Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ARITMÉTICA
1
NOSSA HISTÓRIA
2
Sumário
ARITMÉTICA E ESTRATÉGIAS DE RESOLUÇÃO ARITMÉTICA .................... 1
NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4
2.ORIGEM, AGRUPAMENTO E CONTAGEM NOS SISTEMAS DE
NUMERAÇÃO .................................................................................................... 5
2.1 Os indicadores de sentido numérico ......................................................... 6
3. OS NÚMEROS NATURAIS E AS OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS ........... 10
3.1Números naturais..................................................................................... 10
3.1.1 Ajudando seu aluno a conceituar números naturais......................... 11
3.1.2 Sistema Decimal .............................................................................. 12
3.1.3 A ordenação dos números naturais.................................................. 15
3.1.4 A reta numérica ................................................................................ 16
3.1.4 As Centenas ..................................................................................... 17
3.2 Operações Fundamentais ....................................................................... 18
3.2.1Adição e Subtração ........................................................................... 19
3.2.2 Multiplicação e Divisão ..................................................................... 23
4. OS ALGORITMOS DAS OPERAÇÕES ARITMÉTICAS .............................. 27
4.1 O Algoritmo da Adição ............................................................................ 29
4.2 O Algoritmo da Subtração....................................................................... 30
4.3 O Algoritmo da multiplicação .................................................................. 31
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 33
3
1. INTRODUÇÃO
É fácil ver, que nossas escolas estão repletas de alunos com níveis
diferentes de motivação para aprender, que possui dificuldades de desenvolver
o anseio em instruir-se. Segundo Perrenoud (2000) a competência profissional
se constitui na busca de um variado acervo de dispositivos e de sequências na
sua adaptação ou construção para fazer com que se aprenda. O grande
obstáculo é atender as especificidades de cada indivíduo, pois organizar e dirigir
situações de aprendizagem demanda tempo estrutura e recursos, e aos nossos
professores coube, em sua prática, à missão de desenvolver estratégias que
reforçam ou fortaleçam o desejo de aprender do estudante.
A aritmética é o ramo mais elementar e antigo da matemática, lida com
as operações possíveis entre os números; é utilizada por quase todo ser
humano: seja em tarefas cotidianas, seja em tarefas científicas ou negociais. As
quatro operações matemáticas mais elementares (adição, subtração,
multiplicação e divisão) são a aritmética elementar.
O Ensino primário em matemática, muitas vezes coloca um forte foco
em algoritmos para a aritmética de números naturais, inteiros, frações, e
decimais (usando o sistema local de valor decimal).
4
2.ORIGEM, AGRUPAMENTO E CONTAGEM NOS
SISTEMAS DE NUMERAÇÃO
5
Contar e agrupar são ações que permitem controlar, comparar e
representar quantidades. Daí a importância de propor atividades para os alunos
que exijam a contagem de uma coleção de objetos por meio de seu agrupamento
em quantidades menores.
6
e estratégias de resolução diferentes daquelas adotadas no contexto escolar,
que se apoiam na matemática escrita e em procedimentos algorítmicos. O que
caracteriza o cálculo mental é o fato de se operar sobre os números e não sobre
os algarismos, o que favorece que o aluno não perca o significado das operações
que realiza, associando sempre os números a algum referente (quantidade de
dinheiro, de pessoas, de objetos, do comprimento ou altura de um objeto, etc.).
Através do cálculo mental são estabelecidas relações numéricas importantes
que se relacionam às propriedades das operações (distributividade,
comutatividade, associatividade, etc.).
A composição e a decomposição tem por base a noção de valor
posicional e, em última instância, a compreensão do sistema numérico decimal
(entender que 534 pode ser decomposto em 500+ 30 + 4) e das operações
aritméticas (compreender que R$ 23,80 equivale a 2 cédulas de R$ 10 + 3
moedas de R$ 1 + 8 moedas de 10 centavos), sobretudo em situações-problema
que envolvem a adição ou a subtração.
Além disso, as aproximações, os arredondamentos e o uso de pontos de
referência também caracterizam esta forma flexível de resolução de problemas.
