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RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE

LICENCIATURA EM GEOGRAFIA: VIVÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS


DE VASCONCELOS, Ailson da Costa-UEPA.

Geografia

1. Introdução

O estágio supervisionado possui uma importância única na formação do


futuro docente, pois permite um olhar mais amplo do espaço escolar, ora
através de conhecimento e competências ganhas através da pesquisa e das
intervenções produzidas nesse espaço, ou por meio de método pautado em
princípios pedagógicos em que essa pratica necessita fundamentar-se.
Compreende-se também como um ponto de contradição entre a universidade,
as escolas de educação básica e a comunidade local. O estágio como pratica
pedagógica associa funções importantes como: a formação inicial, a pesquisa
do espaço escolar e o fornecimento de atividades da universidade para a
comunidade escolar, e assim articular a tríade inseparável que deve garantir a
universidade: o ensino, a pesquisa e a extensão.
A disciplina de estagio docente em geografia I iniciou-se no polo da
universidade estadual do Pará (UEPA) no município de Salinópolis-PA,
ministrada pelo Prof. Dr. Antônio de Pádua mesquita dos santos Brasil, e
dividida em dois períodos. O primeiro período foi em sala de aula e durou de 03
a 06 de agosto de 2022. Ali pudemos aprender com vários teóricos e seus
artigos acerca das estratégias já outrora postas em prática e que tiveram bons
resultados na vivencia escolar através do estágio docente, aprendemos na
teoria em sala de aula sobre a importância do estágio, e as leis que embasam
sua obrigatoriedade e a sua presença indispensável no componente curricular.
O segundo período da disciplina foi a pratica no ambiente escolar em campo. A
formação inicial e continuada do educador é de extrema importância para o
desenvolvimento de suas atividades docentes. Por isso, vem continuamente
sendo discutida pelas instituições de formação de professores e por
pesquisadores nessa área de estudo.
Quando se trata de formação de professores, devemos levar em
consideração a importância da relação entre a teoria adquirida no espaço
acadêmico e a pratica em sala e aula, nas atividades de estagio
supervisionado.
As escolas Cristo Trabalhador e Cristo Redentor foram as escolas
direcionadas para a pratica do estágio supervisionado. As referidas escolas
ofertam respectivamente turmas de 1º,2º e 3º ano do ensino médio e 6º,7º,8ºe
9º ano do ensino fundamental, nos turnos da manhã e tarde. O estágio foi
realizado em 11 turmas, sendo 3 turmas de 2º ano de ensino médio, 5 turmas
de 9º ano e 3 turmas de 8º ano, com média de 35 alunos por sala de aula.
Os objetivos propostos para o bom desenvolvimento das atividades de
estágio supervisionado foram a seguir: vivenciar diferentes dimensões de
atuação docente no contexto escolar, promovendo a união entre teoria e
pratica e buscando soluções para os desafios específicos a atividade
profissional, de forma crítica e contextualizada; produzir um bom diagnostico da
realidade escolar de campo de estagio e das salas de aulas nas quais foram
desenvolvidas atividades; entender o quão importante é o planejamento no
ensino de geografia; preparar e apresentar planos de aulas e propostas
avaliativas; vivenciar situações que demandem planejamento, execução e
avaliação e situações de aprendizagem; planejar e executar metodologias e
técnicas de ensino de geografia.
A reflexão da teoria-pratica no ensino da geografia é um dos aspectos
mais importantes da pratica de ensino, visto que, a experiência vivenciada
pelos estagiários não deve se constituir numa simples aplicação de técnicas e
conhecimentos adquiridos na universidade, mas a identificação de espaços
vazios em sua formação e a reflexão sobre os caminhos para a melhoria da
pratica docente.
2. fundamentação teórica

