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Introdução à Patologia das Construções

- 1. Conceitos Iniciais sobre Patologia das Construções -

Eng. Civil Ana Paula A. Castanheira, D.Sc.

BOAS-VINDAS
E EXPLICAÇÕES INICIAIS

Bem-vindos!

Apresentação: Profª Ana Paula

Aula remota

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Chamada

Eng. Civil Ana Paula Abi-faiçal Castanheira, D.Sc.


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BOAS-VINDAS
E EXPLICAÇÕES INICIAIS

Profissional de apoio:

Alterar seu nome no Zoom, colocando


turma e nome completo, por favor!
Exemplo: 3 - João de Castro de Souza
3 – Ana Beatriz da Silva

BOAS-VINDAS
E EXPLICAÇÕES INICIAIS

Checar ZOOM: Idioma, som, vídeo,


chat.

Intervalos

Exercícios avaliativos

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durante a aula. Ative-o somente para
falar. avaliativos

DURANTE AS AULAS

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Evite se ausentar da aula remota.

Os critérios de aprovação da disciplina


continuam os mesmos: 75% de frequência e
nota igual ou superior a 7,0 pontos.

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DURANTE AS AULAS

Participe das atividades propostas pelo


professor. Elas fazem parte do processo
de avaliação.

Participe do processo de avaliação de


satisfação ao final do módulo.

DEPOIS DA AULA

Acompanhe o lançamento da nota e


frequência, no Portal do Aluno. Elas
serão registradas, em até 20 dias, após
finalização do módulo.

Caso surja alguma dúvida sobre o


conteúdo depois da aula, você poderá
assistir o vídeo da aula gravada, postado
no Ambiente Virtual de Aprendizagem
do módulo.

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Plano de Ensino

Plano de Ensino

1. Conceitos Iniciais sobre Patologia das Construções

2. Introdução aos Mecanismos de Degradação das


Estruturas de Concreto Armado

3. Considerações para Reparo de Estrutura de


Concreto Armado.
4. Considerações Importantes e Estudos de Casos.

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O uso do concreto armado é relativamente recente, não possuindo


mais que 150 anos...

Em 1671

Arquitetos com formação mais teórica, mais ligada ao desenho do projeto

Em 1672

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1897 – Primeiro Curso de Engenharia na França.

• 1908 – Mörsch (Alemanha) realiza uma série de


estudos sobre concreto, que o coloca como um líder no
conhecimento sobre o material.

• 1917 – Descoberta da vibração mecânica do concreto,


aplicação nos hangares de Orly, por Freyssinet.

• 1925-1929 – Edifício
Martinelli SP.

• Arquitetura: William
Filinger.

• Primeiro edifício alto


de São Paulo com 24
andares.

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• 1928-1931 – Edifício “A Noite”, Rio de Janeiro com 102,8 m de altura.


Projeto estrutural do Engenheiro Civil Emílio Baumgart

• 1930 – Estátua do Cristo Redentor , Rio de Janeiro

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• 1930 – Estátua do Cristo Redentor , Rio de Janeiro

Exemplos de brise-soleil.

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1897 – 1º Curso de Eng. na França.


1932 – O uso do concreto foi
regulamentado.
As escolas de Engenharia
normalmente não
incluem em sua grade
curricular os conceitos
básicos de inspeção,
diagnóstico, estudo de
alternativas e projetos de
intervenção e
manutenção das
edificações.

PATOLOGIA, O QUE É?
A palavra PATOLOGIA deriva
etimologicamente das palavras gregas:
“Pathos” = doença e
“Logos” = estudo
Trata-se de um conceito antigo na
medicina que quer dizer “...parte da
medicina que cuida do estudo das
doenças”.

Dórea, S. - UFS, setembro'2008

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PATOLOGIA, O QUE É?
Portanto, para nós, da
Construção Civil, a
PATOLOGIA é a “ciência
que estuda os problemas
construtivos das edificações,
as suas causas, origens e
terapias”.
Dórea, S. - UFS, setembro'2008

PROCESSO PATOLÓGICO
Para cuidar de uma doença o médico precisa,
antes de mais nada, compor o diagnóstico da
mesma.
Com relação às doenças das construções,
fazemos o mesmo: é necessário
diagnosticar, ou seja, conhecer o seu
mecanismo de ocorrência, sua origem,
suas causas, sua evolução, seus
sintomas e o seu estado atual.
Dórea, S. - UFS, setembro'2008

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Assim...
A Patologia das Construções pode ser entendida
como a parte da engenharia que estuda:

Os sintomas;
O(s) mecanismo(s);
As causas; e
As origens dos defeitos das construções.