Os pontos de referência estão relacionados a outro indicador de sentido
numérico que está associado ao uso de estimativas, como discutido adiante. Por
serem distintos dos procedimentos escolares típicos da matemática escrita e do
uso procedimentos algorítmicos, esses procedimentos alternativos raramente
são valorizados e explorados apropriadamente no contexto escolar. Na
realidade, estimular esses procedimentos e associá-los a procedimentos
algorítmicos pode favorecer a compreensão acerca das relações matemáticas
que estão subjacentes aos algoritmos e relacionadas às propriedades das
operações.
7
estimativas quando não é necessário realizar cálculos numéricos precisos e nem
tampouco empregar procedimentos algorítmicos.
Utilizar pontos de referência é importante para avaliar a pertinência ou
não de uma resposta, para fazer aproximações numéricas (arredondamentos)
de modo a facilitar a realização de cálculos mentais e para fazer medições de
grandezas diversas. É importante ressaltar que muitas composições e
decomposições empregadas nos cálculos mentais se baseiam em pontos de
referência. Por exemplo, em problemas de adição e de subtração, as crianças
podem utilizar pontos de referência com a base 10, como quando ao somar 7 +
9, fazem 7 + 10 – 1. Outro ponto de referência muito utilizado é o dobro, como
ao somar 7 + 9, fazendo 7 + 7 + 2.
A estimativa permite uma menor ênfase na quantificação numérica e
maior ênfase nos princípios subjacentes ao conhecimento matemático. Em
inúmeras ocasiões, observamos que as crianças compreendem alguns
conceitos matemáticos antes mesmo de adquirirem habilidades de computação
numérica. Embora uma noção desenvolvida dos conceitos matemáticos requeira
quantificações numéricas precisas, é importante considerar que as noções mais
elementares se estruturam, inicialmente, a partir de estimativas e julgamentos
do tipo maior que, menor que, igual a. Crianças apresentam um bom
desempenho ao fazer adição de frações por estimativa quando o referencial de
metade e o de inteiro são tomados como pontos de referência.
8
Castro e Rodrigues (2009, p. 127) relatam o diálogo entre duas crianças
de 4 anos ao brincar de casinha. Quando uma delas diz: “Eu sou a mãe, tenho
12 anos.”, a outra replica de imediato: “Não podes ter 12 anos. Com 12 anos não
és mãe. Tens que ter 34 que é os anos que as mães têm.”. Este breve dialogo é
bastante ilustrativo a respeito do julgamento que faz a segunda criança ao
considerar que 12 não pode ser a idade de uma pessoa que é mãe.
Considerando a capacidade de fazer inferências sobre quantidades,
Spinillo (2006) descreve uma atividade proposta em sala de aula em que a
professora apresenta a seguinte situação-problema: descobrir, sem contar
caroço por caroço, quantos caroços de feijão há em um saco de um quilo. Sacos
de um quilo são distribuídos para cada grupo de alunos formados na sala de
aula. Alguns objetos e suportes de representação foram disponibilizados para a
realização da tarefa: lápis e papel, copos plásticos grandes e pequenos, potes
de vidro, baldes plásticos, conchas de sopa grandes e pequenas.
Após discussão entre os alunos, um deles procedeu da seguinte
maneira: encheu um copo plástico com caroços de feijão, contando quantos
caroços havia naquele copo, registrando este número em uma folha de papel.
Despejou o conteúdo do copo em um balde e, em seguida, encheu o copo
plástico novamente com caroços de feijão de dentro do saco, despejando o
conteúdo no balde. Procedeu dessa forma até esgotar todo o saco de feijão.
Registrou por escrito quantos copos havia usado para esgotar todo o saco. Em
seguida, multiplicou o número de caroços de feijão que cabia em um copo pelo
número de copos utilizados. A inferência estabelecida por este aluno reside no
fato de ter inferido a quantidade de caroços de feijão de todo o saco sem haver
efetivamente contado todos os caroços de feijão do saco.
9
ser explicitadas através da prova real que serve tanto para conferir se o resultado
de uma adição (ou de uma subtração) está correto ou não, como também para
demonstrar que na adição se busca o todo (cinco rosas e seis margaridas.