A experiência do estágio é essencial para a futura formação do aluno,


considerando que cada vez mais são requisitados profissionais com
habilidades e bem preparados. Ao chegar à universidade o aluno se depara
com o conhecimento teórico, porém muitas vezes, é difícil relacionar teoria e
prática se o estudante não vivenciar momentos reais em que será preciso
analisar o cotidiano (MAFUANI, 2011).
Segundo Bianchi et al. (2005) o Estágio Supervisionado é uma
experiência em que o aluno mostra sua criatividade, independência e caráter.
Essa etapa vai lhe proporcionar uma oportunidade para perceber se a sua
escolha profissional corresponde com sua aptidão técnica. Esta atividade é
oferecida nos cursos de licenciatura a partir da segunda metade dos mesmos,
quando o graduando já se encontra inserido nas discussões acadêmicas para
a formação docente e ela é apenas temporária.
O estágio supervisionado vai muito além de um simples cumprimento de
exigências acadêmicas. Ele é uma oportunidade de crescimento pessoal e
profissional. Além de ser um importante instrumento de integração entre
universidade, escola e comunidade (FILHO, 2010). Por isso, o presente
relatório foi desenvolvido a fim de trazer a público a importância do Estágio
Supervisionado no processo de formação do profissional docente. Também
relata a importância da experiência prática aliada aos conhecimentos teóricos
na vida dos acadêmicos de graduação.

Souza (2013, p. 108) destaca que no Estágio Supervisionado “são


criadas as condições que possibilitam ao estagiário o contato com as práticas
profissionais docentes em locais onde estejam estruturadas as condições para
o exercício da profissão”. Sendo a escola de Educação Básica um destes
locais, ressalta-se a importância das experiências no contexto escolar para o
processo formativo dos futuros professores. Neste sentido, o Estágio deve
possibilitar o diálogo entre sujeitos (professores, estagiários, alunos,
comunidade) e instituições (Escola e Universidade).
O Estágio Supervisionado é o primeiro realizado pelo licenciando e
inicia-se na segunda metade do curso (no quinto semestre). Bem como
proposto no Projeto Pedagógico do curso, o objetivo deste é, inicialmente,
discutir as bases e os pressupostos que orientam o desenvolvimento das
atividades de estágio nos cursos de licenciatura em geografia e propor debates
acerca da profissão docente e seu espaço de atuação: a escola de educação
básica.
Durante este estágio o licenciando realiza atividades na universidade,
que compreende os encontros da turma com a professor orientador para
leitura, discussões de textos e troca de experiências, e em escolas de
educação básica, onde são realizadas atividades exploratórias, por meio de
conversas informais com os professores, coordenadores e funcionários da
escola, leitura e interpretação do Projeto Político-Pedagógico (PPP) e do
Regimento Escolar.
O estágio é realizado individualmente e a escolha da escola campo para
a realização das atividades é de responsabilidade do licenciando, não o
restringindo quanto à rede (privada, estadual, municipal ou federal), ou
localização. São atividades exploratórias que visam integrar o licenciando ao
futuro ambiente de atuação, contudo, não é proposta a realização de
atividades diretamente em sala de aula.
Neste contexto, cabe ressaltar que parte do licenciando optar por
realizar o primeiro estágio em escolas que se localizavam próximas de suas
residências e, em muitos casos, a mesma em que já haviam estudado
anteriormente. A esse respeito Pereira (2013) salienta que tal possibilidade de
regresso à instituição formadora na condição de estagiário contribui para a
compreensão do espaço escolar em todas as suas vertentes.

O Estágio supervisionado é uma exigência da LDB – Lei de Diretrizes e


Bases da Educação Nacional nº 9394/96 nos cursos de formação de docentes.
Segundo Oliveira e Cunha (2006), o Estágio Supervisionado é uma atividade
que propicia ao aluno adquirir a experiência profissional que é relativamente
importante para a sua inserção no mercado de trabalho. É uma atividade
obrigatória que deve ser realizada pelos alunos de cursos de Licenciatura e
deve cumprir uma carga horária pré-estabelecida pela instituição de Ensino.
Esta prática é o primeiro contato que o futuro professor terá com seu
futuro campo de atuação. Por meio da observação, da participação e da
regência, o licenciando poderá construir futuras ações pedagógicas
(PASSERINI, 2007). Durante o estágio, o futuro professor passa a enxergar a
educação com outro olhar, procurando entender a realidade da escola e o
comportamento dos alunos, dos professores e dos profissionais que a
compõem (JANUARIO, 2008).
O objetivo do Estágio Supervisionado é proporcionar ao aluno a
oportunidade de aplicar seus conhecimentos acadêmicos em situações da
prática profissional, criando a possibilidade do exercício de suas habilidades.
Espera-se que, com isso, que o aluno tenha a opção de incorporar atitudes
práticas e adquirir uma visão crítica de sua área de atuação profissional
(OLIVEIRA; CUNHA, 2006).
O Estágio Supervisionado baseia-se em um treinamento que possibilita
aos estudantes vivenciarem o que aprenderam durante a graduação
(MAFUANI, 2011). Os cursos de Licenciatura devem relacionar teoria e prática
de forma interdisciplinar, sendo que os componentes curriculares não podem
ser isolados. Por isso, o Estágio Supervisionado é considerado um elo entre o
conhecimento construído durante a vida acadêmica e a experiência real, que
os discentes terão em sala de aula quando profissionais (FILHO, 2010).
Um docente bem qualificado profissionalmente exerce o verdadeiro
papel de cidadão dentro do contexto social, à medida que atua como um
agente multiplicador de conhecimentos contribui com a formação de mais
cidadãos participativos e possuidores de espírito crítico, verdadeiro objetivo da
Educação Nacional. O estágio deve ser considerado tão importante como os
outros conteúdos curriculares do curso. Infelizmente os próprios docentes,
assim como as Universidades ainda não deram o devido valor à prática da
formação do professor.