A compreensão das manifestações patológicas, seus


fenômenos e mecanismos é importante tanto nas
intervenções para recuperação, como também na
produção de obras mais duráveis.

ANALOGIA
ETAPAS MEDICINA ENGENHARIA CIVIL

• Tipo de estrutura
• Idade, sexo etc.
• Tipo de fundação
• Alergias
ANAMNESE • Materiais utilizados e vida útil
• História de doenças
• Carregamento
• Vacinas
• Tempo de construção
• Sintomas fisiológicos • Levantamento de dados
• Sintomas psíquicos • Tipologia dos danos
DIAGNÓSTICO
• Ocorrência • Ocorrência
• Definição da causa • Causas dos danos
• Convivência com os danos
• Nenhum (defesa natural)
• Estabilização natural
• Tópico (remédios,
• Reforço localizado (alguns
TRATAMENTO tratamentos etc.)
pilares)
• Generalizado (operação,
• Reforço generalizado (todos os
transplante etc.)
pilares)

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De acordo com a Norma de Desempenho


NBR 15.575-1/2013

PATOLOGIA:

“É a não conformidade que se manifesta no produto


em função de falhas no projeto, na fabricação, na
instalação, na execução, na montagem, no uso ou na
manutenção, bem como problemas que não
decorram do envelhecimento natural”.

PROCESSO PATOLÓGICO

A esse conjunto de aspectos que


compõem o diagnóstico denominamos
de PROCESSO PATOLÓGICO!

Se o diagnóstico for bem feito,


facilmente será sanada a doença!

Dórea, S. - UFS, setembro'2008

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ESTUDO PATOLÓGICO

O ESTUDO PATOLÓGICO compreende


as fases de diagnóstico (compreensão do
processo) + estratégia de reparação +
hipóteses de prevenção.
Nesse estudo, a primeira etapa a ser
considerada é o SINTOMA da doença,
ou seja, a queixa do paciente!

Dórea, S. - UFS, setembro'2008

Sintoma

Falha = Lesão = Dano  manifestações


ou sintomas de um problema
construtivo que fazem parte de um
processo patológico.
Já o sinistro é o que causa
dano ou prejuízo à
edificação.

Dórea, S. - UFS, setembro'2008

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EXEMPLOS DE
SINISTROS / COLAPSOS

EXEMPLO DE
SINISTRO / COLAPSO

Dois prédios
desabaram na
manhã de
segunda-feira ,
1/9/2008, em
Muriaé/MG.

Foto: Livia Ciccarini/”O Tempo”/AE (2008)

Dórea, S. - UFS, setembro'2008

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EXEMPLO DE
SINISTRO / COLAPSO

Prédio em
construção
desaba em RS

Fonte: Jornal Zero Hora (01/09/08)

EXEMPLO DE
SINISTRO / COLAPSO
Estádio de futebol – Fonte Nova – colapso causou a
morte de 7 pessoas (Salvador/BA)
“Confirmado o colapso da estrutura devido à corrosão na
armadura de ligação entre a superfície inferior da viga e o
engaste da laje”, conforme relatório da perícia.

Dórea, S. - UFS, setembro'2008

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EXEMPLO DE UMA PATOLOGIA

Corrosão  lesão no
aço que provoca
perda de massa.

Principal sintoma:
mancha marrom no
elemento adjacente e
fissuras longitudinais
à armadura.

Dórea, S. - UFS, setembro'2008

Película passivadora formada por


C
uma camada impermeável de óxido
de cálcio .

pH ≈ 12 a 13,6

C = camada de cobrimento
nOH-
M+n

Zona Zona anódica


catódica
ne-
(Corroída = cede elétrons)

Metal

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NESSE EXEMPLO
A Patologia estudará:
Mecanismo de ocorrência ;
Origem e prováveis causas;
Evolução;
Sintomas;
Estado atual;
Correção da lesão; e
Prevenção.

Dórea, S. - UFS, setembro'2008

UM POUCO DE HISTÓRIA...

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UM POUCO DE HISTÓRIA...

Há 4 mil anos, na Mesopotâmia, existiam


regras com o objetivo de prevenir defeitos
nos edifícios que constituiu o CÓDIGO DE
HAMMURABÍ, sendo este considerado o
primeiro documento sobre Patologia das
Construções.