Quantas flores ao todo?) e na subtração se busca uma parte (onze flores, sendo
seis delas margaridas. Quantas rosas?).
3.1Números naturais
10
Mas há outras aplicações em que a estrutura dos números naturais não
é aproveitada; nelas, eles são usados apenas como um sistema eficiente de
códigos. Nestes casos, apesar de chamarmos estes registros de números
(número do telefone, número do ônibus, etc.) não faz sentido compará-los (dizer
“meu número de telefone é maior do que o seu!” não tem nenhum significado
prático).
A construção dos números naturais pela criança é a base para a
ampliação do campo numérico que a vida em sociedade exige, como os números
inteiros e racionais. As experiências iniciais são muito importantes neste longo
processo, e cabe à escola ajudar na construção do pensamento matemático da
criança. Sua sala de aula deve ser um lugar especial, que dá boas-vindas à
Matemática, enriquecendo e sistematizando as experiências vividas dentro e
fora desse espaço.
Você já observou crianças pequenas contando? Quando contam uma
coleção de objetos, “recitam” números, muitas vezes “saltando” alguns e
repetindo outros. Se os objetos estão espalhados, elas costumam contar alguns
objetos mais de uma vez e deixar de contar outros. Além disso, não é claro para
algumas quando devem parar a contagem. Crianças neste estágio ainda não
desenvolveram o conceito de número, mas ele está presente em suas vidas – e
isso incentiva suas primeiras tentativas de contagem. As crianças levam para a
escola essa “vontade” de contar, que deve ser incentivada e explorada.
a) Atividades de contagem
Tarefa
Da mesma forma que uma criança aprende a falar enquanto fala
(corretamente ou não), ela deve aprender a contar enquanto conta. Aproveite as
muitas oportunidades que aparecerem em sala de aula para contar. Sempre que
for significativo para os alunos, conte (e peça para que as crianças contem)
alunos, lápis, brinquedos, etc. Extrapole os limites de contagem das crianças
(por exemplo, se elas só contam até 10, introduza contagens com 15 ou 20
elementos). Não esperar até que seu aluno tenha o conceito pronto para fazer
11
contagens (isso seria como pedir que uma criança só falasse quando já
soubesse falar corretamente).
12
diante. Esse sistema é chamado decimal exatamente pela escolha de agrupar
de dez em dez.
O fato de que o mesmo símbolo pode representar quantidades diferentes
é uma grande vantagem de um sistema posicional. Utilizando apenas dez
símbolos (os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 0) somos capazes de representar
qualquer número natural. O valor representado por um algarismo vai depender
de sua posição na representação, por isso, o sistema é chamado posicional.
Esta não é uma ideia simples, tanto que demorou muito tempo para ser
desenvolvida pela humanidade, e precisa ser bem trabalhada com os alunos.
Para desenvolver um sistema posicional, o algarismo para representar o
zero (0) é de importância fundamental. Essa ideia é a “chave” do sistema
posicional: afinal, para que serve representar o “nada”? A seguir, vamos discutir
a força desta ideia.
Examinando o sistema de numeração decimal, vemos que o significado
de um símbolo depende da posição que ele ocupa. Observe o número trezentos
e cinquenta e quatro: 354.
13
O próximo algarismo à esquerda do cinco é o 3, que significa:
· três centenas ou
· 3 grupos de uma centena cada, ou
· 30 grupos de uma dezena cada, ou ainda
· trezentas unidades
O quatro, o cinquenta e o trezentos somam trezentos e cinquenta e
quatro, e isto é o que o 354 representa. Para escrever números como este,
apenas nove símbolos seriam suficientes.
14
Lembre-se, no entanto, de que a verbalização de um processo mental
nessa idade pode ser difícil, e permita que as crianças se expressem livremente,
com suas próprias palavras.
15
também necessita de tempo de trabalho e de reflexão, e a professora ou o
professor deve estar atento a isto.
16
Nas primeiras experiências, é importante iniciar sempre do zero e os
alunos devem perceber que se deve usar espaços iguais entre as marcas que
representam intervalos iguais. A reta numérica é um excelente apoio visual para
as atividades de ordenação de números naturais.
Por exemplo: Peça que os alunos marquem na reta os números 4, 7 e
11.
