2015

ANAIS DA IX SEMANA ACADÊMICA DE

MEDICINA VETERINÁRIA E II SIMPÓSIO DA
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

REALIZAÇÃO
Departamento de Veterinária
Programa de Mestrado em Ciência Animal
Universidade Vila 1Velha

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV

 IX SEMANA ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA e II SIMPÓSIO DA PÓS-
GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETRERINÁRIA
UNIVERSIDADE VILA VELHA
11 a 13 de Junho de 2015

Comissão Organizadora

Professor Marcel Ferreira Bastos Avanza – Coordenação Geral do Evento

Professora Mayra Cunha Flecher – Coordenação Geral do Evento
Professor Fernando Luiz Tobias – Coordenador de Curso da Graduação
Professora Fabio Ribeiro Braga – Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal
Maurilha Alves de Deus – Secretária de Curso da Graduação

Comissão Científica

Professora Andrea Tassis de Mendonça Gomide
Professora Bárbara Loureiro
Professora Betânia Souza Monteiro
Professora Clarisse Simões Coelho
Professor Douglas Haese
Professor Felipp da Silveira Ferreira
Professora Fernanda de Toledo Vieira
Professora Flávia Figueirauje Jabour
Professora Flaviana Lima Guião Leite
Professor Gilton Luiz Almada
Professor João Luiz Rossi Júnior
Professora Júlia da Penha Piccoli Rangel
Professora Luciana Felício de Paula Maestri
Professor Marcus Alexandre Vaillant Beltrame
Professor Moacir Carretta Júnior
Professora Odael Spadeto Junior
Professora Priscila Camargo Granadeiro
Professor Rivelino Rovetta
Professora Roberta Valeriano dos Santos
Professora Tatiana de Sousa Barbosa
Professora Tayse Domingues de Souza

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 1

 Mensagem da Comissão Organizadora

A Semana Acadêmica de Medicina Veterinária da Universidade Vila Velha (UVV-ES) sempre

objetivou ampliar o conhecimento dos alunos, complementar a grade curricular e promover a educação
continuada, incentivando os discentes e egressos do curso a participarem de palestras e minicursos
promovidos na instituição, ministrados por profissionais de reconhecida competência nas diversas áreas da
Medicina Veterinária.

Trabalhamos muito para que este evento superasse as expectativas dos inscritos, promovesse a
interação entre instituições de ensino e empresas e ressaltasse a importância das pesquisas científicas e das
boas condutas práticas no desenvolvimento das Ciências Agrárias. Na certeza que sempre temos que
melhorar, a Comissão agradece a todos os Professores, Palestrantes, Patrocinadores, Colaboradores do Nono
Período e Inscritos que possibilitaram o sucesso do nosso evento científico.

Patrocinadores

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 2

 Índice

Número do RESUMO SIMPLES Página

Pôster
1 Abordagem clínica, radiográfica e cirúrgica da osteocondrose/osteocondrite dissecante da cabeça do 7
úmero em cão – Relato de caso
2 Abordagem endoscópica e cirúrgica de corpo estranho esofágico em cão: Relato de caso 7
3 Achados anatomopatológicos em preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) com trauma 8
cranioencefálico - Relato de caso
4 Acupuntura e fisioterapia no tratamento da síndrome do cão nadador: Relatos de casos 9
5 Acupuntura no tratamento das sequelas da cinomose em cão – Relato de caso 9
6 Análise descritiva das atividades de caça realizadas na reserva natural vale no período de 2010 a 2013 10
7 Anemia hemolítica neonatal associada a surdez em filhote de cão 10
8 Anoftalmia bilateral, palatosquise, fissura labiopalatal, hidrocefalia, e atresia ani em ninhada de 11
filhotes da raça poodle
9 Aplicação de pirofosfato de sódio e extrato de levedura em rações de gatos adultos 12
10 Artrodese úmero-rádio-ulnar em cão, ultilizando placa e parafuso ortopédico para tratamento de 12
fratura cominutiva secundário à trauma balístico: Relato de caso
11 Aspiração folicular em vacas holandesas de baixa população folicular submetidas a um protocolo de 13
sincronização e superovulação
12 Atividade nematicida do fungo Pleurotus eryngii sobre larvas infectantes de Ancylostoma caninum 14
13 Atresia anal em cães e gatos – Relato de três casos 14
14 Avaliação coproparasitológica em cachorro-do-mato de natureza na região da grande Vitória 15
15 Avaliação da eficiência reprodutiva no uso repetido de eCG em protocolos de IATF em vacas 15
16 Avaliação da infectividade de larvas de toxocara canis após a interação com fungos nematófagos: um 16
ensaio in vitro.
17 Avaliação do balanço simpato-vagal em coelhos (Oryctogalus cuniculus) Nova Zelândia sedados com 16
acepromazina e anestesiados com cetamina
18 Avaliação do efeito do processamento térmico da ração sobre o desempenho de frangos de corte 17
19 Avaliação eletrocardiográfica de coelhos (Oryctogalus cuniculus) Nova Zelândia sedados com 18
acepromazina e anestesiados com cetamina
20 Avaliação ginecológica e fenotípica de novilhas girolando submetidas à inseminação artificial em 19
tempo fixo
21 Avaliação in vivo da infectividade de ovos e larvas de Toxocara canis após ação de fungos 20
nematófagos em Gallus gallus domesticus
22 Avaliação ultrassonográfica de variáveis que influenciam no início da puberdade de novilhas nelore 20
23 Botulismo em macacos-prego (Cebus apella) no zoo park da montanha em Marechal Floriano-ES – 21
relato de caso
24 Características ultrassonográficas de tumor pancreático endócrino em cão - relato de caso 21
25 Casuística de neoplasias de células redondas cutâneas em cães diagnosticadas por citopatologia no 22
Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade Vila Velha
26 Cirurgia de catarata usando a técnica de facoemulsificação e implante de lente intra-ocular - Relato de 22
caso
27 Comunicação interatrial em buldogue inglês 23
28 Concentração do colesterol total de equinos submetidos em exercício físico em esteira 23
29 Contagem bacteriana total (CBT) de leite do tanque de resfriamento de propriedades rurais do 24
município de Venda Nova do Imigrante, ES
30 Criptorquidismo inguinal unilateral direito em equino quarto de milha submetido à orquiectomia 25
bilateral - relato de caso

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 31 Destruição de ovos de Ascaris suum de cateto (Pecari tajacu) pelo fungo helmintófago Pochonia 25
chlamydosporia
32 Destruição de ovos de Dioctophyma renale pelo fungo comedor de helmintos Pochonia chlamydosporia. 26
33 Displasia de tricúspide em cão – Relato de caso 26
34 Diversidade de microrganismos em lesões podais de pinguins de Magalhães (Spheniscus magellanicus 27
forster, 1781) no Espírito Santo, Brasil
35 Efeito de diferentes métodos de desmame em bezerros de corte 28
36 Efeitos do material sólido particulado de ferro (MSPFe) no sistema imune de camundongos BALB/C 28
37 Efusão pericárdica secundária à mesotelioma em cão - Relato de caso 29
38 Estabelecimento de modelo experimental de indução da lesão de isquemia e reperfusão intestinal em 30
coelhos Nova Zelândia
39 Estudo comparativo dos índices de relação corporal e testicular de nove espécies de roedores 31
silvestres
40 Etiologia das infecções do trato urinário de cães e perfil de sensibilidade antimicrobiana dos isolados 31
41 Feocromocitoma com invasão de veia cava em cão – Relato de caso 32
42 Fratura parcial de costela com formação de abscesso intra-abdominal, ocasionado por trauma perfuro- 32
cortante por vergalhão em potra quarto de milha - Relato de caso
43 Fraturas patológicas e deformidades ósseas angulares em filhotes secundário à distúrbio nutricional: 33
Relato de caso
44 Habronemose em equino: Relato de caso 34
45 Hérnia diafragmática traumática em felino adulto - Relato de caso 35
46 Hiperplasia mamária em potra de seis meses de idade - relato de caso 35
47 Impacto de rodovias em vertebrados silvestres no entorno do parque estadual da Pedra Azul, 36
Domingos Martins, Espírito Santo
48 Influência da acepromazina na anestesia promovida pela associação de morfina-tiletamina-zolazepam 36
em felinos
49 Influência da qualidade ambiental da estação ecológica ilha do lameirão em Vitória ES, no sistema 37
imunológico de Ucides cordatus
50 Influência da raça e escore de condição corporal na taxa de prenhez em vacas leiteiras 38
51 Influência do exercício de longa duração em esteira sob as concentrações séricas de triglicerídeos em 38
equinos
52 Infusão intravenosa de células tronco mesenquimais como terapia da lesão de isquemia/reperfusão 39
intestinal em coelhos Nova Zelândia
53 Lesão em membro pélvico direito de equino quarto de milha devido acidente com arame liso- relato 40
de caso
54 Levantamento bacteriológico e perfil de sensibilidade de isolados de cães com otite externa atendidos 40
no Hospital Veterinário da Universidade Vila Velha no período de 2014 a 2015.
55 Levantamento dos casos de ehrlichiose no Hospital Veterinário Professor Ricardo Alexandre Hippler 41
56 Linfoma cutâneo em hamster sírio (Mesocricetus auratus): Relato de caso 42
57 Mastocitoma esplênico felino – Relato de caso 42
58 Níveis de fósforo disponível sobre parâmetros de desempenho, hematológico, bioquímico e ósseo de 43
suínos em crescimento
59 Novo registro de Trichodactylus fluviatilis Latreille, 1828 (Decapoda, Trichodactylidae) no Espírito 44
Santo, Brasil
60 Ocorrência de nematóides gastrintestinais provenientes de pastagens contaminadas 45
61 Ocorrência de nematoides parasitos gastrintestinais (Trichostrongylidae) na região de amarelos, 45
Guarapari- ES.
62 Oxigênio-Ozônio terapia no tratamento de ferida em cão - Relato de caso 46
63 Padronização de técnicas de isolamento e cultivo de células da hemolinfa de Ucides cordatus 46

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 64 Parasitas intestinais em uma população silvestre de lontras (Lontra longicaudis OLFERS, 1818) no 47
parque de jacarenema, Espírito Santo
65 Pectus Excavatum em dois neonatos da raça buldogue francês 47
66 Pesca acidental de Hepatus Pudibundus (HERBST, 1785) (CRUSTACEA: BRACHYURA: 48
CALAPPIDAE) no sudeste do Brasil
67 Piodermite do pastor alemão - Relato de caso 49
68 Piometra e sepse em cadela mestiça: Relato de caso 49
69 Planejamento experimental estatístico da interação enzimas de fungos nematófagos versus helmintos 50
de animais domésticos
70 Reversão de sinais clínicos em equino intoxicado iatrogenicamente por amitraz e atropina: relato de 50
caso
71 Rinite e sinusite fungica em cão – relato de caso 51
72 Ruptura do tendão extensor dital longo em uma potra da raça paint horse causado por acidente com 51
arame farpado
73 Sensibilidade antimicrobiana de STAPHYLOCOCCUS SP. E ESCHERICHIA COLI isolados de casos de sepse 52
perinatal
74 Sepse e insuficiência hepática decorrente de gastroenterite hemorrágica em cadela daschshund: relato 53
de caso
75 Sialometaplasia necrotizante em cão: relato de caso 54
76 Sinusite secundária à lesão dentária em equino – relato de caso 55
77 Tumor cardíaco em cão – relato de caso 55
78 Uso de fontes de cobre orgânicas em aves 56
79 Valores de lactato plasmático em serpentes mantidas em cativeiro – resultados preliminares 57

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 RESUMOS SIMPLES

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 ABORDAGEM CLÍNICA, RADIOGRÁFICA E
CIRÚGICA DA
OSTEOCONDROSE/OSTEOCONDRITE
DISSECANTE DA CABEÇA DO ÚMERO EM CÃO –
RELATO DE CASO
Vicente, G. C.1; Mathias, C. H. T.2; Fortunato, V. R.2;
Rabello, T. A.3; Conti, L. M. C.4; Rangel, J. P. P.5;
Monteiro, B. S.5
*gabrielcvicente17@hotmail.com
1
Residente em clínica cirúrgica de pequenos animais da Universidade Vila
Velha, 2Mestrando em ciência animal da Universidade Vila Velha, 3Médico
Veterinário autônomo, 4Médica veterinária contratada do hospital
veterinário da Universidade Vila Velha, 5Professor do curso de Medicina
Veterinária na Universidade Vila Velha.
Introdução: A osteocondrose/osteocondrite dissecante da
cabeça do úmero é uma afecção na cartilagem de
crescimento consequente a um distúrbio de ossificação
endocondral, resultando numa área focal de espessamento de
cartilagem e que, geralmente, afeta sítios nos quais a
cartilagem é exposta a pressão ou tensão. Esse espessamento
prejudica a adequada difusão e nutrição da cartilagem pelo
líquido sinovial com necrose de condrócitos, gerando um
espaço entre a cartilagem e o osso subcondral. Fissuras
verticais podem se desenvolver entre esse espaço formado e
a cartilagem se solta criando um flap cartilaginoso. A
presença dos flaps intra-articulares causam episódios de dor,
claudicação e atrofia muscular. A etiologia desta afecção
ainda é atribuída a fatores genéticos, nutricionais e
traumáticos. As raças mais acometidas são as raças de cães
grandes e gigantes. Objetivo: Este trabalho teve como
objetivo realizar o tratamento cirúrgico da osteocondrose
com incisão de cápsula articular, retirada dos flaps e
curetagem da cartilagem com exposição do osso subcondral.
Relato de caso: Foi atendido no Hospital Veterinário da
UVV, um cão da raça Labrador, 8 meses de idade, 45 Kg,
com queixa de claudicação em membro torácico. Ao realizar
o exame ortopédico foi possível observar uma intensa
claudicação em membro torácico esquerdo (MTE),
crepitação da palpação da articulação escapuloumeral e
presença de dor ao realizar hiperextensão e hiperflexão do
membro acometido. Ao exame radiográfico, foi possível
observar cabeça umeral irregular, perdendo seu contorno
arredondado, apresentando moderada concavidade no osso
subcondral e discreta linha radioluscente em região
subcondral caudal. Associando o histórico e aos exames
radiográficos, foi possível chegar ao diagnóstico de
osteocondrose dissecante da cabeça do úmero. O paciente
foi submetido à artrotomia escapuloumeral e, após a abertura
da cápsula articular, foram encontrados dois flaps articulares
medindo aproximadamente 0,5cm e 0,8cm e após retirar os
flaps articulares foram retirados e foi possível observar a
irregularidade na cabeça do úmero. Para finalizar o
procedimento cirúrgico, a região lesionada da cabeça do
fêmur foi curetada, com a cureta posicionada 90º até a
exposição do osso subcondral para selar o defeito.
Resultados: Após sete dias de cirurgia, o paciente já
apresentava ausência de claudicação em MTE, contudo
ainda havia atrofia muscular e dor. Aos trinta dias, o
paciente não apresentava dor e nem atrofia ao exame
ortopédico. Conclusão: A curetagem do leito lesional e
remoção dos flaps cartilaginosos permitiram o tratamento de
osteocondrose e osteocondrite, reestabelecendo a qualidade
de vida do paciente.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
ABORDAGEM ENDOSCÓPICA E CIRÚRGICA DE
CORPO ESTRANHO ESOFÁGICO EM CÃO:
RELATO DE CASO
Braga, L.S. F.1*; Santos, R. V.2; Evangelista, F. C.3; Vicente,
G. C.4; Pinto, J. B.4; Machado, F.M.5 Rangel, J. P.P 6
* luisyferrari@hotmail.com
1
Graduanda do curso de Medicina Veterinária na Universidade Vila Velha
(UVV), 2 Professora de Diagnóstico por Imagem e Clínica de Pequenos
Animais do curso de Medicina Veterinária UVV, 3 Medico Veterinário de
Diagnóstico por Imagens, 4 Médico Veterinário, Residente de Clínica
Cirurgia do Hospital Veterinário da UVV, 5 Médica Veterinária contratada
pelo Hospital Veterinário da UVV na área de Diagnóstico por Imagem, 6
Professora de Anestesiologia do curso de Medicina Veterinária da UVV.
Introdução: A endoscopia é uma ferramenta valiosa para o
diagnóstico e remoção de corpos estranhos esofágicos e
gástricos, além de auxiliar na detecção de alterações
macroscópicas e morfológicas e na realização de biópsias.
Em geral, a endoscopia é preferível à gastrotomia, visto que
é menos invasiva e mais segura. No entanto, em alguns
casos pode ser necessária a realização da cirurgia, porém o
auxílio da endoscopia permite melhor planejamento do
plano cirúrgico. Objetivo: Objetivou-se com este relato
demonstrar a importância da utilização do endoscópio
associada à cirurgia no auxilio de remoção de corpo estranho
esofágico em um cão. Descrição do caso: Foi atendido no
Hospital Veterinário da UVV, Prof. Ricardo Alexandre
Hippler, um cão, macho, da raça Shih-tzu, com 1 ano de
idade, pesando 6,8 kg com suspeita de corpo estranho. O
paciente estava prostrado e apresentava êmese e sialorréia
constantes. Ao exame físico apresentou pouca sensibilidade
na região epigástrica. Foi realizado radiografia simples e
constratada: esofagograma e gastrograma, nas quais foram
observados: estômago repleto de gás e presença de
moderada dilatação em esôfago torácico caudal com
presença de estrutura radiopaca mensurando 3,2 cm de
comprimento, na região de base cardíaca, sugestivo de corpo
estranho esofágico. Não foi observada ruptura esofágica.
Optou-se por realização de endocopia para retirada de corpo
estranho, com o aparelho Olympus Gyp 02. Durante o
procedimento, constatou-se eritema em esôfago torácico
caudal e lacerações de mucosa esofágica em região cranial
ao corpo estranho decorrentes de seu formato. As tentativas
de remoção do corpo estranho, por via oral, foram
ineficientes. Devido aos riscos de ruptura esofágica, optou-
se pela remoção via gastrotomia associada à endoscopia
esofágica. O corpo estranho foi abordado de forma
retrógada, pelo cárdia, utilizando uma pinça Foerster. Na
primeira tentativa de apreensão, o corpo estranho se partiu
caudalmente, permitindo a remoção desses fragmentos e o
reposicionamento e retirada da porção cranial que, não mais
causava as lacerações da mucosa esofágica. O corpo
estranho foi removido com sucesso e se tratava de uma
vértebra caudal de bovino. O paciente foi medicado com
analgésicos, anti-inflamatório não esteroidal,
antibioticoterapia e ficou sob observação durante três dias
devido ao risco de formar pneumomediastino decorrente das
lacerações esofágicas. Não ocorreram complicações pós-
cirurgicas e o paciente recebeu alta. Conclusão: A
endoscopia pode auxiliar na remoção de corpos estranhos
esofágicos por meio da remoção direta, deslocamento do
corpo estranho para o estômago, evitando uma abordagem
torácica, ou direcionando o procedimento cirúrgico por via
intraesofágica, como foi no presente relato. A utilização do
endoscópio foi fundamental para o planejamento cirúrgico e
para o sucesso da cirurgia.
7
 ACHADOS ANATOMOPATOLÓGICOS EM
PREGUIÇA-DE-COLEIRA (Bradypus torquatus) COM
TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO - RELATO DE
CASO
Mayorga, L.F.S.P.1*; Pedroto, N.L.P.2; Oliveira, A.R.3;
Hardt, I.3; Jabour, F. F.4; Rossi Junior, J.L.4
*luisfelipe@ipram-es.org.br
1 selvagens e consequentemente contribuindo para sua
Médico Veterinário do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais
Marinhos (IPRAM), Cariacica, ES, 2 Graduanda no curso de Medicina
Veterinária da Universidade Vila Velha (UVV), 3 Residente em Patologia
Animal na UVV, 4 Professores no curso de Medicina Veterinária da UVV.
gastrintestinal de mamíferos e que costuma estar associada a
quadros de infecção oportunista. Conclusão: O trauma
cranioencefálico foi a causa mortis. está associado a outras
alterações que prejudicaram o desenvolvimento deste animal
em vida livre. Animais que vivem próximos a ambientes
antropizados tendem a apresentar um desequilíbrio
imunológico e maior susceptibilidades aos desafios
ambientais. O exame de necropsia é uma importante
ferramenta para o diagnóstico de enfermidades nas espécies
conservação. Agradecimentos: Superintendência do
IBAMA-ES e IEMA.

Introdução: A preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) é

uma espécie ameaçada de extinção, endêmica na Mata
Atlântica principalmente nos estados da Bahia, Espírito
Santo e Rio de Janeiro. Na Região Metropolitana da Grande
Vitória existe um fragmento florestal que abrange o Morro
do Convento da Penha e o Morro do Moreno. Relato de
Caso: Em dezembro de 2014 um macho juvenil pesando 1,1
kg caiu no telhado de uma casa situada no Morro do
Moreno. O animal foi resgatado apresentando perda de tônus
dos membros locomotores e secreção periorbital bilateral e
oral, de cor acastanhada. Foi encaminhado para atendimento
de emergência, onde foi administrado corticóide
(dexametasona,1mg/kg, intramuscular, dose única) e
oxigenioterapia (via máscara facial), porém veio a óbito e
duas horas depois foi encaminhado para necropsia. Na
perinecropsia foram observadas duas formigas, três vespas e
vários ferrões sob a pelagem. Observou-se também
alterações macroscópicas em diversos órgãos, especialmente
no encéfalo, que apresentava extensas áreas de hemorragias
multifocais. Foi realizado suabe do conteúdo estomacal para
cultura microbiológica. Fragmentos dos órgãos foram
coletados, fixados em formol a 10% e encaminhados para
exame histopatológico no Laboratório de Patologia Animal
da Universidade de Vila Velha. Resultado: À microscopia
observou-se pneumonia intersticial aguda, hepatite
necrotizante centrolobular moderada multifocal, congestão
moderada multifocal em coração, enterite linfo-histiocítica
multifocal e nefrose moderada difusa. No sistema nervoso
central foram observadas extensas áreas multifocais de
hemorragia com discreto infiltrado linfocítico em encéfalo,
além de congestão moderada difusa de pia-máter e
substância branca em cerebelo. O histórico de queda da
árvore, associado às alterações encontradas no encéfalo são
compatíveis com um quadro de traumatismo crânio
encefálico. O choque neurogênico pode ser induzido por
trauma, especialmente ao sistema nervoso central, e leva ao
acúmulo de sangue venoso (congestão) e consequente
hipoperfusão dos tecidos. A pneumonia intersticial e a
hepatite necrotizante não possuem correlação direta com o
quadro principal, uma vez que possuem caráter subagudo.
Contudo, tais alterações podem ter debilitado o animal
tornando-o mais susceptível à queda. A pneumonia
intersticial apresentada pela preguiça pode ter como causa
primária infecções virais, bacterianas e reações de
hipersensibilidade por contato persistente com substâncias
alergênicas ou tóxicas. A hepatite observada possui caráter
infeccioso e pode ter sido acentuada pela hipóxia em
consequência ao choque Os insetos encontrados não tem
relação com o quadro patológico; seus ninhos podem ter
sido atingidos durante a queda, ou podem ter se aproximado
do animal antes ou após a queda. No exame microbiológico
foi isolada Klebsiella oxytoca, uma bactéria normal do trato

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 8

 ACUPUNTURA E FISIOTERAPIA NO
TRATAMENTO DA SÍNDROME DO CÃO
NADADOR: RELATOS DE CASOS
Meleipe, M.S.1*; Frota I.S.D.1; Bisi, J.S.1; Santos, R.V.2
1
Discente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Vila Velha.
Email: mirelameleipe@yahoo.com, 2Docente do curso de Medicina
Veterinária da Universidade Vila Velha.
Introdução: A Síndrome do cão nadador (SCN), também
conhecida como Síndrome do cãoparaquedista ou cachorro
plano são sinônimos para a hipoplasia miofibrilar, que se
manifesta entre a 2ª e a 3ª semana de vida, quando o cão
começa a se movimentar, sendo mais frequentemente em
raças condrodistróficas como o Bulldog Inglês e o Basset
Hound. É uma síndrome de etiologia desconhecida, porém
tem sido atribuída a fatores congênitos como excessos
proteicos na ração da progenitora durante a gestação. Os
animais acometidos geralmente apresentam hiperextensão
das articulações tíbio-femoro-patelar e tíbio-társica e
hiperflexão bilateral da articulação coxofemoral e pectus
excavatum, podendo desenvolver dispnéia, sopro, cianose,
vômitos e regurgitação.O tratamento é baseado no uso de
bandagens, fisioterapia, suplementação de vitamina E e
selênio.Objetivos: Relatar dois casos bem sucedidos de
reabilitação de dois cães com síndrome do cão nadador.
Descrição do caso: Dois cães, machos, da mesma ninhada,
da raça Bulldog francês de 1 mês de idade foram atendidos
apresentando hiperextensão das articulações femoro-tibio-
patelar e tíbio-társica, deformidade flexural de membros
pélvicos e torácicas, com presença de dor superficial e
profunda. Ambos pacientes apresentavam alteração
morfológica da cavidade torácica, com achatamento do
esterno e pectus excavatum. Os animais foram tratados
conservativamente com duas sessões de acupuntura nos
pontos: E36, B40, VB34, TA5, F3 e B23, além de
fisioterapia diária com compressão manual na lateral do
tórax, bandagem de esparadrapo em formato de oito e luva
plástica para garantir o atrito com tapete anti-derrapante. Foi
realizada controle da alimentação para que os animais não
apresentassem sobrepeso. Após 45 dias, ambos os pacientes
recuperaram a função motora dos membros e corrigiram a
deformidade da cavidade torácica. Um dos cães apresentou
luxação na ulna lateral, com deformidade do cotovelo, a qual
será reparada cirurgicamente após o fechamento das placas
epifisárias. Conclusão: A Síndrome do cão nadador é
possível de reabilitação satisfatória com a utilização de
fisioterapia, bandagens e acupuntura. O pectus excavatum
pode ser corrigido sem maiores complicações com a
correção das deformidades posturais dos membros e
fisioterapia adequada da cavidade torácica.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DAS SEQUELAS
DA CINOMOSE EM CÃO – RELATO DE CASO
Santos, N.B.1*, Santos, R.V.2
*Email: nathallyaborges@hotmail.com
1
Graduanda do curso Medicina Veterinária- Universidade Vila
Velha, 2 Professora do curso de Medicina Veterinária na Universidade Vila
Velha.
Introdução: Cinomose é uma doença viral altamente
contagiosa, que afeta
principalmente os sistemas respiratório, gastrintestinal e o
sistema nervoso central (SNC). É causada pelo vírus
da cinomose canina (VCC), um Morbillivirus da
família Paramyxoviridae. Acomete cães de qualquer idade,
raça e sexo, com maior predileção por filhotes e cães não-
vacinados.  Os cães infectados pelo vírus
da cinomose podem manifestar uma combinação de sinais
e/ou lesões respiratórios, gastrintestinais, dermatológicas,
oftalmológicas e neurológicas que podem ocorrer em
sequência ou simultaneamente. Os sinais sistêmicos podem
incluir diarreia, febre, emese, hiporexia, anorexia, tenesmo,
secreção nasal, tosse, dispnéia, apatia
e ceratoconjuntivite seca. Vários sinais neurológicos podem
ocorrer, e a mioclonia geralmente é considerada a
manifestação clássica da infecção pelo VCC. Segundo a
Medicina Tradicional Chinesa (MTC),
a cinomose corresponde a uma Síndrome decorrente da
invasão por fator patogênico externo vento e calor, levando
a excesso de yang nos meridianos, devido ao consumo do
yin. A ascensão vigorosa do calor interno extremo cria uma
secura acentuada do sangue dos capilares e o preenchimento
dos mesmos pelo vento caracterizado pelas manifestações
neurológicas. O tratamento consiste na eliminação do calor e
vento interno e tonificação do Yin. Objetivo: Objetivou-se
com este trabalho relatar o caso de uma cadela com sequelas
neurológicas severas devido a cinomose tratada com sucesso
por meio da acupuntura e fitoterapia. Descrição do
caso: Foi encaminhada para acupuntura, uma paciente
canina, fêmea,
quatro meses, apresentado tetraparesia, hipoplasia do
esmalte dentário, mioclonia em cabeça e membros. A
paciente foi tratada com os pontos de acupuntura E36, IG10
IG4, VB 20, VB14, VB34, BP6, Bai hui, B23 e os 4
cavaleiros com eletroacupuntura de baixa frequência nos
mesmos. Foi instituído tratamento
com fitoterápico Liu Wei Di Huang Wan como Tônico de
Yin e Zhen Gan Xi Feng Tang para expelir o vento interno,
além disso, foi aconselhado a proprietária
realizar exercícios de equilíbrio com a paciente em casa. Na
3° sessão, observou-se uma diminuição da mioclonia de
aproximadamente 30%, a paciente conseguia apoiar os
membros e levantar sozinha. Na 4° sessão, ocorreu grande
redução da mioclonia cerca de 80%, e a paciente voltou a
caminhar. Após um mês de tratamento, a paciente voltou a
correr, brincar, retomou os movimentos dos membros,
ganhou peso e melhorou a qualidade de vida.
Conclusão: A Cinomose é uma doença de difícil tratamento,
e geralmente cursa com graves sequelas neurológicas. A
acupuntura pode ser utilizada como uma terapia
alternativa viável com grande sucesso no tratamento das
sequelas da cinomose, oferecendo uma melhor qualidade de
vida ao animal.
9
 ANÁLISE DESCRITIVA DAS ATIVIDADES DE
CAÇA REALIZADAS NA RESERVA NATURAL
VALE NO PERÍODO DE 2010 A 2013
1* 2
Sousa, J.A.C. ; Srbek-Araujo, A.C.
1 1
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ecossistemas -
Universidade Vila Velha, 2 Professora do Programa de Pós-Graduação em
Ecologia de Ecossistemas - Universidade Vila Velha.
* Autor para correspondência: joseadelson@gmail.com
ANEMIA HEMOLÍTICA NEONATAL ASSOCIADA A
SURDEZ EM FILHOTE DE CÃO
Borlot A.F.1, Souza L.D. 1, Silotti J.J.M.1, *Souza T.D.1,2,
Paixão T.A.3, Santos R.L.2.
Curso de Medicina Veterinária, Universidade Vila Velha, Vila Velha, ES;
2
Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, MG. 3Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de
Minas Gerais, Belo Horizonte, MG.

Email: tayse@uvv.br
Introdução: A caça é apontada em diversos estudos como
um importante propulsor de defaunação, representando a
segunda maior ameaça aos mamíferos e aves das florestas
Introdução: A anemia é um decréscimo do número de
tropicais, ficando atrás apenas da perda de habitat. A partir
eritrócitos na corrente sanguínea. Dentre os vários tipos de
da constatação de que florestas aparentemente exuberantes
anemias existentes, está a hemolítica, que se caracteriza pela
estão desprovidas de fauna como consequência da caça,
lise eritrocitária intra ou extravascular, com aumento de
criou-se o termo “Florestas Vazias”. Este ilustra os efeitos
bilirrubina não conjugada no sangue, denominada icterícia
da caça em longo prazo, ressaltando que esta ação não afeta
hemolítica. Nestes casos, em neonatos humanos, pode
somente as espécies alvo. Seu efeito é geralmente em
ocorrer ototoxicidade e surdez. Entre as causas de anemia
cascata devido ao fato de muitas espécies alvo serem
hemolítica canina, estão os protozoários, como por exemplo,
importantes dispersoras de sementes, representarem recurso
a Rangelia vitalli, que tem como principal diagnóstico
alimentar para outras espécies ou exercerem alguma outra
diferencial a Babesia canis. O tratamento das
função ecológica importante para a manutenção e o
hemoparasitoses consiste em terapia à base de antibióticos,
equilíbrio dos ecossistemas. Objetivo: O objetivo do
corticoides e, se necessário, transfusão sanguínea. O
presente trabalho foi realizar a análise descritiva das
presente trabalho relata o caso de um cão fêmea, de 60 dias
atividades de caça registradas na Reserva Natural Vale
de vida, que apresentou surdez após diagnóstico clínico e
(RNV) para indicação dos táxons mais afetados na região.
tratamento de anemia hemolítica. Relato de caso: Uma
Materiais e Métodos: Foram utilizados os registros de caça
cadela com dois anos de idade, da raça Buldogue Francês,
constantes no Banco de Dados de Proteção Ecossistêmica da
foi medicada com Frontline plus (Merial), 15 dias antes do
RNV. Neste banco são incluídas as ocorrências de caça
parto devido a uma alta infestação de carrapatos. Seis dias
registradas pela própria equipe da Vale e os registros de
após o nascimento de 6 filhotes, houve diminuição da
apreensões decorrentes de ações realizadas em conjunto com
produção de leite, e os neonatos passaram a ser
a Polícia Ambiental. Os dados analisados abrangem o
suplementados com leite comercial (Pet Milk). Carrapatos
período de janeiro de 2010 a dezembro de 2013 e reúnem
foram também observados nos filhotes. No 14º dia, uma
registros de apreensões de equipamentos (espingardas,
fêmea apresentou-se apática, hipotérmica (35ºC), com
canhões, entre outros), evidências indiretas da presença de
esplenomegalia e intensa hemoglobinúria. Foi realizada
caçadores (trilhas, cevas, poleiros, etc.) e registros de
correção da temperatura com colchão térmico e tratamento
animais abatidos ou capturados vivos. Resultado: Foram
de suporte com nebulização, fluidoterapia, dipirona sódica e
registrados 504 eventos de atividades de caça na RNV ao
cefalexina, sem sucesso. O óbito ocorreu oito horas após o
longo dos quatro anos analisados, sendo: 79 em 2010, 71 em
início dos sinais clínicos e realizou-se a necropsia, que
2011, 190 em 2012 e 164 em 2013. Destes, 22 eventos
evidenciou anemia hemolítica protozoária, com morfologia
incluíram apreensão de caça (04 em 2010, 06 em 2011, 06
sugestiva de Rangelia vitalli. A mãe da ninhada, que se
em 2012 e 06 em 2013), com o registro de 1 a 5 espécimes
apresentava apática e com queda da produção de leite,
por evento registrado (média = 1,9 espécimes/evento com
apresentou anemia normocítica normocrômica e
apreensão de caça). Foram identificadas 11 espécies entre os
trombocitopenia intensas, em hemograma realizado no 20º
animais apreendidos, a saber: 02 répteis (n = 05 indivíduos,
dia, e foi negativa para erliquiose e anaplasmose em exame
sendo 02 jacarés e 03 teiús), 04 aves (n = 06 indivíduos,
sorológico realizado com o emprego do kit 4DXPlus
sendo 01 curió, 01 coleiro, 01 chororão e 03 macucos) e 05
(IDEXX). A mãe da ninhada foi tratada com sucesso com
mamíferos (n = 30 indivíduos, sendo 01 preguiça-comum,
dipropionato de imidocarb, doxiciclina e metergolina. No
02 cutias, 02 quatis, 08 tatus e 17 pacas), resultando em um
21º dia, uma outra filhote fêmea (malhada) mostrou-se
total de 41 indivíduos (média = 10,3 espécimes/ano).
apática e ictérica, com esplenomegalia, febre (39,5ºC),
Conclusão: A maior parte dos eventos com apreensão de
secreção nasal, estertores respiratórios e leve
caça está relacionada à obtenção de carne, havendo apenas
hemoglobinúria. Foi administrado dipropionato de
duas espécies de aves (curió e coleiro) cujo registro está
imidocarb e terapia de suporte, com estabilização do quadro
relacionado à captura de espécimes para domesticação (n =
clínico. No 22º dia, administrou-se prednisolona e foi
02 eventos ao todo). Os mamíferos são o grupo que mais
realizada transfusão intraóssea na mesma, com plena
sofre pressão de caça da RNV (73% dos espécimes
recuperação do nível de atividade e do apetite. Iniciou-se um
apreendidos), sendo a paca a espécie mais afetada (57% dos
tratamento preventivo com clindamicina nos demais filhotes.
mamíferos registrados). Ressalta-se que os eventos de
No 36º dia foi aplicada uma segunda dose de imidocarb na
proteção com apreensão de caça analisados no presente
filhota malhada e iniciou-se tratamento com clindamicina.
estudo representam uma pequena parcela do número total de
Aos 60 dias de vida, constatou-se que a filhota malhada, que
espécimes abatidos ou coletados vivos na RNV, sendo os
havia se recuperado da anemia hemolítica, não respondia a
dados apresentados um indicador do impacto real da caça no
som, com o diagnóstico de surdez. Não há relato de
bloco Linhares/Sooretama.
ototoxicidade para as medicações empregadas, entretanto,
níveis elevados de bilirrubina não conjugada no sangue

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 10

 podem ser ototóxicos em neonatos humanos e levam a ANOFTALMIA BILATERAL, PALATOSQUISE,
surdez, pelo fato da via neural auditiva ser uma das áreas FISSURA LABIOPALATAL, HIDROCEFALIA, E
mais sensíveis do sistema nervoso central para a ATRESIA ANI EM NINHADA DE FILHOTES DA
neurotoxicidade da bilirrubina. Conclusão: Anemia RAÇA POODLE.
hemolítica protozoária pode ocorrer no período perinatal
com morbidade e mortalidade. Nesta idade, a icterícia Machado Y.¹, Cardoso Y.S.¹, Gonçalves D.S.V¹, Guião-
hemolítica pode cursar com ototoxicidade em neonatos Leite F.L.2, *Souza T.D.2,3, Mol, J.P.S.3, Paixão, T.A.4,
caninos. Santos, R.L.5
¹Graduando do curso de Medicina Veterinária-Universidade Vila Velha,
Apoio: FAPEMIG, CNPq e CAPES.
Vila Velha, ES; 2Professor no curso de Medicina Veterinária - Universidade
Vila Velha, Vila Velha, ES; 3Pós-graduanda do Programa de Ciência
Animal da Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais,
Belo Horizonte, MG; 4Professora do Instituto de Ciências Biológicas,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG; 5Professor da
Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, MG.