CÓDIGO DE HAMMURABI

Esse Código é constituído por 5 regras:


1. Se um construtor faz uma casa para um
homem e não a faz firme e o seu colapso
causa a morte do dono da casa, o
construtor deverá morrer;
2. Se causa a morte do filho do dono da casa,
o filho do construtor deverá morrer;

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- 1. Conceitos Iniciais sobre Patologia das Construções -

CÓDIGO DE HAMMURABI

3. Se causa a morte de um escravo do


proprietário da casa, o construtor deverá
dar ao proprietário um escravo de igual
valor;

4. Se a propriedade for destruída, ele deverá


restaurar o que foi destruído por sua
própria conta;

CÓDIGO DE HAMMURABI

5. Se um construtor faz uma casa


para um homem e não a faz de
acordo com as especificações e
cai uma parede, o construtor
reconstruirá a parede por sua
conta.

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“O que os profissionais de engenharia e de arquitetura


devem fazer para construírem e manterem as
edificações com maior durabilidade?”

EXIGÊNCIAS DE DURABILIDADE
- NBR 12655:2015 -

“As estruturas de concreto armado devem ser projetadas e


construídas de modo que, sob condições ambientais
previstas na época do projeto e quando utilizadas
conforme preconizada em projeto, apresentem segurança,
estabilidade e aptidão em serviço durante o período
correspondente à sua vida útil, de acordo com o que
estabelece a ABNT NBR 6118.”

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Segundo ASTM1, a vida útil ou vida em serviço


de um material ou componente de uma
edificação é o período de tempo, depois da
instalação, em que todas as propriedades são
superiores a um valor mínimo aceitável, quando
rotineiramente mantidos.

1American Society Testing and Materials

De acordo com a Norma de Desempenho


NBR 15.575-1/2013

VIDA ÚTIL:

“É o período de tempo em que um edifício e/ou seus


sistemas se prestam às atividades para as quais
foram projetados e construídos considerando a
periodicidade e correta execução dos processos de
manutenção especificados no respectivo Manual de
Uso, Operação e Manutenção (a vida útil não pode ser
confundida com prazo de garantia legal e certificada)”.

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De acordo com a Norma de Desempenho


NBR 15.575-1/2013

VIDA ÚTIL DE PROJETO:

“É o período estimado de tempo para o qual um


sistema é projetado a fim de atender aos requisitos de
desempenho estabelecidos nesta norma, considerando o
atendimento aos requisitos das normas aplicáveis, o
estágio do conhecimento no momento do projeto e
supondo o cumprimento da periodicidade e correta
execução dos processos de manutenção especificados no
respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção”.

De acordo com a Norma de Desempenho


NBR 15.575-1/2013

CRITÉRIO – VIDA ÚTIL DE PROJETO


“O projeto deve especificar o valor teórico para a Vida
Útil de Projeto (VUP) para cada um dos sistemas que o
compõem, não inferiores aos estabelecidos na Tabela
14.1, e deve ser elaborado para que os sistemas
tenham uma durabilidade potencial compatível com a
Vida Útil de Projeto (VUP)”.

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De acordo com a Norma de Desempenho


NBR 15.575-1/2013

De acordo com a Norma de Desempenho


NBR 15.575-1/2013

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De acordo com a Norma de Desempenho


NBR 15.575-1/2013

“Cabe ao PROJETISTA o papel de especificar


materiais, produtos e processos que atendam o
desempenho mínimo estabelecido nesta Norma com
base nas Normas prescritivas e no desempenho
declarado pelos fabricantes dos produtos a serem
empregados em projeto”.

1. VIDA ÚTIL DE PROJETO – Estimada subjetivamente a


partir de modelos de deterioração.

2. VIDA ÚTIL DE SERVIÇO - Vai até o surgimento de


manifestações patológicas inadmissíveis.

3. VIDA ÚTIL RESIDUAL – Estimada ou avaliada em


condições de ocorrência de manifestações patológicas
inadmissíveis.

4. VIDA ÚTIL TOTAL - Até a ruptura ou colapso parcial.

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- 1. Conceitos Iniciais sobre Patologia das Construções -

DESEMPENHO

MÍNIMO

VIDA ÚTIL TEMPO

DESEMPENHO

FALHA OU MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA

MÍNIMO

VIDA ÚTIL TEMPO

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DESEMPENHO

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

MÍNIMO

VIDA ÚTIL TEMPO

1. A queda natural de desempenho é prevista e


ocorre ao longo do tempo;

2. Os agentes de deterioração são comuns às


atividades humanas e atuam sobre a edificação; e

3. Atividades de manutenção visam manter as


características de segurança, funcionalidade e
estética previstos (projeto) ao longo da vida útil.

