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TGD
Professora: Tatiane Duarte - Duque de Caxias

ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO

A Comissão Permanente de Orientação e Fiscalização (COF),


ressalta as seguintes informações a respeito do exercício profissional
do(a) psicólogo(a) nas diversas áreas de atuação da psicologia

PSICOLOGIA JURÍDICA

A Psicologia jurídica é um campo de atuação do psicólogo em que as


tarefas desempenhadas variam para cada setor. No site do Conselho
Federal de Psicologia - CRP de São Paulo, consta uma lista extensa e
abrangente das possibilidades de atuação do Psicólogo especialista em
Psicologia Jurídica, a saber:

PSICOLOGIA E DIREITO

Lago et al. 2009, nota que a aproximação da Psicologia e do Direito


inicialmente se deu com questões envolvendo crime e, também, os
direitos da criança e do adolescente. Porém, nesta última década, a
demanda pelo trabalho do psicólogo em áreas como Direito da Família e

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Direito do Trabalho vem ganhando espaço significativo. Além desses


campos, outras possibilidades de participação do psicólogo em questões
judiciais vêm surgindo.

O Direito e a Psicologia se aproximaram em razão da preocupação


com a conduta humana. O momento histórico pelo qual a Psicologia
passou fez com que, inicialmente, essa aproximação se desse por meio da
realização de psicodiagnósticos, dos quais as instituições judiciárias
passaram a se ocupar. Contudo, outras formas de atuação além da
avaliação psicológica ganharam força, entre elas a implantação de
medidas de proteção e socioeducativas e o encaminhamento e
acompanhamento de crianças e/ou adolescentes.

Observa-se que a avaliação psicológica ainda é a principal demanda


dos operadores do Direito. Porém, outras atividades de intervenção, como
acompanhamento e orientação, são igualmente importantes, como se verá
na seção seguinte deste artigo. São áreas de atuação que devem coexistir,
uma vez que seus objetivos são distintos, buscando atender a propósitos
diferenciados, mas também complementares. (LAGO et. al.2009, p.486).

O Conselho Federal de Psicologia de São Paulo, observa que:

Assegurar os princípios constitucionais gerou demandas que


abriram espaços para vários campos do conhecimento, inclusive o da
psicologia. O Poder Judiciário, por exemplo, tem recorrido cada vez mais
à psicologia jurídica para contextualizar e subjetivar situações que
auxiliam o juiz durante o processo e no momento de estabelecer uma
sentença. Na última década, esta especialidade passou a ser reconhecida,
sobretudo nas Varas de Família e nas Varas da Infância e da Juventude.
(CRP/SP, 2003)

ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO

● Psicologia Criminal: trata do fenômeno delinquencial, das relações


entre Direito e Psicologia Jurídica, intervenção junto aos Juizados
Especiais Criminais, perícia, insanidade mental e crime, estudo

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sobre o crime, trabalho com egressos, penas alternativas (penas de


prestação de serviço à comunidade).
● Psicologia Penitenciária ou Carcerária: trata de estudos sobre
reeducandos, intervenção junto ao recluso, prevenção de DST/AIDS
junto à população carcerária, atuação do psicólogo, trabalho com
agentes de segurança, stress em agentes de segurança
penitenciária.
● Psicologia Jurídica e as Questões da Infância e Juventude: atua
fazendo avaliação psicológica na Vara da Infância e Juventude,
violência contra criança e adolescente, atuação do psicólogo,
proteção do filho nos cuidados com a mãe, infância e adolescência e
conselho tutelar, supervisão dos casos atendidos na Vara, adoção,
crianças e adolescentes desaparecidos, intervenção junto às
crianças abrigadas, trabalho com pais, adolescentes com prática
infratora, infração e medidas socioeducativas, prevenção e
atendimento terapêutico, atuação na Vara Especial e estudos sobre
adolescentes com prática infratora.
● Psicologia Jurídica: investigação, formação e ética. A formação do
psicólogo jurídico inclui supervisão, estágio, questões sociais e
legais, relação entre direito e psicologia Jurídica, pesquisa em
psicologia jurídica, psicologia Jurídica e Ética.]

Lago et al. (2009) afirmam que “Na Psicologia Jurídica há uma


predominância das atividades de confecções de laudos, pareceres e
relatórios, pressupondo-se que compete à Psicologia uma atividade de
cunho avaliativo e de subsídio aos magistrados". Contudo, os autores
ressaltam que o psicólogo, embora possa recomendar soluções para os
conflitos apresentados, não determinam os procedimentos jurídicos que
deverão ser tomados que são exclusivamente da competência do juiz.