17
as unidades e as dezenas, pois o aluno deve experimentar algumas trocas
concretamente. Por exemplo:
· 1 palito natural vale 1 unidade.
· 1 palito vermelho vale 10 palitos naturais, logo, 10 unidades.
1 palito azul vale 10 vermelhos, ou seja, 100 naturais. Portanto, 100
unidades.
18
diretas e inversas. As operações diretas possuem a propriedade de transformar
determinada situação inicial em outra e as operações inversas têm a propriedade
de desfazer as operações diretas e voltar à situação inicial.
3.2.1Adição e Subtração
19
+b
c
Nomenclatura dos termos:
Observação
Ao fazer referência aos dois termos ao mesmo tempo: adicionando e
adicionador, podemos dizer parcelas.
A operação de adição admite uma inversa: a subtração.
Matematicamente, a subtração no conjunto dos números naturais é
conceituada assim:
20
3.2.1.2Ideias básicas da adição
• Retirar ou ideia subtrativa. Por exemplo: José tinha dez balas e deu
três para João. Com quantas balas ficou?
• Completar ou ideia aditiva. Por exemplo: Numa página de álbum,
caberiam cinco figurinhas. Eu já tenho duas delas. Quantas faltam para
completar a página?
• Comparar. Por exemplo: Beatriz tem onze anos e Breno tem cinco.
Quantos anos Beatriz tem a mais que Breno?
As três situações têm diferentes níveis de exigência de raciocínio, sendo
a busca do complemento a mais difícil para a criança.
Agora vejamos o seguinte:
No Conjunto dos Números Naturais, é sempre possível realizar a
operação de adição?
21
Vamos considerar que “ser possível” significa encontrar como resultado
um número natural.
Então, pare um pouco a leitura e pense sobre a questão:
Para quaisquer dois números naturais, a soma deles é um número
natural?
Se a resposta for positiva, dizemos que o Conjunto dos números naturais
é fechado em relação à adição ou que o conjunto dos números naturais goza da
propriedade de fechamento em relação à adição.
Pensou? Conseguiu chegar à conclusão que o conjunto dos Números
Naturais é fechado em relação à adição? É isso mesmo, você concluiu
corretamente seu pensamento.
Agora, reflita sobre a questão:
3.2.1.5 Atividades
Somar
Utilize materiais concretos como chapinhas, palitos, botões, grãos e
pedrinhas e uma folha de papel para cada aluno, na qual estão desenhados três
círculos de cores diferentes (azul, vermelho
22
e verde, por exemplo). Peça às crianças que coloquem 3 lápis no círculo
vermelho e 2 no círculo azul. Feito isto, peça que juntem todos os lápis no círculo
verde e pergunte: “quantos lápis estão reunidos no círculo verde?”.
Retirar
Usando o mesmo tipo de material adotado em atividades anteriores,
proponha que um aluno “coloque 5 borrachas dentro da caixa”. Depois, peça que
ele “retire 3” e que, ao final, “verifique quantas ficaram na caixa”.
Forme, na frente da turma, uma fila de crianças (até 9). Peça a uma
criança, que não esteja na fila, que observe a quantidade de crianças na fila e
depois vire de costas. Sem falar, retire alguns alunos da fila e diga à criança de
costas que se vire. Em seguida, pergunte:
- “Quantos alunos havia na fila?”
- “Quantos alunos ainda ficaram?”
- “Quantos saíram?”
Repita a atividade com outros alunos, sempre mudando o número de
alunos da fila.
3.2.2 Multiplicação e Divisão
23
Representações: Na forma horizontal a×b= c ou na forma vertical
b
xa
Observação
pelo número b a operação que permite obter a partir desses um outro número c,
obtido quando:
• Distribuímos a quantidade a para b objetos ou pessoas, ou;
• Queremos saber quantas vezes b cabe dentro de a.
24
Assim como a multiplicação pode ser interpretada como adição de
parcelas iguais, a divisão pode ser interpretada como subtrações sucessivas do
mesmo valor. A quantidade de vezes que subtrairmos esse valor será o resultado
a divisão.