Deste modo, tanto o aprender a profissão docente quanto dar


continuidade a mesma faz parte do cotidiano do professor. É dessa forma que
o profissional conseguirá sempre fazer a ligação entre teoria e prática. Com
isso fica clara a importância desta atividade, que traz imensos benefícios para
a aprendizagem, para a melhoria do ensino e principalmente para o estagiário.
Sendo que os maiores beneficiados será a sociedade e, em especial, a
comunidade a que se destinam os profissionais vindos da universidade.

3. Histórico da Escola
Abaetetuba supera 100 anos de existência, com a implementação da
Alça Viária tornou-se mais acessível à capital do estado ficando apenas a cerca
de 150 Km de Belém. Apesar de estar tão próxima da capital, é acometida com
as mesmas, ou até muito mais, dificuldades comuns em outros municípios,
como: precárias condições de saneamento básico, saúde pública de má
qualidade, pouco investimento em educação pública de qualidade, ausência de
espaço de cultura e lazer saudável para a juventude, situações de
desemprego, entre outras questões.
Estatisticamente, o município de Abaetetuba possui cerca de 141.000
habitantes, com uma população jovem bastante considerável. Entretanto, a
maioria desses jovens apresenta reduzida perspectiva de futuro, e são
consequentemente oriundos de famílias carentes que no intuito de ajudar no
orçamento familiar abandonam a escola para realizar atividades informais,
temporárias e de baixa remuneração deixando em segundo plano a formação
acadêmica.
Outro agravante se refere às famílias que residiam na área rural, as
quais deixaram suas terras com a esperança de buscar melhores condições de
vida, de educação, acesso aos serviços públicos em especial aos de
atendimento à saúde, entre outros e vieram viver na sede do município, está
sem apresentar infraestrutura suficiente ou adequada para absorver a
expressiva demanda passou a evidenciar sérias situações de desemprego,
ausência de saneamento básico, escassez no abastecimento de água, e a
expansão das zonas periféricas tornando-se verdadeiros bolsões de miséria e
de graves problemas sociais.
No campo educacional, na etapa da educação básica, Abaetetuba
possui 156 instituições de educação infantil. Destas, 150 são públicas
municipais e 06 são particulares. 189 instituições de ensino fundamental das
quais 14 são da rede estadual, 168 são da rede municipal e 07 da rede
particular de ensino, 18 instituições de ensino médio, onde 01 é da rede
federal, 14 são da rede estadual e três são da rede particular de ensino. Em
nível de educação superior e pós-graduação lato sensu, Abaetetuba conta com
02 campi federais: Campus Universitário de Abaetetuba – UFPA e Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA (PARÁ, 2011).
No que diz respeito à situação socioeconômica da comunidade onde a
escola está inserida, pudemos constatar, de acordo com a pesquisa realizada
junto à comunidade local, que a maioria das famílias possui entre 04 a 05 filhos
morando em casas de propriedade da Diocese, e muitos moram em duas
ocupações existentes nas proximidades. A maioria dos moradores trabalha
como vendedores, ajudante de pedreiro, vigias e as mulheres como domésticas
em casas de famílias, 85% desses trabalhadores não possuem carteira
assinada e geralmente quem trabalha é somente o pai, com renda inferior a um
salário mínimo. Pudemos constatar também que a religião católica é
predominante entre os moradores (74%), destes, porém, somente 25%
participam de atividades comunitárias. Os problemas mais graves
apresentados pelas pessoas entrevistadas foram: drogas 38%, violência 19%,
roubos 12% miséria 9% entre outros.
Apesar desta realidade, percebe-se na comunidade, pessoas com
potencial para desenvolver atividades em diversas modalidades artísticas e
profissionais tais como: mestres em engenharia naval, em marcenaria, em
artesanato de miriti, em construção civil, os quais necessitam de instrução no
sentido de melhor estarem se organizando em associações, cooperativas e
assim aperfeiçoarem e divulgarem suas obras no mercado, ampliando dessa
maneira, a geração de emprego e renda no município. Soma-se a isto uma
característica notória da comunidade, que é o empenho em buscar
conhecimentos e a luta constante por melhores perspectivas de vida. Esse
interesse muito contribui para o desenvolvimento de projetos que venham
ampliar os horizontes e oportunizar melhor e maior investimento na formação
educacional dos cidadãos abaetetubenses.