*E-mail: (tayse@uvv.br)

Introdução: Anomalias congênitas são anormalidades

físicas presentes no momento do nascimento. Estas
malformações podem ser leves a graves, causam prejuízos à
vida do animal ou são incompatíveis com a vida pós-
nascimento. Têm as mais diversas causas, tais como:
defeitos genéticos, exposição a agentes infecciosos,
distúrbios metabólicos, nutricionais e tóxicos. A síndrome
“anoftalmia-plus” nunca fora relatada na medicina
veterinária, é uma doença rara na medicina humana, relatada
pela primeira vez no ano de 1995. Caracterizado pela
presença de múltiplas malformações congênitas, o primeiro
relato descreveu anoftalmia bilateral, fissura labiopalatal,
orelha ausente, macrotia e atresia de tubo neural.
Posteriormente, mais lesões foram relatadas em associação à
síndrome: atresia de coanas, hidrocefalia, microencefalia,
dentre outras. Sugeriu-se que esta síndrome seja hereditária,
como uma doença autossômica recessiva. Neste trabalho
objetivou-se relatar malformações congênitas em neonatos
caninos de uma mesma ninhada. Descrição do Caso: Três
filhotes de cães nascidos em uma mesma ninhada da raça
Poodle vieram a óbito e foram encaminhados para necropsia.
Filhotes 1 e 2 morreram com um dia de idade e o filhote 3
com 20 dias de idade. Segundo informações do proprietário,
em ninhada anterior, todos os filhotes nascidos também
morreram, mas não foram necropsiados. À necropsia, os três
filhotes apresentavam anoftalmia bilateral e a fenda
palpebral formada, porém ainda fechada. As malformações
observadas em cada um dos filhotes foram: filhote 1:
braquignatia superior e fissura labial; filhote 2: fissura labial,
paltosquise, atresia ani com fístula reto-vaginal ; filhote 3:
hidrocefalia, comunicação interventricular com hipertrofia
concêntrica ventricular bilateral, dilatação de aurículas e
hidrotórax. A associação destas lesões assemelha-se ao que
fora descrito na síndrome de “anoftalmia–plus” em
humanos. Fragmentos de órgãos dos filhotes foram
coletados e levados à microbiologia para analise
bacteriológica, todos apresentavam sepse com isolamento de
Escherichia coli e Proteus mirabilis em rins, pulmões,
fígado, baço ou em sangue cardíaco. Em muitos casos as
malformações predispõem a infecções bacterianas, como nas
fístulas reto-vaginais e ou prejudicam a ingestão de colostro,
como na palatosquise, Conclusão: Anoftalmia pode ocorrer
associada a outras malformações e cursar com infecção
bacteriana generalizada e evoluindo para óbito. Assim, a
causa da morte de todos os filhotes nesta ninhada deveu-se a
uma associação entre as malformações descritas e a
ocorrência de infecção bacteriana sistêmica.
Apoio: FAPEMIG, CNPq e CAPES.

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 11

 APLICAÇÃO DE PIROFOSFATO DE SÓDIO E
EXTRATO DE LEVEDURA EM RAÇÕES DE GATOS
ADULTOS
Oliveira, R.T.¹; Brugnara, E.C.²*; Barcellos, J.²; Haese, D.³;
¹ Mestrando do curso de Ciências Animais – Universidade Vila Velha. ²
Graduando do curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha. ³
Professor do curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha.
(*) enriquebrugnara@hotmail.com
Introdução: Os gatos são classificados com carnívoros
estritos e possuem uma variedade de particularidades
nutricionais que de fato limitam as possibilidades no uso de
matérias primas que, normalmente, podem ser utilizadas na
alimentação de outras espécies. A preferência alimentar dos
gatos é baseada no seu comportamento carnívoro,
semelhante ao que acontece em cães, porém com
particularidades. Compostos a base de fósforo são utilizados
na alimentação de gatos com o objetivo principal de reduzir
o pH urinário e evitar a formação de cálculos de estruvita,
entretanto outros benefícios como à melhora da
palatabilidade podem ser obtidos com a inclusão desses
compostos. A palatabilidade de um alimento está ligada ao
quão prontamente o alimento é aceito pelo animal, sendo
então medida pela atratividade e o consumo. A
palatabilidade de um alimento é de suma importância para a
nutrição animal, pois se o alimento não for consumido não
adiantará o nutricionista fazer uso dos melhores ingredientes
para atender as exigências nutricionais dos animais.
Objetivo: Avaliar a inclusão de um composto a base de
fósforo (pirofosfato de sódio) e o extrato de levedura,
isoladamente ou combinados, sobre a palatabilidade de gatos
adultos. Materiais e métodos: O estudo foi conduzido no
gatil experimental do Centro de Tecnologia Animal - CTA,
localizado no município de Domingos Martins - ES. Foram
utilizados 20 gatos adultos, machos e fêmeas, pesando 3,7 ±
0,45 kg e idade entre três e cinco anos. Para produção das
rações experimentais foi utilizada uma ração basal sem
aplicação de hidrolisado. As demais rações foram obtidas
pela aplicação externa na ração basal do pirofosfato de
sódio, extrato de levedura e a combinação deles (Blend
contendo 40% de extrato de levedura + 60% de pirofosfato
de sódio), resultando em quatro rações experimentais com
0,0% de aditivo; 0,3% de pirofosfato de sódio; 0,2% de
extrato de levedura e 0,5% do blend. O consumo de ração
foi avaliado em dois períodos experimentais de 24 horas,
totalizando 40 observações por teste. As rações foram
avaliadas de duas em duas, totalizando seis testes. A
quantidade ofertada em cada vasilhame foi 20% superior às
necessidades recomendadas pelo NRC (2006) para gatos
adultos, a fim de evitar o consumo total da ração escolhida.
Os animais permaneceram durante todo o período de estudo
nas gaiolas contendo as duas rações avaliadas. A
palatabilidade da ração foi avaliada através da preferência no
confronto entre dois produtos e, para tal, a quantidade
fornecida e as sobras de ração foram pesadas ao final de
cada período de 24 horas. Resultados: Não houve diferença
(P>0,05) entre a ração controle e a contendo pirofosfato de
sódio. A inclusão do extrato de levedura isoladamente nas
rações resultou na redução da preferência (P<0,05) dos
animais em relação às demais rações. Em contrapartida, o
blend (Pirofosfato + extrato de levedura) aumentou a
preferência (P<0,05) em relação à ração controle e a
contendo somente extrato levedura. Conclusão: A inclusão
de 0,5% da mistura contendo pirofosfato de sódio e extrato
de levedura aumenta a preferência da ração pelos gatos.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
ARTRODESE ÚMERO-RÁDIO-ULNAR EM CÃO,
ULTILIZANDO PLACA E PARAFUSO
ORTOPÉDICO PARA TRATAMENTO DE FRATURA
COMINUTIVA SECUNDÁRIO À TRAUMA
BALÍSTICO: RELATO DE CASO
Gonçalves, D. S. V1; Sossai, B. G.1; Vicente, G. C.2;
Mathias, C. H. T.3; Rangel, J. P. P.4; Pinto, B. J.2, Conti, L.
M. C.5; Machado, F. M5; Monteiro, B. S4.
*dariele@oi.com.br
1
Graduando do curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha,
2
Residente da Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais do Hospital
Veterinário Professor Ricardo Alexandre Hippler – Universidade Vila
Velha, 3Mestrando em Ciência Animal na Universidade Vila Velha,
4
Professor do curso de Medicina Veterinária da Universidade Vila Velha,
5
Médico Veterinário do Hospital Veterinário Professor Ricardo Alexandre
Hippler – Universidade Vila Velha.
Introdução: A artrodese é um procedimento cirúrgico que
objetiva principalmente a união de dois ou mais ossos
gravemente comprometidos, por meio de placa, parafuso ou
pino intramedular. O procedimento é indicado nos casos de
fraturas cominutivas interarticulares, luxações ou subluxação
severas por causas variadas que resultem em dor, fraturas
articulares irreparáveis, não tratáveis por meio de
procedimentos reconstrutivos, instabilidade articular e perda
de função que pode ser neurológica ou ortopédica e afecções
dolorosas, não responsivas a terapias medicamentosas.
Objetivo: O objetivo do trabalho foi relatar uma artrodese
de cotovelo em uma cadela, de um ano de idade, sem raça
definida, acometido por fratura cominutiva na articulação
úmero-rádio-ulnar, após ter sofrido trauma por arma de fogo.
Descrição do caso: Foi encaminhado ao Hospital
Veterinário da Universidade Vila Velha, uma cadela, sem
raça definida, apresentando claudicação de membro torácico
esquerdo (MTE) e aumento de volume em região de
articulação úmero-rádio-ulnar. Ao exame físico, notou-se
presença de mobilidade e crepitação em região úmero-rádio-
ulnar e não apoio do membro em solo durante a
deambulação. O exame radiográfico revelou perda de
continuidade óssea condizente com fratura cominutiva em
epífise distal de úmero e proximal de rádio e ulna, destruição
da incisura troclear e pequenos fragmentos radiopacos,
sugestivos de presença de projétil. Após os exames pré-
cirúgicos de rotina (Hemograma, ALT, Creatinina, Uréia,
Fosfatase alcalina, Eletrocardiograma), o animal foi
encaminhado à cirurgia. A paciente foi submetida à
medicação pré-anestésica com metadona (0,5mg/kg) e
indução com propofol (4mg/kg). Foi realizado bloqueio do
plexo braquial com bupivacaína com vasoconstritor
(2mg/kg) associado a lidocaína com vasoconstritor (5mg/kg)
e, para manutenção anestésica utilizou-se isoflurano. Foi
realizada uma incisão crânio-lateral ao cotovelo, afastou-se a
musculatura do tríceps, bíceps braquial, radial e ulnar tendo
acesso a articulação e aos fragmentos ósseos e balísticos. Os
fragmentos foram removidos e as extremidades ósseas foram
preparados para a realização da artrodese, por meio do
nivelamento das extremidades lesionadas e
reposicionamento dos ossos para a fixação da placa e
parafusos ortopédicos. A aproximação da musculatura foi
feita com fio multifilamentar (poliglactina 910) e a pele
utilizando fio inabsorvível (nylon cirúrgico). Foi realizado
imobilização com malha tubular e Vetrap®. A radiografia
pós-operatória demonstrou a presença da placa curvada,
ancorada por 4 parafusos em úmero e 3 parafusos em ulna, e
angulação do membro obedecendo o ângulo próximo a 120º,
visando facilitar a deambulação futura. O animal recebeu
12
 alta médica, sendo receitado para domicílio Tramadol
(5mg/kg/TID/7 dias), Dipirona (25mg/kg/BID/7 dias),
Meloxican (0,1mg/kg/SID/3 dias), Cefalexina
(30mg/kg/BID/7 dias). No retorno, verificou-se ferida
cirúrgica em processo de cicatrização e extremidade do
membro ainda sem propriocepção, mas com aumento da
percepção dolorosa. Uma calha ortopédica foi posicionada
na porção distal do membro para permitir a correto
posicionamento anatômico e deambulação do paciente.
Novos retornos foram agendados para controle radiográfico.
Conclusão: A técnica de artrodese permitiu a aproximação e
estabilização da articulação úmero-rádio-ulnar, mantendo a
angulação recomendada pela literatura, com o objetivo de
facilitar a deambulação do paciente.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
ASPIRAÇÃO FOLICULAR EM VACAS
HOLANDESAS DE BAIXA POPULAÇÃO
FOLICULAR SUBMETIDAS A UM PROTOCOLO DE
SINCRONIZAÇÃO E SUPEROVULAÇÃO
Loureiro, B.1*; Favoreto, M.G.1; Queiroz, B.M.C.1, Lacerda,
T.F.1
1-
Universidade Vila Velha, Vila Velha, ES, Brasil; * autor para
correspondência: Barbara.loureiro@uvv.br
Introdução: Na produção de embriões in vitro (PIV) a
aspiração folicular (OPU) é realizada em dia aleatório do
ciclo estral, não se fazendo uso de protocolos hormonais.
Entretanto, existem raças, dentre as quais a Holandesa, em
que apenas um pequeno número de folículos se desenvolve a
cada onda folicular. Essas fêmeas são consideradas animais
de baixa população folicular e produzem um numero
insuficiente de oócitos para o sucesso da PIV. Entretanto,
dentre os animais dessa raça, existem os que produzem um
número de folículos considerado médio (fol=10) para o
padrão e outros animais que produzem um número inferior à
média, impossibilitando a PIV. Objetivo: Testar um
protocolo de sincronização e superovulação para aumentar o
desenvolvimento folicular e a produção de oócitos por OPU
em vacas da raça Holandesa de baixa população folicular.
Material e Métodos: Vinte vacas da raça Holandesa, não
lactantes, criadas em sistema de semi-confinamento, foram
selecionadas para a aspiração folicular. A aspiração folicular
foi realizada, duas ou três vezes, em cada animal por
transfixação vaginal com agulha acoplada a probe do
aparelho de ultrassom e a bomba de vácuo. Nesta etapa, a
aspiração foi realizada em dia aleatório do ciclo estral para
que os animais pudessem ser separados em animais de baixa
e alta população folicular. Os oócitos foram classificados
quanto ao grau de qualidade e viabilidade. A média de
produção foi de 19 oócitos por vaca. Sete vacas com
produção média abaixo de 10 oócitos foram selecionadas
para receberem o protocolo. Em dia aleatório foi
administrado 50 µg de gonadorelina (GnRH) com intuito de
reiniciar a onda de crescimento folicular. Trinta e seis horas
após o GnRH, foi iniciado o protocolo de superovulação
com seis doses de hormônio folículo estimulante FSH (40
mg) a cada 12 horas. Quarenta e oito horas após a última
aplicação de FSH foi realizada a aspiração folicular via
transvaginal com auxílio de probe micro convexa. Os
oócitos foram classificados quanto à viabilidade e a
qualidade em grau I, II, III e IV. Os resultados foram
analisados pelo procedimento Proc Mixed do SAS, com a
vaca sendo considerada o sujeito e a aspiração a medida
repetida. Resultados: O protocolo de FSH aumentou (p <
0,01) o número total de oócitos coletados por vaca de 9,5 ±
0,87 para 16,3 ± 1,18. O número total de oócitos viáveis
também aumentou (p < 0,05) de 6,5 ± 0,7 para 9,8 ± 1,0,
além de uma tendência (p = 0,07) de um aumento no número
de oócitos Grau I (0,14 ± 0,1 para 0,57 ± 0,14). Das seis
vacas submetidas ao tratamento apenas uma não apresentou
aumento no número de oócitos. Conclusão: O protocolo de
sincronização e superovulação proposto para vacas
Holandesas de baixa população folicular foi eficiente para
melhorar a qualidade e aumentar a quantidade de oócitos
coletados por vaca.
13
 ATIVIDADE NEMATICIDA do FUNGO Pleurotus
eryngii SOBRE LARVAS INFECTANTES de
Ancylostoma caninum
1 1 2
Lopes A. D. C. G. , Hiura E. , Froes F. V. , Medeiros A. M.
D.2, Souza L. M. D.2, Aguiar A. R.4, Rodrigues M. G. R.4,
Correia, G. S.2 (*), Correa L. C. 2, Braga F. R.3
1-Mestre em Ciência Animal - Universidade Vila Velha - ES.
2-Alunos de Graduação em Medicina Veterinária - Universidade Vila Velha
- ES.
3-Docente Do Curso De Medicina Veterinária – UVV.
4-Mestrando em Ciência Animal – Universidade Vila Velha – ES.
(*) gabyeersucupira@gmail.com
Introdução: Os cães e gatos desempenham um importante
papel como animais de companhia para os seres humanos,
que acabam estabelecendo laços afetivos com esses animais.
O estreitamento dessa relação aumenta o risco de
contaminação do homem, podendo estes animais serem
considerados reservatórios potenciais de agentes infecciosos.
Dentre os helmintos, o Ancylostoma spp tem despertado
grande interesse, devido ao seu potencial zoonótico. O
Ancylostoma caninum é a espécie mais comum em cães e o
A. braziliense é o mais comum em gatos. Os fungos
nematófagos são estudados desde que sua função como
predador de nematóides foi reconhecida no final do século
XIX. Dessa forma, o controle biológico consiste na
aplicação e utilização de antagonistas naturais disponíveis
no ambiente e que possam diminuir, a um limiar aceitável,
determinada população de agente agressor. Objetivo: O
objetivo do presente projeto foi avaliar a atividade predatória
de isolados fúngicos de Pleurotus eryngii in vitro sobre A.
caninum de cães residentes no Estado do Espírito Santo.
Material e Métodos: Os dados foram interpretados
estatisticamente pela análise de variância em níveis de
significância de 1 e 5% de probabilidade. A eficiência de
predação das larvas em relação ao controle foi avaliada pelo
teste de Tukey ao nível de 1% de probabilidade.
Posteriormente, o percentual de redução da média de L3 foi
calculado. Foi realizado um ensaio experimental in vitro e
confeccionadas 15 placas para o grupo tratado e 15 placas do
grupo controle. No grupo tratado, em cada placa de Petri
foram colocadas 1000 larvas de A. caninum e 50 microlitros
do isolado fúngico. No grupo controle foram colocadas
somente 1000 larvas. Resultados: O isolado fúngico de P.
eryngii reduziu o número médio de larvas de A. caninum em
relação ao controle (p<0,01) e apresentou um percentual de
redução de 47,56%. O número médio de larvas recuperadas
no grupo tratado foi de 32,2 (±15,3) e do grupo controle foi
72,88 (±27,0). Foi calculada a média das larvas contadas
durante cada um dos 7 dias do experimento no grupo
controle e tratado e encontraram-se valores significativos
(p<0,01) entre as médias dos dois grupos. Foi observada a
diminuição consecutiva do dia 1 ao dia 7 em relação ao
número de larvas dos dois grupos (p<0,01). Conclusão:
Conclui-se com isso, que o fungo P. eryngii demonstrou
atividade predatória sobre L3 de A. caninum, podendo ser
uma alternativa de controle.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
ATRESIA ANAL EM CÃES E GATOS – RELATO DE
TRÊS CASOS
Martinelli, C.1*, Andreão, N.B ¹, Fernandes S.S.D¹, Pinto,
J.B.2, Vicente, G.C.2, Souza, M.C.C3, Monteiro, B.S4
1
Graduando do curso de Medicina Veterinária - Universidade Vila
Velha, 2Médico Veterinário Residente de clínica cirúrgica e anestesiologia
de pequenos animais da Universidade Vila Velha, 3Médico Veterinário
contratado do Hospital Veterinário da Universidade Vila Velha, 4Professor
do curso de Medicina Veterinária na Universidade Vila Velha.
*E-mail: carol.nina@hotmail.com
Introdução: A atresia anal é um defeito congênito no qual
ocorre a ausência de esfíncter anal e/ou ausência de uma
porção do reto terminal, resultando em fechamento da saída
anal. As fêmeas podem apresentar uma via anormal para
eliminação das fezes, por meio de uma fistulação vaginal ou
uretral. Essa má formação é de rara incidência, sendo mais
comum em cães, que em gatos. Os proprietários de animais
com essa anomalia procuram ajuda profissional ao notar
ausência de defecação ou mesmo a saída de fezes por
orifícios impróprios, como pela via oral. O objetivo do
presente trabalho é relatar casos de atresia anal em dois
felinos e um cão, atendidos no ano de 2015, no Hospital
Veterinário da Universidade Vila Velha. Relato do caso:
Foram atendidos no Hospital Veterinário, três casos de
atresia anal, sendo eles: dois felinos, uma fêmea e um
macho, sem raça definida, com aproximadamente quatro
semanas de idade, e um cão, macho, sem raça definida, com
dois dias de idade. Os dois felinos pertenciam à mesma
ninhada e o proprietário relatou que observou, em ambos,
uma distensão abdominal e a ausência de abertura anal.
Ainda, na fêmea, esporadicamente a saída das fezes ocorria
pela vulva. O cão chegou para a consulta com apatia e
prostração, abdômen distendido com dor á palpação e
ausência de esfíncter anal. Todos os três animais foram
submetidos a exames de imagens, radiografia e
ultrassonografia abdominais, para permitir a conclusão o
diagnóstico e planejamento do procedimento cirúrgico. As
radiografias dos felinos revelaram a presença de fecaloma no
macho e fistula vaginal na fêmea, enquanto o exame do cão
demonstrou ausência de segmento final da porção intestinal
do reto, sem ligação com ânus. Todos os pacientes foram
encaminhados para a cirurgia. Em ambos felinos, foi feita a
cirurgia corretiva da atresia anal confeccionando um novo
orifício, enema por meio de sonda uretral e solução de
vaselina para lavagem intestinal e dissolução do fecaloma.
Na fêmea, ainda realizou o fechamento da fistula vaginal. O
cão foi submetido à celiotomia mediana pré-retro-umbilical
e exploração do trato gastrointestinal. Verificou-se que as
alças intestinais estavam necrosadas e rompendo-se com
facilidade durante a manipulação cirúrgica. Havia ainda
peritonite severa secundária ao extravasamento de conteúdo
intestinal na cavidade abdominal. O cão veio a óbito no
trans-cirúrgico. Conclusão: A atresia anal pode trazer
graves complicações para o animal e os exames de imagens
auxiliam no diagnóstico da classificação do grau desta
afecção que pode apresentar-se apenas com a ausência do
esfíncter anal e/ou ausência de segmento intestinal final sem
comunicação intestinal com o esfincter. O tratamento
cirúrgico é recomendado e necessário para reversão da
anomalia anorretal visto que essa má formação é
incompatível com a vida.
14
 AVALIAÇÃO COPROPARASITOLÓGICA EM AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA REPRODUTIVA NO
CACHORRO-DO-MATO DE NATUREZA NA USO REPETIDO DE eCG EM PROTOCOLOS DE
REGIÃO DA GRANDE VITÓRIA IATF EM VACAS

Nossa D. N.1*, Oliveira A. P. J.2, Rossi Jr., J. L.3 Stuhr, B. D1,*; Gil, I1; Loureiro, B1
1 1-
Graduanda do curso de Medicina Veterinária - Universidade Vila Velha, Universidade Vila Velha, Vila Velha, ES, Brasil; * autor para
2
Mestranda do curso Ciência animal - Universidade Vila Vellha, 3Professor correspondência: bharbara_vet@hotmail.com
do curso de Medicina Veterinária na Universidade Vila Velha.

*daninerisnossa@hotmail.com
Introdução: A Gonadotrofina Coriônica Equina (eCG) é
uma molécula glicoproteica hormonal produzida nos cálices
Introdução: As doenças parasitárias são consideradas um
endometriais da égua prenha entre 40 a 130 dias de gestação.
importante fator na conservação da vida selvagem, pois elas
Sua meia vida no plasma sanguíneo é prolongada, até 60
podem ser devastadoras se ocorrerem em populações
horas em ovinos e 72 horas em bovinos. Por ter um alto peso
pequenas ou em declínio de animais de vida livre. Muitas
molecular (45 KDa) e uma origem heteróloga, ela pode se
espécies selvagens são reservatórios de agentes patogênicos
tornar potencialmente imunogênica. Objetivo: Avaliar a
que ameaçam a biodiversidade global, bem como o animal
eficiência reprodutiva do uso repetido do eCG em um
doméstico e a saúde humana. Embora mais prevalentes em
protocolo de inseminação artificial em tempo fixo (IATF)
animais de cativeiro, estudos epidemiológicos em animais
em vacas mestiças. Material e métodos: Foram utilizadas
silvestres invariavelmente revelam altos graus de
10 fêmeas bovinas, divididas em 2 grupos: controle (n=5) e
parasitismo nesses animais. O Cerdocyon thous, tem uma
tratamento (n=5). Todas mestiças predominantemente
ampla distribuição na região de Mata Atlântica no ES,
zebuínas, multíparas, não lactantes, criadas extensivamente
constituindo-se, portanto, fonte de referência e
sobre pastagens naturais e suplementadas com sal mineral ad
representatividade, para o alcance dos objetivos a que se
libitum. As fêmeas foram sincronizadas com o mesmo
propõe o projeto. Objetvou-se estabelecer a importância
protocolo de IATF, sendo: No D0 foi aplicado 2 ml de
desses animais de vida livre como potenciais fontes de
Benzoato de Estradiol (Ciclovar®) pela via intramuscular e
infecção de parasitas para outras populações animais,
colocado o implante intravaginal de progesterona (PRIMER)
incluindo o homem. Dessa maneira, foram analizadas as
de 1º uso, no D7 foi aplicado 2 ml de prostaglandina
fezes de cachorros-do-mato oriundos de natureza, buscando
(Ciosin®) pela via intramuscular, no D9 foi retirado o
a identificação dos possíveis parasitas que afetam o
implante e aplicado 0,5 ml de Cipionato de Estradiol (ECP ®)
organismo desses animais. Metodologia: Amostras de fezes
pela via intramuscular. O grupo tratamento diferiu apenas no
foram coletadas diretamente do aparelho digestório dos C.
uso do eCG (Novormon®), o qual foi aplicado 300 UI pela
thous, que foram depositados no acervo de Zoologia do
via intramuscular no D9. No D4, D10 e D18 foi realizada a
Laboratório de Anatomia Animal da Universidade Vila
ultrassonografia transretal para diagnostico de presença
Velha. Todos espécimes eram originários do monitoramento
folículo, tamanho do folículo dominante e tamanho do corpo
de atropelamento de fauna realizado pela Rodosol, empresa
lúteo (CL). Cada animal foi sincronizado 3 vezes em um
que administra a rodovia ES-060. Para realização dos
intervalo de 15 dias entre sincronizações, os procedimentos
exames necroscópicos, os animais foram descongelados,
sempre ocorriam as 8 horas. Resultados: Não houve
examinados e seus aparelhos digestórios coletados para
diferença entre os grupos nas vacas que ovularam,
identificação macro e microscópica de possíveis
caracterizado pela presença de CL. Duas vacas do grupo
endoparasitas. Posteriormente o material foi encaminhado
eCG não ovularam enquanto três vacas no grupo controle
para o Laboratório Clínico e Parasitológico Veterinário,
não ovularam em uma das três réplicas. No grupo eCG, o
onde foi realizado o exame coproparasitológico. Foi
folículo de maior tamanho foi maior na réplica 2 (16,26 ±
utilizado o método de flotação; onde 3 a 5 g de fezes foram
1,6) quando comparado a réplica 1 (11,31 ± 1,6; P=0,05) e
colocados em um pequeno frasco (10-15 ml) e misturados a
uma tendência a ser maior do que na réplica 3 (11,54 ± 1,8;
uma solução de densidade específica superior à da água, que
P=0.07). No grupo controle o tamanho do CL na réplica 1
encoraja a flotação dos ovos, cistos e larvas de certos tipos
foi maior (23,15± 2,2; P<0.05) que o tamanho do CL
de parasitas. O frasco foi preenchido com a mistura de fezes
presente nas replicas 2 (15,80 ± 2,2) e 3 (15,97 ± 2,2). No
e solução de flotação até atingir o seu ápice e formar uma
grupo eCG o tamanho do CL foi maior na réplica 1 (22,07 ±
borda convexa, a ser coberta com uma lâmina de
2,2; P<0,03) quando comparado a réplica 2 (14,02 ± 2,0),
microscópio. Em seguida, a amostra repousava por 10-15
não sendo diferente da réplica 3 (19,33 ± 2,5). Conclusão:
minutos, após este tempo a lâmina foi removida, e
O uso repetido de eCG não interferiu na taxa de ovulação
presumivelmente os ovos flutuavam ao topo da solução e
dos animais e consequente formação do corpo lúteo em até 3
aderiram à lâmina, sendo identificados ao microscópio.
sincronizações, descartando a possibilidade dessa molécula
Resultado: Num período entre agosto de 2014 e maio de
causar alguma reação imunológica que possa interferir na
2015 foram necropsiados 25 cachorros-do-mato, entretanto,
eficiência reprodutiva do animal. Além disso, os animais
seis tiveram material gastrointestinal analisados
sincronizados sem eCG apresentaram os mesmo resultados
laboratorialmente. Entre os analisados foi posssível obter
de desenvolvimento folicular e ovulação, determinada pela
resultados parciais em um dos animais, sendo parasitado
presença de CL.
possivelmente por Physaloptera e Dipylidium caninum. O
restante das amostras processadas obteve resultado negativo.
Conclusão: Em 24% dos animais analisados, já foram
identificados dois endoparasitas que afetam comumente
cães, demonstrando que há certo fluxo parasitário entre
canídeos selvagens e domésticos.

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 15

 AVALIAÇÃO DA INFECTIVIDADE DE LARVAS
DE Toxocara canis APÓS A INTERAÇÃO COM
FUNGOS NEMATÓFAGOS: UM ENSAIO in vitro.
Hiura, E.1; Lopes, A.C.G.1; Senna, C. C.4; Aguiar, A.R.6;
Correia, G. S.2; Pedroto, N. D. L. P.2; Ferraz, C. M.2;
Andrade, M. C. D.2 (*) ; Barcellos, J.2 ; Oliveira, M. C. G.
D. 3 ; Braga, F.R. 5
1-Mestre em Ciência Animal – Universidade Vila Velha - ES (UVV), 2-
Alunos de Graduação em Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha-
ES (UVV), 3-Aluna de Graduação em Medicina – Universidade Vila Velha
- ES (UVV), 4-Aluno de Graduação em Ciências Biológicas – Universidade
Vila Velha – ES (UVV), 5-Docente do Curso de Medicina Veterinária -
Universidade Vila Velha- ES (UVV), 6-Mestrando em Ciência Animal –
Universidade Vila Velha – ES (UVV)
(*) manuela_mca@hotmail.com
AVALIAÇÃO DO BALANÇO SIMPATO-VAGAL EM
COELHOS (Oryctogalus cuniculus) NOVA ZELÂNDIA
SEDADOS COM ACEPROMAZINA E
ANESTESIADOS COM CETAMINA
Mathias, C. H. T.1*; Cabidelli, J. F.2; Fortunato, V.R.1;
Conti, L.M.C. 3; Rangel, J. P. P.3; Bitti, F.S.4; Champion,
T.5; Monteiro, B. S6.
*carloshenriquetm@gmail.com
1
Mestrando em Ciência Animal na Universidade Vila Velha, 2Graduando do
curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha, 3Médico
Veterinário do Hospital Veterinário Professor Ricardo Alexandre Hippler –
Universidade Vila Velha, 4Médico Veterinário Autônomo, 5Professor
Adjunto A da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Realeza -
PR, 6Professora Titular do Programa de Mestrado em Ciência Animal,
Universidade Vila Velha.

Introdução: O Toxocara canis é conhecido comumente

como verme redondo do cão, sendo o principal causador da
Introdução: Alguns fármacos sedativos e anestésicos
larva migrans visceral em humanos, essa doença tem uma
podem apresentar influência sobre o sistema cardiovascular
importância zoonótica de distribuição mundial. O controle
por diversos mecanismos, dentre eles, alterações sobre o
deste parasito é realizado por meio da utilização de anti-
balanço simpato-vagal. A acepromazina é um fármaco
helmínticos, no entanto, já existe relato de resistência
amplamente utilizado na medicina veterinária pertencente ao
parasitária em cães. Nesse sentido e levando em
grupo dos fenotiazínicos com capacidade de realizar
consideração a contaminação do ambiente com ovos de
depressão do sistema nervoso autônomo com supressão do
helmintos (T. canis), estudos com medidas alternativas de
sistema nervoso simpático. Existem divergências na
controle são requisitadas. Dessa forma, a utilização de
literatura quanto à sua influência sobre a frequência
fungos nematófagos é estudada como controle biológico de
cardíaca, contudo, pode promover diminuição da pressão
helmintos. As espécies Duddingtonia flagrans e Pochonia
arterial sistêmica (PAS) e hipotermia. A cetamina é um
chlamydosporia têm característica de predar larvas e ovos
fármaco anestésico dissociativo e possui a capacidade de
de geohelmintos. Objetivo: Avaliar a capacidade predatória
estimular o sistema cardiovascular por meio dos seus efeitos
dos fungos nematófagos D. flagrans (AC001) sobre larvas
simpatomiméticos, ocorrendo, como consequência, aumento
de Toxocara canis. Material e métodos: Larvas de
da frequência cardíaca, débito cardíaco e PAS. A atividade
segundo estádio (L2) de T. canis foram extraídas dos ovos
do sistema nervoso autônomo (SNA) sobre o coração pode
embrionados por meio da utilização de pérolas de vidro em
ser avaliada por um método simples e não-invasivo, como,
frasco de Erlenmeyer em agitação constante. A seguir, dois
por exemplo, a variabilidade da frequência cardíaca (VFC).
grupos foram formados em placas de Petri contendo ágar-
Objetivo: O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da
água 2%, sendo um grupo tratado com o isolado AC001 e
acepromazina isolada e em associação com cetamina sobre o
um grupo controle. Foram realizadas 6 repetições para cada
balanço simpato-vagal em coelhos. Materiais e métodos:
grupo. No grupo tratado, em cada placa de Petri foram
Foram utilizados sete coelhos da raça Nova Zelândia,
vertidas 500 L2 de T. canis e 500 conídios de AC001 e, no
adultos e saudáveis. Os animais foram submetidos à
grupo controle (sem fungos) foram colocadas apenas 500 L2
aplicação de medicação pré-anestésica com acepromazina
T. canis. Durante sete dias, a cada 24 horas, 10 campos
(0,5 mg/kg) por via intramuscular (IM) e após 30 minutos,
aleatórios em cada placa dos grupos tratados e controle
anestesiados com cetamina (25 mg/kg) por via IM. Foram
foram observados em microscópio óptico em objetiva de
realizadas gravações eletrocardiográficas em três momentos
10x, contando-se o número de L2 não predadas em cada um.
distintos: basal (M0), após 30 minutos da aplicação de
No sétimo dia, foram recuperadas as L2 não predadas do
acepromazina (M1) e após 15 minutos da aplicação de
conteúdo das placas de Petri através do aparelho de
cetamina (M2). Para realização do exame, os animais eram
Baermann com água a 42ºC. Os dados foram analisados
posicionados em decúbito esternal com os eletrodos fixados
estatisticamente pela análise de variância em níveis de
conforme recomendação por Tilley (2002) em região de
significância de 1 e 5% de probabilidade. Resultados: Foi
tuberosidade do olecrano e articulação femoro-tíbio-patelar,
observada diferença estatística (p<0,01) das médias de
utilizando gel a base de água para auxiliar na condução
contagem das larvas do tratado em relação ao controle nos
elétrica. Para avaliação da VFC foi utilizada a fórmula
dias 2, 3, 4, 5 e 6. O percentual de redução das larvas foi de
descrita por Carareto et al. (2007), a partir da medida de 10
53,4 %. Conclusão: Por meio dos valores encontrados no
intervalos RR consecutivos em milissegundos (ms). Para
presente trabalho confirmamos a ação dos fungos sobre o T.
análise estatística foram utilizados os testes de Shapiro-Wilk
canis, além do 1º registro da atividade helmintófaga
seguidos pelo teste de Kruskal-Wallis com pós teste de
comprovada sobre as L2, o que no futuro poderá a vir a ser
Dunn para amostras não paramétricas e Análise de Variância
mais uma ferramenta de controle ambiental de T. canis.
(ANOVA) com pós teste de Tukey para amostras com
distribuição normal, com nível de significância de 95%.
Resultados: As amostras dos intervalos RR apresentaram
distribuição não paramétrica com diferença significativa
(p<0,0001) quando comparados o M0 com M2 e M1 com
M2. A mediana dos momentos avaliados foi de 248 ms, 242