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Desempenho ao longo do tempo de um elemento, instalação ou sistema construtivo.


Livro Materiais de Construção Civil - IBRACON (2007)

?
A pergunta que não quer calar...

Vida útil é mensurável?


Se é... Como medi-la?

Protótipo  próprio
produto - o edifício.

Ensaios de envelhecimento
acelerado.

Modelos matemáticos.
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Vida útil é mensurável?

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É a capacidade que um produto,


componente ou construção possui de
manter o seu desempenho acima
de níveis mínimos especificados, de
maneira a atender as exigências dos
usuários, em cada situação
específica (CIB W80/RILEM 71 -PSL,
1983).

De acordo com a Norma de Desempenho


NBR 15.575-1/2013

DURABILIDADE:

“É a capacidade da edificação ou de seus


sistemas desempenhar suas funções, ao longo
do tempo e sob condições de uso e
manutenção especificadas”.

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O Eurocode Nº 2 (1989), define que: “Para


assegurar uma adequada durabilidade das
estruturas, deverão ser considerados os
seguintes fatores inter-relacionados:

O uso da estrutura;
Os critérios requeridos para o desempenho;
As condições de exposição ao meio ambiente;
As propriedades, composições e desempenho dos
materiais;

Tipos dos elementos e o detalhamento


estrutural;

A qualidade de mão de obra e nível de controle;

As medidas particulares de proteção; e

A provável manutenção durante a pretendida vida


útil.

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 Lixiviação: cimentos CP III e CP IV

 Álcali- sílica: CP III e CP IV

 Ambientes propícios à carbonatação: CP I, CPII e CPV

 Ambientes contaminados por cloretos: CP III e CPIV

 Solo ou água contaminados por sulfatos: CPRS

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Os problemas patológicos tendem a se agravar com o tempo e as


consequências sobre a estrutura podem ser significativas, tanto do
ponto de vista da resistência como da durabilidade.

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Desempenho É o comportamento de um
produto, componente ou edificação em relação ao
seu uso.

A metodologia básica para aplicação do conceito


de desempenho pode ser resumida como a
definição de condições quantitativas e qualitativas
a serem atendidas pelo edifício e suas partes, a
partir das exigências do usuário a serem satisfeitas
nas condições de exposição a que será submetido o
edifício.

De acordo com a Norma de Desempenho


NBR 15.575-1/2013

DESEMPENHO:

“É o comportamento em uso
de uma edificação e de seus sistemas”.

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Figura – Variação do desempenho de uma estrutura de concreto armado ao


longo do tempo (Medeiros, M. H. F.; Helene, P; Andrade, J. J. O., 2011).

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(Dal Molin, 1988)

“Predizer as consequências da não


realização de uma intervenção ao
longo do tempo, baseado em um
estudo detalhado e coerente, que
tenha resultado em um diagnóstico do
problema. Além do diagnóstico, são
necessárias informações sobre a
cinética do mecanismo que esteja
afetando a estrutura.”

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A agressividade do meio ambiente se


refere às ações físicas e químicas que
atuam sobre as estruturas de concreto,
independentemente das ações
mecânicas, das variações volumétricas
de origem térmica, da retração
hidráulica e outras previstas no
dimensionamento das estruturas de
concreto.

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Tabela 6.1 – Classe de agressividade ambiental

Classe de Classificação
Risco de
agressividade geral do tipo de
Agressividade deterioração da
ambiental ambiente para
estrutura
(CAA) efeito de projeto

I fraca Rural insignificante

II moderada Urbana 1 ) 2) pequeno


Marinha 1 )
III forte grande
Industrial 1 ) 2)
Industrial 1 ) 3)
IV muito forte elevado
Respingo de maré
NBR 6118:2014.

1) Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade


mais branda (em um nível acima) para ambientes internos secos
(salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de
apartamentos residenciais e conjuntos residenciais e conjuntos
comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e
pintura.
2) Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (um nível
acima) em: obras em regiões de clima seco, com umidade relativa do
ar menor ou igual a 65%, com partes da estrutura protegidas de
chuva em ambientes predominantemente secos, ou regiões onde
chove raramente.
3) Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais,
galvanoplastia, branqueamento em indústrias de celulose e papel,
armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.
6.4.3 O responsável pelo projeto estrutural, de posse de dados relativos ao
meio ambiente em que está construída a estrutura pode considerar
classificação mais agressiva que a estabelecida na Tabela 6.1

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CLASSE DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL


X
QUALIDADE DO CONCRETO

NBR 12655:2015.