Por exemplo:
12÷3
Podemos fazer:
12 − 3 = 9, 9 − 3 = 6, 6 − 3 = 3, 3 − 3 = 0 . Fizemos 4 subtrações, então
12÷3= 4 .
Representações: Na forma horizontal a÷b= c+ r
B ,na forma vertical
a = c +r , ou ainda a b
b b r c
25
• Ideia combinatória. Por exemplo: Uma padaria oferece quatro tipos de
recheios e dois tipos de paes. Quantos lanches diferentes posso criar sem
misturar os recheios?
Observação
Ao fazer referência aos dois termos ao mesmo tempo: multiplicando e
multiplicador, podemos dizer fatores.
26
“números quebrados” como números e cria-se outro conjunto numérico: o
Conjunto dos Números Racionais não Negativos (números não negativos que
podem ser escritos na forma de fração) que representamos por,
números para os quais não existem a,b∈N tais que a/b seja esse número.
27
“algoristas” se acentuou no início do século XIII, com a influência do matemático
italiano Leonardo de Pisa (1170-1250), conhecido simplesmente como
Fibonacci, que, em visita à África muçulmana, aprendeu o sistema numérico dos
árabes além das regras do cálculo algébrico e dos princípios fundamentais da
geometria.
Com os novos conhecimentos, Fibonacci escreveu um tratado,
curiosamente denominado de Liber abaci (Tratado do ábaco), que explica todas
as regras do cálculo com números, tratado esse que veio contribuir grandemente
para a difusão e o desenvolvimento da álgebra.
A partir desse momento, iniciava-se o movimento da democratização do
cálculo na Europa. Esse movimento durou vários séculos, mas mesmo após a
vitória dos “algoristas”, o ábaco continuou a ser utilizado. Ainda no século XVIII,
continuavam a conferir no ábaco os cálculos efetuados por escrito.
Embora a superioridade do cálculo por escrito já era evidente para os
cientistas, os comerciantes, banqueiros, financistas e funcionários não se
separaram do ábaco tão facilmente.
Só após a Revolução Francesa, devido ao peso, é que o ábaco foi
abolido das instituições. Nos dias de hoje, as máquinas substituem tanto os
ábacos quanto os algoritmos para os cálculos, mas nem as máquinas ajudam a
assimilar os conceitos e propriedades aritméticas para a solução de problemas
cotidianos!
O ensino das operações aritméticas na maioria de nossas escolas fica
tão restrito ao ensino das “continhas” que, no momento em que a criança se vê
com um daqueles problemas tradicionais para resolver, ela pergunta à
professora: “Com qual conta eu resolvo?”
Não estamos sugerindo a abolição dos algoritmos, mesmo porque foram
e são importantíssimos, por exemplo, para o desenvolvimento de máquinas de
calcular, pois o algoritmo nada mais é que uma rotina que poderá ser
maquinizada. O que estamos tentando mostrar é que existe um exagero no uso
de algoritmo a ponto de prejudicar a aprendizagem do que realmente importa
das operações aritméticas.
É muito comum, mesmo entre professores, o não conhecimento do
porquê de alguns passos dos algoritmos usuais, como por exemplo: o que é o
“vai um”, “emprestou, devolve”, ou ainda, porque numa multiplicação por
28
numerais de dois ou mais algarismos, a partir do 2° algarismo da direita para a
esquerda temos que “pular uma casa” para colocar o resultado. Identificar a
matemática com o “fazer contas” é reduzi-la a um aspecto sem valor formativo,
uuque não exige raciocínio, podendo ser realizada utilizando instrumentos
(computadores e calculadoras). Dizer que a matemática ensina raciocinar pode
ser uma falácia!
Cuidado com a matemática que se ensina, pois ela poderá apenas
treinar as crianças para fixar conceitos por tempo determinado: até a avaliação!
Já dissemos que compreender as operações vai muito além do “fazer
contas”, exige a compreensão do significado das mesmas para decidir em que
situações elas se aplicam.
A partir de agora, tentaremos justificar porque os algoritmos que
utilizamos funcionam bem na prática. Para isso, é preciso ter compreendido as
regras básicas do sistema de numeração decimal.