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 16

 ms e 257 ms, para os momentos M0, M1 e M2,
consecutivamente. Na análise da VFC, as amostras
obtiveram distribuição normal sem diferença significativa
entre os grupos analisados (p=0,2306), apresentando,
consecutivamente as médias de 13,38, 13,40 e 13,54.
Conclusão: A utilização de acepromazina na dose de
0,5mg/Kg e da cetamina na dose de 25mg/Kg não foi capaz
de promover alterações significativas no balanço simpato-
vagal dos coelhos hígidos por meio da análise da VFC.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
AVALIAÇÃO DO EFEITO DO PROCESSAMENTO
TÉRMICO DA RAÇÃO SOBRE O DESEMPENHO DE
FRANGOS DE CORTE
Brugnara, E.C.¹*; Barcellos, J.¹; Souza, V.T.¹; Thompson,
G.R.²; Haese, D.³; Kill, J.L. 4
¹ Graduando do curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha,
²Mestrando do curso de Ciências Animais – Universidade Vila Velha,
³Professor do curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha,
4
Doutor em Zootecnia - Universidade Federal de Viçosa (UFV)
(*) enriquebrugnara@hotmail.com
Introdução: A forma como os pintinhos são alimentados
logo após a eclosão e nos primeiros dias de vida pode
influenciar seu rendimento total, sendo importante
compreender as mudanças morfológicas e fisiológicas do
sistema digestório, que se encontra em pleno processo de
maturação. Fator este que justifica a inclusão de uma ração
diferenciada, formulada com ingredientes de qualidade
superior para atender as exigências da fase pré-inicial para
frangos de corte. Dentre as formas físicas das rações
ofertadas, a ração peletizada apresenta melhores índices
zootécnicos quando comparada a ração farelada. Objetivos:
Avaliar o efeito do processamento térmico da ração pré-
inicial (farelada e peletizada/triturada), sobre o desempenho
(ganho de peso, consumo de ração, conversão alimentar) de
frangos de corte de 1 a 7 dias. Materiais e métodos: O
estudo foi realizado no setor de Avicultura do Centro de
Tecnologia Animal Ltda. – CTA, localizado no distrito de
Paraju, município de Domingos Martins – ES. Foram
alojados 360 pintainhos, de linhagem comercial Cobb 500®,
machos, de um dia de idade, dispostos em um delineamento
experimental inteiramente casualizado, com dois
tratamentos, seis repetições e 30 aves por repetição (boxe).
O boxe com 30 aves foi considerado a unidade experimental.
O período experimental foi de 7 dias. O tratamento 1 foi
constituído de ração farelada, enquanto o tratamento 2 foi
constituído de ração triturada. Ambos os tratamentos
possuíam os mesmos níveis nutricionais, porém com
diferentes processamentos. Resultados: Comparando o
desempenho de ambos os tratamentos observou-se
resultados superiores ao previsto no manual, Suplemento de
Desempenho e Nutrição de Frangos de Corte, da linhagem
comercial Cobb 500® para pintos de 1 a 4 dias e de 1 a 7
dias. Os grupos alimentados com rações fareladas e
peletizadas no período de 1 a 4 dias não demostraram
diferença significativa em peso final e ganho de peso. A
ração farelada proporcionou peso final de 119g e ganho de
peso de 71g, enquanto a ração peletizada/triturada
proporcionou peso final de 122g e ganho de peso de 75g. Ao
comparar o desempenho previsto pelo manual da linhagem
Cobb 500® verificou-se que os resultados obtidos em ambos
os tratamentos, nesta fase, foram de 19% e 22% superiores
respectivamente. Os tratamentos no período de 1 a 7 dias
resultaram em diferença significativa, com maior ganho de
peso, menor consumo de ração e menor conversão alimentar
na forma peletizada/triturada, em relação à forma farelada. O
peso final após o sétimo dia foi de 210g para a forma
peletizada enquanto a forma farelada possibilitou peso final
de 192g em média. O consumo de ração dos pintainhos
alimentados com as rações farelada e peletizada foi de 162g
e 153g respectivamente. A conversão alimentar dos
pintainhos alimentados com a ração peletizada e farelada foi
17
 de 0,95 e 1,12 respectivamente. Conclusão: Recomenda-se
na fase pré-inicial para frangos de corte o uso de rações com
qualidade superior, na forma física peletizada/triturada, por
permitir maior ganho de peso, menor consumo de ração e
menor conversão alimentar, associado ao alojamento de
pintainhos de boa procedência, permitindo melhores índices
zootécnicos.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
AVALIAÇÃO ELETROCARDIOGRÁFICA DE
COELHOS (Oryctogalus cuniculus) NOVA ZELÂNDIA
SEDADOS COM ACEPROMAZINA E
ANESTESIADOS COM CETAMINA
Fortunato,V.R.1*; Cabidelli, J. F.2; Conti, L.M.C. 3; Mathias,
C. H. T.1; Rangel, J. P. P.3; Bitti, F.S.4; Champion, T.5;
Monteiro, B. S6.
*raposovivi@gmail.com
1
Mestrando em Ciência Animal - Universidade Vila Velha, 2Graduando do
curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha, 3Médico
Veterinário do Hospital Veterinário Professor Ricardo Alexandre Hippler –
Universidade Vila Velha, 4Médico Veterinário Autônomo, 5Professora
Adjunto A da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Realeza -
PR, 6Professora Titular do Programa de Ciência Animal, Universidade Vila
Velha.
Introdução: O eletrocardiograma (ECG) representa, de
forma gráfica, a despolarização e repolarização elétrica do
músculo cardíaco. Ele fornece informação sobre a
frequência cardíaca, ritmo e a condução elétrica
intracardíaca. Também pode sugerir aumento de cavidades
especificas, doenças miocárdicas, isquemia, doença
pericárdica, alguns desequilíbrios eletrolíticos e algumas
intoxicações por fármacos. Esse recurso é utilizado para
diagnóstico das arritmias pois determina o ritmo e a
frequência cardíaca, fornecendo informações a respeito do
miocárdio, por meio das deflexões P-QRS-T no traçado
eletrocardiográfico. O ECG é um dos métodos mais comuns
e, de maior valia na monitoração da condição cardíaca do
paciente submetido a anestesia, permitindo observar em
tempo real as possíveis alterações. Objetivo: O objetivo
deste trabalho foi avaliar as alterações eletrocardiográficas
dos coelhos sedados com acepromazina e anestesiados com
cetamina. Materiais e métodos: Foram utilizados sete
coelhos da raça Nova Zelândia, hígidos. Os animais foram
submetidos à medicação pré-anestésica com acepromazina
na dose de 0,5 mg/kg por via intramuscular (IM) e
anestesiados com cetamina na dose de 25 mg/kg, IM. Para
realização do exame eletrocardiográfico, os animais eram
posicionados em decúbito esternal com os eletrodos
posicionados em região de tuberosidade do olecrano e
articulação femoro-tíbio-patelar, utilizando gel a base de
água para auxiliar na condução elétrica. Os exames foram
realizados em três momentos: basal (M0), após 30 minutos
da aplicação de acepromazina (M1) e 15 minutos após a
aplicação da cetamina (M2). Foi realizada a interpretação do
traçado eletrocardiográfico dos três tempos. Para análise
estatística foram utilizados os testes de Shapiro-Wilk
seguidos pelo teste de Kruskal-Wallis com pós teste de
Dunn para amostras não paramétricas e Análise de Variância
(ANOVA) com pós teste de Tukey para amostras com
distribuição normal, com nível de significância de 95%.
Resultados: As amostras da duração e amplitude da onda P,
intervalos PR e QT, duração com complexo QRS, amplitude
da onda T e frequência cardíaca (FC) apresentaram
distribuição normal, enquanto amplitude da onda R e
segmento ST, distribuição não paramétrica. Nenhuma
variável diferiu estatisticamente quando comparados os
momentos de avaliação. As médias obtidas nos momentos
M0, M1 e M2, foram consecutivamente, 40,29, 36,86 e
37,29 ms para duração da onda P; 0,08114, 0,08543 e
18
 0,0730 mV para amplitude da onda P; 67,14, 62,57 e 66,00
ms no intervalo PR; 144,1, 138,4 e 152,6 ms no intervalo
QT; 38,71, 38,14 e 36,57 ms de duração do complexo QRS;
0,1050, 0,08443 e 0,09486 mV para amplitude da onda T e;
248,6, 244,6 e 227,1 bpm de FC. A mediana obtida nesses
grupos para amplitude da onda R foi de 0,0820, 0,0940 e
0,1130 mV e, para o segmento ST foram 0,0470, 0,0350 e
0,0510 mV. Conclusão: A utilização de acepromazina
isolada, na dose de 0,5mg/Kg e em associação com
cetamina, na dose de 25mg/Kg, não foi capaz de promover
alterações significativas no exame eletrocardiográfico de
coelhos hígidos, não comprometendo futuros estudos de
avaliação cardíaca de animais anestesiado neste protocolo.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
AVALIAÇÃO GINECOLÓGICA E FENOTÍPICA DE
NOVILHAS GIROLANDO SUBMETIDAS À
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO
Costa, A.L.S.1, Lacerda, T.F.2; Loureiro, B.3*
1-
Médico Veterinário, 2-Mestranda do curso de Pós- Graduação em Ciência
Animal – Universidade Vila Velha (UVV). Bolsista FAPES, 3- Professora
do curso de Medicina Veterinária e Mestrado em Ciência Animal –
Universidade Vila Velha (UVV). * Autor para correspondência:
barbara.loureiro@uvv.br
Introdução: A eficiência reprodutiva em novilhas é de
grande importância, para a concentração das gestações em
determinados momentos durante a estação reprodutiva bem
como para promover o melhoramento genético do rebanho.
A maturação sexual das fêmeas bovinas é evidenciada pelo
aumento da incidência de manifestação de estro e da
fertilidade. Geralmente, são necessários dois a três ciclos
estrais com fases luteais normais para que a fêmea bovina
adquira maturidade sexual, capacidade de conceber e levar a
gestação a termo. Os tratamentos hormonais que objetivam a
sincronização do ciclo estral e a indução da ovulação
facilitam o manejo do rebanho e otimizam a inseminação.
Para o sucesso da prenhez é importante analisar algumas
características como qualidade do ovário, presença de corpo
lúteo ou folículo, qualidade do útero e escore de condição
corporal (ECC), pois esses fatores podem resultar no
fracasso ou sucesso de um programa de inseminação
artificial em tempo fixo. Objetivo: Avaliar a qualidade dos
ovários, presença de folículo e corpo lúteo, qualidade do
útero e ECC na taxa de prenhez de novilhas Girolando
submetidas ao tratamento hormonal para inseminação
artificial em tempo fixo (IATF). Material e Métodos:
Foram utilizadas 104 novilhas Girolando com idade entre 24
e 30 meses, mantidas em uma fazenda localizada no
município de Teófilo Otoni, MG. Antes do início do
tratamento hormonal os animais foram avaliados quanto ao
ECC. A qualidade do ovário foi avaliada por palpação retal
em ruim, regular ou boa, levando-se em consideração
tamanho, consistência, presença de folículos e corpo lúteo.
O útero também foi avaliado por palpação retal, levando-se
em consideração a consistência e o tamanho. O tratamento
hormonal para a IATF foi realizado utilizando no Dia 0 - 2
mg intramuscular de benzoato de estradiol e implante com
0,75 g de progesterona. No Dia 8 – retirada do implante,
aplicação de 0,53 mg de cloprostenol, 300 UI de
gonadotrofina coriônica equina e 1 mg de benzoato de
estradiol, todos por via intramuscular. No Dia 10 – os
animais foram inseminados. O diagnóstico de gestação foi
realizado por palpação retal 33 dias após a IATF.
Resultados: A taxa de prenhez entre as novilhas foi de
36,5%. As novilhas que possuíam folículos palpáveis no
inicio do tratamento hormonal apresentaram melhores taxas
de prenhez (55 %; p = 0,05) quando comparadas as novilhas
que não possuíam folículos palpáveis no inicio do
tratamento (32 %). Novilhas com ECC de 3,2 apresentaram
melhores taxas de prenhez (62 %; p = 0,007) quando
comparadas as novilhas com ECC 3,0 (33 %) e 2,8 (19 %).
Conclusão: A presença de folículos palpáveis e ECC de 3,2
aumentaram a taxa de prenhez em novilhas Girolando
submetidas à IATF. Estes resultados mostram a importância
da avaliação ginecológica e fenotípica dos animais antes de
se iniciar o tratamento hormonal para IATF.
19
 AVALIAÇÃO in vivo DA INFECTIVIDADE DE OVOS
E LARVAS DE Toxocara canis APÓS AÇÃO DE
FUNGOS NEMATÓFAGOS EM Gallus gallus
domesticus
1 1 4
Hiura, E. ; Lopes, A. D. C. G. ; Senna, C. C. ; Aguiar, A.
R.1 ; Correia, G. S.2(*); Pedroto, N. D. L. P.2 ; Ferraz, C. M.2
; Andrade, M. C. D.2; Costa, P. F.3; Braga, F. R. 5
1-Mestre em Ciência Animal – Universidade Vila Velha - ES (UVV), 2-
Alunos de Graduação em Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha -
ES (UVV), 3-Aluna de Graduação em Medicina – Universidade Vila Velha
- ES (UVV), 4-Aluno de Ciências Biológicas – Universidade Vila Velha -
ES (UVV), 5-Docente do Curso de Medicina Veterinária- Universidade
Vila Velha - ES (UVV)
(*) gabyeersucupira@gmail.com
Introdução: O Toxocara canis, nematoide gastrintestinal
principalmente de cães domésticos causa a síndrome da
larva migrans visceral em humanos (LMV), contudo, devido
à resistência dos ovos e, por conseguinte a contaminação
ambiental algumas medidas alternativas para o controle
devem ser “encorajadas”. Mediante a isso, relatos da
atividade “helmintófaga” de fungos nematófagos tem sido
relatada com sucesso. Objetivo: O objetivo do presente
trabalho foi avaliar a infectividade de ovos de Toxocara
canis após a interação com isolados de fungos nematófagos
das espécies D. flagrans (AC001) e P. clamydosporia
(VC4). Material e métodos: Foram utilizados 5.000 ovos de
T. canis embrionados que estiveram previamente em contato
com 20.000 clamidósporos de AC001 e VC4, durante 10
dias, que foram inoculados em galinhas domésticas (Gallus
gallus domesticus). Os animais foram necropsiados para a
coleta de material (fígado, intestino, músculos, cérebro e
pulmões) nos intervalos de 3, 7, 14 e 21 dias após a
inoculação. Neste ensaio, utilizaram-se as técnicas de
digestão e esmagamento de órgãos. Os resultados
demonstraram que a prévia interação dos ovos com os
isolados AC001 e VC4 diminui a quantidade de larvas
encontradas nos órgãos coletados. Os dados foram
analisados estatisticamente pela análise de variância em
níveis de significância de 1 e 5% de probabilidade.
Resultados: A seguir, foi observado que o órgão digerido
com a maior quantidade de larvas foi o fígado no 21º dia
após a inoculação. Diferença (p<0,01) foi observada nas
médias das contagens de larvas recuperadas do fígado,
pulmão, intestino e músculo dos animais dos grupos tratados
em relação aos animais do grupo controle. Foi registrado um
percentual de redução de 87,1 % (AC001) e 84,5% (VC4)
respectivamente. Conclusão: Por meio dos resultados
encontrados, justifica-se “mencionar” que a prévia interação
dos ovos embrionados de T. canis com os isolados fúngicos
testados foi eficiente na diminuição do desenvolvimento e
migração deste parasito, o que no futuro poderá a vir a ser
mais uma ferramenta de controle ambiental de T. canis, bem
como de outros nematoides potencialmente zoonóticos.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE
VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM NO INÍCIO DA
PUBERDADE DE NOVILHAS NELORE
Gil, I.S1; Pimenta, D.R.2; Lacerda, T.F.1; Neves, R.S.1;
Loureiro, B.1,*
1-
Universidade Vila Velha, Vila Velha, ES, Brasil; 2- Médico Veterinário;
* autor para correspondência: barbara.loureiro@uvv.br
Introdução: A puberdade é importante pois representa o
início da fase reprodutiva do animal. Fatores genéticos e
ambientais, incluindo aspectos relacionados à nutrição,
doenças, temperatura, nascimentos, fotoperíodo, efeito
macho, os quais são conduzidos pelos sistemas olfatório,
auditivo, visual e sensorial podem influenciar na puberdade.
Objetivo: avaliar os efeitos da idade e escore corporal da
novilha, bem como perímetro escrotal do pai da novilha no
tamanho do ovário e do útero; no tamanho e presença de CL;
e na taxa de prenhez. A influência da presença de CL na taxa
de prenhez também foi avaliada. Material e Métodos:
Quarenta e nove novilhas Nelore PO foram avaliadas por
exame ultrassonográfico. Após a ultrassonografia os animais
foram sincronizados com o mesmo protocolo e inseminados
com sêmen do mesmo touro, da mesma partida e pelo
mesmo inseminador. O diagnóstico de prenhez foi realizado
aos 45 dias de gestação. Os resultados foram avaliados pelos
procedimentos PROC GLM, PROC LOGISTIC e PROC
CORR do SAS. Resultados: O tamanho médio do ovário foi
influenciado pelo escore corporal (P<0,02), sendo que os
animais com escore 3,75 foram os que apresentaram ovário
de maior tamanho (27,10 ± 1,12), quando comparados a
animais com escore corporal 3.5 (21,94 ± 0,51) ou 3.25
(21,35 ± 1,44). O perímetro escrotal do pai das novilhas
influenciou o tamanho médio dos ovários (P<0,02), mas de
forma aleatória, não sendo possível correlacionar o maior
perímetro com o maior ovário. O mesmo ocorreu para idade,
onde houve uma diferença estatística (P<0,05), mas essa não
ocorreu em um padrão que quanto mais velho o animal
maior o tamanho do ovário. O tamanho médio do útero não
foi influenciado por nenhum dos fatores, embora possa ser
observado um amento de tamanho do útero com o aumento
do escore corporal. A área total do CL foi maior (P=0,05)
em novilhas filhas de pais com perímetro escrotal 46 cm
(27,5 ± 3,3) quando comparadas as novilhas de pais com 40,
42 e 43 cm (14,1 ± 1,4; 17,7 ± 2,3; 14,8 ± 2,3,
respectivamente). O escore corporal e a idade das novilhas
não influenciaram na área total do CL. Não houve influencia
de escore corporal, perímetro escrotal ou idade na presença
de CL ou na taxa de prenhez, bem como influência da
presença de CL na taxa de prenhez. Também não foi
observada nenhuma correlação entre as variáveis analisadas.
Conclusão: Conclui-se que fatores como escore corporal e
perímetro escrotal do pai exercem influência na precocidade
e fertilidade de novilhas Nelore PO. Entretanto, mais estudos
precisam ser realizados para melhor esclarecimento da
importância dessas variáveis.
20
 BOTULISMO EM MACACOS-PREGO (Cebus apella)
NO ZOO PARK DA MONTANHA EM MARECHAL
FLORIANO-ES – RELATO DE CASO
Rodrigues, M. G. R.1; Oliveira, A. P. J.1; Rodrigues A.2;
Braga F. R.4
1
Mestranda do curso em Ciência Animal, Universidade Vila Velha. 2
Residente em medicina veterinária da UVV. 3 Professor do curso de
medicina veterinária, professor e coordenador do curso de mestrado em
ciência animal na UVV.
Autor para correspondência: marg.rr@bol.com.br
Introdução: O botulismo é uma intoxicação resultante da
ação da neurotoxina de origem proteica produzida pelo
Clostridium botulinum, uma bactéria gram-positiva,
anaeróbica, formadora de endósporos. Essa bactéria é
comumente encontrada no solo, água, carcaças, entulho
vegetal e conservas alimentares. As toxinas botulínicas são
as mais potentes toxinas biológicas conhecidas, age nas
terminações neuromusculares dos nervos colinérgicos e nas
sinapses autônomas periféricas, impedindo a transmissão
dos impulsos nervosos, ocasionando paralisa flácida,
afetando principalmente os músculos da locomoção,
mastigação e deglutição. Oito tipos de toxina botulínica (A,
B, C1, C2, D, E, F e G) são reconhecidos com base na
especificidade antigênica. Tipos B, C e D causam botulismo
em animais, os mais comumente afetados são aves selvagens
e domésticas, gado, cavalos e algumas espécies de peixes,
sendo rara em outras espécies. Objetivo: o objetivo deste
trabalho foi relatar o caso de botulismo em quatro macacos-
pregos (Cebus apella) do Zoo Park da Montanha de
Marechal Floriano-ES. Descrição do caso: No zoológico, o
tratador do local, encontrou quatro macacos pregos, duas
fêmeas e dois machos entre cinco e seis anos de idade, em
decúbito lateral e com sinais de choque. Os animais foram
encaminhados ao ambulatório e examinados onde se
observou os seguintes sinais clínicos: paralisia flácida,
decúbito lateral e déficit de deglutição. O tratador relatou ter
visto no dia anterior esses mesmos animais ingerindo restos
de pintos, alimento das corujas que fica no recinto ao lado.
No tratamento ambulatorial utilizou-se prednisolona na dose
de 3mg/kg, com o objetivo de tratar o choque e procedeu-se
a coleta do material para o exame de sangue no qual não se
observou nenhuma alteração. Após isso foi instituída a
fluido terapia (Nacl a 0,9%), posteriormente acrescido de
vitamina B, que se manteve por oito dias. Durante a
internação foi utilizada também 5mg/kg de medicamento a
base de Cloridrato de tiamina, Cloridrato de piridoxina e
Cianocobalamina além de 1mg/kg de vitamina E para tratar
a miopatia. Os macacos conseguiram se alimentar no quarto
dia após a ingestão da toxina. A comida oferecida foi papas
de frutas diversas, sopa de carne com verduras, patê de
frango e dois suplementos alimentares composto de vários
aminoácidos e proteínas. A recuperação total das fêmeas
ocorreu após dezesseis dias da ingestão do alimento
contaminado. Já os machos, um não resistiu e veio a óbito
no dia seguinte e o outro após quatro dias à ingestão dos
restos de pintos. Conclusão: O diagnóstico geralmente é
realizado clinicamente, pois os parâmetros hematológicos e
bioquímicos não são afetados. Assim o diagnóstico de
botulismo foi baseado no relato da ingestão de alimento
deteriorado e nos sinais clínicos.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
CARACTERÍSTICAS ULTRASSONOGRÁFICAS DE
TUMOR PANCREÁTICO ENDÓCRINO EM CÃO -
RELATO DE CASO
Ambrosio. C. W¹, Santos. R. V.²
¹Graduanda do curso de Medicina Veterinária- Universidade Vila Velha,
²Professor do curso de Medicina Veterinária na Universidade Vila Velha.
e-mail: carol.ambrosio@live.com
Introdução: Os tumores pancreáticos endócrinos são
incomuns em cães, sendo o insulinoma o tipo de tumor mais
diagnosticado. O insulinoma origina-se nas células beta das
ilhotas de Langerhans responsáveis pela produção de
insulina, e cursa com distúrbios neurovegetativos e
neuroglicopênicos devido hipoglicemia com níveis de
glicose sérica abaixo de 40 a 50 mg/ dL.
Ultrassonograficamente, as alterações neoplásicas
pancreáticas podem ser inespecíficas, sendo que os
insulinomas geralmente são pequenos ou mesmo
imperceptíveis ao exame, apresentando características
hipoecoicas e formato arredondado ou lobulado. O
diagnóstico definitivo é realizado por citologia aspirativa e
exame histopatológico. Objetivos: Objetivou-se com este
trabalho relatar um caso de tumor no corpo do pâncreas de
um cão com características clínicas de insulinoma.
Descrição Do Caso: Cadela, 9 anos de idade, da raça
American Starfforshire, com quadro clinico de episódios
convulsivos associados a hipoglicemia persistente, perda de
consciência, hiporexia, perda de peso, cansaço fácil e
dispneia ao exercício físico, sem demais alterações em
exames laboratoriais. Ao exame ultrassonográfico foi
observado na região epigástrica direita, em topografia do
corpo do pâncreas, presença de uma massa lobulada, de
limites bem definidos, hipoecogenica nas porções marginais
e centro discretamente hiperecogenico, de alta
vascularização ao exame Doppler, medindo cerca de 3,5 cm
x 1,8 cm em seus eixos maiores. A cadela ficou internada
durante 3 dias para monitoramento e estabilização da glicose
sérica. Não foram observados sinais de metástase pulmonar
e abdominal ao exame radiográfico e ultrassonográfico. No
exame ultrassonográfico em 30 dias, após descompensação
clinica do paciente, foi observado perceptível aumento da
massa em relação ao exame anterior, com dimensões de
3,67cm x 2,57 cm x 2,28 cm, associado a moderado aumento
difuso de ecogenicidade adjacente a massa podendo indicar
peritonite focal eminente. O proprietário optou por não
realizar o tratamento. Conclusão: No caso apresentando os
achados clínicos e laboratoriais sugeriram insulinoma, o qual
apresentou características de malignidade ao exame
ultrassonográfico com aumento progressivo e rápido das
dimensões da massa e a alta neovascularização. Os tumores
pancreáticos endócrinos são raros e necessitam de
diagnóstico precoce para que haja sobrevida e qualidade de
vida do paciente.
21
 CASUÍSTICA DE NEOPLASIAS DE CÉLULAS
REDONDAS CUTÂNEAS EM CÃES
DIAGNOSTICADAS POR CITOPATOLOGIA NO
LABORATÓRIO DE PATOLOGIA VETERINÁRIA
DA UNIVERSIDADE VILA VELHA
Porto M. G.1, Oliveira A. R.2, Hardt I.2, Flecher M. C.3
1
Graduanda de Medicina Veterinária da Universidade de Vila Velha; 2
Médico Veterinário residente de Patologia Animal da Universidade de Vila
Velha; 3 Professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade de
Vila Velha.
* maryleydyporto@outlook.com
Introdução: As neoplasias são citologicamente classificadas
como epiteliais, mesenquimais, de células redondas e de
núcleos livres. As neoplasias de células redondas são
representadas por células arredondadas que em geral estão
associadas a células hematopoiéticas. Em cães as mais
frequentes são mastocitoma, histocitoma, linfoma,
plasmocitoma e o tumor venéreo transmissível (TVT). O
exame de citologia é uma ferramenta de diagnóstico pouco
invasivo, importante de ser realizada antes da biópsia na
intenção de direcionar ou até identificar o tipo de neoplasia.
Essas neoplasias caracterizam-se citologicamente por
possuírem células que esfoliam individualmente com
amostras de moderada celularidade, possuem bordos
citoplasmáticos bem definidos com formato arredondado, as
células são frequentemente menores em comparação às
células epiteliais e os núcleos são arredondados. O objetivo
deste trabalho é relatar a casuística de resultados citológicos
de neoplasias de células redondas em pele de cães
diagnosticados no laboratório de patologia do Hospital
Veterinário da Universidade Vila Velha. Materiais e
Métodos: Foram analisados resultados de exames
citológicos sugestivos de neoplasias de células redondas em
pele de cães, tais como: mastocitoma, histiocitoma,
plasmocitoma, linfoma cutâneo e TVT, no período de
fevereiro de 2014 à abril de 2015. Resultado: De 192 casos
de nódulos cutâneos, 37 (19,2%) foram sugestivos para
neoplasias de células redondas, sendo que 17 (8,9 %) eram
sugestivos de mastocitoma, encontrados principalmente no
dorso; 15 (7,8%) de TVT principalmente em vulva; 2 (1,0%)
de plasmocitoma, principalmente em lábio e membro
pélvico, 2 (1,0%) de linfoma cutâneo, principalmente em
dorso e 1 (0,5%) de histocitoma, principalmente em orelha
direita. Conclusão: segundo o exame citológico o
mastocitoma e o TVT são as neoplasias de maior ocorrência.
Essa ocorrência é igual a relatos feitos por outros
laboratórios veterinários. Os mastocitomas são as neoplasias
de células redondas mais diagnosticadas no exame
citológico, isso se deve pela sua frequente ocorrência, assim
como pelas suas características microscópicas, quando bem
diferenciado, que facilitam sua identificação. O TVT é uma
neoplasia comum em nossa região e que também apresentam
algumas características microscópicas, como vacúolos
intracitoplasmáticos, que facilitam sua identificação. As
outras neoplasias, histiocitoma, plasmocitoma e linfoma
podem ser mais difíceis de diferenciação entre si e
necessitam um pouco de experiência. As localizações mais
frequentes encontradas dessas neoplasias nos cães são
condizentes com as encontradas na literatura.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
CIRURGIA DE CATARATA USANDO A TÉCNICA
DE FACOEMULSIFICAÇÃO E IMPLANTE DE
LENTE INTRA-OCULAR - RELATO DE CASO
Moraes V.S.¹*; Moraes R.S.²; Macedo L.P¹.
¹. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Vila
Velha *vanessamoraes_vet@yahoo.com.br
². Clinica Veterinária Pet Sul, Florianópolis, Santa Catarina
Introdução: O termo Catarata constitui um termo comum de
desordens oculares manifestadas pela perda da transparência
da lente ou da sua cápsula. A opacidade pode variar em
tamanho, forma, localização, etiologia, idade do surgimento
e taxa de progressão. Um dos tratamentos consiste na
remoção cirúrgica da Catarata, a técnica de escolha é a
facoemulsificação. Objetivo: Demonstrar um caso clínico
da remoção da catarata usando a técnica da
facoemulsificação e uso da lente em um cão e sua
recuperação. Descrição do caso: Foi atendido na clínica
veterinária Pet Sul, Florianópolis-SC, um cão da raça York
Shire, com cinco anos de idade que possuía opacidade na
córnea bilateral. Realizado o exame clínico e oftálmico
incluindo Teste Lacrimal de Schirmer, Fluoresceína,
Tonometria, eletroretinografia, fundo de olho (indireto com
a lente +20dioptria) e ultrassonografia ocular confirmou-se o
diagnóstico clínico de Catarata. Verificado a viabilidade da
cirurgia o paciente foi encaminhado para a realização dos
exames pré-operatórios. A cirurgia foi unilateral e a técnica
de escolha foi a facoemulsificação que consistiu em uma
pequena incisão na córnea para o acesso ao cristalino.
Injetado a substância viscoelástica para a manutenção da
câmara anterior e uso do corante, Azul de Tripan, para
melhor visualização da cápsula. Iniciou-se a capsulorrexe
com um pequeno rasgo na cápsula anterior e puxado os flaps
formados com a pinça (Utrata). Fase da hidrodissecção, com
a cânula de irrigação injetando com pressão a solução salina
balanceada liberando as aderências e facilitando a aspiração
dos restos corticais. Seguiu com a fratura do núcleo,
fragmentação em pedaços pequenos e posteriormente a
aspiração de cada fragmento pela caneta de
irrigação/aspiração do próprio aparelho de
facoemulsificação. Após o preenchimento da câmara
anterior com substância viscoelástica de baixo peso
molecular, procedeu-se a abertura da cápsula posterior do
cristalino seguido do implante da lente intra-ocular de
silicone. Finalizando com a aspiração da substância
viscoelástica e injeção de uma bolha de ar na câmara
anterior e sutura da córnea com dois pontos simples e
separados. Foi utilizado fio mononylon 10-2. No pós-
operatório foi utilizado colírio contendo atropina 1%
(1gota/SID/7dias), colírio dexametasona associado à
cloranfenicol (1gota/3-3horas/5dias). Avaliação e retirada
dos pontos com sete dias. No retorno de trinta dias foi
observada uma cicatriz na córnea que é um efeito colateral
esperado uma vez que o endotélio corneano é do tipo
regenerativo e sua reparação se dá por hipertrofia e migração
de células remanescentes. Conclusão: A técnica da
facoemulsificação com o emprego da lente intraocular é uma
técnica segura e eficaz.
22
 COMUNICAÇÃO INTERATRIAL EM BULDOGUE
INGLÊS
Viana, D. T. L. S.¹; Silva, B. C. F.²; Saraiva S.S.¹; Tavares,
T.G. ¹; *Souza, T. D.³, Paixão, T.A.4, Santos, R.L.5
¹Graduanda do curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha, Vila Velha,
ES; ²Graduanda do curso de Medicina – UVV; 3Professora do curso de Medicina
Veterinária – UVV; 4Professora do Instituto de Ciências Biológicas, Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG; 5Professor da Escola de Veterinária,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG. *email: tayse@uvv.br
Introdução: Cardiopatias congênitas são malformações do
coração e dos grandes vasos adjacentes que podem ocorrer
em todas as espécies de animais. As raças de cães com maior
frequência desse distúrbio são: Basset Hound, Beagle,
Bichon Frisé, Boxer, Boykin Spaniel e Buldogue Inglês. A
comunicação interatrial (CIA) é considerada uma cardiopatia
frequente em humanos e rara em cães. O átrio primitivo se
divide em direito e esquerdo pelo desenvolvimento e junção
dos septos primum e secundum. Esta septação só se
completará após o nascimento, quando o forame oval se
fundir com o septo secundum, originando a fossa oval e
septo interatrial. Se ocorrer um anormal desenvolvimento
embriológico do septo atrial ocorrerá uma CIA, e um fluxo
sanguíneo entre o átrio direito e esquerdo. Existem quatro
tipos clinicamente significantes de CIA: o mais frequente é o
ostium secundum ou da fossa oval, o segundo mais frequente
é o ostium primum, o terceiro é o raro tipo sinus venosus,
que resulta da absorção incompleta do seio venoso no átrio
direito e/ou desenvolvimento anormal do septo e o último
tipo, também raro, é o átrio comum, onde não é encontrada
nenhuma septação interatrial. A etiologia é mais citada em
cães são defeitos genéticos, embora em humanos seja
considerada multifatorial. Objetivos: Relatar um caso de
CIA em um natimorto da raça buldogue inglês. Descrição
do caso: Uma cadela da raça Buldogue inglês, acasalada
com um cão que sofrera morte súbita aos 10 meses de idade,
foi submetida ao exame ultrassonográfico ao término da
gestação, quando foi evidenciada gestação de feto único,
optando-se pela cesariana. Todavia, as tentativas de
reanimação fetal não foram bem-sucedidas, sendo
constatado o óbito do filhote. À necropsia do natimorto,
verificou-se boa condição corporal, edema subcutâneo
generalizado, coração globoso com dilatação atrial e grande
defeito do septo interatrial do tipo ostium secundum. Foram
observados ainda quantidade moderada de líquido vermelho
escuro na cavidade abdominal e congestão do fígado com
hepatomegalia intensa. Os pulmões encontravam-se em
atelectasia, indicando que não houve inspiração voluntária
nem ventilação assistida do filhote. A alteração observada
no septo interatrial associada às alterações circulatórias
sistêmicas evidenciam o quadro de insuficiência cardíaca
congestiva fetal. Embora possa ser considerada uma lesão
com etiologia multifatorial, as causas genéticas da CIA são
mais relatadas. O histórico de morte súbita precoce do pai
pode reforçar a suspeita de uma CIA hereditária. O médico
veterinário deve ter conhecimento das cardiopatias
congênitas que acometem os cães e sua etiologia para um
diagnóstico rápido e orientação eficiente aos criadores, uma
vez que muitas cardiopatias não apresentam sinais
patognomônicos, sendo algumas tão graves que se tornam
incompatíveis com vida. Conclusão: Devido à gravidade da
CIA encontrada no natimorto da raça buldogue inglês é
provável que essa seja a causa do óbito do filhote durante a
transição fetal-neonatal.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
CONCENTRAÇÃO DO COLESTEROL TOTAL DE
EQUINOS SUBMETIDOS EM EXERCÍCIO FÍSICO
EM ESTEIRA
Vargas, J. C. A. 1*; Yonezawa, L. A. 2; Watanabe, M. J.
3
;Kohayagawa, A. 3; Barbosa, T. S. 1
1
Universidade Vila Velha, Vila Velha – ES; 2Universidade do Estado de
Santa Catarina, Lages-SC; 3Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia,
Unesp, Botucatu-SP, Brasil;* jadercaique@hotmail.com.
Introdução: O colesterol é uma forma específica de lipídeo
presente apenas em tecidos animais sendo o fígado o
importante órgão de síntese, catabolismo e excreção.
Representa importante componente em membranas celulares
e pode ser convertido em ácidos biliares ou excretado de
modo inalterado pela bile. O exercício físico produz
mudanças nos vários processos metabólicos do músculo,
fígado e tecido adiposo, liberando energia para o trabalho
muscular, aumentando o consumo de oxigênio e função
hemodinâmica. Contudo há pouco esclarecimento do
comportamento do colesterol durante a prática de atividade
física, sendo necessária a melhor compreensão das
alterações bioquímicas ocorridas durante o exercício e
principalmente no entendimento das fontes de energia
utilizadas. Objetivo: Este trabalho teve como objetivo
verificar o efeito do exercício na concentração do colesterol
total de equinos submetidos a exercício em esteira de alta
intensidade inclinada a +6%. Material e Métodos: Dez
cavalos, sendo cinco da raça Árabe e cinco da raça Crioula
realizaram um teste padrão de exercício de longa duração e
baixa intensidade, considerado predominantemente aeróbico.
Amostras de sangue foram realizadas antes do teste (M0),
imediatamente após o exercício (PE), e nos tempos 6, 12, 24,
48, 72 e 96 horas subsequentes. A dosagem sérica de
colesterol total foi realizada por meio de kit comercial
(BioClin®) em analisador bioquímico semi-automático
Mindray BA-88A®. Resultado: Não houve diferença
significativa (p = 0,075), em nenhum momento analisado,
causada pelo exercício na determinação do colesterol total.
Conclusão: Este protocolo de exercício em esteira de alta
velocidade não acarretou em alteração das concentrações
séricas do colesterol.
Apoio financeiro: Universidade Vila Velha M03-
2014PI008
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP) n°08/57366-9; 09/53314-7
23
 CONTAGEM BACTERIANA TOTAL (CBT) DE oferecendo leite em condições impróprias para o
LEITE DO TANQUE DE RESFRIAMENTO DE processamento. Associado as informações obtidas por meio
PROPRIEDADES RURAIS DO MUNICÍPIO DE do questionário aplicado, foi-se possível afirmar que os
VENDA NOVA DO IMIGRANTE, ES resultados encontrados condizem com a CBT daquelas
propriedades que obtiveram resultados inferiores, visto que
de forma geral, as mesmas apresentavam problemas que
envolviam seja a higiene das instalações, manejo sanitário,
Machado, C.M.S.1(*), Andreão, N.B.1, Beltrame, M.A.V.2
implicando em animais com mastite, localização dos tanques
de resfriamento, presença de gatos no ambiente de ordenha,
1
ou, até mesmo, galpões de frangos de postura ao lado das
Graduandos do curso de Medicina Veterinária Universidade Vila Velha, 2
Docente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Vila Velha. instalações leiterias, justificando a necessidade da adoção de
medidas que visem o controle higiênico-sanitário na ordenha
(*) melosm.carol@gmail.com
e de ambientes adjacentes, bem como a conservação do leite
Introdução: Para a determinação da qualidade do leite é na propriedade rural, a fim de fornecer aos laticínios leite de
necessário analisar vários aspectos que podem interferir em melhor qualidade para ser processado.
sua integridade. Fraudes por adição ou remoção de
componentes, composição química e física, assim como a
composição microbiológica, são importantes fatores que
interferem na obtenção de um leite de qualidade. A
contagem bacteriana total (CBT) é de grande relevância na
avaliação do processo de ordenha e conservação do leite na
propriedade rural, e assim monitorar ou mesmo justifica a
política de melhoria da qualidade, para evitar prejuízos à
saúde do consumidor, bem como evitar defeitos na produção
de derivados lácteos. Objetivo: Fazer a CBT de amostras de
leite oriundas do tanque de resfriamento, aplicando
questionário para avaliar condições sanitárias relacionadas
ao manejo e instalações, permitindo a comparação com a
legislação atual, Instrução Normativa 62/2011 (MAPA).
Material e Métodos: Colheu-se amostras em 8 propriedades
leiteiras do município de Venda Nova do Imigrante, na
região Sul do Estado do Espírito Santo. As amostras foram
coletadas em tubos de ensaio, diretamente do tanque de
resfriamento, sendo armazenadas e resfriadas em caixas
isotérmicas com gelo reciclável, encaminhadas, dessa
maneira, ao laboratório de Microbiologia Veterinária da
Universidade Vila Velha-UVV. Juntamente a coleta,
aplicou-se um questionário voltado ao produtor e/ou
tratadores, com perguntas relacionadas às práticas de manejo
adotadas na propriedade, a exemplo do produto utilizado
para higienização de instalações, mãos e tetos, bem como,
tipos de procedimento de higiene, formas de aplicação do
produto, incidência de mastite na propriedade, realização de
testes relacionados à doença em questão, origem da água
usada no tratamento dos animais e limpeza das instalações.
O processamento constitui-se na retirada de 10 ml de leite de
cada amostra para realização de diluições decimais, as quais
foram inoculadas individualmente em ágar Padrão para
Contagem (PCA) e incubadas a 37 ºC/48 horas. Resultados:
As propriedades 3, 4 e 5 apresentaram valores de 4,1, 4,4 e
6,3 milhões de UFC/ml, respectivamente, o que configura
resultados acima do limite estabelecido pela legislação. Já as
demais propriedades, apresentaram valores entre 1,2 e 51
mil UFC/ml, ou seja, dentro dos padrões exigidos.
Conclusão: Os resultados demonstram que apesar da
existência de uma legislação vigente, ainda foi possível
encontrar propriedades, 37,5% (3/8) das estudadas,