Psicólogo jurídico e o direito civil:

O psicólogo atua nos processos em que são requeridas indenizações


em virtude de danos psíquicos e também nos casos de interdição judicial.
(LAGO et al. 2009)
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• Dano psíquico

• Interdição

Psicólogo jurídico e o direito penal:

O psicólogo pode ser solicitado a atuar como perito para averiguação


de periculosidade, das condições de discernimento ou sanidade mental
das partes em litígio ou em julgamento (Arantes, 2004). Portanto,
destaca-se o papel dos psicólogos junto ao Sistema Penitenciário e aos
Institutos Psiquiátricos Forenses. (LAGO et al. 2009)

PSICÓLOGO JURÍDICO E O DIREITO DO TRABALHO:

O psicólogo pode atuar como perito em processos trabalhistas. A


perícia a ser realizada nesses casos serve como uma vistoria para avaliar
o nexo entre as condições de trabalho e a repercussão na saúde mental do
indivíduo. Na maioria das vezes, são solicitadas verificações de possíveis
danos psicológicos supostamente causados por acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho, casos de afastamento e aposentadoria por
sofrimento psicológico. Cabe ao psicólogo a elaboração de um laudo, no
qual irá traduzir, com suas habilidades e conhecimento, a natureza dos
processos psicológicos sob investigação (Cruz & Maciel, 2005). (LAGO et al.
2009)

A PSICOLOGIA JURÍDICA E AS QUESTÕES DA VIOLÊNCIA


CONTRA A MULHER

A Lei Maria da Penha estabelece que todo o caso de violência


doméstica e intrafamiliar é crime, deve ser apurado através de inquérito
policial e ser remetido ao Ministério Público.

A Lei n. 11.340, sancionada em 7 de agosto de 2006, passou a ser


chamada Lei Maria da Penha em homenagem à mulher cujo marido
tentou matá-la duas vezes e que desde então se dedica à causa do combate
à violência contra as mulheres.

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Em vigor desde o dia 22 de setembro de 2006, a Lei Maria da Penha


dá cumprimento à Convenção para Prevenir, Punir, e Erradicar a
Violência contra a Mulher, a Convenção de Belém do Pará, da Organização
dos Estados Americanos (OEA), ratificada pelo Brasil em 1994, e à
Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra
a Mulher (Cedaw), da Organização das Nações Unidas (ONU).

A LEI MARIA DA PENHA TEM COMO OBJETIVO

● Criar mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar


contra a mulher.
● Dispor sobre a criação de Juizados contra a violência doméstica e
familiar da mulher
● Estabelecer medidas de assistência e proteção à mulher que se
encontre em situação de violência doméstica e familiar
● No artigo 5° encontramos a definição do conceito de violência a ser
aplicado perante todo o diploma legal. Veja :
● Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar
contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que
lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e
dano moral ou patrimonial.
● Contudo, é importante salientar que os efeitos da Lei Maria da
Penha não se restringem apenas ao ambiente doméstico e familiar.

CICLO DA VIOLÊNCIA

Apesar de a violência doméstica ter


várias faces e especificidades, a psicóloga
norte-americana Lenore Walker
identificou que as agressões cometidas em
um contexto conjugal ocorrem dentro de
um ciclo que é constantemente repetido.

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● 1a fase: Ato de tensão – em um primeiro momento, o ofensor se


utiliza de insultos, ameaças, xingamentos, raiva e ódio. Tais
comportamentos fazem com que a vítima se sinta culpada, com
medo, humilhada e ansiosa. A tendência é que o comportamento
passe para a fase 2.
● 2a fase: Ato de violência – nessa fase, as agressões tomam uma
maior proporção, levando a vítima a se esconder na casa de
familiares, buscar ajuda, denunciar, pedir a separação ou, até
mesmo entrar em um estado de paralisia impedindo qualquer tipo
de reação.
● 3a fase: Ato de arrependimento e tratamento carinhoso, conhecido
também como “Lua de mel’’ – o ofensor se acalma, pede perdão,
tenta apaziguar a situação afirmando que nunca mais vai repetir
tais atos de violência. Isso faz com que a vítima lhe dê “mais uma
chance’’, inclusive por fatores externos como o bem-estar dos filhos
e da família. Por fim, quando essa fase se encerra, a 1a fase volta a
ocorrer, caracterizando o ciclo de violência. (Fonte: TJPR)

DESIGUALDADE DE GÊNERO

A desigualdade, longe de ser natural, é posta pela tradição cultural,


pelas estruturas de poder, pelos agentes envolvidos na trama de relações
sociais. Nas relações entre homens e entre mulheres, a desigualdade de
gênero não é dada, mas pode ser construída, e o é, com frequência.
(SAFFIOTI, 2004, p. 75).

VIOLÊNCIA DE GÊNERO

Podemos definir como qualquer tipo de agressão física, psicológica,


sexual ou simbólica contra alguém em situação de vulnerabilidade devido
a sua identidade de gênero ou orientação sexual.

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COMO SE DÁ A ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA NO ENFRENTAMENTO


NOS CASOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA?

A psicologia trabalha em diversos serviços que atendem diretamente


às mulheres em situação de violência, geralmente compostos por equipe
multidisciplinar, como Centros de Referências da Mulher, CRAS, CREAS,
Unidades de Saúde, hospitais, Juizados de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher e DEAMs.

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA AO DIREITO DE FAMÍLIA

A psicologia contribui para o Direito de Família por meio de várias


formas, incluindo avaliação da capacidade parental, mediação familiar,
terapia familiar, avaliação de abuso e negligência, e aconselhamento
pré-divórcio. Essas contribuições envolvem ajudar a determinar a
capacidade dos pais, resolver conflitos familiares, melhorar a
comunicação e fortalecer os laços familiares, avaliar casos de abuso e
negligência, e fornecer suporte emocional durante o processo de divórcio.
A compreensão dos aspectos emocionais e das dinâmicas familiares pela
psicologia também auxilia na promoção de soluções mais justas e
saudáveis para as famílias envolvidas.

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