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FACULDADE DE COMUNICAÇÃO
RÁDIO, TV E INTERNET
A impermanência do ser:
um documentário sobre relações e identidade
Juiz de Fora
2023
Geovana Santiago Barros
Priscilla da Rocha Tostes
Vinicius Miguel
A impermanência do ser:
um documentário sobre relações e identidade
Juiz de Fora
2023
SUMÁRIO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 05
3 OBJETIVOS 09
3.1 OBJETIVO GERAL
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
4 METODOLOGIA 10
4.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
4.2 PESQUISA DOCUMENTAL
4.3 MÉTODOS E TÉCNICAS
4.3.1 PRÉ-PRODUÇÃO
4.3.2 PRODUÇÃO
4.3.3 PÓS-PRODUÇÃO
5 PREVISÃO DA ESTRUTURA 12
REFERÊNCIAS 00
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escritor e poeta Vietnamita, tem uma frase que exprime bem o conceito de impermanência,
tão caro para nós: "Você não sofre porque as coisas são impermanentes, você sofre porque as
coisas são impermanentes e você acha que elas são permanentes". É esta luta contra a
mudança que nos paralisa, nos adoece e nos sabota.
A Monja Coen Sensei explica que esta resistência às mudanças acontece pois “o ser, o
Eu, por definição é uma estrutura invariante – se modifica ao longo do tempo longo, mas no
curto e médio espaço de tempo, se mantém medianamente constante”. Há uma “falsa”
sensação de controle: do emprego, da família, do tempo, das aspirações… Este pseudo
domínio das situações (que não são controladas por nós) faz com que nos tornemos mais e
mais frustrados pela verdade nua e crua: não podemos controlar tudo.
Para além de nosso interesse pelo tema, as reflexões em torno do assunto também se
mostram relevantes ao observarmos o cenário alarmante do Brasil, no que diz respeito à saúde
mental. Segundo uma matéria publicada pelo G1¹, de acordo com o último grande
mapeamento global de transtornos mentais, realizado pela OMS em 2023, o Brasil possui a
população com a maior prevalência de transtornos de ansiedade do mundo. Para se ter uma
ideia, aproximadamente 9,3% dos brasileiros sofrem de ansiedade patológica.
Por conseguinte, acreditamos que o documentário nos ajudará a compreender esse
fenômeno, tão inerente ao ser humano, e estimular este entendimento a partir de um novo
olhar, acerca das transformações e impermanência das relações e identidades dos sujeitos.
Para isso, vamos explorar a potência que o formato documentário tem para propor ideias e
levantar reflexões, através da construção da narrativa, do entendimento da linguagem e da
escolha dos personagens.
_________________
1 Disponível em:
<https://g1.globo.com/saude/noticia/2023/02/27/por-que-o-brasil-tem-a-populacao-mais-ansiosa-do-mundo.ghtml>
Acesso em: 10,maio, 2023.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Muito se discute sobre a definição do gênero documentário, se ele seria uma verdade
cinematográfica em si, uma representação criativa da realidade ou até mesmo uma não-ficção,
sem nenhuma encenação. Dentro dessa perspectiva, preocupava-se apenas com o teor político
que o gênero trazia e não com sua forma fílmica, porém, com o tempo foi sendo valorizado
tanto o formato quanto às questões que o documentário aborda. Em seu livro Introdução ao
documentário, Bill Nichols discorre sobre o papel do gênero e como os indivíduos
experimentariam certas situações da vida como a morte, a justiça, a vida familiar, entre outras.
Sob essa ótica, o importante é destacar que o documentário surge basicamente “[...]
com o desejo de cineastas e escritores de compreender como as coisas chegaram ao ponto em
que estão hoje,” (NICHOLS, Bill, Introdução ao documentário, 2005, p.116) ele não é
propriamente uma verdade cinematográfica mas uma representação da realidade por meio da
visão de alguém.