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 24

 CRIPTORQUIDISMO INGUINAL UNILATERAL
DIREITO EM EQUINO QUARTO DE MILHA
SUBMETIDO À ORQUIECTOMIA BILATERAL -
RELATO DE CASO
Faroni L.D.2*, Martins F.2, Spadeto Junior O.1, Coelho C.S.1
1
Professor do curso de Medicina Veterinária na Universidade Vila Velha, 2
Graduando do curso de Medicina Veterinária - Universidade Vila Velha.
(*)ldfaroni@hotmail.com
Introdução: O criptorquidismo é uma anomalia comum e
acomete diversas espécies. É classificado como
unilateralmente, quando apenas um dos testículos não migra
para a bolsa escrotal, ou bilateralmente, quando ambos os
testículos são encontrados na região citada. Alguns cavalos
mantêm comportamento de garanhão, podendo, assim
mesmo, ter seu potencial reprodutivo reduzido. Devido a alta
correlação dessa anomalia com a progênie, a indicação é que
os animais sejam orquiectomizados. Objetivo: Informar e
relatar um caso de orquiectomia unilateral num equino da
raça Quarto de Milha (QM). Descrição do caso: Equino de
dois anos e três meses, atendido no “Hospital Veterinário
Professor Ricardo Alexandre Hippler” (HV) da Universidade
Vila Velha - UVV com solicitação pelo proprietário para
realização de orquiectomia bilateral. Os exames clínicos de
palpação do anel inguinal externo e palpação retal do anel
inguinal interno revelaram a presença do testículo no anel
inguinal direito (criptorquidismo inguinal unilateral). A
indicação cirúrgica e as técnicas realizadas foram a
laparotomia parainguinal, por onde foi removido o testículo
retido, e orquiectomia convencional, por técnica aberta, para
retirada do testículo, que estava na posição anatômica.
Discussão: As raças mais acometidas são Quarto de Milha,
Campolina e Mangalarga Marchador, além dos mestiços. O
equino desse relato é da raça Quarto de Milha, o que vai ao
encontro com o descrito na literatura. Na maioria das
espécies mamíferas, essa característica tem
representatividade recessiva, porém, na espécie equina,
relata-se como fator genético dominante. No histórico do
animal, o proprietário não soube informar se os pais
possuem histórico de criptorquidismo. Comumente, o
criptorquidismo unilateral é mais descrito do que o bilateral,
semelhante ao caso aqui relatado, e não há relato de
prevalência dos lados. O criptorquida unilateral tem sua
capacidade reprodutiva mantida com contagem espermática
abaixo da normalidade, enquanto os bilaterais são estéreis.
Nenhum exame andrológico foi realizado no cavalo desse
relato, mas havia uma assimetria marcada entre o testículo
retido, que estava menor e mais flácido, do que o encontrado
na bolsa escrotal. Animais com essa anomalia podem
apresentar agressividade e manter o libido. O animal desse
relato, com pouca idade, já apresentava comportamento de
garanhão e mostrava agressividade. Isso foi ponderado pelo
proprietário, no momento da solicitação da realização da
cirurgia. Na macroscópica, há relatos de atrofia pronunciada
e aumento da consistência do tecido testicular, como visto no
animal. Por conta dos motivos citados, e do auto risco de
neoplasias - citadas por diversos autores -, a orquiectomia
bilateral é de suma importância tanto no que diz respeito às
diretrizes dos criadores da raça, quanto ao bem estar do
animal em si, justificando a técnica realizada. Conclusão:
Antes da realização do procedimento cirúrgico para correção
de criptorquidismo, um exame clínico detalhado deve ser
realizado para que a abordagem cirúrgica seja correta.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
DESTRUIÇÃO DE OVOS DE Ascaris suum DE
CATETO (Pecari tajacu) PELO FUNGO
HELMINTÓFAGO Pochonia chlamydosporia
Barcellos, J.¹ (*); Mattos, B.A¹.; Carletto, R.F.¹; Barros,
E.L.¹; Kuboyama, J.F.¹; Bisi, J.S.¹; Bernardes, D.H.F.¹;
Senna, T.²; Braga, F.R.³
1 Graduando do curso de medicina veterinária – Universidade Vila Velha
(UVV), 2 Mestrando em ciência animal – Universidade Vila Velha (UVV),
3 Professor do curso de Medicina Veterinária na Universidade Vila Velha
(UVV)
(*) joyce_barcellos@hotmail.com
Introdução: A criação de animais selvagens é considerada
uma fonte proteica alternativa, visando populações menos
favorecidas e interioranas. No entanto, a produção comercial
encontra entraves quanto às nematodioses gastrintestinais,
onde em suídeos domésticos e silvestres, destaca-se o
Ascaris suum. Esse parasito tem ação espoliativa,
promovendo prejuízos quanto ao desempenho no ganho de
peso e crescimento, principalmente em indivíduos jovens.
Para o controle, normalmente é empregado o uso de anti-
helmínticos, que por sua vez podem não ser eficientes, ao
ponto de levar à resistência parasitária. Dessa forma, o uso
de antagonistas naturais pode ser efetivo nesse controle,
tendendo a diminuição da infecção do animal e do ambiente.
Para isto, a Pochonia chlamydosporia destaca-se no grupo
dos fungos nematófagos ovicidas que se caracteriza pela
secreção de enzimas extracelulares do tipo proteases
importantes na infecção e destruição dos ovos dos parasitas.
Objetivo: Testar a ação do extrato bruto enzimático de
Pochonia chlamydosporia (VC4) sobre ovos de Ascaris
suum. Material e Métodos: Quinhentos ovos foram vertidos
em placas de Petri e foi adicionado 5 ml de filtrado fúngico
de VC4 em cada placa, onde em seguida foram incubadas a
26ºC e no escuro por 14 dias. Posteriormente, foi contado o
número de ovos destruídos (atividade ovicida) e de ovos
embrionados de A. suum presentes em cada placa do grupo
tratado e do controle. Resultado: O extrato enzimático bruto
de P. chlamydosporia (VC4) apresentou atividade ovicida
nas placas de Petri do grupo tratado após 14 dias de
interação. Contudo, não foi observado nenhum ovo
destruído nas placas do grupo controle após o mesmo
intervalo de tempo. Uma diferença (p<0.01) foi encontrada
entre o número de ovos destruídos nas placas do grupo
tratado em relação ao grupo controle. Ainda, com relação ao
percentual de ovos não embrionados nas placas do grupo
tratado, o extrato enzimático bruto de P. chlamydosporia
(VC4) foi eficaz em relação ao grupo controle. Os
percentuais de ovos não embrionados foram de 78.7% e
83.5% para o grupo tratado e controle, respectivamente.
Conclusão: Os resultados apresentados demonstraram que o
extrato bruto enzimático de P. chlamydosporia (VC4) foi
eficaz na destruição e embrionamento dos ovos de A. suum.
25
 DESTRUIÇÃO DE OVOS DE Dioctophyma renale PELO
FUNGO COMEDOR DE HELMINTOS Pochonia
chlamydosporia.
1 3 1
Ferraz C. M. ; Senna, C. C. ; Pedroto N. D. L. P. ; Medeiros
A. M. D.1 (*); Sena F. P.2; Hiura E.4; Aguiar A. R.5; Silva L.
P. C.4; Lopes A. D. C. G.4; Soares F. E. D. F6; Braga F. R.6
1-Aluno De Graduação Em Medicina Veterinária- Universidade Vila Velha
(UVV), 2-Aluno De Graduação Em Ciências Biológicas - Centro
Universitário Leonardo Da Vinci., 3-Aluno De Graduação Em Ciências
Biológicas - Universidade Vila Velha (UVV), 4-Mestre em Ciência Animal
– Universidade Vila Velha (UVV), 5-Mestrando em Ciência Animal –
Universidade Vila Velha (UVV), 6-Docente Do Curso De Medicina
Veterinária – Universidade Vila Velha (UVV)
(*) alicemmorais@hotmail.com
Introdução: Dioctophyma renale, conhecido como verme
gigante do rim, causa a dioctofimose em humanos ocasionando
cólicas renais e hematúria. Ovos de D. renale, são eliminados
pela urina do cão e seu desenvolvimento ocorre no ambiente
externo. Medidas que possam ajudar na diminuição destes ovos
podem ser adjuvantes na profilaxia bem como no controle desta
zoonose. Nesse contexto, a presença de clamidósporos
(estruturas vegetativas) do fungo P. chlamydosporia poderia
atuar na diminuição do número de ovos embrionados desse
nematoide no ambiente externo. Objetivo: Avaliar a dinâmica
da destruição de ovos de D. renale pelo fungo P.
chlamydosporia, intervalos distintos e condições laboratoriais.
Material e Métodos: Foi utilizado um isolado do fungo
nematófago P. chlamydosporia (VC4), onde o mesmo foi
repicado para placas de Petri contendo o meio ágar-água 2%
(AA2%), sendo incubadas em estufa BOD a 25º C, por 28 dias
em ausência de luz. Posteriormente, a superfície das placas foi
lavada com 10 ml de água destilada com auxílio de um pincel.
A suspensão contida nas placas foi passada através de uma
peneira, acoplada a um recipiente plástico, para eliminação dos
fragmentos de micélio. Os esporos recuperados foram
quantificados em dez contagens em câmara de Neubauer e
qualificados (clamidósporos) em 3 alíquotas de 10µL7. Após
esse processo, foi feita a diluição para as concentrações
desejadas (500, 1000, 1500 e 2000). A seguir, os ovos de D.
renale foram vertidos sobre a superfície de placas de Petri
contendo o meio AA2% nas seguintes concentrações de
clamidósporos (500, 1000, 1500 e 2000). Foram realizadas 6
repetições para cada grupo, onde cada placa continha mil ovos
de D. renale com apenas uma das concentrações e o grupo
controle com apenas mil ovos. Nos intervalos de 3, 5 e 7 dias,
cem ovos foram retirados de cada placa dos tratamentos e do
controle sem clamidósporos, sendo então avaliados para a
atividade ovicida. Resultados: Observou-se que o fungo foi
eficiente na destruição dos ovos. Houve diferença (P<0,01) na
destruição dos ovos nas concentrações testadas em relação ao
grupo controle. As infecções parasitárias podem ser transmitidas
pela ingesta de produtos de origem animal, atingindo humanos,
eventualmente. O combate as diferentes formas infectantes
(ovos ou larvas) de nematóides, potencialmente zoonóticos, é
essencial, assim como o uso dos fungos ovicidas. Conclusão:
As concentrações de clamidósporos estudadas foram eficientes
na destruição dos ovos de D. renale sugerindo a aplicação de
clamidósporos de P. chlamydosporia no controle biológico
desse nematóide.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
DISPLASIA DE TRICÚSPIDE EM CÃO – RELATO
DE CASO
Lazaro, M.A1; Mercier, C.A2*; Lucas, L.Z.2 ; Ferreira, F. S3
1
Médica Veterinária Residente em Clínica Médica de Pequenos Animais -
Universdade Vila Velha, 2Graduando do curso de Medicina Veterinária –
Universidade Vila Velha, 3Professor do curso de Medicina Veterinária -
Univerdade Vila Velha. *carolineamercier@gmail.com
Introdução: A incidência das cardiopatias congênitas na
medicina veterinária varia de 0,46 a 0,85%. A displasia de
tricúspide se apresenta em 6° lugar na lista das cardiopatias
congênitas e pode ser considerada rara. Algumas raças são
consideradas predispostas como Labrador Retriever, Golden
Retriever e Boxer. Essa enfermidade pode inicialmente ser
assintomática, ou demonstrar intolerância ao exercício.
Posteriormente, sinais de insuficiência cardíaca congestiva
direita, como ascite, edema de membros, efusão pleural e
dispneia podem aparecer. O tratamento medicamentoso é
baseado no grau da insuficiência cardíaca congestiva. É
sabido que de acordo com a evolução, ainda existem alguns
procedimentos que podem ser realizados, como paracentese,
toracocentese, cirurgias, etc. O prognóstico dessa
enfermidade varia de reservado a ruim, dependendo da
sintomatologia e evolução da doença. Objetivo: Devido à
baixa incidência da doença e ao reduzido número de casos
descritos na literatura nacional, justifica-se este trabalho com
o objetivo de relatar os achados clínicos e imagenológicos
de um cão da raça Yorkshire Terrier com displasia de
tricúspide. Descrição do caso: Atendeu-se no Hospital
Veterinário Professor Ricardo Alexandre Hippler, um canino
fêmea, da raça Yorkshire Terrier, 1 ano e 4 meses e 3,25 Kg.
O animal fora trazido ao serviço veterinário pela proprietária
para uma avaliação clínica, sob a queixa de cansaço fácil e
intolerância ao exercício. Através dos achados do exame
clínico, requisitou-se um eletrocardiograma (ECG) e um
ecodopplercardiograma (ECO). O ECG revelou sinais
sugestivos de sobrecarga ventricular direita. O proprietário
buscou a realização do ECO apenas 4 meses após a
orientação médico veterinária inicial. Este exame revelou
displasia valvar tricúspidea importante, com moderada
insuficiência e aumento atrioventricular direito moderado.
Entretanto os proprietários apenas retornaram para
reavaliação do animal após 5 meses da realização do exame
ecodopplercardiográfico, relatando aumento do cansaço e
intolerância ao exercício. Solicitou-se uma radiografia
torácica que demostrou aumento atrioventricular direito.
Devido à progressão da doença e desenvolvimento de sinais
clínicos de insuficiência cardíaca congestiva (ICC), optou-se
por iniciar o tratamento da ICC. Após 14 dias do início do
tratamento os proprietários não relataram melhora
significativa, com o animal ainda apresentando os mesmos
sinais clínicos. Foi aconselhado um retorno para reavaliação
da conduta terapêutica, ainda não realizado. Ainda, sugeriu-
se acompanhamento clínico e cardiológico a cada três meses
para reavaliação do paciente. Conclusão: A displasia de
tricúspide representa uma enfermidade incomum na rotina
da cardiologia veterinária, entretanto deve ser levada em
consideração no diagnóstico diferencial de filhotes caninos
que apresentem intolerância ao exercício ou dispneia.
Ademais, o sucesso da terapia nos casos de displasia de
tricúspide, ainda que sintomática, relaciona-se diretamente a
brevidade no diagnóstico e instituição terapêutica adequada,
elementos importantes para o retardo no avanço da
insuficiência cardíaca congestiva nesta enfermidade e um
melhor prognóstico.
26
 DIVERSIDADE DE MICRORGANISMOS EM
LESÕES PODAIS DE PINGUINS DE MAGALHÃES
(Spheniscus magellanicus FORSTER, 1781) NO
ESPÍRITO SANTO, BRASIL
Bertoldi, A.T.¹; Costa, D.S.¹; Pimentel, V.R.¹; Flores, I.B¹;
Bhering, R.C.C.2, Mayorga, L.F.S.P.2,
Tadokoro, C.E.1,3*
1
Graduando do curso de Ciências Biológicas - Universidade Vila Velha;
2
Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (IPRAM-ES),
Vila Velha, ES; 3 Professor do Programa de Pós-Graduação em Ecologia de
Ecossistemas e em Ciências Farmacêuticas, Universidade Vila Velha.
Para bactérias, foram observados que indivíduos doentes
apresentam uma riqueza maior que os indivíduos saudáveis,
consequentemente, os pinguins saudáveis obtiveram maiores
índices de equitabilidade e Shannon. Para fungos, os
indivíduos doentes também apresentaram maior riqueza, não
sendo calculado os índices de equitabilidade e Shannon pois
encontrou-se apenas 1 morfotipo. Conclusão: Apesar de
preliminares, nossos resultados indicam que as lesões podais
permitem a colonização do tecido por microorganismos
presentes no ambiente, que podem causar infecções de
difícil tratamento e levar indivíduos ao óbito. O tratamento
raramente é eficaz, sendo importante investir em medidas
preventivas.

*carlos.tadokoro@uvv.br

Introdução: A Ordem Sphenisciformes reúne grupos de

aves migratórias, incluindo a espécie Spheniscus
magellanicus (Pinguim de Magalhães), encontrada no litoral
brasileiro, fora de seu período reprodutivo, e categorizada
como quase ameaçada (Silva Filho; Ruoppolo, 2007;
ICMBIO, 2011; IUCN, 2010). Ações antrópicas como
poluição dos oceanos e turismo desordenado, além de
alterações climáticas, são exemplos de processos que têm
dificultado a migração para reprodução e alimentação das
aves migratórias (ICMBio, 2010). Os pingüins que chegam à
costa, geralmente debilitados, são acolhidos por centros de
recuperação. O período no centro de reabilitação pode
acarretar ou piorar a Pododermatite ou “Bumblefoot
disease”. Esta doença típica de cativeiro, caracterizada por
lesão podal, é gerada pela falta de adaptação a permanência
de longos períodos em ambiente terrestre; o peso corporal,
sedentarismo, e a permanência sob um substrato liso são os
principais fatores causadores do trauma, permitindo
contaminações patogênicas (Rodriguez-Lainz et al, 1993;
Fowler & Cubas, 2001; Fowler, 2001; Girling, 2003; Cubas
et al., 2006; Cubas & Godoy, 2004). Segundo Cooper
(1978), as lesões podem ser classificadas em categorias, de
acordo com a gravidade, área envolvida e prognóstico.
Dessa forma, estudar a diversidade de microorganismos nas
lesões é importante para definição de tratamentos aplicáveis
nos centros de reabilitação. Este trabalho teve como objetivo
caracterizar a biodiversidade de microorganismos presentes
no “bumblefoot” comparando-o com a microfauna podal dos
pingüins que não apresentavam lesões. Material e métodos:
O presente trabalho foi realizado no Laboratório de
Imunobiologia (LIB) da Universidade Vila Velha, Espírito
Santo, em parceria com o Instituto de Pesquisa e
Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), onde foram
coletadas amostras de quatro pingüins de Magalhães
(Spheniscus magellanicus), sendo dois saudáveis (anilhas:
S1: 302 e S2: 372) e dois com pododermatite (anilhas: D1:
358 e D2: 365). Amostras retiradas da pata de cada pinguim
foram analisadas através de crescimento bacteriano e
fúngico, encubadas a 28ºC por 48 horas. Em seguida foram
realizadas contagem de UFC (Unidade Formadora de
Colônias) total e UFC por morfotipo para analise de
biodiversidade, ambas realizadas para culturas de bactérias e
fungos. O índice de diversidade de Shannon (H’), Indice de
Pilou (J’), riqueza total e abundância total (N) foram
calculados usando o programa estatístico Prime 6.1.6. A
comparação destes índices ecológicos foi por teste t de
Student com o programa STATISTICA 12. Resultados:

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 27

 EFEITO DE DIFERENTES MÉTODOS DE
DESMAME EM BEZERROS DE CORTE
Santos, P. E. ¹*; Vargas, J. C. A.¹; Brum L. P. M.²; Maestri
B. D.³; Filho, H. L. W4.
¹ Graduando do curso de Medicina Veterinária- Universidade Vila Velha, ²
Zootecnista, Mestranda em Ciência Animal - Universidade Vila Velha;
Médico Veterinário MSc, RHVet - Recursos Humanos e Serviços em
Veterinária; ³ Zootecnista, MSc, Supervisor de Pesquisa Fertilizantes
Heringer S.A.
* pamelaeker@hotmail.com
Introdução: O Brasil vem representando o maior rebanho
comercial do mundo, para isso necessitou de uma
modernização da pecuária de corte, pois resultados atrelados
à implantação de tecnologias determinam a maior eficiência
da atividade, garantindo aos consumidores mais exigentes
qualidade e quantidade de produtos de origem animal
ofertados. O sucesso da atividade de cria no Brasil é
marcado pelo aumento da eficiência do manejo. Aspectos
como sanidade, reprodução, nutrição e melhoramento
genético permitem a seleção de bezerros e bezerras, visando
garantir assim um desmame com bezerros mais pesados
quando comparado com anos anteriores, onde não havia a
devida importância sobre esses aspectos. Algumas técnicas
de desmame vêm sendo estudadas a fim de amenizar o
estresse e proporcionar o bem-estar animal após o desmame.
O tipo de desmame e os manejos podem influenciar no peso
do animal, bezerros desmamados mais pesados têm idade
reduzida ao abate e na entrada de reprodução. Objetivo:
Este trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de
bezerras de corte submetidas a três diferentes métodos de
desmame, verificando em qual obteve o melhor desempenho
dos animais em relação aos tratamentos. Materiais e
Métodos: O experimento foi realizado na Fazenda Paraíso,
do Grupo Heringer S.A., localizada no município de Vila
Velha, Foram utilizadas 83 bezerras oriundas do cruzamento
industrial FI (Nelore x Red Angus) e FI (Ne1ore x HPB)
criadas em condições de campo em pastagem de B.
brizantha corrigida, adubada, não irrigada e em pastejo
alternado. Estes foram pesados, separados e distribuídos
através do método do Delineamento Inteiramente
Casualizado (DIC) em três tratamentos: Lado a Lado (TI),
Uso de Madrinhas (T2) e desmame Abrupto (T3).
Submetidos a quatro pesagens DO (jejum completo de 27h),
D31 (jejum apenas com acesso a água de 1h e 30min.), D49
(jejum apenas com acesso a água de 3h) e D60 (jejum
completo de 16h e 40min.). Resultados: Foi observada
diferença significativa no tratamento T2 entre o DO a D31,
entre os tratamentos T1 e T3 não foi observada diferença
estatística significativa, considerando uma significância de
5% no mesmo período. O uso de madrinhas (T2) obteve
maiores ganhos em peso nos primeiros 31 dias do
experimento quando comparado com T1 e T3. Conclusão:
O método de desmame com o uso de madrinhas, no
intervalo de DO a D31 demonstraram melhor desempenho
relacionados à produção de bovinos de corte.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
EFEITOS DO MATERIAL SÓLIDO PARTICULADO
DE FERRO (MSPFe) NO SISTEMA IMUNE DE
CAMUNDONGOS BALB/C
Costa, D.S.¹; Pimentel, V.R.¹; Bertoldi, A.T.¹; Pêgo, R.L¹;
Tadokoro, C.E.1,2*
¹Laboratório de Imunobiologia, Universidade Vila Velha; ²Programas de
Pós-graduação em Ecologia de Ecossistemas e em Ciências Farmacêuticas,
Universidade Vila Velha.
*carlos.tadokoro@uvv.br
Introdução: As usinas mineradoras, através da extração,
processamento e transporte do minério de Ferro, geram o
material sólido particulado de ferro (MSPFe), que tem se
tornado um importante componente da poluição atmosférica
(Almeida, 1999). Este MSPFe pode ser danoso à saúde dos
animais, aumentando a susceptibilidade ao desenvolvimento
de doenças alérgicas, por exemplo (Colls, 2002; Jacobson,
2006; WHO, 2006). Os animais possuem uma barreira muco
ciliar no epitélio respiratório que os protegem da exposição à
partículas, sendo capazes também de modular as respostas
imunitárias (Bauer et al., 2012). O contato crônico pode
levar ao desenvolvimento de doenças no sistema nervoso
central, alterações genéticas, nascimento de crianças
defeituosas, e câncer (Almeida, 1999). Objetivo: Avaliar se
o MSPFe causaria alterações na ativação do sistema imune
de camundongos BALB/c. Metodologia: Foram utilizados
16 camundongos isogênicos machos entre 10 a 11 semanas
idade. Dois grupos de 6 animais (PBS e MSPFe) inalaram
(sob efeito de anestésico) 7 ml de solução “Phosphate
Bulffered Saline” (PBS) ou MSPFe diluído em PBS, durante
15 min, por 30 dias. Para a proliferação celular, foram
isolados leucócitos de baço, linfonodos cervicais e
mediastinais, de três animais por grupo. A viabilidade
celular foi calculada pela marcação com Tripan Blue,
diferenciando células vivas das mortas em câmara de
Neubauer. As capacidades proliferativas das células T CD4
ou das células T CD8 foram avaliadas pela incubação dos
leucócitos em meio RPMI completo (contendo 5% de soro
fetal bovino, glutamina, 2-ME e antibióticos), com ou sem
anti-CD3+, durante 48 horas. As células foram marcadas
com CMRA; anti-CD4+ PerCP e anti-CD8+ APC, avaliadas
por Citometria de Fluxo (FACS Callibur), e os resultados
analisados através do Software FlowJo V10. Para avaliação
das respostas de hipersensibiidade, o restante dos animais (4
Controle, 3 PBS e 3 MSPFe) foram imunizados (via
intraperitoneal) com Ovalbumina e adjuvante Al(OH)3.
Após dez dias, foram sensibilizados com ovalbumina
agregada (OVAag), coxim plantar direito, e PBS, coxim
plantar à esquerda. Os tempos de inflamação, indicativos dos
tipos de hipersensibilidade, foram avaliados nos períodos de
30 min, 1h, 2h, 6h, 24h, 48h e 72h. Os dados foram
avaliados utilizando ANOVA e o teste a posteriori de
Bonferroni. Considerou-se P<0,05. Resultados: Os
linfócitos T CD4+ e T CD8+ dos baços e dos linfonodos
cervicais do grupo MSPFe, quando incubadas com anti-
CD3+, obtiveram índices significativos de proliferação.
Contudo, não houve diferença significativa entre os grupos
(controle, PBS, ou MSPFe) nas respostas de
hipersendibilidades imediata e tardia para a OVA.
Conclusão: o MSPFe suprimiu a inflamação contra um
antígeno específico, mas como não foi efetivo na supressão
de proliferação de células T, pode ter um efeito apenas na
ativação de células B, produtoras de anticorpos anti-OVA. A
dosagem destes anticorpos está em andamento, que servirá
para reforçar esta hipótese.
28
 EFUSÃO PERICÁRDICA SECUNDÁRIA À
MESOTELIOMA EM CÃO - RELATO DE CASO
Akiyama, P.A.1, Champion, T.2, Barros, S.G.3, Flecher,
M.C.4, Domingues, T.4.
1 Mestranda do curso de Mestrado em Ciência Animal – Universidade Vila
Velha, 2 Docente do curso de Medicina Veterinária – Universidade Federal
da Fronteira Sul, 3 Médica Veterinária autônoma, 4 Docente do curso de
Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha
observados aglomerados de células mesoteliais exibindo
adesividade, pleomorfismo alto, núcleos vesiculares com
nucléolos únicos proeminentes e alta taxa de mitose; invasão
tumoral em vasos linfáticos. Foi então diagnosticao
mesotelioma pericárdico bifásico. Conclusão: A efusão
pericárdica é uma conseqüência direta de qualquer alteração
no pericárdio, e a pericardiocentese deve ser realizada
imediatamente. As neoplasias devem ser investigadas
mesmo quando não visibilizadas ao ecocardiograma, pois o
mesotelioma é uma neoplasia difusa. Diante de efusões
recidivantes é indicada a pericardiectomia como intervenção
terapêutica e diagnóstica.

Introdução: As doenças pericárdicas, apesar de sua baixa

incidência em cães, são consideradas as principais causas de
insuficiência cardíaca direita. A efusão pericárdica é a
consequência mais frequente e grave dessas afecções, devido
ao tamponamento cardíaco e insuficiência. As neoplasias são
as causas mais frequentemente identificáveis de efusão
pericárdica com tamponamento cardíaco, sendo o
hemangiossarcoma de átrio direito o mais comum nos cães,
seguido pelos quimodectomas de base da aorta. O
mesotelioma é uma neoplasia celômica rara; porém ainda
assim considerada a neoplasia primária do pericárdio mais
comum nos cães. Apresentam-se geralmente como uma
neoplasia difusa, com formações pequenas e raramente
visualizadas à ecocardiografia. As efusões pericárdicas
podem ter conseqüências hemodinâmicas, e os sinais
clínicos manifestam-se apenas quando a pressão
intrapericárdica se torna igual ou maior do que a pressão de
enchimento cardíaco. Nesta situação, desenvolve-se o
tamponamento cardíaco, o qual limita a quantidade de
sangue recebida durante a diástole ventricular, reduzindo o
débito cardíaco. O aumento da pressão intrapericárdica
também é transmitido aos átrios, o que dificulta o retorno
venoso. Assim, os cães podem apresentar letargia,
intolerância ao exercício, dispneia, abafamento dos sons
cardíacos, pulso arterial fraco e ascite. O método para
detecção de efusões pericárdicas é a ecocardiografia, a qual
também auxilia na pericardiocentese terapêutica e
diagnóstica. A análise citológica do líquido pericárdico pode
sugerir a etiologia da efusão. Nas suspeitas de neoplasias, ou
em efusões recidivantes, a intervenção preconizada é a
pericardiectomia. Objetivo: Este trabalho propôs o relato de
um caso de efusão pericárdica devido a mesotelioma em um
cão. Relato de caso: Foi atendido no Hospital Veterinário
Prof. Ricardo Alexandre Hippler da Universidade Vila
Velha, um cão, Poodle, 8 anos de idade, cujos sinais clínicos
incluíam tosse, cansaço facilitado, dispneia e apatia.
Constatou-se abafamento de bulhas cardíacas à auscultação
cardio-pulmonar. O ecocardiograma revelou presença de
efusão pericárdica e tamponamento cardíaco, sem evidências
de neoplasias nodulares. A análise da efusão demonstrou
presença de células mesoteliais reativas, binucleadas e
anisocariose. O tratamento domiciliar, envolveu furosemida
e espironolactona. O animal manteve-se estável e sem
recidivas durante 30 dias. Porém, após este prazo, o quadro
evoluiu com de edema de membros e efusões pleural,
abdominal e pericárdica, fazendo-se necessária nova
pericardiocentese. Diante de recidivas subsequentes do
tamponamento, optou-se pela pericardiectomia. Nesta, o
coração foi visualizado como uma massa irregular, com
pequenas nodulações e aderência exacerbada do pericárdio,
sendo possível a excisão de dois terços do pericárdio. O cão
veio à óbito após parada cardiorrespiratória no pós-
operatório. Ao histopatológico do pericárdio, foram

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 29

 ESTABELECIMENTO DE MODELO
EXPERIMENTAL DE INDUÇÃO DA LESÃO DE
ISQUEMIA E REPERFUSÃO INTESTINAL EM
COELHOS NOVA ZELÂNDIA
Oliveira, A.P.L.1*, Rangel, J.P.P.2, Bitti, F.B3, Riodades,
L.F.S.4, Almeida, B.L.4, Mathias, C.H.T.5, Conti, L.M.C.3,
Fiorio, W.A.B.4, Monteiro, B.S.2
1
Doutorando em Ciência Animal - Universidade Federal de Minas Gerais,
2
Docente - Universidade Vila Velha/ ES, 3Mestre em Ciência Animal pela
Universidade Vila Velha/ES, 4Veterinário autônomo, 5Mestrando em
Ciência Animal - Universidade Vila Velha/ ES,
*oliveira.medvet@hotmail.com
grupos IH1/R2H, I2H/R1H e I2H/R5H apresentaram padrão
de classificação leve (escore 2) e foram significantemente
diferentes do grupo Sham. Ainda o grupo I2H/R5H
apresentou também diferença em relação ao grupo I1H.
Quanto a presença de infiltrado de polimorfonuclear,
observaram-se frequentemente graus leves (escore 2) a
moderados (escore 3), sobretudo nos grupos submetidos à
reperfusão, havendo diferença estatística do grupo I2H/R5H
para grupo I1H (p< 0,05). Conclusão: Os animais
submetidos à isquemia durante duas horas, seguida de
reperfusão por cinco horas (I2H/R5H) compuseram o grupo
experimental de fácil reprodução e foram os que
apresentaram uma lesão intestinal moderada, diferentes dos
demais grupos.