Tab 7.2 – Correspondência entre a Classe de Agressividade


Ambiental e o Cobrimento Nominal para C = 10 mm

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REQUISITOS MÍNIMOS DE DURABILIDADE


PARA CONDIÇÕES ESPECIAIS DE EXPOSIÇÃO

(a/c) (fck)

NBR 12655:2015.

De acordo com a Norma de Desempenho


NBR 15.575-1/2013

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Entende-se por patologia a ciência que estuda a


perda de desempenho de um produto, componente
ou construção devido a erros de:
• Planejamento;
• Projeto;
• Execução;
• Fabricação de materiais fora do canteiro;
• Uso; e/ou
• Deterioração precoce (antes do término da vida útil de
projeto) proveniente de sua interação com o meio
ambiente.

Manifestações Patológicas

Degussa, 2005.

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Como a falta de qualidade pode


gerar lesões nas construções?
Para esse caso, existem causas
“indiretas” importantes a serem
consideradas, tais como:
Desqualificação da mão-de-
obra
Ausência de
processo/padronização
Falta de
treinamento/motivação
Gestão ineficiente/ausente

Dórea, S. - UFS, setembro'2008

Consequências das lesões


nas construções

Comprometimento dos aspectos


estéticos;
Redução da capacidade resistente; e
Colapso parcial ou total da
edificação.

Eng. Civil Ana Paula Abi-faiçal Castanheira, D.Sc.


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Introdução à Patologia das Construções
- 1. Conceitos Iniciais sobre Patologia das Construções -

Custos das falhas em obras de


construção civil

Impacto do custo das falhas


no custo da obra = 2,87%
Índice = 212 defeitos /
1000m2 de área construída
Custo de correção dos
defeitos = 15,84 vezes
mais/m2 de área construída
Fonte: BERNARDES, C. at all (1998).
Qualidade e o custo das não-
conformidades em obras de construção
civil.

Custos de Intervenção
na Estrutura

Os custos crescem
exponencialmente
à medida que a
intervenção tarda
em acontecer para
atingir um certo
nível de durabili-
dade e proteção
das estruturas.

Progressão geométrica de razão 5


– Lei dos 5 ou regra de Sitter -

Eng. Civil Ana Paula Abi-faiçal Castanheira, D.Sc.


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Introdução à Patologia das Construções
- 1. Conceitos Iniciais sobre Patologia das Construções -

Custos de Intervenção na Estrutura


Significado da Lei dos 5 (ou
Lei de Sitter), de acordo com
a fase de intervenção:
Fase de Projeto – Custo 1
Fase de Execução – Custo 5
Fase de Manutenção
Preventiva – Custo 25
Fase de Manutenção
Corretiva – Custo 125

Figura: Evolução dos custos de intervenção em função da fase da vida da


estrutura Fonte: CEB – Comité Euro-Internacional Du Béton,1984 apud Helene, 1992.

De acordo com o Código Modelo MC-90 (1991):

Deve existir cooperação entre as quatro partes envolvidas em uma


edificação:

• Proprietário: Definindo demandas presentes e


futuras em relação à edificação;

• Projetistas: Preparando especificação de projeto,


propostas de métodos de controle de
qualidade e condições de utilização;
• Construtor: Obedecendo às diretrizes de projeto,
durante a execução; e
• Usuários: Responsáveis, em geral, pela manutenção
da estrutura durante o seu uso.

Eng. Civil Ana Paula Abi-faiçal Castanheira, D.Sc.


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Introdução à Patologia das Construções
- 1. Conceitos Iniciais sobre Patologia das Construções -

Segurança estrutural
Conforto acústico
Segurança ao fogo
Conforto tátil
Segurança na utilização
Higiene
Estanqueidade
Adaptação e utilização
Conforto higrométrico
Durabilidade
Atmosféricas
Economia
Conforto visual

É o conjunto de atividades desenvolvidas


com o objetivo de manter a edificação com
suas características de segurança,
funcionalidade, desempenho e estética
previstos, dentro de custos pré-definidos.

Eng. Civil Ana Paula Abi-faiçal Castanheira, D.Sc.


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Introdução à Patologia das Construções
- 1. Conceitos Iniciais sobre Patologia das Construções -

As várias causas e necessidades de


intervenção nas edificações estão muitas
vezes associadas à não inclusão de
manutenção preventiva nas fases de
planejamento e execução, o que pode levar a
elevados custos de manutenção corretiva.

Eng. Civil Ana Paula Abi-faiçal Castanheira, D.Sc.


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