4.1 O Algoritmo da Adição
29
• 3° passo: juntar as dezenas
30
• 3° passo: subtrair as dezenas
31
• 4° passo: Por fim, somam-se os algarismos dentro da grade em
diagonal. (cuidado para não esquecer o “vai um”).
• 5° passo: A leitura do resultado é feita da esquerda para a direita.
Figura - O resultado obtido foi 0325, ou seja: 25 ×13 = 325
32
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, M.V.R. Jogando e construindo matemática. São Paulo: Vap, 1999.
DANYLUK, O. Alfabetização matemática: as primeiras manifestações da escrita
infantil. Porto Alegre: Sulina, 2002.
DUHALDE, M.H., CUBERES, M.T.G. Encontros iniciais com a matemática.
Porto
Alegre: Art Med, 1998.
IMENES, L.M. A numeração indo-arábica. São Paulo: Editora Scipione, 1991,
Coleção vivendo a matemática.
KAMII, C. Crianças Pequenas Reinventam a Aritmética. Porto Alegre: ArtMed,
2002.
MANDARINO, M.C.F., BELFORT, E. Números naturais – conteúdo e forma.
Rio de
Janeiro: LIMC–UFRJ, 2005.
NEHRING, C. et all. Orientações metodológicas para o uso das barrinhas de
cuisenaire. IJUí: UNIJUÍ/PADCT/CAPES, 1995, v.2.
_________. Orientações metodológicas para o uso da base 10 (material
dourado).
IJUÍ: UNIJUÍ/PADCT/CAPES, 1997, v.3.
SMOLE, K.S., DINIZ, M.I., CANDIDO, P. Brincadeiras infantis nas aulas de
matemática. Porto Alegre: ArtMed, 2000. (Coleção Matemática de 0 a 6 anos).
_________. Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para
aprender
matemática. Porto Alegre: ArtMed, 2001. (Coleção Matemática de 0 a 6 anos).
RANGEL, A.C. Educação Matemática e a construção do número pela criança.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
ZUNINO, Delia Lerner. A Matemática na escola: aqui e agora. Porto Alegre:
Artes
Médicas, 1995.
BIGODE, A. J. L.; FRANT, J. B. Matemática: soluções para dez desafios do
professor. São Paulo: Ática, 2011.
BRASIL, Ministério da Educação – Secretaria da Educação Básica. Elementos
conceituais e metodológicos para definição dos direitos de aprendizagem e
desenvolvimento do ciclo de alfabetização (1.o , 2.o e 3.o anos) do ensino
fundamental. Brasília, 2012.
______. Parâmetros curriculares nacionais, v. 3, Matemática. Brasília, 1997.
CARAÇA, B. J. Conceitos fundamentais da matemática. Lisboa: Livraria Sá da
Costa, 1984.
CARRAHER, T.N.; CARRAHER, D.W.; SCHLIEMANN, A.D. (Org.). Na vida
dez, na escola zero. 5. ed. São Paulo: Cortez, 1991.
CASTRO, J. P.; RODRIGUES, M. O sentido de número no início da
aprendizagem. In: BROCARDO, J.; SERRAZINA, L.; ROCHA, I. (Org.). O
sentido do número: reflexões que entrecruzam teoria e prática. Lisboa: Escolar
Editora, 2009. p. 117-133.
CEBOLA, G. Do número ao sentido do número. In: PONTE, J. P. et al. (Org.).
Atividades de investigação na aprendizagem da matemática e na formação de
33
professores. Lisboa: Secção de Educação e Matemática da Sociedade
Portuguesa de Ciências da Educação, 2002. p. 223-239.
DANTZIG, T. Número: a linguagem da ciência. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.
DEHAENE, S. The number sense: how the mind creates mathematics. Oxford:
Oxford University Press, 2011.
DIAS, M. S.; MORETTI, V. D. Números e operações: elementos lógico-
históricos para atividade de ensino. Curitiba: IBPEX, 2011.
GASPAR, M. F. R. F. Aprender a contar, aprender a pensar: as sequências
numéricas de contagem abstracta construídas por crianças portuguesas em
idade pré-escolar. Análise Psicológica, Lisboa, v. 22, n. 1, mar. 2004.
34