Impulsionada por essa realidade, a Diocese de Abaetetuba reunida com


as entidades civis e religiosas apoiadas pelos bispos e padres Xaverianos se
empenhou na busca da realização do sonho de construir uma Instituição de
Educação Profissional. A qual se tornou uma realidade graças à generosidade
de famílias abaetetubenses e do empresário italiano Cezare Cusan que
financiou a obra, a qual foi inaugurada no dia 15 de agosto de 2002, com o
nome de Centro de Formação Profissional Cristo Trabalhador, sendo o primeiro
centro de formação profissional do município, funcionando como filial da
Associação Obras Sociais da Diocese de Abaetetuba.
Em 2008, em razão da escassez de escola pública para atender os
jovens dos bairros Cristo Redentor, Mutirão, Santa Clara, São Sebastião e área
rural que desejavam ingressar no ensino médio, a Diocese firmou convênio
com a Secretaria de Estado de Educação do Pará (SEDUC). A partir do
referido convênio, a Instituição passou a ofertar, além de cursos de formação
profissional, Ensino Médio Regular. A qual passou a ser denominada de Escola
em Regime de Convênio de Ensino Médio Cristo Trabalhador. Em 2009 o
convênio foi ampliado e a Instituição passou também a se constituir como
Escola Tecnológica, amparada pela Resolução CEE Nº 233, de 17 de
setembro de 2010. Dessa forma, no contexto atual, a Instituição Cristo
Trabalhador, agrega Ensino Médio (1ª a 3ª série), Ensino Médio Integrado à
Educação Profissional e Formação Inicial e Continuada.
Em 2014, por força da Lei Nº. 12.695, de 25 de julho de 2012 a
Secretaria de Estado de Educação encerra a relação de regime de convênio
com a Diocese e estabelece com esta Instituição um acordo técnico, por meio
do qual, a mesma passa a utilizar a nomenclatura de escola estadual, porém
com responsabilidade administrativa e pedagógica partilhada entre os
partícipes da cooperação.

4. Local de Estágio
A Escola Estadual de Ensino médio Cristo Trabalhador está localizada
as margens da rodovia doutro João Miranda km 2, bairro Cristo Redentor, na
Cidade de Abaetetuba, no Estado do Pará, é mantida pela Secretaria Executiva
de Educação em parceria com a diocese do município, apresenta o seguinte
cronograma funcional: Gestão e Conselho Escolar, Técnicos Pedagógicos,
apoio administrativo, professores e alunos.
Figura 1: Escola, Fonte: google maps

Figura 2. Localização em coordenadas, Fonte: google map s

5. Estrutura física da escola


A escola possui em sua estrutura física um amplo espaço
organizado para o desenvolvimento das suas atividades educativa
contando com:
 07 salas de aula (figura 6)
 01 diretoria
 01 sala para a coordenação pedagógica
 01 secretaria
 01 sala de professores
 02 banheiros para alunos
 02 banheiros para funcionários
 01 cozinha
 01Depósito de armazenamento de alimentos
 01 quadra de esporte (figura 5)
 01 sala de arquivos
 01 almoxarifado
 01 sala de leitura (figura 3)
 01 laboratório de informática (figura 4)