Introdução: A isquemia intestinal ocorre devido à

diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo arterial e/ou
venoso intestinal (hipóxia), provocando danos à mucosa
(CARDEN & GRANGER, 2000; RIBEIRO & YOSHIDA,
2005). Geralmente, após a remoção do insulto isquêmico,
ocorrerá um processo fisiológico de reperfusão intestinal,
marcada por uma série de fatores que irão potencializar as
lesões isquêmicas, aumentando a resposta inflamatória
inicial, podendo ainda ocasionar uma reação sistêmica e
falência múltipla dos órgãos (CARDEN & GRANGER,
2000; GAO et al., 2006). Devido à alta taxa de mortalidade
(60-80%) causada pelas lesões de isquemia e reperfusão
(I/R) (RITZ et al., 2005; BOYBEYI et al., 2014), diversos
estudos experimentais são realizados com o objetivo de
esclarecer a fisiopatologia relacionada e propor terapias para
as injúrias correlacionadas, sobretudo à reperfusão.
Objetivo: O presente estudo objetivou estabelecer uma
metodologia experimental capaz de causar lesões de
isquemia e reperfusão intestinal branda, contudo compatível
com a vida do paciente e ainda com potencial para
reparação, para testar futuros protocolos terapêuticos.
Materiais e métodos: Para tal foi realizado clipagem de um
ramo de artéria marginal peri-intestinal extramural em
segmento jejunal. Foram utilizados 37 coelhos da raça Nova
Zelândia, machos, de 10 semanas de idade, alocados em seis
grupos experimentais: grupo Sham, controle negativo,
submetido apenas a celiotomia mediana; grupo I1H
submetido à oclusão vascular por uma hora; grupo I2H
submetido a oclusão vascular por duas horas; grupo
I1H/R2H submetido a oclusão vascular por uma hora,
seguida de reperfusão por duas horas; grupo I2H/R1H
submetido a oclusão vascular por duas horas, seguida de
reperfusão por uma hora e grupo I2H/R5H submetido a
oclusão vascular por duas horas seguida de reperfusão por
cincos horas. Os animais foram avaliados quanto o aspecto
macroscópico (coloração e peristaltismo) do segmento
jejunal e quanto ao aspecto histopatológico, verificando
presença ou ausência de destruição de mucosa, edema,
hemorragia, dilatação de vasos linfáticos e presença de
polimorfornucleares. Resultados: A clipagem da artéria/veia
marginal peri-intestinal extramural permitiu a oclusão de
fluxo sanguíneo em um segmento de aproximadamente 8 cm
de extensão. Observou-se que as lesões macroscópicas e
histopatológicas se acentuaram nos maiores tempos de
isquemia e reperfusão empregados. Histologicamente,
considerando as lesões em mucosa intestinal, observou-se
que quanto maior o tempo de reperfusão, mais frequente foi
a presença de desnudamento de vilosidade, com células
inflamatórias (CI), capilares dilatados (escore 3), contudo,
em nenhum grupo experimental observou-se destruição total
da mucosa. Para a variável edema de mucosa avaliado, os
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 30
 ESTUDO COMPARATIVO DOS ÍNDICES DE
RELAÇÃO CORPORAL E TESTICULAR DE NOVE
ESPÉCIES DE ROEDORES SILVESTRES
Martinelli C.1*, Borges J.A.¹, Carretta Júnior M.2, Oliveira A.
R.³, Paula T.A.R.4, Matta, S. L. P.4
1 Veterinário contratado no laboratório de Microbiologia e Imunologia da
Graduando do curso de Medicina Veterinária na Universidade Vila
Velha, 2Professor do curso de Medicina Veterinária na Universidade Vila
Velha, 3 Médico Veterinário Residente no laboratório de Patologia
Veterinária da Universidade Vila Velha, 4 Professor da Universidade
Federal de Viçosa.
*E-mail do autor: carol.nina@hotmail.com
Introdução: O conhecimento dos parâmetros testiculares de
uma espécie é de grande importância no estabelecimento de
padrões reprodutivos e, consequentemente, no auxílio ao
desenvolvimento de protocolos de reprodução assistida para
essa espécie. Os parâmetros morfométricos testiculares estão
diariamente relacionados com a produção espermática, como
observado em espécies já estudadas. Objetivou-se com esse
trabalho descrever parâmetros morfofuncionais somático-
testiculares de nove diferentes espécies de roedores
silvestres. Materiais e métodos: O presente trabalho foi
realizado através do levantamento de dados de artigos
científicos, na qual expressavam os principais parâmetros
morfométricos testiculares e corporais de roedores silvestres.
Resultado: Com base no levantamento de dados retirados
dos artigos científicos e dos cálculos realizados, se obteve os
índices: gonadossomático, tubulossomático e Lactose Eletrólito Deficiente (CLED), por incubação a 37ºC
epitéliossomático, das seguintes espécies de roedores
estudados: Akodon cursor, Oligoryzomys nigripes,
Oxymycterus rufus, Oxymycterus nasutus, Akodon
montensis, Necromys lasiurus, Hydrochoerus hydrochaeris,
Dasyprocta leporina e Cuniculus paca. Onde em escala
crescente os índices gonadossomáticos das referentes
espécies foram: Hydrochoerus hydrochaeris IGS: 0,11,
Dasyprocta leporina IGS: 0,27%, Cuniculus paca IGS:
0,28%, Oxymycterus rufus IGS: 0,47%, Oligoryzomys
nigripes IGS: 0,68%, Akodon cursor IGS: 0,74%, Necromys
lasiurus IGS: 0,78%, Oxymycterus nasutus IGS: 0,89%,
Akodon montensis IGS: 1,17%. Os indices tubulossomático
em ordem crescente foram: Hydrochoerus hydrochaeris ITS:
0,06%, Dasyprocta leporina ITS: 0,23%, Cuniculus paca
ITS: 0,24%, Oxymycterus rufus ITS: 0,40%, Oligoryzomys
nigripes ITS: 0,58%, Akodon cursor ITS: 0,66%, Necromys
lasiurus ITS: 0,75%, Oxymycterus nasutus ITS: 0,82%,
Akodon montensis ITS: 1,12%. E por fim, os índices
epiteliossomáticos foram em ordem crescente:
Hydrochoerus hydrochaeris IES: 0,05%, Cuniculus paca
IES: 0,20%, Dasyprocta leporina IES: 0,22%, Oxymycterus
rufus IES: 0,38%, Oligoryzomys nigripes IES: 0,48%,
Oxymycterus nasutus IES: 0,56%, Akodon cursor IES:
0,65%, Necromys lasiurus IES: 0,68%, Akodon montensis
IES: 1,06%. Foi possível observar que existe uma correlação
invertida entre tamanho da espécie e os índices estudados.
Onde as espécies de maior peso corporal possuíam os
menores índices, e as de menor peso corporal os maiores
índices. Notou-se também que há uma diferença
significativa entre os parâmetros de índice tubulossomático e
epiteliossomático calculados entre as espécies. Conclusão:
Além do conhecimento de uma razão invertida entre os
índices corporais e testiculares pode-se observar que o
espaço luminal ao ser eliminado na formulação desses
índices gera uma razão mais precisa frente ao potencial de
produção espermatogênica, uma vez que apenas o epitélio
seminífero está sendo considerado nesse índice.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
ETIOLOGIA DAS INFECÇÕES DO TRATO
URINÁRIO DE CÃES E PERFIL DE SENSIBILIDADE
ANTIMICROBIANA DOS ISOLADOS
*Gava, M. Z. 1, Paz, J. S.2, Tobias, F. L.3
1
Graduanda de Medicina Veterinária Universidade Vila Velha, 2 Médico
Universidade Vila Velha, 3 Professor do curso de Medicina Veterinária da
Universidade Vila Velha, mari_zanchetta49@hotmail.com
Introdução: Infecções do trato urinário (ITU) são
frequentemente associadas às infecções bacterianas e
acometem mais cães que gatos, com maior prevalência em
fêmeas. A maioria das ITU bacterianas são oriundas da flora
intestinal ou cutânea que ascende através da uretra à bexiga.
Os principais sinais clínicos são polaciúria, estranguria ou
disúria e hematúria. Objetivo: Objetivou-se determinar os
microrganismos mais comumente envolvidos em ITU de
cães, bem como estabelecer os perfis de sensibilidade
antimicrobiana. Materiais e métodos: Foi realizado um
estudo retrospectivo, baseado no banco de dados do
Laboratório de Microbiologia e Imunologia Veterinária da
Universidade Vila Velha, envolvendo 44 amostras de urina
de cães com suspeita clínica de ITU, encaminhadas para
realização de urocultura e antibiograma no período de maio
de 2014 a maio 2015. As amostras de urina foram coletadas
por cistocentese e encaminhadas para o laboratório. O
isolamento bacteriano foi realizado em ágar de Cistina
durante 24 a 48 horas. Posteriormente, a identificação dos
agentes foi baseada em propriedades morfológicas e
bioquímicas. Após identificação dos microrganismos,
realizavam-se os antibiogramas através do método de
difusão de disco em ágar Müeller-Hinton (Kirby-Bauer),
seguindo as recomendações do CLSI (Clinical and
Laboratory Standards Institute, 2009). Foram testados 33
antibióticos. Resultados: No período estudado, foram
registradas 44 uroculturas, sendo que 28 amostras (63,63%)
não apresentaram crescimento bacteriano. Nas uroculturas
positivas, a bactéria Escherichia coli foi o agente mais
frequentemente isolado, representando 50% das amostras,
seguido por Staphylococcus sp. 20% e Enterococcus sp.
13,33%. Outros agentes isolados com menor frequência
foram Klebsiella pneumoniae, Streptococcus sp. e
Escherichia hermannii, somando 16,67% do total de
uroculturas positivas. Dentre os isolados de E. coli, 62,5%
apresentaram resistência a amoxilina, 50% a eritromicina e
37,5% a sulfa e trimetoprim. Já os isolados de
Staphylococcus sp. e Enterococcus sp. apresentaram,
respectivamente, 100% e 50% de resistência à associação
sulfa e trimetoprim, um dos antibióticos mais utilizados na
prática da clínica de pequenos animais. As bactérias
Klebsiella pneumoniae, Streptococcus sp. e Escherichia
hermannii mostraram sensibilidade variável aos antibióticos
avaliados. Com relação ao gênero, 56,8% eram fêmeas e
43,18% eram machos. Considerando individualmente cada
gênero, verifica-se grande diferença entre a prevalência de
bacteriúria, que nas fêmeas foi 75% e nos machos 25%.
Conclusão: Verifica-se que E. coli foi a mais isolada nas
ITU de cães, seguida de Staphylococcus sp. e Enterococcus
sp. respectivamente. O isolamento dos microrganismos e a
determinação do perfil de sensibilidade aos antibióticos são
imprescindíveis para o direcionamento de uma terapêutica
empírica, uma vez que a ITU pode ser causada por
diferentes bactérias e que para uma mesma espécie há
diferenças do perfil de sensibilidade, como encontrado neste
estudo.
31
 FEOCROMOCITOMA COM INVASÃO DE VEIA
CAVA EM CÃO – RELATO DE CASO
Pinto A. C. J. 1*, Nossa D. N.1, Barcellos J. 1, Souza, L. D.1,
Souza, G. M.1, Frank, D. S.1, Flecher, M. C.2
1
Graduando do curso de Medicina Veterinária-Universidade Vila Velha,2
Professor do curso de Medicina Veterinária na Universidade Vila Velha.
*anac.j.p@hotmail.com
Introdução: Os feocromocitomas são neoplasias raras que
se desenvolvem na medula da glândula adrenal. Tem como
característica a malignidade, a capacidade de invadir
estruturas adjacentes e de formar metástases em locais
distantes, tais como fígado, linfonodos e pulmão. A maior
parte das manifestações clínicas produzidas é decorrente do
aumento de catecolaminas circulantes ou do efeito mecânico
de compressão exercido pela massa tumoral nos órgãos
adjacentes. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de
feocromocitoma em cão (Canis lupus familiaris). Descrição
do caso: Um cão adulto, macho, da raça Pitt Bull, foi
encaminhado, sem histórico, para a aula prática de necropsia
da disciplina de Patologia Especial. Fragmentos de ambas as
glândulas adrenais, veia renal e veia cava caudal foram
coletados, fixados em formalina tamponada a 10% e
processados pela técnica de inclusão em parafina e coloração
pela hematoxilina-eosina. Resultado: Na avaliação
macroscópica observou-se aumento das glândulas adrenais,
a direita media 2,5 cm de comprimento, e a esquerda possuía
no seu polo caudal uma massa de 5,0cm de comprimento,
que invadia a veia cava caudal. Essa neoplasia, ao corte,
apresentava coloração marrom-amarelada com áreas
milimétricas enegrecidas. Outros achados de necropsia
interligados a esse crescimento foi a congestão acentuada de
diversos vasos sanguíneos, a presença de nódulos
milimétricos no pulmão, decorrentes de metástase e,
também, um aumento de volume na glândula tireóide. Na
microscopia foi evidenciada a expansão da massa a partir da
região medular da glândula em direção às veias. A mesma
era composta por células poligonais à colunares separadas
por finos septos formando pequenos lóbulos. Os citoplasmas
eram eosinofílicos e levemente granulares, e o núcleo, oval
com elevada anisocariose e presença de cariomegalia. As
características macroscópicas e microscópicas confirmam o
diagnóstico de feocromocitoma invadindo a veia cava. A
glândula tireóide apresentava hiperplasia cística dos
folículos. Conclusão: O diagnóstico do feocromocitoma é
um desafio, por ser uma neoplasia rara e por requerer alto
conhecimento clínico. Dessa forma, geralmente o
diagnóstico é um achado acidental, na necropsia, ou quando
a massa invade a veia cava podendo formar um trombo, que
pode ser diagnosticado através de exame de imagem. O
melhor método curativo é sem dúvida a remoção da
neoplasia por intervenção cirúrgica, proporcionando uma
cura, ou pelo menos uma sobrevida mais prolongada,
melhorando a qualidade de vida e bem estar do animal
acometido.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
FRATURA PARCIAL DE COSTELA COM
FORMAÇÃO DE ABSCESSO INTRA-ABDOMINAL,
OCASIONADO POR TRAUMA PERFURO-
CORTANTE POR VERGALHÃO EM POTRA
QUARTO DE MILHA - RELATO DE CASO
Vargas, J. C. A. ¹*; Santos, P. E. ¹; Oliveira, V. H. H. ¹;
Nascimento, S. S. ¹; Carvalho, R. S. ²; Fardin, V. V. ²;
Spadeto Junior, O. ³; Coelho, C. S. ³; Avanza, M. F. B.³.
¹ Graduando do curso de Medicina Veterinária na Universidade Vila Velha,
² Médico Veterinário Residente na Clinica Médica de Grandes Animais da
Universidade Vila Velha,³ Professor do curso de Medicina Veterinária na
Universidade Vila Velha, * jadercaique@hotmail.com
Introdução: São poucas as ocorrências de traumas torácicos
em equinos, sendo a causa mais comum à colisão com
objetos de diferentes materiais, incluindo carros em
movimento. Esses ferimentos podem chegar a perfurar a
parede torácica atingindo vísceras ou evoluir para abscessos.
O abscesso consiste em um acúmulo circunscrito de
produtos piógenos e pútridos, rodeados por uma cápsula de
tecido conjuntivo. A maioria dos abscessos subcutâneos é
resultante da penetração traumática da pele com consequente
infecção e, em raras ocasiões, a infecção pode atingir o local
por meio hematógenos ou de órgãos internos. Os sinais
clínicos de abscedação geralmente são febre, neutrofilia,
hiperfibrinogenemia, anemia, perda de peso e,
possivelmente cólica. Objetivo: O presente estudo teve
como objetivo relatar um caso de fratura parcial de costela
com formação de abscesso intra-abdominal de um equino.
Relato do caso: Foi atendida no Hospital Veterinário
Professor Ricardo Alexandre Hippler - UVV uma potra de
2,5 anos de idade, da raça Quarto de Milha, apresentando
fistula toraco-abdominal no 13º espaço intercostal esquerdo,
decorrente de acidente com vergalhão no qual durante o
rolamento do animal, perfurou a pele acometendo o gradil
costal. No exame físico, o animal apresentou parâmetros
vitais dentro da normalidade para espécie. Os exames
laboratoriais revelaram uma leve leucocitose por neutrofilia,
um aumento sérico de aspartato aminotransferase e
bilirrubina total e direta. No exame radiográfico da região
torácica, não foi possível a visualização de
comprometimento ósseo da região. O animal foi submetido a
procedimento cirúrgico, onde foi possível observar que a
fistula direcionava para a cavidade abdominal e apresentava
conteúdo de aspecto caseoso e purulento, de odor fétido.
Havia fratura com osteomielite do bordo cranial da 14a
costela. O abcesso foi lavado com solução ringer com lactato
e gentamicina a 2% e curetado, optando-se pela cicatrização
por segunda intenção em virtude da impossibilidade de
remoção do abcesso e sua capsula. Foi feita a limpeza da
ferida com clorexidine degermante 4%, lavagem do abcesso
com solução de iodopovidona 2% e solução de
permanganato de potássio em dias alternado. Foi também
realizado infusão de hidrogel associado a carvão ativado por
alguns dias, administração tópica de pomada a base de
clorexidine (furanil) com açúcar e após todo esse
procedimento a ferida era fechada com compressa estéril. A
terapia antibiótica instituída foi enrofloxacina (5mg/kg, a
cada 24 horas, IV) e sulfadoxina com trimetoprim (20mg/kg,
a cada 24 horas, IV) durante 10 dias, uso de anti-
inflamatório a base de fenilbutazona (4,4 mg/kg, a cada 24
horas, IV) por 5 dias. Conclusão: Após 15 dias, o animal
ainda se encontra internado, com evolução satisfatória, até a
presente data, com redução considerável da área da ferida.
32
 FRATURAS PATOLÓGICAS E DEFORMIDADES não apresentava mais vocalização ao se locomover, apesar
OSSEAS ANGULARES EM FILHOTES das dificuldades deambulatórias. Conclusão: A dieta
SECUNDÁRIO À DISTÚRBIO NUTRICIONAL: contendo os todos os nutrientes conforme necessidade da
RELATO DE CASO espécie e da idade é fundamental para o desenvolvimento e
maturação do tecido ósseo. O déficit de cálcio na nutrição
destes filhotes causou alterações metabólicas importantes,
Vicente, G. C.1; Zardo, J. S. 2; Kuhnert, P. N.3; Mathias, C. condizentes com hiperparatireoidismo secundário
H. T.2; Fortunato. V. R. 2; Pinto, B. J.1; Monteiro, B. S4. nutricional, que evoluíram para osteopenia, fraturas
*gabrielcvicente17@hotmail.com patológicas, deformidades ósseas e alterações radiográficas
condizentes com raquitismos, que ainda não puderam ser
corrigidas ortopedicamente, pela imaturidade do tecido
1
ósseo do filhote.
Residente da Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais do Hospital
Veterinário Professor Ricardo Alexandre Hippler – Universidade Vila
Velha, 2Mestrando em Ciência Animal na Universidade Vila Velha,
3
Graduando do curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha,
4
Professor do curso de Medicina Veterinária da Universidade Vila Velha.

Introdução: Diversos distúrbios esqueléticos estão

envolvidos diretamente com desordens metabólicas
associadas à nutrição inadequada. Dentre eles destacam-se
principalmente; hiperparatireoidismo secundário nutricional,
que ocorre devido a dietas carentes em cálcio, vitamina D
e/ou em desequilíbrio cálcio-fósforo; raquitismo, causado
pela desnutrição, subnutrição e/ou pela deficiência de
sintetizar a vitamina D na pele, todos fatores que implicam
desfavoravelmente na homeostase de cálcio e fósforo e,
consequentemente, no desenvolvimento esquelético
fisiológico; e a osteodistrofia hipertrófica. Para um
desenvolvimento esquelético normal, é necessária uma
nutrição adequada, obedecendo aos índices energéticos,
proteicos, entéricos, vitamínicos e minerais recomendados
para cada espécie e para cada fase de vida animal. Objetivo:
Descrever os achados ortopédicos e radiográficos de filhotes
de cães, do 20º dia de vida até 90º dia. Relato de caso:
Foram encontrados filhotes de cães que foram cuidados por
diferentes pessoas pertencentes a mesma ONG e/ou doados.
Como eram recém-nascidos e não foram alimentados com
leite materno, 23 horas após o nascimento, alguns filhotes
passaram a receber, exclusivamente, sucedâneo de leite
materno comercial, após 19 dias de utilização do sucedâneo
de leite materno para nutrição dos filhotes, as cuidadoras
perceberam que havia quatro filhotes de ninhadas diferentes,
que estavam recebendo o mesmo esquema alimentar com o
produto de mesmo lote de fabricação, mas que eram alojados
em casas diferentes, e estavam apresentando dificuldade de
deambulação e manter-se em estação com intensa
vocalização como se estivessem sentindo dor. Os pacientes
foram conduzidos ao Hospital Veterinário da UVV, após
avaliação individual, foi solicitado exame radiográfico onde
foi visualizado tecido ósseo osteopênico e perda de
continuidade ósseas em vários ossos longos, condizentes
com fraturas patológicas múltiplas em úmeros, rádios e
ulnas, fêmures, tíbias, fíbulas e pelves. Foi prescrito ração
comercial super-premium, e orientações quanto aos cuidados
de manejo e higiene com os filhotes e explicado sobre os
acompanhamentos radiográficos futuros, necessários para o
estabelecimento das manobras cirúrgicas a serem realizadas.
Após dezesseis dias, os três animais apresentaram
considerável melhora do estado ortopédico, retomando a
deambulação mais equilibrada e sem manifestação de dor,
entretanto, mantendo deformidades em algumas regiões. Um
dos filhotes permaneceu com os membros torácicos e
pélvicos totalmente abduzidos, tocando o esterno no solo.
Foi indicado a utilização de bandagem esparadrapada para
otimizar a deambulação. Perceberam também que a paciente

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 33

 HABRONEMOSE EM EQUINO: RELATO DE CASO
Santos, A. R.¹*; Silva, G. A. O.¹; Fardin, V. V.²; Carvalho,
R. S.²; Avanza, M. F. B.³;
¹ Graduanda do curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha.,
² Residente do setor de Grandes Animais do Hospital Veterinário da UVV-
ES, ³ Professor do curso de Medicina Veterinária - Universidade Vila
Velha.
feridas com clorexidine degermante 4%, ivermectina oral
(2mg/kg, uma vez ao dia, durante três dias) pomada a base
de organofosforado e nitrofurazona, proposta por
Thomassian (2005) durante 5 dias que foi substituído por
óleo de girassol. Resultados: Após 10 dias de tratamento foi
observado regressão considerável das feridas. Conclusão: O
tratamento instituído através de limpeza da ferida, pomada
preparada e óleo de girassol, mostrou bons resultados para
melhora clinica do animal.

(*) a.rodriguues@hotmail.com

Introdução: A Habronemose é uma enfermidade parasitária

que acomete os equídeos (equinos, asininos e muares) de
todas as idades. Expande-se por todo país, e por sua alta
prevalência está relacionada com a abundancia de
hospedeiros intermediários, como muscídeos cosmopolitas
das espécies Musca domestica, Stomoxys calcitrans e alguns
outros menos frequentes. Outro motivo do seu alto índice
destaca-se a falha de manejo sanitária na tropa, a falta de
informação sobre o tratamento, controle e ciclo evolutivo do
agente. No ciclo de vida normal deste nematóideo, os
animais infectam-se ao ingerir moscas contendo larvas do
Habronema com água, alimentos ou através das larvas que
são depositadas pelas moscas sobre os lábios do animal.
Após a deglutição das larvas, no estômago atingem a
maturidade sexual. Entretanto, as moscas podem buscar
ferimentos ou até mesmo mucosas para se alimentar das
secreções, e as larvas estimuladas pela temperatura e
umidade, dentre outros fatores invadem o ferimento. As
formas clínicas da Habronemose serão manifestadas de
acordo com a localização dos nematoides adultos e das
larvas de terceiro estágio (L3), podendo ser: Habronemose
gástrica; Habronemose cutânea e Habronemose conjuntival.
A habronemose cutânea deve ser diferenciada de Pitiose,
pois a forma das lesões são bem semelhantes. Para o
diagnostico diferencial e definitivo consiste no exame
histopatológico da lesão. Objetivo: O presente estudo tem
como objetivo relatar o caso de um macho de espécie
equina, com aproximadamente 4 anos, da raça Mangalarga
Marchador atendido no Hospital Veterinário Ricardo
Alexandre Hippler – UVV. Relato de caso: Um equino,
macho, da raça Mangalarga Marchador, apresentando lesões
ulceradas no prepúcio, na face bilateral, em região de semi-
tendinoso e semi-membranoso no membro direito, em região
de tendão do calcâneo membro esquerdo e quartela do
membro torácico direito. O proprietário relatou crescimento
progressivo das lesões com prurido, sendo realizados alguns
tratamentos nas lesões, onde não obtiveram sucesso. No
exame físico do animal em repouso, apresentava parâmetros
fisiológicos dentro da normalidade da espécie. Como
confirmação de diagnostico foi solicitado um exame
citopatológico, tendo como material examinado um Imprint
de face, prepúcio e membro pélvico direito. Sua descrição
microscópica apresentava abundancia de hemácias;
moderados neutrófilos, a maioria degenerado; moderados
eosinófilos; discretos macrófagos; raros linfócitos, raras
células gigantes. Fundo de lamina composto por moderado
material róseo amorfo e fibrilar (piócitos), raros grânulos
avermelhados; cocos bacterianos moderados; células
fusiformes com nucléolos múltiplos e evidentes (fibroblasto
reativo), quadro semelhante de dermatite eosinofílica,
provavelmente parasitária de etiológia sugestiva para
Habronemose. Para um tratamento mais eficaz foi realizado
o debridamento das lesões e o tratamento clinico instituído
foi limpeza das
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 34
 HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA TRAUMÁTICA EM
FELINO ADULTO - RELATO DE CASO
Lopes J.V.M.¹*, Vardiero H.N.¹, Mantovani T.C.¹, Flecher
M.C.²
1- Discente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Vila Velha,
Vila Velha – ES, Brasil., Professor do curso de Medicina Veterinária na
Universidade Vila Velha - ES, Brasil.
2-
*E-mail: (menezes_joaovitor@hotmail.com)
Introdução: O diafragma é um músculo que separa a
cavidade torácica da cavidade abdominal, exercendo
importante função na respiração. O conceito de hérnia é
aplicada para descrever a forma em que alguns órgãos estão
fora da posição anatômica normal. Logo na hérnia
diafragmática há um deslocamento de vísceras abdominais
para dentro da cavidade torácica, podendo ser de origem
congênita ou adquirida. Os principais órgãos descritos a
sofrerem este processo são estômago, intestino e fígado,
sendo estes mais comumente relatados em cães. Quando de
origem adquirida traumática, pode surgir de acidentes,
espancamento ou brigas, gerando um mecanismo de ruptura
do músculo diafragmático e o influxo dos órgãos para a
cavidade torácica. As consequências mais graves geradas
seriam uma disfunção respiratória acentuada, atelectasia
pulmonar, dispneia, apatia, relutância e inquietação ao deitar
e andar. Esse trabalho tem como objetivo relatar um caso de
hérnia diafragmática em um felino. Descrição do caso:
Felino, adulto, aproximadamente 3 anos, sem raça definida
(SRD), encaminhando ao laboratório de patologia da
Universidade Vila Velha (UVV), para necropsia durante a
aula prática. Ao exame externo observou-se epistaxe
bilateral e mucosas pálidas. À abertura da cavidade
abdominal, constatou-se grande quantidade de líquido, e na
cavidade torácica direita foram observados o intestino
delgado (duodeno, jejuno e íleo) e porção inicial do intestino
grosso (ceco) juntamente com o baço e omento,
caracterizando-se como hérnia diafragmática, além dos
órgãos anatomicamente característicos desta região. Com a
diminuição da área da cavidade torácica e compressão do
pulmão foi observado congestão, atelectasia e edema
pulmonar; acúmulo de líquidos nas cavidades (hidrotórax,
hidroperitônio e hidropericárdio) e o fígado apresentava área
focal com lobulação evidente indicando lipidose hepática.
Conclusão: A hérnia diafragmática não é comumente
relatada em felinos, mas apresenta grande importância
clínica, por se tratar de uma doença de graves
consequências. Quando diagnosticada sem demais
agravamentos do quadro clínico, pode ser revertida
cirurgicamente. O animal relatado veio a óbito com quadro
de insuficiência cardiorrespiratória.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
HIPERPLASIA MAMÁRIA EM POTRA DE SEIS
MESES DE IDADE - RELATO DE CASO
Vardiero, H.N. ¹*; Avelin, G.D. ¹; Fardin, V.V. ²; Carvalho,
R.S. ²; Avanza, M.F.B. ³; Spadeto, O.J. ³
¹ Graduando do curso de Medicina Veterinária - Universidade Vila Velha; ²
Programa de Residência em Área Profissional de Saúde – Medicina
Veterinária - Clínica, Cirurgia e Anestesiologia de Grandes Animais -
Universidade Vila Velha; ³ Docente do curso de Medicina Veterinária -
Universidade Vila Velha.
*E-mail: haglinne.vardiero@hotmail.com
Introdução: A hiperplasia mamária é uma alteração de
desenvolvimento de caráter benigno e não neoplásico, que
resulta em crescimento rápido tanto do parênquima quanto
do estroma da glândula mamária. Ocorre com maior
frequência em fêmeas jovens de felinos e raramente em
outras espécies, podendo acometer uma ou mais glândulas
mamárias. Sabe-se que esta afecção pode ser ocasionada por
influência e exposição ao hormônio progesterona endógeno
ou exógeno, que antecede ao aparecimento dos sintomas.
Macroscopicamente é caracterizada pelo aumento de volume
das glândulas mamárias, de consistência firme, indolor e não
inflamatória, mas podem tornar-se infectadas por bactérias
secundárias acarretando o surgimento de mastite. Objetivo:
O objetivo é relatar o caso atendido devido à sua raridade e
deficiência de artigos na literatura. Relato de caso: Foi
atendido no Hospital Veterinário “Professor Ricardo
Alexandre Hippler”, da Universidade Vila Velha (UVV), um
equino, fêmea, quarto de milha, seis meses de idade, que se
encontrava solta em piquete com outro potro da mesma
idade. Na anamnese o proprietário relatou um aumento de
volume progressivo na glândula mamária direita que iniciou
há um mês anterior ao atendimento. Realizou-se citologia
aspirativa da glândula, e na microscopia notou-se acentuada
quantidade de linfócitos e raros neutrófilos, moderada
quantidade de células epiteliais e discretos números de
células secretórias, e o fundo da lâmina composto por
acentuado material amorfo róseo (lácteo). Sugestivo de
mastite linfocitária, provavelmente associada à hiperplasia
mamária. A principal suspeita etiológica foi de sucção diária
realizada pelo potro que dividia o mesmo piquete criatório.
O tratamento instituído se resumiu a restrição de contato
com outro animal, massagem com glicerina iodada e terapia
anti-inflamatória com flunixin meglumine, na dose de 1,1
mg/kg, via intramuscular (IM), a cada 24 horas, durante 5
dias. Resultado: A potra apresentou melhora significativa e
regressão da glândula mamária com a terapia empregada.
Conclusão: Conclui-se que a estimulação por sucção da
glândula mamária pode induzir a produção de lácteo e
inflamação.
35
 IMPACTO DE RODOVIAS EM VERTEBRADOS
SILVESTRES NO ENTORNO DO PARQUE
ESTADUAL DA PEDRA AZUL, DOMINGOS
MARTINS, ESPÍRITO SANTO
1* 2
Alvarenga, A.C. ; Srbek-Araujo, A.C.
1
Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ecologia de Ecossistemas -
Universidade Vila Velha, 2 Professora do Programa de Pós-graduação em
Ecologia de Ecossistemas - Universidade Vila Velha.
* Autor para correspondência: alinealv@gmail.com
Introdução: O atropelamento de fauna é um dos principais
fatores antrópicos que causam a mortalidade de vertebrados
silvestres no mundo. No Brasil, os atropelamentos se
concentram principalmente na região sudeste do país, onde a
malha rodoviária é comparativamente maior e está
comumente associada a áreas protegidas. No estado do
Espírito Santo, os estudos sobre o tema são relativamente
recentes e estão concentrados em poucas áreas, havendo
dados preliminares que indicam que a perda de indivíduos
pode ser significativa, afetando também espécies ameaçadas
de extinção. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo
avaliar o impacto de rodovias sobre vertebrados silvestres
em trechos associados ao Parque Estadual da Pedra Azul
(PEPAZ), em Domingos Martins, região serrana do Espírito
Santo. Materiais e Métodos: Foram realizadas amostragens
mensais, entre janeiro e abril de 2015, nos trechos das
rodovias BR-262 e ES-164 que se localizam no entorno do
PEPAZ. Tais trechos foram percorridos de carro, a uma
velocidade média de 50 km/h, sempre por dois
pesquisadores (um motorista e um observador), durante
cinco dias por mês. Sempre que era percebida a presença de
uma carcaça, fazia-se o registro fotográfico da mesma e
eram realizadas anotações de campo que incluíam:
classificação taxonômica, sexo, idade e coordenada
geográfica do registro. Resultados: Foram registradas 165
ocorrências de atropelamento de fauna nas duas rodovias
amostradas. Destas, 70 ocorrências (42%) estão
representadas por aves, 66 (40%) por mamíferos, 24 (15%)
por répteis e cinco (3%) por anfíbios. Na BR-262 foram
reunidos 81 registros e na ES-164 foram registradas 84
ocorrências. A BR-262 reuniu um maior número de registros
de mamíferos (50 ocorrências; 62% do total registrado nesta
rodovia), enquanto a ES-164 se mostrou mais representativa
no atropelamento de aves (51 ocorrências; 61% do total).
Foram identificadas 22 espécies de aves, 10 de mamíferos,
quatro de répteis e duas de anfíbios, totalizando pelo menos
38 espécies afetadas, ressaltando que alguns indivíduos não
puderam ser identificados devido ao elevado grau de
comprometimento das carcaças. Conclusão: Apesar do
fluxo de veículos na rodovia BR-262 ser maior do que na
ES-164, o número de ocorrências de atropelamento tem se
apresentado proporcionalmente semelhante entre os dois
trechos amostrados, embora a composição da fauna afetada
em cada rodovia tenha sido diferenciada. Os trechos
amostrados estão associados a importantes blocos florestais
do estado, que por sua vez atuam como corredores
ecológicos entre áreas naturais protegidas e remanescentes
localizados em propriedades privadas. Dessa forma, é
fundamental a identificação dos pontos mais críticos e a
determinação dos fatores ambientais que contribuem para o
aumento da suscetibilidade das espécies a atropelamentos no
entorno do PEPAZ, nas duas rodovias.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
INFLUÊNCIA DA ACEPROMAZINA NA ANESTESIA
PROMOVIDA PELA ASSOCIAÇÃO DE MORFINA-
TILETAMINA-ZOLAZEPAM EM FELINOS
Meleipe M.S.1*, Bayer-Silva I.1, Campagnol D.4, Bitti F.S.2,
Rabello T.A.3, Monteiro B.S.4
1
Graduando do curso de Medicina Veterinária da UVV; 2Mestrando do
Programa de Pós-graduação em Ciência Animal da UVV, 3Médico
Veterinário do Programa de Residência em Cirurgia e Anestesiologia de
Pequenos Animais da UVV, 4Professor do curso de Medicina Veterinária e
Programa de Pós-graduação em Ciência Animal da UVV.
mirelameleipe@yahoo.com.
Introdução: A acepromazina é tranquilizante de duração
prolongada que potencializa a ação de agentes anestésicos e
apresenta atividade antissialagoga. Tais efeitos fazem desse
fármaco uma opção interessante para associação aos
anestésicos dissociativos, que sabidamente promovem
anestesia de baixa qualidade, recuperação agitada e
salivação acentuada.Objetivo: Avaliar os efeitos da
acepromazina sobre a qualidade da anestesia promovida pela
associação de morfina-tiletamina/zolazepam. Materiais e
Métodos: Diante da ausência de estudos comprovando tais
benefícios, 20 gatos hígidos a serem submetidos à
orquiectomia eletiva foram divididos aleatoriamente em dois
grupos (n=10 cada). No grupo Ace, 0,05 mg/kg de
acepromazina foi associada à 0,2 mg/kg de morfina e 5
mg/kg de tiletamina/zolazepam (TZ). No grupo Controle, a
acepromazina foi substituída por volume similar de solução
de NaCl 0,9%. Em ambos os grupos, o protocolo medicação
pré-anestésica (MPA) foi administrado por via intramuscular
(IM) e a anestesia local intratesticular com lidocaína. No
período intra-operatório, foram avaliados a dose de TZ
necessária para a perda do reflexo interdigital (ID) e os
parâmetros cardiorrespiratórios. No período pós-operatório,
um profissional não ciente do grupo sob investigação,
avaliou o grau de sedação (0-3) na escala proposta por
Wiese & Muir (2007), a salivação e o tempo/qualidade de
recuperação. Resultados: Não houve diferenças
significativas entre grupos no peso, idade e duração da
cirurgia. No grupo Ace, o protocolo de MPA promoveu
sedação grau "3" em 7/10 animais e grau "2" em 2/10
animais, enquanto que, no Controle, o protocolo resultou em
sedação grau "3" em 4/10 animais e grau "2" em 6/10
animais. Quatro de 10 animais do grupo Controle não
apresentaram perda do reflexo ID com a dose de indução de
20 mg/kg de TZ, enquanto que todos os animais do grupo
Ace tiveram o reflexo abolido. Considerando somente
aqueles que apresentaram abolição do reflexo ID, a dose de
TZ para a indução anestésica foi significativamente menor
no grupo Ace que Controle [média(DP); 11,4(5,4) e 5,2(3,6)
mg/kg]. A dose necessária para a manutenção anestésica
nesse animais foi estatisticamente semelhante entre os
grupos [3,1(3,7) e 1,3(1,4) mg/kg)]. Considerando os 10
animais de cada grupo, a dose cumulativa de TZ foi
significativamente menor no grupo Ace que Controle
[22,3(7,2) e 11,5(3,4) mg/kg]. Não houve diferença
significativa entre os grupos com relação às variáveis
cardiorrespiratórias. O retorno do reflexo ID não foi
significamente diferente entre os grupos, mas os tempos para
primeiros movimentos de cabeça, adoção do decúbito
esternal e deambulação foram significativamante menores
no grupo Ace. No período pós-operatório, os animais do
grupo controle apresentaram-se significativamente sedados
por 210 minutos, enquanto que no grupo Ace, por 120
36
 minutos. Diferenças entre grupos quanto à sedação foram
observadas aos 180 e 210 minutos (Controle > Ace).
Nenhum animal no grupo Ace e somente um animal do
Controle apresentou salivação aumentada. Excitação e
aumento da atividade locomotora foram observados em 4/10
e 2/10 animais do grupo Ace e Controle,
respectivamente.Conclusão: A acepromazina potencializa a
anestesia promovida pela associação de morfina-tiletamina-
zolazepam e, em virtude da redução da dose, permite a
recuperação anestésica mais rápida. A inclusão da
acepromazina no protocolo não influenciou nos parâmetros
cardiorrespiratórios e na qualidade de recuperação. Devido a
baixa incidência de salivação, o efeito antissialagogo da
acepromazina não pode ser avaliado.
CEUA-UVV (parecer nº 330/2014).
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
INFLUÊNCIA DA QUALIDADE AMBIENTAL DA
ESTAÇÃO ECOLÓGICA ILHA DO LAMEIRÃO EM
VITÓRIA ES, NO SISTEMA IMUNOLÓGICO DE
Ucides cordatus
Costa, G.A.P.1, Eutropio F.J.2, Tadokoro C.E.3*
1
Mestranda do PPG em Ecologia de Ecossistemas, Universidade Vila Velha;
2
Instituto Capixaba de Ciências e Administração (ICCA), Vitória, ES;
3
Laboratório de Imunobiologia, Programas de Pós-graduação em Ecologia
de Ecossistemas e Ciências Farmacêuticas, Universidade Vila Velha.
*carlos.tadokoro@uvv.br
Introdução: Os ecossistemas e as zonas estuarinas sofrem
ameaça devido à crescente poluição ambiental, que causa
alterações nos ecossistemas. Uma das grandes preocupações
ecológicas atuais refere-se ao impacto ambiental causado
pela liberação antrópica de metais pesados nos diversos
ambientes naturais e, de maior importância, naqueles de
maior interação com populações humanas. As diferentes
espécies de animais representam as condições ambientais e
podem ser usadas para detectar a presença de contaminantes,
possibilitando avaliar o seu impacto e prever os riscos. O
caranguejo da espécie Ucides cordatus possui características
biológicas que permitem seu uso no biomonitoramento, com
padrão de crescimento apresentando vários estágios de
desenvolvimento e elevada longevidade. O U. cordatus é
fonte de renda para as populações, sendo o mais importante
caranguejo comercial dos manguezais brasileiros, explorado
para o consumo humano. Objetivo: Avaliar o sistema
imunológico de caranguejos Ucides cordatus, coletados em
duas áreas da Estação Ecológica Municipal Ilha do Lameirão
em Vitória ES, com qualidade de água e sedimento distintas,
e correlacioná-las com a saúde imunológica dos animais.
Materiais e métodos: Foram padronizados os métodos de
coleta de hemolinfa e cultura de hemócitos in vitro. Para
isto, amostras de hemolinfa de U. cordatus foram coletadas
do 5o apêndice corporal, com seringas e agulhas contendo
solução anticoagulante; estas amostras foram utilizadas em 3
procedimentos: (i) esfregaços e coloração com Giemsa, para
contagem de tipos celulares; (ii) contagem em câmara de
Neubauer (hemacitômetro), coradas com azul de Trypan,
para avaliação da viabilidade celular; (iii) plaqueadas em
meio de cultura Leibovitz, suplementado com nutrientes e
antibióticos, para avaliação das culturas de hemócitos in
vitro. Resultados: Apesar do projeto ainda não possuir
resultados de caranguejos recolhidos nas áreas citadas, estes
protocolos já estão implementados em nosso laboratório e
podem ser de interesse de outros profissionais que queiram
trabalhar com imunologia de crustáceos.
37
 INFLUÊNCIA DA RAÇA E ESCORE DE CONDIÇÃO INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO DE LONGA
CORPORAL NA TAXA DE PRENHEZ EM VACAS DURAÇÃO EM ESTEIRA SOB AS
LEITEIRAS CONCENTRAÇÕES SÉRICAS DE
TRIGLICERÍDEOS EM EQUINOS
Lacerda, T.F.1*; Coelho, C.S.2; Loureiro, B.2
Paixão P.P.1, Brasileiro P.P.2, Barbosa T.S.3
1-
Mestranda do curso de Pós- Graduação em Ciência Animal – Universidade
Vila Velha (UVV). Bolsista FAPES, 2- Professora do curso de Medicina 1
Veterinária e Mestrado em Ciência Animal – Universidade Vila Velha Mestranda do curso de Ciência Animal - Universidade Vila Velha,
2
(UVV) Graduanda do curso de Medicina Veterinária Universidade Vila Velha,
3
Professora do curso de Medicina Veterinária Universidade Vila Velha
. * Autor para correspondência: tracyf.lacerda@hotmail.com
*polyanapp@gmail.com