Eduardo Coutinho é um dos importantes documentaristas brasileiros que carrega esse
desejo retratado em sua trajetória fílmica por meio de experiências únicas e um dispositivo
crucial para atingir com profundidade seus personagens em diversas situações da vida. O
diretor é conhecido pelas suas conversas, muito mais do que apenas entrevistas, nas quais não
está preocupado em checar a veracidade das falas mas sim em captar aquele momento de
respiro antes de uma confissão que determinado personagem não diria em nenhum outro
momento “[...] Às vezes eu sei aonde eu vou chegar. Mas como eu vou chegar eu nunca sei. O
que interessa são as digressões, hesitações, retomadas de texto, gaguejadas, lapsos
extraordinários.” (FROCHTENGARTEN, Fernando, 2009, A entrevista como método: uma
conversa com Eduardo Coutinho, p.129).
Nesse sentido, para o cineasta apenas o rosto que fala e seus gestos bastam, ele não
está preocupado em ilustrar as falas com imagens de cenário, objetos, com a corroboração de
uma trilha, está interessado apenas na incerteza, no que não é premeditado, na provocação de
fazer a pessoa sair dela mesma. Por conseguinte, os métodos abordados por Eduardo serão
grandes guias na produção desse documentário com um tema subjetivo e delicado a fim de
atingir a profundidade de cada personagem.
Além disso, Silvio Da-Rin, discute sobre o processo de idealização das obras
documentais de Eduardo Coutinho dentro de uma perspectiva de produção e levanta reflexões
pertinentes acerca da relação diretor e personagem. No prefácio da obra “Sete Faces de
Eduardo Coutinho” (2019), o autor conta sobre o processo de curadoria dos personagens para
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o documentário “Santo Forte” (1999). O autor diz que Coutinho se negava a encontrar
previamente seus entrevistados, a fim de não perder a aura do primeiro contato com os
personagens no momento das gravações.
“[...] O momento da filmagem era sagrado, o “presente absoluto” que possibilitava
uma fabulação reveladora, um corpo que fala não só por meio de palavras, mas por meio de
toda uma gestualidade que faz parte da performance autoral. Diante da câmera nunca estava
um “tipo”, representante de alguma categoria, mas um ser humano singular e irredutível, com
quem o diretor tratava seu primeiro contato.” (MATTOS, Carlos Alberto. 2019, Sete Face de
Eduardo Coutinho, p.14)
Na obra “Apartamento 608: Coutinho.doc” (2009), a diretora Beth Formaggini, mostra
os bastidores da produção do documentário "Edifício Master” (2002). "Bem mais que um
making off, é a explicação de um método.” Assim é apresentado o filme para o público.
Bebendo da água das reflexões levantadas pelo documentário, é possível ver as angústias do
processo criativo de Eduardo Coutinho e as estratégias adotadas para a curadoria dos
personagens e a realização das entrevistas. Seguindo os moldes de “Santo Forte” (1999), as
entrevistas também foram feitas com o diretor tendo o primeiro contato com os entrevistados
no ato das filmagens.
No livro “Sete faces de Eduardo Coutinho” (2019), Carlos Alberto Mattos aponta
dez “mandamentos” do cinema documental proposto por Coutinho, os quais podem servir
como referenciais ao longo de todo o processo do documentário. A seguir, listamos os dez
“mandamentos”.
1. Obedecer às “prisões”: Coutinho criava dispositivos, restrições espaciais e temporais,
para substituir o roteiro e guiar as atenções de toda a equipe. Tais prisões podem ser
temas, locais ou tempo determinado para a filmagem, por exemplo. Coutinho
acreditava que quanto mais limitadora a “prisão”, mais interessante se tornaria o
processo criativo.
2. Interessar-se pelo outro: Na maioria dos filmes, Coutinho se debruçou em situações e
ambientes que fugiam do seu cotidiano, como em “O Fio da Memória” (1991), “Santa
Marta: Duas Semanas no Morro” (1987), “Peões” (2004), dentre outros. O diretor tem
sempre o cuidado de, ao mesmo tempo, não se mostrar superior aos seus personagens,
nem endeusá-los.
3. Buscar o momento único: Coutinho sempre esteve preocupado com o “aqui e agora”.
“A palavra do outro é provocada por minha presença com a câmera, e a experiência
narrada não é exatamente igual ao que a pessoa viveu; e ela nunca vai dizer, nem antes
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3 OBJETIVOS
4 METODOLOGIA
central o preparativo para a virada de século e, como pano de fundo, expectativas para o ano
novo. Coutinho, a partir de uma pergunta-chave: “Como está sua expectativa para o novo
milênio?”, extrai de seus personagens um balanço sobre suas vidas.