BIBLIOTECA

Figura 3. Fonte: Ailson C. Vasconcelos

SALA DE INFORMATICA
Figura 4. Fonte: Ailson C. Vasconcelos

QUADRA ESPORTIVA

Figura 5. Fonte: Ailson C. Vasconcelos

SALA DE AULA
Figura 6: Sala de aula fonte: Ailson C. Vasconcelos

6. Projeto Político pedagógico da Escola (PPP)

O Projeto político pedagógico da escola torna-se, hoje, um desafio às


instituições que desejam conquistar e consolidar sua autonomia, pois, por meio
dele, professores, alunos e demais sujeitos da comunidade educativa passam
a sentirem-se responsáveis por tudo aquilo que acontece na escola.

O Projeto político-pedagógico é o plano global da


instituição [...], define claramente o tipo de ação que se
quer realizar, a partir de um posicionamento quanto à sua
intencionalidade e uma leitura da realidade. Trata-se de
um importante caminho para a construção da identidade
da instituição. É um instrumento teórico-metodológico
para a transformação da realidade (VASCONCELOS,
2002, p.17).

Com essa perspectiva, a EEEFM Cristo Trabalhador sediada no bairro


Cristo Redentor, assumiu a construção do projeto político-pedagógico com
envolvimento das representações da comunidade interna e externa, para que
juntos pudessem refletir e definir ações constituídas de soluções frente às
necessidades existentes na comunidade. Entretanto, como afirma Vasconcelos
(2002, p. 29), não pode ser qualquer ação “Um dos grandes desafios da
instituição ou do sujeito é chegar a uma ação que seja eficaz, inovadora. Ações
práticas temos o tempo todo. A questão é ter prática adequada, fazer ‘a coisa
certa’ [..]” Por isso a construção deste projeto se deu por meio do envolvimento
da comunidade educativa para que todos pudessem se sentir fazendo parte
das tomadas de decisões.
Tal construção é fruto de vários encontros e debates realizados com os
segmentos da comunidade educativa com o intuito de vislumbrar caminhos que
pudessem ajudar a oferecer educação com qualidade. Construir coletivamente
um projeto educacional que atenda as reais necessidades da comunidade é
um desafio e certamente uma necessidade da qual não podemos nos omitir. O
documento é o resultado dessas reflexões e propostas que deverão conduzir a
prática em prol de uma educação voltada para uma sociedade melhor e mais
justa.
O projeto está estruturado em 08 partes: a primeira consiste na
apresentação da significativa contribuição do Projeto Político Pedagógico na
conquista da autonomia da escola; a segunda comporta os princípios e
objetivos; a terceira, denominada marco situacional, comporta um pequeno
histórico do contexto político, social, econômico e educacional no qual a escola
está inserida; a quarta, chamada de marco teórico, abriga reflexões acerca da
base filosófica que fundamenta a prática educacional da instituição, tendo
como referência Dom Bosco e o educador Paulo Freire, assim como a
concepção de gestão, currículo e avaliação que a escola desenvolve; a quinta
contempla o marco operacional, constituída pelos projetos que a escola
assumiu o compromisso de desenvolver com o objetivo de diminuir a distância
entre a realidade descrita no diagnóstico e a qual se deseja construir, aqui são
apresentadas as principais necessidades e desafios para os próximos anos, a
sexta parte, define a forma de avaliação do projeto, a sétima trata das
referências e a oitava comporta os anexos.
Os desafios enfrentados para esta elaboração são muitos, entre os
quais tomam destaque a falta de tempo para reunir todos os segmentos da
comunidade educativa, dificuldades para conciliar reuniões com os membros
da equipe organizadora e para sistematizar as informações necessárias ao
projeto, bem como para estudos periódicos acerca do referencial que embasa
a prática pedagógica, todavia, estes, também, serviram de alento e motivação
pela necessidade da elaboração e pela satisfação pelo alcance da conquista.
6.1. PRINCÍPIOS
I. Respeito à pessoa humana;
II. Ética como ação educacional;
III. Liberdade com responsabilidade e justiça social;
IV. Formação pessoal e profissional como saber necessário;
V. Paz e solidariedade como mediadoras das relações;
VI. Participação e envolvimento nas tomadas de decisões do
processo educativo;
VII. Responsabilidade e transparência no uso dos recursos materiais
e financeiros;
VIII. Diálogo interpessoal, intercultural e religioso;
IX. Formação contínua como fundamento de aprimoramento
profissional;
X. Conhecimento científico como base da ação educacional
XI. Diversificação, contextualização e integração de práticas
educativas (esportiva, social, cultural, política, etc.)
6.2 OBJETIVOS
 Criar condições de aprendizagens significativas;
 Dinamizar o processo ensino aprendizagem;
 Despertar a ação participativa de todos os agentes envolvidos no
processo educativo;
 Viabilizar parcerias entre a escola e a comunidade, possibilitando maior
integração das ações da escola com o contexto social no qual está
inserida.
 Motivar os alunos quanto a participação nos processos seletivos
(vestibulares, ENEM, concursos, etc.);
 Possibilitar maior participação de todos os agentes envolvidos nos
eventos escolares;
 Promover a elevação do índice de desenvolvimento da educação da
Escola (IDEB);
 Garantir um espaço escolar acessível e acolhedor;