Introdução: Um dos fatores que mais influencia o sucesso

Introdução: Os triglicerídeos são de importante reserva
do empreendimento leiteiro é a eficiência reprodutiva. Nas
energética para o organismo, e os ácidos graxos resultantes
últimas quatro décadas houve uma intensa seleção genética
da lipólise são amplamente utilizados como fonte de energia
para a produção de sólidos, o que gerou uma diminuição da
durante a atividade física prolongada em equinos e humanos.
fertilidade dos rebanhos leiteiros, sendo a causa principal, as
O exercício físico possui efeitos benéficos elevando os
alterações metabólicas que ocorrem no início do período de
níveis da lipoproteína de alta densidade (HDL), diminuindo
lactação nesses animais. Outro fator importante, que afeta a
os valores da lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL)
fertilidade e a produtividade dos rebanhos leiteiros, é o
e causando alterações na composição da lipoproteína de
efeito negativo do estresse térmico. Nas épocas quentes do
baixa densidade (LDL). Portanto, indivíduos que praticam
ano, há uma diminuição de ingestão de matéria seca pelo
exercícios físicos regulares possuem níveis séricos mais
animal na tentativa de produzir menos calor metabólico.
baixos de colesterol, triglicerídeos (TG) e LDL, e apresenta
Com a diminuição de ingestão, as exigências nutricionais do
concentrações plasmáticas de HDL mais elevados em
animal excedem a capacidade da vaca em produzir energia
relação aos indivíduos inativos.Os níveis plasmáticos
ocorrendo assim um balanço energético negativo e
elevados de triglicerídeos podem causar, em humanos,
diminuição de escore de condição corporal. Esse balanço
obesidade, doenças cardiovasculares, esteatose hepática,
negativo associado com outras alterações metabólicas pode
pancreatite, entre outros. Tendo em vista os malefícios dessa
levar a alterações no ciclo estral da vaca. Nesse período
condição, estudos sugerem que a prática de exercícios possa
também há um aumento na concentração plasmática de uréia
resultar na redução graduada de suas concentrações no
acompanhado por uma queda nas concentrações de insulina
sangue por meio do consumo das reservas adiposas durante
e glicose, o que pode levar a um comprometimento da
o esforço físico, levando assim a diminuição dos riscos
função ovariana, ocasionando um aumento da taxa de perda
patológicos e equilibrando a quantidade de energia ingerida
gestacional. Sabe-se que raças indianas são mais resistentes
e utilizada. Pesquisas realizadas com equinos atletas relatam
ao estresse ambiental e, por isso, a criação de raças mestiças
que durante o esforço físico ocorre liberação de cortisol, o
é uma opção interessante para produção leiteira no Brasil.
qual necessita do colesterol presente na circulação para sua
Em relação aos Bos taurus taurus raças mestiças apresentam
produção, levando assim a diminuição de LDL plasmático.
menor necessidade energética e menor taxa de
Este estudo teve como objetivo testar a hipótese de que
metabolizaçao de hormônios e consequentemente maior taxa
equinos submetidos a exercício físico de longa duração em
de prenhez. Objetivo: verificar a influência da raça e escore
esteira apresenta redução de suas concentrações plasmáticas
de condição corporal (ECC) na taxa de prenhez em vacas
de triglicerídeos. Material e métodos: Dez cavalos, sendo
leiteiras no primeiro serviço. Material e Métodos: Foram
cinco da raça Árabe e cinco da raça Crioula, realizaram um
utilizados os dados referentes à taxa de prenhez de 79 vacas,
teste padrão de exercício de baixa intensidade e longa
sendo 43 da raça Holandesa e 36 da raça Girolando (1/2
duração em esteira de alta velocidade inclinada a +6%.
sangue), no primeiro serviço, em torno de 70 + 5 dias pós-
Coletas de sangue foram realizadas antes do teste (M0),
parto, submetidas a um protocolo de inseminação artificial
imediatamente após o exercício (PE) e nos tempos 6h, 12h,
em tempo fixo. Todas as vacas foram avaliadas quanto ao
24h, 48h, 72h e 96h subsequentes. As dosagens de
ECC, na qual foram utilizadas somente vacas com valores
triglicerídeos foram realizadas por meio de kit comercial em
entre 2,5 e 4,0. Para este estudo foram protocoladas apenas
analisador bioquímico semi-automático. Resultados:
vacas sem desordens uterinas. O diagnóstico de prenhez foi
Observou-se que a prática de exercício elevou a
realizado por ultrassonografia aos dias 30 e 60 de gestação,
concentração sérica de triglicerídeos no momento PE. Após
sendo que o diagnóstico final para os dados usados no
6h horas houve uma diminuição, ficando inferior ao
presente estudo foi considerado aquele dado no dia 60.
momento M0, e tornou a elevar-se nos momentos
Resultados: Observou-se que a raça Girolando apresentou
subseqüentes, havendo diferença estatística somente nos
uma maior taxa de prenhez (p < 0,02) quando comparada
momentos PE, 48h e 96h em comparação ao M0.
com as vacas de raça Holandesa. Os melhores índices de
Conclusão: A concentração sérica de triglicerídeos não
taxa de prenhez ocorreram nas vacas com ECC 3 a 3,5,
apresentou redução após a prática do exercício de longa
apesar de não apresentar diferença estatística significativa (p
duração em esteira.
> 0,5) no presente estudo. Conclusão: A raça é um fator
determinante da taxa de prenhez no primeiro serviço em
vacas leiteiras.

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 38

 INFUSÃO INTRAVENOSA DE CÉLULAS TRONCO
MESENQUIMAIS COMO TERAPIA DA LESÃO DE
ISQUEMIA/REPERFUSÃO INTESTINAL EM
COELHOS NOVA ZELÂNDIA
Oliveira, A.P.L.1*, Rangel, J.P.P.2, Godoi, N.P.3,
Cruz, E.P.3, Riodades, L. F.S.4, Almeida, B. L.4,
Mathias, C.H.T.5, Fiorio, W.A.B.4, Pereira-Neto,
E.6, Monteiro, B.S.2
1
Doutorando em Ciência Animal - Universidade Federal de Minas Gerais,
2
Docente - Universidade Vila Velha/ ES, 3Discente em Medicina
Veterinária – Universidade Vila Velha, 4Veterinário autônomo, 5Mestrando
em Ciência Animal - Universidade Vila Velha/ ES, 6Mestre em Ciência
Animal pela Universidade Vila Velha/ES.
*oliveira.medvet@hotmail.com
inflamatórias polimorfornucleares, tanto em mucosa quanto
submucosa. Resultados: Os resultados observados
revelaram que os grupos I2H/R5H PBS 3D e I2H/R5H PBS
7D apresentaram aumento de líquido livre em cavidade
abdominal, de aspecto seroso e coloração amarelada. Em
dois animais do grupo I2H/R5H PBS 7D evidenciou-se a
presença de depósito de fibrina em serosa intestinal, alguns
segmentos intestinais aderidos aos outros. Histologicamente,
em mucosa intestinal, observou-se que nos grupos tratados
com PBS evidenciou-se locais de vilosidades com espaço
subepitelial (escore 1) e com lises celulares (escore 2).
Nenhuma alteração foi visualizada nos grupos CTM.
Conclusão: Os grupos tratados com ADCTM obtiveram
menores lesões em mucosa e submucosa quando comprados
aos grupos tratados com PBS. Ainda os grupos tratados com
ADCTM obtiveram resposta inflamatória controlada e maior
taxa mitótica, resultados relacionados ao potencial
terapêutico das CTM.

Introdução: As lesões de Isquemia/Reperfusão (I/R)

intestinais são consideradas eventos de grande relevância
clínica, podendo causar danos locais e remotos (GAO et al.,
2006; JIANG et al., 2011; VOLLMAR & MENGER, 2011;
BEN et al., 2012). Estudos com terapias celulares em
doenças inflamatórias intestinas têm se tornado cada vez
mais emergente devido a sua ação multifocal. Dentre as
principais afecções que são alvos destes estudos, destacam-
se as doenças inflamatórias intestinais, a síndrome do
intestino curto, as lesões I/R. O termo ‘’multifocal’’ usado
para definir este tipo terapêutico está relacionado ao fato de
estes diminuírem a inflamação, risco de infecção e
estimularem o reparo tecidual (MANIERI &
STAPPENBECK, 2011). Baseando-se nesses princípios, o
emprego de células tronco mesenquimais (CTM) como
método terapêutico das doenças intestinais (MANIERI &
STAPPENBECK, 2011; JIANG et al., 2011) vêm sendo
testado. Objetivo: O principal objetivo foi avaliar a eficácia
da infusão células tronco mesenquimais (CTM) derivada de
tecido adiposo sobre diminuição das lesões teciduais locais e
remotas, causadas pelo evento de I/R intestinal
experimental, em coelhos da raça Nova Zelândia. Materiais
e métodos: Para obtenção, cultivo e caracterização das CTM
provenientes de tecido adiposo (ADCTM) foram utilizados 3
animais jovens. As células foram consideradas viáveis para
terapia a partir da quarta passagem (fase in vitro). Para etapa
in vivo foram utilizados 24 animais, adulto-jovens, pesando
aproximadamente 3,5kg, divididos aleatoriamente em dois
grupos experimentais, denominados IR Tratado com CTM
(I2H/R5H CTM 3D; I2H/R5H CTM 7D); IR Tratado PBS
(I2H/R5H PBS 3D; I2H/R5H PBS 7D). Os animais foram
anestesiados e submetidos à celiotomia mediana pré-
retroumbilical. A artéria marginal peri-intestinal extramural
foi localizada e clampeada (região predeterminada e
padronizada) com auxílio de um clipe vascular, promovendo
uma interrupção do fluxo sanguíneo durante 2 horas. Após
esse período, o fluxo sanguíneo foi restabelecido, a anestesia
inalatória suspendida e os animais despertados. Após 5 horas
de reperfusão realizou-se os tratamentos por infusão
endovenosa, conforme grupos experimentais. Os animais
foram avaliados 72 horas e sete dias após o tratamento
quanto ao aspecto macroscópico (coloração e peristaltismo)
do segmento jejunal e por meio de avaliação histológica do
segmento isquemiado quanto à presença ou ausência de
destruição de mucosa intestinal, edema, hemorragia,
dilatação de vasos linfáticos e presença de células

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 39

 LESÃO EM MEMBRO PÉLVICO DIREITO DE
EQUINO QUARTO DE MILHA DEVIDO A
ACIDENTE COM ARAME LISO - RELATO DE CASO
Amorim A.D.1*, Pedroto N.L.P.1, Brugnara E.C.1, Cruz
E.P.1, Simões M.A.S.C.1, Paula S.A.R. 1, Carvalho R.S.2,
Fardin V.V. 2, Spadeto Junior O.3, Coelho C.S.3
1
Aluno do curso de graduação em Medicina Veterinária – UVV-ES, 2
Residente do Setor de Grandes Animais do Hospital Veterinário - UVV-ES,
3
Professor do curso de graduação em Medicina Veterinária - UVV-ES
*amanda.amorim87@gmail.com
Introdução: As lesões traumáticas, dentre as quais aquelas
provocadas por arame liso e farpado, na região distal dos
membros locomotores de equinos são uma realidade e
colocam em risco as atividades atléticas e de rotina de
trabalho dos animais. O prognóstico, na maioria das vezes, é
desfavorável, principalmente quando há comprometimento
da circulação sanguínea e linfática. Estudos envolvendo a
cicatrização em eqüinos são diversos, principalmente
quando as feridas estão localizadas nas extremidades distais,
visto que o processo nessa região é complicado devido a
falta de tecido de revestimento, má circulação, movimentos
articulares e maior predisposição para contaminação e
formação de tecido de granulação exuberante. Objetivo: O
objetivo do presente trabalho é relatar o caso de um equino,
da raça Quarto de Milha, com oito anos de idade, pesando
415 kg, encaminhado ao Hospital Veterinário Prof. Ricardo
Alexandre Hippler da UVV-ES apresentando uma lesão
distal em membro posterior direito. Descrição do caso:
Segundo a proprietária, o animal havia prendido o membro
em uma cerca de arame liso há 10 dias. Ao exame físico foi
possível observar uma laceração em membro pélvico direito
que se estendia do terço proximal do metatarso até a região
da coroa do casco, circundando todo o membro, com áreas
de necrose e exposição óssea na região proximal dorsal do
metatarso principal e com perda das camadas da pele local
devido isquemia. Além disso, o animal apresentava projeção
cranial do boleto, em consequência da ruptura do tendão
extensor digital longo, e claudicação grau 5 (segundo a
escala de AAEP), sem alterações patológicas visíveis no
casco. Foram feitos exames radiográficos das articulações
tíbio-tarsica e do metatarso, sem alterações ósseas evidentes.
Foi recomendado o tratamento diário com água corrente e
clorexidine degermante 4%. Após a limpeza foi feito o uso
tópico do óleo de girassol e, na área de exposição óssea,
acrescentou-se açúcar. A ferida foi protegida com bandagem
e foi colocada uma tala de PVC para imobilização. O
tratamento também incluiu Fenilbutazona (4,4 mg/kg, IV,
SID, 3 dias), seguido de Firocoxib (0,1 mg/kg, VO, SID, 40
dias) e Ceftiofur (5,0 mg/kg, IM, SID, 10 dias). O animal foi
submetido a dois enxertos autógenos de pele, com intervalo
de 40 dias, que se mostraram satisfatórios na redução da área
da ferida. A fisioterapia diária foi iniciada após um mês de
internação, visando estimular o retorno ao apoio do membro
no chão e evitar a contratura dos tendões flexores.
Resultados: Após um mês do início do tratamento
instituído, foi possível observar evolução satisfatória no
processo de cicatrização da ferida, sem contaminação e
cobrindo a área óssea antes exposta, bem como uma melhora
na deambulação do animal. Conclusão: Sabendo-se que o
tratamento é de longa duração, concluiu-se que, até a data de
submissão do trabalho, o protocolo proposto gerou
resultados significativos na melhora macroscópica da lesão,
com controle do processo infeccioso, ressaltando que a
fisioterapia foi imprescindível para a melhora da locomoção.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
LEVANTAMENTO BACTERIOLÓGICO E PERFIL
DE SENSIBILIDADE DE ISOLADOS DE CÃES COM
OTITE EXTERNA ATENDIDOS NO HOSPITAL
VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE VILA VELHA
NO PERÍODO DE 2014 A 2015.
Fadini, A. N. B.1*,Paz, J.S.2, Tobias, F. L.3
1
Graduanda do curso de Medicina Veterinária - Universdade Vila Velha,
2
Médica Veterinária do laboratório de Microbiologia e Imunonolgia –
Universidade Vila Velha,3Professor do curso de Medicina Veterinária -
Univerdade Vila Velha.
( )
* amanda29novaes@hotmail.com
Introdução: A otite é uma doença comum na rotina da
clínica de pequenos animais, com incidencia média de 8 à
20% dos casos atendidos, sendo a otite externa a forma mais
comum da doença. Sua etiologia envolve bactérias da
microbiota normal da pele que se proliferam de maneira
errônea, ou bactérias transitórias, que não são normal à
microbiota da pele de cães. Em geral, o tratamento da otite
envolve a utilização de antibióticos específicos previamentes
testados por antibiograma, associados ou não a
antiinflamatórios e analgésicos tópicos ou sistêmicos. Dada
a frequência desta enfermidade, a diversidade de agentes
etiológicos e opções terapêuticas, o objetivo deste
levantamento foi identificar os agentes etiológicos mais
frequentes e sua sensibilidade aos principais antibióticos
testados laboratorialmente. Metodologia: No período de
fevereiro de 2014 à maio de 2015 foram atendidos 55 cães
no setor de Clínica Médica de Pequenos Animais do
HV/UVVcom suspeita clínica de otite externa, dos quais
foram coletadas e encaminhadas ao laboratório de
Microbiologia Veterinária 78 amostras de secreção de
ouvido. As amostras foram colhidas por fricção em conduto
auditivo do canal horizontal, com auxílio de swabestéril
umedecido em solução salina, e encaminhadas ao laboratório
imediatamente após a coleta. No laboratório foram feitas
culturas bacterianas em ágar sangue, MacConkeye Saboroud
incubadas em aerobiose à 37°C. Posteriormente as amostras
foram devidamente isoladas e identificadas por meio de
observação macro e microscópica, coloração de Gram e
provas bioquímicas. Sequencialmente as colônias foram
submetidas aos antibiogramas através do método de difusão
de disco em ágar Müeller-Hinton (Kirby-Bauer), seguindo as
recomendações do CLSI (Clinical and Laboratory Standards
Institute, 2009). Resultado: Das 78 amostras, 93,59%
apresentaram crescimento bacteriano, sendo: 1,36% de
Acinobacter baumannii, 1,36% de Bacillus sp., 4,10% de
Escherichia coli, 4,10% de Malassezia sp., 1,36% de
Morganello morganii, 2,76% de Serratia liquefaciens,
49,31% de Staphylococcus sp., 2,76% de Streptococcus sp.,
12,32% de Proteus miriabilis e 19,17% de Pseudomonas
aeruginosa. Em relação a sensibilidade aos antibióticos,
observou-se 75,34% de sensibilidade à gentamicina, 72,60%
à ciprofloxacina, 64,38% à tobramicina, 61,64% à
enrofloxacina e 56,16% à amoxicilina + clavulanato.
Conclusão: No período estudado as causas mais frequentes
de otite externa bacteriana nos animais atendidos no
HV/UVV foram Staphylococcus sp. e Pseudomonas
aeruginosa, bactérias da microbiota normal da pele, e
Proteus miriabilis, bactéria transitória, de forma associadas
ou não, representando um total de 80,80% das bactérias que
40
 obtiveram crescimento nas amostras. Os antibióticos
analisados, apresentaram uma sensibilidade considerável em
relaçao às amostras, porém ressalta-se a baixa sensibilidade
a amoxacilina, antibiótico muito utilizado na clínica médica,
o que nos indica que nem todo antibótico está apto a ser a
melhor escolha do médico veterinário para tratamento, sem
prévia análise de sensibilidade à antibióticos.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
LEVANTAMENTO DOS CASOS DE EHRLICHIOSE
NO HOSPITAL VETERINÁRIO PROFESSOR
RICARDO ALEXANDRE HIPPLER
Machado, C.M.S.1(*), Lopes, J.V.M.1, Paz,J.S.2,Tobias, F.L.3
1
Graduando do curso de Medicina Veterinária Universidade Vila Velha, 2
Médico Veterinário contratado do laboratório de Microbiologia e
Imunologia da Universidade Vila Velha,3 Professor do curso de Medicina
Veterinária da Universidade Vila Velha.
(*) melosm.carol@gmail.com
Introdução: Ehrlichia canis é uma bactéria de via
hematógena responsável pela ocorrência de uma das doenças
infecciosas mais graves que acometem cães, a ehrlichiose. A
doença em questão tem grande importância em países de
clima tropical, destacando-se, no Brasil, as regiões sudeste,
centro-oeste e nordeste. O parasita é transmitido durante o
repasto de ninfas e adultos de carrapatos Rhipicephalus
sanguineus. Os sinais laboratoriais indicativos da doença são
quadros de anemia e trombocitopenia. Objetivo: Fazer um
levantamento dos casos de ehrlichiose no Hospital
Veterinário Professor Ricardo Alexandre Hippler,
verificando os meses com maior registro de requisições do
exame, bem como as titulações obtidas por este meio.
Materiais e métodos: Realizou-se um levantamento
retrospectivo, levando-se em consideração o livro de
requisições gerais do Laboratório de Microbiologia e
Imunologia Veterinária da Universidade Vila Velha. O
estudo envolveu a coleta de dados das titulações de
anticorpos de cães com suspeita de ehrlichiose provenientes
do Hospital Veterinário, no intervalo de 2 anos,
compreendidos entre março de 2013 e março de 2015,
totalizando 283 testes. Os resultados das titulações foram
obtidos por meio do kit ImmunoComb® Canine Ehrlichia
(Biogal). O teste em questão consiste-se em um kit de ensaio
Imunoenzimático modificado que detecta níveis de
imunoglobulina G contra Ehrlichia canis no soro. Os níveis
de IgG são classificados em uma escala de tons de cinza, que
correspondem ao score que varia de 0 a 6 (S0-S6) e
posteriormente convertidos em títulos de
imunofluorescência através de tabela de conversão fornecida
pelo fabricante. O resultado final pode ser classificado como
negativo (S0-S1), fraco positivo (S2) ou positivo (≥ S3).
Resultados: Diante do período de levantamento, verificou-
se que dentre os 283 testes realizados no Laboratório de
Microbiologia e Imunologia Veterinária, 96 resultados
deram negativos, correspondendo a 33,92% do total, e 187
resultados deram positivos, considerando diferentes
titulações, o que corresponde a 66,07% do total. Dentre os
anos avaliados, os meses os quais mais testes foram
realizados equivalem, respectivamente, a outubro, no qual se
realizou 22 testes (7,77%), sendo que desses 5 foram
negativos (S0-S1), 10 fracos positivos (S2), 7 positivos
(≥S3), novembro, no qual se realizou 28 testes (9,89%),
sendo que desses 11 foram negativos (S0-S1), 7 fracos
positivos (S2), 9 positivos (≥S3), e março, no qual se
realizou 22 testes (7,77%), obtendo 10 resultados negativos
(S0-S1), 2 fracos positivos (S2) e 10 positivos (≥S3).
Conclusão: Constatou-se que os casos de solicitações de
exames, bem como o número de animais positivos e suas
titulações sofreram um aumento dentro do período analisado
o que permite sugerir um avanço na distribuição do
Rhipicephalus sanguineus, carrapato vetor da doença, e/ou
falhas no tratamento de cães doentes.
41
 LINFOMA CUTÂNEO EM HAMSTER SÍRIO
(Mesocricetus auratus): RELATO DE CASO
Sossai, B.G.1*; Hardt, I.2; Oliveira, R.A. 2; Flecher, M.C.3;
Lázaro, E4.
*brunnogsossai@hotmail.com
1
Graduando do curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha,
2 Universidade Vila Velha
Residente de Patologia Veterinária do Hospital Veterinário Professor
Ricardo Alexandre Hippler – Universidade Vila Velha, 3Professor do curso
de Medicina Veterinária da Universidade Vila Velha, 4Médico Veterinário
Autônomo.
Introdução: Linfoma é uma neoplasia maligna com
diferentes patogêneses que pode ocorrer por falhas genéticas
e imunológicas, através do contato com substâncias
radioativas e carcinogêneas em linfócitos do tecido
linfohematopoiético. A neoplasia é classificada de acordo
com o local que se encontra, sendo multicêntrica, digestiva,
mediastínica, cutânea e extranodal. Surge em cães e gatos
com idade média de 6 a 12 anos, e também já relatada
clínica e induzida em outras espécies, como hamsters, ratos,
bovinos. Alguns estudos relatam que o linfoma apresenta
maior incidência em machos e outros em fêmeas, porém
ainda é questionável essa predileção sexual e que se faz
necessário maiores estudos. O objetivo do trabalho foi
relatar o linfoma multicêntrico em um hamster. Relato do
caso: Um hamster, 2 anos de idade, foi levado a uma clínica
veterinária para avaliação de nódulos cutâneos e foi
realizada biopsia aspirativa por agulha fina. Um mês após a
realização da biopsia aspirativa o animal veio a óbito e foi
encaminhado para a realização de necropsia. Os fragmentos
dos órgãos foram trazidos para o laboratório de patologia
veterinária da Universidade Vila Velha, processados
conforme a técnica de histopatologia, e corados com
hematoxilina e eosina. Resultados: no resultado da biopsia
aspirativa foram observados grandes linfócitos (4 vezes
maior que a hemácia) com cromatina grosseira e grande
nucléolo único evidente sugerindo um linfoma linfoblástico
cutâneo. À microscopia dos órgãos revelou em região da
derme e subcutâneo proliferação de células redondas com
elevada anisocitose e citoplasma eosinofílico, núcleo oval
eventualmente clivado, nucléolo frequentemente único e
evidente com uma a duas figuras de mitose por campo de
grande aumento. Por sua vez pequenas áreas com
epiteliotropismo. O linfonodo apresentou aumento
acentuado no número de plasmócitos, focos com macrófagos
fagocitando restos celulares e linfócitos pequenos. Os
demais órgãos não apresentaram infiltração neoplásica.
Conclusão: o animal apresentou linfoma cutâneo
epiteliotrópico espontâneo, que é uma neoplasia pouco
descrita em pets exóticos. Geralmente, os linfomas são
induzidos experimentalmente nesses animais e em outros
animais de laboratório para a realização de estudos de
comportamento e tratamento da neoplasia.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
MASTOCITOMA ESPLÊNICO FELINO – RELATO
DE CASO
Folador, L.P.1*; Cabidelli, J.F.1; Soares, J.K.I.1; Hardt I.2;
Flecher, M.C.2
1
Graduando do curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha, 2
Médico Veterinário Residente no laboratório de Patologia Veterinária da
Universidade Vila Velha, 3 Professor do curso de Medicina Veterinária na
*e-mail do autor para contato: larypfolador@hotmail.com
Introdução: O mastocitoma é uma neoplasia originária dos
mastócitos que tem sido descrita em várias espécies animais
e este ocorre com maior prevalência em cães. Em gatos a
maioria dos animais acometidos tem idade superior a quatro
anos. Os tipos de tumores mais encontrados estão
localizados na pele ou no tecido subcutâneo, porém, pode
ocorrer como tumor primário no fígado, baço e intestino,
sendo originada a partir de mastócitos que deixam a medula
óssea como células indiferenciadas e sofrem transformações
tornando-se células malignas. Existem duas formas de
mastocitoma felino: a visceral e a cutânea. A primeira
envolve o fígado, baço, linfonodos abdominais e intestino,
tendo como sintomas vômitos, depressão, anorexia, perda de
peso e esplenomegalia; e geralmente o prognóstico é de
reservado a ruim. A segunda engloba a pele e o subcutâneo,
geralmente com tumores solitários e tem predileção pelas
regiões da cabeça e do pescoço, e o seu tamanho varia de 0,2
a 3,0 cm e podendo apresentar alopecia e ulcerações. O
método para prever o comportamento biológico do
mastocitoma é através da graduação histopatológica, que é
capaz de determinar o seu grau histológico, correlacionando-
os com a agressividade da neoplasia. Pode-se classificar o
tumor como bem diferenciado, moderadamente diferenciado
e pouco diferenciado, desta classificação decorrem os
diferentes tipos de prognóstico. Este trabalho tem como
objetivo relatar o caso de mastocitoma esplênico em um
gato. Descrição do caso: No dia 01 de setembro de 2014 um
felino, fêmea, SRD, castrado, com 13 anos de idade deu
entrada no Hospital Veterinário Professor Ricardo
Alexandre Hippler em caráter de emergência. Apresentava
condição corpórea magra e apático e o proprietário relatou
que o paciente demonstrava muito cansaço, mas negava
episódios de síncope, cianose, edema de membros, dispneia
e secreção nasal, apesar de apresentar-se bastante cianótico e
com secreção nasal no momento da coleta de sangue.
Animal apresentava-se com hiporexia e emese. Ao exame
físico, verificou-se normotermia, desidratação de 8%,
mucosas róseas, Tempo de Preenchimento Capilar de 2
segundos, frequência cardíaca e respiratória dentro dos
padrões de normalidade para a espécie e os linfonodos
submandibulares reativos. O Eritrograma apresentava apenas
alterações no VCM (57fL) e CHCM (29,3%). O
Leucograma apresentava alterações em: leucócitos
(28.200/μL), bastonetes (564/μL), segmentados (22278/μL)
e as plaquetas se apresentavam com 116 mil/μL. No
bioquímico foi pedido: uréia (81,5mg/dL), creatinina
(2,6mg/dL), ALT (38,4UI/L) e FA (22,0UI/L). E de
eletrólito foi pedido sódio (148 mEq/L) e potássio (1,5
mEq/L). O animal ficou internado do dia 01 ao dia 05 de
setembro de 2014. No dia 04 de setembro de 2014 foi feita
uma citologia aspirativa do baço. Resultado: na
citopatologia observou-se moderada quantidade de células
redondas sem adesividade intercelular com moderada à
42
 baixa relação núcleo/citoplasma; citoplasma amplo,
arredondado com grânulos roxos que variam em quantidade
entre as células; núcleo predominantemente paracentral,
arredondado; cromatina granular à homogênea; nucléolos
únicos, volumosos e irregulares, quando visíveis;
anisocariose leve, anisocitose leve, pleomorfismo discreto;
alguns macrófagos estão realizando eritrofagocitose e
possuem vacúolos em seu citoplasma; fundo de lamina
contendo pequena quantidade de grânulos, acentuada
quantidade de hemácias, raros neutrófilos eosinófilos,
plasmócitos e linfócitos. Conclusão: Considerando o quadro
clínico do paciente associado aos resultados obtidos através
dos exames complementares solicitados, foi diagnosticado
mastocitoma esplênico.
NÍVEIS DE FÓSFORO DISPONÍVEL SOBRE
PARÂMETROS DE DESEMPENHO,
HEMATOLÓGICO, BIOQUÍMICO E ÓSSEO DE
SUÍNOS EM CRESCIMENTO
Drews, J.E¹; Barcellos, J.²*; Brugnara, E.C.²; Haese, D.³;
¹ Mestre em Ciência Animal – Universidade Vila Velha, ² Graduando do
curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha, ³ Professor do
curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha
(*) joyce_barcellos@hotmail.com

Introdução: O fósforo é um mineral essencial para a

formação e manutenção das estruturas ósseas do organismo e,
também, desempenha um grande número de funções. O
mesmo é encontrado em grande concentração nos tecidos
ósseos e, juntamente, com o cálcio formam a hidroxiapatita,
que por sua vez é o maior constituinte do esqueleto. Quando o
consumo de fósforo é baixo, os animais de menor potencial
genético para deposição de carne priorizam a deposição de
fósforo nos ossos em detrimento a deposição muscular,
enquanto os animais de alto potencial genético priorizam o
fósforo para o desenvolvimento muscular. Dessa forma, o
conhecimento das necessidades desse mineral auxilia os
nutricionistas a formularem rações para um ótimo desempenho
com o mínimo de excreção no meio ambiente. Os efeitos do
melhoramento genético e de outros fatores como temperatura
ambiente, estado fisiológico e a idade sobre a exigência de
fósforo no crescimento de suínos são bem compreendidos
entre os nutricionistas. Entretanto, existem poucos estudos
relatados na literatura correlacionando a necessidade de fósforo
para ótimo crescimento e os seus efeitos sobre os parâmetros
hematológicos e bioquímicos em suínos. Objetivo: Avaliar os
níveis de fósforo disponível em rações de suínos de alto
potencial genético, dos 55 aos 90 dias de idade, sobre os
parâmetros de desempenho, hematológico, bioquímico e ósseo.
Materiais e métodos: O estudo foi realizado no Setor de
Suinocultura do Centro de Tecnologia Animal - CTA,
localizado no distrito de Paraju, município de Domingos
Martins – ES. Foram utilizados 64 suínos, machos e fêmeas, da
linhagem genética Agroceres PIC®, com peso inicial médio de
23,306 ± 2,456 kg e idade dos 55 aos 90 dias. Os animais
foram distribuídos em delineamento experimental de blocos
casualizados, com quatro tratamentos, oito repetições e dois
animais (um macho e uma fêmea) por unidade experimental.
Os tratamentos consistiram de uma ração basal e de outras três
rações, obtidas pela suplementação da ração basal com fosfato
bicálcico em substituição ao inerte, resultando em quatro
rações com 0,100; 0,180; 0,260; 0,340% de fósforo disponível.
As características de desempenho, parâmetros ósseos e as
análises bioquímicas e hematológicas foram interpretadas por
meio de análise de variância ao nível de 5% de probabilidade.
As estimativas dos níveis de fósforo disponível foram
determinadas por meio de modelos de regressão linear ou
quadrático, conforme o melhor ajustamento dos dados para
cada variável. Resultados: Não houve influência dos níveis de
fósforo sobre os parâmetros hematológicos, que permaneceram
dentro dos valores de referência. Os níveis de fósforo
disponível influenciaram de forma linear crescente os teores de
cinzas e fósforo no metacarpo dos animais e de forma
decrescente o valor bioquímico da fosfatase alcalina.
Conclusão: Os níveis de fósforo disponível de 0,331 e
0,302%, correspondentes ao consumo diário de 5,73 e 5,18

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 43

 g/dia, proporcionam, os melhores resultados de ganho de peso NOVO REGISTRO DE Trichodactylus fluviatilis
e conversão alimentar sem alterações nos parâmetros LATREILLE, 1828 (DECAPODA,
hematológicos. O nível de 0,340% de fósforo disponível na TRICHODACTYLIDAE) NO ES, BRASIL
ração aumenta o nível de fósforo sérico e reduz a atividade da
fosfatase alcalina, não sendo suficiente para atender as Cavaca H.S.1*; Costa L.C.2; Moretti M.S.3; Srbek-Araujo
exigências para deposição óssea. A.C.3
1
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ecossistemas -
Universidade Vila Velha, 2 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em
Ecologia de Ecossistemas - Universidade Vila Velha, 3 Professores do
Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ecossistemas - Universidade
Vila Velha. hugocavaca@gmail.com

Introdução: Caranguejos dulcícolas desempenham

importante papel ecológico nos ecossistemas aquáticos
continentais, atuando em diferentes níveis tróficos e
participando do processo de ciclagem da matéria orgânica. A
maioria dos trabalhos publicados sobre a carcinofauna
bentônica no Brasil refere-se às espécies marinhas e
estuarinas, enquanto as espécies dulcícolas têm recebido
pouca atenção da comunidade científica. A espécie
Trichodactylus fluviatilis Latreille, 1828 (Decapoda,
Trichodactylidae) é endêmica do Brasil, estando presente ao
longo da costa leste do país, de Pernambuco ao Rio Grande
do Sul, incluindo também Minas Gerais e porções
interioranas do estado de São Paulo. Habita rios e riachos
costeiros e montanhosos, em altitudes inferiores a 300 m,
embora tenha sido registrada em altitudes superiores a
770m. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi verificar a
ocorrência de T. fluviatilis em uma área natural protegida,
localizada no norte do estado do Espírito Santo. Materiais e
Métodos: Foram realizadas coletas de macroinvertebrados
bentônicos no interior da Reserva Natural Vale (RNV:
19º06’ e 19º18’ S e 39º45’e 40º19’ W), localizada no
município de Linhares. A RNV, juntamente com a Reserva
Biológica de Sooretama, constitui o maior e um dos mais
importantes remanescentes de Mata Atlântica do Espírito
Santo (bloco Linhares/Sooretama). A RNV está composta
por um mosaico de habitats, estando a maior parte da reserva
ocupada por Mata de Tabuleiro, classificada como Floresta
Estacional Perenifólia. A reserva apresenta relevo
relativamente plano, com altitudes que variam de 28 e 65 m.
A drenagem local é formada por um conjunto de córregos
tributários do rio Barra Seca que se organizam em redes de
drenagens. As coletas foram realizadas nos meses de
fevereiro e abril de 2015, em três riachos (Alegre de Cima,
Paciência e João Pedro), com o auxílio de um coletor Surber
(0,09 m2, 250 μm de malha). Para identificação dos
espécimes coletados foram empregadas chaves dicotômicas
constantes em manual de identificação de
macroinvertebrados aquáticos. Resultados: Entre os
macroinvertebrados bentônicos coletados na RNV, foram
identificados 01 exemplar adulto e 13 juvenis de T.
fluviatilis nos córregos Alegre de Cima e Paciência, os quais
foram obtidos nas duas campanhas realizadas. A espécie
apresenta hábito noturno, abrigando-se em tocas escavadas
nas margens de córregos, fendas de rochas, troncos e folhas
submersas. Estas características podem explicar a baixa
abundância registrada, ressaltando que as coletas foram
realizadas no período diurno, quando a espécie encontra-se
menos ativa. Conclusão: Os registros obtidos na RNV
ampliam o número de localidades com ocorrência
confirmada de T. fluviatilis no Espírito Santo e contribuem
para o detalhamento da distribuição geográfica da espécie no
país, sendo estas informações essenciais para a avaliação do
status de ameaça e proposição de estratégias para
conservação de espécies.