Desse modo, queremos pensar numa pergunta-chave para falarmos sobre a
impermanência, mas sem citá-la literalmente, até para não ficar tendenciosa a conversa. “[...]
Essa pessoa que aparentemente não sabe nada tem uma extraordinária intuição do que você
quer. Se o entrevistador quiser respostas de protesto, de 'esquerda', ele vai ter; se quiser o
contrário, vai ter também. Essa é uma das coisas mais importantes a se quebrar, não sugerir ao
outro o que você quer.”
4.3.1 PRÉ-PRODUÇÃO
Durante a pré-produção, o roteiro será desenvolvido apoiando-se na pesquisa realizada
previamente. Ao mesmo tempo em que tal pesquisa acontece, iremos buscar personagens e
cenários que se relacionem com a narrativa e reflexões propostas. Além disso, será feito o
cronograma de planejamento do projeto prático.
4.3.2 PRODUÇÃO
Durante a produção do documentário, já com os personagens escolhidos, será definida
a fotografia e a iluminação dos espaços onde acontecerão as filmagens. Nessa fase de
planejamento, iremos estudar mais profundamente o uso de lentes e planos que façam com
que os relatos fiquem mais íntimos e próximos do público, da maneira como quisermos. E,
obviamente, ocorrerá a gravação do documentário, que vai ser um grande estudo de campo
sobre o tema escolhido: impermanência.
4.3.3 PÓS-PRODUÇÃO
Nesta última etapa, ocorrerá a gravação das nossas narrações (de acordo com a
necessidade do roteiro), a edição de áudio e vídeo do conteúdo gravado e a colorização. Além
disso, vamos planejar um possível lançamento do documentário para que ele atinja o maior
número de pessoas possível, na tentativa de cumprir seu papel social.
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5 PREVISÃO DA ESTRUTURA
1 INTRODUÇÃO
5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
AGUIAR, André Andrade de. Avaliação da microbiota bucal em pacientes sob uso crônico
de penicilina e benzatina. 2009. Tese (Doutorado em Cardiologia) – Faculdade de Medicina,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
BEETHOVEN, Ludwig van. Neunte symphonie: op. 125. Orquestra. Leipzig: Breitkopf &
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_Serie_1_Band_3_B_9.jpg. Acesso em: 20 jun. 2012.
BRAHMS, Johannes. Sonate für Klavier und Violoncello: e-mol opus 38. München: G.
Henle, 1977. 1 partitura.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da
União: seção 1, Brasília, DF, ano 139, n. 8, p. 1-74, 11 jan. 2002.
DOREA, R. D.; COSTA, J. N.; BATITA, J. M.; FERREIRA, M. M.; MENEZES, R. V.;
SOUZA, T. S. Reticuloperitonite traumática associada à esplenite e hepatite em bovino: relato
de caso. Veterinária e Zootecnia, São Paulo, v. 18, n. 4, p. 199-202, 2011. Supl. 3.
GODINHO, Thaís. Vida organizada: como definir prioridades e transformar seus sonhos em
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JOHN Mayall & The Bluesbreakers and friends: Eric Clapton, Chris Barber, Mick Taylor:
70th birthday concert. [London]: Eagle Rock Entertainment, 2003. 1 disco bluray (ca. 159
min).
LANKES, R. David. Expect more: melhores bibliotecas para um mundo complex. São
Paulo: FEBAB, 2016. 172p.
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mar. 2010.
MARÇAL JUNIOR, Oswaldo. Prefácio In: FUCHS, Angela Maria Silva; FRANÇA, Maira
Nani; PINHEIRO, Maria Salete de Freitas. Guia para normalização de publicações
técnico-científicas. Uberlândia: EDUFU, 2013. p. 19-20.
PODCAST LXX: Brasil: parte 3: a república. [Locução de]: Christian Gutner. [S. l.]: Escriba
Café, 19 mar. 2010. Podcast. Disponível em:
http://www.escribacafe.com/podcast-lxx-brasil-parte-3-a-republica/. Acesso em: 4 out. 2010.
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Disponível em: http://www.brazilnet.com.br/contexts/brasilrevistas.htm. Acesso em: 28 nov.
1998.