7. Materialização do Estágio na Escola

No dia 17 de outubro de 2022, inicio meu estagio supervisionado, na


escola Cristo Trabalhador no período da tarde, sendo bem recepcionado por
toda a gestão na escola e em especial pela professora de geografia de nome
Marinilde. A escola cristo trabalhador é uma instituição que oferta somente o
ensino médio, optei pela escola por questão de logística ao fato da escolar está
próximo da minha residência, minhas duas primeiras turmas foram o 2º ano D e
o 2º ano E. observei que a escola e bastantes conteudista em sua metodologia,
porém algo que chamou-me bastante a atenção, foi o fato da escola ser
bastante estruturada em relação a recursos de mídia, todas as salas estão
equipadas com televisão, Datashow, caixa de som e climatização em todas as
salas. Devido a implantação do novo ensino médio na escola para as turmas
do 1º ano, foi necessária uma reformulação nos horários dos professores, com
isso a professora Marinilde que até então lecionava maior parte de sua carga
horaria pela manhã, diante da reformulação nos horários teve suas horas
estendidas também para o período da tarde e coincidentemente, o primeiro dia
de aula dela no período da tarde, foi também o meu primeiro dia de estágio na
mesma turma.
Quanto a questão das atividades desenvolvidas especificamente no
primeiro dia não houve atividades, mas sim uma apresentação dialogada com
as turmas em que a professora esteve, a professora concedeu-me participação
em um momento de fala em que pude me apresentar a turma acerca da
importância da geografia e a educação no geral.
Durante o período de estagio pude acompanhar as diversas
metodologias utilizadas pela professora, dentro da sala de aula, que valeram
muito a experiência. Em relação aos alunos, percebi em certas turmas alunos
mais aplicados, respeitosos com a professora e com os colegas, assim como
também vi o contrário, alunos que só queriam saber de brincadeira, conversa,
mexer no celular enfim, o ser humano não é igual um ao outro, existem falhas,
genes diferentes o que cabe ao professor somado o conhecimento pedagógico
para saber-lhe da com cada especificidade. Uma experiência e um privilégio
que pude vivenciar, foi poder conviver nesse período com adolescentes com
TEA (Transtorno do Espectro Autista) que foi de uma vivencia ímpar, poder
entender mais sobre essa síndrome e acompanhar e ir aprendendo aos poucos
como agir diante desses casos em sala de aula. O método avaliativo na escola
segue o PPP, atividades em sala de aula, o uso do livro didático, pela
professora também é bem presente. A avaliação, vem através de prova escrita
e seminários. Com o olhar mais crítico em relação ao período em que
permaneci estagiando, pude observar que a disciplina de geografia lecionada
na escola pública está limitada a quatro paredes, observei a falta de
conhecimento da professora em relação a geotecnologias o que de certa forma
atrairia mais o interesse do aluno se caso a professora tivesse algum domínio
ou simplesmente o básico sobre, mas o déficit de conhecimento ou até mesmo
a falta de capacitação tem impedido que os professores abram leques de
opção de ensino aprendizagem aos alunos. Mas nem tudo na escola preza ao
comodismo, pelo contrário, muito admirável é poder ver que a escola se utiliza
bastante de projetos e destacasse aqui: projeto de xadrez, projeto de luta,
projeto de dança, e outros mais que fazem com que a escola seja referência
das demais em relação a resultados e pontos positivos para a escola.
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