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 44

 OCORRENCIA DE NEMATÓIDES
GASTRINTESTINAIS PROVENIENTES DE
PASTAGENS CONTAMINADAS
1*
Gonçalves, P.H.A.; 1Souza, C.; 1PIilon, A.C.; 1Araujo,
L.R.C.; 1Mendes, L.Q.; 1Martins, L.M.S.; 1Stange, T.M.;
1
Damiani, G.; 1Alencar, T.A.; 1Lisboa, C.R.; 1Simonetti, L.;
1
Carvalho, N.F.; 1Pereira, L.N.R.B.; 1Avanza, V.; 1Adreão,
R.; 1Ferraço, M.S.; 1Depaolli, D.C.C.; 1Rocha, C.M.;
1
Loureiro, D.R.; 1Pinheiro, V.V.; 2Braga, F. R.
Graduação em Medicina Veterinária (MV3V), Universidade Vila Velha –
1
UVV; 2Docente do curso de Medicina Veterinária (orientador); *Pedro
Henrique de Almeida Gonçalves, email: pedroipatigamutum@gmail.com.
Introdução: Os trichostrongilydeos, são nematoides
gastrintestinais que causam prejuízo econômico, tais como:
anemia, diminuição na absorção de nutrientes, perda de
peso, diarreia, emagrecimento, baixa conversão alimentar, e
podem levar o animal a óbito. Os trichostrongilydeos são
divididos em: Haemonchus spp., Cooperia spp.,
Oesophagostomun spp., e Trichostrongylus spp., sendo
parasitos macroscópicos que habitam o aparelho digestório
dos ruminantes domésticos. As formas parasitarias destes
estão presentes no animal, e no ambiente. O tratamento das
verminoses acima descritas é realizado por meio da
utilização de drogas anti-helmínticas, no entanto, as mesmas,
não tem nenhuma ação no ambiente. As formas de vida livre
(L3) no ambiente são responsáveis pela recidiva das
infecções helmínticas. Metodologia: Foram coletadas
amostras de pasto (Tifton) em W, nas distancias de 20cm e
40cm do bolo fecal na região de Terra Vermelha, Vila
Velha-ES. As amostras foram processadas em laboratório,
da seguinte maneira: Foram colocados em baldes plásticos
de 10 litros, em telas de nylon, em contato com água morna
(400 C), por 12 horas. A seguir desprezou-se o sobrenadante,
por meio de decantação, e realizou-se a leitura em
microscópio de luz, em objetivas de 10X e 40X.
Resultados: Na distância de 20 cm foi encontrada uma
média de 13,0 (L3) de Trichostrongilydeos. Na distância de
40 cm foi encontrada uma média de 15,0 (L3) de
Trichostrongilydeos. O percentual de redução de larvas
observado na maior distância (40cm), em relação a menor
distancia (20cm) foi de 13,33%. Conclusão: Os autores do
presente trabalho chamam atenção para alguns pontos: (1) A
taxa de lotação animal em determinadas pastagens, pode
influenciar em maior ou menor taxa de verminose. (2) A
coleta de pastagens com prévio pastejo de animais
contaminados influencia na recidiva das infecções
helmínticas. (3) A rotação de pastagens pode trazer
benefícios ao produtor rural, uma vez que uma menor
quantidade de larvas estará presente no ambiente. (4) O
tratamento com anti-helmínticos só é eficaz na fase
parasitaria animal (L3), e (5) A presente metodologia é uma
forma de baixo custo, e eficiente, na visualização e avaliação
de verminoses a pasto.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
OCORRÊNCIA DE NEMATOIDES PARASITOS
GASTRINTESTINAIS (TRICHOSTRONGYLIDAE)
NA REGIÃO DE AMARELOS, GUARAPARI- ES.
Madeira, A. C.1, Monteiro, D. V. O.1, Martins, F. P.1,
Cipriano, F. A.1, Portella, I. C.1, Palmas, J. P. R. M.1, Hell, J.
N. P. M. R. M.1, Pinheiro, J. S.1, Pandolfi, J. G.1, Correa, L.
C.1, Renon, L. S.1, Castiglioni, S.1, Silva, T. A. P.1, Braga
F.R.
1
Graduando do curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha
2
Docente do curso de Medicina Veterinária Universidade Vila Velha
Introdução: os trichostrongilídeos (Haemonchus spp.,
Cooperia spp., Oesophagostomun spp., e Trichostrongylus
spp) são nematoides hematófagos comuns e patogênicos nos
ruminantes a pasto, habitando o abomaso e o intestino desses
animais. São parasitos pequenos, contudo, os adultos são
macroscopicamente visualizados nos órgãos habitados. Os
animais parasitados, quase sempre, são assintomáticos, no
entanto, em infecções severas são capazes de produzir
diarreia aquosa prolongada, anemia, grandes prejuízos ao
produtor e podem levar ao óbito. Nesse sentido, deve-se
chamar a atenção que as formas de nematoides que
parasitam os animais de produção estão principalmente nas
pastagens e são ingridas na sua forma de larva infectante
(L3). Objetivo: o objetivo do presente trabalho foi avaliar
pastagens coletadas na região de Amarelos, Guarapari-
Espirito Santo, nas distâncias de 20 cm e 40 cm do bolo
fecal, previamente contaminadas para a presença de larvas
L3 de trichostrongilídeos. Metodologia: foram coletadas
pastagens (capim) da espécie Brachiara decumbens nas
distâncias de 20 cm e 40 cm do bolo fecal em proporção de
W. Em seguida, as pastagens foram processadas por meio da
técnica de Baerman no intervalo de 12 horas. Nessa técnica,
as pastagens foram colocadas separadamente em “tela de
mosquiteiro” em dois baldes plásticos de 10 litros cada,
contendo água morna a 40º. Após 12 horas de decantação
desprezou-se o sobrenadante e procedeu-se a leitura dos
sedimentos, com o auxílio de microscópicos de luz em
objetiva de 10x e 40x. Resultados: a análise das lâminas
demonstrou que: na distância de 20 cm houve a presença de
trichostrongilideos e a média de L3 obtidas foi de 11,47. Na
distância de 40 cm a média de larvas recuperadas foi de
30,71. Conclusão: Por meio dos resultados obtidos sugere-
se que na presente região, a quantidade de nematoides de
trichostrongilídeos, que causam doenças em animais de
produção, é relevante. Nesse sentido, os autores do presente
trabalho, entendem que o manejo na taxa de lotação animal é
um dos “gargalos” da produção. Deve-se ainda chamar a
atenção para o fato das recidivas das infecções causadas por
nematoides gastrintestinais hematófagos, que causam
severos danos à saúde animal e prejuízos ao produtor rural.
45
 OXIGÊNIO-OZÔNIO TERAPIA NO TRATAMENTO
DE FERIDA EM CÃO - RELATO DE CASO
Cabidelli J. F.1*, Bernadi, W. A.2, Ferreira, G. B.3
1
Discente do curso de Medicina Veterinária - Universidade Vila Velha, 2
Médico Veterinário MSc. – Autônomo, 3 Médico Veterinário MSc. –
Prontovet
*julia.cabidelli@hotmail.com
Introdução: O ozônio é um gás instável, incolor e de odor
característico. Apresenta poder oxidante, propriedades
bactericidas, fungicidas e viricidas. Devido a isso a mistura
oxigênio-ozônio pode ser usada no tratamento de
enfermidades dérmicas com alta taxa de êxito. Esta mistura é
feita no gerador de ozônio que deve ser alimentado por um
cilindro de oxigênio puro. Ao sair do gerador, a mistura
contém 5% de ozônio e 95% de oxigênio. Objetivo: O
objetivo deste trabalho foi demonstrar o efeito cicatrizante
da ozonioterapia frente a uma ferida causada por mordida de
cão. Relato de caso: Foi atendido na Prontovet Pronto
Socorro Veterinário, Vila Velha, Espírito Santo, Brasil, um
cão sem raça definida (SRD), com aproximadamente cinco
anos, pesando 13 Kg, apresentando três feridas perfurantes
por mordida de outro cão, sendo duas próximas à região
escapular do lado direito e esquerdo e outra do lado
esquerdo próxima à região femoral. As feridas foram limpas
e tricotomizadas. Após quatro dias de tratamento com
Amoxicilina e Clavulanato 25mg/Kg, BID, Meloxicam
0,1mg/Kg, SID e Ranitidina 2mg/kg, BID, o paciente
retornou apresentando comunicação entre as feridas
próximas à escápula e secreção purulenta. No período que
antecedeu a primeira cirurgia a ferida foi mantida limpa com
auxílio da água ozonizada preparada na concentração de 60
mg/L, obtendo-se assim água ozonizada na concentração de
15,6 mg/L. A água era preparada a cada 48 horas e os
proprietário levavam na temperatura de 4-8ºC e mantinham
em geladeira para a limpeza. 12 dias após o primeiro
atendimento, realizou-se a primeira cirurgia com o intuito de
reduzir a ferida aproximando-se as bordas por meio de
sutura captonada e deixando uma sonda para limpeza com
água ozonizada, drenagem da secreção e para manter a
ferida com óleo de girassol ozonizado. Manteve-se o
tratamento com água e óleo ozonizado três vezes ao dia e, 14
dias após a primeira cirurgia, observando-se o tecido de
granulação em quantidade satisfatória, foi realizada outra
cirurgia com o intuito de aproximar todas as camadas
(subcutâneo e pele). Após três dias do segundo
procedimento não era possível observar qualquer tipo de
secreção. A retirada dos pontos foi realizada 15 dias após à
cirurgia e o animal foi liberado, retornando somente quando
o pelo cresceu totalmente (cerca de um mês e meio depois).
O tratamento com ozonioterapia para o caso relatado foi de
40 dias, obtendo-se remissão completa da integridade
dérmica após o tratamento. Conclusão: Devido a isso, ao
alto poder medicinal dessa mistura, ao baixo custo, à
facilidade de execução do tratamento e à possibilidade de
redução da utilização da terapia medicamentosa, necessita-se
que novos estudos sejam realizados a fim de instaurar tal
tratamento de forma rotineira na clínica de pequenos
animais. Como se observou no caso descrito, o uso da
mistura oxigênio-ozônio terapia foi eficaz na redução do
tempo cicatricial.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
PADRONIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE ISOLAMENTO
E CULTIVO DE CÉLULAS DA HEMOLINFA DE
Ucides cordatus
Costa, G.A.P.1, Eutropio F.J.2, Tadokoro C.E.3*
1
Mestranda do PPG em Ecologia de Ecossistemas, Universidade Vila Velha;
2
Instituto Capixaba de Ciências e Administração (ICCA), Vitória, ES;
3
Laboratório de Imunobiologia, Programas de Pós-graduação em Ecologia
de Ecossistemas e em Ciências Farmacêuticas, Universidade Vila Velha.
*carlos.tadokoro@uvv.br
Introdução: Os ecossistemas e as zonas estuarinas sofrem
ameaça devido à crescente poluição ambiental, que causa
alterações nos ecossistemas. Uma das grandes preocupações
ecológicas atuais refere-se ao impacto ambiental causado
pela liberação antrópica de metais pesados nos diversos
ambientes naturais e, de maior importância, naqueles de
maior interação com populações humanas. As diferentes
espécies de animais representam as condições ambientais e
podem ser usadas para detectar a presença de contaminantes,
possibilitando avaliar o seu impacto e prever os riscos. O
caranguejo da espécie Ucides cordatus possui características
biológicas que permitem seu uso no biomonitoramento, com
padrão de crescimento apresentando vários estágios de
desenvolvimento e elevada longevidade. O U. cordatus é
fonte de renda para as populações, sendo o mais importante
caranguejo comercial dos manguezais brasileiros, explorado
para o consumo humano. Portanto, avaliar o sistema
imunológico de caranguejos Ucides cordatus, pode ser um
bom indicador da qualidade do seu habitat. Objetivo:
Padronizar técnicas de isolamento e culturas de células de
hemolinfa de U. cordatus. Materiais e métodos: Amostras
de hemolinfa de U. cordatus foram coletadas do 5o apêndice
corporal, com seringas e agulhas contendo solução
anticoagulante; estas amostras foram utilizadas em 3
procedimentos: (i) esfregaços e coloração com Giemsa, para
contagem de tipos celulares; (ii) contagem em câmara de
Neubauer (hemacitômetro), coradas com azul de Trypan,
para avaliação da viabilidade celular; (iii) plaqueadas em
meio de cultura Leibovitz, suplementado com nutrientes e
antibióticos, para avaliação das culturas de hemócitos in
vitro. Resultados: Fomos capazes de diferenciar os 3 tipos
celulares que compõem a hemolinfa dos animais (células
hialinas, semigranulares, e granulares). Também
conseguimos extraí-las com uma alta viabilidade (cerca de
85-90%) e cultivá-las por um período de até 10 dias in vitro.
Conclusão: Os protocolos de identificação e isolamento
destas células foram implementados no laboratório e podem
ser de interesse de outros profissionais que queiram trabalhar
com imunologia de crustáceos, uma vez que estas células
estão envolvidas na imunidade inata destes animais. Em
nosso caso, vamos avaliar futuramente o sistema
imunológico de Ucides cordatus, coletados em duas áreas da
Estação Ecológica Municipal Ilha do Lameirão (Vitória,
ES), que têm qualidade da água e do sedimento distintas.
46

PARASITAS INTESTINAIS EM UMA POPULAÇÃO
SILVESTRE DE LONTRAS (Lontra longicaudis
OLFERS, 1818) NO PARQUE DE JACARENEMA,
ESPÍRITO SANTO
1* 2 3
Costa-Braga, D. ; Froes, F.V. ; Ribeiro-Braga, F. ; Srbek-
Araujo, A.C.4; Rossi-Junior, J.L.3,4
1
Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ecossistemas
- Universidade Vila Velha, * e-mail: davidcostabraga@hotmail.com. 2
Graduando do Curso de Medicina Veterinária - Universidade Vila Velha, 3
Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal -
Universidade Vila Velha, 4 Professor do Programa de Pós-Graduação em
Ecologia de Ecossistemas da Universidade Vila Velha.
Introdução: A investigação dos parasitas que ocorrem em
animais silvestres é fundamental para caracterização do
estado geral de saúde das populações naturais, ressaltando
que algumas doenças podem se tornar ameaças adicionais à
conservação das espécies. Objetivo: O objetivo deste
trabalho foi caracterizar os parasitas gastrointestinais
presentes em lontras residentes na porção final do rio Jucu,
no interior do Parque Natural de Jacarenema, Vila Velha -
Espírito Santo, contribuindo para o conhecimento da saúde
geral da população estudada. Materiais e Métodos: A
riqueza de parasitas foi determinada a partir de fezes frescas
coletadas na margem do trecho de rio amostrado, as quais
foram processadas por meio de dois métodos de exames
coproparasitológicos tradicionais: o método de flutuação em
solução saturada de Cloreto de Sódio (Willis) e o método de
sedimentação espontânea (Hoffmann). Ambos foram
aplicados com o objetivo de segregar as estruturas
parasitárias da massa fecal para posterior montagem de
lâminas de microscopia visando à detecção de oocistos, ovos
e larvas. A triagem e a identificação dos parasitas foram
realizadas com o auxílio de um microscópio óptico. Para
identificação dos parasitas, foram empregadas chaves de
identificação. Todas as estruturas registradas foram
documentadas com o auxílio de uma câmera fotográfica
digital. Resultados: Foram analisadas 27 amostras fecais e
identificadas estruturas de quatro famílias de helmintos do
Filo Nematoda: Ancylostomatidae, Ascarididae, Oxyuridae
e Strongylidae; um representante do Filo Acanthocephala
(família não identificada); e oocistos de protozoários do Filo
Apicomplexa, representado pela Família Coccidae. Das
amostras analisadas, 78% foram positivas para presença de
parasitos. Entre as amostras positivas, 14% apresentaram
estruturas parasitárias não identificáveis, as quais não
constam nas chaves de identificação consultadas, sugerindo
se tratar de famílias específicas. Conclusão: Os dados
obtidos sugerem que alguns dos parasitas encontrados nas
fezes analisadas provavelmente são originários da
contaminação das águas do rio Jucu por efluentes rurais e
urbanos não tratados, com a consequente contaminação das
lontras, sendo necessário o tratamento dos resíduos lançados
no ambiente e a adoção de medidas de educação sanitária.
Estas ações podem contribuir diretamente para a
conservação do habitat e das lontras, contribuindo também
para a manutenção da saúde humana e animal de forma
geral.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
PECTUS EXCAVATUM EM DOIS NEONATOS DA
RAÇA BULDOGUE FRANCÊS
Zardo J.S ¹; Souza T.D ²; Gava M.G ³
1
Mestranda da pós graduação em Ciência Animal - Universidade Vila
Velha, 2 Professor do curso de Medicina Veterinária na Universidade Vila
Velha, 3 Médica Veterinária Patologista
Introdução: O Pectus excavatum se caracteriza por uma
malformação na qual as costelas e o esterno se desenvolvem
de formal anormal, dando uma aparência côncava ao tórax
do animal. É mais relatado em gatos do que em cães, e
ainda é considerada uma anormalidade pouco comum. A
doença já foi descrita em cordeiros, bezerros e lontras
marinhas e credita-se que ocorre mais frequentemente em
seres humanos do que em animais. Assim como em seres
humanos, percebe-se uma maior tendência do pectus
excavatum no gênero masculino do que no feminino.
Desequilíbrios nutricionais, anormalidade na pressão
uterina, defeitos na condrogênese e osteogênese também
podem contribuir para esta malformação. Alguns estudos
demonstraram que animais braquicefálicos são mais
acometidos pelo Pectus Excavatum. A etiologia deste
desenvolvimento anormal ainda não esta bem esclarecida.
Nenhum defeito genético foi encontrado e descrito como
sendo diretamente responsável pela anomalia, porém foi
relatada sua ocorrência em ninhadas de cães. Alguns autores
recomendam a castração dos animais com Pectus. Os
animais afetados por essa doença frequentemente se
mostram assintomáticos, enquanto outros apresentam
alterações em sistema respiratório e cardiovascular logo
após o nascimento. Os animais com Pectus podem
apresentar angústia respiratória, dispneia, cianose e êmese,
essa dificuldade respiratória pode ocorrer pela restrição da
ventilação e do movimento respiratório devido ao formato
do tórax. Afecções cardíacas como o tamponamento
cardíaco, arritmias e sopros foram relatados em animais e
humanos, devido a compressão do coração e dos grandes
vasos. Objetivo: o objetivo deste trabalho foi relatar os
casos de Pectus excavatum em filhotes neonatos da raça
Buldogue Francês, assim como os achados de necropsia dos
mesmos. Descrição do caso: Foi realizada a necropsia de
dois filhotes de Buldogue Francês, fêmeas, provenientes de
uma ninhada de seis filhotes, de parto cirúrgico. Aos sete e
nove dias, os filhotes de coloração tigrada e creme,
respectivamente apresentaram dispnéia e anorexia, por três
dias após os quais os animais vieram a óbito. Os filhotes
apresentavam boa condição corporal, tórax achatado dorso
ventralmente, membros pélvicos fletidos caudalmente e
abdômen distendido. Na macroscopia, havia presença de
substância de aspecto gelatinoso compatível com edema na
região subcutânea ventral e lateral, o tórax com anomalia da
cavidade torácica com uma curvatura acentuada das costelas
e com aprofundamento do esterno para dentro da cavidade
torácica. As costelas encontravam-se largas com
condrodisplasia. Na cavidade torácica havia discreta
quantidade de liquido. O pulmão esquerdo do filhote tigrado
estava hipoplásico. O filhote creme apresentava pulmão
hipoplásico e com atelectasia no lado esquerdo com redução
na crepitação. Em ambos os filhotes o coração estava
posicionado no hemitórax esquerdo com ventrículo direito e
47
 aurícula dilatados e grande comunicação interatrial, o filhote
creme ainda apresentava músculo papilar bipartido, presença
de coágulo em átrio, o pericárdio estava aderido ao
diafragma e o timo apresentava aumento do volume. Na
cavidade abdominal o fígado apresentava-se aumentado de
volume, com o diafragma deslocado caudalmente. O baço
estava aumentado de volume com bordas abauladas
(esplenomegalia moderada). Conclusão: O pectus
excavatum deve ser considerado como diagnóstico
diferencial para filhotes com alterações cardiorrespiratórias e
alterações no tórax.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
PESCA ACIDENTAL DE Hepatus Pudibundus
(HERBST, 1785) (CRUSTACEA: BRACHYURA:
CALAPPIDAE) NO SUDESTE DO BRASIL
Pimentel, V.R.1; Bertoldi, A.T.1*; Costa, D.S.1; Barbosa, P.1;
Silva, J.M.1; Gomes, L.C.2; Srbek-Araujo, A.C.2
1
Graduando do curso de Ciências Biológicas - Universidade Vila Velha; 2
Professor do Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ecossistemas -
Universidade Vila Velha. *arianet.bertoldi@gmail.com
Introdução: A pesca artesanal do camarão-sete-barbas
(Xiphopenaeus kroyeri) é uma das maiores no sul e sudeste do
Brasil, resultando na captura acidental de vários organismos
classificados como fauna acompanhante, como o caranguejo
Hepatus pudibundus. A captura acidental afeta as populações
desses organismos que, por serem de baixo ou nenhum
interesse econômico, são descartados nas águas estuarinas,
muitas vezes já mortos, servindo de alimento para outros
animais. Objetivo: Analisar os eventuais impactos que a pesca
artesanal do camarão-sete-barbas pode acarretar à população
do caranguejo H. pudibundus no município de Anchieta/ES.
Materiais e Métodos: Os espécimes analisados foram
provenientes de pesca artesanal empregando uma rede de
arrasto duplo de fundo, realizada durante 40 minutos, com
deslocamento médio de 1,3 a 1,4 milhas/hora. A rede utilizada
media 12m de comprimento e 7m de abertura horizontal,
apresentando malha de 25mm na parte superior e 20mm no
saco central. Os indivíduos de H. pudibundus capturados
foram identificados quanto ao sexo e foi realizada a tomada de
dados biométricos. Com o auxílio de paquímetro foi
mensurada a largura da carapaça (LC) e, com o auxílio de uma
balança digital, foi obtido o peso dos espécimes. Para avaliar
se houve diferença significativa entre a proporção de machos e
fêmeas foi empregado o Teste do Qui-quadrado. Foi avaliada
também a distribuição da frequência absoluta de indivíduos
em intervalos de classes de tamanho, de acordo com a largura
da carapaça, para estabelecimento da estrutura da população
representada no material coletado. Para isso, foi empregada a
Regra de Sturges. Resultados e Discussão: Foram capturados
37 indivíduos, sendo 59% machos e 41% fêmeas. Não houve
diferença significativa no número de machos e fêmeas
capturados (p > 0,05), indicando ausência de seletividade
quanto ao sexo dos indivíduos pescados. Os machos
apresentaram LC entre 2,59 cm e 6,18 cm e peso entre 2,77g e
36,29g, sendo maiores do que as fêmeas (LC: 1,95cm a
5,21cm; peso: 1,31g a 24,36g). Os espécimes foram
classificados em sete classes de tamanho, sendo considerados
adultos os indivíduos com LC ≥ 3,60cm (n=21; 57%), os quais
estão inclusos na terceira classe de tamanho e intervalos
seguintes. As classes 1 e 2 corresponderam a juvenis com LC
até 2,55cm (n=9; 24%), havendo indivíduos (n = 7; 19%)
inseridos na classe 3 que ainda não atingiram LC compatível
com adultos (2,56-3,59cm). O menor número de indivíduos
nas classes 1 e 2 pode estar relacionado ao tamanho da malha
de rede utilizada e/ou refletir a porcentagem de juvenis na
população no momento da coleta. Conclusão: A pesca por
arrasto pode acarretar impactos às comunidades locais de
fauna acompanhante, a exemplo do registrado para H.
pudibundus. Neste sentido, ressalta-se que a remoção de um
maior número de adultos pode resultar na redução das taxas de
reprodução da espécie, sobretudo se a perda de indivíduos
ocorrer de forma contínua ao longo dos anos. Apesar de
pontuais, os dados apresentados indicam a importância do
aprimoramento de técnicas de pesca de arrasto para reduzir o
impacto desta atividade sobre as espécies da fauna
acompanhante.
48
 PIODERMITE DO PASTOR ALEMÃO - RELATO DE PIOMETRA E SEPSE EM CADELA MESTIÇA:
CASO RELATO DE CASO

Vasconcelos, J. S.1*, Oliveira, L. G.2 Moraes, V.S.³, Barboza, S. R.1*; Gava, M. Z.1; Santos, R. V. 2; Sena, B.V.3;
Macedo, L. P ³. Vicente, G. C.4

1
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Universidade
1
Federal de Campina Grande (UFCG), Patos, PB; Graduanda de Medicina Veterinária Universidade Vila Velha, 2 Professora
*veterinariojsv@yahoo.com,br no Curso de Medicina Veterinária da Universidade Vila Velha, 3 Médica
2 Veterinária Residente na Clínica Médica de Pequenos Animais da
Clínica Veterinária São Francisco, João Pessoa, PB.
³ Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Vila Universidade Vila Velha, 4 Médico Veterinário Residente na Clínica
Velha Cirúrgica de Pequenos Animais da Universidade Vila Velha.

*Autor para Correspondência: suellenramosvet@hotmail.com

Introdução: A piodermite do pastor alemão (PPA) é uma
doença profunda da pele caracterizada por uma infecção
Introdução: A piometra é um distúrbio reprodutivo que
bacteriana crônica e severa. As lesões se localizam na lateral
acomete fêmeas caninas, que pode progredir para sepse
dos membros, na região lombossacra evoluindo para forma
grave e choque séptico. Esta afecção é mediado pela
generalizada. Além do pastor alemão a doença acomete
exposição crônica à estrogênio e/ou progesterona podendo
cruzas dessa raça. A predisposição familiar foi descrita
desenvolver hiperplasia endometrial cística, e favorecendo
através de um gene ressessivo autossômico. A PPA pode ser
uma infecção bacteriana por Escherichia coli,
desencadeada por diversas doenças como a demodicose,
principalmente. Complicações associadas a sepse e uremia
erlichiose, atopia, alergia alimentar, DAPP entre outras. Os
são comuns. A entrada de microorganismos ou endotoxinas
sinais clínicos são caracterizados por prurido, com
na circulação induzem a liberação de mediadores
ferimentos ulcerados, hemorrágicos distribuídos localmente
inflamatórios que ocasionam os sinais clínicos da sepse e
ou generalizados. Dependendo da evolução pode apresentar
choque. As principais complicações da sepse são coagulação
secreção purulenta. O tratamento pode levar até 12 semanas
intravascular disseminada e síndrome de disfunção de
e é realizado com o uso de antibióticos de largo espectro e
múltiplos órgãos. O prognóstico do animal é determinado
antiflamatórios não esteroidais. Em alguns estudos a
pela imunocompetência, funcionalidade do sistema
enrofloxacina foi o que respondeu melhor atingindo as
orgânico, eficiência e rapidez do tratamento. Objetivo: o
infecções mais profundas da derme, o uso dos
objetivo deste estudo foi relatar um caso de piometra e sepse
antiflamatórios objetiva diminuir a dor. Também são usados
em um cão. Descrição do Caso: Canina, sem raça definida,
xampus a base de clorexidine e peróxido de benzoila.
7 anos, 3,950 Kg, foi atendida no Hospital Veterinário da
Objetivo: Descrever um caso de piodermite do pastor
Universidade Vila Velha com histórico de secreção vaginal
alemão (PPA), ocorrido no município de João Pessoa,
purulenta e anorexia. Proprietária relatou que a paciente foi
Paraíba. Descrição do caso: Cadela pastor alemão de quatro
atropelado e desde então encontrou-se debilitado e com
anos de idade, há dois anos com histórico de prurido,
polidipsia, sendo encaminhada por outro médico veterinário
feridas, crostas, sangramento e secreção purulenta. Após o
com suspeita de fratura em pelve e piometra. Apresentava
exame clínico foi coletado a secreção para exame citológico
taquicardia, febre, tempo de preenchimento capilar
o qual apresentou infiltrado neutrofílico com cocos
aumentado, mucosas pálidas e desidratação moderada. O
intracitoplasmáticos em macrófagos. No parasitológico foi
animal foi internado e submetido à ováriohisterectomia no
visto Demodex canis, no hemograma completo observou-se
mesmo dia. Foram administrados durante tratamento ringer
leucocitose de 85.000 cel/mm3 (6.000 a 17.000 cel/mm3) e
lactato, ranitidina, omeprazol, antibióticoterapia de amplo
trombocitopenia 88.000 (200.000 a 500.000 mm3).
espectro, analgésicos opioides, fluido coloide, glicose,
Avaliação histopatológica da amostra de biópsia revelou
antiinflamatório e antieméticos. A ferida decorrente do
acantose, piodermite intermediária e profunda acentuada
atropelamento foi tratada e monitorou-se a temperatura,
associada à hemorragia intralesional (bolhas de sangue).
pulso e glicemia. O paciente apresentou prostração, febre,
Diante do histórico clínico e dos resultados dos exames
vômito e hipoglicemia durante este período. Os exames
complementares principalmente o histopatológico chegou-se
feitos apresentaram anemia, leucocitose, trombocitopenia,
ao diagnóstico de PPA. A terapia utilizada foi antibiótico a
azotemia, hipocalemia e elevação de enzimas hepáticas,
base de cefalexina 30 mg/kg/pv/12h/12h por 30 dias,
sendo então submetido a transfusão sanguínea. O tratamento
dipirona 25mg/kg/pv/8h/8h por cinco dias, cetoprofeno na
do animal foi um sucesso e recebeu alta médica. Conclusão:
dose de 1mg/kg/pv/24h por sete dias, ivermectina 0,5
Na clínica de animais de pequeno porte é muito frequente
mg/kg/pv uma vez por semana durante quatro semanas e
que cães com piometra desenvolvam sepse. A paciente
xampu (cetaconazol a 2% e clorexidine a 0,5%) duas vezes
apresentou sinais clínicos característicos de sepse. No caso
por semana, por quatro semanas. Ao término do tratamento
descrito, pôde-se perceber que o diagnóstico e o tratamento
o animal apresentou melhora do prurido e das lesões.
precoce poderiam ter evitado a evolução da piometra à
Conclusão: O diagnóstico de PPA foi realizado com base no
sepse.
histórico clínico e nos achados histopalógicos. A terapêutica
empregada foi eficiente no controle da doença.

