensões observada na figura abaixo (já vista) é característica


para todas as espessuras.
Uma região de deformação plana central pode existir, mesmo em amostras
finas, desde que a distância da ponta da trinca seja suficientemente pequena.
2.10.2 Efeito da espessura sobre a tenacidade à fratura aparente

A fratura puramente oblíqua ocorre quando a distância sobre a qual ocorrem


as condições de alta triaxialidade é menor que a zona de processo de fratura.
O processo micromecânico que leva ao crescimento da trinca dúctil ocorre em
uma distância finita, 𝑥𝑐 , que é muito menor que a zona plástica.
2.10.2 Efeito da espessura sobre a tenacidade à fratura aparente

O gráfico mostra o efeito da espessura da amostra sobre o estado de tensão na


ponta da trinca quando 𝑥 = 𝑥𝑐 .
Para seções muito finas, condições de deformação plana não existem em
𝑥 = 𝑥𝑐 .
2.10.2 Efeito da espessura sobre a tenacidade à fratura aparente

A medida que a espessura aumenta, o tamanho da zona de deformação plana


aumenta em relação à zona de baixa triaxialidade próxima da superfície livre.
É esse estado de tensão que resulta na variação da morfologia da superfície de
fratura vista, que por sua vez leva à aparente dependência que tenacidade à
fratura tem da espessura.
2.10.2 Efeito da espessura sobre a tenacidade à fratura aparente

Então, as curvas vistas de 𝐾𝐼𝑐 × 𝐵, não são indicativo de uma transição de uma
“fratura de tensão plana” para uma “fratura de deformação plana”.
Na verdade, reflete as contribuições de dois mecanismos de fratura diferentes.
De fato, não existe tal coisa como “fratura de tensão plana”, exceto, talvez, em
folhas muito finas.
Quase sempre existe algum nível de triaxialidade à frente da trinca.
2.10.2 Efeito da espessura sobre a tenacidade à fratura aparente

Os lábios de cisalhamento que causam a aparente dependência que a


tenacidade à fratura tem da espessura em materiais que apresentam
crescimento de trinca dúctil são um resquício da maneira como os ensaios de
𝐾𝐼𝑐 têm sido conduzidos desde a década de 60.
Métodos de ensaio mais recentes usam corpos de prova com ranhuras laterais.
Esse design elimina os lábios de cisalhamento e promove uma medida mais
precisa da resistência do material à fratura dúctil e dúctil.
Dessa forma, esse formato de corpo de prova faz desaparecer a aparente
dependência da espessura.
2.10.3 Efeitos da zona plástica

Vimos que para a fratura ser controlada por 𝐾, temos que a zona plástica
precisar estar envolvida por uma zona de singularidade elástica e, assim
caracterizar as condições da ponta da trinca.
Análises 3D elastoplásticas por elementos finitos tem mostrado que um alto
grau de triaxialidade perto da ponta da trinca existe mesmo quando toda a
seção transversal escoou.
2.10.3 Efeitos da zona plástica

A figura ao lado mostra a evolução da zona


plástica para o Modo I à meia espessura para
uma placa contendo um trinca superficial.
Esses resultados foram obtidos através de uma
análise 3D elastoplásticas por elementos finitos .
A fronteira da zona plástica é definida em 𝜎𝑒 =
𝜎𝑌𝑆 nesse caso.
2.10.3 Efeitos da zona plástica

𝐾𝐼 2
Enquanto aumenta relativamente à
𝜎𝑌𝑆
espessura da placa, a zona plástica aumenta.
Em baixos valores 𝐾𝐼 , a zona plástica tem um
formato típico de deformação plana, mas evolui
para um formato de tensão plana em elevados
valores de 𝐾𝐼 .
2.10.3 Efeitos da zona plástica

Vimos que, em distâncias da ordem de metade


da espessura, 𝜎𝑧𝑧 = 0.
Como resultado, a zona plástica toma o formato
de tensão plana quando cresce até
aproximadamente metade da espessura da
placa.
2.10.3 Efeitos da zona plástica

Embora o estado de tensão no limite da zona


plástica seja plano, o material próximo à ponta
da trinca está sujeito a um estado de tensão
triaxial.
Podemos ver isso na figura, onde temos uma
zona plástica no centro de uma placa com uma
trinca superficial.
Como a zona plástica tem o tamanho na ordem
de grandeza da espessura da placa, a zona
plástica tem um formato de tensão plana.
2.10.3 Efeitos da zona plástica

Entretanto, na ponta da trinca existe uma zona


de alta triaxialidade que pode persistir mesmo
em presença de alta plasticidade.
Em ensaios de 𝐾𝐼𝑐 em laboratório, os seguintes
requerimentos geralmente são adotados:

2
𝐾𝐼𝑐
𝑎, 𝐵, (𝑊 − 𝑎) ≥ 2,5
𝜎𝑌𝑆
2.10.3 Efeitos da zona plástica
2
𝐾𝐼𝑐
𝑎, 𝐵, (𝑊 − 𝑎) ≥ 2,5
𝜎𝑌𝑆

𝐾𝐼𝑐 2
é proporcional ao tamanho da zona
𝜎𝑌𝑆
plástica.
Os requerimentos mínimos do comprimento da
trinca e do comprimento do ligamento, (𝑊 − 𝑎),
são para garantir que a zona plástica é
suficientemente pequena para que a fratura seja
controlada por K.
Os requerimentos de espessura são para garantir
condições de deformação plana à ponta da
trinca.
2.10.4 Implicações das trincas em estruturas
Um ponto importante de se observar é que a dependência da espessura da
tenacidade à fratura observada em ensaios de laboratório geralmente não é
diretamente transferível para componentes estruturais.
A figura abaixo compara a o estado de tensão da ponta da trinca de um corpo
de prova de laboratório com o de uma trinca superficial de um componente
estrutural.
2.10.4 Implicações das trincas em estruturas
Para o caso do corpo de prova, o tamanho relativo da zona de alta triaxialidade
é diretamente relacionada à espessura.
Para a falha superficial, o tamanho da zona de alta triaxialidade é governada
pelo comprimento da frente da trinca, que não precisa estar relacionada com a
espessura do componente.
Um corpo de prova de laboratório e uma trinca de superfície não produzem,
necessariamente, a mesma morfologia de fratura.
2.10.4 Implicações das trincas em estruturas
Em 1967, Irwin et al. desenvolveram uma relação empírica simples para
descrever as tendências vistas nos gráficos abaixo.
1
2 2
𝐾𝑐𝑟𝑖𝑡 = 𝐾𝐼𝑐 1 + 1,4𝛽𝐼𝑐
Onde 𝐾𝑐𝑟𝑖𝑡 é a medida da tenacidade à fratura para materiais mais finos, 𝐾𝐼𝑐 é
a tenacidade à fratura assintótica presumida para largas espessuras e
2
1 𝐾𝐼𝑐
𝛽𝐼𝑐 =
𝐵 𝜎𝑌𝑆
2.10.4 Implicações das trincas em estruturas
1
2 2
𝐾𝑐𝑟𝑖𝑡 = 𝐾𝐼𝑐 1 + 1,4𝛽𝐼𝑐

Infelizmente, esse ajuste empírico tem sido muito mal utilizado ao longo dos
anos.
A equação tem sido frequentemente aplicada a componentes estruturais em
um esforço para levar em conta a suposta melhora na tenacidade em seções
mais finas.
Porém, como vimos, o estado de tensão na ponta da trinca de uma trinca
superficial não está diretamente relacionada à espessura.
2.10.4 Implicações das trincas em estruturas
1
2 2
𝐾𝑐𝑟𝑖𝑡 = 𝐾𝐼𝑐 1 + 1,4𝛽𝐼𝑐

Essa equação é adequada apenas para corpos de prova com trincas superficiais
de laboratório, que exibem lábios de cisalhamento na superfície de fratura.
Ela não se aplica para falhas em componentes estruturais ou para corpos de
prova com ranhuras laterais ou corpos de prova que falham por clivagem.
Conclusões

Dentro da região da singularidade, a distribuição de tensão para um corpo de


prova e uma estrutura são iguais, mas, a medida que nos afastamos, os termos
de ordem superior se diferem para os dois casos, gerando diferentes
distribuições de tensão.
Uma vez que a zona plástica se torna grande em relação às dimensões da
trinca, a mecânica da fratura linear elástica (MFLE) não é mais válida, pois 𝐾
não mais caracteriza unicamente a tensão perto da ponta de trinca.
Conclusões

O valor de 𝐾𝐼𝑐 é, supostamente, uma propriedade do material independente


do tamanho da amostra.
Quase sempre existe algum nível de triaxialidade à frente da trinca, mesmo em
folhas finas. Essa triaxialidade vai diminuindo a medida que nos aproximamos
da superfície livre no sentido da espessura (eixo 𝑧).
Um corpo de prova de laboratório e uma trinca de superfície não produzem,
necessariamente, a mesma morfologia de fratura.
Referências

ANDERSON, T. L. Fracture Mechanics: Fundamentals and applications. 4º


Edition. Boca Raton, FL. CRC Press. 2017.

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