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 49

 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL ESTATÍSTICO
DA INTERAÇÃO ENZIMAS DE FUNGOS
NEMATÓFAGOS VERSUS HELMINTOS DE
ANIMAIS DOMÉSTICOS
Mattos B. A. D.1; Kuboyama J. F.1; Barros E. L. D.1;
Carletto R. F.1; Senna, T.2; Rodrigues M. G. R.2; Correia, G.
S.1; Andrade M. C. D.1 (*); Sena F. P.3; Soares F. E. D. F.4;
Braga F. R.5
1-Aluno De Graduação Em Medicina Veterinária – Universidade Vila
Velha (UVV), 2-Mestrando Em Ciência Animal – Universidade Vila Velha
(UVV), 3-Aluno De Graduação Em Ciências Biológicas - Centro
Universitário Leonardo Da Vinci, 4-Docente do Curso de Medicina
Veterinária – Universidade Vila Velha (UVV), 5-Professor do curso de
Medicina Veterinária na Universidade Vila Velha (UVV)
(*) manuela_mca@hotmail.com
Introdução: Fungos nematófagos são inimigos naturais de
parasitos gastrointestinais e têm sido estudados como uma
estratégia importante a ser incorporada em um sistema de
controle integrado, combatendo-os no ambiente. Há muito já
se conhece o seu modo de “ataque” a larvas infectantes e/ou
ovos de helmintos; a sua produção de estruturas vegetativas
(conídios e/ou clamidósporos), e em trabalhos mais recentes,
a sua produção enzimática. Proteases produzidas por fungos
nematófagos são eficazes no processo de infecção de larvas
de helmintos, uma vez que hidrolisam a sua cutícula. Em
relação a ovos de helmintos, cujo principal componente é a
quitina, uma série de estudos tem demonstrado o papel das
quitinases na destruição dos mesmos. Por outro lado, existe
uma carência de trabalhos que utilizam planejamento
estatístico para estudar a interação dessas enzimas em
conjunto sobre as distintas fases de helmintos nocivos à
saúde de animais domésticos. Nesse contexto, o
planejamento experimental estatístico Placket-Burman pode
ser utilizado para se verificar qual enzima (protease e/ou
quitinase) tem maior significância no processo de destruição
de ovos e larvas de helmintos. Este planejamento é eficaz na
identificação dos fatores importantes entre um grande
número de variáveis, assim, poupando tempo e mantendo
informações convincentes sobre cada parâmetro. Objetivo:
Realizar um planejamento experimental estatístico da
interação enzimas de fungos nematófagos versus larvas de
Strongyloides westeri e trichostrongilídeos, e ovos de
Platynosomum fastosum. Material e Métodos: Para a
produção de enzimas (protease e quitinase), dois diferentes
meios de cultura foram inoculados com conídios de D.
flagrans (AC001) ou P. chlamydosporia (VC4). As
variáveis estudadas no planejamento Plackett-Burman foram
as proteases e quitinases de AC001 ou VC4 quanto as suas
respectivas influências sobre a destruição de larvas de S.
westeri e trichostrongilídeos, e ovos de P. fastosum.
Resultados: Pela análise dos fatores estudados, observou-se
que todas as enzimas avaliadas (de VC4 e de AC001)
apresentaram um efeito significativo (p<0,05) sobre a
destruição de larvas de S. westeri. Além disso, apenas as
proteases de VC4 e de AC001 apresentaram um efeito
significativo (p<0,05) sobre a destruição de larvas de
trichostrongilídeos. Por outro lado, as quitinases de VC4
apresentaram maior significância (p<0,05) sobre a
destruição dos ovos de P. fastosum. Conclusão: O
planejamento estatístico para o emprego de enzimas
derivadas de fungos nematófagos é um caminho viável para
a elucidação de algumas questões a respeito do seu
mecanismo de ação.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
REVERSÃO DE SINAIS CLÍNICOS EM EQUINO
INTOXICADO IATROGENICAMENTE POR
AMITRAZ E ATROPINA: RELATO DE CASO
Duarte, G.A.¹*; Vardiero, H.N.¹; Carvalho R.S.²; Fardin,
V.V.²; Junior, O.S.³; Avanza, M.F. B.³
1- Discente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Vila
Velha, Vila Velha – ES, Brasil, 2 -Programa de Residência em Área
Profissional de Saúde – Medicina Veterinária - Clínica, Cirurgia e
Anestesiologia de Grandes Animais - Universidade Vila Velha, Vila
Velha – ES, Brasil, 3 -Docente do Curso de Medicina Veterinária da
Universidade Vila Velha, Vila Velha – ES, Brasil.
*gustavo_avelin@hotmail.com
Introdução: O amitraz é um ectoparasiticida de amplo
espectro pertencente ao grupo das formamidinas,
apresentando menor toxidade em relação à organofosforados
e carbamatos, está associado a quadros de intoxicação
através da inibição da monoaminoxidase (MAO). Inibe a
liberação de acetilcolina, causando diminuição da atividade
intestinal. A atropina é um alcaloide, encontrado na planta
Atropa belladonna e outras de sua família, que interfere na
ação da acetilcolina no organismo. Ele é um antagonista
muscarínico que age nas terminações nervosas
parassimpáticas inibindo-as. É indicada como antídoto de
intoxicação por organofosforados, carbamatos, inseticidas,
entre outros. Possui ação parassimpatolítica e
anticolinérgica, apresentando potencial ileoparalítico em
equinos. Relato de caso:Foi atendido no Hospital
Veterinário “Professor Ricardo Alexandre Hippler”, da
Universidade Vila Velha (UVV), um equino, macho,
castrado, sem raça definida, de quatro anos de idade,
apresentando apatia, ataxia, midríase e com sinais de dor
abdominal. Durante a anamnese foi relatado que dois dias
antes da internação o animal passou por banho de aspersão
com amitraz, sendo observados logo após o procedimento os
sinais clínicos de apatia, ataxia, “batidas de casco no chão”
(pateadas) e decúbito lateral prolongado. Ao serem
observados esses sinais o proprietário administrou 10 mL de
atropina por via intramuscular (IM). No exame clínico foi
observado hipomotilidade intestinal nos quatro quadrantes,
frequência cardíaca 56 bpm, frequência respiratória 38 mpm
e 38,8º C de temperatura corporal. No exame de palpação
retal foi notada compactação de cólon esquerdo, sendo
posteriormente comprovada durante cirurgia de laparotomia
exploratória mediana. O tratamento preconizado após o
esvaziamento intestinal através de enterotomia de flexura
pélvica, foi baseado na utilização de metilsufato de
neostigmina na dose de 0,02 mg/kg, via subcutânea (SC), em
aplicação única. No pós-operatório foi instituída terapia
antimicrobiana com penicilina benzatina na dose de 30.000
UI kg-1, IM e gentamicina 6mg/kg, via intravenosa (IV),
como analgésico e anti-inflamatório administrou-se flunixim
meglumine, na dose de 1,1mg kg-1, IV, SID, durante três
dias, e para o tratamento de íleo paralítico além da
neoestigmina administrou-se lidocaína na dose de 1,3 mg kg-
1
em bolus por 5 minutos e infusão na dose de 0,05 mg kg-1
por minuto durante seis horas. Resultado: O animal
apresentou melhora de quadro clínico um dia após a cirurgia
com o retorno da motilidade nos quatro quadrantes de forma
gradual, recebendo alta médica 10 dias após a entrada no
hospital. Conclusão: A terapia proposta apresentou
efetividade, atingindo o resultado esperado no tratamento de
intoxicação medicamentosa por atropina e amitraz,
revertendo o quadro clínico apresentado e reestabelecendo a
homeostasia do animal.
50
 RINITE E SINUSITE FUNGICA EM CÃO – RELATO
DE CASO
Paganini M.C.M ¹, Passos A.S¹, Jabour F. F², Flecher, M.
C.2, Rassele, A. C.3
¹ Graduando do Curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha,
² Docente do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Vila Velha, 3
Médica Veterinária do Setor de Clínica Médica de Pequenos Animais do
Hospital Veterinário “Profo Ricardo Alexandre Hippler”
Introdução: Os principais fungos que infectam a mucosa
nasal e ossos das conchas nasais de cães são o Penicillium
spp., Cryptococcus neoformans, Rhinosporidium seeberi e
principalmente Aspergillus spp. que por sua vez causa
aspergilose nasal canina. Os microrganismos penetram no
organismo através do trato respiratório por meio da
aspiração de esporos, causando rinite ou sinusite micótica
em cães. As infecções dos fungos na mucosa nasal formam
granulomas, descarga nasal mucóide, mucopurulenta, com
ou sem hemorragia, ou ainda puramente hemorrágica, sendo
uni ou bilateral acompanhada de espirros. As lesões também
podem se disseminar por outros órgãos por via hematógena.
Os diagnósticos diferenciais para esta infecção fúngica são
as neoplasias de seio nasal. Muitas vezes esta infecção pode
ser encontrada em associação com neoplasias, secundária à
imunossupressão. O objetivo deste trabalho foi relatar um
caso rinite e sinusite fúngica em um cão atendido no
Hospital Veterinário da Universidade de Vila Velha (UVV).
Descrição do caso: Um cão da raça labrador, fêmea,
pelagem preta, com oito anos de idade foi recebido no
Hospital Veterinário “Profo. Ricardo Alexandre Hippler” -
UVV com sinais de corrimento nasal catarral sanguinolento
bilateral, espirros, e histórico de erliquiose canina crônica.
Durante o período de internação o animal evolui com quadro
neurológico com delírios, nistagmo horizontal bilateral,
uivos e convulsões tônico clônicas e veio à óbito. Foi
encaminhado para o exame necroscópico, onde no exame
externo foi possível observar que o animal se encontrava
caquético e havia secreção catarral sanguinolenta em
narinas. No exame interno de trato respiratório foi
encontrada uma massa nos seios nasais de aspecto mole que
se estendia por todo seio, líquido catarral em nasofaringe,
quantidade moderada de edema em traqueia, e grande
quantidade de sangue digerido em porção final de esôfago.
A região da maxila acometida por esta lesão foi fixada em
formol tamponado a 10% e enviado para o laboratório de
histopatologia. O material após ter sido clivado, foi
processado pelos métodos de rotina, cortado a 5,0µm, e
corado pela hematoxilina-eosina e pela coloração especial de
Grocott para visualização das hifas fungicas. No exame
histopatológico foram observadas a presença de infiltrados
inflamatórios rico em linfócitos, macrófagos e neutrófilos
em meio a áreas de necrose e hemorragia. Essa inflamação
se estendia nas conchas nasais e osso da maxila. Os vasos
apresentam congestão e intensa quantidade de células
inflamatórias. Com a coloração de Grocott foi possível
observar a presença de hifas fúngicas no local onde estavam
as células descritas anteriormente. Conclusão: Diante do
histórico, dados clínicos-patológicos e achados de necropsia
conclui-se um quadro de rinite e sinusite fúngica, sugerindo
o fungo tratar-se de Aspergillus spp.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
RUPTURA DO TENDÃO EXTENSOR DIGITAL
LONGO EM UMA POTRA DA RAÇA PAINT HORSE
CAUSADO POR ACIDENTE COM ARAME
FARPADO: RELATO DE CASO
Brugnara, E.C.¹*; Fardin, V.V.²; Carvalho, R.S.²; Silva,
G.A.O.¹; Spadeto junior, O.³; Avanza, M.F.B³;
¹ Graduando do curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha, ²
Residente do Setor de Grandes Animais do Hospital Veterinário da UVV-
ES, ³ Professor do curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila
Velha.
(*) enriquebrugnara@hotmail.com
Introdução: Os cavalos são animais ativos e estão
comumente envolvidos em atividades atléticas as quais os
predispõem a injurias traumáticas, especialmente em
membros. Vários objetos podem causar tais tipos de lesão
em equinos, entretanto cercas de arame farpado e liso são a
causa mais comum. Lesões na porção distal do membro que
envolvem os tendões extensores são mais comum em
membros pélvicos e estão relacionados a um melhor
prognóstico quando comparados com os membros torácicos.
Quando seriamente lesionado, o tendão nunca mais retorna a
sua qualidade original, elasticidade e funcionalidade, além
de novas lesões no tendão reparado serem mais fáceis, em
adição a isso, a completa cicatrização do tendão é um
processo demorado, que depende da severidade e do
tamanho da lesão, usualmente levando de 6 a 18 meses para
completa cicatrização. Objetivo: O presente trabalho tem
por objetivo relatar um caso de lesão por arame farpado em
uma potra da raça Paint Horse, de aproximadamente 6 meses
de idade, que foi atendida no Hospital Veterinário Prof.
Ricardo Alexandre Hippler da Universidade de Vila Velha.
Relato do caso: Foi atendida no Hospital Veterinário Prof.
Ricardo Alexandre Hippler da Universidade Vila Velha,
uma potra da raça Paint Horse, de aproximadamente 6 meses
de idade, pesando 130kg. A potra deu entrada no hospital
com histórico de ter se acidentado com uma cerca de arame
farpado, sendo encontrada com o membro pélvico esquerdo
preso no arame. A potra foi rapidamente removida e
encaminhada ao hospital veterinário. Ao exame físico foi
observado que o animal apoiava sobre a articulação
metatarso falangeana (emboletamento), com uma lesão na
região dorso proximal do metatarso e ruptura do tendão
extensor digital longo. O animal apresentava grau de
claudicação 5 de acordo com a escala de 0 a 5 da American
Association of Equine Practioners (AAEP). No mesmo dia o
animal foi anestesiado para realização de sutura de pele. O
tratamento clínico empregado baseou-se na limpeza da
ferida com água corrente e solução de clorexidina
degermante 4%, anti-inflamatório meloxican (0,6 mg, IM,
SID, 7 dias), antibiótico penicilina benzatina (20.000 UI,
IM, SID, 7 dias), bandagem e tala, que era fixada na face
dorsal do membro com o auxílio de fitas adesivas. No
sétimo dia de tratamento foi realizada aplicação de plasma
rico em plaquetas na região lesionada, sendo realizada nova
aplicação após 30 dias. Resultado: A potra obteve alta
médico hospitalar após 52 dias do início do tratamento.
Conclusão: O tratamento instituído a base de limpeza da
ferida, bandagem, tala e uso de fármacos anti-inflamatórias e
antibióticos associado a aplicação de plasma rico em
plaquetas mostrou-se eficaz para a melhora do quadro
clínico do animal em questão.
51
 SENSIBILIDADE ANTIMICROBIANA DE
STAPHYLOCOCCUS SP. E ESCHERICHIA COLI ISOLADOS
DE CASOS DE SEPSE PERINATAL
Lopes, J.V.M.¹, Machado, C.M.S.¹, Pinto, A.C.J. 1, Chaar,
J.L.1, Paz, J.S.2, Malaquias, M.F.D.3 Tobias, F.L.4, *Souza,
T.D.4,5, Mol, J.P.S.5, Paixão, T.A.6, Santos, R.L.7
1
Graduando do Curso de Medicina Veterinária, Universidade Vila Velha,
Vila Velha, ES; 2Médica Veterinária do Laboratório de Microbiologia
Veterinária, Universidade Vila Velha, Vila Velha, ES; 3Médica Veterinária
autônoma; 4Professor do Curso de Medicina Veterinária, Universidade Vila
Velha, Vila Velha, ES; 5Pós-graduanda do Programa de Ciência Animal da
Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, MG; 6Professora do Instituto de Ciências Biológicas,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG; 7Professor da
Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, MG.
sensibilidade de ambas as bactérias foram a azitromicina,
enrofloxacina e cloranfenicol. Diante dos resultados obtidos,
instituiu-se o tratamento com azitromicina (5 mg/kg/dia),
por ser uma droga mais segura em neonatos caninos. Com o
emprego da azitromicina, observou-se melhora clínica dos
dois neonatos sobreviventes, que apresentaram início de
ganho de peso 12 horas após o início do tratamento. A
resposta favorável observada e a sobrevivência destes dois
neonatos reforçam a importância do antibiograma para
instituição da terapia. Conclusão: Os resultados
apresentados evidenciam que Staphylococcus sp. e
Escherichia coli isolados de casos de sepse perinatal canina
apresentam resistência a diversos fármacos frequentemente
empregados. O sucesso do tratamento foi alcançado apenas
após a realização do antibiograma.
Apoio: FAPEMIG, CNPq e CAPES.

*E-mail: (tayse@uvv.br)

Introdução: A taxa de mortalidade perinatal e neonatal

canina é elevada. As causas bacterianas são as principais
etiologias relatadas em cães. Os agentes bacterianos mais
relatados em infecções de recém-nascidos caninos são:
Escherichia coli, Streptococcus sp., Staphylococcus sp.,
Klebsiella sp., Pseudomonas sp., Enterobacter sp., Proteus
sp. O uso indiscriminado de antimicrobianos na pode causar
resistência microbiana, o que agrava o quadro clínico
levando ao óbito. A cultura bacteriana e o antibiograma são
exames que direcionam a escolha do antimicrobiano a partir
do isolamento e perfil de sensibilidade in vitro dos
microrganismos, aumentando a efetividade do tratamento.
Objetivo: Relatar o perfil de sensibilidade a antimicrobianos
de Staphylococcus sp. e E. coli isolados de casos de sepse
perinatal canina e o tratamento do restante da ninhada.
Relato de caso: O exame ultrassonográfico de uma cadela
da raça Fila Brasileiro evidenciou a morte de cinco fetos e
foi realizada cesariana, com o nascimento de 9 filhotes
normais. Após 48 horas, verificou-se a morte de dois
neonatos. À necropsia evidenciou-se pneumonia.
Fragmentos de pulmão de um dos fetos e de um neonato da
ninhada, inoculados em Caldo BHI, Ágar Sangue e Ágar
MacConkey, incubados a 37ºC por 24 horas, evidenciaram
abundante crescimento de Staphylococcus sp. coagulase-
positiva (feto) e E. coli (neonato), sendo indicadas como
causa da sepse e da pneumonia. Tais isolados foram
utilizados para realização do antibiograma pela técnica de
difusão em ágar Mueller Hinton, (Kirby-Bauer), seguindo as
recomendações do CLSI (Clinical and Laboratory Standards
Institute, 2009). Inicialmente, diante do isolamento de
Staphylococcus sp. e da morte de dois neonatos, foi prescrita
penicilina V procaína na dose de 10.000 UI/kg de peso
corporal, por via oral, a cada 8 horas para os sete filhotes
sobreviventes, previamente ao resultado do antibiograma.
Com este tratamento, não houve resposta satisfatória, com
persistência da infecção, ausência de ganho de peso e morte
de mais cinco neonatos nas 48 horas subsequentes, também
acometidos por pneumonia. Resultado: O Staphylococcus
sp. apresentou resistência a ceftriaxona e penicilina, e
sensibilidade intermediária a amoxilina com clavulanato,
clindamicina e doxiciclina. A E. coli apresentou resistência a
estreptomicina, eritromicina, clindamicina, doxiciclina,
ceftriaxona e penicilina. Os antimicrobianos que produziram
halo de inibição de crescimento compatível com

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 52

 SEPSE E INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA tratamento instituído e recebeu alta após 4 dias de
DECORRENTE DE GASTROENTERITE internação. Conclusão: Estabelecer a extensão do
HEMORRÁGICA EM CADELA DASCHSHUND: comprometimento hepático, assim como detectar
RELATO DE CASO precocemente os sinais de sepse são condutas fundamentais
para uma intervenção terapêutica adequada, na tentativa de
estabelecer um prognóstico melhor para o quadro que é de
forma geral desfavorável.
Gava, M. Z.1*, Bisi, J.S.1, Barboza, S. R.1, Valeriano, R. S.2,
Sena, B.V.3
1
Graduanda de Medicina Veterinária Universidade Vila Velha, 2 Professora
no Curso de Medicina Veterinária da Universidade Vila Velha, 3 Médica
Veterinária Residente na Clínica Médica de Pequenos Animais da
Universidade Vila Velha.

mari_zanchetta49@hotmail.com

Introdução: A gastroenterite hemorrágica (GEH) é uma

síndrome caracterizada por diarreia hemorrágica seguida de
hemoconcentração, podendo resultar de enterotoxemia,
endotoxemia e sepse. Os sinais clínicos principais são
melena, vômito, desidratação e prostração. A sepse é
definida como síndrome da resposta inflamatória sistêmica
decorrente de infecção e desencadeia alterações clínicas que
se manifestam por duas ou mais destas condições:
temperatura corporal > 39,7°C ou < 37,5°C, frequência
cardíaca >160 bpm em cães, frequência respiratória > 20
inspirações por minuto ou PaCO2 <32mmHg e contagem de
leucócitos >12000/cél/mm3 ou < 4000/cél/mm3 com, >10%
das formas imaturas. Na insuficiência hepática ocorre lesão
aguda ou crônica e progressiva de hepatócitos, seja por
destruição ou por lesão direta do parênquima hepático.
Objetivo: Objetivou-se com esse relato descrever um
quadro de sepse e insuficiência hepática decorrente de
gastroenterite hemorrágica em cão. Descrição do Caso: Foi
atendida no Hospital Veterinário da Universidade Vila
Velha uma cadela, Daschshund, 14 anos, 6,2 kg, com
histórico de hematêmese, anorexia, prostração e episódios de
melena e hematoquezia iniciados quatro dias antes do
atendimento clínico. Apresentava dor à palpação abdominal,
hipotermia, taquicardia, desidratação moderada, tempo de
preenchimento capilar aumentado. Em seguida, o animal foi
submetido à internação, onde foram realizados exames
laboratoriais que apresentaram hemoconcentração (aumento
de hematócrito e proteínas plasmáticas), leucopenia,
diminuição de hemoglobina, hipocalemia, azotemia,
bilirrubinemia e elevação de enzimas hepáticas (FA, ALT,
GGT). Os sinais clínicos associados aos achados
laboratoriais sugeriram o diagnóstico de gastroenterite
hemorrágica. A conduta terapêutica embasou-se na
administração de fluidoterapia com ringer com lactato,
reposição com cloreto de potássio 19,1%, Glicose 5%,
ondansetrona, metoclopramida, metronidazol, sulfadoxina e
trimetoprim, omeprazol, sucralfato, ranitidina, citrato de
maropitant e dipirona. A dieta estabelecida foi à base de
ração úmida, sendo substituída por nutrição parenteral e em
seguida por jejum alimentar associado ao soro caseiro,
devido aos episódios de vômito. O paciente apresentou
êmese, hipotermia, hipoglicemia, dor abdominal, TPC
aumentado, leucopenia e taquicardia durante o período de
internação. Essas manifestações clínicas evidenciaram que o
animal desenvolveu um processo de resposta inflamatória
sistêmica (sepse) secundária a gastroenterite hemorrágica. A
avaliação do perfil hepático associada aos sinais clínicos
determinaram que a sepse gerou danos hepáticos,
acarretando em insuficiência hepática aguda. O animal
apresentou melhora progressiva do quadro clínico com

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 53

 SIALOMETAPLASIA NECROTIZANTE EM CÃO:
RELATO DE CASO
Barboza, S. R.1*; Braga, L. S. F.1; Maestri, L. F. P. 2;
Monteiro, B. S. 2, Rassele, A. C. 3; Santos, R. V. 2; Vicente,
G. C. 3; Gava, M. G.3
1
Graduanda de Medicina Veterinária Universidade Vila Velha, 2
Professora do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Vila Velha, 3
Médico Veterinário Residente da Universidade Vila Velha.
suellenramosvet@hotmail.com
Babesia sp. Durante todo o internamento o animal
apresentou episódios de vômito, salivação, vocalização,
engasgos e sinais clínicos neurológicos. No dia 13/10 o
paciente teve alta médica, recebendo prescrição para
continuar o tratamento em casa. No dia 16/10 o paciente foi
novamente internado por não haver melhora dos sinais
clínicos e no dia seguinte foi feita eutanásia, já que seu
quadro não se alterava. Conclusão: A sialometaplasia
necrotizante é uma afecção rara em cães e que mostrou ser
de difícil tratamento, por não ter sua causa esclarecida. Esses
aspectos levaram a um prognóstico ruim para o paciente.

Introdução: A sialometaplasia é uma doença rara de causa

desconhecida em cães e gatos, que geralmente afeta a
glândula salivar submandibular induzindo infarto,
inflamação e metaplasia escamosa do epitélio glandular e
ductos. Trauma, danos químicos e infecção têm sido
sugeridos como possíveis causas de sialometaplasia.
Vômitos constantes são relacionados com a ocorrência das
lesões de SN em humanos. Os diagnósticos diferenciais são
neoplasias e sialoadenite. O diagnóstico se baseia na
anamnese e exame físico minucioso, associado à
histopatologia. O tratamento baseia-se na remoção do
provável causador, na remoção dos tecidos necrosados e
antibioticoterapia. A ultrassonografia é eficaz para a
avaliação das glândulas salivares, por não submeter o
paciente a radiação e anestesia, além de auxiliar a
confirmação do diagnóstico, orientando a coleta de material
da área mais representativa para o exame histopatológico.
Objetivo: o objetivo deste estudo foi relatar um caso de
sialometaplasia necrotizante em um cão. Descrição: Canino,
macho, sem raça definida, 8 quilogramas, 6 anos de idade,
foi atendido no Hospital Veterinário “Professor Ricardo
Alexandre Hippler” da Universidade Vila Velha, com
histórico de dor, vômito, anorexia, disfagia, oligodipsia,
tosse, cansaço fácil, disúria e disquesia a mais de 30 dias. No
laudo ultrassonográfico trazido pelo proprietário constava
vesícula biliar aumentada, estômago com paredes espessadas
e alguns linfonodos abdominais reativos. Apresentava-se
desidratado, com mucosas pálidas, aumento do tempo de
preenchimento capilar e linfonodos mandibulares reativos.
No mesmo dia foi constatada estrutura radiopaca de
contorno irregular, localizada dorsal a epiglote e cranial a
região de esfíncter esofágico, através de radiografia cervical.
O exame bioquímico mostrava aumento de ureia e ALT. O
paciente foi internado no mesmo dia, e instituído como
terapêutica ringer simples, ranitidina, omeprazol,
ondansetrona, Voluven, tramadol, midazolan, dexametasona,
simeticona, metronidazol, enrofloxacina 10%, escopolamina,
metoclopramida e sucralfato. O paciente foi submetido a
procedimento cirúrgico de extração da glândula salivar
submandibular. No dia 06/10 a fluidoterapia foi acrescida de
de KCl 19,1%, retirou-se a enrofloxacina e o metronidazol, e
acrescentou-se doxiciclina, fenobarbital e citrato de
maropitant. Concluiu-se por histopatológico que o paciente
apresentava sialometaplasia necrotizante. No dia 12/10
retirou-se a doxiciclina. Neste período apresentou UPC 0,56,
GGT urinário 55,1, hematúria e leucocitúria. Ao longo do
período de internação o animal apresentou anemia,
hipoproteínemia, leucocitose, trombocitopenia e presença de

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 54

 SINUSITE SECUNDÁRIA À LESÃO DENTÁRIA EM
EQUINO – RELATO DE CASO
*Silva, C.L.¹; Tomich, M.M.¹; Paula, S.A.R. de¹; Fardin,
V.V.2; Carvalho, R.S.2; Spadeto Jr., O.³; Coelho, C.S.3
1 Discente do Curso de Medicina Veterinária-Universidade Vila Velha;
2 Médico Veterinário Residente na Clínica de Animais de Grande Porte da
Universidade Vila Velha;
3 Docente do Curso de Medicina Veterinária Universidade Vila Velha
*cinthiac.leal@gmail.com
Introdução: A sinusite é uma enfermidade que acomete os
seios paranasais e é uma problemática comum em equinos.
Pode desenvolver-se como condição inflamatória primária
causada por vírus ou infecção bacteriana, porém mais
frequentemente, surge secundária a problemas dentários
devido a ligação anatômica da raiz dos pré-molares e
molares com os seios maxilares. Distúrbios dentários podem
evoluir às alvéolos-periostites, que ocasionalmente fistulam,
drenando secreção mucopurulenta com odor fétido no seio
maxilar, determinando a instalação clínica de sinusite. Os
principais sinais clínicos envolvem quadro respiratório e
queda de performance. Quando negligenciada, a sinusite
pode avançar pelo seio frontal, progredir pela placa
cribforme e resultar em complicações neurológicas como a
meningoencefalite purulenta. Objetivo: O objetivo do
presente trabalho é relatar um caso de sinusite equina
secundária à lesão dentária com presença de fístula oro-
nasal. Descrição do caso: Uma fêmea equina de 10 anos de
idade, da raça Mangalarga Marchador, foi encaminhada ao
Setor de Animais de Grande Porte do Hospital Veterinário
Prof. Ricardo Alexandre Hippler da Universidade Vila
Velha, com histórico de dispnéia, secreção nasal de odor
fétido, espirros intenso que, por vezes, foram associados
com expulsão de conteúdo alimentar e episódios esporádicos
de tosse. Ao exame físico, o animal apresentava taquipnéia
discreta, secreção nasal mucopurulenta e percussão maciça
em seios paranasais, os dois últimos mais evidentes do lado
direito, além de odor pútrido em cavidade nasal e oral. A
auscultação pulmonar não revelou alterações. Na inspeção
da cavidade oral, foi possível observar acúmulo de alimento
em região de dente 109. O hemograma mostrou-se sem
alterações significativas. No exame radiográfico da região,
observou-se área radiolucente em dente 109 que evidenciava
lise dentária com trajeto radiolucente, que iniciava na região
alveolar, passando pelo seio maxilar caudal e terminando na
cavidade nasal sugerindo fístula oro-nasal; formação de
onda com projeção do 409 e extensa radiopacidade em
região de lúmen sinusal. Na endoscopia respiratória, foi
possível observar acúmulo de secreção mucopurulenta e
presença de conteúdo alimentar na cavidade nasal do lado
direito, com mucosas edemaciadas e congestas, a uma
distância de cerca de 15 cm da entrada da cavidade nasal,
pouca secreção mucopurulenta do lado esquerdo e região de
nasofaringe sem alterações. O tratamento recomendado foi a
intervenção cirúrgica para tratamento da lesão dentária
(repulsão do dente molar) e a trepanação óssea (para
eliminar o conteúdo mucopurulento dos seios paranasais).
Conclusão: Apesar de ser uma enfermidade de diagnóstico
simples, faz-se necessário o uso dos exames de diagnóstico
por imagem para identificar se o quadro é primário ou
secundário, permitindo a escolha da terapêutica mais
apropriada para o caso.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
TUMOR CARDÍACO EM CÃO – RELATO DE CASO
Mercier, C. A.1; Pedrotto, N. L. P. 1*; Lázaro, M. A.2;
Ribeiro, P. A.1;Sossai, B. G.1; Ferreira, F. S.
1
Graduando do curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha,
2
Médica Veterinária Residente do Setor de Pequenos Animais do Hospital
Veterinário- UVV-ES, 3Mestranda do curso de Mestrado em Ciência
Animal – Universidade Vila Velha, 4Professor do curso de Medicina
Veterinária – Universidade Vila Velha.
*nathiellepedroto@gmail.com
Introdução: Tumores cardíacos primários e metastáticos
são raros em cães, sendo a incidência nesta espécie de
apenas 0,19%. O mais comum é hemangiossarcoma (55-
69% dos casos), seguido pelo quimiodectoma (8-18% dos
casos). Dependendo da localização em que se encontra o
tumor e dos distúrbios hemodinâmicos causados, pode-se ter
uma variedade de sinais clínicos, como dispneia, taquipnéia,
tosse, letargia, anorexia e até compressão da veia cava
cranial, promovendo edema de região de face, pescoço e
membros anteriores, conhecido como síndrome da veia cava
cranial. O diagnóstico definitivo depende da análise
histológica para caracterização do tipo celular, entretanto
achados ecocardiográficos possam sugerir o tipo de
neoplasia pela sua localização. Em alguns casos a análise
citológica do líquido efusivo pode apresentar células
tumorais típicas ou figuras de mitose. O tratamento indicado
é a cirurgia para remoção do tumor primário, entretanto sua
localização limita o procedimento. Objetivo: Relatar o caso
clínico de um cão com tumor de base cardíaca atendido no
HV/UVV. Relato de caso: Foi encaminhado ao HV/UVV
um cão, SRD, 10 anos de idade, cujos sinais clínicos
incluíam tosse, dispnéia e hiporexia. O exame físico revelou
mucosa oral congesta, 38,8ºC, pulso hipercinético,
taquipnéia, desidratação <5%. À auscultação constatou-se
taquicardia, sendo então encaminhado ao eletrocardiograma,
o qual revelou taquicardia sinusal com supressão de onda P,
sugerindo compressão atrial. Radiografia observou
moderada quantidade de líquido pleural, incisuras
interlobares, densificação pulmonar em lobo médio direito,
acentuado deslocamento dorsal do trajeto traqueal com
alargamento da região de mediastino cranial, tendo como
diagnóstico diferencial massa mediastinal. Devido ao pulso
hipercinético foi realizada aferição da pressão arterial pelo
método oscilométrico (PetMap®), a qual demonstrou
valores de 210 (sistólica), 144,38 (média) e 111,25mmHg
(diastólica), caracterizando um quadro hipertensivo.
Avaliação ecocardiográfica mostrou uma massa em
mediastino, em topografia de átrio direito, com compressão
de veia cava cranial e formação de trombo, além de efusão
pleural. A análise citopatológica da efusão observou-se raras
células com citoplasma claro, levemente granular, núcleo
oval e com presença de figuras de mitose, podendo sugerir
células neoplásica, sugestivamente quimiodectoma,
sobretudo pelo sítio topográfico da massa. O tratamento
domiciliar prescrito abrangeu benazepril (0,25mg/kg, VO,
BID), espironolactona (0,25mg/kg, VO, BID), furosemida
(4mg/kg, VO, BID) e clopidogrel (3mg/kg, VO, BIB). Em
retorno após 3 dias de tratamento o animal apresentou
melhor conforto respiratório, permanecendo estável até o
momento. Conclusão:O tipo e a localização de tumor
55
 diagnosticado influenciam sobrevida do animal. De acordo
com os sinais clínicos, achados complementares, a
localização da massa e o tipo celular encontrado no exame
citopatológico, pode-se sugerir o diagnóstico presuntivo de
quimiodectoma com prognóstico desfavorável, embora haja
necessidade de confirmação futura por meio de amostras
mais significativas da massa. Nestes casos, a terapia
farmacológica é meramente paliativa e deve ser associada a
pericárdio e pleurocentese para promoção me melhor
qualidade de vida ao animal.
Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV
USO DE FONTES DE COBRE ORGÂNICAS EM AVES
Thompson, G. R.¹(*); Barcellos, J. ²; Brugnara, E. C.²;
Souza, V. T.²; Lorenzoni, L. L.³; Haese, D. 4; Kill, J. L.5
1
Mestrando do curso de Medicina Veterinária na Universidade Vila Velha
(UVV), 2 Graduando do curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila
Velha (UVV), 3 Mestre em Ciência Animal – Universidade Vila Velha
(UVV), 4 Professor do curso de Medicina Veterinária na Universidade Vila
Velha (UVV), 5 Doutor em Zootecnia - Universidade Federal de Viçosa
(UFV).
*guilhermethompson_medvet@hotmail.com
Introdução: A utilização de aditivos promotores de
crescimento na alimentação animal tem como finalidade
melhorar o desempenho dos animais sem riscos a sua saúde.
Diante desse contexto, destaca-se a utilização do cobre como
um aditivo seguro, eficiente e custo reduzido. Entretanto,
outras fontes de maior biodisponibilidade surgem como
alternativa ao uso do cobre inorgânico, a fim de diminuir o
índice de poluição ambiental relacionada à sua forma
inorgânica. Objetivo: Comparar fontes e níveis de cobre,
sobre o desempenho e características de carcaça, em frangos
de corte, no período de 1 a 42 dias de idade. Materiais e
métodos: O estudo foi conduzido na granja experimental do
Centro de Tecnologia Animal Ltda., em Domingos Martins
– ES, utilizando 1.820 pintos de corte da linhagem Cobb
500®, machos, de um dia de idade, vacinados contra as
doenças de Marek e Bouba aviária. Posteriormente, os
animais foram alojados em boxes, contendo cama (cepilho
de madeira), com espessura de 10 cm, reutilizada da criação
de dois lotes consecutivos, objetivando simular um manejo
corriqueiro de uma granja comercial. As aves foram
distribuídas em um delineamento experimental inteiramente
casualizado, com sete tratamentos, 13 repetições e 20 aves
por repetição. As mesmas foram submetidas a tratamento
com três diferentes fontes de cobre: Sulfato de cobre 25%
(Cu-I), Cobre quelato (Cu-Met) e Cobre aminocomplexo
(Cu-AA) com concentrações de 30 e 120 ppm; e um grupo
controle sem suplementação. O desempenho dos tratamentos
foi avaliado por meio do ganho de peso, consumo de ração,
conversão alimentar e índice de viabilidade criatória nos
períodos de 1 a 14, 1 a 28 e 1 a 42 dias de idade. As análises
estatísticas dos dados foram realizadas com o procedimento
GLM (SAS Institute, 2003). As médias foram comparadas
pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. Resultado:
Nas aves de 1 a 42 dias, a utilização de Cu-Met a 120 ppm
obteve maior peso final, com valores mais próximos ao
previsto ao manual da linhagem. Ainda, apresentou
conversão alimentar significativa, sendo esta superior ao
mesmo manual, e aos demais tratamentos, mostrando-se
altamente eficiente. Entretanto, o tratamento com este
mesmo aditivo a 30 ppm apresentou o pior desempenho
quanto a peso final, e em relação a conversão alimentar
observou-se que os tratamentos a base de Cu-Met a 30 ppm,
Cu-AA a 120 e o grupo controle obtiveram pior
desempenho, respectivamente. Com relação ao índice de
eficiência produtiva, que é um indicador utilizado para
mensurar o desempenho zootécnico dos animais, pode se
observar que não houve diferença estatística (P>0,05) entre
as rações contendo 120 ppm de Cu-I, Cu-Met e Cu-AA e 30
ppm de Cu-I. Apesar de serem estatisticamente semelhantes,
a inclusão de 120 ppm de de Cu-Met promoveu um melhor
resultado zootécnico em número absolutos ao final do
período experimental. Conclusão: Recomenda-se na criação
de frangos de corte, no período de 1 a 42 dias, 120 ppm de
cobre quelato metionina, conforme dados do experimento.
56
 VALORES DE LACTATO PLASMÁTICO EM
SERPENTES MANTIDAS EM CATIVEIRO –
RESULTADOS PRELIMINARES

Pedroto, N.L.P.1*; Silva, E.L.F.2; Mayorga, L.F.S.P.3; Lima,

T.4; Borlini, T.C.5; Sena, F. P.6; Ferreira, F.S.7

1
Graduando do curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila Velha,
2
Médico Veterinário – Silvestres Ltda, 3Mestrando do curso de Mestrado
em Ciência Animal – Universidade Vila Velha, 4Sócio-diretor - Jiboias
Brasil Ltda, 5Doutoranda em ecologia de ecossistemas – Universidade Vila
Velha, 6Técnico do Laboratório de Patologia Clinica – Universidade Vila
Velha, 7 Professor do curso de Medicina Veterinária – Universidade Vila
Velha.
*nathiellepedroto@gmail.com

Introdução: Na medicina veterinária o lactato plasmático

permite a avaliação da acidose metabólica, síndromes de
baixo débito cardíaco, hipoperfusão e oxigenação. Em
serpentes, a produção máxima de energia se correlaciona
com seus respectivos modos de predação e defesa; o
metabolismo anaeróbio pode proporcionar mais de 50% da
produção de energia em serpentes submetidas a cinco
minutos de atividade e predadores altamente ativos
apresentam maior produção de energia líquida durante
períodos de atividade. Em uma espécie de viperídeo
(Agkistrodon contortrix), observou-se que após embates
entre machos em período reprodutivo, os perdedores
apresentavam maiores níveis de lactato. Entretanto, a
literatura especializada carece de mais informações sobre as
concentrações de lactatos em outras espécies de serpentes.
Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi a
determinação dos valores de lactato plasmático nas serpentes
brasileiras Jiboia (Boa constrictor), Jiboia arco-íris da
caatinga (Epicrates assisi), Jiboia arco-íris do cerrado
(Epicrates crassus) e Jiboia arco-íris da Amazônia
(Epicrates cenchria). Material e métodos: Realizou-se
colheita de sangue do plexo venoso vertebral de exemplares
de Boa constrictor (N=13), Epicrates assisi (N=8),
Epicrates crassus (N=8) e Epicrates cenchria (N=8). O
material foi repassado a tubos contendo EDTA para imediata
centrifugação e extração do plasma, o qual foi congelado em
menos de 15 minutos para análise posterior. As análises
foram realizadas no Laboratório de Patologia Clínica do
HV/UVV, por meio de kits de Lactato Liquiform (Labtest®)
em espectrofotômetro semiautomático (Bioplus-200). Os
dados foram verificados quanto à normalidade pelo teste de
Lilliefor, com as diferenças entre grupos estudadas por
ANOVA, com pós-teste de Tukey, considerando-se p<0,05.
Ainda foram determinados os intervalos de confiança por
grupo. O presente estudo foi aprovado pelo CEUA/UVV e
SISBIO. Resultados: Os valores médios para lactato foram:
55,2 ± 7,368 mg/dl (B. constritor), 67,9 ± 2,851 mg/dl (E.
assisi), 56,2 ± 9,309 mg/dl (E. crassus) e 72,8 ± 3,839 mg/dl
(E. cenchria), não havendo diferença nas médias dos valores
entre as espécies. E os valores de intervalo de confiança:
44,55-76,65 mg/dl (B. constritor), 58,87-72,36 mg/dl (E.
assisi), 34,09-78,11 mg/dl (E. crassus) e 62,90-81,05 mg/dl
(E. cenchria). Conclusão: Os resultados colaboram com a
obtenção de valores de referência para lactato plasmático
nessas espécies.

Anais da IX SAMV e II SPGCA - UVV 57